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Dosagem de Glicose Sanguínea

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Oficina de preparação aula prática 2 – Dosagem de Glicose Sanguínea
1. De acordo com os princípios bioquímicos, classifique a molécula de glicose segundo suas características estruturais.
A glicose é um carboidrato – um poliidroxialdeído – monossacarídeo que, de acordo com o seu número de átomos de carbono, é denominado hexose. Na molécula de glicose, a ligação do carbono 1 é feita, mais frequentemente, com a hidroxila ligada ao carbono 5, formando um anel hexagonal e ficando o carbono 6 excluído do anel. Na estrutura resultante, um hemiacetal, o carbono 1 torna-se assimétrico, possibilitando a existência de dois isômeros (também chamados de anômeros), nos quais a hidroxila ligada a este carbono pode ficar situada abaixo ou acima do plano do anel; as formas correspondentes são designadas α e β, respectivamente.
Figura 1 – Molécula de glicose
Fonte: MARZZOCO; TORRES, 2015
2. Tendo como base a análise clínica faça uma abordagem detalhada da ação da glicose no organismo (formação e armazenamento) salientando ações enzimáticas e hormonais.
A glicose é o principal combustível da maioria dos tecidos. Ela é metabolizada a piruvato pela via da glicólise. Os tecidos aeróbios metabolizam o piruvato à acetil-CoA, que pode entrar no ciclo do ácido cítrico para oxidação completa a CO2 e H2O, ligados à formação de ATP no processo de fosforilação oxidativa. A glicólise também pode ocorrer de modo anaeróbio quando o produto final é o lactato.
A glicose e seus metabólitos também participam em outros processos – por exemplo, na síntese do polímero de armazenamento, o glicogênio, no músculo esquelético e no fígado e na via das pentoses-fosfato, uma parte alternativa da via glicolítica. Ela é uma fonte de equivalentes redutores (NADPH) para a síntese de ácidos graxos e a fonte de ribose para a síntese de nucleotídeos e ácidos nucleicos. Os intermediários trioses-fosfato na glicólise originam a porção glicerol dos triacilgliceróis. O piruvato e os intermediários do ciclo do ácido cítrico fornecem os esqueletos de carbono para a síntese dos aminoácidos não essenciais ou dispensáveis, e a acetil-CoA é o precursor dos ácidos graxos e do colesterol e, consequentemente, de todos os hormônios esteroides sintetizados no corpo. A gliconeogênese é o processo de síntese da glicose a partir de precursores não carboidratos, como lactato, aminoácidos e glicerol.
Na metabolização dos carboidratos, quando a concentração sanguínea de glicose está alta, o excesso dessa molécula é conduzido ao fígado onde a hexocinase IV, regulada por concentrações de glicose e de frutose-6-fosfato, a converte em glicose-6-fosfato, por estímulos hormonais regulatórios – hormônio insulina – para conversão em glicogênio e triglicerídeos para armazenamento. Em referência ao primeiro processo, denominado de glicogênese, se tem a fundamental participação da enzima glicogênio-sintase, regulada negativamente pelo glucagon e pela adrenalina e positivamente pela insulina, pela glicose e pela glicose-6-fosfato.
A baixa concentração sanguínea de glicose é sinalizada pelos hormônios contra reguladores, especialmente o glucagon (também podem ser citados o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina), para que o fígado libere glicose, processo esse realizado, principalmente, por duas vias. A primeira se refere a glicogenólise, mediada pela enzima glicogênio-fosforilase, onde o glicogênio é transformado em glicose. E a segunda se refere a gliconeogênese, na qual o fígado converte também galactose, frutose, certos aminoácidos e ácido lático em glicose.
Figura 2 – Visão geral do metabolismo dos carboidratos,
mostrando as principais vias e os produtos finais.
Fonte: RODWELL; BENDER; BOTHAM; KENNELLY; WEIL, 2017
3. Com a utilização de bulas reagentes para dosagens bioquímicas, cada fabricante estabelece as condições de realização da dosagem do componente a ser investigado. Sendo assim, de acordo com o kit utilizado, você tem a bula na qual deverá atentar para: princípio da reação, tipo de amostra, interferentes na amostra e no kit, materiais e equipamentos necessários, para isto evidencie por escrito as observações destes quesitos, abaixo:
Bula - GLICOSE Liquiform (Labtest)
Princípio da reação - A glicose oxidase catalisa a oxidação da glicose de acordo com a seguinte reação:
O peróxido de hidrogênio formado reage com 4-aminoantipirina e fenol, sob ação catalisadora da peroxidase, através de uma reação oxidativa de acoplamento formando uma antipirilquinonimina vermelha cuja intensidade de cor é proporcional à concentração da glicose na amostra.
Tipo de amostra – Plasma ou soro de amostra de sangue obtida após jejum de no mínimo 8 horas ou em menor tempo de acordo com recomendação médica. Atentar as condições de conservação e ao protocolo de procedimento a depender da presença ou não de agentes antiglicolíticos.
Interferentes na amostra e no kit – Pode ser um interferente no resultado, condições pré-analíticas, como a utilização de ácido ascórbico ou a ingestão aguda de álcool nas 24h anteriores ao exame. No método de ponto final concentrações de bilirrubina maiores que 2,5 mg/dL produzem interferências negativas. O procedimento de branco de amostra é aplicável quando houver ação positiva de interferentes.
Materiais e equipamentos necessários - Além dos materiais já presentes no kit – reagente 1 e padrão calibrador – são necessários: banho-maria mantido à temperatura constante (37 ºC), fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância entre 490 e 520 nm, pipetas para medir amostras e reagente e cronômetro.
4. Você sendo responsável pela liberação e confiabilidade dos resultados, estabeleça os cuidados que primará para liberar o resultado seguro (vide linearidade, sensibilidade e especificidade).
Um laudo deve espelhar a excelência do processo laboratorial, o qual agrega atividades de alta complexidade que exigem um planejamento e execução dentro dos preceitos das boas práticas em laboratório clínico visando, em última instância, a segurança do paciente, do profissional e da comunidade. 
A confiabilidade dos resultados pode ser alcançada por meio de um sistema de gestão de qualidade, que deve envolver todas as etapas do ciclo do exame laboratorial. Todo o processo deve ser planejado e executado por uma equipe competente.
Um método laboratorial deve por exemplo preencher alguns requisitos básicos que possam garantir a confiabilidade dos resultados obtidos em amostras de pacientes. São estes:
Exatidão (acurácia): capacidade de um exame de medir o que afirma medir, e é definida como a proporção de resultados (positivos e negativos) corretos.
Precisão: capacidade de um exame de apresentar o mesmo resultado quando repetido no mesmo paciente ou na mesma amostra.
Sensibilidade: capacidade do exame de identificar corretamente as pessoas que tem a doença. É o numero de pessoas com resultado positivo e com a doença dividido pelo numero total de pessoas com a doença. Um exame com alta sensibilidade tem poucos resultados falso-negativo.
Especificidade: capacidade do exame de identificar corretamente as pessoas que não tem a doença. É o número de pessoas com o resultado negativo e que não tem a doença dividido pelo número total de pessoas que não tem a doença. Um exame com alta especificidade tem poucos resultados falso-positivos. 
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANTINÁRIA (ANVISA). Resolução RDC/ANVISA N°. 302, de 13 de outubro de 2005.
ANDRIOLO, A. Princípios básicos de medicina laboratorial. IN: SCHOR, N. Editor. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/EPM. Medicina Laboratorial. 2a.ed. São Paulo: Manole, 2008, 1-10.
MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica Básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 160 p.
RODWELL, Victor W.; BENDER, David A.; BOTHAM, Kathleen M.; KENNELLY, Peter J.; WEIL, P. Anthony. Bioquímica Ilustrada de Harper. 30. ed. São Paulo: AMGH Editora, 2017. 832 p.
WILLIAMSON, Mary A.; SNYDER, L. Michael. Wallach Interpretação de exames laboratoriais. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2013. 985 p. Tradução de: Cláudia Lúcia Caetano de Araújo; Patricia Lydie Voeux.

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