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Introdução atividade 3 Arte e movimento

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Introdução
O professor que deseja trabalhar na escola com a dança e as artes visuais precisa conhecer o objeto de conhecimento dessas linguagens. A dança está relacionada ao movimento corporal e as artes visuais podem ser apreendidas pela visão. Dessa forma, a dança é uma linguagem do movimento e as artes visuais é a do olhar. Você já participou de um espetáculo de dança? Notou como o dançarino se comunica e se expressa ao ritmo de uma canção? E em uma exposição, você já foi? Conhece alguém que tenha quadros na sala de sua casa? Mas, afinal, como posso me expressar e me comunicar por meio do movimento por meio dessas linguagens? A dança e as artes visuais são manifestações artísticas existentes em todas as civilizações, constituídas por aparições que representam a identidade cultural de cada artista ou de determinado povo Nesse sentido, este capítulo abordará temáticas relacionadas às artes visuais e à dança, procurando evidenciar a prática de atividades lúdico-pedagógicas que exploram essas formas de linguagens. No tópico 1, procuraremos conceituar o nosso objeto de estudo, a dança, descrevendo seus processos de expressão e comunicação por meio de seus elementos. Já no tópico 2, iremos abordar a dança como produto cultural e digna de apreciação estética. No tópico 3, vamos estudar as artes visuais como manifestação artística por meio da expressão e comunicação. E, por fim, no tópico 4, enfatizaremos, nas artes visuais, o desenho como prática cultural. Desejo que todos os conceitos, teorias e práticas relacionados à dança e às artes visuais possam ser de amplo aproveitamento e que, ao final da disciplina, você consiga visualizar essas aplicações de maneira diferente, agregando real importância ao seu dia a dia em sala de aula.
3.1 Dança: expressão e comunicação
A dança é uma forma de expressão e comunicação por meio do movimento e que está muito presente em nosso dia a dia. Você lembra se, quando criança, nas festinhas da escola, você chegou a se integrar em algum grupo de dança? Chegou a balançar o corpo movido ao ritmo de uma música ou cantiga de roda? Na escola, ela é vista como dança educativa. Segundo Strazzacappa (2006), o termo dança educativa originou-se de Rudolf Laban por meio de sua obra "Dança educativa moderna", editado pela Ícone. Essa publicação tem auxiliado muitos professores no desenvolvimento de atividades de música na sala de aula.
Para os PCNs - Arte (1997, p. 49), “os povos sempre privilegiaram a dança, sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente à natureza do homem”. Se a dança faz parte da natureza do homem, por si só ele tem a necessidade de dançar, de se movimentar, de mover o próprio corpo. A expressão e a comunicação por meio do movimento da dança fazem parte das necessidades humanas.
O professor e coreografo húngaro Rudolf Laban, responsável pelo estudo do movimento humano, foi considerado o inventor da dança expressionista alemã. Seus estudos foram direcionados para a arte e a arquitetura. As danças em grupos, as quais ele denominava de “experiências compartilhadas de movimento e senso de comunidade”, era seu alvo de interesse. Além disso, foi o criador da labanotation, sistema de registro de movimentos, denominado também como a escrita da dança.
De acordo com Marques (2003), a dança foi incluída nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e, a partir disso, ganhou reconhecimento nacional. Sendo assim, podemos dizer que a dança é ainda bem recente no âmbito escolar, ganhando notoriedade a partir da sua inclusão nesse documento que propõe um referencial para o seu ensino nas instituições.
Referindo-se à atividade de dança na escola, o PCN - Arte, referente ao ensino fundamental, propõe que a dança “pode desenvolver na criança a compreensão de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim, poderá usá-lo expressivamente com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade” (BRASIL, 1997, p. 49). A atividade de dança na escola auxilia a criança no entendimento da locomoção, melhorando sua capacidade de expressividade. No documento é recomendado também que:
O aluno deve observar e apreciar as atividades de dança realizadas por outros (colegas e adultos), para desenvolver seu olhar, fruição, sensibilidade e capacidade analítica, estabelecendo opiniões próprias. Essa é também uma maneira de o aluno compreender e incorporar a diversidade de expressões, de reconhecer individualidades e qualidades estéticas. Tal fruição enriquecerá sua própria criação em dança. (BRASIL, 1997, p. 51).
A capacidade de o aluno notar e contemplar a produção em dança dos outros colegas para fazer juízo de valor auxilia na compreensão e incorporação de diversidades de expressões, auxiliando na distinção de individualidades e características estéticas particulares, enriquecendo a criatividade do próprio aluno. Esse processo de fruição por meio do conhecimento contribui na inovação da criatividade do aluno.
Tadra et al. (2009, p. 60), ao narrarem sobre a Dança, enfatizam que: “[...] é o movimento corporal, e a ação é a sua base. Num contexto artístico, essa ação é manifestação expressiva”. Então, para que a dança se materialize, existe a necessidade da ação, e é ela que irá gerar a expressividade.
Você gostaria de refletir sobre a prática de professores sobre o movimento do corpo infantil? Assista ao documentário O movimento do corpo infantil: uma linguagem da criança (UNESP-UNIVESP, 2010). No vídeo, produzido para ajudar na formação de profissionais da Educação Infantil, as autoras fazem uma reflexão sobre o trabalho educativo com o movimento da criança. Acesse: <http://univesptv.cmais.com.br/o-movimento-do-corpo-infantil-uma-linguagem-da-crianca>.
O movimento da criança por meio da dança desenvolve vários fatores como a oralidade, a atenção e a sociabilidade. A criança passa a reconhecer e perceber o seu corpo e ter noções de espacialidade e lateralidade. Na ação de correr, pular, rodar e subir nos objetos para alcançar determinada coisa, ela está experimentando o próprio corpo. Essa atitude faz parte da sua necessidade humana para a descoberta, mas também, por outro lado, essas ações são consideradas por elas como brincadeiras. A dança ajuda a criança em todos os seus aspectos: os sensoriais, ao perceber o corpo; os afetivos, ao manter uma relação de amizade com o grupo; os cognitivos, ao ter uma mente aberta para o conhecimento; o imaginário, ao possibilitar o mundo da fantasia; e na sua expressividade, ao poder externar seus sentimentos e emoções.  
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Figura 1 - Crianças em movimento corporal: dança.Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
Tadra et al. (2009, p. 60) apresentam alguns termos que, para eles, definem o que é dança: “ritmo, intuição, comunicação, movimento, expressão, imaginação, criatividade, emoção”. A dança transmite todos esses elementos. Para se ter dança, é preciso: ter expressão e comunicação; existir movimento, que deve girar em cima do ritmo; e, para a execução da obra, ter intuição e criatividade. No entanto, os elementos básicos da dança são o movimento, o espaço e o tempo, sem eles a dança não acontece. 
Quer saber sobre a história da dança? Precisa aprender sobre o seu surgimento? Leia "História da Dança", de Maribel Portinari, publicado pela Nova Fronteira em 1989. Nessa obra, a autora faz uma viagem sobre a arte da dança no Brasil e no mundo, desde as antigas civilizações perpassando pelo Ballet de vários países até a dança moderna.
O PCN - Arte - Ensino Fundamental (1997, p. 51)propõe que, ao utilizar a dança na educação como expressão e comunicação humana, há algumas atividades que podem ser propostas para desenvolver o: “reconhecimento dos diferentes tecidos que constituem o corpo (pele, músculos e ossos) e suas funções (proteção, movimento e estrutura)”. Para ensinar dança na escola, é preciso proporcionar ao aluno formas de abordagem que contemplem o conhecimento do corpo. Esse conhecimento envolve a “observação e análise das características corporaisindividuais: a forma, o volume e o peso”. O corpo como o suporte material a ser utilizado deve ser estudado na dança como expressão e comunicação.
De acordo com o documento (BRASIL, 1997, p. 51), a “experimentação e pesquisa das diversas formas de locomoção, deslocamento e orientação no espaço (caminhos, direções e planos) e a Experimentação na movimentação considerando as mudanças de velocidade, de tempo, de ritmo e o desenho do corpo no espaço” precisam ser desenvolvidas com os educandos na sala de aula focando a fomentação da expressão e comunicação por meio da dança. A pesquisa é possível na dança, pois a mesma é área de conhecimento e deve ser estudada.
Para ocorrer a expressão e a comunicação em dança, o documento propõe também a “observação e experimentação das relações entre peso corporal e equilíbrio, Reconhecimento dos apoios do corpo explorando-os nos planos (os próximos ao piso até a posição de pé), Improvisação na dança, inventando, registrando e repetindo sequências de movimentos criados” (BRASIL, 1997, p. 51). O processo de improvisação na dança pode incentivar o aluno a ver, experimentar e reconhecer o próprio corpo.
Marques (2003), ao colocar um pouco das suas vivências em relação às práticas e reflexões da dança na escola, aborda que o processo de improvisação em dança pode incentivar o educando a se conhecer de diversas formas, dando, como exemplo, o corporal, o emocional e o intelectual, desse modo respeitando o espaço dos outros.
Por fim, Brasil (1997, p. 51) salienta que, para ocorrer a expressão e a comunicação em dança, necessitamos fazer atividades que envolvam “seleção dos gestos e movimentos observados em dança, imitando, recriando, mantendo suas características individuais, Seleção e organização de movimentos para a criação de pequenas coreografias” e “Reconhecimento e desenvolvimento da expressão em dança”. O próprio professor deve saber selecionar os gestos e os movimentos que serão utilizados com as crianças para expressão e comunicação. Brasil (1997, p. 50) recomenda que:
A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas de atenção e concentração, sem que se perca a alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno quanto fazer com que atue de maneira indisciplinada. Estabelecer regras de uso do espaço e de relacionamento entre os alunos é importante para garantir o bom andamento da aula. A adequação da roupa para permitir mais mobilidade é indispensável. É preciso dar condições para o aluno criar confiança para explorar movimentos, para estimular a inventividade e a coordenação de suas ações com a dos outros.
O professor precisa criar suas formas para conduzir os alunos em sala de aula tanto em relação às atividades práticas a serem trabalhadas quando nas relações interpessoais entre professor e aluno e entre o grupo como um todo, assim o aluno terá condições de desenvolver sua expressão e  comunicação por meio da dança.
Que no estudo do movimento existe a coreologia? Você já ouviu falar sobre esse termo? Ele foi utilizado por Rudolf Laban (coreografo, professor e estudioso do movimento) em 1926. A coreologia é a ciência que lida com o equilíbrio e a ordem na dança, ou seja, é o estudo das regras contidas no movimento que o fazem expressivo e funcional. 
O movimento, o espaço e o tempo são os três elementos fundamentais no desenvolvimento da dança. Por meio desses subsídios, podemos nos expressar e comunicar. Com a dança exploramos o ambiente e externamos nossos sentimentos. O educador precisa transmitir segurança ao aluno, criando laços de confiança, precisando ser rígido em alguns momentos e em outros não, e transmitindo a alegria da dança.
3.2 Dança: produto cultural e apreciação estética
A dança, além de ser uma forma de expressão e comunicação por meio do movimento, é um produto cultural de determinada sociedade, permitindo a interação do sujeito com a obra artística, o que ocasiona a apreciação estética.
Você lembra de algum momento da sua vida em que dançou? Você já foi em algum evento cultural e assistiu danças tradicionais, como nas comunidades indígenas, quilombolas, ou danças portuguesas ou alemãs?
A dança proporciona as trocas interculturais entre as culturas, favorecendo a integração e a socialização entre os participantes. No momento em que você se disponibiliza em visitar e conhecer danças de outros povos, seja como participante ou apenas como observador, você passa a conhecer práticas de dança diferente da sua comunidade. O importante nesse processo de trocas não é apenas conhecer, mas também respeitar, sem preconceitos em relação às danças de outras culturas.
No referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil- RCNEI, o autor afirma que “Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movi mento é aprendido e significado (BRASIL, 1998, p. 19). Nesse sentido, ao desenvolver uma prática de dança de determinada comunidade, estará expressando a cultura corporal daquele grupo social, o qual tem um significado muito importante para eles.
Que em 29 de abril comemoramos o dia internacional da dança ou dia mundial da dança? Sabe quem instituiu esse dia? E em que ano? A data foi instituída  pelo Comitê Internacional da Dança (CID), da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 1982, em homenagem ao nascimento de Jean-Georges Noverre, mestre em dança e membro do Balé Francês. Geralmente, nessa data, as instituições que trabalham com dança costumam organizar eventos voltados para essa temática.
Nos PCNs-Arte (1997, p. 50), as manifestações populares, as quais “são parte da riqueza cultural dos povos, constituindo importante material para a aprendizagem”, são recomendadas no processo de ensino e aprendizagem, por isso os professores precisam valorizá-las, como em “jogos populares de movimento, cirandas, amarelinhas e muitos outros”, além disso também “são importantes fontes de pesquisa”. Devido a isso, precisam fazer parte do repertório dos estudantes. Ao dançarem, os povos associam os seus movimentos corporais aos sentimentos que desejam expressar e a mensagem que pretendem comunicar por meio da dança.
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Figura 2 - Crianças realizando uma manifestação popular, a ciranda. Cabe ao professor proporcionar esses momentos de movimentação na escola.Fonte: Sergey Novikov, Shutterstock, 2018.
A dança na escola é uma manifestação artística que pode ser trabalhada pelo educador sem a necessidade da fala ou da escrita. O aluno participante precisa estar disposto a se movimentar. Além de ser uma manifestação artística, a dança, ao ser trabalhada com crianças, pode ser um momento de diversão e brincadeira contribuindo no desenvolvimento integral do aluno.
O ato de dançar proporciona ao sujeito uma experiência motora, a qual “permite observar e analisar as ações humanas propiciando o desenvolvimento expressivo que é o fundamento da criação estética” (BRASIL, 1997, p. 50). A criação estética precisa da expressividade e pode ser aflorada por meio do olhar e criticidade em relação aos movimentos humanos observados.
Quer se aprofundar mais sobre os estudos do movimento? Conhecer palavras que fizeram parte dos estudos de Laban? Leia a obra de Lenira Rengel: "Dicionário Laban", lançada pela Annablume em 2003. Essa obra, em formato de dicionário, apresenta os verbetes em ordem alfabética e as acepções são numeradas com seus signos e suas significações. 
No PCN-Arte - Ensino fundamental, há algumas propostas de ações que o educador pode utilizar na escola, dando visibilidade à dança como produto cultural e apreciação estética. As ações se apresentam como: “reconhecimento e distinção das diversas modalidades de movimento e suas combinações como são apresentadas nos vários estilos de dança” e “identificação e reconhecimento da dança e suas concepções estéticas nas diversas culturas considerando as criações regionais, nacionais e internacionais” (BRASIL, 1997,p. 52). Levar o aluno a distinguir os diversos tipos de dança ajuda o mesmo no processo de apreciação estética, tornando-o conhecedor dos diversos produtos culturais de dança disponíveis na humanidade.
Outras ações recomendadas pelo documento (BRASIL, 1997, p. 52) são:
· contextualização da produção em dança e compreensão desta como manifestação autêntica, sintetizadora e representante de determinada cultura;
· identificação dos produtores em dança como agentes sociais em diferentes épocas e culturas. 
Trabalhar o contexto histórico de determinada manifestação, dentro do seu território, identificando os artistas dos vários tempos e culturas, ajuda no trabalho com dança como produto cultural e apreciação estética. Além disso, ele propõe o estudo dos materiais de danças presentes na própria comunidade: 
· pesquisa e frequência às fontes de informação e comunicação presentes em sua localidade (livros, revistas, vídeos, filmes e outros tipos de registro em dança);
· pesquisa e frequência junto dos grupos de dança, manifestações culturais e espetáculos em geral. 
Essa pesquisa pode ser realizada tanto no âmbito cultural material como no imaterial.
E, por fim, os PCNS-Arte (1997, p. 52) traz como proposta a "elaboração de registros pessoais para sistematização das experiências observadas e documentação consultada”. Realizar o relatório das experiências vivenciadas durante o processo e fundamental. Para isso, algumas formas de registros que podem ser utilizadas são o portfólio e o Diário de Campo. A produção desses registros permite tanto ao aluno quanto ao educador se enxergarem durante todo o processo desenvolvido.
3.3 Artes visuais: expressão e comunicação
As artes visuais são formadas por um conjunto de manifestações que incluem o desenho, a pintura, a gravura, a escultura, e as mais modernas, como a fotografia, o cinema, a televisão, e a imagem no computador, a qual surgiu dos avanços tecnológicos. Para os PCNS-Arte (1997, p. 46), cada “uma dessas visualidades é utilizada de modo particular e em várias possibilidades de combinações entre imagens, por intermédio das quais os alunos podem expressar-se e comunicar-se entre si de diferentes maneiras”. Assim, essas manifestações juntas, separadas ou combinadas, proporcionam a expressão e a comunicação por meio dessas artes.
Você já parou para pensar de que forma pode se expressar e se comunicar por meio das artes visuais? Na sua comunidade existem artistas dessas artes? Como educador, que ações pode propor aos alunos para expressão e comunicação em artes visuais?
Elas estão presentes na história da humanidade desde os tempos da caverna, na Pedra Lascada, quando o ser humano se manifestava por meio de desenhos e pinturas nas paredes das cavernas. 
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Figura 3 - Desenhos nas paredes das cavernas que retratavam o dia a dia do homem, como caça, guerra, plantação e outros.Fonte: EcoPrint, Shutterstock, 2018.
Na educação infantil, as artes visuais se manifestam desde cedo. O RCNEI (1998, p. 85), ao se referir a elas no cotidiano infantil, aponta que no “rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis". Ainda na família a criança vivencia experiências sensíveis com as artes visuais, as quais precisam ser afloradas no ambiente escolar. A sua presença na educação infantil justifica-se por ser uma linguagem como as demais modalidades artísticas, como a música, e pelo motivo de possibilitar a expressão e a comunicação.
Além disso, sua prática pedagógica na educação de crianças precisa ser composta de significações. Não podemos fazer apenas por fazer, o pintar por pintar, precisa ter um fundamento. Em relação às propostas de atividades de artes visuais, Brasil (1998, p.86) afirma que muitas “são entendidas apenas como meros passatempos em que atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou massinha são destituídas de significados”. Entretanto, o que se busca são práticas que tenham significado para a criança e contribuam no seu processo de criação, valorizando seu ato criador.
A criança, ao entrar em contato com a Arte, é um aprendiz. Martins (1998, p. 136) afirma que “O aprendiz de Arte também se utiliza da observação de linhas, formas e cores da linguagem visual, através de produções realizadas por artistas que nelas buscaram a liberdade e, por vezes, a ousadia”.  A apreciação da produção de outros artistas permite a fruição da obra, por isso ela propõe algumas possibilidades para que o professor oportunize ao aluno aprendiz momentos cujo objetivo é ele poetizar, fruir e conhecer o campo da linguagem visual. Para ela e necessário “a prática do pensamento visual tornado visível, materializado, através da forma e da matéria”, ou seja, o pensamento visual deve estar na mente do aprendiz. Outra questão apontada é “a pesquisa e a leitura da estrutura da linguagem visual e da articulação de seus elementos constitutivos: ponto, linha, forma, cor, textura, dimensão, movimento, volume, luz, planos, espaços, equilíbrio, ritmo, profundidade, entre outros”. Ele precisa conhecer esses elementos da linguagem visual, para que possa ter “a experimentação nos diferentes modos da linguagem visual: pintura, desenho, gravura, escultura, modelagem, caricatura, histórias em quadrinhos, colagem, fotografia, cinema, instalação, vídeo, TV, informática, entre outros”, os quais são algumas das possibilidades que podem ser oferecidas ao aluno para que ele passe pela produção das diferentes manifestações artísticas, chegando ao “manuseio e a seleção de materiais, instrumentos, suportes e técnicas e suas especificidades como recursos expressivos” (MARTINS, 1998, p.136). Saber lidar e escolher as matérias das artes facilita o aprendiz na produção da sua obra.
Outra questão apresentada por Martins (1998, p. 136) sobre a linguagem visual é o olhar. Para a autora, a mesma “pode ser revelada à criança através de uma sensível olhar pensante. O olhar já vem carregado de referências pessoais e culturais; contudo, é preciso instigar o aprendiz para um olhar cada vez mais curioso e mais sensível às sutilezas”. Nesse sentido, é preciso o educador conduzir o aprendiz à curiosidade e à descoberta por meio do olhar.
Ainda em relação às práticas em artes visuais com crianças, Brasil (1998) chama a atenção das propostas que visam a ornamentação de festinhas em datas comemorativas e elaboração de convites para os pais, o quais, muitas vezes, acabam sendo elaborados pelos adultos por acharem que a criança não tem capacidade de criar algo bonito. Outra crítica feita é a utilização das artes visuais como antídoto para a aprendizagem de conteúdo. Sobre isso, o documento traz o seguinte: “são comuns as práticas de colorir imagens feitas pelos adultos em folhas mimeografadas, como exercícios de coordenação motora para fixação e memorização de letras e números” (BRASIL, 1998, p. 87). As artes visuais precisam ser utilizadas na escola com seus conteúdos específicos, os quais levem a criança a criar, a inovar, a se expressar e a comunicar, por meio de suas experiências artísticas e não como reforço de aprendizagem de conteúdos que não dizem respeito ao tema.
Divididos em blocos de conteúdos nos PCNs -Arte - Ensino Fundamental (1997), as artes visuais são apresentadas em três momentos como:
· expressão e comunicação na prática dos alunos;
· objeto de apreciação significativa;
· produto cultural e histórico.
Nosso foco será na expressão e comunicação na prática dos alunos, cujos conteúdos que precisam ser abordados nas artes visuais são: “desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, histórias em quadrinhos, produções informatizadas [...] e criação e construção de formas plásticas e visuais em espaços diversos (bidimensional e tridimensional)” (BRASIL, 1997, p. 46). Conduzir os alunos ao reconhecimento das diversas manifestaçõesartísticas das artes visuais e invenção de obras artísticas em todas as dimensões é fundamental para expressão e a comunicação.
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Figura 4 - O uso das artes visuais para a expressão e a comunicação infantil.Fonte: Eugenio Marongiu, Shutterstock, 2018.
Os PCNs -Arte - Ensino Fundamental (1997, p. 46) abordam que os conteúdos devem perpassar a “observação e análise das formas que produz e do processo pessoal nas suas correlações com as produções dos colegas”, além da consideração de "elementos básicos da linguagem visual em suas articulações nas imagens produzidas (relações entre ponto, linha, plano, cor, textura, forma, volume, luz, ritmo, movimento, equilíbrio)”.
Seguindo, ainda traz que o “reconhecimento e utilização dos elementos da linguagem visual representando, expressando e comunicando por imagens: desenho, pintura, gravura, modelagem, escultura, colagem, construção, fotografia, cinema, vídeo, televisão, informática, eletrografia” (BRASIL, 1997, p. 46) devem fazer parte do conteúdo escolar das artes visuais para contribuir na expressão e na comunicação do estudante. Esse reconhecimento, segundo Brasil (1997, p. 46), envolve também o “contato e reconhecimento das propriedades expressivas e construtivas dos materiais, suportes, instrumentos, procedimentos e técnicas na produção de formas visuais”.
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Figura 5 - Criança tendo a oportunidade de vivenciar conteúdos de pintura no ambiente escolar.Fonte: Monkey Business Images, Shutterstock, 2018.
Por fim, os PCNs - Arte - Ensino fundamental (1997, p. 46) fazem duas propostas:
· experimentação, utilização e pesquisa de materiais e técnicas artísticas (pincéis, lápis, giz de cera, papéis, tintas, argila, goivas) e outros meios (máquinas fotográficas, vídeos, aparelhos de computação e de reprografia);
· seleção e tomada de decisões com relação a materiais, técnicas, instrumentos na construção das formas visuais. 
O aluno precisa estar informado sobre materiais, técnicas, suportes, instrumentos e outros objetos que venham lhe auxiliar na criação de seu trabalho, possibilitando formas de se expressar e comunicar por meio das artes visuais.
A autora Mirian Celeste Martins e seus colaboradores (1998) relatam sobre a importância da arte na escola por ser conhecimento construído pelo ser humano no decorrer dos tempos e por ser um patrimônio cultural. Para os autores, ao desenvolver um ensino de arte fundamentado é preciso levar em consideração as recomendações do PCN-Arte (1997, p. 41), que envolvem a produção, a fruição e a reflexão, denominados de eixos norteadores: 
A produção refere-se ao fazer artístico e ao conjunto de questões a ele relacionadas, no âmbito do fazer do aluno e dos produtores sociais de arte. A fruição refere-se à apreciação significativa de arte e do universo a ela relacionado. Tal ação contempla a fruição da produção dos alunos e da produção histórico-social em sua diversidade. A reflexão refere-se à construção de conhecimento sobre o trabalho artístico pessoal, dos colegas e sobre a arte como produto da história e da multiplicidade das culturas humanas, com ênfase na formação cultivada do cidadão.
Mônica Moura, professora infantil, ao trabalhar com seus alunos que moram no Pará, cercada por aldeias indígenas, procurou um caminho de resgate dessa cultura, focando na forma de as crianças se expressarem e se comunicarem por meio das artes visuais, se valendo dos eixos norteadores do PCN-Arte- Fundamental.
Vejamos como ela fez para atender os três eixos: produção, fruição e reflexão. A princípio, Mônica conduziu os estudantes a uma reflexão sobre os povos indígenas da região e suas criações artísticas, informando a eles que a arte indígena é uma representação dessas comunidades e não exatamente do indivíduo que produz. Além disso, é uma forma de geração de renda para essas comunidades.
Considerando que a construção de desenhos retratando o índio auxilia na constituição da identidade indígena, a professora percebeu a atividade como uma ocasião oportuna para debater sobre preconceito. Depois, fez uma demonstração de algumas imagens de criações artísticas indígenas. Momento em que os alunos puderam apreciar as obras de artes, ocorrendo a fruição da produção histórico-social. Por fim, sugeriu aos alunos, como fazer artístico, a produção de desenhos em um suporte que representasse a cultura indígena. Os desenhos produzidos pela turma participaram de uma exposição pelo Dia do Índio.
Podemos dizer que essa prática pedagógica utilizada pela da professora Mônica e seus alunos é um exemplo prático dos eixos norteadores do PCN-Arte-Ensino Fundamental.
Esses eixos norteadores precisam ter uma simetria entre si, um não pode ser mais abordado que o outro nas atividades. Os conhecimentos adquiridos pelos estudantes precisam ser utilizados para a produção de arte. A criação e a inovação precisam estar presentes para o desenvolvimento da área.
Esses eixos norteadores remetem à proposta triangular de Ana Mae Barbosa (2005), que está ancorada na contextualização histórica, na apreciação e na prática (ZAGONEL, 2008). Ao associarmos os eixos norteadores do PCN- Arte com os pilares da abordagem de Ana Mae, veremos que a produção refere-se à prática, a fruição está relacionada à apreciação e a reflexão à contextualização histórica. 
3.4 Artes visuais: formas de pensar o desenho
O desenho é uma das manifestações das artes visuais, sendo um dos primeiros contatos da criança ao começar a fazer suas garatujas, rabiscos, gráficos e riscos no suporte, seja na areia, na parede ou em um pedaço de papel. Mas, por acaso, você já parou para pensar como acontece esse processo para a criança? Como surgem esses desenhos?
Derdyk (1989, p. 63) apresenta uma reflexão sobre o desenho infantil, afirmando que: “seus rabiscos provêm de uma intensa atividade do imaginário. O corpo inteiro está presente na ação, concentrado na pontinha do lápis. Esta funciona como ponte de comunicação entre o corpo e o papel”. A autora aponta que os primeiros desenhos surgem do imaginário, sendo a ferramenta, neste caso o lápis, o elo de comunicação entre o corpo e o suporte, que é papel. 
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Figura 6 - O desenho acontece no contato entre o lápis, que é a ferramenta, e o papel, que é o suporte.Fonte: studiovin, Shutterstock, 2018.
Para a referida autora, “[...] a criança projeta no desenho o seu esquema corporal, deseja ver a sua própria imagem refletida no espelho do papel”. (DERDYK, 1989, p. 51). Assim, esse é o seu processo natural e, para que isso não aconteça, precisa da orientação do adulto.
Bueno (2008, p. 70), ao se referir ao desenho, afirma que “o ato de desenhar ou rabiscar faz parte de todas as culturas e atravessou toda a história da vida humana”. Assim, podemos dizer que não existe civilização que não tenha vivenciado o desenho, pois desde criança sentimos a necessidade de rabiscar ou fazer nossos primeiros riscos seja em que suporte for. Para a autora, desenhar está voltado a trazer para o presente aquilo que está apenas nas nossas emoções e tentamos transmitir ao suporte por meio da movimentação das nossas mãos. Ela faz uma distinção entre desenho ilustrativo e industrial.
Segundo ela, o ilustrativo serve para indicar alguma informação quando estamos conversando com determinada pessoa e ela não compreende a mensagem, então tentamos transformar as palavras em imagens.  
No caso do desenho industrial, ele está voltado para as empresas, quando querem vender um produto e investem nas embalagens, por exemplo. Segundo Bueno (2008), esse tipo de desenho exige muita criatividade e é o utilizado nas indústrias.
De acordo com Bueno (2008, p. 74), “desenhar é uma linguagem muito apropriada para o trabalho com artes visuais na escola”, justificando que quando as crianças chegam no espaço escolar já tiveram contato com essa arte.
Dependendo do tipo de desenho apresentado e do contexto do seu criador, vai transmitir determinada mensagem. Para Lowenfeld (1977, p. 35), “cada desenho reflete os sentimentos,a capacidade intelectual, o desenvolvimento físico, a acuidade perceptiva, o envolvimento criador, o gosto estético e até a evolução social da criança, como individuo”. Então, o desenho está relacionado ao mundo da criança que envolve todo o ambiente cultural.
Precisa construir caminhos para aprender e ensinar arte? Sugiro o documentário Viés, de  Edith Derdyk, lançado pela Fundação Arte na Escola, em 1990, que serve como material educativo para o professor propositor. A obra é um apontamento poético da exposição da autora no Museu de Arte de São Paulo. Por meio dessa obra você será levado a meditar sobre assuntos que envolvem forma e conteúdo no ensino das artes visuais abrindo seus olhos para trilhar sobre o caminho da expressividade. 
Na sua fase inicial no desenho a criança já é capaz de produzir seus primeiros riscos. Ao narrar a respeito do desenvolvimento progressivo da criança na construção do desenho, o RCNEI (1998, p. 92) destaca que: “implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos”. A criança vai modificando seus riscos para formas mais elaboradas que lhe trazem significados e que vão se modificando na ação de desenhar e ao ter relação com desenhos de outras crianças ou até mesmo pessoas adultas. Nesse processo de modificação das garatujas, os símbolos vão criando características de desenho. Essas simbologias podem ser representadas por elementos da “linguagem do desenho do que a objetos naturais”. O autor cita como exemplos “Imagens de sol, figuras humanas, animais, vegetação e carros, entre outros”. Para Brasil (1998), esses signos passam a serem bem presentes nos desenhos das crianças.
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Figura 7 - Os primeiros símbolos ordenados construídos por crianças após a fase de garatuja podem ser as imagens de figuras humanas.Fonte: Curioso, Shutterstock, 2018.
Após essa fase inicial, RCNEI (1998, p. 92) explica que, na medida em que o tempo passa, “as garatujas, que refletiam sobretudo o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir, transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos”. É a fase em que os desenhos passam a ganhar feitios marcantes, se tornam formal. Nesse sentido, o documento afirma que:  
Na medida em que crescem, as crianças experimentam agrupamentos, repetições e combinações de elementos gráficos, inicialmente soltos e com uma grande gama de possibilidades e significações, e, mais tarde, circunscritos a organizações mais precisas. Apresentam cada vez mais a possibilidade de exprimir impressões e julgamentos sobre seus próprios trabalhos (BRASIL, 1998, p. 93).
O RCNEI (1998) apresenta os objetivos que as instituições que desenvolvem trabalhos com artes visuais, incluindo o desenho, precisam adotar em suas práticas para garantir oportunidades para crianças de zero a três anos e de quatro a seis anos desenvolverem essa habilidade.
Em relação às crianças de zero a três anos, os objetivos propostos pelo RCNEI (1998, p. 95) para as instituições, como escolas e creches, são:
· [a ampliação do ] conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística;
· utilização de  diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação. 
Não é viável a criança ir para a atividade de desenho e sair com a mesma bagagem cultural que tinha antes de adentrar na unidade escolar, seu conhecimento de mundo precisa ser aumentado para o alargamento das suas capacidades de expressão e comunicação no ato de construir o desenho.
No caso de crianças de quatro a seis anos, os objetivos propostos pelo RCNEI (1998, p. 95) englobam a ampliação do conhecimento em relação a faixa etária da idade anterior, levando as crianças a:
· [se interessar] pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras artísticas (regionais, nacionais ou internacionais) com as quais entrem em contato, ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;
· produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação.
A partir dessas informações percebemos que o desenho é uma das formas de artes visuais que serve para trabalhar o olhar das crianças, levando as mesmas a se expressarem e comunicarem por meio de gestos, movimentos, mãos.  
Síntese
Concluímos este capítulo referente à dança e às artes visuais como meio de comunicação e expressão de crianças por meio do movimento. Você aprendeu que a criança pode se expressar e se comunicar por meio da dança e que, ao se movimentar, ela desenvolve diversos aspectos, assim como também pode se manifestar por meio das artes visuais.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
· conhecer os pilares da dança para que ocorra a expressão e comunicação por meio do movimento de crianças;
· compreender a dança como um patrimônio cultural imaterial, que reflete a identidade de determinado povo e que por meio dela pode ocorrer trocas de experiências interculturais;
· saber que existem diversas manifestações das artes visuais que o educador pode estar utilizando em sala de aula para expressão e comunicação;
· compreender as artes visuais como formas expressão e comunicação;
· conhecer os eixos norteadores do PCN-Arte - Ensino Fundamental;
· aprender como e pensado o desenho a partir da criança.
Referências bibliográficas
BARBOSA, A. M.  Abordagem Triangular no Ensino das Artes e Culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2005.
BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf>. Acesso em: 24/01/2018.
_______. Ministério da Educação e do Desporto.  Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>. Acesso em: 24/01/2018.
BUENO, L. E. B. Linguagem das Artes Visuais. Curitiba: Ibpex, 2008.
DERDYK, E. Formas de pensar o Desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1989.
LABAN, R. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990.
LOWENFELD, V. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Meste Jou, 1977.
MARQUES, I. A. Dançando na Escola. São Paulo: Cortez, 2003.
MARTINS, M.C. F. D. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
PORTINARI, M. História da Dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
RENGEL. L. Dicionário Laban. São Paulo: Annablume, 2003.
SAPIENZA, T. T. Viés (Edith Derdyk). Instituto Arte na Escola. Coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2005. (DVD teca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor; 4). 
STRAZZACAPPA, M.; MORANDI, C. Entre a arte e a docência: a formação do artista da dança. São Paulo: Papirus, 2006.
UNIVESP. O movimento do corpo infantil: uma linguagem da criança. São Paulo, 2010. Disponível em:  <http://univesptv.cmais.com.br/o-movimento-do-corpo-infantil-uma-linguagem-da-crianca>. Acesso em: 31/12/2017.
TADRA, D. S. A. et al. Linguagem da Dança. Curitiba: Ibpex, 2009.
ZAGONEL, B. Arte na Educação Escolar. Curitiba: Ibpex, 2008.
Introdução
 
O professor que deseja trabalhar na escola com a dança e as artes visuais 
precisa conhecer o objeto de conhecimento dessas linguagens. A dança está 
relacionada ao movimento corporal e as artes visuais podem ser apreendidas 
pela visão. Dessa forma, a dança 
é uma linguagem do movimento e as artes 
visuais é a do olhar. Você já participou de um espetáculo de dança? Notou 
como o dançarinose comunica e se expressa ao ritmo de uma canção? E em 
uma exposição, você já foi? Conhece alguém que tenha quadros na sala d
e 
sua casa? Mas, afinal, como posso me expressar e me comunicar por meio do 
movimento por meio dessas linguagens? A dança e as artes visuais são 
manifestações artísticas existentes em todas as civilizações, constituídas por 
aparições que representam a iden
tidade cultural de cada artista ou de 
determinado povo Nesse sentido, este capítulo abordará temáticas 
relacionadas às artes visuais e à dança, procurando evidenciar a prática de 
atividades lúdico
-
pedagógicas que exploram essas formas de linguagens. No 
tóp
ico 1, procuraremos conceituar o nosso objeto de estudo, a dança, 
descrevendo seus processos de expressão e comunicação por meio de seus 
elementos. Já no tópico 2, iremos abordar a dança como produto cultural e 
digna de apreciação estética. No tópico 3, va
mos estudar as artes visuais como 
manifestação artística por meio da expressão e comunicação. E, por fim, no 
tópico 4, enfatizaremos, nas artes visuais, o desenho como prática cultural. 
Desejo que todos os conceitos, teorias e práticas relacionados à dança
 
e às 
artes visuais possam ser de amplo aproveitamento e que, ao final da disciplina, 
você consiga visualizar essas aplicações de maneira diferente, agregando real 
importância ao seu dia a dia em sala de aula.
 
3.1 Dança: expressão e comunicação
 
A dança é u
ma forma de expressão e comunicação por meio do movimento e 
que está muito presente em nosso dia a dia. Você lembra se, quando criança, 
nas festinhas da escola, você chegou a se integrar em algum grupo de 
dança?
 
Chegou a balançar o corpo movido ao ritmo de
 
uma música ou cantiga 
de roda? Na escola, ela é vista como dança educativa. Segundo Strazzacappa 
(2006), o termo dança educativa originou
-
se de Rudolf Laban por meio de sua 
obra "Dança educativa moderna", editado pela Ícone. Essa publicação tem 
auxiliado 
muitos professores no desenvolvimento de atividades de música na 
sala de aula.
 
Para os PCNs 
-
 
Arte (1997, p. 49), “os povos sempre privilegiaram a dança, 
sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente à natureza do homem”. 
Se a dança faz parte da natu
reza do homem, por si só ele tem a necessidade 
de dançar, de se movimentar, de mover o próprio corpo. A expressão e a 
comunicação por meio do movimento da dança fazem parte das necessidades 
humanas.
 
Introdução 
O professor que deseja trabalhar na escola com a dança e as artes visuais 
precisa conhecer o objeto de conhecimento dessas linguagens. A dança está 
relacionada ao movimento corporal e as artes visuais podem ser apreendidas 
pela visão. Dessa forma, a dança é uma linguagem do movimento e as artes 
visuais é a do olhar. Você já participou de um espetáculo de dança? Notou 
como o dançarino se comunica e se expressa ao ritmo de uma canção? E em 
uma exposição, você já foi? Conhece alguém que tenha quadros na sala de 
sua casa? Mas, afinal, como posso me expressar e me comunicar por meio do 
movimento por meio dessas linguagens? A dança e as artes visuais são 
manifestações artísticas existentes em todas as civilizações, constituídas por 
aparições que representam a identidade cultural de cada artista ou de 
determinado povo Nesse sentido, este capítulo abordará temáticas 
relacionadas às artes visuais e à dança, procurando evidenciar a prática de 
atividades lúdico-pedagógicas que exploram essas formas de linguagens. No 
tópico 1, procuraremos conceituar o nosso objeto de estudo, a dança, 
descrevendo seus processos de expressão e comunicação por meio de seus 
elementos. Já no tópico 2, iremos abordar a dança como produto cultural e 
digna de apreciação estética. No tópico 3, vamos estudar as artes visuais como 
manifestação artística por meio da expressão e comunicação. E, por fim, no 
tópico 4, enfatizaremos, nas artes visuais, o desenho como prática cultural. 
Desejo que todos os conceitos, teorias e práticas relacionados à dança e às 
artes visuais possam ser de amplo aproveitamento e que, ao final da disciplina, 
você consiga visualizar essas aplicações de maneira diferente, agregando real 
importância ao seu dia a dia em sala de aula. 
3.1 Dança: expressão e comunicação 
A dança é uma forma de expressão e comunicação por meio do movimento e 
que está muito presente em nosso dia a dia. Você lembra se, quando criança, 
nas festinhas da escola, você chegou a se integrar em algum grupo de 
dança? Chegou a balançar o corpo movido ao ritmo de uma música ou cantiga 
de roda? Na escola, ela é vista como dança educativa. Segundo Strazzacappa 
(2006), o termo dança educativa originou-se de Rudolf Laban por meio de sua 
obra "Dança educativa moderna", editado pela Ícone. Essa publicação tem 
auxiliado muitos professores no desenvolvimento de atividades de música na 
sala de aula. 
Para os PCNs - Arte (1997, p. 49), “os povos sempre privilegiaram a dança, 
sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente à natureza do homem”. 
Se a dança faz parte da natureza do homem, por si só ele tem a necessidade 
de dançar, de se movimentar, de mover o próprio corpo. A expressão e a 
comunicação por meio do movimento da dança fazem parte das necessidades 
humanas.

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