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2 09 COC Princípios de biossegurança, classificação dos riscos biológicos e níveis de biossegurança

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9 
 
 
2. PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA, CLASSIFICAÇÃO DOS 
RISCOS BIOLÓGICOS E NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 
 
O ambiente laboratorial é o espaço físico destinado à realização de experimentos, 
pesquisas, prestação de serviços de saúde e ensino. Conta com uma estrutura adequada 
para a atividade que será desenvolvida: bancadas, instrumentos de medida, amostras, 
livros, pessoas etc. Trata-se de um ambiente hostil, visto que são manipulados 
microrganismos que podem comprometer o resultado e a confiabilidade de uma 
pesquisa. Portanto, abordaremos conceitos e princípios envolvidos na área, classificação 
de perigo e risco, abrangendo divergências e aplicações, riscos ocupacionais, 
terminologia básica, métodos de controle microbiano e níveis de Biossegurança 
aplicados em laboratórios e ambientes de saúde. 
 
2.1 Princípios de Biossegurança 
A biossegurança pode ser definida como uma atuação estratégica na qual se analisam e 
se gerenciam riscos que possam comprometer significativamente a vida humana, 
vegetal e animal. No Brasil ela trata do disposto na Política Nacional de Biossegurança, 
criando Normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o 
cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a 
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação 
no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados - OGM e seus 
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de 
biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e 
a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. 
Também trata das questões que são comuns em instituições de saúde acerca de riscos 
químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, cuidando então dos riscos 
ocupacionais. 
 
2.2 Classificação de Riscos 
Não há consenso a respeito das definições de risco e perigo atualmente: há estudiosos 
defendendo que esses termos são sinônimos, e outros (a maioria) preconizando que são 
termos completamente diferentes, tanto na nomenclatura quanto no conceito técnico 
 
 
 
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propriamente dito. Por isso, veremos a seguir as definições aceitas pela doutrina 
dominante da área de Segurança do Trabalho. 
Os riscos podem ser classificados da seguinte forma: 
- Riscos Físicos: ruído, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, temperaturas 
extremas, umidade, chama e iluminação. 
- Riscos Químicos: poeiras, fumos, neblinas, névoas, gases e vapores, explosivos, 
inflamáveis, corrosivos, irritantes, tóxicos, cancerígenos. 
- Riscos Biológicos: vírus, bactérias, protozoários, parasitas, insetos, organismos 
geneticamente modificados (OGM). 
- Riscos Ergonômicos: esforço físico ou carga de peso excessivos, produtividade ou ritmo 
de trabalho excessivos, postura inadequada, jornada de trabalho prolongada, 
monotonia, repetitividade. 
- Riscos de Acidentes: arranjo físico e iluminação inadequados, equipamentos 
inadequados, defeituosos ou sem proteção, sobrecarga na eletricidade, risco de 
incêndio ou explosão, armazenamento inadequado de materiais. 
 
2.3 Níveis de Biossegurança 
A Biossegurança em laboratórios tem por objetivos: 
- criar programas de treinamento e conscientização, com a finalidade de prevenir e 
monitorar possíveis acidentes de trabalho em ambientes laboratoriais; 
- identificar e classificar áreas com potencial de risco à saúde; 
- implementar normas preconizadas em Biossegurança, com a finalidade de prevenir 
riscos para funcionários, alunos, pacientes e o meio ambiente; 
- normatizar e padronizar procedimentos que regulamentam normas de segurança e 
Biossegurança Hospitalar. 
Em ambientes laboratoriais, o nível de Biossegurança de determinado procedimento 
será norteado conforme o agente biológico de maior classe de risco envolvido. Caso não 
seja possível conhecer a patogenicidade desse agente, deve-se realizar uma avaliação 
do risco para estimar o nível de contenção. 
NB-1: nível 1 de Biossegurança: O primeiro nível de Biossegurança é aplicado às 
atividades que envolvam agentes biológicos com menor grau de risco (Classe de Risco I) 
para profissionais do laboratório e para o meio ambiente. Nesse nível encontram-se os 
 
 
 
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agentes biológicos pertencentes à Classe de Risco I, ou seja, os agentes que apresentam 
nenhum ou baixo risco individual e comunitário, assim como os microrganismos que 
tenham pouca probabilidade de causar enfermidades humanas e em animais. Por 
exemplo, o Lactobacillus casei e o Bacillus subtilis (também conhecido como bacilo da 
grama ou bacilo do feno). 
NB-2: nível 2 de Biossegurança: é aplicado às atividades que envolvam agentes de risco 
moderado para os profissionais e para o meio ambiente, em geral, agentes causadores 
de doenças infecciosas (Classe de Risco II). 
Os agentes dessa classe apresentam risco individual moderado e risco comunitário 
limitado. A exposição ao agente patogênico pode provocar doença humana ou animal, 
porém se dispõe de medidas eficazes de tratamento e prevenção, sendo o risco de 
propagação limitado. Por exemplo, Clostridium tetani, Staphylococcus aureus, Candida 
albicans, Schistosoma mansoni, Plasmodium falciparum etc. 
Características de contenção: controle de acesso, procedimentos especiais de 
manipulação com OGM ou material contaminante, equipamentos de proteção 
individual, autoclave. 
NB-3: nível 3 de Biossegurança: é aplicado às atividades que envolvem microrganismos 
com elevado risco infeccioso (Classe de Risco III), podendo causar doenças sistêmicas 
graves e potencialmente letais. Entretanto, para os agentes classificados nesse nível de 
Biossegurança, ainda existe profilaxia e/ou tratamento. Por exemplo, Mycobacterium 
tuberculosis, Coxiella burnetii, Bacillus anthracis, Brucella spp.,Trypanosoma cruzi, vírus 
da hepatite, HIV, entre outros. As características de contenção para esse nível exigem 
as mesmas empregadas ao nível 2 acrescidas de cabines de segurança biológica (Classes 
I, II ou III), comunicação a CIBio e CTNBio na instalação do laboratório e janelas fechadas 
ou lacradas. 
NB-4: nível 4 de Biossegurança: representa o nível máximo de segurança em 
laboratórios. É aplicado às atividades que envolvem o manuseio de agentes infecciosos 
que possuem alto risco de infecção individual e de transmissão pelo ar e sempre que o 
trabalho envolver OGM resultante de organismo receptor ou parenteral classificado 
como classe de risco NB-4. 
Os agentes patogênicos pertencentes à Classe de Risco IV apresentam elevado risco 
individual e comunitário. Em outras palavras, representam grande ameaça para pessoas 
e animais, com fácil propagação de um indivíduo para o outro, direta e indiretamente, 
não existindo profilaxia nem tratamento. Por exemplo: vírus de febres hemorrágicas, 
vírus Ebola, certos arbovírus etc. E as medidas de contenção envolvem: câmara de 
fumigação ou sistema de barreira de ar, acondicionado em recipiente de contenção 
inquebrável e selado, todo o pessoal deverá tomar banho ao deixar essas áreas, entrada 
 
 
 
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e saída de pessoal por antecâmara pressurizada, instalação de filtros e esgotos devem 
estar confinados à área de contenção. 
 
SAIBA MAIS 
Para melhor entendimento dos princípios de Biossegurança, recomendamos a leitura do 
capítulo 1 – “Biossegurança: Aspectos Introdutórios”, do livro Biossegurança no 
contexto da saúde. 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520735/cfi/21!/4/4@0.00
:0.00 
 
Conclusão 
Neste capítulo aprendemos os conceitos e princípios empregados em biossegurança e 
suas classificações de perigo e risco, bem como suas divergências e aplicações. 
Estudamos os principais métodos de contenção e terminologia básica utilizada na área. 
Aprendemos ainda osquatro níveis de Biossegurança aplicados em laboratórios nos dias 
de hoje e suas principais formas de contenção.

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