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Menopausa e Climatério: Entenda as Mudanças Hormonais

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P á g i n a | 1 
 
Menopausa é um evento fisiológico que 
representa a interrupção definitiva 
resultante da perda de função folicular 
ovariana pelo envelhecimento. É 
reconhecida após 12 meses de 
amenorreia. 
 
O climatério é um período de transição, 
onde se tem alterações endocinológicas, 
biológicas e clinicas do organismo, com 
falência da função ovariana que resulta 
em perda definitiva da capacidade 
reprodutiva. 
 
O envelhecimento dos folículos começa pouco tempo depois da rápida produção de folículos 
intrauterina. Acontece pelo processo de apoptose celular após atingir um número máximo de 
folículos primordiais (7 milhões), por volta da 20ª semana de gestação. Até o nascimento, 70% 
Isabela Terra Raupp 
P á g i n a | 2 
 
do pool folicular será perdido e, ao chegar a puberdade, restarão 200 a 500 mil folículos. 
Apenas 400 folículos terão seu crescimento resultando em ovulação durante a menacme. 
Com o tempo, os folículos vão sofrendo atresia até se esgotarem, na pós menopausa. Esse 
pool folicular determina alterações hormonais importantes, responsáveis pelas características 
da menopausa. 
A média de idade para menopausa é de 51 anos de idade e pode ser acelerada por alguns 
fatores, como tabagismo. Se ocorre antes dos 40 anos, é denominada menopausa precoce. 
Já se acontece após os 55 anos, menopausa tardia. 
Na menacme a mulher tem seus hormônios regulados por pulsos hipofisários de GnRH. No 
ovário, o folículo dominante fica responsável pela produção de estradiol, enquanto os demais 
são responsáveis pela produção de inibina B e hormônio antimulleriano. Esses determinam 
aumento ou redução de hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) na 
hipófise, conforme a fase do ciclo. 
 
No climatério há diminuição maciça do número de folículos ovarianos, resultando na 
diminuição gradual da inibina B, que, por sua vez, desativa o feedback negativo sobre a 
hipófise, liberando a secreção de FSH e aumentando o recrutamento folicular. Níveis elevados 
de FSH levam a aceleração da depleção folicular, o que encurta a primeira fase do ciclo 
menstrual e marca os últimos anos antes da menopausa pela intensa atresia e apoptose até 
o esgotamento dos folículos. Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é 
mantida e os níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. 
 
 
 
 
 Pela excessiva perda folicular, há uma baixa produção de estradiol, há níveis não suficientes 
para fazer pico de LH e ovular. 
 Transição menopausal → irregularidade do ciclo menstrual devido a variabilidade hormonal e 
ovulação inconstante. 
Climatério
↓Folículos 
ovarianos
↓ inibina B Libera FSH
↑Recrutamento 
folicular
Atresia e apoptose 
de folículos
Até se esgotarem
Ovulação é 
mantida 
Estradiol normal 
Não faz mais 
pico de LH 
Para de ovular 
↓ Estradiol 
P á g i n a | 3 
 
 As dosagens hormonais nesse período não têm valor na avaliação e no diagnóstico das 
pacientes. Porém, níveis de FSH acima de 40 mUI/mL e E2 menores do que 20 pg/mL são 
característicos. 
 Não há mais produção de progesterona. 
 Já os estrogênios seguem sendo produzidos, porém em níveis muito menores. No ovário, a 
produção de estradiol é quase nula, e a estrona, produzida por meio da aromatização 
periférica da androstenediona, passa a ser o principal estrogênio circulante na pós-
menopausa. 
As alterações nos níveis circulantes dos 
esteroides sexuais afetam a atividade 
reprodutiva e, de forma não menos 
importante, outros órgãos e suas funções. 
Receptores estrogênicos existem em 
diferentes concentrações em vários locais 
do organismo, como pele, ossos, vasos, 
coração, diversas regiões do cérebro, 
mama, útero, vagina, uretra e bexiga, 
gerando efeitos diferentes para cada mulher 
em decorrência da carência estrogênica. 
 
 
 
 
 
o Fogachos: súbita sensação de calor intenso que se inicia na face, pescoço, parte superior 
dos troncos e braços, depois se generaliza e é seguida por enrubecimento da pele e 
subsequente sudorese profusa. É uma disfunção do centro regulador da temperatura do 
hipotálamo. Presente em 80% das mulheres. Isso interfere principalmente no sono. 
 
o Alterações do ciclo menstrual: irregularidade menstrual, com encurtamento de ciclos e 
amenorreia cada vez mais longa, até a parada total de ciclos. 
o Distúrbios do sono: menor duração, despertar noturno, menor eficácia. Isso reflete durante o 
dia com aumento da prevalência de hipertensão e DM, além de cansaço, depressão e 
ansiedade. 
o Alterações de humor: depressão e ansiedade, provavelmente pela variação do estrogênio. 
Também está relacionada a perda da capacidade reprodutiva e o envelhecimento. 
P á g i n a | 4 
 
o Alterações atróficas: atrofia vulvovaginal pela deficiência de estrogênio. Tem caráter 
progressivo e necessita de tratamento adequado. A vulva perde tecido adiposo dos grandes 
lábios e apele fica mais fina e plana, com diminuição dos pelos. Os pequenos lábios perdem 
tecido e pigmentação. A vagia se encurta e estreita, com lubrificação deficiente, deixando-a 
friável, propicia a sangramentos e traumas, que se apresenta como dispareunia e 
sinusorragia. O pH fica alcalino, propiciando infecções. 
o Alterações sexuais: dificuldade de lubrificação e disfunção sexual, com dispareunia e 
sangramentos. 
o Alterações cognitivas: esquecimento, perda de atenção, processamento rápido, demência, 
porque o estradiol atua no hipocampo e lobo temporal. 
o Alterações da composição corporal: diminuição da massa muscular e aumento da massa 
adiposa e diminui a produção de colágeno. 
o Doença cardiovascular: aterosclerose de grandes vasos, porque o estrogênio é fator protetor 
para lesão e eventos endoteliais. Acontece, também, a redução do HDL. 
o Alteração da composição corpórea: diminuição da massa muscular e aumento do tecido 
adiposo 
o Osteoporose: redução da massa óssea com alterações na microestrutura, levando a 
fragilidade e fratura por traumatismos. Pode resultar de falha na 
produção, rabsorção óssea excessiva com redução da massa 
óssea e resposta inadequada da formação óssea para a 
reabsorção excessiva. 
 
 
o DXA é considerado o “padrão-ouro” para o diagnóstico. 
 
 
 
 
Fatores de risco: 
Imodificáveis 
Qualquer fratura na idade adulta 
Fratura em famílias de primeiro 
grau 
Pessoas de pele branca 
Idade avançada (≥ 65 anos) 
Mulheres 
Demência 
Potencialmente modificáveis 
Tabagismo corrente 
Baixo peso* (IMC <19) 
Menopausa <45 anos 
Ooforectomia bilateral 
Amenorreia> 1 ano na menacme 
Baixa ingestão de cálcio ao longo 
da vida 
Alcoolismo 
Limitação visual* 
Quedas repetidas 
Sedentarismo 
Saúde afetada*/enfraquecimento 
DXA: 
Normal – Densitometria óssea com escore T até 
-1,0 
Osteopenia – Densitometria óssea com escore 
T entre -1,0 e -2,5 
Osteoporose – Densitometria óssea com 
escore T igual ou abaixo de -2,5 
P á g i n a | 5 
 
 
Clínico! Não precisa de exames! Eles podem ser feitos para acompanhamento. 
o História médica e exame físico completos. 
o Nas consultas anuais, exame físico ginecológico (incluindo pelve e mama), realização do 
exame preventivo para o câncer de colo do útero (até os 65 anos) e registro do índice de massa 
corporal (IMC). 
o Investigação periódica de tireoidopatias, por meio do TSH. 
o Avaliação com densitometria óssea a partir dos 65 anos ou antes, se houver história de fratura 
na pós-menopausa ou presença de um ou mais fatores de risco para osteoporose. 
o Acompanhamento mamográfico anual (a partir dos 40 anos). 
o Anualmente, exames laboratoriais de perfil lipídico e glicêmico devem ser realizados. 
Orientações em relação a imunizações, necessidades nutricionais, atividade física, prevenção 
de lesões, função urinária e sexualidade. 
o Rastreio do câncer colorretal (início aos 50 anos se não houver fatores de risco associados) 
o Avaliar endométrio se houver presença de sangramento uterino anormal.o Pode-se fazer PRL e FSH relacionados a amenorreia, mas não é recomendado, servem mais 
para excluir outras causas. 
Terapia de reposição hormonal 
 
 Com estrogênio é tratamento para sintomas vasomotores e suas consequências em 
mulheres sintomáticas com menos de 60 anos. 
 Em mulheres que possuem útero, a TRH estrogênica deve ser sempre progestogênio, 
de forma cíclica ou contínua para proteger o endométrio de câncer. 
 Há evidencias de ação urogenital e prevenção e tratamento da osteoporose. 
P á g i n a | 6 
 
 
A via oral, ativa o metabolismo do sistema renina-angiotensina-aldosterna e aumenta os fatores 
trombolíticos circulantes. Em pacientes hipertensas ou com rico de evento tromboembólicos, 
incluindo obesa, é preferível via parenteral. 
A via vaginal é a primeira opção e pacientes com síndrome geniturinária isolada. 
Contra-indicações do uso: 
 Câncer de mama 
 Câncer de endométrio 
 Sangramento vaginal de causa desconhecida 
 Lesão precursora para câncer de mama 
 Porfiria e doenças hepáticas descompensadas 
 Doenças coronariana e cerebrovascular 
 Passado de doença tromboembólica venosa 
 Lúpus eritematoso sistêmico 
 Meningioma (apenas para progestogênio) 
Terapias não hormonais 
 Não medicamentosa: medidas comportamentais, especialmente perda de peso, 
prática regular de atividade física, diminuição do estresse, técnicas de repiração, 
cessação do tabagismo, usar roupas leves. 
 Farmacológicas: inibidores seletivos da receptação de serotonina noradrenalina no 
tratamento de ondas de calor – paroxetina, venlafaxina, desvenlafaxina, sertralina, 
escitalopram e citalopram. 
o Gabapentina para sintomas vasomotores, por ter efeitos no hipotálamo.

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