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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA/PR JOÃO SANTOS DE OLIVEIRA , brasileiro, convivente em união estável, trabalhador rural, portador da CI n. 000.000-0 SSP/PR, inscrito no CPF sob n. 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua das Bromélias, n. 100, bairro Flores do Cerrado, CEP 00.000-00, na cidade de Londrina/PR, devidamente representado por sua advogada (procuração anexa) vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência expor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO RURAL em face de JULIÃO DE SOUZA , brasileiro, casado, empresário, portador da CI n. 000.000-0 SSP/PR, inscrito no CPF sob n. 000.000.000-00 e RUTH DE SOUZA , casada, professora, portador da CI n. 000.000-0 SSP/PR, inscrita no CPF sob n. 000.000.000-00, ambos residentes e domiciliados na Rua dos Travesseiros, s/n, Apartamento 601, Bloco 14, Condomínio Residencial Rio Amazona, CEP 00.000-00, na cidade de Londrina/PR, pelas razões e fatos a seguir aduzidos: 1. DOS FATOS Tem-se que o autor possui o imóvel rural, localizado na Rua das Bromélias, n. 100, bairro Flores do Cerrado, CEP 00.000-00, na cidade de Londrina/PR, desde 16 de março de 2013, totalizando um prazo de, aproximadamente, 09 (nove) anos. O referido imóvel é localizado na área rural e tem a extensão de 35 (trinta e cinco) hectares. O réu é proprietário do referido imóvel, conforme consta a certidão de registro em anexo, cuja propriedade confrontante é: à esquerda com a Fazenda da Paz, endereço na Rua das Bromélias, n. 102, bairro Flores do Cerrado, CEP 00.000-00, na cidade de Londrina/PR, cujo proprietário é pessoa jurídica Fazenda da Paz Ltda e a direita com a propriedade rural localizada na Rua das Bromélias, n. 99, bairro Flores do Cerrado, CEP 00.000-00, na cidade de Londrina/PR pertencente aos cônjuges Francisco El-Hage e Rosa El-Hage, conforme planta do imóvel e demais especificações anexas. O autor nunca sofreu qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, sem oposição e ininterrupta durante todo esse tempo. O possuidor desde que entrou para o imóvel cuidou juntamente com seu companheiro como se fosse o próprio dono, tendo fixado nele moradia sua e de sua família, bem como tornado a terra produtiva, mediante o trabalho dos que ali residem, tirando dali o sustento de todos, inclusive, pagando pontualmente os carnês de IPTU deixados pela prefeitura na propriedade, desde o início da posse. Considerando que, o possuidor não é proprietário de nenhum outro imóvel, seja rural ou urbano, estando presentes todos os requisitos legais exigidos para tanto, o autor faz jus a presente ação. 2. DO DIREITO O art. 191 da CF/88 e art. 1.239 do CC assegura que adquirirá a propriedade do imóvel, mediante usucapião especial, a situação fática que apresentar a junção de alguns elementos fundamentais, sejam eles: a. Imóvel rural com extensão até 50 hectares b. Exercício da posse sobre esse imóvel sem oposição e ininterrupta pelo lapso temporal de 05 anos; c. O imóvel utilizado para fins de moradia; e o possuidor, mediante trabalho seu ou com auxílio da família, devem ter tornado a terra produtiva. d. Possuidor não ser proprietário de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano; Vejamos os artigos supracitados, respectivamente: Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade Cumpre ressaltar que, a jurisprudência também anuncia os requisitos da usucapião rural, conforme julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Se não vejamos: DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE – REQUISITOS – ART. 191 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – MORADIA E TRABALHO – SUSTENTO DA FAMÍLIA – AUSÊNCIA Para que se adquira a propriedade pelo usucapião pro labore, mister que se preencham os seguintes requisitos: [1] – posse usucapionem; [2] – imóvel rural de no máximo cinquenta hectares; [3] – ser o imóvel explorado pela família, servindo-lhe de moradia; [4] – não ser o requerente proprietário de outro imóvel. – Não demonstrando o requerente que necessita do imóvel usucapiendo para moradia e sustento seu e de sua família, não há como fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal, que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo uso para 5 anos. (grifo nosso) (TJMG – Número do processo: 2.0000.00.424027-1/000 1. Relator: SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA Data do acordão: 17/09/2004. Data da publicação: 30/09/2004) A jurisprudência também é clara quanto à apreciação do animus domini , conforme decisão a seguir: USUCAPIÃO – ANIMUS DOMINI – AUSÊNCIA. Não sendo a posse exercida com animus domini, não há que se falar em prescrição aquisitiva de imóvel por usucapião especial rural. (TJMG – Número do processo: 2.0000.00.469064-6/000 1. Relator: JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA. Data do acordão: 05/10/2005. Data da publicação : 12/11/2005) Corroborando com o art. 941 do CPC, faz –se presente o condão de para declarar o domínio do imóvel ao possuidor, ora autor da presente ação, uma vez que cumpre todos os requisitos para tanto. 3. DOS PEDIDOS Posto isso, a parte autora pugna pela integral procedência da presente ação e requer o atendimento dos seguintes pedidos: a. Que seja citado via correios o réu, que é o proprietário do imóvel litigioso, nos moldes do art. 246 e 248 do CPC/2015, para que apresente sua defesa. Restando inerte, requer a penalidade por revelia nos conformes do art. 344 do CPC. b. Que sejam citados todosos confinantes, conforme especificações nos documentos anexos, comprovando o supracitado, com base no art. 246, §3º do CPC/2015. c. A intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito. d. A cientização das Fazendas Públicas Municipal, Estadual e da União. e. Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis. f. Informa o desinteresse da autocomposição de litígio nos moldes do §5º do art. 334 do CPC/2015. g. A condenação da parte requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Pretende o autor provar suas argumentações fáticas, documentalmente, aprendendo nestes autos desde já, os documentos acostados à peça exordial, prestando pela produção das demais provas eventualmente se fizerem necessários no curso da lide. Informa-se ainda, o devido recolhimento das custas processuais iniciais. Dá-se à causa o valor de R$ 102.000,00 (cento e dois mil reais), com base no art. 292, inciso IV do CPC. Termos em que pede deferimento. Londrina/PR, 00 de março de 2020 ADVOGADO/OAB
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