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Economia - Conceitos Básicos - Professor Me. Thiago Munaro Garcia

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2 
 
1 ECONOMIA: ORIGEM, CONCEITOS E PROBLEMAS 
FUNDAMENTAIS 
 
 
Etimologicamente, o termo “economia” deriva do vocábulo grego oikonomía (oikos = 
casa; nomos = lei ou costume, gerir ou administrar) e quer dizer “regra do lar” ou 
“administração da coisa pública”. 
Enquanto ciência, o estudo da “Teoria Econômica”, de forma sistematizada, surge 
com o trabalho dos fisiocratas, na França, em meados do século XVIII. Porém, como 
marco principal de seu desenvolvimento, tem-se a publicação da obra “A Riqueza das 
Nações” (1776), de Adam Smith. Anteriormente, a atividade econômica era tratada e 
estudada como parte integrante da Filosofia Social, da Moral e da Ética. 
A economia se insere no campo das ciências sociais e se preocupa em analisar as 
relações e atividades decorrentes da escassez relativa aos bens em determinada 
sociedade, isto é, preocupa-se com a verificação de como os fatores de produção são 
empregados para a obtenção de riquezas e seu modo de distribuição e consumo pela 
sociedade. 
DEFINIÇÃO: Trata-se da “ciência que estuda as formas de comportamento humano 
resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os 
recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos”1. No mesmo 
sentido, pode ser definida como “a ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção 
de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da 
sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas”2. 
Deste contorno, decorrem dois conceitos essenciais que se relacionam e figuram 
como objeto de estudo das ciências econômicas: a) as necessidades humanas 
ilimitadas; e b) a escassez dos recursos. 
NECESSIDADES HUMANAS: Resultam da sensação de falta de alguma coisa, 
acrescida do desejo de satisfação desta ausência. Pode-se dizer que as 
 
1 Definição de Lionel Robbins (1898 – 1984) apud ROSSETI, 1998, p. 52. 
2 VASCONCELLOS; GARCIA, 2004. 
3 
 
necessidades são infindáveis e tendem a aumentar, em especial com a difusão dos 
meios de comunicação de massa e o avanço do processo globalizatório, que geram o 
chamado “consumismo” ou a “sociedade de consumo”3. Podem ser divididas em: 
I) PRIMÁRIAS, NATURAIS OU VITAIS (que devem ser satisfeitas para garantir 
a subsistência dos indivíduos); ou SECUNDÁRIAS, SOCIAIS OU ARTIFICIAIS 
(variam de acordo com o meio cultural, social e econômico, e não necessitam 
de satisfação para a subsistência humana); 
II) INDIVIDUAIS ou COLETIVAS. 
ESCASSEZ DOS RECURSOS (LEI DA ESCASSEZ): Ao contrário das necessidades 
humanas, os recursos produtivos ou fatores de produção que se destinam a sua 
satisfação são, em menor ou maior grau, escassos. A escassez (ou lei da escassez) 
refere-se à falta ou insuficiência de algo (bens ou serviços) em virtude dos recursos 
limitados e das necessidades humanas ilimitadas, sendo insuperável. Assim, a 
sociedade se vê compelida a decidir como alocar os recursos disponíveis para que a 
escassez seja – ao menos – mitigada. 
FATORES DE PRODUÇÃO: Os fatores de produção, elementos básicos no 
processo produtivo de bens e serviços, e suas respectivas remunerações são 
tradicionalmente divididos em: 
a) TERRA: trata-se do solo cultivável e dos recursos naturais (terra em sentido 
amplo). Sua remuneração se dá por meio de aluguéis; 
b) TRABALHO: compreende os esforços físicos e intelectuais empreendidos 
pelos indivíduos no processo produtivo. É remunerado através dos salários. 
c) CAPITAL: refere-se às instalações, edifícios, maquinários e equipamentos em 
geral utilizados na produção, sendo remunerado por meio dos juros. 
OFERTA E PROCURA: A relação antagônica existente entre as necessidades 
humanas ilimitadas e a escassez dos recursos ocupa papel preponderante no que se 
convencionou chamar de “Lei da Oferta e Procura” ou “Lei da Oferta e Demanda”. 
Isto porque o termo “oferta” se refere à quantidade disponível de um produto (seu grau 
de escassez), enquanto a “demanda” se relaciona com a quantidade de certo bem 
que os consumidores necessitam adquirir para que suas necessidades (primárias ou 
 
3 NUSDEO, 2016. 
4 
 
secundárias) sejam supridas. Dessa maneira, quando a demanda é maior que a 
oferta, os preços dos produtos tendem a subir, uma vez que sua escassez torna-se 
mais pujante. Por outro lado, quando a oferta é maior que a demanda, os preços 
dos produtos tendem a diminuir, pois sua escassez torna-se menor. 
OFERTA > DEMANDA = PREÇOS DIMINUEM 
OFERTA < DEMANDA = PREÇOS AUMENTAM 
PREÇOS E O EQUILÍBRIO DO MERCADO: Em uma economia de mercado livre, 
os preços refletem a dinâmica estabelecida entre oferta e procura, e a partir dela 
exercem uma função econômica básica: orientam a produção de bens e serviços e o 
seu consumo. Trata-se da tentativa de encontrar o equilíbrio entre oferta e procura a 
partir de aproximações sucessivas. 
Assim, “a interação entre as funções demanda e oferta determina o preço e a 
quantidade de equilíbrio a serem transacionados no mercado de um bem. O preço de 
equilíbrio será o valor a ser pago pelos consumidores, e será também o valor a ser 
recebido pelos produtores. A quantidade de equilíbrio, por sua vez, definirá quanto as 
empresas produzirão, e que será consumido pelos agentes”4. 
PROBLEMAS FUNDAMENTAIS: Neste panorama que se estabelece da relação 
entre escassez de recursos e necessidades humanas ilimitadas, podemos afirmar que 
a ciência econômica pretende solucionar quatro problemas básicos5: 
a) O QUE E QUANTO PRODUZIR: observada a escassez, a sociedade deverá 
escolher, dentro de seu leque de possibilidades, o que produzir e em qual 
quantidade; 
b) COMO PRODUZIR: delimitar quais recursos de produção e os métodos 
empregados para a produção; 
c) PARA QUEM PRODUZIR: escolha de como os membros da sociedade 
participarão na distribuição dos resultados da produção, isto é, se todos 
participarão igualmente desses resultados ou, em caso contrário, quais deles 
serão mais ou menos beneficiados. 
 
 
4 VASCONCELLOS; TONETO JR.; SAKURAI, 2015. 
5 VASCONCELLOS; GARCIA. 2014. 
5 
 
2 ECONOMIA E DIREITO 
 
 
FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO MERCADO: Assim como a economia, o Direito 
ocupa lugar no campo das ciências sociais. As ciências jurídicas e econômicas 
assumem caráter complementar, tendo-se em vista que diversos conceitos da teoria 
econômica estão relacionados ou dependem das normas jurídicas do país em que se 
inserem. Assim, as normas jurídicas molduram o campo de análise da teoria 
econômica e, de outro lado, o surgimento de novas questões econômicas faz com que 
o arcabouço jurídico se modifique. 
ESTRUTURAS DE MERCADO: O termo “mercado” refere-se ao local, físico ou 
virtual, onde se encontram os vendedores e compradores de determinados bens e 
serviços. Este ambiente se estruturará e variará conforme: a) o número de empresas 
que compõem esse mercado; b) os tipos de produtos e sua similaridade; e c) se 
existem obstáculos ao acesso de novas empresas. Levando-se em conta estas 
variáveis, pode-se classificar como estruturas de mercado: 
a) CONCORRÊNCIA PERFEITA: também chamada de “mercado 
competitivo”, é o tipo de mercado em que existe um grande número de 
empresas vendendo produtos idênticos, de modo que, isoladamente, uma 
empresa não é capaz de afetar a oferta do mercado e nem o preço de 
equilíbrio. Características: i) mercado atomizado; ii) produtos homogêneos; 
iii) sem barreiras para o surgimento de novas empresas; iv) transparência 
do mercado. 
b) MONOPÓLIO: é um modelo extremamente oposto ao anterior, em que 
existe apenas uma empresa que domina totalmente a oferta e os 
consumidores,determinando o preço de equilíbrio. Não há concorrência, 
nem produto substituto ou concorrente. O surgimento de novas empresas é 
impossível neste cenário. 
c) OLIGOPÓLIO: trata-se de um modelo intermediário entre a concorrência 
perfeita e o monopólio. É caracterizado pela presença de um número 
reduzido de empresas que controlam a oferta de mercado e seu preço de 
equilíbrio. É este o modelo que se identifica no setor produtivo brasileiro. 
6 
 
CARTEL: O cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de 
um determinado setor, sendo responsável por ditar a política de preços para todas as 
demais empresas. Trata-se de uma união de empresas oligopolistas que pretendem 
evitar a competição e maximizar os seus lucros. 
Conforme definição do CADE, “cartel é qualquer acordo ou prática concertada entre 
concorrentes para fixar preços, dividir mercados, estabelecer quotas ou restringir 
produção, adotar posturas pré-combinadas em licitação pública, ou que tenha por 
objeto qualquer variável concorrencialmente sensível. Os cartéis, por implicarem 
aumentos de preços e restrição de oferta e nenhum benefício econômico 
compensatório, causam graves prejuízos aos consumidores tornando bens e serviços 
completamente inacessíveis a alguns e desnecessariamente caros para outros”. 
No Brasil, a prática de cartel é considerada, além de infração administrativa, crime 
contra a ordem econômica (art. 4º, I, Lei nº 8.137/90). 
SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA (SBDC): Estruturado 
pela Lei nº 12.529/2011, o SBDC é formado por três órgãos governamentais: a) 
Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça; b) Secretaria de 
Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda; e c) Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica (CADE), autarquia vinculada ao Ministério da 
Justiça. Este sistema tem por objetivo a promoção de um ambiente econômico 
competitivo no Brasil, sendo responsável por prevenir e reprimir ações que limitem ou 
prejudiquem a livre concorrência. 
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA (CADE): O 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é uma autarquia federal, 
vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, que exerce, 
em todo o Território nacional, as atribuições dadas pela Lei nº 12.529/2011. 
O CADE tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a 
entidade responsável, no âmbito do Poder Executivo, não só por investigar e decidir, 
em última instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e 
disseminar a cultura da livre concorrência. 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E A RELAÇÃO DE CONSUMO: A Lei nº 
8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) dispõe sobre a proteção conferida aos 
7 
 
consumidores na relação estabelecida com os respectivos fornecedores. Dessa 
maneira, em face do reconhecimento da vulnerabilidade dos consumidores nas 
relações de consumo (art. 4º, I, CDC), a legislação lhes atribui proteção especial em 
relação aos fornecedores. 
 
 
3 ATIVIDADE ECONÔMICA NACIONAL 
 
 
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB): Trata-se do somatório de todos os bens e 
serviços finais (isto é, já disponíveis para consumo) produzidos dentro do território 
nacional, em determinado período, valorizados a preço de mercado, sem levar em 
consideração se os fatores de produção empregados são de propriedade de 
residentes (brasileiros) ou não residentes (estrangeiros). 
RENDA NACIONAL: Entendida como a soma de todas as remunerações recebidas 
pelos proprietários dos fatores de produção durante determinado período, isto é, a 
soma dos alugueis (terra), salários (trabalho) e juros (capital). 
INVESTIMENTO: É a despesa em bens e serviços que serão utilizados futuramente 
na produção de outros bens e serviços. Chamando também de “formação bruta de 
capital”, o investimento faz aumentar os recursos produtivos de uma economia e, 
consequentemente, as suas possibilidades de produção e de consumo. 
DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NACIONAL: Distribuição de renda, ou distribuição de 
riquezas, é o “modo como se processa a repartição da riqueza e dos bens 
socialmente produzidos entre os indivíduos e entre os diversos segmentos da 
população em determinada sociedade. O caráter e os mecanismos de distribuição do 
produto social variam de época para época e dependem diretamente da organização 
da produção e da forma de propriedade nela vigente”6. 
Via de regra, nos países em que se tem uma economia de mercado, os governos 
trabalham para que haja a distribuição igualitária dos produtos e serviços produzidos 
através de uma política fiscal justa e equilibrada, fiscalizando para que os índices de 
 
6 SANDRONI, 1999, p. 179. 
8 
 
desigualdade e concentração de renda não aumentem. 
O Brasil figura como um dos países com o pior coeficiente de distribuição de renda, 
de acordo com o Índice Gini (que mede a concentração de renda, em uma escala de 
0 a 1, sendo que, quanto mais próximo do 1, maior é a desigualdade). No primeiro 
trimestre de 2019, de acordo com este índice, o Brasil ficou com 0,6257 (março)7. 
OBJETIVOS E INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA: Pode-se dizer que 
“política econômica” consiste no conjunto de ações de determinado governo 
direcionadas à finalidades que se relacionam com a situação econômica do país. 
Assim, “a política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade 
produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agregada), com o 
objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de 
inflação, com distribuição de renda justa, e cresça de forma contínua e 
sustentável”8. 
Os principais instrumentos direcionados para que se alcance os objetivos da política 
econômica de um país são: 
a) POLÍTICA FISCAL: refere-se aos meios que dispõe o governo para arrecadar 
tributos (política tributária) e para controlar suas despesas (política de 
gastos). 
b) POLÍTICA MONETÁRIA: refere-se à atuação do governo sobre a quantidade 
de moeda e de títulos públicos existentes na economia do país, que se dará, 
por exemplo, por meio de emissões, reservas compulsórias, open market, 
redescontos e regulamentação sobre crédito e taxa de juros. 
c) POLÍTICA CAMBIAL: refere-se às ações do governo sobre a taxa de câmbio. 
Assim, o governo poderá fixar a taxa de câmbio (regime de taxas fixas de 
câmbio) ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas 
(regime de taxas flutuantes). 
SETOR PÚBLICO NA ECONOMIA E SUAS FUNÇÕES: Em face da ineficiência do 
sistema de mercado em cumprir adequadamente algumas tarefas e funções, faz-se 
necessária a atuação econômica do setor público. Existem bens e serviços que o 
 
7 https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/21/desigualdade-de-renda-no-brasil-atinge-o-maior-
patamar-ja-registrado-diz-fgvibre.ghtml 
8 VASCONCELLOS; GARCIA. 2014. 
9 
 
mercado não consegue fornecer, logo, a presença do Estado para suprir essa falta é 
necessária (função alocativa). Além disso, a atuação estatal se justifica vez que o 
sistema de mercado, via de regra, não leva a uma justa distribuição de renda (função 
distributiva). Por fim, o sistema de mercado não consegue se autorregular, assim o 
Estado deve atuar visando estabilizar tanto a produção quanto o crescimento dos 
preços (função estabilizadora). 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: A “teoria do crescimento e 
do desenvolvimento econômico” discute estratégias de longo prazo para um 
crescimento econômico equilibrado e autossustentado. Divide-se em: 
a) CRESCIMENTO ECONÔMICO: trata-se do aumento da capacidade 
produtiva da economia e, portanto, da produção de bens e serviços de 
determinado país ou área econômica, transformando-se no crescimento do 
Produto Interno Bruto (PIB). Possui caráter eminentemente quantitativo;b) DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: processo em que se observa uma 
variação positiva das variáveis quantitativas (isto é, o crescimento econômico), 
porém, vem acompanhado de variações positivas a nível qualitativo, 
melhorando os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza, 
desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimentação, educação, 
moradia, entre outros). 
 
4 ECONOMIA INTERNACIONAL 
 
 
COMÉRCIO INTERNACIONAL: Trata-se do intercâmbio de bens e serviços entre 
países, resultante de suas especializações na divisão internacional do trabalho. 
Atualmente, prevalece o raciocínio de que se pode auferir benefícios consideráveis do 
comércio internacional, pelas vias conjuntas das exportações e das importações. 
BALANÇO DE PAGAMENTOS: É um registro sistemático das transações 
econômicas de um país com o exterior. Assim, pode ser considerado como registro 
de todas as transações de caráter econômico-financeiro realizadas por residentes 
de um país com residentes dos demais países. Dessa maneira, estão registradas 
10 
 
no balanço de pagamentos, por exemplo, todas as importações e exportações de 
determinado período a ser considerado. Isto é, todas as transações com mercadorias, 
serviços e capitais físicos e financeiros entre países e o resto do mundo. 
INSTITUIÇÕES MULTILATERAIS: No período que sucedeu a Segunda Guerra 
Mundial, a comunidade global atentou-se para a necessidade de criar um Sistema 
Monetário Internacional que viabilizasse as transações entre países, estabelecendo 
regras e convenções que regulassem as relações monetárias e financeiras, e que não 
gerassem obstáculos para o desenvolvimento mundial. 
Nesse contexto, foram criados três principais organismos econômicos internacionais: 
a) FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI): possui como função 
administrar o Sistema Monetário Internacional. Seus objetivos são: i) evitar 
instabilidades cambiais e garantir estabilidade financeira; e ii) socorrer os 
países associados quando passarem por desequilíbrios transitórios em seus 
balanços de pagamentos; 
b) BANCO MUNDIAL: foi construído com o intuito de auxiliar a reconstrução de 
países devastados pela guerra e, posteriormente, para promover o crescimento 
de países em desenvolvimento; 
c) ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC): possui caráter 
permanente (ao contrário de seu antecessor, o GATT), e se preocupa em 
estabelecer um conjunto de regras e instituições que regulam o comércio 
internacional, a fim de supervisioná-lo e liberalizá-lo, e encaminham a 
resolução de conflitos entre os países. 
GLOBALIZAÇÃO: Nas últimas décadas, o mundo passa por uma crescente 
integração econômica entre os diversos países sob diversos aspectos: comercial 
cultural, produtivo e financeiro. A este processo, dá-se o nome de globalização (ou 
mundialização). Trata-se de um fenômeno multidimensional, que alcança os mais 
variados aspectos. De seu ponto de vista produtivo (globalização produtiva), pode ser 
entendido como a produção e distribuição de bens e serviços dentro de redes em 
escala mundial, e que associado à redução das barreiras no comércio internacional, 
ao crescimento de novas tecnologias de informação e a difusão de novas tecnologias, 
culmina na criação de novos produtos e novas oportunidades de negócios.

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