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Volume 1 IFFSC.pdf �0 �5 �2�5 �7�5 �9�5 �1�0�0 �c�a�p�a�_�V�o�l�u�m�e�_�I �q�u�i�n�t�a�-�f�e�i�r�a�,� �7� �d�e� �f�e�v�e�r�e�i�r�o� �d�e� �2�0�1�3� �0�8�:�5�9�:�4�9 0 5 25 75 95 100 guarda quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 11:27:46 0 5 25 75 95 100 guarda quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 11:27:46 Volume I Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais Editores Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Blumenau 2012 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da FURB F634f Diversidade e conservação dos remanescentes florestais / editores Alexander Christian Vibrans ... [et al.]. – Blumenau : Edifurb, 2012. 344 p. : il. (Inventário florístico florestal de Santa Catarina; v.1) ISBN 978-85-7114-330-2 Inclui bibliografia. Florestas – Inventários – Santa Catarina. 2. Fitogeografia – Santa Catarina. I. Vibrans, Alexander Christian. II. Série. CDD 634.9 Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme Lei nº 10.994 de 14 de dezembro de 2004. “Impresso no Brasil / Printed in Brazil” UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU REITOR João Natel Pollonio Machado VICE-REITOR Griseldes Fredel Boos EDITORA DA FURB CONSELHO EDITORIAL Edson Luiz Borges Elsa Cristine Bevian João Francisco Noll Jorge Gustavo Barbosa de Oliveira Roberto Heinzle Marco Antônio Wanrowsky Maristela Pereira Fritzen EDITOR EXECUTIVO Maicon Tenfen © Alexander Christian Vibrans, Lucia Sevegnani, André Luís de Gasper, Débora Vanessa Lingner (Editores) Editora da FURB Rua Antônio da Veiga, 140 89012-900 Blumenau-SC, BRASIL Fone: (47) 3321-0329 Correio eletrônico: editora@furb.br Internet: www.furb.br/editora Revisão: Roberto Belli Diagramação: Nenno Silva Distribuição: Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina Fone: (47) 3221-6047 Correio eletrônico: iffsc@furb.br Internet: www.iff.sc.gov.br Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina Governo do Estado de Santa Catarina Governador João Raimundo Colombo Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável Secretário Paulo Bornhausen Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina Presidente Sergio Luiz Gargioni Serviço Florestal Brasileiro Diretor-Geral Antônio Carlos Hummel Universidade Regional de Blumenau Reitor João Natel Pollonio Machado Universidade Federal de Santa Catarina Reitora Roselane Neckel Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina Presidente Luiz Hessmann A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS faz chegar à comunidade técnico-científica o presente trabalho, ciente de sua importância para os estudos da flora catarinense e do Sul do Brasil. A edição desta obra objetiva, em parte, reconhecer o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 10 anos no planejamento, execução e divulgação dos resultados do Inventário Florístico Florestal do Estado de Santa Catarina e, em parte, apresentar os resultados dos levantamentos de dados sobre a diversidade de plantas vasculares, composição florística, estrutura e estado de conservação da cobertura florestal, a diversidade genética de espécies ameaçadas de extinção e a importância socioeconômica e cultural dos recursos florestais do Estado. Os resultados deste projeto servirão de base para fomentar a pesquisa científica relacionada à biodiversidade catarinense, mas acima de tudo constituem um marco no planejamento, formulação e desenvolvimento de uma Política Florestal Sustentável para o Estado de Santa Catarina. Diversas ações do Estado, como o Zoneamento Ecológico Econômico, o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais e as atividades de monitoramento, fiscalização e conservação ambiental do Estado, possuem agora sólida base para seu desenvolvimento. A execução deste trabalho esteve a cargo da Universidade Regional de Blumenau (FURB), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), incentivado e financiado pela FAPESC, tendo a Diretoria de Saneamento e Meio Ambiente da SDS reunido as condições para sua publicação. Paulo Bornhausen Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 6 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores É com enorme prazer que publicamos os resultados do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), conduzido numa parceria entre a Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). Esse estudo recebeu apoio financeiro do Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC). O IFFSC foi conduzido por uma equipe multidisciplinar que percorreu quase a totalidade do território catarinense, excetuando-se apenas áreas extremamente íngremes e de difícil acesso, com o intuito de inventariar seus remanescentes florestais e gerar uma sólida base de dados. Estas informações servem de subsídios para a formação de políticas públicas voltadas à conservação das florestas catarinenses e para adoção de medidas concretas do uso sustentável dos recursos florestais. O manejo sustentável de uma floresta permite que ela gere renda sem comprometer sua biodiversidade ou outros aspectos importantes de seu tipo de cobertura vegetal. Permite, também, destacar a importância de manter áreas de proteção integral, como a criação de Unidades de Conservação, a fim de preservar a biodiversidade relevante existente nestas áreas. O IFFSC define áreas prioritárias a serem recuperadas, sinaliza para ecossistemas degradados que merecem serem recompostos e aponta para a necessidade premente da elaboração do zoneamento econômico-ecológico das atividades extrativistas do Estado, conduzindo a mecanismos que permitam pagar pelos serviços ambientais em Santa Catarina. O Inventário proporcionou trabalhar na identificação genética de algumas espécies ameaçadas de extinção e/ou de relevância econômica. Com isto foi possível estudar as espécies e áreas que apresentavam maior diversidade, bem como identificar as populações que apresentavam alta similaridade entre si, sendo, por conseguinte, mais ameaçadas de extinção. Dentro do escopo da proposta do IFFSC, foi dada ênfase à avaliação socioeconômica e cultural dos recursos florestais – especialmente das espécies ameaçadas de extinção, através de entrevistas realizadas com as comunidades locais de cada região catarinense. No total, foram investidos mais de R$ 5,3 milhões de recursos públicos em mais de 5 anos de pesquisa científica. A divulgação destes resultados à comunidade é de suma importância. Os últimos dados datavam das décadas de 1950 e 1960, com um nível de detalhamento e cobertura bem mais carentes. Esse Inventário utilizou metodologia compatível com a proposta do Inventário Florestal Nacional, garantindo a integração dos resultados obtidos com os dados de outros Estados da Nação. Santa Catarina apresenta-se como pioneira neste tipo de estudo, no entanto, se faz necessário que seja dada a devida importância aos resultados destacados pelo IFFSC e que seja dada continuidade na melhoria e atualização de seus dados. Sergio Luiz Gargioni Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarana 7 Os recursos florestais ganharam enorme importância nos últimos anos, notadamente após a Rio92, e, desde então, em decorrência de suas convenções, como a da Diversidade Biológica e das Mudanças do Clima. A sua importância é hoje reconhecida por uma gama de bens e serviços que podem gerar, muito além do que apenas a produção de madeira. Os serviços ambientais decorrentes das florestas, tais como a conservação da biodiversidade e a regulação do clima, ganharam o mundo e a simpatia da sociedade. No âmbito nacional, as florestas também têm ganhado enorme espaço nas discussões e atenções da sociedade. A cada dia observa-se uma demanda maior por políticas públicas que conciliem a necessidade de conservação das florestas com as demandas da sociedade, seja por seus produtos e serviços, seja pelo espaço que as florestas ocupam, competindo com outros usos da terra. A produção de informações e conhecimento sobre os recursos florestais nunca foi tão necessária para dosar, de forma equilibrada, a formulação de políticas que incidem sobre regiões, biomas e, muitas vezes, sobre todo o país, influenciando os padrões de uso da terra. No caso do Brasil, a situação merece ainda maior atenção, uma vez que cerca de 60% de seu extenso território ainda são cobertos por florestas. No entanto, também é fato conhecido, que, nos últimos anos, maior atenção tem sido dada à perda de florestas, o desmatamento, pela perda de biodiversidade e pelo aumento de emissões de gases do efeito estufa que causa. Reduzir a perda de florestas é de fato importante, mas conhecer melhor as florestas de que ainda dispomos é um pré-requisito fundamental para a sua conservação. Como país, estamos trabalhando para que o Inventário Florestal Nacional seja realidade e uma política de Estado consolidada e estruturada para produzir informações sobre as florestas de todo o país a cada cinco anos. Ao longo dos últimos anos, o caminho para a construção dessa política tem-se mostrado árduo, pois, de certa forma, é difícil mostrar o seu valor com resultados concretos, antes que estejam disponíveis, sobretudo para aqueles que tomam decisões estratégicas e precisam crer na sua utilidade. Santa Catarina iniciou, de forma pioneira, a implementação de seu Inventário Florístico Florestal para atender a uma demanda da própria sociedade, motivada por proteger espécies ameaçadas e, além disso, dispor de recursos para a sua gestão, agora e no futuro. Tendo como estrutura básica a metodologia nacional proposta para o Inventário Florestal Nacional, Santa Catarina concluiu com êxito essa importante tarefa, produzindo informações ainda mais detalhadas sobre as suas florestas. Desde a área, a distribuição e as condições de suas florestas até a distribuição da diversidade genética das espécies consideradas mais importantes, os resultados apresentados nesta publicação são a prova concreta de até onde se pode chegar com a produção de informações sobre os recursos florestais, para o uso estratégico e em benefício da sociedade. Trata-se de um conjunto de dados tão precioso que certamente ainda servirá para a geração de conhecimento por anos à frente, refinando e proporcionando novas leituras sobre o que se tem e o que deve ser feito para conservar as florestas do estado. Para o Inventário Florestal Nacional, ainda em implementação em outros estados, o exemplo de Santa Catarina demonstra aonde podemos chegar com a produção de informações florestais sobre todo o país. São os resultados concretos que nos faltavam para avançar e convencer. Estão de parabéns todas as instituições estaduais que trabalharam nesse projeto, todos os pesquisadores, gestores públicos, funcionários, profissionais e estudantes que dedicaram o seu tempo e o seu talento para produzir um resultado tão importante para Santa Catarina, tão importante para o Brasil. Joberto Veloso de Freitas Diretor de Pesquisa e Informações do Serviço Florestal Brasileiro Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (1992), teve como principal tema a discussão sobre o desenvolvimento sustentável e sobre como reverter o processo de degradação ambiental. Reuniu 117 governantes de países que buscavam encontrar soluções para diminuir desigualdades sociais e enfrentar a crise da biodiversidade. A contribuição acadêmica foi extensa e inúmeros documentos foram produzidos, ressaltando questões e serviços essenciais da biodiversidade, sem os quais a vida na Terra torna-se comprometida: equilíbrio do clima, qualidade e quantidade de água, produção de alimentos, bem-estar humano, entre outros. Após a assinatura da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), foram iniciadas discussões sobre as possíveis alternativas para reverter o quadro crítico da questão ambiental na escala planetária. Mudanças climáticas, uso sustentável de recursos e a conservação da biodiversidade tornaram-se os pontos centrais da agenda global. A CDB fomentou a criação de tratados e outros instrumentos que orientam políticas sobre conhecimento, conservação e uso sustentável da biodiversidade. Para plantas, um dos principais mecanismos propostos a partir da CDB, foi a Estratégia Global para Conservação de Plantas (GSPC). Sua versão atualizada (ver http://www.plants2020.net/implementing-the-gspc- targets/) possui cinco objetivos e 16 metas destinadas a buscar o consenso e facilitar sinergias nos níveis global, nacional e regional, de forma a impulsionar o conhecimento, a conservação e o uso sustentável de plantas de 2011 a 2020. Considerando que o alcance dos objetivos e metas da GSPC, requer a geração de conhecimento e de informações científicas em bases acessíveis, pode-se afirmar que os resultados alcançados pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina – IFFSC conferem ao estado de Santa Catarina uma situação privilegiada, não só pela quantidade e qualidade dos dados e informações atualizadas sobre sua flora, como também por facilitar o alcance das metas da GSPC e das diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Biodiversidade. O histórico de busca de conhecimento sobre sua flora, que remonta do Plano de Coleções de R. Reitz (1965), o Inventário Florestal Nacional na década de 1980 e os resultados advindos do IFFSC, permitirão ao estado fundamentar suas políticas públicas com base em dados científicos, embasando as tomadas de decisões relativas ao uso e à conservação da flora, permitindo um planejamento territorial adequado, conciliando assim, as políticas de desenvolvimento social e econômico. Além de ampliar o conhecimento sobre as espécies, permitem avaliar o estado de conservação das espécies e ecossistemas, assim como as potencialidades de utilização e recuperação de espécies de valor econômico do estado. Os dados e as informações da cobertura dos remanescentes florestais, do uso e da diversidade genética das espécies de valor econômico registrados pelo IFFSC, contribuem de forma efetiva para que o estado possa avaliar de forma cientifica e consistente, o risco de extinção das espécies e assim, orientar as ações de conservação, das Metas 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 da GSPC. Com estes exemplos da importância do IFFSC, o Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina consolida-se como um exemplo a ser seguido por outros estados brasileiros. Gustavo Martinelli Coordenador do Centro Nacional de Conservação da Flora Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Agradecimentos O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina não teria sido realizado sem a contribuição de um grande número de pessoas que, com entusiasmo e perseverança apoiaram a ideia de realizar o inventário das florestas catarinenses e fizeram com que os inúmeros obstáculos que este empreendimento enfrentou fossem superados. Agradecemos aos Governadores do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira e João Raimundo Colombo, ao Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, aos Presidentes da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (FAPESC) Antônio Diomário de Queiroz e Sergio Luiz Gargioni, aos Diretores de Pesquisa Agropecuária, Zenório Piana e de Pesquisa Científica e Inovação da FAPESC, Mario Vidor, ao Diretor de Pesquisa e Informações do Serviço Florestal Brasileiro, Joberto Veloso de Freitas; às gerentes de projetos da FAPESC, Adriana Dias Trevisan e Caroline Heidrich Seibert; aos Gerentes Florestais da Secretaria de Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Maria Eliza Martorano Bathke (in memoriam) e Silvio Tadeu de Menezes (in memoriam); à CAPES (PROAP - AUXPE FURB 2466/2010 - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal e Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental) pelo apoio financeiro para a editoração deste livro. Um especial agradecimento devemos às equipes de trabalho do IFFSC e aos proprietários das florestas inventariadas; às primeiras, pelo entusiasmo, pelo incansável empenho e pela seriedade e responsabilidade com que realizaram o levantamento dos dados em campo, seu processamento e sua análise, sob condições muitas vezes adversas; aos segundos pela generosidade, compreensão e confiança com que abriram as portas de suas propriedades para as nossas equipes de trabalho. Agradecemos à administração da Universidade Regional de Blumenau, da Universidade Federal de Santa Catarina e da Empresa de Pesquisa e Extensão Agropecuária de Santa Catarina (Epagri) que sempre atenderam às demandas do projeto e tornaram possível sua realização. Aos consultores externos agradecemos pela cooperação e pela revisão dos manuscritos, aos taxonomistas pela valiosa e indispensável colaboração na identificação de mais de 20.000 exsicatas. Alexander Christian Vibrans Juarez José Vanni Müller Mauricio Sedrez dos Reis Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais Sumário 1 Introdução ....................................................................................................................................... 17 Equipes ...........................................................................................................................................23 2 Metodologia do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina .................................................31 2.1 Processo e método de Amostragem do IFFSC .........................................................................32 2.2 Locação dos pontos amostrais ..................................................................................................32 2.3 Fontes de dados espaciais .........................................................................................................32 2.3.1 Base cartográfica ................................................................................................................32 2.3.2 Mapeamento fitogeográfico ...............................................................................................33 2.3.3 Mapeamento dos remanescentes florestais de Santa Catarina ...........................................33 2.4 Intensidade de amostragem ......................................................................................................34 2.5 Unidade Amostral ..................................................................................................................... 37 2.6 Aspectos operacionais ..............................................................................................................41 2.7 Análise estatística dos dados do IFFSC .................................................................................... 47 2.7.1 Suficiência amostral ........................................................................................................... 47 2.7.2 Análise de variabilidade ..................................................................................................... 50 2.7.3 Estimativas das variáveis dendrométricas ......................................................................... 53 2.7.4 Ajuste dos modelos hipsométricos e volumétricos ............................................................ 54 3 Extensão original e atual da cobertura florestal de Santa Catarina ................................................. 65 3.1 Introdução .................................................................................................................................66 3.2 Cobertura original .................................................................................................................... 67 3.3 Estimativas da cobertura florestal atual .................................................................................... 68 3.3.1 Metodologia ....................................................................................................................... 68 3.3.2 Resultados .......................................................................................................................... 70 3.4 Classes de tamanho dos remanescentes florestais .................................................................... 74 4 Análise estatística do IFFSC e estimativas dendrométricas ............................................................ 79 4.1 Introdução ................................................................................................................................. 80 4.2 Variabilidade de variáveis dendrométricas entre as regiões fitoecológicas .............................. 80 4.3 Similaridade florística entre as regiões fitoecológicas ............................................................. 81 4.4 Suficiência amostral por região fitoecológica .......................................................................... 82 4.5 Suficiência florística por região fitoecológica .......................................................................... 83 4.6 Suficiência amostral por fragmento florestal amostrado .......................................................... 85 4.7 Suficiência florística por fragmento florestal amostrado .......................................................... 88 4.8 Síntese da análise estatística ..................................................................................................... 90 4.9 Estimativas das variáveis dendrométricas ................................................................................ 91 Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores 5 Flora vascular de Santa Catarina ..................................................................................................... 99 5.1 Introdução ...............................................................................................................................100 5.2 Metodologia ...........................................................................................................................101 5.3 Resultados e discussão ...........................................................................................................101 6 Fitogeografia de Santa Catarina .................................................................................................... 113 6.1 Introdução ............................................................................................................................... 114 6.2 Metodologia ........................................................................................................................... 116 6.3 Resultados .............................................................................................................................. 117 6.4 Conclusões .............................................................................................................................121 7 Síntese da estrutura dos remanescentes florestais em Santa Catarina ........................................... 125 7.1 Introdução ...............................................................................................................................126 7.2 Metodologia ...........................................................................................................................126 7.3 Resultados .............................................................................................................................. 127 7.4 Discussão ................................................................................................................................ 135 7.5 Conclusões ............................................................................................................................. 137 8 Distribuição da Diversidade Genética e Conservação de Espécies Arbóreas em Remanescentes Florestais de Santa Catarina ................................................................................143 8.1 Introdução ...............................................................................................................................144 8.2 Espécies Escolhidas e Metodologia ....................................................................................... 145 8.2.1 Espécies Escolhidas ......................................................................................................... 145 8.2.2 Populações amostradas ....................................................................................................146 8.2.3 Eletroforese de Isoenzimas .............................................................................................. 148 8.2.4 Análise e interpretação dos resultados ............................................................................. 149 8.3 Resultados e Discussão .......................................................................................................... 149 8.3.1 Caracterização genética das espécies da Floresta Ombrófila Mista ................................ 149 8.3.2 Caracterização genética das espécies da Floresta Ombrófila Densa ............................... 156 8.3.3 Caracterização genética das espécies da Floresta Estacional Decidual ...........................162 8.4 Considerações finais, perspectivas e recomendações para conservação ................................166 9 Levantamento de árvores “fora da floresta” em Santa Catarina ................................................... 173 9.1 Introdução ............................................................................................................................... 174 9.2 Metodologia ........................................................................................................................... 174 9.3 Resultados .............................................................................................................................. 176 9.3.1 Florística .......................................................................................................................... 182 9.3.2 Variáveis estruturais por Unidade Amostral .................................................................... 185 9.3.3 Variáveis estruturais por região fitoecológica .................................................................. 187 9.3.4 Variáveis dendrométricas das Unidades Amostrais dos reflorestamentos ....................... 189 10 Espécies exóticas encontradas nas florestas de Santa Catarina .................................................. 193 10.1 Introdução ............................................................................................................................. 194 10.2 Metodologia ......................................................................................................................... 197 10.3 Resultados e discussão ......................................................................................................... 197 11 Inventário da necromassa florestal caída no chão nos remanescentes florestais em Santa Catarina ............................................................................................................................. 217 11.1 Introdução ............................................................................................................................. 218 11.2 Metodologia .......................................................................................................................... 218 11.3 Resultados e discussão .........................................................................................................222 12.4 Conclusões e Recomendações ..............................................................................................226 12 Riqueza específica e frequência de fungos micorrízicos arbusculares (Filo Glomeromycota) na Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual em Santa Catarina ....................... 229 12.1 Introdução .............................................................................................................................230 12.2 Metodologia .........................................................................................................................231 12.2.1 Área de estudo e coleta de solo .....................................................................................231 12.2.2 Extração dos esporos .....................................................................................................231 12.2.3 Análise das comunidades ...............................................................................................232 12.3 Resultados ............................................................................................................................232 12.4 Discussão .............................................................................................................................. 238 13 Levantamento Socioambiental ....................................................................................................243 13.1 Introdução .............................................................................................................................244 13.2 Metodologia .........................................................................................................................244 13.3 Resultados e discussão .........................................................................................................246 13.3.1 Caracterização dos entrevistados ...................................................................................246 13.3.2 Usos dos recursos florestais nativos pelos moradores próximos às florestas ................246 13.3.3 Espécies indicadas como de uso potencial .................................................................... 252 13.3.4 As percepções dos entrevistados sobre as florestas nativas, seus recursos e valores de uso e existência ......................................................................................................... 254 13.4 Considerações finais ............................................................................................................. 258 14 Sistemas de Informações Florístico-Florestais de Santa Catarina – SIFFSC .............................263 14.1 Introdução .............................................................................................................................264 14.1.1 Portal do IFFSC .............................................................................................................264 14.1.2 Sistema de Informatização dos Herbários – Herbária ..................................................266 14.1.3 Sistema do Levantamento Socioambiental – LSA ........................................................ 267 Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores 14.1.4 Sistema Visualizador de Informações Florístico-Florestais – Vinflor ........................... 268 14.1.5 Sistema de Mapas para web ........................................................................................... 270 14.1.6 Sistema de Gerenciamento de Dados do IFFSC – SINFLOR ....................................... 274 14.2 Considerações finais ............................................................................................................. 276 15 Importância das coletas florísticas para o IFFSC ........................................................................ 279 15.1 Annonaceae .......................................................................................................................... 279 15.2 Araceae ................................................................................................................................. 282 15.3 Asteraceae ............................................................................................................................. 285 15.4 Bromeliaceae ........................................................................................................................ 290 15.5 Gesneriaceae ......................................................................................................................... 295 15.6 Orchidaceae .......................................................................................................................... 299 15.7 Piperaceae .............................................................................................................................303 15.8 Primulaceae .......................................................................................................................... 307 15.9 Symplocaceae .......................................................................................................................310 16 Projetos associados ao IFFSC .....................................................................................................313 16.1 Iniciação científica ................................................................................................................313 16.2 Trabalhos de conclusão de curso .......................................................................................... 318 16.3 Dissertações de Mestrado .....................................................................................................321 16.4 Teses de Doutorado ..............................................................................................................330 17 Considerações finais e recomendações .......................................................................................333 Apêndice I Fichas de campo utilizadas pelo IFFSC ........................................................................ 337 17 Introdução1 Introduction Alexander Christian Vibrans, André Luís de Gasper, Juarez José Vanni Müller, Maurício Sedrez dos Reis Um inventário florestal tem por finalidade obter dados qualitativos e quantitativos dos recursos florestais de uma determinada área, fornecendo aos gestores desta área informações básicas para o planejamento de atividades de manejo e conservação das florestas presentes na mesma. Realizado em escala regional ou nacional, o inventário subsidia a tomada de decisão num nível mais amplo; fundamenta o direcionamento de políticas públicas relativas ao uso e à conservação dos recursos florestais e a adoção de medidas concretas para sua implementação. Além disso, acordos internacionais como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD 1993), o Protocolo de Kyoto (United Nations 1998) do United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) e levantamentos globais como o Global Forest Resources Assessment (FAO 2010) da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), obrigam as nações signatárias a coletarem e disponibilizarem informações acerca de extensão e estado de conservação de sua cobertura florestal e, numa ótica multitemporal, acerca das mudanças de uso do solo nos seus territórios (Tomppo et al. 2010). Inventários regionais têm necessariamente dois componentes: o mapeamento da extensão territorial das diversas formações florestais por meio de técnicas de sensoriamento remoto e o levantamento terrestre, usualmente por meio de amostragem sistemática, de variáveis que caracterizam composição e estrutura das florestas (Brena 1995). Os objetivos dos inventários florestais tornaram-se cada vez mais abrangentes: era o estoque de madeira aproveitável o primeiro objetivo, têm sido agregados, ao longo do tempo e num enfoque ecossistêmico, outros aspectos que permitem avaliar o conjunto das sinúsias das florestas e de suas interações: o estrato do sub-bosque, o estrato herbáceo, os componentes de epífitos, lianas, bambus, necromassa, serapilheira e as propriedades do solo. A estes aspectos biológicos, juntou-se a necessidade de caracterizar o contexto socioeconômico no qual as florestas inventariadas estão inseridas, indispensável para o desenvolvimento de políticas para o seu gerenciamento. Segundo Magurran (2004), inventários florísticos, por sua vez, têm como objetivo identificar as espécies que ocorrem em uma determinada área geográfica. Ele é realizado através do estudo taxonômico do material botânico coletado, que é preparado e depositado em herbários. O inventário representa uma importante etapa no conhecimento de um ecossistema, pois fornece informações básicas que subsidiarão os estudos biológicos subsequentes. Estudos detalhados que, além da composição florística, abordam a estrutura e a dinâmica das comunidades vegetais e suas interações com os fatores abióticos (Felfili et al. 2011), são fundamentais para embasar quaisquer iniciativas de conservação e uso dos remanescentes florestais. 1 Vibrans, A.C.; Gasper A.L.; Müller, J.J.V., Reis, M.S. 2012. Introdução. In: Vibrans, A.C.; Sevegnani, L.; Gasper, A.L. de; Lingner, D.V. (eds.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, Vol. I, Diversidade e conservação dos remanescentes florestais. Blumenau. Edifurb. Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 18 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores A construção do projeto do IFFSC A atualização tanto das informações florísticas como das estruturais e quantitativas das florestas catarinenses, através de um novo inventário florestal, começou a ser discutida no estado a partir de 2003 e para o Brasil, como um todo, a partir de 2005. Em Santa Catarina, essa discussão foi motivada pela publicação das Resoluções nº 278/2001 e nº 309/2002 do CONAMA (CONAMA 2001; 2002), que vincularam autorizações para corte e exploração de espécies ameaçadas de extinção (IBAMA 1992), em populações naturais no bioma Mata Atlântica em Santa Catarina, à elaboração de “critérios técnicos, baseados em inventário florestal que garantam a sustentabilidade da exploração e a conservação genética das populações”. Em 2003 foi instituída uma comissão estadual, composta por representantes da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade Federal de Santa Catarina/Centro de Ciências Agrárias (UFSC/CCA), Universidade do Contestado (UnC), Fundação do Meio Ambiente (FATMA), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), Federação das Indústrias (FIESC), Federação da Agricultura e Pecuária (FAESC), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAESC), Associação das Empresas Florestais (ACR) e Associação dos Engenheiros Florestais (ACEF). Esta comissão começou em 2003 a discutir e delinear, a partir da realização de duas oficinas, um projeto pautado na necessidade de obter informações atualizadas, detalhadas e confiáveis sobre extensão e qualidade dos remanescentes florestais no estado. Foi dada ênfase, desde o início do planejamento deste projeto, à coleta de dados sobre o estado de conservação dos remanescentes florestais e das populações de espécies ameaçadas. Mais ainda, a revisão e atualização da própria lista das espécies ameaçadas tornou-se um dos objetivos do projeto. Este objetivo seria possível de ser alcançado somente através da inclusão de um levantamento florístico, aliado a um inventário florestal sistemático e com uma densa rede de pontos amostrais em todas as regiões do estado. Desta forma, esperava-se poder atualizar os dados coletados por Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein nas décadas de 1950 a 1970 que culminaram na publicação da Flora Ilustrada Catarinense (Reitz 1965), colocando o estado de Santa Catarina numa posição privilegiada entre os demais estados brasileiros em relação ao conhecimento de sua flora. O único levantamento sistemático das florestas catarinenses sob ponto de vista quantitativo datava da década de 80, idealizado no âmbito de um Inventário Florestal Nacional (Netto 1984) e voltado à quantificação dos recursos madeireiros e de biomassa para fins energéticos. Após ampla discussão do seu escopo e de sua metodologia, atendendo as prerrogativas citadas, o objetivo do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) foi então ampliado, no sentido de gerar uma sólida base de dados para fundamentar políticas públicas que visem a efetiva proteção das florestas nativas mediante a adoção de medidas de conservação, recuperação e utilização dos recursos florestais, além de um planejamento territorial adequado. O inventário foi realizado pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (FAPESC) e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) no período entre 2007 e 2011 e teve como objetivos específicos: - Caracterizar a composição florística e estrutura dos remanescentes florestais, além do seu estado de conservação (ou degradação), por meio de um inventário sistemático e detalhado; 19 - Caracterizar a diversidade e estrutura genética de populações de espécies ameaçadas empregando marcadores alozímicos; - Realizar um levantamento socioambiental por meio de entrevistas, focado nos usos tradicionais dos recursos florestais e na percepção da população rural; - Criar uma estrutura que permite a todas as pessoas o acesso às informações obtidas através do uso da internet. O projeto foi desenvolvido em Santa Catarina num cenário sociopolítico caracterizado pela ação de atores defensores tanto da conservação como da exploração das florestas, além do setor público, das universidades e de organizações não governamentais. A participação de representantes de um grande número de setores da sociedade, inclusive do setor produtivo, nas discussões da comissão assegurou a abrangência do projeto e o seu suporte pelo poder público, inicialmente representado pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca. O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) teve início em 2005, com recursos estaduais e federais (ICEPA e FNMA/MMA), através de um inventário-piloto da Floresta Ombrófila Mista usando um processo de amostragem aleatória (Vibrans et al. 2008). A discussão das expectativas destes grupos de interesse dentro do próprio estado começou a interagir, a partir de 2005, com um contexto nacional, no qual discutiu-se, simultaneamente, o desenho de um inventário florestal nacional (CTN-IFN/BR 2007; Freitas et al. 2010). Após uma fase de ajustes metodológicos e conceituais, o IFFSC teve continuação entre 2007 e 2012, financiado pelo governo estadual, através de sua Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (FAPESC) e apoiada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Desde 2007, o IFFSC está aplicando uma metodologia compatível com a do Inventário Florestal Nacional (IFN), embora intensificada e com os critérios de inclusão ampliados para atender às especificidades estaduais (Vibrans et al. 2010). A proposta metodológica do Inventário Florestal Nacional do Brasil (CTN-IFN/BR 2007) foi elaborada durante os anos de 2006 e 2007 pela Comissão Técnica (CT-IFN/BR) instituído em 2005 pelo Ministério do Meio Ambiente. Esta metodologia é baseada num “inventário sistemático de múltiplas ocasiões, repetido a cada cinco/dez anos, para fornecer informações e monitorar o estado de conservação dos recursos florestais, bem como as mudanças ocorridas ao longo do tempo” (op.cit. p. 17). O Volume I desta obra é dedicado à descrição geral do projeto, às metodologias empregadas e aos resultados gerais para Santa Catarina. No Volume II são apresentados os resultados para a Floresta Estacional Decidual, no Volume III os da Floresta Ombrófila Mista e no Volume IV os da Floresta Ombrófila Densa; o Volume V é dedicado às espécies epifíticas, o Volume VI contém um guia de campo para identificação de epífitos; Volume VII será dedicado às espécies raras e ameaçadas de extinção. Arranjo Institucional e equipes A equipe do IFFSC é formada por integrantes das instituições executoras Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Empresa de Pesquisa e Extensão Agropecuária de Santa Catarina (EPAGRI). O projeto foi financiado de 2007 a 2012 pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (FAPESC) e de 2010 a 2012 pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). O projeto recebeu apoio institucional da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) e da Gerência Florestal da Secretaria da Agricultura e da Pesca (SAR). Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 20 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores Referências IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Brasil). 1992. Portaria 37-N, de 3 de abril de 1.992. Diário Oficial da União de 6 de abril de 1992. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Brasil). 2001. Resolução CONAMA 278, de 24 de maio de 2001. Diário Oficial da União de 18 de julho de 2001. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Brasil). 2002. Resolução CONAMA 309, de 20 de março de 2002. Diário Oficial da União de 29 de julho de 2002. Brena, D. A. 1995. Inventário Florestal Nacional: proposta de um sistema para o Brasil. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Paraná. Curitiba. CBD. 1993. The Convention on Biological Diversity. http://www.cbd.int/. Acesso em 3 de março de 2012. CTN-IFN/BR. Comissão Técnica Nacional do Inventário Florestal Nacional. 2007. Projeto Inventário Florestal Nacional. Brasília. SFB/MMA. FAO. 2010. Global Forest Resources Assessment. FRA. Main Report. FAO Forestry Papers, 163. Roma. FAO. Felfili, J. M.; Eisenlohr, P.V.; Melo, M.M.; Andrade, L.A.; Meira Neto, J.A.A. 2011. Fitosssociologia no Brasil. Métodos e estudos de caso. Viçosa. UFV. Freitas, J.V., Oliveira, Y.M., Rosot, M.A., Gomide, G., Mattos, P. 2010. Brazil. In: Tomppo, E., Gschwantner, T., Lawrence, M., Mc Roberts, R.E. (eds.). National Forest Inventories. Pathway for Common Reporting. Heidelberg. Springer. Magurran, A. E. 2004. Measuring biological diversity. Oxford. Blackwell Publishing. Netto, S.P. 1984. Inventário Florestal Nacional, florestas nativas: Paraná e Santa Catarina. Brasília, DF. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. Reitz, R. 1965. Flora Ilustrada Catarinense. Plano de coleção. Itajaí. Herbário Barbosa Rodrigues. United Nations. 1998. Kyoto Protocol to the United Nations Framework Convention on Climate Change. 20p. http://www.unfccc.int/. Acesso em 3 de março de 2011. Tomppo, E., Gschwantner, T., Lawrence, M., Mc Roberts, R.E. 2010. National Forest Inventories. Pathway for Common Reporting. Heidelberg: Springer. Vibrans, A. C.; Uhlmann, A.; Sevegnani, L.; Marcolin, M.; Nakajima, N.; Grippa, C. R.; Brogni, E.; Godoy, M. B. 2008. Ordenação dos dados de estrutura da Floresta Ombrófila Mista partindo de informações do inventário florístico-florestal de Santa Catarina: resultados de estudo-piloto. Ciência Florestal 18 (3/4): 511-523. Vibrans, A. C.; Sevegnani, L.; Lingner, D. V.; Gasper, A. L. de; Sabbagh, S. 2010. Inventário florístico florestal de Santa Catarina (IFFSC): aspectos métodológicos e operacionais. Pesquisa Florestal Brasileira 30 (64): 291-302. 22 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores 23 Equipes Coordenador institucional: Eng.Agron. MSc. Sílvio Tadeu de Menezes (Secretaria de Agricultura e da Pesca) (in memoriam) Equipe da Universidade Regional de Blumenau (FURB) Coordenação Alexander Christian Vibrans Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Regional de Blumenau Equipe científica Alexandre Uhlmann Biólogo, Dr., Embrapa Florestas Annete Bonnet Bióloga, Dra., Embrapa Florestas Julio Cesar Refosco Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Regional de Blumenau Karin Esemann de Quadros Bióloga, Dra., Universidade Regional de Blumenau Lauri Amândio Schorn Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Regional de Blumenau Lucia Sevegnani Bióloga, Dra., Universidade Regional de Blumenau Marcos Eduardo Guerra Sobral Biólogo, Dr., Universidade Federal de São João del Rey Moacir Marcolin Engenheiro Florestal, MSc., Universidade Regional de Blumenau Consultores externos Ary Teixeira de Oliveira Filho Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Federal de Minas Gerais Daniel Piotto Engenheiro Florestal, Dr., Serviço Florestal Brasileiro Doádi Antônio Brena Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Federal de Santa Maria Ernestino Guarino Engenheiro Florestal, Dr., Embrapa Acre João André Jarenkow Biólogo, Dr., Universidade Federal do Rio Grande do Sul Solon Jonas Longhi Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Federal de Santa Maria Ronald Edward McRoberts Matemático, Dr., U.S. Forest Service, Saint Paul, Minnesota Vanilde Citadini-Zanette Bióloga, Dra., Universidade do Extremo Sul Catarinense Yeda Maria Malheiros de Oliveira Engenheira Florestal, Dra., Embrapa Florestas Equipes de campo Alexandre Korte Biólogo Andres Krüger Engenheiro Florestal André Luís de Gasper Biólogo, MSc. Anita Stival dos Santos Bióloga Annete Bonnet Bióloga, Dra. (Epífitas) Carlos Anastácio Júnior Engenheiro Florestal Eduardo Brogni Engenheiro Florestal, MSc. Guilherme Klemz Engenheiro Florestal Jaison Leandro Engenheiro Florestal Juliane Luzia Schmitt Bióloga (Epífitos) Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 24 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores Marcela Braga Godoy Bióloga Marcio Verdi Biólogo Ronnie Schmitt Engenheiro Florestal Susana Dreveck Bióloga Volnei Rodrigo Pasqualli Engenheiro Florestal Tiago João Cadorin Biólogo (Epífitos) César Pedro Lopes de Oliveira Rapelista Eder Caglioni Rapelista Raphael Borsoi Saulo Escalador Renato Schmitz Escalador Simone Silveira Escaladora Felipe Borsoi Saulo Escalador José Francisco Torres Escalador Ademar Hilton Kniess Auxiliar de campo Aline Luíza Tomazi Auxiliar de campo Ary Francisco Mohr Filho Auxiliar de campo Bruna Grosch Auxiliar de campo Caroline Cristofolini Auxiliar de campo Claus Leber Auxiliar de campo Deunízio Stano Auxiliar de campo Diego Henrique Klettenberg Auxiliar de campo Douglas Meyer Auxiliar de campo Eduardo Francisco Pedro Auxiliar de campo Emílio Boing Auxiliar de campo Eusébio Afonso Welter Auxiliar de campo Evair Legal Auxiliar de campo Francisco Estevão Carneiro Auxiliar de campo Francys João Balestreri Auxiliar de campo Hélio Tomporowski Auxiliar de campo Herison José de Melo Auxiliar de campo Jair Ivan Rodrigues da Fonseca Auxiliar de campo Luís Cláudio Auxiliar de campo Marcelo Devid Ferreira Silva Auxiliar de campo Marco Antônio Florêncio Auxiliar de campo Naiara Maria Bruggemann Auxiliar de campo Otávio Júnior Jeremias Auxiliar de campo Pedro Rodrigues dos Santos Auxiliar de campo Rafaela Tamara Marquardt Auxiliar de campo 25 Reginaldo José de Carvalho Auxiliar de campo Ricardo Zimmermann Auxiliar de campo Robson Carlos Avi Auxiliar de campo Rony Paolin Hasckel Auxiliar de campo Sabrina De Moraes Clems Auxiliar de campo Simone de Andrade Auxiliar de campo Valdir de Oliveira Auxiliar de campo Heitor Felipe Uller Bolsista Engenharia Florestal Jefferson Tachini Bolsista Engenharia Florestal Paulo Roberto Lessa Bolsista Engenharia Florestal Regiane Richartz Bolsista Engenharia Florestal Deise Clarice Melchioretto Bolsista Engenharia Florestal Diego Marcos Feldhaus Bolsista Engenharia Florestal Eron Marcus Santos Bolsista Engenharia Florestal Processamento de dados Débora Vanessa Lingner Engenheira Florestal, MSc. Deisi Cristini Sebold Engenheira Florestal Karine Heil Soares Engenheira Florestal Shams Sabbagh Engenheiro Florestal Suélen Schramm Schaadt Engenheira Florestal, MSc. Vilmar Orsi Analista de Sistemas Paolo Moser Matemático Adam Henry Marques Gonçalves Bolsista, Engenharia Florestal Adilson Luiz Nicoletti Bolsista, Engenharia Florestal Ary Gustavo Brignoli Wolff Bolsista, Engenharia Florestal Bruno Burkhardt Bolsista, Engenharia Florestal Camila Mayara Gessner Bolsista, Engenharia Florestal Carla Marcolla Bolsista, Engenharia Florestal Cláudia Mariana Kirchheim da Silva Bolsista, Engenharia Florestal Débora Cristina da Silva Bolsista, Engenharia Florestal Diego Knoch Sampaio Bolsista, Engenharia Florestal Eder de Lima Bolsista, Engenharia Florestal Gabriel Eduardo Marroquin Choto Bolsista, Engenharia Florestal Helena Koch Bolsista, Engenharia Florestal João Paulo de Maçaneiro Bolsista, Engenharia Florestal Luana Silveira e Silva Bolsista, Engenharia Florestal Maiara Jade Panca Bolsista, Engenharia Florestal Morgana dos Santos Neckel Bolsista, Engenharia Florestal Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 26 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores Murilo Schramm da Silva Bolsista, Engenharia Florestal Raphaela Noêmia Dutra Bolsista, Engenharia Florestal Sivonir Ricardo Fuchs Bolsista, Engenharia Florestal Stefanie Cristina De Souza Bolsista, Engenharia Florestal Thiago Michael Barth Bolsista, Engenharia Florestal Alexandre Amilton de Oliveira Bolsista, Engenharia Florestal Daniel Augusto da Silva Bolsista, Engenharia Florestal Kathlen Heloise Pfiffer Bolsista, Engenharia Florestal Herbário André Luís de Gasper Biólogo, MSc. Leila Meyer Bióloga Morilo José Rigon Jr. Biólogo Alciane Cé Valim Bolsista, Ciências Biológicas Aline Haverroth Bolsista, Ciências Biológicas Arthur Vinícius Rodrigues Bolsista, Ciências Biológicas Camila Bernadete Ptermann Bolsista, Ciências Biológicas Emily Daiana do Santos Bolsista, Ciências Biológicas Heitor Felipe Uller Bolsista, Engenharia Florestal Itamara Kureck Bolsista, Ciências Biológicas Kamila Vieira Bolsista, Ciências Biológicas Mariana Sara Custódio Bolsista, Ciências Biológicas Nayara Lais de Souza Bolsista, Ciências Biológicas Thiago Alberto Beckhauser Bolsista, Ciências Biológicas Vanessa Bachmann Bolsista, Ciências Biológicas Alunos de Pós-graduação André Luís de Gasper Biologia Vegetal, Universidade Federal de Minas Gerais Anita Stival dos Santos Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Cláudia Fontana Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau Débora Vanessa Lingner Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau Eder Caglioni Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná Eduardo Brogni Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau Gisele Müller Amaral Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau Gustavo Antonio Piazza Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau Marcelo Bucci Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau Marcio Verdi Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Paolo Moser Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau Suélen Schramm Schaadt Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau 27 Talita Macedo Maia Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau Administração Dirce Harnisch Auxiliar administrativo Maria José Santana Barros Auxiliar administrativo Regiane Patrícia de Souza Auxiliar administrativo Solange Maria Krug Auxiliar administrativo Taysa Cristina Nardes Auxiliar administrativo Taxonomistas Adriana Lobão Universidade Federal Fluminense Alain Chautems Conservatoire et Jardin botanique de la Ville de Genève Alexandre Quinet Jardim Botânico do Rio de Janeiro Alexandre Salino Universidade Federal de Minas Gerais Alice Calvente Universidade Federal do Rio Grande do Norte Ana Cláudia Fernandes Universidade Federal de Minas Gerais Ana Odete Santos Vieira Universidade Estadual de Londrina Andrea Costa Museu Nacional do Rio de Janeiro Ariane Luna Peixoto Jardim Botânico do Rio de Janeiro Armando Cervi Universidade Federal do Paraná Denilson Fernandes Peralta Instituto de Botânica de São Paulo Eliane de Lima Jacques Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Elsie Guimarães Jardim Botânico do Rio de Janeiro Erik Koiti Okiyama Hattori Universidade Federal de Minas Gerais Fábio de Barros Instituto de Botânica de São Paulo Gustavo Martinelli Jardim Botânico do Rio de Janeiro Hilda Longhi-Wagner Universidade Federal do Rio Grande do Sul João Aranha Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Mariana João Renato Stehmann Universidade Federal de Minas Gerais Leandro Giacomin Universidade Federal de Minas Gerais Lidyanne Aona Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Lúcia Lohmann Universidade de São Paulo Luciano Moreira Ceolin Universidade Federal do Paraná Mara Rejane Ritter Universidade Federal do Rio Grande do Sul Marcus Nadruz Jardim Botânico do Rio de Janeiro Maria de Fátima Freitas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Maria Leonor Del Rei Universidade Federal de Santa Catarina Maria Salete Marchioretto Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS María Silvia Ferrucci Instituto de Botánica del Nordeste Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 28 Alexander Christian Vibrans Lucia Sevegnani André Luís de Gasper Débora Vanessa Lingner Editores Massimo Bovini Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mizue Kirizawa Instituto de Botânica Rafael Trevisan Universidade Federal de Santa Catarina Rafaela Campostrini Forzza Jardim Botânico do Rio de Janeiro Regina Andreata Universidade Federal do Rio de Janeiro Renato Goldenberg Universidade Federal do Paraná Rodrigo Augusto Camargo Universidade Estadual de Campinas Equipe da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Coordenação Maurício Sedrez dos Reis Engenheiro agr., Dr., Universidade Federal de Santa Catarina Adelar Mantovani Engenheiro agr., Dr., Universidade do Estado de Santa Catarina Laboratório Juliano Zago da Silva Engenheiro agrônomo, Dr. Ricardo Bittencourt Engenheiro agrônomo, Dr. Tiago Montagna Engenheiro agrônomo Alison Nazareno Gonçalves Engenheiro florestal, MSc Samatha Filippon Bióloga, MSc. Roberta Duarte Engenheira agrônoma Ivone de Bem Acadêmica Beatriz Bez Acadêmica Equipes de Campo Felipe Steiner Engenheiro florestal Alex Zechinni Engenheiro florestal Giovani Festa Paludo Engenheiro florestal Andréa Gabriela Mattos Engenheira agrônoma, MSc. Glauco Schussler Biólogo, MSc. Lucas Milanesi Biólogo Caroline Cristofoline Bióloga Fernando André Loch Santos da Silva Acadêmico Caio Darós Fernandes Acadêmico Georg Altrak Acadêmico Douglas Loch Santos da Silva Acadêmico Luis Guilherme U. Figueiredo Acadêmico 29 Equipe da Empresa de Pesquisa e Extensão Agropecuária de Santa Catarina (EPAGRI) Coordenação Juarez José Vanni Müller Engenheiro agrônomo, MSc., Epagri, Estação Experimental Itajaí Equipe científica Juliane Garcia Knapik Justen Engenheira agrônoma, MSc., Epagri, Gerencia Reg. Rio do Sul Luiz Toresan Engenheiro agrônomo, Dr., Epagri/Cepa Equipe de Tecnologia da Informação Joelma Miszinski Analista de Sistemas, Especialista, Epagri/Ciram Eduardo Nathan Antunes Analista de Sistemas, Epagri/Ciram Emanuela Salaum Pereira Pinto Analista de Sistemas, Epagri/Ciram Equipe Técnica Airton Rodrigues Salerno Engenheiro agrônomo, MSc, Epagri Estação Experimental Itajaí Alécio Borinelli Técnico agrícola, Epagri Estação Experimental Itajaí Alexandre Visconti Engenheiro agrônomo, Dr., Epagri, Estação Experimental Itajaí Antônio Amaury Silva Junior Engenheiro agrônomo, MSc., Epagri, Estação Experimental Itajaí Fábio Martinho Zambonim Engenheiro agrônomo, Dr., Epagri, Estação Experimental Itajaí Horst Kalvelage Engenheiro agrônomo, Dr., Epagri, Estação Experimental Itajaí Juarez José Vanni Müller Engenheiro agrônomo, MSc., Epagri, Estação Experimental Itajaí Juliane Garcia Knapik Justen Engenheira agrônoma, MSc., Epagri, Gerencia Reg. Rio do Sul Luiz Toresan Engenheiro agrônomo, Dr., Epagri/Cepa Márcia Mondardo Engenheira agrônoma, MSc., Epagri, Estação Experimental Itajaí Neri Samuel Dalenogari Engenheiro agrônomo, Epagri, Estação Experimental Itajaí Pedro Nicolau Serpa Engenheiro agrônomo, MSc., Epagri, Estação Experimental Itajaí Teresinha Catarina Heck Engenheira agrônoma, MSc., Epagri, Estação Experimental Itajaí Equipe Técnica de Geoprocessamento Juliane Mio de Souza Engenheira cartógrafa, MSc., Epagri/Ciram Suely Lewenthal Carrião Engenheira agrônoma, MSc., Epagri/Ciram Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 31 Metodologia do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina1 Methodology of Floristic and Forest Inventory of Santa Catarina Alexander Christian Vibrans, Paolo Moser, Debora Vanessa Lingner, André Luís de Gasper Resumo O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), iniciativa do governo estadual, foi concebido em 2003 para atender exigências da legislação ambiental. Após o inventário-piloto em 2005, a metodologia foi adequada em 2007 de acordo com a proposta do Inventário Florestal Nacional (IFN-BR), à época, sob discussão. O IFFSC, em execução desde 2007, abrange todas as regiões fitoecológicas, incluindo levantamento florístico (coleta de amostras das espécies férteis encontradas no interior e entorno dos fragmentos visitados) e levantamento de epífitas vasculares por equipes especializadas. A distribuição das unidades amostrais é sistemática, a partir de uma grade de pontos com distância de 10 x 10 km, cobrindo todo o estado e de 5 x 5 km na reduzida Floresta Estacional Decidual. O método de amostragem é o de área fixa em conglomerados compostos por quatro subunidades com área de 1.000 m² (20 x 50 m), perpendiculares a partir de um ponto central. Nelas todos os indivíduos com mais de 1,5 m e 10 cm de DAP foram medidos, representando o componente arbóreo. A regeneração na Floresta Ombrófila Mista e na Floresta Estacional Decidual foi feita em quatro subparcelas de 5 x 5 m no final de cada subunidade, onde todos os indivíduos com mais de 1,5 m e menos de 10 de DAP foram mensurados. Na Floresta Ombrófila Densa foram quatro subparcelas em cada subunidade e a medição começou com 0,5 m. Atenção especial também foi dada aos epífitos na Floresta Ombrófila Densa, onde 34 Unidades Amostrais com raio de 80 metros de um ponto central foram amostradas. O aumento da intensidade amostral e a diminuição dos limites de inclusão de diâmetro e altura nos estratos arbóreo e da regeneração, em relação à proposta do IFN-BR, bem como a realização do levantamento florístico mostraram-se importantes para o registro da diversidade vegetal das florestas catarinenses, a atenderam as suficiências amostrais. Abstract The Floristic and Forest Inventory of Santa Catarina (IFFSC), an initiative of the state government, was designed in 2003 to meet requirements of environmental legislation. After the pilot inventory in 2005, the methodology was appropriate in 2007 according to the proposal of the National Forest Inventory (IFN-BR), at the time under discussion. The IFFSC, running since 2007, covers all phytoecological regions, including floristic survey (sampling fertile species found in and around the fragments visited) and vascular epiphytes survey by specialist teams. The distribution of sample plots is systematically from a grid of points with a distance of 10 x 10 km, covering the entire state and a 5 x 5 km in reduced seasonal deciduous forest. The sampling method is the fixed area in clusters composed of four subunits with an area of 1,000 m² (20 x 50 m) perpendicular from a central point. Them all individuals with over 1.5 m and 10 cm DBH were measured, representing the tree component. Regeneration in Mixed Ombrophylous Forest and Seasonal Deciduous Forest was made in four subplots of 5 mx 5 m at the end of each subunit, where all individuals over 1.5 m and less than 10 DAP were measured. In Dense Ombrophylous Forest were four subplots in each subunit and the measurement started with 0.5 m. Special attention was also given to epiphytes in the Dense Ombrophylous Forest, where 34 Sampling Units with a radius of 80 meters from a central point were sampled. Increased sampling intensity and decrease the limits of inclusion diameter and height in woody and regeneration in relation to the proposal of IFN-BR, as well as the realization of floristic survey were important for the registration of plant diversity of forests Santa Catarina, responded fills the sample. 1 Vibrans, A.C.; Moser, P.; Lingner; D.V.; Gasper A.L. de. 2012. Metodologia do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina. In: Vibrans, A.C.; Sevegnani, L.; Gasper, A.L. de; Lingner, D.V. (eds.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, Vol. I, Diversidade e conservação dos remanescentes florestais. Blumenau. Edifurb. Capítulo 2 Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais 32 Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina 2.1 Processo e método de Amostragem do IFFSC Em conformidade com a proposta para o Inventário Florestal Nacional do Brasil (IFN/BR), e com base nos estudos de Péllico (1979), Brena (1995) e Queiroz (1977), o inventário catarinense foi estruturado utilizando o processo de amostragem de múltiplas ocasiões com possibilidade de repetição total da amostragem, com distribuição sistemática das Unidades Amostrais (UA), a partir de uma rede de pontos sistematizados (grade), cobrindo todo o estado. A seleção das Unidades Amostrais foi realizada a partir de uma estratificação preliminar em floresta e não floresta, baseada em interpretação de imagens orbitais. Adotou-se para a definição de “floresta” o conceito da FAO (2009): terras com área mínima de 0,5 ha, árvores com altura > 5 m e cobertura das copas ≥ 10%. O método de amostragem foi o de Área Fixa em Conglomerados, compostos por quatro subunidades perpendiculares a partir de um ponto central. O processo de amostragem com repetição total exige que a estrutura amostral seja permanente para que as Unidades Amostrais possam ser remedidas; estas foram demarcadas por hastes de ferro galvanizado enterradas para futura localização com detector de metal. 2.2 Locação dos pontos amostrais Para a materialização dos pontos amostrais e a implantação das respectivas Unidades Amostrais, foi definida pela EMBRAPA Florestas uma grade de pontos com equidistância de 324 segundos, equivalentes a aproximadamente 10 x 10 km, em coordenadas UTM (Universal Transverso de Mercator), com datum WGS 84. Esta grade foi gerada, com espaçamento de 324 segundos, utilizando o sistema de coordenadas geográficas não projetadas, de acordo com a metodologia de edição da Base Cartográfica Integrada Digital do Brasil ao Milionésimo (IBGE 2003). Para inserção num Sistema de Informações Geográficas, foi feita a definição do referencial geodésico (WGS84), posteriormente reprojetado para o sistema de coordenadas UTM, de acordo com o fuso correspondente e para o mesmo referencial WGS84. Os pontos da referida grade, para os quais os dois mapeamentos da cobertura florestal do estado, disponíveis na época (SAR 2005; Geoambiente 2008), indicaram a existência de florestas naturais, constituem os pontos amostrais para a coleta de dados de campo, sendo consideradas as formações florestais arbóreas e arbustivas remanescentes nas diferentes regiões fitoecológicas do estado. Em virtude da escala de mapeamento (1:50.000), foi adotada uma tolerância de 500 m de raio no entorno de cada ponto da grade, considerando-o como ponto amostral efetivo se os mapeamentos indicaram presença de floresta dentro dessa área. Quando, nestes casos, em campo, o ponto da grade não coincidia com formações florestais, a equipe deslocou a respectiva Unidade Amostral para o remanescente mais próximo encontrado num raio de 500 metros, de forma que a extremidade da subunidade fique a 20 m de distância da borda da floresta. 2.3 Fontes de dados espaciais 2.3.1 Base cartográfica Como base cartográfica foram utilizadas as cartas topográficas do Mapeamento Sistemático Brasileiro na escala de 1:50.000 e 1:100.000, em formato digital disponibilizado pela EPAGRI sob forma de Mapas Digitais de Santa Catarina (www.epagri.sc.gov.br). Este material foi usado na forma digital em formato shape, para elaboração dos mapas de planejamento e dos mapas de localização dos pontos amostrais. 2 | Metodologia do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina 33 2.3.2 Mapeamento fitogeográfico Como divisão fitogeográfica da vegetação no estado de Santa Catarina usou-se aquela proposta por Klein (1978). De acordo com este mapa fitogeográfico, a Floresta Ombrófila Mista (FOM) cobria originalmente 43% da superfície do estado, a Estepe 14%, a Floresta Ombrófila Densa (FOD) 30%, a Floresta Estacional Decidual (FED) 8% e outras formações 2% (Figura 2.1 e Tabela 2.1). Figura 2.1. Mapa fitogeográfico do estado de Santa Catarina, baseado no mapa publicado por Klein (1978). Figure 2.1. Phytogeographic map of Santa Catarina, according to (Klein 1978). Tabela 2.1. Extensão original das fitofisionomias em Santa Catarina, de acordo com Klein (1978). Table 2.1. Original extension of vegetation types in Santa Catarina, according to Klein (1978). Região Fitoecológica Superfície original em km² Percentual da superfície do Estado Floresta Ombrófila Densa 29.282,00 30,71 Floresta Ombrófila Mista 42.851,56 44,94 Campos Naturais 13.543,00 14,20 Floresta Estacional Decidual 7.670,57 8,04 Outras (Restinga, Manguezais) 1.999,05 2,10 Total 95.346,18 100 2.3.3 Mapeamento dos remanescentes florestais de Santa Catarina Em 2003 não existia nenhum trabalho realizado com o fim específico de levantar a extensão das florestas catarinenses. Os levantamentos fotogramétricos dos anos 1956 e 1978/79, realizados pela empresa Serviço Aerofotográfico Cruzeiro, nunca foram utilizados para tal fim, embora tivessem tal potencial. A partir da década de 1990, a Fundação SOS Mata Atlântica começou a realizar levantamentos 34 Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina da extensão e dinâmica dos remanescentes florestais em todo o domínio da Mata Atlântica. Os trabalhos foram realizados em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e representam um marco referencial sobre a temática no Brasil. Os dados referentes aos anos de 1990, 1995, 2000 e 2005 (Fundação SOS Mata Atlântica 1993; 2002; 2008; 2009; 2010) foram extraídos, através de interpretação visual, de imagens orbitais multiespectrais dos satélites Landsat-5 TM e Landsat-7 ETM+. Seu objetivo foi e ainda é o monitoramento de toda extensão da Mata Atlântica brasileira. A metodologia empregada é baseada nas imagens Landsat com resolução espacial de 30 metros, o que permite a detecção de remanescentes maiores que 20 hectares e a geração de mapas temáticos em escala regional (1:250.000). A metodologia e, com isso, a legenda dos mapas temáticos sofreram várias alterações ao longo dos anos, principalmente com a detecção de fragmentos florestais menores e com a separação sucessiva de classes temáticas referentes às formações da sucessão secundária da classe “floresta”. Estas alterações devem ser levadas em conta na análise multitemporal dos dados, porque dificultam as comparações. Especialmente para o território catarinense, estas dificuldades, aliadas à incidência de cobertura de nuvens nas imagens, têm levado a atrasos da publicação dos resultados. Com base nos dados da Fundação SOS Mata Atlântica (2002), o governo estadual publicou para fins didáticos, em forma digital, o Atlas dos Remanescentes Florestais (CIASC 2002). Para apoiar o IFFSC, foram adquiridas imagens Landsat-5 TM e Landsat-7 ETM+ dos anos de 2003 e 2004 e foi realizado o mapeamento dos remanescentes florestais e do uso do solo através de interpretação visual das imagens, utilizando a legenda do projeto da SOS Mata Atlântica (SAR 2005). Além destes dados, o IFFSC utilizou o mapeamento temático realizado pelo projeto PPMA-SC/ FATMA, baseado em classificação não supervisionada de imagens multiespectrais dos satélites SPOT- 4 e SPOT-5 do ano de 2005 (Geoambiente 2008). Os resultados destes dois levantamentos, bem como os do projeto PROBIO/MMA (Vicens & Cruz 2008) e do Atlas 2008 (Fundação SOS Mata Atlântica 2009), foram validados com os dados de campo do IFFSC (Vibrans et al. 2013; Capitulo 4). 2.4 Intensidade de amostragem Aplicando uma grade de pontos com equidistância de 20 x 20 km, proposta para o Inventário Florestal Nacional (CTN-IFN/BR 2007), sobre a área coberta por remanescentes florestais com área maior que 10 hectares, chegou-se a 80 Unidades Amostrais para todo o estado (Figura 2.2), entre elas três para a Floresta Estacional Decidual 32 para a Floresta Ombrófila Mista e 35 para a Floresta Ombrófila Densa. Esta intensidade amostral foi considerada insuficiente para atender os requisitos e objetivos propostos para o IFFSC, uma vez que a intensidade de amostragem para o levantamento da Floresta Ombrófila Densa foi inicialmente definida em 214 Unidades Amostrais (SAR 2005). Um inventário- piloto, realizado em 2005 na Floresta Ombrófila Mista, resultou numa suficiência amostral de 97 Unidades Amostrais para alcançar um erro amostral de 10% para a variável área basal com um nível de probabilidade de 5%. É importante ressaltar que esta intensidade de amostragem calculada refere-se, exclusivamente, às variáveis quantitativas, tais como número de indivíduos, área basal e volume e não ao levantamento e registro da biodiversidade e das espécies ameaçadas das florestas, que é objetivo do inventário e justifica a medição de um número maior de Unidades Amostrais. Assim, optou-se pela utilização de uma grade de pontos com distância de 10 x 10 km (Figura 2.3), resultando em 214 Unidades Amostrais na Floresta Ombrófila Densa e 211 Unidades Amostrais na Floresta Ombrófila Mista, incluídas as áreas de Campos Naturais do mapa fitogeográfico de Klein (1978). Estas Unidades Amostrais são frações da grade de 20 x 20 km do Inventário Florestal Nacional, portanto, em partes, coincidentes com aquelas. Para os remanescentes da Floresta Estacional Decidual, extremamente reduzida e fragmentada, a amostragem foi adensada para uma grade de 5 x 5 km, para assegurar um número suficiente de Unidades Amostrais que possibilitasse a documentação da diversidade dos componentes arbóreo e arbustivo nos remanescentes existentes, incluídas as espécies 2 | Metodologia do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina 35 raras e as ameaçadas de extinção e o tratamento estatístico dos dados. Este procedimento resultou num total de 550 Unidades Amostrais para todo o estado (Tabela 2.2), constituindo um número suficiente para amostrar de forma adequada todas as regiões fitoecológicas do estado e, ao mesmo tempo, uma quantidade operacionalmente exequível de Unidades Amostrais. Figura 2.2. Localização das Unidades Amostrais da grade 20 x 20 km. Figure 2.2. Localization of Sample Plots at 20 x 20 km grid. Figura 2.3. Plano amostral para o Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), com a Unidades Amostrais das grades de 10 x 10 km e 5 x 5 km (somente na Floresta Estacional Decidual). Figure 2.3. Sampling plan of Floristic and Forest Inventory of Santa Catarina (IFFSC), with Sample Plots located at 10 x 10 km grid and 5 x 5 km grid (in Seasonal Deciduous Forests only). 36 Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina Tabela 2.2. Número de Unidades Amostrais do IFFSC para as formações florestais do estado, incluída a cobertura florestal em área de Campos de Altitude ou Savana, de acordo com mapeamento de Klein (1978) e SAR (2005), para IFN e IFFSC. Table 2.2. Number of Sample Plots of IFFSC for the forest formations of the state, including forest cover of Campos de Altitude or Savannah, according to Klein’s phytogeographic map Klein (1978) and SAR (2005), to IFN and IFFSC. Região Fitoecológica Grade 20 x 20 km (IFN) Grade 10 x 10 km (5 x 5 km para FED) > 10 ha (IFFSC) Floresta Ombrófila Densa 37 214 Floresta Ombrófila Mista 32 181 Campos Naturais 10 30 Floresta Estacional Decidual 3 114 Restinga 5 11 Total 87 550 Além das Unidades Amostrais “regulares”, localizadas nas interseções das grades de 10 x 10 km e 5 x 5 km, respectivamente, foram instaladas Unidades Amostrais “complementares” em florestas supostamente bem conservadas, tanto em áreas sob domínio público, como em áreas de particulares. Esperou-se, com este levantamento, poder melhor avaliar o estado de conservação dos remanescentes amostrados por meio das Unidades Amostrais regulares. Unidades Amostrais, cujos pontos foram visitados, porém, sem poder instalá-las, são chamadas Unidades Amostrais descartadas. Para a coleta de dados de recursos florestais “fora-da-floresta”, consideradas todas as formas de cobertura da terra e classes de uso do solo, nas três regiões fitoecológicas do estado, foi utilizada uma grade de 20 x 20 km; foi implantada uma Unidade Amostral nos pontos da grade, para os quais os dois mapeamentos da cobertura florestal do Estado, acima citados, não indicarem a existência de florestas naturais, mas de outros usos do solo (veja Capítulo 12). As Unidades Amostrais regulares e complementares, implantadas e descratadas, bem como as Unidades Amostrais do levantamento das árvores-fora-da-floresta e dos epífitos (Volume V), constam na Tabela 2.3 e na Figura 2.4. Tabela 2.3. Unidades Amostrais implantadas e descartadas na Floresta Estacional Decidual (FED), Floresta Ombrófila Densa (FOD), Floresta Ombrófila Mista (FOM) e Restinga em Santa Catarina. Table 2.3. Sample Plots installed and cancelled in the Seasonal Deciduous Forest (FED), Dense Ombrophylous Forest (FOD), Mixed Ombrophilous Forest (FOM) and Restinga in Santa Catarina. Unidades Amostrais FED FOD FOM* Restinga Total Regulares 78 197 143 3 421 Complementares 1 5 12 1 19 Subtotal 79 202 155 4 440 Epífitos regulares - 24 1 - 33 Complementares - 9 - - Subtotal - 32 1 - 33 Fora-da-floresta 27 34 96 - 157 Total implantadas 106 268 252 4 630 Descartadas 34 28 59 8 128 * inclusive Campos Naturais * including natural grassslands 2 | Metodologia do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina 37 Figura 2.4. Localização das Unidades Amostrais implantadas do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina. Figure 2.4. Localization of installed Sample Plots of Floristic and Forest Inventory of Santa Catarina. 2.5 Unidade Amostral Cada Unidade Amostral é composta por um conglomerado com área total de 4.000 m2, constituído por quatro subunidades, com área de 1.000 m2 cada, medindo 20 m de largura e 50 m de comprimento, orientadas na direção dos quatro pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste), mantendo, cada uma, 30 m de distância
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