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Ética, Legislação e Propriedade Intelectual Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Ivan Ordonha Cechinel Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Registro de Propriedade Intelectual • O Código de Ética do Designer; • Direito de Propriedade Intelectual; • Registro de Marcas; • Domínio Público. • Trazer ao conhecimento do aluno os principais tópicos do código de ética da profi ssão; • Orientar o estudante a respeito do que é direito de propriedade intelectual e os caminhos que deverá seguir para registrar o trabalho criativo visual e assim compreender os diferentes recursos que poderão ser utilizados, dependendo da natureza do trabalho realizado. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Registro de Propriedade Intelectual UNIDADE Registro de Propriedade Intelectual O Código de Ética do Designer A seguir, serão apresentados os principais tópicos do Código de Ética do Designer: • Tem por objetivo identificar normas de conduta que orientam as atividades pro- fissionais e seu proceder frente a colegas, fornecedores, clientes e empregados; • Dignificar a profissão, tendo em vista o comportamento ético e moral expresso por seus atos enquanto profissional de design; • Contribuir para o desenvolvimento do país, buscando sempre a melhor quali- dade em produções visuais; • Prezar pela honestidade em todas as relações pessoais e de trabalho, pensan- do sempre no bem coletivo; • Interessar-se pelo bem público, contribuir com seu conhecimento para servir a sociedade; • Tomar atitudes que beneficiem o bem coletivo é de suma importância; Figura 1 – Projetar-se ao coletivo Fonte: Pixabay • Contribuir para a emancipação econômica do país; • Usar técnicas em acordo com estratégias de sustentabilidade em respeito ao meio ambiente; • Respeitar os preceitos internacionais de propriedade industrial; • Não deverá empreender nenhuma atividade que comprometa seu status de profissional independente; • Em relação aos colegas, não cometer injustiça; • Não destratar outras profissões de forma depreciativa; • Não praticar ato direto ou indireto que prejudique outros profissionais; • Não aceitar propostas com desleal competição de preço; • Em busca de trabalho, apoiar a concorrência; 8 9 • Não se interpor entre determinado profissional e seus clientes, se não for solicitado; • Não se aproveitar de ideias de autoria de outros sem citação ou autorização; • Não rever ou corrigir trabalho de outro profissional sem avisar; • Não reivindicar crédito individual, onde outros colaboraram; • Se for de mais de um autor, cabe identificar responsabilidades específicas. O Código de Ética, entre muitas coisas, visa a boa convivência no ambiente de trabalho. Figura 2 – A ética nas relações Fonte: Getty Images • Deveres Fundamentais: » facilitar a fiscalização do exercício da profissão; » não se aproveitar em benefício próprio; » manter-se em dia com legislação e difundi-la; » não utilizar de prestígio somente para o bem pessoal, mas ter sempre em vista o bem-estar e o progresso dos demais profissionais, trata-los com hu- manidade e respeito. • Em relação a clientes e empregadores: » oferecer a melhor capacidade técnica e intelectual; » orientar-lhes de forma expressa; » considerar sigilosa e confidencial suas funções, se assim necessário; » não deverá aceitar instruções do cliente que infringe direito dos outros; » quando atuar fora do país, observar regras do local. 9 UNIDADE Registro de Propriedade Intelectual O conjunto de regras calcado nos princípios de moral e ética são de extrema importância para o bom andamento do trabalho em equipe. Figura 3 – A ética promove o bom convívio Fonte: Getty Images • Bem público: » esforçar para juntar as classes sociais; » contribuir para utilização dos recursos materiais e humanos. • Honorários: » ganho determinado em contrato escrito; » não prestar serviço sem ganho, a não ser como doação; » deve ser fixado de acordo com o mercado do local, complexidade do traba- lho, tempo necessário, situação econômica do cliente e empregador; » o caráter do serviço a prestar; » o lugar da prestação do serviço. Os acordos contratuais devem respeitar os princípios de moral e ética. Figura 4 – Acordos Fonte: Getty Images LOPES, I. Código de Ética do Design Gráfico Ilustrado. 2011. Disponível em: http://bit.ly/2KBQVKZEx pl or 10 11 Direito de Propriedade Intelectual Proteção legal que a lei atribui à criação do intelecto humano, garantindo aos autores de determinado conteúdo o reconhecimento pela obra desenvolvida. • Direito de personalidade: são aqueles relacionados com as características que identificam o ser humano, como a sua imagem, o som de sua voz e até mesmo seu próprio nome; • Direitos autorais: são aqueles que dizem respeito às criações de caráter inte- lectual artístico ou literário do espírito humano; • Direitos de propriedade intelectual: são aqueles que dizem respeito também às criações da mente humana, mas que dão origem às invenções e às marcas, com caráter exclusivamente econômico e que possuem uma essência a sua aplicabilidade em escala industrial. Os direitos autorais são regulamentados pela lei 9.610/1998 (lei de direitos autorais - LDA). Direito autoral - proteção para produção criativa de pessoas físicas não neces- sariamente destinados especificamente para uma empresa ou para alguma marca. Ter respaldo legal é importante para argumentar em caso de cópia ou utilização indevida de sua criação. Podemos considerar como obra intelectual as criações do ser humano de cunho literário, científico ou artístico e que, de alguma forma, tenha sido materializado em um suporte físico ou digital. Se estiver apenas no campo das ideias a obra não estará protegida. Figura 5 – É preciso saber proteger suas produções Fonte: Pixabay Grande parte das produções relacionadas com o universo de criação é protegida pelos direitos autorais: desenhos, pinturas, gravuras, ilustrações projetos de en- genharia, arquitetura e topografia, paisagismo e cenografia, composição musical, textos literários e artísticos ou científicos. Você não pode vender ou passar para uma pessoa a autoria de uma coisa que você criou, apenas ceder direitos. 11 UNIDADE Registro de Propriedade Intelectual É importante especificar em contrato com o cliente se ele terá que colocar os créditos ao trabalho (especialmente em caso de fotografia, ilustração). É recomendável manter provas de que determinada obra é sua, por exemplo: manter os originais guardados. No caso de uma obra digital, guardar o arquivo Photoshop, por exemplo, com as camadas mantidas; postagens em redes sociais; site; blog, porém, o registro é o melhor caminho, é mais efetivo. Onde Registrar O registro é facultativo, é necessário exterio- rização da obra (ou seja, não é possível registrar apenas uma ideia). É útil, pois facilita defesa, no entanto, não deve ser realizado simplesmente no cartório porque ele até terá alguma eficácia, mas isso não gera a plenitude que o registro, dentro dos termos da lei, permite. A atual lei 9.610 e o artigo 19 nos apresen- tam os locais para registro. O local depende do tipo de obra: • Literárias: na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro; • Musicais: na escola de música da URFJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro; • Artes plásticas na escola de Belas Artes da URFJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro; • Marcas, patentes e Programas de computador no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Registro de Marcas Artigo 129 da LPI – Lei de Propriedade Intelectual - exclusividade em todo ter- ritório nacional. Poderá ser registrada de maneira física ou digital e será publicada na Revista de Propriedade Intelectual. Por um prazo determinado, poderá ser contestado no INPI (pedido de oposição) e o empresário entra com pedido de registro de marca. Se for registrada, é protegida por 10 anos. Posteriormente, é necessário prorrogar e, se a marca é utilizada em outros países, deveráser feito o processo em cada país. Figura 6 – Registro nos termos da lei Fonte: Getty Images 12 13 Art. 124 da LPI fala das proibições legais: • Distintividade: capacidade de distinguir produtos e serviços, não confundir ao consumir. • Disponibilidade: não pode ser parecida com o que já existe, vão averiguar se irá confundir. • Veracidade: ter caráter verdadeiro com origem e qualidade dos produtos e serviços. Ser lícita, de interesse público proibido, sem caráter ofensivo, relação visual com bandeiras ou moedas. Domínio público Quando é domínio público? É quando a obra protegida por direitos autorais passa a ser explorada sem neces- sidade de autorização. Exemplo clássico são as obras de Machado de Assis. O fato de ser obra de domínio público barateia a obra por não ter de pagar di- reitos autorais. Recai sobre direitos patrimoniais, apenas para exploração econômica, os direi- tos os morais de autoria continuam, são perpétuos, ninguém pode publicar, dizen- do que é o autor. Poderá apenas publicar. Prazo: existe uma regra geral que determina que as obras sejam protegidas durante toda a vida do autor e mais 70 anos depois da morte, porém existem varia- ções dependendo do público. Depois do prazo genérico, as criações intelectuais regidas pela Lei nº 9.610/98 caem em domínio público, previsto no art. 41: Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil Todavia, todo o exposto acima somente será aplicado caso não se trate de obra audiovisual ou fotográfica. Isso porque para esse tipo de criação intelectual, há uma regra específica de prazo para o domínio público, que é a presente no art. 44. Se- gundo esse dispositivo legal, “o prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais e fotográficas será de setenta anos, a contar de 1° de janeiro do ano subsequente ao de sua divulgação”. 13 UNIDADE Registro de Propriedade Intelectual Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Site da Associação dos Designers Gráficos: http://bit.ly/2MatZ90 Design Brasil Site da Associação dos Designers de Produto: http://bit.ly/2Kz1Cy9 Leitura Código de Ética do Design Gráfico ilustrado: http://bit.ly/2M5OS56 Domínio Público Site com materiais de domínio público: http://bit.ly/2M75Yjb 14 15 Referências BANOV, M. R. Psicologia no gerenciamento de pessoas. 4. São Paulo: Atlas, 2015. (E-book). BARSANO, P. R. Ética profissional. São Paulo: Erica, 2015. (E-book). DIAS, R. Responsabilidade social: fundamentos e gestão. São Paulo: Atlas, 2012. (E-book). RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (E-book). SOUZA, R. E. G. de. Ética e educação. São Paulo: Cengage Learning, 2015. (E-book). 15