Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL Comarca de Londrina/PR João, Brasileiro, Amasiado, Trabalhador Rural, inscrito no CPF sob o nº XXX, RG nº XXX, residente e domiciliado na Rua das Bromélias, nº100, na cidade de Londrina/PR, email:XXX; vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador propor a presente: AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL Com fulcro no art.191 da CF/88 e art. 1.239 CC e 246 CPC, em face de Julião, Brasileiro, Casado, Profissão XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, RG nº XXX, residente e domiciliado na XXX, nºXXX, Bairro XXX, na cidade de Londrina/PR e Ruth, Brasileira, Casada, Profissão XXX, inscrita no CPF sob o nº XXX, RG nº XXX, endereço Idem, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I – DOS FATOS 1.1- Tem-se que os autores possuem o imóvel XXX, localizado na Rua das Bromélias, nº100, bairro XXX, cidade de Londrina/PR, há 09 (nove) anos. 1.2- O referido imóvel é localizado na área rural e tem extensão de 35 (trinta e cinco) hectares. 1.3- Os réus são proprietários do referido imóvel(conforme consta na certidão de registro juntada), cujas propriedades confrontantes são: à esquerda com a propriedade de Fazenda da Paz Ltda., endereço Rua das Bromélias, nº XXX, Bairro XXX, na cidade de Londrina/PR e à direita com a propriedade rural dos cônjuges Francisco e Rosa, endereço Rua das Bromélias, nº XXX, Bairro XXX, na cidade de Londrina/PR, conforme a planta do imóvel e demais especificações anexas. 1.4- Os autores nunca sofreram qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, e sem oposição e ininterrupta durante todo esse tempo. 1.5- Os possuidores desde que entraram para o imóvel agiram como se fossem os próprios donos, tendo fixado nele moradia de sua família, bem como tornado a terra produtiva, mediante o trabalho dos que ali residem, até mesmo os carnês de IPTU, deixados na propriedade pela prefeitura, foram pagos pelo casal, desde o inicio da posse. 1.6- Os possuidores não são proprietários de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano. 1.7- Dessa forma, estando presentes todos os requisitos legais exigidos, os autores fazem jus à presente ação. II – DO DIREITO 2.1- A Constituição Federal, em seu art. 191, caput, estabelece a usucapião rural: Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (BRASIL, 1988, [s.p.]) O referido instituto também é tratado pelo Código Civil, o qual, em seu art. 1.239, estabelece: Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (BRASIL, 2002, [s.p.]) Assegura o art. 191 da CF/88 e art. 1.239 do CC que adquirirá a propriedade do imóvel, mediante usucapião especial rural, a situação fática que apresentar a junção de alguns elementos fundamentais, quais sejam: -Imóvel rural com extensão até 50 hectares; -Exercício da posse sobre esse imóvel sem oposição e ininterrupta pelo lapso temporal de 05 anos; -O imóvel utilizado para fins de moradia; e o possuidor, mediante trabalho seu ou com auxílio da família, devem ter tornado a terra produtiva. -Possuidor não ser proprietário de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano; 2.2- A jurisprudência também anuncia os requisitos do usucapião especial rural, conforme julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG): DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE – REQUISITOS – ART. 191 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – MORADIA E TRABALHO – SUSTENTO DA FAMÍLIA – AUSÊNCIA- Para que se adquira a propriedade pelo usucapião pro labore, mister que se preencham os seguintes requisitos: [1] – posse usucapionem; [2] – imóvel rural de no máximo cinquenta hectares; [3] – ser o imóvel explorado pela família, servindo-lhe de moradia; [4] – não ser o requerente proprietário de outro imóvel. – Não demonstrando o requerente que necessita do imóvel usucapiendo para moradia e sustento seu e de sua família, não há como fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal, que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo uso para 5 anos. (TJMG – Número do processo: 2.0000.00.424027-1/000 1. Relator: SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA Data do acordão: 17/09/2004. Data da publicação: 30/09/2004) 2.3- A jurisprudência também é clara quanto à apreciação do animus domini, conforme decisão: USUCAPIÃO – ANIMUS DOMINI – AUSÊNCIA. Não sendo a posse exercida com animus domini, não há que se falar em prescrição aquisitiva de imóvel por usucapião especial rural. (TJMG – Número do processo: 2.0000.00.469064-6/000 1. Relator: JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA. Data do acordão: 05/10/2005. Data da publicação: 12/11/2005) Conforme anuncia o art. 941 do CPC, a presente ação, então, terá o condão de declarar o domínio do imóvel ao possuidor, autor da mesma. III – DO PEDIDO 3.1- Ante o exposto, pede seja julgada procedente a presente ação, concedendo ao autor o domínio útil do imóvel em questão. Para tanto requer: a) Que seja citado os réus, que são os proprietários do imóvel litigioso para responder a presente ação, bem como requer a designação de audiência de conciliação. b) Que sejam citados todos os confinantes, conforme as especificações já citadas. c) A cientificação, por meio de carta, das Fazendas Públicas da União, do Estado e do Município. d) Intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito. e) Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis Pretende os Autores provar suas argumentações fáticas, documentalmente, apresentando desde já os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide. Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. Londrina/PR, 07 de Junho de 2020 – ASSINATURA – ADVOGADO OAB/XX 00.000
Compartilhar