Buscar

RECURSO ORDINÁRIO

Prévia do material em texto

AO MERRITÍSSIMO JUÍZO FEDERAL DA 2ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA 
DE MACARANAÚ-CE 
 
 
 
 
 
 
Processo: 0000602-75.2014.5.07.0035 
 
CBL COLCHÕES BRASILEIRO LEITE LTDA EPP, devidamente 
qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio dos seus advogados 
abaixo assinados, não se conformando, com parte da r. sentença prolatada por este 
meritíssimo juízo, nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que lhe move 
JAYRO MOREIRA LUCAS, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
interpor 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
com fulcro no art. 895, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, consoante as razões em anexo. 
 
Requer ainda, a notificação da parte contrário para querendo apresentar 
contrarrazões, e que sejam recebidas as razões recursais anexas. 
 
Outrossim, informa que segue em anexo comprovante de recolhimento 
do depósito recursal, bem como, às custas processuais devidamente recolhidas em 
tempo e modo. 
 
 
Termos em que, pede deferimento. 
 
Pau dos Ferros-RN, 25 de maio de 2020. 
 
Alyson Micleriston da Silva Lopes 
 
Inácio Romeu Diógenes Almeida 
 
Leonardo Almeida Paulo 
 
Marcksuel Moreira Morais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
 
 
 
RECORRENTE: CBL COLCHÕES BRASILEIRO LEITE LTDA EPP 
RECORRIDA: JAYRO MOREIRA LUCAS 
ORIGEM: 2ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE MACARANAÚ-CE 
PROCESSO: 0000602-75.2014.5.07.0035 
 
Egrégio Tribunal, 
 
Colenda Turma, 
 
Nobres julgadores 
 
 
DOS PRESUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
O presente recurso preenche todos os pressupostos de admissibilidade 
recursais objetivos e extrínsecos, quais sejam, previsão legal, cabimento, adequação, 
tempestividade, preparo e regularidade de representação. 
 
Ademais, estão presentes os requisitos de admissibilidade recursal 
subjetivos ou intrínsecos, ou seja, a legitimidade, capacidade e o interesse. 
 
Dessa forma, tendo em vista o preenchimento de todos os pressupostos 
recursais, esse Recurso Ordinário deverá ser conhecido para que o seu mérito seja 
apreciado por este Egrégio Tribunal. 
 
SÍNTESE DA DEMANDA 
 
O Recorrido ingressou com reclamação trabalhista alegando ter sido 
contratado pela empresa Recorrente em 01/04/2011 para exercer a função de 
COLCHOEIRO, tendo a sua CTPS assinada somente em 01/08/2011 e, foi demitido 
em 21/11/2014, sem justo motivo. 
 
Dentre outros pedidos, requer o Recorrido o pagamento de horas extras 
e reflexos, horas de sobreaviso e reflexos, horas extras por redução do trabalho 
interjornada, descanso semanal remunerado e feriados, adicional de periculosidade e 
reflexos, retificação da CTPS, justiça gratuita e honorários advocatícios. 
 
A empresa Recorrente devidamente intimada do processo em testilha, 
apresentou contestação e documentos no prazo legal, advindo sentença de PARCIAL 
PROCEDÊNCIA, senão vejamos: 
 
“Isto posto, DECIDO JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE a presente 
reclamação para condenar a reclamada CBL COLCHOES BRASILEIRO 
LEITE LTDA EPP a pagar ao reclamante JAYRO MOREIRA LUCAS as horas 
extras e reflexos constantes da planilha Id. 836008a(com exceção das 
tabelas "dobra dos domingos trabalhados" e "horas de sobreaviso") e 
honorários advocatícios, limitados a 15% da condenação. 
Sentença a ser liquidada por cálculos, com acréscimos de juros moratórios a 
partir da propositura da ação (art. 883, CLT) e correção monetária, 
observando-se a época própria (art. 39, Lei 8.177/91 e Súmula 381, TST). 
Fica autorizada a dedução dos valores efetivamente quitados, especialmente 
as horas extras constantes dos documentos de Id. d1f6cd3, 9f8d451, 086ab4f 
e 5ee1704. 
Deve ainda a reclamada recolher as contribuições previdenciárias e do 
Imposto de Renda incidentes sobre os créditos trabalhistas. 
Custas pela reclamada no valor de R$ 1.240,58, calculadas sobre R$ 
62.028,86, valor da causa não impugnado nos termos do art. 261, CPC e 
Súmula 71, TST.” 
 
Proferida a r. sentença e estando a parte recorrente inconformada, faz-
se necessárias a apresentação de Recurso Ordinário. 
 
É o que se demonstrará ao longo da presentes razões. 
 
DAS RAZÕES RECURSAIS 
 
DO DESCABIDO PLEITO DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS E REFLEXOS 
 
A r. sentença a quo condenou a ora Recorrente ao pagamento de horas 
extraordinárias e reflexos conforme planilha fls. 201 a 203, exceto as tabelas de dobra 
dos domingos trabalhados e horas sobreaviso. 
 
Doutra sorte, em que se pese as considerações feitas na r. sentença, 
podemos observar que em sede de instrução processual, as horas extraordinárias 
eventualmente laboradas foram devidamente pagas, conforme folhas de pagamento 
juntadas aos autos do processo em epígrafe. 
 
Não obstante, restou comprovado ainda, que a jornada noticiada em 
sede de exordial é extremamente fantasiosa e, portanto, não merece guarida por este 
tribunal. 
 
A r. sentença deferiu o pagamento de horas extras no percentual de 50% 
nos períodos de outubro, novembro e dezembro do ano de 2011, entretanto, 
observado os holerites juntados pela própria parte autora nas fls. 31, 32 e 33 do 
processo, verifica-se que as horas extras foram devidamente pagas. 
 
Nesse mesmo sentindo, é que o se traduz as horas extras atinentes ao 
período de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, setembro, outubro e novembro de 
2012, o qual, verificasse através dos holerites juntados ao processo, respectivamente 
nas fls. 34, 35, 36, 37, 38, 42, 105 e 43, que estas, foram devidamente quitadas. 
 
Ainda, cumpre aqui esclarecer as horas extraordinárias do período de 
junho, julho e agosto de 2014, foram devidamente quitadas, senão vejamos as fls. 19, 
20 e 21 dos autos em comento. 
 
Nesse sentindo é a jurisprudência pátria, senão vejamos: 
 
ASSÉDIO MORAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DANO À MORAL 
NÃO CONFIGURADO. ACÚMULO DE FUNÇÃO NÃO CONFIGURADO. 
HORAS EXTRAS JÁ PAGAS. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. 
EVENTUALIDADE. SÚMULA Nº 364, I,TST. Não ficou constatado do 
conjunto probatório de que o reclamante tenha sido alvo de humilhação na 
frente dos demais colegas por parte da supervisora. Com relação ao acúmulo 
de função, também não ficou constatado que a tarefa de entrega de fatura 
exorbitasse de tal modo as atribuições da função de leiturista, de modo a 
exigir mais tempo para a realização de suas atividades e especialização que 
as suas funções cotidianas. Horas extras já contempladas com os devidos 
pagamentos em contracheques. Indevido o adicional de periculosidade 
porque o contato com o agente perigoso dava-se eventualmente, neste 
sentido é o entendimento consubstanciado na Súmula nº 364, I, TST. Recurso 
conhecido e improvido. 
 
(TRT-11 00008420320155110008, Relator: EULAIDE MARIA VILELA LINS, 
Gabinete da Desembargadora Valdenyra Farias Thome) 
 
 
HORAS EXTRAS JÁ PAGAS DURANTE A CONTRATUALIDADE. 
DEDUÇÃO. Havendo determinação na sentença exequenda para que 
sejam deduzidos dos valores devidos ao exequente a título de horas 
extras e reflexos aqueles já pagos durante a contratualidade, devem ser 
d Havendo determinação na sentença exequenda para que sejam 
deduzidos dos valores devidos ao exequente a título de horas extras e 
reflexos aqueles já pagos durante a contratualidade, devem ser 
deduzidos, por corolário lógico, também os valores quitados a título de 
reflexos dessas em repousos semanais remunerados. 
 
(TRT-12 - AP: 00011718020145120021 SC 0001171-80.2014.5.12.0021, 
Relator: GISELE PEREIRA ALEXANDRINO, SECRETARIA DA 3A TURMA, 
Data de Publicação: 08/01/2016) 
 
 
 
 
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 
11.496/2007. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. 
CRITÉRIO DE DEDUÇÃO DAS HORAS EXTRAS JÁ PAGAS. 
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 415 DA SDI-1 DO TST. 1 . Nos 
moldes da Orientação Jurisprudencial nº 415 da SDI-1 do TST, a 
dedução das horas extras comprovadamente pagas daquelas 
reconhecidasem juízo não pode ser limitada ao mês de apuração, 
devendo ser integral e aferida pelo total das horas extraordinárias 
quitadas durante o período não prescrito do contrato de trabalho. 2. In 
casu , o acórdão turmário manteve a decisão regional que determinara a 
dedução dos valores pagos a título de horas extras com limitação ao mesmo 
mês da respectiva competência. 3 . Por conseguinte, a decisão turmária 
merece reforma, para adequar-se à jurisprudência desta Corte Superior, 
consubstanciada na orientação jurisprudencial supramencionada, razão pela 
qual o abatimento das horas extras já pagas deve ser efetuado pelo critério 
global sem limitação ao respectivo mês de apuração. Recurso de embargos 
conhecido e provido. 
 
(TST - E-ED-RR: 5034420105040451 503-44.2010.5.04.0451, Relator: Dora 
Maria da Costa, Data de Julgamento: 07/03/2013, Subseção I Especializada 
em Dissídios Individuais) 
 
Desse modo, não há o que se falar em pagamento de horas extras, tendo 
em vista que estas já foram devidamente quitadas, conforme podemos observar 
através dos holerites juntados pela própria parte autora. 
 
Assim, por qualquer ângulo que se olhe a r. sentença merece ser 
reformada, para determinar quanto as horas extras pretendidas pelo Recorrido, que 
estas foram devidamente quitadas pelo Recorrente ainda durante o período 
contratual. 
 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
A reforma trabalhista trazida pela Lei 13.467/2017, instituiu no artigo 791-
A, parágrafo 4º, da CLT a aplicação de honorários sucumbenciais na Justiça do 
Trabalho. 
 
No caso dos autos, o MM Juiz “a quo” condenou a ora Recorrente ao 
pagamento de honorários sucumbenciais no importe de 15%, sobre o valor que 
resultar da liquidação da sentença. 
 
Entretanto, não observou a legislação atual quanto sucumbência 
recíproca e, não arbitrou em prol da ora Recorrente honorários, em relação aos 
pedidos nos quais a reclamante foi sucumbente. 
 
Não obstante, infere-se a necessidade de revisão do r. sentença no que 
diz respeito a porcentagem de honorários arbitrados em prol da parte Recorrida, haja 
vista que a manutenção da decisão quanto a verba em comento, vai de encontro com 
o art. 791-A, § 3º da CLT, se não vejamos: 
 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão 
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% 
(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor 
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido 
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública 
e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de 
sua categoria. 
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de 
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. 
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido 
em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a 
despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob 
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, 
nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as 
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de 
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, 
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção 
 
Ora. D. Desembargador, no caso dos autos, a r. sentença entendeu por 
dar parcial provimento a demanda, mas apenas arbitrou os honorários sucumbenciais 
para o Recorrido, mesmo sendo identificado igual critério de arbitramento e zelo 
profissional do advogado que representa a ora Recorrente. 
 
Desse modo, requer a reforma da r. sentença “a quo” para que minore 
os honorários sucumbenciais arbitrados em favor do patrono da parte contrária, vez 
que ambas as partes foram igualmente sucumbentes. 
 
Não obstante, em sendo o entendimento deste juízo diverso, requer o 
arbitramento dos honorários sucumbenciais em prol do patrono da ora Recorrente, 
sob pena de perpetrar flagrante injustiça, haja vista o zelo profissional desempenhado 
pelo profissional em epígrafe. 
 
CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto e das provas constantes nos autos, espera que o 
presente Recurso Ordinário seja conhecido e provido com a consequente reforma da 
r. sentença "a quo", acolhendo integralmente os pleitos acima mencionados, cabendo 
ainda a condenação da parte Recorrida ao pagamento das custas em reversão. 
 
Termos em que, pede deferimento. 
 
Pau dos Ferros-RN, 25 de maio de 2020. 
 
Alyson Micleriston da Silva Lopes 
 
Inácio Romeu Diógenes Almeida 
 
Leonardo Almeida Paulo 
 
Marcksuel Moreira Morais

Continue navegando