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A utilização do Flúor na cariologia

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A utilização do Flúor na cariologia 
O que é o flúor? É um mineral que pode ser encontrado 
em toda crosta terrestre, é o 13° elemento mais 
abundante do planeta. Ele também é um átomo com 
sete elétrons na camada externa, é, portanto, muito 
reativo com outros átomos como cálcio e o sódio. 
O que é o fluoreto? É quando o flúor está ligado á algum 
átomo de substância positiva, formando o fluoreto de 
sódio ou fluoreto de cálcio. 
Introdução do flúor na odontologia 
Em 1901, o dentista e pesquisador Mckay, atendia os 
pacientes em Colorado Springs, Colorado, EUA, e ele 
observou que muitos dos seus pacientes apresentavam 
machas (esbranquiçadas e amarronzadas), e começou a 
chama-las de manchas de esmalte mosqueado. Afim de 
descobrir os fatores que causam essa mancha, Mckay 
iniciou suas pesquisas, e observou que em outras cidades 
os pacientes não tinham essas manchas, porém tinham 
cáries, e em Colorado, os pacientes tinham essas 
manchas, porém NÃO tinham cáries. Durante a sua 
pesquisa, Mckay percebeu que o único fator incomum 
entre os pacientes das cidades era o uso da água/flúor 
(cidade de Colorado possuía um poço mais profundo 
(com flúor) e as demais cidades não). Logo, os pacientes 
da cidade do colorado estavam submetidos à uma maior 
concentração de flúor. 
Porém, mais tarde, Dean (1934), aprofunda-se na pesquisa 
de Mckay e associa o esmalte manchado e a alta 
concentração de flúor na água potável à menor 
prevalência de cárie. 
Dente resistente à cárie 
O flúor vai ser incorporado ao esmalte na formação de 
fluorapatita, e tornando-o mais resistente à dissolução 
ácida. 
Tanto com a presença da placa dental, como sem ela, é 
possível forçar o processo de remineralização por meio 
do uso flúor: 
O flúor que se encontrar na saliva e/ou na placa, liga-se 
ao fosfato e cálcio livres, formando fluorapatita e fluoreto 
de cálcio. A fluorapatita e fluoreto de cálcio, quando 
incorporarem à estrutura do esmalte, inicia/intensifica o 
processo de remineralização 
Fluorapatita: Ligação forte dando estabilidade molecular 
– sua formação costuma ocorrer lentamente, ao longo 
de anos, com o uso de concentrações baixas e 
constantes de flúor. Possui uma solubilidade menor. 
Encontrada em dentifrícios e água fluoretada 
Fluoreto de cálcio: Ligação mais frágil. O flúor pode ser 
facilmente deslocado, constituindo-se nova fonte iônica. 
Utilização de flúor tópico com altas concentrações 
 
Unidades de medidas 
Expressada por Ppm = pastes por milhão, que significa 
que: 1mg de fluoreto / Kg ou L. 
Exemplo: Dentifrício com 1.450 ppm de fluoreto, significa 
que possui 1.450mg de fluoreto/kg do dentifrício, ou seja, 
quando se usa 1g de dentifrício para escovar logo se usa 
1,45mg de fluoreto. 
Fluoreto no meio ambiente 
A dose máxima de fluoreto nas águas de abastecimento 
deve ser de 1,5mg/l – recomendação da OMS. – Varia 
conforme o local. 
Absorção e distribuição do fluoreto 
O fluoreto é facilmente absorvido pelo trato 
gastrointestinal, sistema circulatório, ossos e sistema renal. 
 A flúor pode ser mais consumido por crianças, pois são 
as que mais ingerem flúor durante a higienização bucal. 
Alguns estudos afirmam que após absorvido, o flúor 
retorna e se concentra na saliva. 
Flúor nos dentes 
Esmalte superficial – 2.500 ppm – camada que possui 
constante contato com o flúor. 
Esmalte subsuperficial – 50 – 100ppm. 
 
Fluoreto na saliva e na placa 
Saliva não estimulada – 0,005 e 0,05 ppm 
Aplicação dos fluoretos 
- Meios coletivos: água, sal e leite 
Fluoretação da água – 1,5mg/l ou 1,5 ppm de flúor 
(máximo). 
A fluoretação das águas de abastecimento publico no 
Brasil é lei! “... toda cidade com estações de tratamento 
de água deve agregar fluoreto na sua água...” (Lei federal 
6.050, de 24/5/74). A importância dessa medida fica clara 
quando se observa que a prevalência da cárie é menor 
em cidades com água fluoretada em comparação com 
aquelas sem fluoretação. Melhor relação custo-benefício 
entre todos os métodos preventivos. 
-Meios individuais: Profissional (soluções, vernizes e géis) 
e individuais (dentifrícios, comprimidos, enxaguatórios e 
géis) 
Vernizes fluoretados: soluções à base de resina com alto 
teor de fluoreto (0,1% - 6%). 
• Vantagens: liberação lenta e prolongada, fácil 
aplicação, independência da participação do 
paciente 
• Desvantagens: necessidade de limpeza prévia., 
método caro. 
• Indicações: populações sem exposição a água 
fluoretada, menos de 30% dos indivíduos livres 
de cárie e população sem exposição a 
dentifrícios fluoretados. 
Soluções fluoretada: fluoreto de sódio 2% e flúor fosfato 
acidulado 1,23%. 
Géis fluoretados: flúor – fosfato acidulado (FFA) 1,23% - 
4 minutos – não beber ou comer por 30 minutos e 
aplicação deve ser semestral ou quadrimestral. 
• Vantagens: 2 a 3 vezes/ano, não há risco de 
fluorose (baixo frequência). 
• Indicações: populações isoladas, mesma dos 
bochechos. 
Comprimidos e chicletes de fluoreto: pastilhas 0,5mg de 
flúor. Esperava-se efeito pré eruptivo, baixa cooperação 
do paciente e alternativa para adolescentes cárie-ativos. 
Chicletes: estimulam salivação e reforçam cooperação 
do paciente. 
Enxaguatórios fluoretados: É um meio adicional. Possui 
0,05 ppm em enxaguatórios para uso diário, ou 0,2% 
para enxaguatórios semanais. 
• Bochechar por 1 minuto. 
• Vantagem: fácil aplicação. 
• Desvantagem: Não recomendado para crianças 
menores de 6 anos; 25 aplicações por ano. 
• Indicação semanal: para populações vulneráveis 
sem habito de higienização (sem acesso a água 
fluortada, menos de 30% dos indivíduos livres de 
cárie.) 
• Indicação diária: pacientes com alto risco de 
cárie, aparelhos ortodônticos. 
Outros produtos ou dispositivos que contem fluoreto: 
Existem fios dentais e fibras que contém flúor. Esses 
produtos possuem distribuição nas interproximais, 
liberação lenta, porém não possui evidencias clinicas que 
comprove. 
Cuidados no uso de fluoretos 
- Toxicidade aguda: A ingestão diária para adultos: 1-
3mg/dia, recém nascidos: 0,32mg/dia, 4-6 meses: 
1,23mg/dia. DPT (dose provavelmente tóxica) = 5mg f/kg 
de peso corporal. 
• Sintomas: dor abdominal difusa, diarreia, vômito, 
excesso de salivação e sede. 
- Toxidade crônica: Fluorose dental: Anomalia de 
desenvolvimento que afeta a estética do esmalte e cuja 
severidade depende da dose ingerida de flúor durante a 
formação do esmalte. Ocorre somente durante a 
formação do dente. O esmalte encontra-se mais poroso. 
• Sintomas: mancha branca/amarronzada e 
esmalte poroso. 
• Tratamento: Indução do vômito e ingestão de 
leite. Para tirar as manchas: microabrasão, etc. 
Atualmente possui outros agentes remineralizados: 
entrega de cálcio e fosfato para tecidos dutos, 
nanotecnologia, dentifrícios e enxaguantes com 
nanopartículas de hidroxiapatita carbonatada – preencher 
microdefeitos. – não clinicamente comprovado. 
 
Referencias: slide professora. Dra. Gabriela Meira e guia de 
recomendações para o uso de fluoretos no brasil (OMS).

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