Buscar

Tipos Societários e Empresários

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 1 - Tipos societários, empresários e Contrato Social
De acordo com o novo Código Civil (artigos 982 e 1.150), quanto ao objeto, as sociedades podem ser:
· Simples: 
· Dependem da atuação pessoal de seus componentes
· São formadas por profissionais do mesmo ramo – contadores, advogados, médicos, etc.
· Possuem registro do Contrato Social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas – exceto para sociedades de advogados, cujo registro é feito na OAB.
· Empresárias: 
· Não dependem da atuação pessoal dos sócios – comércio, indústria.
· Possuem registro do Contrato Social na Junta Comercial do Estado.
Um dos requisitos para a constituição de uma sociedade é a pluralidade dos sócios. No Direito Comercial, NÃO SE ADMITE sociedade unipessoal originária.
Caso seja composta por dois sócios, e um deles venha a falecer ou se retire da associação, a sociedade será classificada como unipessoal, o que não é permitido. Nesses casos, a legislação (artigo 1.033, inciso IV, do Código Civil) concede um prazo de 180 dias para viabilizar sua continuidade.
Os tipos societários vigentes são regulamentados pelo Código Civil – do artigo 981 em diante, quanto á forma jurídica são classificados como:
Sociedade não personificada: Aquela que não possui registro. Dentro desse grupo, estão a Sociedade em Comum – irregular – e a Sociedade em Conta de Participação (SCP) – oculta.
· Sociedade em Comum – irregular: Aquela que não possui Contrato Social. Nesse caso, os sócios respondem de modo solidário e ilimitado pelas dívidas sociais.
· Sociedade em Conta de Participação – oculta: Aquela que não tem registro por interesse dos próprios sócios (ostensivo e oculto). Sua responsabilidade é ilimitada.
Sociedade personificada: Aquela que possui registro.
· Sociedade em Nome Coletivo: Aquela que apresenta a seguinte formação:
· Sócios – Pessoas Físicas;
· Responsabilidade solidária e ilimitada;
· Nome – firma ou razão social (nome dos sócios), à qual pode ser acrescentada a sigla & CIA.
· Sociedade Comandita Simples: Aquela que apresenta a seguinte formação:
· Sócios – Pessoas Físicas;
· Comanditados – capital e trabalho (responsabilidade solidária e ilimitada);
· Comanditários – capital (responsabilidade limitada – eles não participam da gestão);
· Empresa de capital fechado;
· Nome – firma ou razão social (nome dos sócios comanditados).
· Sociedade Anônima: Aquela que apresenta a seguinte formação:
· Capital dividido em ações;
· Responsabilidade limitada e não solidária;
· Capital aberto ou fechado;
· Nome – denominação ou nome fantasia + S/A no final ou Companhia/Cia. no início.
· Sociedade Comandita por Ações: Aquela que apresenta a seguinte formação:
· Capital aberto ou fechado;
· Diretor – responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações da sociedade;
· Nome – denominação ou nome fantasia, firma ou razão social + Comandita por Ações (C/A).
· Sociedade Limitada: Aquela que apresenta a seguinte formação:
· Capital dividido em cotas;
· Responsabilidade limitada e solidária;
· Nome – denominação ou nome fantasia, firma ou razão social + LTDA.
A responsabilidade solidária é aquela em que todos os responsáveis se encontram em situação de igualdade, e os bens de qualquer um deles (ou de todos) podem ser penhorados, sem ordem de preferência.
Já na responsabilidade subsidiária, primeiramente, os bens do devedor principal são penhorados e, depois, caso não os haja em quantidade suficiente para saldar a dívida, os bens do devedor subsidiário podem ser excutidos.
Tipos de empresários
Microempreendedor Individual (MEI): Introduzido pela Lei Complementar nº 128/2008 e inserido na Lei Complementar nº 123/2006 (Lei Geral da Micro e Pequena Empresa), que possibilita a formalização de empreendedores por conta própria, o MEI foi criado em julho de 2009. Ele não pode participar de outra empresa como sócio ou titular, deve possuir, no máximo, um funcionário e tem receita bruta anual limitada.
Empresário Individual: Aquele que exerce em nome próprio uma atividade empresarial e que não possui personalidade jurídica. Trata-se da Pessoa Física (natural) titular da empresa. O patrimônio da pessoa natural e o do Empresário Individual são os mesmos. Logo, o titular responderá de forma ilimitada pelas dívidas.
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI): Criada pela lei nº 12.441/2011, a EIRELI constitui nova modalidade empresarial que permite exercer a atividade correspondente de forma individual, com limitação da responsabilidade. Assim, o empreendedor (Empresário Individual) não responde com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. O limite mínimo de capital a ser integralizado na EIRELI é 100 (cem) vezes o valor do salário mínimo vigente no momento do registro de seu ato constitutivo. Diante de uma possível atualização do valor desse salário, o Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) já determinou que o aumento regular do referido capital não será necessário.
Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP): Instituídas pela Lei Complementar nº 123/2006, Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs) são possíveis classificações para as empresas que possuem menor volume de faturamento. Esse dispositivo legal estabeleceu um tratamento diferenciado para tais empresas, principalmente quanto à arrecadação de impostos e de contribuições a partir do sistema único de tributação Simples Nacional. Podem ser enquadradas como MEs ou EPPs:
· As Sociedades Simples;
· As Sociedades Empresárias;
· As EIRELIs;
· Os Empresários Individuais devidamente registrados.
Contrato Social
· 1. Definir o tipo de empresa: Entre os diversos tipos jurídicos de empresas que existem no Brasil, as duas mais comuns são a Sociedade Anônima e a Sociedade Limitada.
· 2. Definir o tipo de participação societária: 
· Sócio-cotista: Tipo de sócio que não trabalha na empresa, não retira pró-labore, mas participa de lucros e prejuízos do negócio, e responde pelos atos da Pessoa Jurídica em solidariedade com os demais sócios.
· Sócio-administrador: Sócio responsável por desempenhar todas as funções administrativas – aquele que assina e que responde legalmente pela Pessoa Jurídica, e que recebe o pró-labore mensalmente como um pagamento pelo trabalho desenvolvido na empresa. Todos os sócios podem ser administradores ou não. No caso de nenhum dos sócios desempenhar essa função, um terceiro deve ser nomeado administrador. Essa situação tem de constar no Contrato Social.
· 3. Verificar a situação do titular ou do(s) sócio(s): De acordo com o artigo 972 do Código Civil, são proibidos de exercer atividade empresarial:
· Funcionários públicos;
· Militares da ativa (artigo 29 da lei nº 6.880/1980);
· Deputados e senadores (artigo 54 da Constituição);
· Auxiliares do empresário – leiloeiros, despachantes aduaneiros, corretores;
· Falidos (artigo 102 da lei nº 11.101/2005).
Na maioria dos casos, o funcionário público é impedido por seu Estatuto de Servidor de ser sócio-administrador ou titular de uma empresa. Geralmente, ele pode ser apenas sócio-quotista. Para saber dessa possibilidade, é necessário consultar a entidade para qual trabalha. 
A participação de uma pessoa em mais de uma empresa, por sua vez, não é vedada: existem implicações quanto ao enquadramento de ME e EPP e, consequentemente, para fins tributários com o Simples Nacional.
· 4. Determinar o nome empresarial: 
· Empresário Individual: Neste caso, será adotado o nome civil do titular (razão social).
· Exemplos: (João da Silva Figueiredo; J. S. Figueiredo; João da Silva Figueiredo – Contabilidade.)
· Sociedade Empresária Ltda.: Neste caso, será adotada a razão ou a denominação social. 
· Exemplos (razão social) (João da Silva Figueiredo & Cia. Ltda.; Figueiredo & Cia. Ltda.) 
· Exemplos (denominação social) ( Pão do João Padaria Ltda.; JS Padaria Ltda.; João Figueiredo Padaria Ltda.)
· Sociedade Simples Ltda.: Neste caso, será adotada a razão ou a denominação social, mas incluindo a expressão Sociedade Simples ou S/S antes da sigla LTDA.
· Exemplos (JS Contabilidade SociedadeSimples LTDA; Silva’s Contabilidade S/S Ltda.)
· 5. Determinar o valor do capital social: O capital social é a primeira fonte de recursos da empresa e pode ser formado por moeda corrente, bens ou direitos. É nesse momento que devemos identificar o valor de que a empresa precisa para iniciar suas atividades e enfrentar suas primeiras despesas – seja com compra de equipamentos ou com matéria-prima, seja com instalações, com divulgação etc.
· 6. Definir as atividades: É necessário especificar exatamente que atividades serão desenvolvidas pela empresa – aquelas definidas pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
· 7. Solicitar cópias de documentos: São elas:
· Cópia autenticada do RG e do CPF do titular – no caso de Empresário Individual – ou do(s) sócio(s) administrador(es) – em caso de sociedade;
· Cópia dos comprovantes de residência dos sócios;
· Cópia do comprovante de endereço da empresa (IPTU).
Cláusulas do Contrato Social: O Contrato Social deve conter o visto de advogado, com a indicação do nome e o número de inscrição na seccional da OAB. Esse visto é dispensado no contrato de sociedade que, juntamente com o ato de constituição, apresentar declaração de enquadramento como ME ou EPP.
Aula 2 - Registros na Junta Comercial e na Fazenda Federal
Registro na Junta Comercial
O órgão que regula e estabelece as normas gerais do registro de empresas no Brasil é o Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI). Subordinadas a esse órgão, em cada estado brasileiro, estão as Juntas Comerciais, responsáveis pelos registros e arquivamentos dos atos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção das Sociedades Empresárias.
Para que possa funcionar de forma regular, uma sociedade desse tipo precisa estar registrada na Junta Comercial de seu estado, e o Número de Identificação do Registro de Empresas (NIRE) tem de ser atribuído ao ato constitutivo. A partir desse registro, a empresa existe oficialmente, o que não significa que ela possa começar a operar.
Pedido de Viabilidade
A constituição da empresa começa pelo Pedido de Viabilidade: um serviço de consulta prévia preenchido no endereço eletrônico da Junta Comercial. No formulário, são informados o tipo jurídico, o nome, o endereço e a atividade da empresa. Além disso, também se identificam os sócios e o valor do capital a ser investido.
A consulta de nome empresarial é uma pesquisa antecipada nos registros da Junta Comercial do Estado sobre a existência de empresas constituídas com nomes idênticos ou semelhantes àquele referente à instituição que se pretende abrir. Por isso, é necessário preencher três opções de nomes para a empresa, em ordem de prioridade. Se houver um nome igual ao primeiro escolhido no pedido já registrado na Junta, automaticamente, este será rejeitado. Em seguida, o segundo será testado, e assim sucessivamente.
Em caso de reprovação dos nomes selecionados ou de qualquer outro tipo de pendência, o processo retornará ao empresário, que deverá atender às solicitações e reapresentar a documentação para que seja aprovada.
Além do Pedido de Viabilidade do nome empresarial na Junta Comercial, nessa etapa, também é importante consultar a prefeitura do município para saber se é possível exercer as atividades desejadas no local em que se pretende implantar a empresa (conforme o Código de Posturas Municipais), bem como para obter a descrição oficial desse endereço.
Nesse momento, realiza-se apenas uma consulta prévia do local em que tais atividades serão desenvolvidas. Após tal autorização, os responsáveis pela empresa devem-se dirigir à prefeitura e informar-se sobre as licenças necessárias ao exercício dessas atividades para a concessão do Alvará de Funcionamento definitivo (Licença que efetivamente autoriza o início das atividades da empresa. Esse documento atesta a segurança da edificação, e o atendimento das normas urbanísticas e ambientais.)
A Junta Comercial se manifestará imediatamente em relação ao nome empresarial. A prefeitura tem, então, 2 (dois) dias úteis de prazo para responder ao Pedido de Viabilidade.
· Resposta negativa: uma nova viabilidade de local deve ser solicitada
· Resposta positiva com ou sem exigências: imprimir o pedido de viabilidade e anexá-lo ao processo para entrada na Junta
· Sem resposta no prazo: imprimir o pedido de viabilidade e anexá-lo ao processo, solicitar autorização de funcionamento da empresa diretamente à prefeitura pelo próprio usuário.
Se tudo estiver certo, será possível prosseguir com o arquivamento do ato constitutivo da instituição empresarial. Após o registro da empresa, o NIRE será gerado.
Registro na Fazenda Federal 
Com o NIRE em mãos, é hora de registrar a empresa como contribuinte, ou seja, de obter seu Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
O registro do CNPJ é feito exclusivamente pela internet, no site da Receita Federal do Brasil (RFB): órgão responsável por administrar os cadastros de Pessoas Física e Jurídica. De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.634/2016:
Art. 3º Todas as entidades domiciliadas no Brasil, inclusive as pessoas jurídicas equiparadas pela legislação do Imposto sobre a Renda, estão obrigadas a se inscrever no CNPJ e a cada um de seus estabelecimentos localizados no Brasil ou no exterior, antes do início de suas atividades.
Inscrição de Primeiro Estabelecimento (Matriz):
· 1º PASSO – PREENCHER DOCUMENTOS DE SOLICITAÇÃO DE ATOS PERANTE O CNPJ
As solicitações dessa inscrição são efetuadas por meio da utilização do aplicativo Coleta Web CNPJ no site da RFB –, com o preenchimento e o envio dos seguintes documentos:
a) Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ);
b) Quadro de Sócios e Administradores (QSA) completado com a qualificação constante da Tabela de Natureza Jurídica e Qualificação dos Integrantes do QSA.
· 2º PASSO – TRANSMITIR OS DOCUMENTOS PREENCHIDOS
Para fazer esta transmissão pelo aplicativo, o contribuinte deve clicar no menu Finalizar Preenchimento.
· 3º PASSO – IMPRIMIR O RECIBO DE ENTREGA
Após a transmissão realizada com sucesso, o aplicativo grava o recibo de entrega, que deve ser impresso, em uma via, por meio da opção Preparar Página para Impressão.
· 4º PASSO – CONSULTAR A SITUAÇÃO DA SOLICITAÇÃO
O número que consta no recibo de entrega (nº do recibo/nº de identificação) serve como código de acesso para que o contribuinte possa consultar o andamento de seu pedido na página da RFB, por meio da opção Consulta da Situação do Pedido de CNPJ enviado pela Internet.
· 5º PASSO – REALIZAR PESQUISA PRÉVIA
O sistema faz, automaticamente, uma pesquisa prévia, que pode resultar em pendências ou não. As pendências identificadas são indicadas para consulta, impressão e resolução pelo contribuinte.
Não havendo pendências, o sistema disponibiliza para impressão, no site da RFB, o Documento Básico de Entrada no CNPJ (DBE) ou o Protocolo de Transmissão – para os contribuintes que utilizam certificação digital –, na opção Consulta da Situação do Pedido de CNPJ enviado pela Internet.
Esses documentos contêm o número do recibo ou da identificação e informam o endereço da unidade cadastradora para onde o contribuinte deve encaminhar a documentação necessária.
· 6º PASSO – FORMALIZAR A SOLICITAÇÃO E A DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
A solicitação é formalizada pela remessa – por via postal, pela entrega direta ou por outro meio aprovado pela RFB –, à unidade cadastradora de jurisdição do estabelecimento (indicada após a conclusão da pesquisa prévia), dos seguintes documentos:
· DBE ou Protocolo de Transmissão;
· QSA;
· Cópia autenticada do documento de identificação do signatário;
· Cópia autenticada do ato constitutivo da Matriz, devidamente registrado no órgão competente;
· Cópia autenticada da declaração de enquadramento de Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP).
DBE ou Protocolo de Transmissão
Se o órgão de registro (Junta Comercial, Cartório etc.) celebrou convênio de integração com a RFB, basta a entrega direta do DBE ou do Protocolo de Transmissão nesse órgão. Em quase todas as Juntas Comerciais, essa inscriçãopode ser feita junto com o arquivamento do ato constitutivo.
A inscrição do Microempreendedor Individual (MEI) será realizada exclusivamente por meio de sua formalização no Portal do Empreendedor. Em outras palavras, ele está dispensado da apresentação do DBE e do Protocolo de Transmissão.
Declaração de enquadramento de Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP)
A empresa pode se enquadrar como ME ou EPP, desde que atenda aos requisitos da Lei Complementar nº 123/2006, mediante declaração para essa finalidade, cujo arquivamento deve ser requerido em processo próprio. O Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), por meio de Instrução Normativa, é quem orienta as Juntas Comerciais, quanto aos procedimentos e atos necessários para a formalização do enquadramento.
Sistemas informatizados
· A Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM) é um sistema integrado que permite a abertura, o fechamento, a alteração e a legalização de empresas em todas as Juntas Comerciais do Brasil, simplificando procedimentos e reduzindo a burocracia.
Esse sistema incorpora todos os processos dos órgãos e das entidades responsáveis pelo registro, pela inscrição, pela alteração e pela baixa das empresas, por meio de uma única entrada de dados e documentos, acessada via web.
Com a REDESIM, os usuários também podem obter informações e orientações pela internet ou de forma presencial.
· O Sistema de Registro Integrado (REGIN) inclui os órgãos públicos envolvidos no registro de empresas – na Junta Comercial, na Receita Federal, na Secretaria de Fazenda Estadual e nas prefeituras –, com o objetivo de: 
· Desburocratizar seus processos de abertura e alteração.
· Realizar todo o processo de abertura da empresa em um único lugar;
· Economizar tempo e dinheiro nesse processo;
· Obter, ao final da etapa de Pedido de Viabilidade na internet, um número de protocolo e uma relação com a documentação necessária à abertura da instituição empresarial, bem como com possíveis impedimentos a esta;
· Fornecer o Requerimento Eletrônico com vistas à agilidade do registro da empresa no órgão competente, sem necessidade de seu comparecimento ao local;
· Acompanhar o processo via internet para fins de conhecimento quanto à aprovação da empresa e quanto à suposta necessidade de documentação complementar ou de qualquer outra exigência para a autorização de seu funcionamento. 
Requerimento Eletrônico
O Requerimento Eletrônico tem como objetivo viabilizar e agilizar, via internet, o processo de constituição de Pessoas Jurídicas. Trata-se de um formulário virtual em que se apresentam todas as informações necessárias ao Cadastro do Órgão de Registro. Essas informações são analisadas e validadas por tal órgão, e as exigências, mostradas no próprio requerimento – o que o classifica como uma ferramenta de comunicação. Para iniciar esse processo, o requerente deve preencher:
1. O Pedido de Viabilidade – no site do órgão de registro (Junta Comercial);
2. O DBE – no site da RFB;
3. O Requerimento Eletrônico – no site do órgão de registro (Junta Comercial).
Se tudo estiver certo, será possível prosseguir com o arquivamento do ato constitutivo da empresa e obter, ao mesmo tempo, o NIRE e o CNPJ. Geralmente, nesse momento, solicitam-se os seguintes documentos:
· Requerimento Padrão (Capa da Junta Comercial);
· Contrato Social, Requerimento de Empresário Individual ou Estatuto;
· Relatório de Viabilidade válido;
· Recibo de entrega do Requerimento Eletrônico;
· Declaração de enquadramento de ME ou EPP;
· Cópia autenticada do RG e do CPF do titular ou dos sócios;
· Guia de pagamento (Taxa da Junta);
· Guia de pagamento RFB – Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).
Aula 3 - Registro na Fazenda Estadual e Registro na Fazenda Municipal
Registro na Fazenda Estadual
O processo de Inscrição Estadual tem início após a empresa ter se constituído juridicamente, nos órgãos competentes:
· Junta Comercial (NIRE);
· Cartório-RCPJ;
· Delegacia da Receita Federal (CNPJ).
Inscrição Estadual
A Inscrição Estadual é o número liberado pela Secretaria Estadual de Fazenda (SEFAZ), necessário para a obtenção do cadastro de contribuintes do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e emissão da Nota Fiscal.
O Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) tem como base legal o art. 155, inciso II § § 2º e 3º da Constituição Federal do Brasil de 1.988 e a lei complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996.
Estão obrigadas à Inscrição Estadual, antes do início de suas atividades, todas as empresas com atividades de comércio, indústria e transportes intermunicipais, interestaduais e internacionais. Também estão incluídos os serviços de comunicação e energia.
Após esta inscrição a empresa estará formalmente registrada junto à Secretaria Estadual de Fazenda no estado que estiver situada.
Cada inscrição estadual corresponderá a seu exclusivo CNPJ, não sendo admitida a vinculação de mais de uma inscrição estadual a um mesmo CNPJ.
O número da inscrição deverá constar em todos os documentos fiscais e será mencionado nas petições, nas declarações, nos arquivos e nos formulários apresentados às repartições fiscais, nos documentos de arrecadação, em todos os documentos e arquivos eletrônicos e nos termos de abertura e de encerramento dos livros de escrituração fiscal.
Documentos básicos necessários para Inscrição
A inscrição deverá ser solicitada pelo contabilista responsável pela empresa.
· Documento de Cadastro transmitido e impresso através do Programa Gerador do Formulário Eletrônico (pode se apresentar de formas diferentes em cada estado). Em alguns estados, como São Paulo, o preenchimento do documento de cadastro para Inscrição Estadual ocorre juntamente com o preenchimento do DBE de solicitação de CNPJ da Receita Federal, nesse caso, utiliza-se o mesmo programa gerador; 
· Instrumento constitutivo da empresa devidamente registrado e arquivado na Junta Comercial;
· Comprovante de Inscrição no CNPJ;
· Comprovante de propriedade do imóvel onde exercerá sua atividade ou de instrumento que autorize sua ocupação (contrato de locação);
· Certificado de Regularidade Profissional emitido pelo Conselho Regional de Contabilidade;
· Cópia do documento de identidade, CPF e prova de residência dos sócios, diretores ou titular;
· Taxa de serviços estaduais.
Sistema de Registro Integrado
Com objetivo de centralizar a entrada das informações cadastrais das empresas em âmbito Federal, Estadual e Municipal, as Juntas Comerciais do Estado poderão disponibilizar um Sistema de Registro Integrado.
Assim de acordo com o Estado, a empresa a ser constituída poderá apresentar à Junta Comercial o pedido de inscrição estadual no momento do pedido de registro do ato de constituição. Vejamos a documentação a ser apresentada:
a) documentação específica exigida pela Junta Comercial para requerimento de NIRE;
b) DBE de solicitação do CNPJ, fornecido pelo aplicativo específico da Receita Federal do Brasil- RFB;
c) documentação especifica da SEFAZ: Documento de cadastro transmitido e impresso através do Programa Gerador do Formulário Eletrônico.
Passo a passo do preenchimento e do envio do Documento de cadastro:
· Preencher o Documento de Cadastro, de acordo com os dados que constam do ato constitutivo, utilizando o Programa Gerador do Formulário Eletrônico.
· Transmitir o Documento de Cadastro à SEFAZ pela internet, através da página de Transmissão e Impressão do documento.
· Solicitar a inscrição no CNPJ, conforme normas da Receita Federal do Brasil, e imprimir o DBE, verificando se, no impresso, consta o nº do Código de Acesso.
· Anexar ao processo de constituição, que será encaminhado à Junta Comercial, com os documentos referentes ao pedido de inscrição no CNPJ (DBE) e o Documento de Cadastro impresso.
SINTEGRA
O Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços— SINTEGRA foi criado visando ao controle informatizado das operações de entradas e saídas interestaduais realizadas pelos contribuintes do ICMS.
· Do lado dos contribuintes, o propósito é o de simplificar e uniformizar as obrigações de fornecimento de informações relativas às operações de compra, venda e prestação de serviços interestaduais.
· Do lado dos fiscos estaduais, o objetivo é o de propiciar mais agilidade e confiabilidade ao tratamento das informações recebidas dos contribuintes e à troca de dados entre as diversas UFs.
Este sistema nos permite confirmar nome, endereço, atividade econômica, números de Inscrição estadual e do CNPJ, e a situação cadastral dos contribuintes do ICMS existentes nas diversas unidades da Federação.
O programa validador Sintegra verifica a consistência dos dados informados pelos contribuintes e prepara os arquivos para entrega às repartições fazendárias estaduais. O programa pretende evitar o fornecimento de dados incorretos, como Inscrições Estaduais e CNPJ inválidos, registros inexistentes, inconsistências entre os registros informados, etc.
Registro na Fazenda Municipal
Toda empresa, antes de iniciar suas atividades, deve providenciar junto à secretaria de fazenda do município onde irá funcionar, o Alvará de Localização e Funcionamento. Na maioria dos municípios, simultaneamente à liberação do alvará, será gerado o número de identificação no cadastro tributário do município, esse número é denominado Inscrição Municipal.
Esta numeração deverá constar no alvará de funcionamento a ser exposto em local visível no estabelecimento comercial.
O Alvará de Localização e Funcionamento é o documento hábil para que os estabelecimentos possam funcionar, respeitando:
· as normas relativas a horário de funcionamento;
· o zoneamento;
· a edificação;
· a higiene sanitária;
· a segurança pública;
· a segurança e higiene do trabalho e meio ambiente.
· A expedição do alvará é de competência da Prefeitura Municipal onde se localiza a empresa.
· Os procedimentos para solicitação de alvará de funcionamento vão variar um pouco de município para município.
Inscrição Municipal
As pessoas jurídicas, autônomos e profissionais liberais, cujas atividades incidam tributação municipal (prestação de serviços), irão utilizar a Inscrição Municipal para emissão da nota fiscal de serviços com tributação de ISSQN.
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) tem como base legal o art. 156, inciso III, § 3º, da Constituição Federal do Brasil de 1988 e a lei complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
O ISSQN é de competência municipal e incide sobre todas as prestações de serviços.
Cada município possui uma legislação própria para tributação do ISS, portanto as alíquotas podem variar de município para município.
Com base no número de Inscrição Municipal a prefeitura irá fiscalizar e controlar o pagamento de tributos sob sua responsabilidade, principalmente em relação ISSQN. Assim, a Inscrição Municipal:
· permite que o prestador de serviço emita notas fiscais de forma legal;
· possibilita a obtenção de certidões negativas obrigatórias para participação em licitações;
· auxilia o governo na gestão tributária do município.
Licenças e inscrições nos órgãos de regulação
As autorizações dos órgãos de vistoria são requisitos essenciais para conseguir o alvará de funcionamento e consequentemente a Inscrição Municipal. O ramo de atividade, o porte e o local da instalação, vão influenciar no tipo de licenças necessárias ao funcionamento da empresa.
Entre as inscrições e licenças frequentemente exigidas, estão as seguintes:
· LICENÇA AMBIENTAL - Obtida em órgãos municipais e estaduais de meio ambiente e no IBAMA. Geralmente, é exigida de empresas que exercem atividade industrial, metalúrgica, mecânica, têxtil, química, de calçados, atividade agropecuárias.
· LICENÇA SANITÁRIA - O licenciamento da Vigilância Sanitária é necessário para todos os estabelecimentos, empresas ou autônomos que direta ou indiretamente, pelo tipo de atividade que desenvolvem, possam constituir algum risco à saúde. Suas normas são regulamentadas pela ANVISA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
· LICENÇA DO CORPO DE BOMBEIROS - A vistoria de cumprimento das normas de segurança é realizada pelo Corpo de Bombeiros e praticamente todas as empresas estão sujeitas.
Os empreendimentos devem possuir a licença para funcionamento junto ao Corpo de Bombeiros Militar, com tratamento diferenciado para as atividades de baixo risco. Para essas empresas, o processo de vistoria passa a ser feito depois que o negócio estiver funcionando. Assim, a empresa pode iniciar imediatamente após o registro, contudo sem deixar de cumprir as normas previstas.
O Corpo de Bombeiros Militar pode realizar a qualquer tempo vistoria ou fiscalização, sempre devendo observar a fiscalização orientadora.
Documentos necessários para emissão da Inscrição Municipal:
· Cópia do Contrato Social consolidado; ou Estatuto; ou Ata de Constituição;
· Cópia do CNPJ;
· IPTU de imóvel comercial;
· Cópia do RG e CPF do sócio/titular;
· Prova de direito do uso do Local (cópia da Escritura de Compra e Venda; ou cópia do IPTU em nome do sócio; ou cópia da Cessão de uso ou Comodato; ou cópia do Contrato de Locação; ou Herança ou Doação; ou Usufruto; ou Posse);
· Simples Nacional, quando o contribuinte for optante;
· Solicitação de Cadastro Eletrônico de Contribuintes;
· Taxa de Licença para Instalação e Funcionamento. (pode variar de município para município)
A Solicitação de Cadastro eletrônico de Contribuintes é um procedimento obrigatório para todas as pessoas jurídicas, inclusive para os optantes do Simples Nacional e Microempreendedores Individuais (MEI), instalados no município, para que possam ter acesso ao sistema emissor da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e).
Cada município irá estabelecer as obrigatoriedades de emissão de NF-e. Portanto, existe a possibilidade de contribuintes estarem obrigados à emissão de NF-e em um município e em outro não.
De acordo com a atividade, pode ser necessário acrescentar os seguintes documentos:
· Atividades de Alto Risco: cópia do Certificado de Aprovação dos Bombeiros, Estudo de Impacto do Sistema Viário e Aceite das Instalações Comerciais;
· Restaurantes, bares e similares: cópia do Certificado de Aprovação dos Bombeiros, Estudo de Impacto do Sistema Viário e Aceite das Instalações Comerciais;
· Comércio ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação: cópia do Documento de Cadastro – Inscrição Estadual;
· Atividades que possam impactar o meio ambiente: Estudo Prévio de Impacto Ambiental.
Aula 4 - Prática Informatizada — Setor de Pessoal — Cadastros e Registro de Empregados
O Código Civil Brasileiro — Lei 10.406/2002, a partir do artigo 1.179, versa sobre a obrigatoriedade da escrituração contábil, para o empresário e para a sociedade empresária:
Art. 1179 – O empresário e sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade , mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado.
Dada necessidade das empresas em obterem informações relevantes e em tempo hábil, onde a qualidade dessas informações irá influenciar na tomada de decisões, já não se admite a utilização dos métodos de escrituração feitos à mão. Para fins acadêmicos iremos utilizar em nossas aulas e atividades, o sistema informatizado de contabilidade da Fortes Tecnologia em Sistemas. Utilizaremos os seguintes módulos:
· Fortes Pessoal: destinado a execução e gestão de todas as rotinas vinculadas ao setor de pessoal.
· Fortes Contábil: automação contábil completo, destinado as rotinas vinculadas ao setor contábil.
· Fortes Fiscal: destinado a execução e gestão das rotinas vinculadas ao setor fiscal.
Departamento Pessoal:
ATIVIDADES DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL: As atividades do Departamento de Pessoal são disciplinadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e por normasjurídicas a ela complementares.
FUNÇÕES DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL: As funções do Departamento de Pessoal são: administrar a movimentação de pessoal entre empregador e empregado; preparar folha de pagamento, férias, 13º salário, rescisão do contrato de trabalho e encargos sociais.
· Admissão: Para ser formalizada a admissão do empregado a empresa deverá solicitar ao trabalhador a apresentação de alguns documentos que terá como finalidade, além da sua identificação, possibilitar o correto desempenho das obrigações trabalhistas, não só em relação ao próprio trabalhador, mas também nas relações da empresa com a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM). Vejamos os documentos necessários à admissão:
· Carteira de trabalho e previdência social - CTPS
· Atestado de saúde ocupacional – ASO
· Titulo de eleitor, maiores de 18 anos
· Certificado de reservista ou de alistamento militar, homens entre 18 e 45 anos
· Certidão de nascimento, casamento ou carteira de identidade – RG
· Comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF
· Documento de inscrição no PIS/PASEP ou anotação correspondente na CTPS
· Cópia da certidão de nascimento de filhos menores de 14 anos, para recebimento de salário família, e apresentação de atestado de vacinação e de frequência escolar semestral para crianças de até 7 anos.
Preenchimentos de documentos: Na contratação de empregados, são necessários os procedimentos e o preenchimento de alguns documentos. 
· Obter a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do empregado, entregando-lhe recibo desta obtenção para efetuar as anotações e devolvê-la no prazo máximo de 48 horas;
· Preencher o livro ou a ficha de registro de empregados, com os dados necessários do trabalhador;
· Formalizar o contrato de trabalho e, caso haja cláusulas específicas que rejam o vínculo empregatício, registrá-la na CTPS;
· Preencher a ficha de salário família, usada para lançar os dados extraídos das certidões de nascimento dos filhos menores de 14 anos;
· Celebrar acordo coletivo com o sindicato da categoria, para regime de compensação de horas de trabalho (banco de horas), se for o caso;
· Preencher a declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda, quando os rendimentos do empregado estiverem sujeitos à retenção na fonte;
· Preencher o cartão de ponto ou incluir o nome do empregado no livro de ponto;
· Preencher a ficha referente ao Programa Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), cujas anotações serão feitas por Médico do Trabalho com o objetivo de promoção e preservação da saúde do trabalhador.
Aula 5 - Prática Informatizada — Setor de Pessoal — Elaboração da Folha de Pagamento e Encargos Sociais
Folha de Pagamento: Basicamente, uma Folha de Pagamento é o documento que deve ser elaborado, ao final de cada mês, por todas as entidades que possuem empregados, indicando nomes, remunerações, descontos, valores líquidos a serem pagos.
Remuneração e Salário: A remuneração não é o mesmo que o salário, visto que o salário representa apenas uma parte da remuneração:
· Salário Bruto — equivale ao conceito de remuneração;
· Salário Fixo — valor pelo qual o funcionário é contratado;
· Salario Líquido — quantia efetivamente paga ao funcionário.
Tipos de Empregados:
EMPREGADO MENSALISTA: É aquele que no ato da contratação tem o valor do seu salário definido por mês de “30 dias” (convenção adotada, independentemente se o mês é de 28, 29, 30 ou 31 dias).Além do salário fixo mensal, as informações básicas para que se possa calcular a Remuneração Total — Salário Bruto (salário fixo, horas extras, faltas e atrasos) são:
· SD (Salário-Dia) e o SH (Salário-Hora).
Assim, por exemplo, se um determinado empregado mensalista é contratado com um salário mensal de R$3.000,00, com uma jornada mensal de 220 horas, teremos os seguintes cálculos:
· SD = R$3.000,00 ÷ 30 = R$100,00
· SH = R$3.000,00 ÷ 220 = R$13,64
Admitindo que o empregado foi contratado no dia 15, até o dia 30 seriam contados 16 dias. O Salário Bruto: SD x 16 = R$100,00 x 16 = R$1.600,00
O SH seria útil, por exemplo, para o cálculo dos descontos com faltas e atrasos, bem como os acréscimos com horas extras.
EMPREGADO HORISTA: É aquele que, no ato da contratação, tem o valor de seu salário definido por hora. Além do salário hora, para o cálculo da remuneração total a ser paga a um empregado horista, precisamos determinar o SD (Salário Dia), o SM (Salário Mês) e a JD (Jornada Diária).
Com essas informações é possível calcular, por exemplo, os descontos com faltas e atrasos, os acréscimos com horas extras, o 13º salário, as férias etc.
De forma diferente do empregado mensalista, onde todos os meses são considerados com 30 dias, nos cálculos do horista, considera-se o número exato de dias do mês, isto é 28, 29, 30 ou 31.
EMPREGADO COMISSIONADO: É aquele contratado com um percentual sobre o valor das vendas, podendo também, além da comissão, ter um salário fixo. Caso haja, além da comissão, um salário fixo, o cálculo da remuneração dessa parte fixa seguirá os mesmos parâmetros utilizados no cálculo efetuado pelo empregado mensalista.
Horas Extras: A Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XIII, determina que a duração do trabalho “normal” não seja superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, facultando a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho (há situações como, por exemplo, no caso dos bancários, cuja duração é de 180 horas mensais e 6 horas diárias).
Também, a CF estabelece em seu art. 7º, inciso XVI, que o valor do trabalho em horas extras deve ser acrescido de, no mínimo, mais 50%. (esse percentual poderá ser maior, mediante acordo por escrito do empregado com empregador ou convenção coletiva do sindicato da categoria).
Além disso, com base no art. 59 da CLT, a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não superior a 2 (duas) horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.
Assim, interpretamos que a hora extra é qualquer excesso sobre as 8 horas diárias, podendo chegar até 2 horas (uma convenção coletiva de determinada classe de trabalhadores pode estabelecer um tempo maior), isto é, o trabalhador, “regra geral” só poderá trabalhar até 10 horas diárias, independente do dia da semana, mesmo que trabalhe também aos domingos e feriados, não havendo distinção entre dias para efeitos de remuneração.
Descanso Semanal Remunerado — DSR: De acordo com o artigo 67 da CLT, será segurado a todo empregado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, todo ou em parte.
Para efeitos trabalhistas, os sábados são considerados dias úteis, exceto se caírem em feriados. No entanto, quando uma empresa concede, além do domingo, o sábado para descanso, isto é interpretado como licença remunerada e não como DSR, tendo em vista que é uma faculdade da empresa, de forma que os sábados concedidos voluntariamente pela empresa não afetarão o cálculo do reflexo das horas extras sobre o DSR.
· Somam-se as horas extras do mês;
· Divide-se a soma anterior pelo número de dias úteis do mês (nessa contagemconsidera-se o número exato de dias do mês, ou seja, 28, 29, 30 ou 31 dias);
· Multiplica-se o quociente anterior pelo total de domingos e feriados do mês,encontrando assim a quantidade de horas do reflexo das horas extras sobre o DSR;
· Multiplica-se o resultado anterior pelo valor em R$ da hora extra, encontrandoassim o total em R$ do reflexo das horas extras sobre o DSR.
Vale-Transporte: Quanto ao vale-transporte o empregado tem o ônus de responder com a parcela de 6% do seu salário básico ou vencimento, independente dos dias trabalhados. Vale destacar que esse desconto está limitado ao valor total das passagens recebidas pelo funcionário no mês, portanto o que será descontado é o menor valor entre os dois, ou 6% sobre o salário base ou as passagens recebidas.Folha de Pagamento — Encargos Sociais - Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): O INSS é a contribuição devida a Previdência Social por todo empregado, inclusive o doméstico, sendo que seus percentuais variam de acordo com o valor do salário de contribuição, de forma que os percentuais mais comuns são de 8%, 9% e 11%, mas sempre limitados a um teto máximo. Constantemente a tabela para aplicação dos referidos percentuais, bem como o teto máximo, estão sendo modificados pelo INSS.
Existem dois tipos:
O INSS dos empregados, o qual é descontado na folha de pagamento, constituindo assim um custo para o empregado e não para o empregador. Esse último apenas deverá recolher mensalmente essa contribuição;
O INSS patronal, que é custo para a empresa e não para o empregado, calculado sobre o total bruto da folha de pagamento.
O recolhimento previdenciário das empresas em geral corresponde à aplicação das seguintes alíquotas, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados:
· 20% referente ao INSS Patronal para as empresas não optantes do Simples Nacional;
· 1%, 2% ou 3% referente a Risco de Acidente do Trabalho (RAT) e contribuição adicional, se for o caso, variando conforme o grau de risco, acrescido do Fator Acidentário de Prevenção (FAP); e
· geralmente 5,80% de contribuição variável de Outras Entidades (Terceiros), destinada às entidades SENAI, SESC, SESI etc., onde o INSS se incumbe de arrecadar e repassar.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): Seu valor é de 8% sobre o salário bruto. É depositado em conta vinculada do empregado. A lei nº 9.528/97 introduziu a obrigatoriedade de apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP).
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): Para cálculo desse imposto, a Receita Federal do Brasil, anualmente, fornece uma tabela com a variação das alíquotas em função da faixa salarial do contribuinte.
Aula 6 - Prática Informatizada — Setor Fiscal — Escrituração Fiscal — Operações com Mercadorias e Serviços Prestados
Setor fiscal
Com a classificação e o lançamento das notas fiscais de compras, vendas e prestação de serviços, o Setor Fiscal é responsável por toda a escrituração dos livros fiscais obrigatórios, apuração dos impostos e contribuições, bem como a emissão das respectivas guias de pagamento dentro dos prazos legais. Também é responsável por atender as exigências do fisco em relação às obrigações acessórias de acordo com a atividade de cada empresa e pela emissão de requerimentos e documentos diversos.
Operações com mercadorias
COMPRA: Ato pelo qual a empresa comercial adquire a propriedade sobre a mercadoria para revenda;
VENDA: Ato pelo qual uma empresa comercial revende suas mercadorias adquiridas de seus fornecedores, havendo assim transferência de propriedade do fornecedor ao cliente.
DEVOLUÇÃO: Ato pelo qual as mercadorias compradas retornam do cliente ao fornecedor, por estarem em desacordo com o pedido. No ato da devolução, é necessário que o cliente faça uma nota fiscal, a fim de acompanhar as mercadorias, havendo, portanto a incidência do ICMS, caso o comprador seja contribuinte do imposto.
ABATIMENTO: Se o cliente estiver insatisfeito com a mercadoria adquirida, por culpa do fornecedor, e não julgar necessário devolvê-la pode entrar em acordo com o fornecedor e exigir um abatimento, a fim de evitar a devolução.
Os fatos mais comuns que podem levar ao abatimento são:
· deterioração parcial do lote adquirido;
· perda de qualidade;
· divergência de especificações técnicas;
· e atraso na entrega.
Tendo em vista que tal abatimento é posterior ao ato de venda, o mesmo não esteve e nem estará em nenhuma nota fiscal e, por conseguinte, não há ICMS no abatimento, visto que a mercadoria não circula.
DESCONTO INCONDICIONAL (COMERCIAL): É aquele dado incondicionalmente pelo fornecedor ao cliente, visto que não depende das condições de pagamento, e sim em função de outros fatores, tais como grande quantidade adquirida, interesse promocional ou cliente preferencial. Tendo em vista que tal desconto é concedido no ato da venda das mercadorias, este aparece na nota fiscal. Tal desconto não deve ser confundido com o desconto condicional (financeiro), isto é, aquele obtido em função do pagamento da duplicata antecipadamente do cliente ao fornecedor. Esse tipo de desconto, para a empresa que concedeu, é uma Despesa Financeira, e, para a empresa que obteve, uma Receita Financeira.
TRANSFERÊNCIA: É a movimentação de mercadorias entre estabelecimentos componentes da mesma empresa, tais como entre filiais. Visto que, na transferência, há circulação de mercadorias, deve-se fazer também nota fiscal e, consequentemente haverá incidência de ICMS.
NOTA FISCAL: Sempre que houver circulação de mercadorias, a qualquer título (vendas, devoluções, remessas para consignação, transferências etc.), deve ser emitida a nota fiscal. Também para as empresas prestadoras de serviços, deve ser emitida a nota fiscal de prestação de serviços. No caso de empresas comerciais varejistas, estas, em substituição à nota fiscal, podem emitir o cupom fiscal, através de equipamento adequado, quando a mercadoria for retirada da empresa pelo próprio cliente, como ocorre com farmácias, mercearias, lanchonetes etc.
DUPLICATA: É um título de crédito comercial, usado em vendas a prazo. Recebe este nome (dupli), por possuir os mesmos dados principais da fatura. Quem emite a duplicata é o vendedor ou fornecedor e quem aceita a duplicata é o devedor.
FATURA: Não é um título de crédito, mas é um documento comercial que comprova a venda a prazo efetuada ao cliente, o qual pode englobar uma ou mais notas fiscais. A fatura deve ser emitida pelas empresas que realizam a venda de mercadorias a prazo superior a 30 dias. Sua principal finalidade é informar ao cliente a relação de notas fiscais, para que o mesmo confira suas compras a prazo, e as datas em que deve realizar os pagamentos.
NOTA FISCAL FATURA: Pode ser usada quando se deseja evitar o trabalho do faturamento após a emissão das notas fiscais. Tal documento é ao mesmo tempo uma nota fiscal e uma fatura.
Compras Brutas (CB)
Para uma empresa comercial, a formação do valor da compra se dará da seguinte forma:
Existem situações previstas em lei nas quais uma empresa comercial poderá estar sujeita à incidência não cumulativa do PIS/PASEP e da COFINS (incidem sobre o IPI). Nesse caso, a fórmula anterior passará a ser apresentada assim:
Todos os gastos assumidos pela empresa comercial, para que as mercadorias adquiridas para revenda cheguem ao seu estabelecimento, devem integrar o custo das mercadorias compradas, tais como fretes, seguros e armazenagens.
No caso do frete, independentemente de ser cobrado pelo próprio fornecedor da mercadoria (incluído ou não na nota fiscal) ou por uma empresa transportadora, sobre ele deverá incidir ICMS, no caso em que o transporte seja interestadual ou intermunicipal. Se o transporte for dentro do município incidirá apenas o ISS.
Compras Líquidas (CL)
Deduções
· Devoluções de Compras;
· Abatimentos sobre Compras;
· Descontos Incondicionais (Comerciais) Obtidos.
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)
É um documento digital emitido e armazenado eletronicamente, com o objetivo de documentar para fins fiscais uma operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços, sendo validada pela Assinatura Digital do emitente.
Para fins de trânsito de mercadorias, será impressa em uma única via um DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), no qual constará a chave de acesso e um código de barras, que permitirá a qualquer pessoa acessar, via internet, a NF-e no ambiente da RFB ou na SEFAZ.
O contribuinte destinatário, receptor do DANFE, poderá utilizar as informações contidas nesse documento para escrituração da NR-e, e o contribuinte emissor da NF-e realizará a escrituração a partir das NF-e que emitiu.
CFOP (Classificação Fiscal de Operações e Prestações)
Trata-se de um código indicadopelo governo, e deverá ser utilizado para a classificação das notas fiscais de saída e entrada. Sua função é identificar as respectivas naturezas das operações de circulação de mercadorias e das prestações de serviços de transportes intermunicipal e interestadual e de comunicação.
As naturezas das operações ou prestações representam os motivos reais pelos quais as saídas ou entradas de mercadorias ou produtos, bem como as correspondentes prestações de serviços, estão sendo realizadas, em função de cada um dos estabelecimentos dos contribuintes do ICMS e de acordo com a origem e o destino dos bens móveis alcançados por esse tributo estadual (operações ou prestações internas, interestaduais ou de comércio exterior, abrangendo importações e exportações).
CST (Código de Situação Tributária)
Refere-se a um código de três dígitos que determina a tributação da mercadoria, estando sempre correlacionado ao CFOP do documento fiscal.
Vendas Brutas (VB)
O valor das vendas brutas corresponde ao valor original da operação. Assim, por exemplo, se uma empresa vender mercadorias no valor de $1.000, com ICMS de 18%, sendo concedido ao cliente um desconto de 20%, o valor das vendas brutas será de $1.000, sendo este o valor original da operação.
Vendas Líquidas (VL)
O valor das Vendas Líquidas (VL) é igual ao valor das Vendas Brutas (VB) menos as deduções:
VL = VB - Deduções
Deduções de Vendas:
· Vendas Canceladas;
· Abatimento sobre Vendas;
· Descontos Incondicionais Concedidos;
· Impostos s/ Vendas (ICMS / ISS);
· Contribuições Sociais s/ Vendas (PIS e COFINS).
Serviços Brutos (SB)
O valor dos serviços brutos corresponde ao valor original da operação.
Serviços Líquidos (SL)
O valor dos Serviços Líquidos (SL) é igual ao valor dos Serviços Brutos (SB) menos as deduções:
Deduções de Serviços
· Serviços Cancelados;
· Descontos Incondicionais Concedidos;
· Impostos s/ Serviços (ISS);
· Contribuições Sociais s/ Serviços (PIS e COFINS).
Relatórios
Os Livros fiscais são aqueles exigidos pelo fisco, para controle de tributos, através de legislação específica.
Livro de Entrada de Mercadorias — Modelo 1 ou 1A: O Livro de Registro de Entradas é obrigatório para todas as empresas comerciais e industriais, com o objetivo de registrar as notas fiscais de entradas, destacando-se o ICMS incidente, a qualquer título, de produtos e mercadorias do estabelecimento. As empresas comerciais irão utilizar o modelo 1A e as industriais o modelo 1, com destaque do IPI e ICMS sobre as entradas no mesmo livro.
Livro Registro de Saídas — Modelo 2 ou 2A: O Livro Registro de Saídas é obrigatório para todas as empresas comerciais e industriais, com o objetivo de registrar as notas fiscais de saídas, destacando-se o ICMS incidente pelas saídas, a qualquer título, de produtos e mercadorias do estabelecimento. As empresas comerciais irão utilizar o modelo 2A e as industriais o modelo 2, com destaque do IPI e ICMS sobre as saídas no mesmo livro.
Livro Registro dos Serviços Prestados: O Livro Registro dos Serviços Prestados é destinado ao registro dos documentos fiscais relativos aos serviços prestados sujeitos ao ISS, quando contribuinte do ISS.
Aula 7 - Prática Informatizada — Setor Fiscal – escrituração (apuração dos tributos municipais, estaduais e federais)
TRIBUTOS MUNICIPAIS
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) – de competência dos Municípios – está previsto no artigo 156, inciso III, da Constituição Federal e na Lei Complementar nº 116/2003.
· Seu fato gerador é a prestação de serviços, cujo contribuinte é aquele que os realiza (prestador).
· O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou – na falta deste – no lugar de seu domicílio, EXCETO nas hipóteses previstas nos itens I a XXII do artigo 3º da Lei Complementar nº 116/2003, quando o imposto será devido no local da prestação do serviço.
· A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5% pelo artigo 8º, inciso II, da mesma lei.
Guia de pagamento (ISS): 
· O recolhimento do ISS é feito para a Prefeitura Municipal por meio de guia específica.
· No caso de empresas que optam pelo Simples Nacional, o ISS é recolhido na própria guia – Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) – junto com os demais tributos.
· Atualmente, a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) é uma realidade e, em quase todos os municípios, já se tornou obrigatória.
· O recolhimento do ISS referente às NFS-e deve ser feito exclusivamente por meio de documento de arrecadação emitido pelo site da NFS-e do município. Assim, a partir da emissão da primeira NFS-e, a guia ficará disponível para expedição.
TRIBUTOS ESTADUAIS
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – de competência dos Estados – está previsto no artigo 155, inciso II, da Constituição Federal e na Lei Complementar nº 87/1996 (Lei Kandir) – alterada, posteriormente, pelas Leis Complementares. A partir dessa lei geral, cada estado institui o tributo por alíquota, que é regulamentada via decreto, denominado regulamento do ICMS.
· O principal fato gerador para a incidência do ICMS é a circulação de mercadorias, mesmo que se tenha iniciado no exterior.
· O contribuinte é qualquer pessoa (Física ou Jurídica) que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação.
· O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação, com o montante cobrado nas operações de entradas pelo mesmo ou por outro estado.
Guia de pagamento (ICMS): 
· O recolhimento do ICMS é feito para a Secretaria de Fazenda Estadual por meio de guia específica.
· No caso de empresas que optam pelo Simples Nacional, o ICMS é recolhido na própria guia (DAS) junto com os demais tributos.
· Com o objetivo de otimizar a forma de preenchimento do documento de arrecadação, as Secretarias de Fazenda dos estados têm desenvolvido portais de pagamentos para emissão online da guia nos próprios sites.
IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS
Atualmente, pela Constituição Federal, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o ICMS são os únicos impostos não cumulativos por essência, ou seja, o montante cobrado nas operações de vendas é compensado pelas operações de compra.
Em outras palavras, as empresas contribuintes dos referidos impostos tornam-se devedoras do Estado (no caso do ICMS) ou da União (no caso do IPI).
Além disso, ao adquirirem mercadorias para revenda (empresas comerciais) ou matérias-primas para a fabricação de produtos (empresas industriais), elas obtêm crédito contra o Estado (no caso do ICMS) ou contra a União (no caso do IPI).
EXEMPLOS:
Suponhamos que uma empresa comercial realize as seguintes operações no mesmo mês:
· Venda de mercadorias
· Cobrança para os clientes = R$ 9.500 de ICMS (ICMS a recolher);
· Compra de mercadorias
· Pagamento aos fornecedores = R$ 5.700 de ICMS (ICMS a recuperar).
Nesse caso, a empresa terá com o Estado um débito de R$ 3.800 (ICMS a recolher). Esse valor deve ser recolhido no mês subsequente.
Agora, vamos imaginar o contrário – a mesma empresa realiza as seguintes operações:
· Venda de mercadorias
· Cobrança para os clientes = R$ 5.800 de ICMS (ICMS a recolher);
· Compra de mercadorias
· Pagamento aos fornecedores = R$ 6.200 de ICMS (ICMS a recuperar).
Se não houver saldo do mês anterior a compensar, a empresa terá um saldo de R$ 400 (ICMS a recuperar – crédito contra o Estado). Esse valor deve ser compensado com o ICMS a recolher no mês subsequente.
Pela legislação atual, o ICMS é um imposto por dentro e o IPI, por fora. Afinal, o primeiro já está embutido no valor da operação, mas o segundo não.
Suponhamos que uma empresa realize a operação de compra de mercadorias para revenda, onde:
Valor de compra = R$ 30.000;
· ICMS = 19% → R$ 5.700 já embutidos no valor de compra;
· IPI = 10% → R$ 3.000 não embutidos no valor de compra;
· Total da Nota Fiscal (NF) = R$ 33.000.
Como a empresa comercial cobra apenas ICMS navenda de suas mercadorias, ela é contribuinte desse imposto, mas não do IPI. Dessa forma, a empresa só recuperará o ICMS (ICMS a recuperar = R$ 5.700). O IPI não recuperável se tornará um custo da mercadoria comprada.
TRIBUTOS FEDERAIS
Entre estes tributos, estão o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) – cumulativos e não cumulativos.
Excluídas as exceções, por regra geral, somente as Pessoas Jurídicas tributadas pelo LUCRO REAL (anual ou trimestral) estão sujeitas à incidência do PIS/PASEP e da COFINS não cumulativos.
Em outras palavras, as Pessoas Jurídicas que optam pelo Simples Nacional ou pelo Lucro Presumido sempre estarão sujeitas ao recolhimento dos referidos tributos com base no regime cumulativo.
REGIME CUMULATIVO
Este é o regime em que não há valor a recuperar dos tributos – somente a recolher. A alíquota incide sobre a receita bruta, que, atualmente, é interpretada como aquela auferida na atividade-fim de uma empresa. Dessa forma, as receitas tributáveis são aquelas decorrentes das operações normais do negócio (atividades-fim).
EXEMPLOS:
Suponhamos que uma empresa comercial tenha obtido em determinado mês as seguintes receitas:
· Vendas de mercadorias → receita = R$ 50.000;
· Serviços → receita = R$ 10.000;
· Aluguéis → receita = R$ 30.000;
· Valor da base de cálculo = R$ 60.000.
Havendo descontos incondicionais, vendas canceladas, devoluções de vendas e abatimentos sobre vendas, esses itens devem ser excluídos da receita bruta para fins de cálculo do PIS/PASEP e, também, da COFINS.
REGIME NÃO CUMULATIVO
Este é o regime em que pode haver valores a recuperar dos tributos sobre compras e serviços contratados, os quais serão compensados com os valores a recolher dos tributos.
A alíquota também incide sobre a receita bruta, excluídas desta as mesmas deduções descritas no regime cumulativo, quais sejam:
· Descontos incondicionais;
· Vendas canceladas;
· Devoluções de vendas;
· Abatimentos sobre vendas.
A tabela a seguir apresenta as alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS:
No sistema não cumulativo, tais tributos podem gerar créditos a compensar em relação a:
· Bens adquiridos para revenda;
· Bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção de bens ou produtos destinados à venda;
· Energia elétrica consumida pelo estabelecimento;
· Aluguéis pagos a Pessoas Jurídicas utilizados na atividade da empresa;
· Depreciação ou amortização de máquinas, de equipamentos, de imóveis e de outros bens adquiridos para a produção ou prestação de serviços.
EXEMPLOS: Suponhamos que uma empresa comercial – sujeita à tributação do PIS e da COFINS pelo regime não cumulativo – adquira, a prazo e para revenda, mercadorias de uma empresa industrial, onde:
· Valor de compra = R$ 30.000,00;
· ICMS = 19%;
· IPI = 10%;
· PIS = 1,65%;
· COFINS = 7,6%.
Nesse caso, a empresa comercial terá os seguintes valores a compensar:
Perceba que, por se tratar de uma empresa comercial, o valor do IPI passa a compor o custo das mercadorias adquiridas, fazendo parte, portanto, da base de cálculo dos créditos de PIS e de COFINS.CAgora, vamos imaginar que essa empresa realiza no mesmo mês:
· Vendas → valor = R$ 50.000;
· Prestação de serviços → valor = R$ 10.000.
Nesse caso, ela terá os seguintes valores a recolher:
Retenções sobre a prestação de serviços: O artigo 30 da lei nº 10.833/2003 determina que os pagamentos efetuados pelas Pessoas Jurídicas a outras Pessoas Jurídicas de direito privado – devido à prestação de alguns serviços e à remuneração de serviços profissionais – estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP. O valor dessas contribuições – de que trata o dispositivo em questão – será definido mediante a aplicação, sobre o montante a ser pago, do percentual correspondente à soma de suas alíquotas, ou seja:
EXEMPLO: Se uma empresa presta serviços no valor de R$ 10.000, sofrerá as seguintes retenções:
· CSLL a recuperar = R$ 100;
· COFINS a recuperar = R$ 300;
· PIS a recuperar = R$ 65.
Guia de pagamento (DARF): Os recolhimentos dos tributos federais ocorrem por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).
Aula 8 - Setor Contábil – elaboração do plano de contas
A função do setor Contábil é classificar e escriturar todos os fatos administrativos realizados pelas empresas – entre eles as operações feitas pelos Departamentos Pessoal e Fiscal.
Por meio desses lançamentos, elaboramos as demonstrações contábeis – consideradas de suma importância não só pela exigência legal, mas, principalmente, para a tomada de decisões.
De acordo com a legislação:
· Código Civil - “Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.”
· Decreto-lei nº 486/1969 - “Art. 1º Todo comerciante [Pessoa Jurídica] é obrigado a seguir ordem uniforme de escrituração, mecanizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados [...].”
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) já é uma realidade e começa a ocorrer em grande escala, levando à substituição gradual do papel pela informação eletrônica, por meio da Escrituração Contábil Digital (ECD) e da Escrituração Fiscal Digital (EFD), com a inclusão do Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-LALUR), por exemplo.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, em sua resolução CFC nº 1.418/2012:
“O Plano de Contas, mesmo que simplificado, deve ser elaborado considerando-se as especificidades e natureza das operações realizadas, bem como deve contemplar as necessidades de controle de informações no que se refere aos aspectos fiscais e gerenciais”.
Esse plano de contas deve conter, no mínimo, quatro níveis:
· 1º dígito – grupo do sistema patrimonial ou de resultado;
· 2º dígito – grupo do sistema a que pertence;
· 3º dígito – subgrupo;
· 4º dígito – conta principal.
Assim, teríamos:
· 1. Ativo → Nível 1 – conta sintética
· 1.01 Ativo Circulante → Nível 2 – conta sintética
· 1.01.01 Disponibilidades → Nível 3 – conta sintética
· 1.01.01.01 Caixa → Nível 4 – conta analítica
· 1.01.01.02 Banco A → Nível 4 – conta analítica
Classificação das contas: As contas contábeis dividem-se em dois grandes grupos:	
As contas do ativo e do passivo, por sua vez, são subdivididas da seguinte forma:
Cada empresa deve elaborar seu próprio plano de contas, de acordo com seu porte, seu ramo de atividade e suas particularidades. 
Para ilustrar, na elaboração do plano de contas de uma empresa comercial, há apenas o estoque de mercadorias para revenda. Já em uma empresa industrial, o plano de contas deve apresentar:
· Estoques de matéria-prima;
· Produtos em elaboração;
· Produtos acabados.
Por mais que exista uma padronização estrutural dos planos de contas dentro de grupos de empresas da mesma atividade, há planos distintos em cada uma delas. As indústrias, por exemplo, podem conter planos de contas com alguma semelhança em termos de estrutura, mas, quando comparados, verificamos que tais planos são diferentes entre si em muitos aspectos.
Plano de Contas Referencial: Com a finalidade de padronizar em um único modelo os vários planos de contas utilizados pelas empresas no Brasil, a Receita Federal criou, por meio do SPED, um plano de contas padrão: Plano de Contas Referencial. Assim, ao receber os dados pelas empresas com base na ECD e na ECF, a Receita Federal poderá ter acesso às informações contábeis e fiscais dentro de um mesmo padrão. O Plano de Contas Referencial tem como objetivo estabelecer uma relação (DE > PARA) entre as contas analíticas do plano de contas da empresa e um modelo. Na verdade, aReceita Federal instituiu Planos de Contas Referenciais segregados, de acordo com o tipo de entidade – Pessoas Jurídicas em geral, instituições financeiras ou entidades imunes/isentas – e com o regime de tributação. Para facilitar o entendimento, veja, a seguir, alguns exemplos de relacionamentos de contas:
· Conta do plano de contas da empresa e conta do plano referencial
Observe que este é o caso mais simples, em que há apenas uma conta da empresa relacionada com uma conta da Receita Federal.
· Várias contas do plano de contas da empresa e conta do plano referencial
Neste caso, há mais de uma conta do plano empresarial relacionada com apenas uma conta do plano referencial. Essa situação também é bastante comum, uma vez que o Plano de Contas Referencial da RFB apresenta menor detalhamento de contas.
Aula 9 - Setor Contábil – classificação e escrituração
Lançamentos contábeis de constituição de uma empresa
Capital social: O investimento efetuado na companhia pelos acionistas é representado pelo capital social. Este abrange não só as parcelas entregues pelos acionistas como também os valores obtidos pela sociedade e que, por decisões dos proprietários, se incorporam ao capital social, representando uma espécie de renúncia a sua distribuição na forma de dinheiro ou de outros bens.
O artigo 997, inciso III, do Código Civil estabelece que o Contrato Social deva obrigatoriamente ser formado por um capital social determinado, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação em dinheiro. Contudo, não existe nenhuma previsão legal de forma geral de um capital social mínimo para a constituição da sociedade, isso porque vai depender da atividade exercida por cada sociedade, cabendo aos sócios sua estipulação, desde que o capital social seja condizente com a atividade desenvolvida.
Vale destacar, que, enquanto a transferência de bens móveis ao capital social da empresa completa-se pela simples tradição (entrega), na transferência de bens imóveis, a lei exige, como substância do ato, a transcrição do título no Registro de Imóveis.
Capital realizado: O valor que deve constar do Patrimônio Líquido no subgrupo de capital é o do capital realizado, ou seja, o total efetivamente integralizado pelos acionistas. O artigo 182 da lei nº 6.404/1976 estabelece que “a conta do capital social discriminará o montante subscrito, e, por dedução, a parcela ainda não realizada”.
Capital subscrito: é o valor de todas as ações ou quotas do capital fixado no estatuto ou Contrato Social em que os acionistas ou sócios assumiram o compromisso de realizar. A subscrição é o ato através do qual o interessado formaliza a sua vontade de adquirir um valor mobiliário. Dessa forma, empresa deve ter a conta de capital subscrito e a conta devedora de capital a integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o capital realizado. O documento que servirá de base para o lançamento contábil de subscrição e integralização do capital social é o Contrato Social ou Estatuto Social (S/A) em sua cláusula específica. O esquema de contabilização deve ser, portanto, como segue:
Na subscrição feita pelos sócios ou acionistas:
Na integralização pelos sócios ou acionistas, que pode ser em dinheiro ou em bens:
Despesas pré-operacionais: despesas necessárias, consideradas indispensáveis à implantação e organização, pagas ou incorridas pela pessoa jurídica anteriormente ao início de suas operações sociais. Compreendem, apenas, aqueles custos e gastos incorridos para a formação da entidade, isto é, para que a entidade esteja jurídica e efetivamente em condições de existir, tais como honorários profissionais para a elaboração dos contratos ou estatutos, despesas de legalização desses documentos e custos dos primeiros registros oficiais da empresa e respectiva legalização.
Em conformidade com a lei nº 11.638/2007 e com a Medida Provisória (MP) nº 449/2008, as empresas devem, a partir de 05/12/08, realizar os registros contábeis dos referidos gastos, em contas de resultado como despesa do período. Como a grande maioria desses gastos ocorrem antes da empresa estar em funcionamento, os pagamentos são realizados com recursos dos sócios. Após a integralização do capital tendo a empresa recursos próprios, efetua-se a prestação de contas do valor total reembolsado, devolvendo ao sócio, por meio de cheque nominal ou pagamento em dinheiro. Sendo assim, o registro contábil a ser realizado pelo reconhecimento das despesas pré-operacionais na data do reembolso são como segue:
Lançamentos contábeis da folha de pagamentos: A contabilização da folha de pagamento de salários deve ser feita observando-se o regime de competência, ou seja, os salários devem ser contabilizados no último dia de cada mês a que se referem, ainda que o seu pagamento seja efetuado no mês seguinte. A maioria dos sistemas informatizados permite a parametrização dos eventos da folha de pagamentos com os lançamentos contábeis, ou seja, a folha de pagamentos poderá ser contabilizada automaticamente a partir da configuração e importação das informações para o módulo contábil. Quanto à importação dos dados não é permitida, utilizam-se os relatórios gerados pelo sistema para realização manual dos lançamentos. A contabilização se dará pelo total geral da folha e os lançamentos contábeis poderão ocorrer de duas formas distintas, como a seguir.
· Com um único lançamento de 4ª fórmula:
· Apenas com lançamentos de 1ª fórmula:
 
Lançamentos dos encargos sociais sobre a folha de pagamentos: 
· INSS: Sabemos que o valor total do INSS a Recolher é formado por dois tipos de contribuições: a contribuição dos empregados, e a contribuição patronal. Como a contribuição dos empregados já foi contabilizada pelo lançamento do desconto na folha de pagamento, resta realizar o lançamento da contribuição patronal, que compreende um custo ou uma despesa da empresa. Observando o regime de competência, realizaremos a apropriação do INSS no último dia de cada mês a que se refere à contribuição, somando os valores referentes a parte Empresa (693,80) e Outras Entidades (182,91), como segue:
Assim, o saldo da conta INSS a Recolher (1.223,61) será formado pelos valores retidos dos funcionários (346,90) e o valor patronal (876,81).
· FGTS: Sabemos que o valor do FGTS a ser depositado em conta vinculada do empregado através do recolhimento da GFIP é de 8% sobre o salário bruto, representando, portanto, uma despesa ou custo exclusivamente da empresa. (3.153,64 x 8% = 252,29). Observando o regime de competência, realizaremos a apropriação do FGTS no último dia de cada mês a que se refere à contribuição, como segue:
· Férias: O empregado adquire o direito às férias no período subsequente a 12 meses trabalhados (artigo 130 da CLT). Esse período de 12 meses trabalhados na empresa até adquirir o direito às férias é chamado PERÍODO AQUISITIVO. 
Após isso, a empresa tem o período de 1 ano para lhe conceder férias, a contar da data em que adquiriu o direito às férias, tempo esse chamado de PERÍODO CONCESSIVO. 
Além do direito ao recebimento das férias integrais, ou proporcionais, existe o chamado “terço constitucional”. Assim, o empregado receberá o valor das férias acrescido de 1/3. 
Ao final de cada mês, em obediência ao regime de competência, deve-se realizar a apropriação de 1/12 do valor bruto da folha de pagamentos mais 1/3 desse valor para efeito da contabilização das férias a pagar. Devendo ser contabilizados também os encargos sociais sobre o valor da apropriação, cujo ônus cabe à empresa, e que incidirão por ocasião da concessão das férias.
 
Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atestou que o abono de férias (1/3 de férias) não possui natureza remuneratória, mas sim compensatória ou indenizatória. Nesse caso, o INSS só teria incidência sobre as férias, não incidindo sobre o terço constitucional.
· 13º Salário: O 13º Salário, também conhecido como “gratificação natalina”, foi instituído pela lei nº 4.090/1962 e posteriormente regulado pelo decreto nº 57.155/1965,sendo um direito de todos os empregados urbanos, rurais e domésticos, correspondendo a 1/12 da sua remuneração integral a cada mês trabalhado, no mínimo 15 dias, sendo a obrigação do seu pagamento, bem como dos encargos sociais incidentes, contabilizados ao final de cada mês, em obediência ao princípio da competência. 
· Salário bruto: 3.153,64
· Apropriação mensal (1/12) = 262,80 (3.153,64 / 12)
· INSS: 73,06 (262,80 x 27,8%)
· FGTS: 21,02 (262,80 x 8%)
Lançamentos contábeis das operações de compra, venda e prestação de serviços: os lançamentos de entrada e saída de notas fiscais poderão ser contabilizados automaticamente a partir da configuração e importação das informações para o módulo contábil. Quanto à importação dos dados não é permitida, utilizam-se os relatórios gerados pelo sistema para realização manual dos lançamentos. A título de exemplo, utilizaremos os relatórios gerados pelo sistema fiscal para contabilização, iniciando com o registro de entradas para contabilizar as compras de mercadorias:
· Compras:
 
Sendo assim, considerando uma empresa optante pelo lucro real e, portanto, sujeitas ao PIS e COFINS não cumulativos teriam os seguintes lançamentos:
· Vendas:
· Apuração do CMV: Considerando que o estoque de mercadorias no início do período era nulo e que foram compradas 15 unidades e vendidas 10 unidades das mercadorias adquiridas, temos a seguinte movimentação no Estoque de Mercadorias para Revenda:
· Compras (30.000 + 3.000 - 5.700 - 544,50 - 2.508,00) = 24.247,50
· Custo Unitário: 24.247,50 / 15 = 1.616,50
· Serviços Prestados: 
· Apuração dos impostos: Na apuração dos impostos a recolher, iremos realizar os seguintes lançamentos:
Aula 10 - Prática Informatizada - Setor Contábil – Balancete de Verificação / Encerramento do Exercício / Elaboração do BP e DRE
Balancete De Verificação: é uma relação de contas extraídas do Livro Razão (ou de Razonetes), com seus respectivos saldos, devedores ou credores. É um relatório que apresenta todas as contas que foram movimentadas, servindo como base para conciliação e análise das contas para futura elaboração das demonstrações contábeis. No Balancete, a soma da coluna do saldo Devedor tem que ser igual à soma da coluna do saldo credor, isso porque os fatos administrativos são registrados no Livro Diário pelo método das partidas dobradas, cujo princípio fundamental estabelece que, na escrituração, cada débito deve corresponder a um crédito de igual valor. Os elementos mínimos que devem constar no balancete são:
· Identificação da entidade
· Data a que se refere
· Abrangência
· Identificação das contas e respectivos grupos
· Saldo das contas, indicando se devedoras ou credoras
· Soma dos saldos devedores e credores
Se o Balancete se destinar a fins externos, deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC.
Conciliação e análise de contas: A conciliação e análise de contas é um controle interno realizado pela contabilidade, onde serão checados os saldos existentes no Balancete com saldos apresentados em relatórios gerenciais e financeiros. A conciliação é essencial à manutenção de boas práticas e imprescindível para a elaboração de demonstrações contábeis mais precisas. É importante manter atualizadas as conciliações de todas as contas, principalmente das patrimoniais, sendo as mais comuns:
· Conciliação bancaria
· Conciliação de contas a receber
· Conciliação de contas a pagar, de impostos a pagar, do ativo imobilizado e sua depreciação acumulada, etc.
Para realizar a conciliação e análise de contas iremos utilizar os relatórios gerados e confrontar com os saldos do balancete verificando se os saldos estão de acordo com os relatórios.
Apuração do IRPJ e CSLL: Vamos realizar a apuração do IRPJ e CSLL do mês com base no resultado levantado no Balancete de Verificação.
· Lucro Apurado: R$ 23.957,36
· IRPJ = 15% (R$ 3.953,60)
· Adicional do IRPJ = 10% sobre o que exceder a R$ 20.000,00 no mês = 3.957,36 x 10% = (R$ 395,74)
· CSLL = 9% (2.156,16)
Encerramento das Receitas e Despesas contra a conta de Apuração do Resultado do Exercício e após sua transferência para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Vale destacar que, em caso de haver Lucros Acumulados, para as Sociedades Anônimas, todo o lucro apurado deverá ser destinado a Reservas e pagamento de Dividendos, ficando a conta de Lucros Acumulados também zerada, havendo prejuízo o mesmo permanecerá em conta de Prejuízos Acumulados.
Balanço patrimonial (BP): O Balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática. Conforme o art. 178, da Lei 6.404/1976, "no Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia".
Visando atender a esse objetivo, a Lei 6.404/76, por meio dos arts. 178 a 182 definiu como deve ser a disposição de tais contas, seguindo, para o Ativo, a classificação em ordem decrescente de grau de liquidez e, para o Passivo, em ordem decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades, ou seja: 
· No Ativo, são apresentadas, em primeiro lugar, as contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o Disponível (caixa e bancos), Contas a Receber, Estoques, e assim sucessivamente;
· No Passivo, classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes.
Dentro desse conceito geral, os § 1º e § 2º do art. 178 determinam a segregação do Ativo e do Passivo nos seguintes grupos:
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período, incluindo o que se denomina de receitas e despesas realizadas. O art. 187, da Lei das Sociedades por Ações, estabelece a ordem de apresentação das receitas, dos custos e das despesas, na Demonstração do Resultado do Exercício, para fins de publicação.
· A Demonstração é iniciada com o valor total da receita apurada em suas operações bem como as deduções, os abatimentos e os impostos incidentes, apurando-se a receita líquida, da qual é deduzido o custo total correspondente, apurando-se a margem bruta, ou seja, o lucro bruto.
· São, então, apresentadas as despesas operacionais segregadas por subtotais, conforme sua função.
· Assim, deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, apresenta-se o lucro operacional, outro dado importante na análise das operações da empresa.
· Após o lucro operacional, apresentam-se as receitas e despesas financeiras, apurando-se então o resultado antes dos tributos (imposto de renda e contribuição social sobre o lucro).
· Deduz-se, a seguir, imposto de renda e contribuição social a pagar e, finalmente, as participações de terceiros, não na forma de acionistas, calculáveis sobre o lucro, tais como empregados, administradores, partes beneficiarias, debêntures e contribuições para fundos de benefícios a empregados, chegando-se, assim, ao lucro (ou prejuízo) líquido do exercício, que é o valor final da Demonstração.

Continue navegando