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PEÇA 8, CASO TULIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.
Processo n º .
TÚLIO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, IV, do CPP.
Requer que seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal.
Caso mantida a decisão, requer os autos sejam submetidos, já com as inclusas razões, ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio Grande do Sul, 25/06/2018.
Advogado...
OAB... 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Recorrente: Túlio
Recorrido: Ministério Público.
Autos n º...
COLENDA TURMA
NOBRE JULGADORES
I) DOS FATOS
O recorrente foi pronunciado por tentativa de aborto, conforme artigo 126, caput, c/c artigo 14, II, ambos do código penal, vez que comprara remédio abortivo a fim de que sua namorada fizesse uso.
Na audiência de instrução foram ouvidas as testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito proferindo, após, decisão de pronúncia, sendo as partes intimadas da decisão em 18/06/2018.
Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014.
Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na adolescente.
II- Do Direito:
Das preliminares:
a) Da Prescrição:
O réu foi pronunciado com fundamento no artigo 126 c/c 14, II do CP, a pena máxima para este delito seria de 04 anos que, com base no artigo 109, IV do CP, prescreveria em 08 anos.
Contudo, o réu, na data dos fatos, era menor de 21 anos, já que nasceu em 01/01/1996, e os fatos foram praticados em 03/01/14, ocasião em que o prazo prescricional será diminuído pela metade, conforme artigo 115 do CP, sendo, de 04 anos.
Ademais, uma vez que entre a data do recebimento da denúncia, 22/01/2014 e a decisão confirmatória de pronúncia, 18/06/2018, passaram-se mais de quatro anos. Desta forma, a extinção da punibilidade do réu deve ser extinta, conforme artigo 107, IV do Código de Processo Penal. Não restando responsabilidade jurídico penal a ser imputada ao recorrente.
b) Da Suspensão do Processo:
Não foi cedido ao réu o instituto despenalizador, mesmo que a defesa técnica tenha pedido. Em razão disso, conforme o artigo 89 da lei 9.099/95, garante a suspensão condicional do processo, já que a pena mínima prevista para o delito imputado ao acusado não excede a um ano. Ademais, o acusado é primário e preenche os requisitos do artigo 77 do CP. Em razão disso, não necessita a aplicação do referido instituto legal.
c) Da Nulidade:
Após as alegações finais das partes, foi juntado aos autos documento de atestado médico, folhas de antecedentes criminais do réu, bem como o exame de corpo de delito e, de imediato, o magistrado proferiu decisão de pronúncia. Ficando claro a violação ao artigo 5º, LV, da CRFB, que assegura o princípio do contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes, ocasião em que não foi observada. Em razão disso, requer o reconhecimento da nulidade conforme artigo 564, IV, do CPP, uma vez que o contraditório constitui elemento essencial do ato, devendo este ser refeito.
Do Mérito:
DO CRIME IMPOSSÍVEL
O recorrente foi denunciado nas sanções previstas dos artigos 126, caput c/c artigo 14, II, ambos do CP, acusado de comprar substância abortiva a fim de que sua namorada fizesse uso. Supostamente, com a intenção de matar o feto, sendo após, pronunciado nestes termos.
Contudo, através de um laudo médico hospitalar, a namorada do recorrente nunca esteve grávida, e que apenas possuía um cisto que fora expelido para fora. Logo, não se tratava de um feto.
Diante desse fato, fica exposto o crime impossível por ineficácia absoluta do objeto, não ocorrendo a tentativa de aborto, uma vez que inexistia um feto. Portanto, de acordo com o artigo 17 do Código Penal, a conduta do réu é atípica, não incidindo a responsabilização pela tentativa, merecendo o mesmo ser absolvido com fulcro no artigo 415, III do Código de Processo Penal.
II) DOS PEDIDOS
Diante todo o exposto, venho a Vossa Excelência requerer:
a) seja declarada extinta a punibilidade do réu, conforme artigo 107, IV, do CP;
b) seja declarada a nulidade pelo não oferecimento da suspensão condicional do processo, em observância ao artigo 89 da lei 9.099/95;
c) seja reconhecida a nulidade da decisão de pronúncia, posto que violado o contraditório e ampla defesa, previstos no artigo 5º, LV da CRFB/88;
d) seja o réu absolvido, com fulcro no artigo 415, III, do CP;
e) seja o réu impronunciado, caso haja dúvidas acerca da materialidade do delito, de forma subsidiária.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio Grande do Sul, 25/06/2018.
Advogado... OAB...

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