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Ecologia Aplicada
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Marcos Filipe Pesquero 
Revisão Textual:
Prof. Ms. Cláudio Brites 
A Vida e o Ambiente
5
• Ecologia: conceitos e definições
• Ecossistema e elementos do ambiente físico
• Diversidade biológica
• Biodiversidade do Brasil
 · Apresentar a Ecologia enquanto uma ciência interdisciplinar; 
 · Relacionar o conhecimento de Ecologia com as características do ambiente físico 
e da biodiversidade;
 · Apresentar as características da biodiversidade, assim como a sua importância e 
os seus respectivos valores;
 · Apresentar as características do ambiente físico assim como os seus principais 
componentes.
Nesta Unidade, serão apresentadas as características gerais dos componentes da Terra, as 
relações desses componentes com os seres-vivos, a biodiversidade e a sua importância para 
os ecossistemas. 
Recomendamos que você, além de fazer uma leitura tranquila do conteúdo aqui apresentado, 
consulte, ainda, os materiais complementares e o vídeo sugerido. Recomenda-se, também, que 
você utilize a internet e busque outras fontes que possam contribuir com o seu aprendizado. 
Conhecimento é a única riqueza que não pode ser roubada! 
Estude Sempre. Leia mais!
“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”
Immanuel Kant
A Vida e o Ambiente
6
Unidade: A Vida e o Ambiente
Contextualização
A vida está presente em todo o nosso planeta. Muitas são as questões que buscam 
compreender a sua origem aqui na Terra. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, 
no deparamos com pensamentos questionando a nossa história e nossa origem, bem como a 
origem da natureza. Diversos são os questionamentos e a profundidade das respostas tem sido 
cada vez mais um desafio para ciências como a Ecologia.
Quais as condições necessárias para a existência de vida? Como os seres vivos interagem 
com o ambiente? Quais as características vitais deste meio para a nossa existência? 
Para responder essas perguntas, devemos conhecer melhor sobre os seres vivos que habitam 
o globo terrestre e compreender a relação que possuem com o ambiente em que vivem. Para 
isso, utilizaremos os conhecimentos da Ecologia e iremos descobrir que naturalmente trazemos 
ao longo da história natural do homem uma grande bagagem de conhecimento ecológico. 
Portanto, nesta Unidade, você conhecerá as principais características do ambiente onde 
ocorre a vida, como os seres vivos interagem com o ambiente a qual pertencem e qual o papel 
da biodiversidade na manutenção das relações ecológicas que estruturam todos os ecossistemas 
de nosso planeta.
7
Ecologia: conceitos e definições
Todos nós, em diversos instantes de nossas vidas, paramos para olhar o mundo à nossa volta. 
Apreciamos um belo nascer ou por do Sol. Inspiramo-nos com as paisagens, com os morros 
e as florestas pulsantes de tanta vida. Buscamos estar em meio à natureza visitando lagos, 
rios e cachoeiras para descansar e respirar o ar puro. Encantamo-nos com a grandiosidade 
do universo olhando as estrelas e nos percebemos pequenos seres perante tamanha beleza 
do mundo o qual habitamos. Momentos como esse estão relacionados com a nossa história 
natural de vida, onde originalmente interagíamos harmoniosamente com a natureza. 
Essa interação que existe entre nós e o ambiente em que vivemos ocorre também com cada 
ser vivo durante toda a sua vida. Quando respiramos, bebemos e comemos para nos manter 
hidratados e nutridos, estamos consumindo recursos que estão sendo ofertados pelo ambiente 
em que vivemos e pelas demais espécies que consumimos. 
No início da nossa história, vivíamos em grupos nômades nos alimentando basicamente da 
caça rudimentar e da coleta de frutos e vegetais disponíveis à nossa volta. Com o passar do 
tempo, houve, a partir da observação do mundo e de experiências práticas do dia-a-dia, um 
acúmulo de conhecimento sobre a natureza. Uma das maiores descobertas que significou um 
momento de grande mudança para a humanidade foi a capacidade de produzir e manipular 
o fogo. A manipulação do fogo nos possibilitou aumentar a capacidade de modificar o nosso 
ambiente, conferindo melhores condições de sobrevivência e de domínio de território. 
O constante convívio com as forças da natureza, com o passar do tempo, possibilitou aos 
pequenos grupos de homens que viviam como nômades em busca de comida a se fixarem 
em determinados lugares por períodos prolongados. Esse fato foi possível quando obtivemos 
o conhecimento necessário para domesticar animais e cultivar plantas. A partir de então, a 
pecuária e a agricultura de subsistência passaram a ser praticadas, essas comunidades nômades 
começaram a se configurar como as primeiras sociedades primitivas. Além da agricultura e da 
pecuária, os homens foram descobrindo substâncias extraídas de plantas que trouxeram a cura 
para diversas doenças e enfermidades. 
Após uma longa trajetória histórica onde os humanos puderam experimentar e aprender 
na prática sobre os sistemas ecológicos que governam a natureza, surge na Grécia Antiga 
obras importantes, como as de Hipócrates e Aristóteles, com textos que continham certo 
aprofundamento do conhecimento na área da ecologia. Mesmo que não houvesse ainda 
naquela época a existência desse termo, o conceito ecológico já estava presente na mente das 
pessoas.
Importante!
A palavra ecologia (Ökologie) foi mencionada, pela primeira 
vez, pelo zoólogo alemão Ernest Haeckel no ano de 1869. 
O prefixo “eco” seguido pelo sufixo “logia” originam-se 
respectivamente das palavras gregas “oikos”, que significa 
ambiente ou casa, e “logos”, ciência (BEGON et al., 2007) 
– compreende-se, portanto, a ecologia como a área do 
conhecimento que objetiva a estudar o ambiente.
8
Unidade: A Vida e o Ambiente
Sabemos que em nosso planeta há diversos tipos de ambientes e de elementos que os 
compõem – florestas, lagos, desertos, oceanos, solos, rios, rochas, cavernas, entre tantos 
outros –, que possuem peculiaridades em sua composição biológica, química e física. Cada 
um deles possui seu sistema ecológico próprio, estabelecido a partir da interação da variedade 
de elementos que o compõem, por exemplo: o clima, o relevo, o tipo de solo de uma 
região; interagindo com as espécies de flora e fauna que ali convivem. Pode-se ainda citar 
outros pequenos sistemas ecológicos, como o intestino e a boca de insetos e animais onde 
respectivamente vivem vermes e se proliferam bactérias. 
Dessa forma, podemos visualizar a enorme variedade de fatores que compõem os 
ambientes, e a Ecologia se torna obrigatoriamente uma ciência interdisciplinar, a qual envolve 
conhecimentos de Biologia, Geografia, Meteorologia, Genética, Química, Física, entre outras 
disciplinas de interesse direto ou indireto no meio ambiente e nos seres vivos. 
Tendo por base o ponto de vista ecológico, o nosso planeta é estruturado por sistemas 
estabelecidos ao longo do tempo e do espaço entre os seres vivos e o meio ambiente em que 
convivem. O conjunto dessas interações ecológicas compõem os ecossistemas. Como esse 
conjunto de interações ocorre tanto entre os organismos vivos como entre os organismos e o 
ambiente, os ecossistemas são estruturados por dois tipos de componentes:
• Componentes abióticos (não vivos): condições físicas e químicas do ambiente. Ex.: 
quantidade de luz, temperatura, água, nutrientes, potencial de hidrogênio, pressão 
atmosférica, etc.;
• Componentes bióticos (seres vivos). Ex.: animais, plantas, vírus, bactérias, fungos;
Figura 1. Exemplo de componentes bióticos e abióticos integrantes de um ecossistema.
Fonte: Ricklefs (2012)
Nos ecossistemas, ou seja, em todo o mundo à nossa volta, os componentes abióticos e 
bióticos interagem de forma interdependente ao longo do tempo e do espaço geográfico. 
Para melhor compreender cada componente do ecossistema e como ocorrem as interações 
ecológicas, é necessário aprendermos alguns conceitos.
Primeiramente, devemos ter em mente que a Ecologia subdivide o seu objetode estudo, 
que é a natureza, em cinco partes hierárquicas da organização biológica. O primeiro e menor 
sistema ecológico é o organismo que, sendo considerado como o sistema ecológico elementar, 
ao longo de sua vida adquire nutrientes provenientes do meio em que vive, transformando-os 
em energia e processando em matéria para continuar desenvolvendo suas atividades vitais. 
Ao fazer isso, o organismo acaba modificando as condições do ambiente e a disponibilidade 
de recursos para outros organismos (RICKLEFS, 2012). Dessa forma, ocorre por meio do 
processo de vida natural um fluxo de matéria e energia decorrentes dessa interação.
9
Certamente você já ouviu falar em espécie. Para os ecólogos, entende-se como espécie o 
conjunto desses organismos semelhantes (em sua forma, função ecossistêmica e bioquímica) 
que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Como exemplo de espécie 
temos os Homo sapiens, a espécie humana, que pode ser encontrada em todos os continentes 
do planeta, ou os Pyrhurra pfrimeri, uma espécie de periquito ameaçado de extinção que vive 
nas matas secas do Brasil Central (Figura 2).
Figura 2. Indivíduos de Pyrrhura pfrimeri em um pé de Amoreira-branca das matas secas do sudeste do Tocantins.
Foto tirada por: Filipe Pesquero. Fazenda Asa-branca, Aurora do Tocantins – TO.
O segundo nível hierárquico de organização biológica que a Ecologia estuda é a população. 
Qualquer conjunto de indivíduos de uma mesma espécie compartilhando recursos do mesmo 
ambiente ao longo do tempo pode ser considerado como população. No Brasil, temos milhares 
de populações, e podemos usar de exemplo a belíssima população de Boto-cor-de-rosa que 
habita as águas do rio Araguaia, no estado do Tocantins, ou uma população de ratos que 
habita as tubulações subterrâneas da cidade do Rio de Janeiro, ou ainda uma população de 
bactérias encontradas na boca de uma cobra Jiboia. 
O terceiro nível é o conjunto de populações das diferentes espécies que compartilham 
recursos de um mesmo ambiente. Por esse conjunto compreende-se a comunidade. Para 
exemplificar uma comunidade, podemos citar as populações de animais e vegetais que habitam 
algum ambiente – as florestas ou as águas de um rio, de um lago, até mesmo de uma poça 
d’água em brejo, ou ainda os insetos e plantas de um jardim residencial são exemplos de 
comunidades biológicas. 
Dentro das comunidades, as diferentes populações (componente bióticos) interagem entre 
si e com o ambiente físico-químico (componentes abióticos) formando uma grande e complexa 
teia de interações ecológicas. Essa complexa teia de interações ecológicas estabelecidas ao 
longo do tempo entre todos os componentes das comunidades é conhecida como ecossistema. 
Os sistemas ecológicos, ou ecossistemas, podem ser tão pequenos quanto um organismo ou 
tão grandes quanto o nosso planeta. O único fator que delimita a dimensão de um ecossistema 
é a escala de observação. 
Se formos considerar todas as interações existentes no globo terrestre com todos os 
ambientes do nosso planeta, estaremos lidando com a biosfera. Na biosfera, estão incluídas 
todas as porções terrestres e aquáticas do globo, como todos os continentes e todos os rios, 
lagos, mares e oceanos, além da atmosfera (ver Figura 3).
10
Unidade: A Vida e o Ambiente
Figura 3. Natureza hierárquica dos sistemas ecológicos, do organismo à biosfera.
Fonte: Ricklefs (2012)
Em nosso planeta há uma grande variedade de espécies, e muitas delas sequer foram 
observadas pelo homem. Isso ocorre, em grande parte, porque cada uma delas possui o seu 
próprio habitat e nicho dentro do ecossistema, ou seja, o lugar específico do globo terrestre 
onde essa espécie desempenha as suas funções ecológicas, como se fossem respectivamente 
o seu “endereço” e “profissão” na natureza. 
Devemos sempre levar em consideração que no habitat de uma espécie está representado, 
além da área geográfica em que vive, todos os demais fatores ambientais necessários para suprir 
as exigências ecológicas que possui. Como exemplo podemos citar os pinguins: em geral, seu 
habitat é localizado em ambientes litorâneos onde o clima é frio, ideal para desempenharem 
suas atividades metabólicas – além de áreas litorâneas com baixas temperaturas –, para que 
sobrevivam, contudo, eles necessitam de outras condições do ambiente, é indispensável que 
haja disponibilidade de pequenos peixes para compor a sua base alimentar e também locais 
protegidos que servirão tanto de refúgio contra predadores como para reprodução. 
Desse modo, podemos afirmar que o nicho fundamental para a sobrevivência dos pinguins 
é dado pelo conjunto dessas condições ambientais somado às demais espécies que de alguma 
forma interagem com eles.
11
Ecossistema e elementos do ambiente físico
Em toda a biosfera ocorre deslocamento de energia e de matéria por meio dos processos 
ecossistêmicos desempenhados pelos seres vivos e pelos elementos físico-químicos do ambiente. 
Desse modo, diferentes tipos de organismos representam diferentes papéis no funcionamento 
dos ecossistemas. 
Como exemplo, a transformação da energia da luz do Sol em energia química armazenada 
é produto da fotossíntese realizada pelas plantas, algas e algumas bactérias. Essa energia 
armazenada em forma biológica é consumida pelos animais e protozoários. Quem desempenha 
a importante função de decompor todo esse material biológico e reciclá-lo em forma de 
nutrientes no ecossistema são os fungos. Outros processos bioquimicamente mais específicos, 
como a assimilação de nitrogênio e o uso de sulfeto de hidrogênio como fonte de energia, são 
realizados por algumas espécies de bactérias.
Para que a integridade dos ecossistemas seja mantida, a energia tem de estar fluindo 
constantemente entre todos os organismos vivos. Com isso, todos os organismos devem arcar 
com esse gasto repondo a energia e a matéria perdida naturalmente através dos processos 
ecológicos.
 Bom, mas para isso tudo acontecer, é importante que você tenha em mente que há alguns 
elementos facilitadores no ambiente que são indispensáveis para a manutenção da vida na 
Terra. O principal elemento para tal, bastante abundante sobre a maior parte da superfície da 
Terra, é a água. 
A água
A água é considerada um meio ideal para os sistemas vivos, sendo que no estado líquido 
possui enorme capacidade de atuar como solvente universal.
 Suas propriedades permitem rápida condução de calor e resistência a mudanças de 
temperatura e de estado físico. Em comparação com o ar, a água é mais densa e proporciona 
maior capacidade de flutuação, porém sua viscosidade é maior e, portanto, oferece mais 
resistência contra deslocamentos de corpos. 
Em todas as águas naturais encontradas no globo terrestre há substâncias dissolvidas que 
foram coletadas tanto da atmosfera como dos solos e das rochas através dos quais ela flui. Na 
água também ocorre diferentes concentrações de íons de hidrogênio (H+). A variação dessas 
concentrações é o fator determinante para indicar a acidez da água, sendo que essa acidez é 
expressada em termos de pH (potencial de Hidrogênio). Em geral, águas de rios, cachoeiras e 
lagos naturais possuem valores de pH entre 6 (ligeiramente ácida) e 9 (ligeiramente alcalina).
Dentro das funções ecossistêmicas, os seres vivos constantemente interagem com a água. 
As plantas, por exemplo, extraem por osmose a água dos solos através das células de suas 
raízes. Como a água é um solvente, as plantas mantêm altas concentrações de soluto em suas 
células radiculares gerando potenciais osmóticos bem altos. Já os animais tendem a reduzir o 
uso de água, para isso eles eliminam o excesso de sais através da urina e de glândulas de sal.
12
Unidade: A Vida e o Ambiente
A radiação solar e os ventos são responsáveis pela evaporação e circulação de vapor de água 
na atmosfera e assim pelos padrões globais e sazonais de precipitação. Em escala marinha, as 
condições de precipitação são estabelecidas numa escala global através de correntesoceânicas 
conduzidas pela ação dos ventos. Essas correntes de ar se deslocam e distribuem o calor 
sobre a superfície da Terra, isso acaba exercendo grande força moduladora sobre climas em 
nosso planeta. As correntes de ressurgência, causadas pela soma das forças dos ventos, pela 
topografia da bacia oceânica e pelas diferenças de densidade da água, estão diretamente 
relacionadas com a temperatura e a salinidade das águas marinhas e são elas as responsáveis 
em trazer águas frias e ricas em nutrientes para a superfície do mar em determinadas áreas. 
A sazonalidade, ou seja, os períodos de chuva nos ambientes terrestres, é causada pela 
inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao Sol. Nos trópicos, ocorrem movimentos 
de massas de chuva para norte e sul do globo terrestre, que, seguindo o movimento solar, acaba 
por resultar em estações definidamente chuvosas e secas. Já nas regiões de altas latitudes, as 
estações são principalmente expressadas com ciclos anuais de temperatura.
Outros fatores relacionados ao clima e à precipitação levam em consideração as condições 
topográficas e geológicas, onde a sobreposição dessas condições provoca variação local nas 
condições ambientais. Por exemplo, em uma região montanhosa, onde há grandes elevações 
terrestres, as massas de chuva são interceptadas, provocando condensação da água seguida 
de precipitação. 
Há ainda outras variações climáticas que estão relacionadas com as diferentes quantidades 
de luz solar que incidem nas encostas. Além disso, a temperatura também sofre influência da 
elevação em relação ao nível do mar, diminuindo cerca de 6 °C para cada 1000 metros de 
elevação.
O solo
Você já se perguntou qual importância tem o solo para os sistemas ecológicos da Terra? 
Pois bem, os solos são o grande cofre de reserva de nutrientes do nosso planeta, embora suas 
características ao longo do espaço geográfico sejam variadas. 
A princípio você deve saber que as características do solo são influenciadas pela soma 
do material do qual se originou, com o clima e a vegetação que ocorre em sua área. A 
intemperização da rocha matriz através de processos naturais como chuvas e ventos resulta 
na decomposição de alguns de seus minerais. Esses minerais decompostos da rocha matriz 
são incorporados em partículas de argila, que serão misturadas aos detritos orgânicos. Em 
seguida, tais detritos penetram no solo a partir do contato direto com a sua superfície. Esses 
processos ocorrem em uma escala de tempo muito maior do que a de nossas vidas. Ao longo 
de milhares de anos, tais processos de decomposição de rochas e penetração de nutrientes 
no solo resultam em horizontes de solo distintos, formando camadas de solo com diferentes 
composições e colorações (Figura 4).
13
Figura 4. Perfil de solo identificando a posição dos horizontes.
Fonte: Ferreira (2012)
Você já se perguntou o que faz os solos serem mais ou menos férteis? Essa é uma pergunta 
fundamental para compreendermos a relação da fertilidade do solo com a existência de vida 
vegetal e as suas respectivas interações ecológicas. 
O solo é composto por minúsculas partículas que possuem cargas magnéticas. Essas cargas 
são negativas nas regiões de superfície do solo. A carga negativa possui a capacidade de reter 
cátions que possivelmente entram em contato com as superfícies através da presença de seres 
vegetais. É justamente essa capacidade de troca catiônica de um solo que determina a sua 
fertilidade.
14
Unidade: A Vida e o Ambiente
Diversidade biológica
A Diversidade Biológica, ou Biodiversidade, é compreendida como toda a variedade de 
vida existente no planeta Terra. Devemos ter em mente toda a variedade de espécies vegetais, 
animais, de microrganismos, como também as funções ecológicas que cada organismo 
desempenha naturalmente estruturando os ecossistemas. Dessa forma, entende-se como 
Biodiversidade tanto o número (riqueza) de espécies presentes em uma área, quanto a 
abundância dos seus indivíduos nessa mesma região. Sabe-se que nos ecossistemas há grande 
variedade de espécies.
Portanto, os ecólogos classificam a diversidade biológica em três tipos, de acordo com 
o ponto de vista ecossistêmico: quando observamos um único ecossistema em nível local, 
temos a diversidade alfa; ao compararmos a diversidade entre dois ecossistemas, as espécies 
diferentes entre um e outro são consideradas como a diversidade beta; e, por último, quando 
se observa a variação da diversidade entre grandes paisagens, estamos focando a variabilidade 
biológica em termos de diversidade gama.
 Portanto, a Biodiversidade inclui a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos 
genéticos. Por isso, ela é uma das propriedades fundamentais para a existência da natureza, 
sendo responsável tanto pelo equilíbrio quanto pela estabilidade dos ecossistemas. Além disso, 
a biodiversidade subsidia imenso potencial de uso econômico através da exploração humana.
Não é difícil notarmos que as atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais são 
todas embasadas na exploração da biodiversidade terrestre. Ainda, é na biodiversidade que 
se baseiam as estratégias industriais da biotecnologia. Mas não é apenas isso, a diversidade 
biológica possui, além de seu valor intrínseco, diversos outros valores relacionados à presença 
da humanidade no planeta Terra. São inúmeros exemplos, mas podemos citar os principais 
valores, sendo eles de importância ecológica, medicinal, genética, científica, social, educacional, 
cultural, religiosa, artística, recreativa, estética e principalmente econômica.
Não deve ser segredo para você que preservar a biodiversidade é a condição básica para 
se manter um meio ambiente sadio no planeta. Todos os seres vivos que aqui estão são 
interdependentes, conectam-se ecologicamente participando de cadeias alimentares ou 
reprodutivas. Quanto maior for a diversidade de espécies numa região, mais cadeias alimentares 
e reprodutivas serão estabelecidas nos ecossistemas e mais complexos serão esses sistemas 
ecológicos. São justamente esses ecossistemas que contêm grande biodiversidade os mais 
duráveis e capazes de se adaptarem às possíveis mudanças ambientais. 
Em todo o planeta Terra, a humanidade já catalogou quase 1,2 milhão de espécies. 
Parece muito? Mas não é! Cientistas biólogos calculam que o número total de 
organismos vivos na Terra pode chegar até 8,7 milhões (MORA et al., 2011)!
Mas nem tudo são flores para os seres vivos do globo terrestre, lamentavelmente, a cada 
ano, milhares de espécies são exterminadas para sempre. É uma proporção de extinção tão 
elevada que pode atingir 30% das espécies totais do planeta em apenas três décadas. Isso 
ocorrerá em breve caso não seja tomada providência drástica alguma visando frear o ritmo 
absurdamente alto de queimadas e desmatamentos das florestas tropicais (as mais ricas em 
biodiversidade), assim como da poluição das águas e do ar. 
15
Estamos à beira de uma catástrofe, pois essas espécies resultam de milhões de anos de 
evolução no planeta. Perdendo-as, a biosfera ficará drasticamente empobrecida em termos de 
diversidade biológica – o que é extremamente perigoso para o sistema de vida como um todo, 
pois acabará afetando as relações ecológicas que estruturam a organização da vida na Terra. 
Portanto, você não pode esquecer a importância que cada espécie exerce para o planeta, 
a nossa própria alimentação, por exemplo, no que diz respeito a espécies selvagens de frutos, 
grãos e hortaliças, poderá ser comprometida com a extinção. 
Você pode estar pensando que com o uso da tecnologia e da engenharia genética poderemos 
reverter essa situação. É aí que você se engana, o processo de criar novas variedades de 
espécies utilizando cruzamentos ou manipulação genética produz plantas híbridas que são 
mais frágeis que as nativas e, dessa forma, são mais suscetíveis a doenças ou ao ataque de 
predadores. Por isso, precisamos ter a maior diversidade possível, principalmente das plantas 
selvagens ou nativas,pois são elas que fornecerão esse material genético resistente e com 
características mais saudáveis para a população.
Além disso, os organismos constituem a fonte original dos princípios ativos contidos em 
remédios, mesmo que esses posteriormente sejam produzidos artificialmente em laboratórios. 
Um exemplo clássico é o dos antibióticos: esses foram descobertos a partir de fungos que vivem 
em matéria orgânica em decomposição. Outro exemplo é a aspirina, que veio originalmente 
do chá de uma casca de árvore da Inglaterra. 
É por isso que atualmente há grande interesse na biodiversidade. Diversas pesquisas 
continuam sendo realizadas dentro das florestas tropicais que ainda existem, ou dos oceanos, 
realizando-se mapeamento genético de organismos presentes nesses ambientes. É nesse ponto 
que a comunidade científica que estuda o meio ambiente adquire a esperança de que haja um 
novo tipo de desenvolvimento. 
Ao invés de urbanizar, devastar as áreas florestais e poluir o meio ambiente, como ocorre em 
nosso modelo atual de desenvolvimento econômico, devemos preservar os recursos naturais 
que ainda não foram extintos. Com isso, poderemos utilizar a biotecnologia para produzir 
novas fontes limpas e renováveis de energia, como também poderemos produzir alimentos 
em massa a partir de algas marinhas e remédios eficazes contra doenças que matam milhões 
de pessoas em todo o mundo a cada ano.
A biodiversidade, desse modo, é também uma fonte potencial de imensas riquezas. Porém, 
um grande problema que se coloca é o da conciliação entre os países com a biodiversidade 
totalmente devastada, mas que acumulam capital e tecnologia, com os países não totalmente 
devastados, mas desprovidos de estrutura tecnológica – como o Brasil, que apesar de todo o 
descaso da política ambiental do país, ainda detém grandes reservas de biodiversidade. 
A melhor forma de resolvermos essa situação, apesar de estarmos longe disso, seriam as 
parcerias entre esses dois tipos de países, onde, compartilhando por igual as descobertas e os 
benefícios, todos obteriam ganho considerável.
Reflita
Os países desenvolvidos têm um trunfo na mão: a tecnologia. Por outro lado, alguns 
países subdesenvolvidos têm grandes reservas de biodiversidade, que representam 
matéria-prima para o processo de valorização no mundo todo. Imagine que as 
autoridades políticas do nosso país não tivessem competência para tomar as corretas 
decisões e consultasse você para administrar nossos recursos naturais, reflita sobre 
quais seriam as principais medidas a tomar, visando a otimizar a exploração da 
biodiversidade brasileira sem extinguir essa nossa riqueza biológica.
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Unidade: A Vida e o Ambiente
Biodiversidade do Brasil
Você já deve ter ouvido falar que o Brasil é o maior dos países que possuem o que chamamos 
de megadiversidade. No território brasileiro, contamos com uma estimativa entre 10 e 20% do 
número total de espécies do planeta. Somos o país com a flora mais diversa do mundo, sendo 
mais de 55.000 espécies vegetais descritas no Brasil – o que representa 22% do total mundial 
de espécies vegetais.
Além disso, no território brasileiro se concentra a maior riqueza de espécies de palmeiras 
(390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Outras diversas espécies de plantas que 
possuem relevância econômica mundialmente também são originárias do Brasil – entre elas 
destacam-se o abacaxi, o amendoim, a castanha do Pará, a mandioca, o caju e a carnaúba. 
Mas não é apenas em relação à flora que possuímos elevada biodiversidade, os animais 
vertebrados são também amplamente diversificados na fauna brasileira. Foram registradas até 
hoje no país mais de 524 espécies de mamíferos, 1.677 espécies de aves, 468 espécies de 
répteis, 517 espécies de anfíbios e 2.807 espécies de peixes (LEWINSOHN; PRADO, 2002). 
Além de toda essa riqueza biológica, o Brasil ainda possui a maior diversidade de espécies de 
primatas do planeta: ao todo somam 55 espécies, sendo que dessas, 19 são endêmicas, ou 
seja, vivem exclusivamente aqui no Brasil.
A biodiversidade brasileira não é totalmente conhecida, e provavelmente nunca conheceremos 
com precisão toda a sua complexidade; entretanto, pesquisas realizadas por cientistas 
biólogos afirmam que existem mais de dois milhões de diferentes espécies de plantas, animais 
e microrganismos no território brasileiro. Além disso, os cientistas ainda são incapazes de 
calcular toda a diversidade genética e ecológica existentes no Brasil, devido ao nosso território 
possuir dimensões continentais, considerando ainda a imensidão da plataforma marinha que 
possuímos. 
Biodiversidade da Amazônia 
Apesar de ser bastante conhecida, a biodiversidade na Amazônia ainda necessita de 
informações mais precisas. Os pressupostos dessa riqueza são, no entanto, válidos, tendo 
em vista o processo evolutivo das plantas e dos animais amazônicos. As árvores dominam a 
paisagem e a estrutura física da floresta, mas não são os organismos com a maior contribuição 
à biodiversidade da região. A biodiversidade não representa apenas os extremos exóticos 
da diversificação evolucionária e da variedade excepcional de espécies aproveitadas pelo ser 
humano. 
A existência de um ecossistema depende da interação entre as plantas e animais que polinizam 
as flores e propagam as sementes. Muitas dessas interações são extremamente específicas e a 
perda de apenas uma espécie, que é um agente de polinização ou uma condição obrigatória 
para a reprodução, pode afetar muitas outras espécies indiretamente. Essa complexidade tem 
implicações para o desenvolvimento da região amazônica. 
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Como a biodiversidade é explorada pelo Brasil 
Geralmente não paramos para refletir sobre a importância econômica dessa riqueza 
biológica que possuímos enquanto nação. Para você ter uma ideia, o Brasil obtém cerca de 
40% do seu PIB por meio do setor agroindustrial, 4% do PIB do setor florestal e 1% do PIB 
vem do setor pesqueiro. Em relação ao total de produtos que exportamos, 31% é oriundo da 
Biodiversidade, especialmente de espécies vegetais como o café, a soja e a laranja. Além disso, 
somente através das atividades de extrativismo florestal e pesqueiro, três milhões de pessoas 
são empregadas.
De alguma forma em toda a sua vida você já deve ter se beneficiado com o imenso 
potencial medicinal que nossa biodiversidade disponibiliza para grande parte da população 
brasileira. Seja através do uso direto de espécies vegetais, de onde provém chás para vários 
tipos de problemas de saúde, ou através de substâncias extraídas de espécies vegetais onde 
se manipulam remédios. É muito grande a parte da população brasileira que utiliza de plantas 
medicinais na solução de problemas corriqueiros de saúde. 
Enquanto consumidor dos recursos naturais, todo cidadão deve ser instruído corretamente 
sobre a utilização sustentável da Biodiversidade, de modo que não se deixe extinguir esses 
recursos, vindo a comprometer a própria vida humana na Terra. Com o desenvolvimento 
de pesquisas e avanço de tecnologias, a disponibilidade de matéria prima que temos em 
nosso país, ou seja, as fontes de recursos naturais, podemos realizar grandes avanços nos 
setores de desenvolvimento farmacológico oriundos da Biodiversidade brasileira. Porém, não 
conseguimos ainda sair da fase inicial, pois, no modelo de desenvolvimento capitalista, o lucro 
descaradamente acaba falando mais alto do que as alternativas mais inteligentes e eficazes 
para a população. 
Apesar de toda a riqueza de espécies nativas que possuímos no território brasileiro, as 
nossas atividades econômicas estão baseadas principalmente nas espécies exóticas, ou seja, 
aquelas trazidas de outros países – como exemplo é possível citar a agricultura, que está 
baseada na cana-de-açúcar proveniente da Nova Guiné, no café da Etiópia, no arroz das 
Filipinas, na soja e na laranja da China, no cacau do México, no trigo da Ásia Menor, e por aí 
segue a lista. Além disso, a nossa silvicultura, que são as atividades provenientesde florestas de 
uma única espécie de árvore artificialmente plantada pelo homem, depende de eucaliptos da 
Austrália e de pinheiros vindos de países da América Central. A pecuária, uma das principais 
atividades econômicas do país e a que mais provoca degradação ambiental e extinção de 
espécies, depende principalmente de espécies de capins vindas da África, de bovinos da Índia, 
de equinos da Ásia Central.
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Unidade: A Vida e o Ambiente
Material Complementar
Livro:
PRIMACK, R. B; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: editora Planta, 
2001.
Site:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia
Vídeo:
Discovery na Escola - Elementos de Biologia, Ecossistemas
https://www.youtube.com/watch?v=5WVhItCdm-o
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Referências
BEGON, M. TOWNSEND, C.R.; HARPER, J.L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
FERREIRA, W.J. Fotos e texto sobre erosão e intemperismo. Professor Wladimir – 
Geografia [online]. 2012. Disponível em: http://profwladimir.blogspot.com.br/2012/02/
texto-sobre-erosao.html. Acesso em: 20 fev. 2015.
LEWINSOHN, T.M.; PRADO, P.I. Biodiversidade brasileira: síntese do estado atual do 
conhecimento. São Paulo: Contexto, 2002.
MORA, C.; TITTENSOR, D.P.; ADL, S.; SIMPSON, A.G.B.; WORM, B. How Many Species 
Are There on Earth and in the Ocean? PLoS Biology, v. 9, n. 8, p. 1-8, 2011.
RICKLEFS, R.E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2012.
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Unidade: A Vida e o Ambiente
Anotações

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