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Guia pratico de criacao de Caprinos no sector familiar_final

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Programa de Restauração de Meios de Subsistência Agrícolas no Âmbito do 
Reassentamento em Afungi. 
 
Manual para Criação de Pequenos Ruminantes no Sector Familiar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este manual destina-se aos criadores de pequenos ruminantes (caprinos e ovinos) abrangidos 
pelo programa de Restauração de Meios de Subsistência Agrícolas no âmbito do reassentamento 
em Afungi. 
Palma, Setembro 2019 
 
Compilado pela equipa do projecto 
 
Contacto da Fundação KYEEMA 
 
Em Moçambique: 
C.P. 1168, Maputo, Moçambique 
Tel/fax: +258-21475005 
Correio electrónico: ruralpoultry@kyeemafoundation.org 
Na Austrália: 
Level 7, 307 Queen Street, Brisbane QLD 4000, Australia 
Tel: +61730258500; 
Website: www.kyeemafoundation.org 
 
 
Financiado por: 
 
Implementado por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
1. Introdução .......................................................................................................................................... 1 
2. Importância dos cabritos na comunidade ........................................................................................... 1 
3. Como saber se o seu animal está saudável? ....................................................................................... 1 
3.1 Cabrito saudável............................................................................................................................... 2 
3.2. Cabrito doente ................................................................................................................................. 2 
4. Como criar animais saudáveis? .............................................................................................................. 3 
4.1. Currais ................................................................................................................................................. 3 
4.1.1. Onde construir o curral ............................................................................................................ 3 
4.1.2. Tipos de currais ........................................................................................................................ 3 
4.2. Alimentação ........................................................................................................................................ 6 
4.2.1. O quê que o animal deve consumir diariamente ...................................................................... 6 
4.2.2. Alimentação para a época seca ................................................................................................ 7 
4.2.3. Como produzir o feno .............................................................................................................. 8 
4.2.4 Preparação de silagem ............................................................................................................... 9 
4.2.5. Outras medidas importantes ................................................................................................... 10 
4.3 Saúde dos seus animais .................................................................................................................. 10 
4.3.1. Porquê aparece a doença? ...................................................................................................... 10 
4.3.2 Onde e como o animal apanha a doença? ............................................................................... 10 
4.3.3. Como prevenir o aparecimento da doença? ........................................................................... 11 
4.3.4. Doenças comuns .................................................................................................................... 12 
5. Maneio Reprodutivo ............................................................................................................................ 13 
5.1 Critérios a serem observados para a eliminação de animais no rebanho ....................................... 13 
5.2 Como escolher um reprodutor macho ............................................................................................ 14 
5.3 Como escolher uma fêmea reprodutora ......................................................................................... 14 
6. Análise económica da Produção .......................................................................................................... 14 
6.1. Evolução do efectivo ..................................................................................................................... 15 
6.2. Entendendo a potencial rentabilidade da sua produção ................................................................ 15 
7. Bibliografia .......................................................................................................................................... 17 
 
file:///C:/Users/user/Desktop/Guia%20pratico%20de%20criacao%20de%20Caprinos%20%20no%20sector%20familiar_19%2009%20%202019%20AMC.docx%23_Toc20202464
 
 
 
1 
 
 
1. Introdução 
A criação de pequenos ruminantes (caprinos e ovinos) no distrito de Palma é feita de forma 
tradicional, negligenciando-se a alimentação, o maneio e os cuidados sanitários. Em 
consequência, os níveis de produtividade não são satisfatórios, registando-se longos intervalos 
entre partos, baixa taxa de nascimento, altas taxas de mortalidade das crias, e idade de abate 
elevada. 
 Para melhorar esse quadro, o programa de Restauração de Meios de Subsistência Agrícolas no 
âmbito do reassentamento em Afungi vem desenvolvendo trabalhos com os criadores familiares, 
visando aumentar a rentabilidade dos sistemas de produção de caprinos e proporcionar retornos 
económicos aos criadores, por meio da utilização de práticas de maneio do rebanho simples e 
eficientes. 
 
2. Importância dos cabritos na comunidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Como saber se o seu animal está saudável? 
 Os animais morrem de repente? 
 Os animais nascem fracos ou mortos? 
 Os animais apresentam problemas das patas? 
 Os animais não aumentam de peso, estão sempre magros? 
 Os animais apresentam problemas de pele, carraças? 
 
 
Os cabritos e ovelhas são criados para: 
 Fornecer carne e leite ao agregado familiar; 
 Servir de poupança (forma de guardar dinheiro); 
 Vender; 
 Oferecer; 
 Ter prestígio na comunidade; 
 Pagar dívidas/milandos; 
 Realizar cerimónias tradicionais. 
 
 
 
2 
 
3.1 Cabrito saudável 
 
- Anda bem; 
- Está activo, com olhar vivo; 
- Come, bebe bem e rumina (mastiga) 
depois de pastar; 
- É gordo; 
- Tem pêlo liso e brilhante; 
- Tem uma respiração normal; 
- Tem focinho seco; 
- Faz urina clara e fezes sólidas; 
- Tem temperatura de 38.5 a 40.5ºC. 
 
 
 
 
3.2. Cabrito doente 
 
- Anda sozinho e triste; 
- Respira com dificuldades; 
- É fraco, com cabeça e cauda caídas, 
e/ou barriga grande; 
- Não come normalmente (deixa de 
pastar ou de beber água; 
- Faz fezes moles (diarreia); 
- Tem líquido a escorrer do nariz, 
olhos ou boca; 
- Tem corpo quente, com 
temperatura acima do normal 
(40.5ºC); 
- Tem feridas, abscessos, carraças; 
- Fica deitado muitas vezes. 
. 
 
 
 
 *3.1 & 3.2 Fonte: https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-Cabritos. 
 
 
https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-Cabritos
 
 
 
3 
 
4. Como criar animais saudáveis? 
4.1. Currais 
Os cabritos e ovelhas necessitam de um alojamento com boa ventilação/circulação do ar, forte e 
seguro. 
 
4.1.1. Onde construir o curral 
 Escolher um lugar de fácil acesso e perto da casa. 
 Começar por limpar o capim e abrir um espaço de cerca de 3 metros em volta do sítio onde 
vai construir o curral, para proteger os cabritos e ovelhas dos ratos e cobras. 
4.1.2. Tipos de currais 
Existem dois tipos de currais, currais elevados e currais no solo. 
 
Fig. 3 Exemplo de curral elevado construído com material local. A escada facilitao acesso dos cabritos 
e ovelhas ao curral 
Importância de um bom curral: 
 Protege os animais da chuva, dos ventos e humidade; 
 Fornece sombra; 
 Protege os animais das cobras, cães, hienas, gato selvagem, ratos, ladrões; 
 Evitam a proliferação de doenças; 
 Facilita a observação, no caso de suspeita de alguma doença ou se precisarem de 
alguma atenção. 
 
 
 
4 
 
Currais elevados 
 Utilizar materiais existentes na área para a construção, tais como estacas, bamboo, e palha 
para a cobertura, com piso de chão batido ou estacas; 
 O curral deve possuir 0,6 a 1 metro de elevação; 
 O piso é feito de paus com espaços entre si, para permitir a queda das fezes e urina para 
o chão e manter o ambiente interno limpo; 
 O tamanho do curral vai depender do número de cabritos; 
 Para 10 a 15 cabritos/ovelhas adultos, o tamanho do curral deve ser de 4 metros quadrados 
(4m²), isto é os lados devem ter 2m x 2m. É melhor que o curral seja muito grande, do 
que muito pequeno; 
 Para evitar o esmagamento das crias durante a manipulação dos animais no curral, coloca 
vários tubos afastados das paredes e do chão cerca de 30 cm para que estas possam se 
refugiar; 
 O curral deve ter uma porta segura que permite a circulação de ar e com luz suficiente; 
 O curral e a área em volta devem ser varridos frequentemente. 
 Colocar um bebedouro na parte do lado de fora do curral. Estes podem ser construídos a 
partir de material barato (latas, garrafas plásticas, bacias velhas, etc). 
 
 
Fig. 4 O curral e área a sua volta devem ser limpos e varridos com frequência. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Fig. 5. Exemplo de bebedouro simples que pode ser adaptado localmente. 
 
Currais no solo 
 Quando não tiver a possibilidade de construir currais elevados poderá faze-lo no solo; 
 Devem ser igualmente confortáveis para os animais, ofereçer segurança e protecção 
contra vento e chuva; 
 O chão deve ser coberto com uma cama de serradura ou palha; 
 Diariamente, devem ser retiradas as fezes do chão e as sobras de alimentos que ficam nos 
comedouros. No mínimo a cada 30 dias a cama deve ser trocada; 
 
Fig. 6. Exemplo de curral no solo, simples que pode ser adaptado localmente. 
Fonte: Fig5 e 6 https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-Cabritos. 
https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-Cabritos
 
 
 
6 
 
4.2. Alimentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.1. O quê que o animal deve consumir diariamente? 
4.2.1.1 Água 
Um cabrito ou ovelha deve beber 3 a 20 litros de água por dia, dependendo do seu estado de 
produção, idade e temperatura ambiente. 
 Fêmeas em aleitamento precisam de maior quantidade de água; 
 Quando a temperatura ambiente é elevada os animais precisam de mais água; 
 É importante lembrar que a água de bebida deve estar sempre limpa (não deve ter 
fezes). 
 
4.2.1.2. Alimentação 
Se os animais não ingerirem nutrientes suficientes vão tornar-se menos produtivos, e podem até 
morrer. 
A dieta alimentar dos animais deve ser variada, isto é, não comer apenas um tipo de capim. 
Para variar, o criador ou pastor pode cortar outro tipo de capim e fornecer aos animais, 
podendo ser: 
 Restos de culturas (milho, mapira, mandioca, amendoim); 
 Folhas de vegetais (mandioca, batata doce, abóbora, etc.); 
 Restos de vegetais (batata-doce, abóbora, etc.); 
 Vegetação nativa. 
 Os cabritos têm a capacidade de utilizar para a sua alimentação um grande 
número de resíduos que mais nenhuma outra espécie animal é capaz de transformar, 
sendo importantes na luta contra a pobreza nas zonas rurais. 
 
Para maximizar a produção deve sempre dar capim suficiente e de boa qualidade e água 
limpa aos seus animais. Alimentação de boa qualidade fornece tudo que o animal 
necessita para se manter saudável, ter energia, crescer e se reproduzir. 
Uma alimentação equilibrada deve conter nutrientes que dão força, nutrientes que 
ajudam os músculos a se desenvolverem, nutrientes que ajudam a formar os ossos, o 
cérebro, os nervos e o sangue. Diferentes tipos de plantas, são ricas em diferentes tipos 
destes nutrientes. 
 
 
 
7 
 
É importante que os cabritos e ovelhas comam folhas de árvores e arbustos que dão vagens (fruto 
das leguminosas) porque são ricas em minerais e vitaminas importantes para o bom 
desenvolvimento dos animais. 
 
 
Fig. 7 Plantação de Leucaena. Foto Líder Agronomia. 
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/57601135/principais-leguminosas-forrageiras. 
 
4.2.2. Alimentação para a época seca 
A disponibilidade de alimento difere entre a época seca e a época chuvosa. 
 Na época chuvosa, os animais estão mais gordos porque têm mais capim disponível; 
 Na época seca os animais estão mais magros por falta de pasto. Capins muito secos 
geralmente são pouco nutritivos e de difícil digestão; 
 Deve-se conservar o capim na época chuvosa, em forma de feno, dado que este existe 
em abundância; 
 Os animais devem pastar livrementente e não amarrados; 
 O lugar onde os animais pastam deve ter muito capim; 
 Os animais mais jovens são menos resistentes a doenças, por isso devem pastar em 
áreas mais limpas. 
https://www.passeidireto.com/arquivo/57601135/principais-leguminosas-forrageiras
 
 
 
8 
 
 
 
Fig. 8 Aproveite os restos da agricultura para melhoramento da alimentação dos animais na época 
seca. Fonte: https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-Cabritos. 
 
4.2.3. Como produzir o feno 
 Cortar o capim na fase inicial da floração, pois neste estágio a planta pára o seu 
crescimento e começa a consumir as reservas armazenadas; 
 Não deve cortar o capim muito rente ao chão. Pelo menos 5 a 10 centímetros de 
altura dependendo do tipo de capim; 
 O corte deve ser feito logo nas primeiras horas da manhã; 
 Espalhar o capim, uma quantidade suficiente para os seus animais no campo durante 
12 horas, virando a cada 2 horas; 
 Se ao final do dia o capim ainda estiver húmido, deve-se fazer montes e cobrir com 
lona para evitar chuvas e cacimba à noite; 
 Quanto mais tempo o capim ficar exposto, maiores serão os riscos ocorrência de 
chuva, perder qualidade nutritiva, mofar, fermentar ou incendiar; 
 Se torcer o capim e não deixar sair água ou humidade e ao soltar uma das 
extremidades o capim voltar lentamente para a posição inicial está no ponto ideal. 
Se torcer o material e ele estalar ficando quebradiço, é porque passou do ponto; 
 Armazenar em local fresco e seco, amontoado em pequenos montes de fardos ou 
rolos; 
 Inspeccionar regularmente. 
https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-Cabritos
 
 
 
9 
 
 
 
 
Fig. 9 Feno em fardo e enrrolado. Fonte: 
https://www.tecnologiaetreinamento.com.br/pecuaria/alimentacao pecuaria/ 
recolhedora-de-fardos-de-feno-reduz-tempo-de-trabalho. 
 
 
4.2.4 Preparação de silagem 
 
 Fazer um buraco com cerca de 2 metros de profundidade e 1,5 a 2 metros de largura; 
 Colocar na base do buraco pedras; 
 Cortar o capim fresco e encher o buraco compactando com os pés. O enchimento do 
buraco deve durar no máximo 1 a 2 dias; 
 Quando cheio, colocar um plástico na superfície, pedras e cobrir com areia para não 
entrar água nem ar. Deixar o silo assim fechado por alguns meses antes de utilizar 
 2metros 
 
2 metros 
 
 
 
 
Fig. 10 Esquema de um silo. 
 
 No fim da colheita pode levar os animais para aproveitarem os restos na machamba. O 
estrume depositado vai ajudar a melhorar o solo e aumentar a produtividade agrícola. 
 
Pedras 
Capim 
Areia 
https://www.tecnologiaetreinamento.com.br/pecuaria/alimentacao%20pecuaria/%20recolhedora-de-fardos-de-feno-reduz-tempo-de-trabalho
https://www.tecnologiaetreinamento.com.br/pecuaria/alimentacao%20pecuaria/%20recolhedora-de-fardos-de-feno-reduz-tempo-de-trabalho
 
 
 
10 
 
4.2.5. Outras medidas importantes 
 
 Cultivar junto ao curral de pernoita dos animais algumas plantas que os animais 
gostam de consumir e que são ricas em nutrientes,para reforçar a sua alimentação; 
 Pode plantar leucaena, moringa, capim elefante e outras espécies que se adaptam à 
região; 
 Pode também cortar algum capim e dar aos animais no curral dentro do quintal de 
perferência no período da noite; 
 Se não tiver capim suficiente, pode dar prioridade aos animais com maiores 
necessidades (fêmeas reprodutoras com cabritinhos gêmeos, em lactação, crias após 
o desmame); 
 
Não deve fazer queimadas na área de pastagem e na machamba 
porque estas vão destruir os arbustos que os animais podem comer . 
 
 Durante o período em que há muito capim fresco pode preparar silagem e armazenar 
para os períodos de carência. A silagem permite que o alimento seja armazenado por 
um longo período, graças à uma fermentação controlada durante o processo. 
 
4.3 Saúde dos seus animais 
 
4.3.1. Porquê aparece a doença? 
 
4.3.2 Onde e como o animal apanha a doença? 
 Na pastagem, especialmente quando há pouco pasto e o animal é obrigado a comer os 
arbustos quase juntos/rentes ao chão); 
 Nos currais que não são limpos; 
 Quando ficam perto de outros animais doentes; 
 Através de insectos, carraças, piolhos; 
 Animais jovens e velhos adoecem mais facilmente. 
 
Como nos humanos, várias são as causas das doenças nos animais: 
 Fraca alimentação; 
 Contacto dos animais saudáveis com animais doentes; 
 Água ou pasto contaminado com fezes ou urina; 
 Existência de parasitas no curral. 
 
 
 
11 
 
4.3.3. Como prevenir o aparecimento da doença? 
 
Prevenir poupa os custos de tratamento e o risco de perder o animal. 
 Alimentar bem os animais; 
 Dar água limpa num bebedouro ao lado do curral com uma certa elevação do chão para 
não sujar com as fezes (50 cm); 
 Manter o curral limpo e com uma boa ventilação; 
 Separar os animais doentes dos saudáveis e tratá-los a parte; 
 Fazer desparasitação interna (2 vezes por ano); 
 Enterrar os animais mortos. 
 Mamada do colostro – deve assegurar que o animal mame nas primeiras horas depois 
do nascimento. 
 
Quando verificar que o seu animal não está bem de saúde, deve: 
 Separá-lo imediatamente dos outros animais e procurar resolver o problema; 
 Continuar a alimentar e dar de beber enquanto separado. 
Caso não sejam tomadas as medidas necessárias as consequências podem ser: 
 
 
 
 
 O animal pode piorar ou até morrer; 
 Passar a doença para os outros animais; 
 O animal pode ficar com problemas e nunca 
chegar a ser um bom reprodutor ou um bom 
animal para a venda;Pode até passar a doença para 
os humanos. 
 
 
 
Fig. 10 Forma de aplicação de desparasitante por via oral. 
Fonte: 
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Agr
iculturaFamiliar/RegiaoMeioNorteBrasil/Caprinos/manejosanitar
io.ht 
 
 ATENÇÃO: 
 Muitas doenças possuem sintomas parecidos; 
 O animal pode ter mais que uma doença ao mesmo tempo; 
 O animal nem sempre apresenta todos os sinais da doença. 
 
 
 
12 
 
 
4.3.4. Doenças comuns 
 
4.3.4.1 Abscessos 
 Abrir e espremer o abscesso quando tiver uma coloração amarela ou quando amolecer; 
 Isto pode ser feito cortando uma cruz sobre o ponto amolecido; 
 Pode usar uma lâmina de barbear fervida para cortar o abscesso; 
 Depois limpar a ferida com água morna (fervida) com muito sal (1 colher de sopa de sal 
em uma chavena de água) ou iodo na ferida; 
 A ferida deve ficar aberta e limpar diariamente com água com bastante sal e espremer 
para a retirada do pus. Pode desinfectar com tintura de iodo a 10%. 
Para prevenir o aparecimento dos abscessos deve controlar o excesso de carraças e garantir a 
higiene. 
4.3.4.2 Diarreias 
 As diarreias podem ser prevenidas com o controle regular dos parasitas internos. São a 
principal causa de perdas em cabritos e ovelhas; 
 O controle dos parasitas pode ser feito desparasitando todos os animais 2 vezes por ano, 
sendo uma no período seco (Junho a Agosto) e uma no período chuvoso (Janeiro a 
Março); 
 Pode tratar os animais com diarreia utilizando ao longo do dia a mistura de uma colher 
de sal, 8 colheres de açúcar em um litro de água limpa e quente; 
 Para animais jovens que não foram desmamados, usar esta mistura duas vezes por dia 
(mas não por mais de três dias). 
 Quando houver sangue na diarreia, principalmente de animais jovens pode ser 
coccidiose. 
 
 
 Fig. 11. Os cinco pontos para verificar se o animal está parasitado 
 Fonte: Goat Production Handbook 2015. Produced by Mdukatshani, Heifer International-South Africa and 
KwaZulu-Natal Department of Agriculture and Rural Development 
Inchaço na parte 
de baixo da boca 
(mandibula) 
Corrimento 
nasal 
Mau estado 
corporal 
Fezes na 
região anal 
Anemia 
 
 
 
13 
 
4.3.4.3 Sarnas 
 As sarnas são causadas por parasitas externos e resultam na queda do pêlo e irritação da 
pele do animal. Quando houver sinais de sarna na área pode banhar os animais com o 
produto recomendado pelo SDAE. 
 Também podem aparecer outros parasitas externos como piolhos e carraças. 
 
 
Fig. 12 Animal com sinais de sarna na cabeça. Fonte: 
 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1b/Sarcoptic-mange-head-of-goat-2.jpg 
 
4.3.4.4 Timpanismo 
- No início da época chuvosa alguns animais podem aparecer com barrigas inchadas por 
ingerirem capim fresco. Quando isto acontecer pode dar óleo de cozinha 1 quarto de uma 
chávena de chá (50mls) e faça o animal caminhar até arrotar. Não o deixe deitar-se. 
 
5. Maneio Reprodutivo 
5.1 Critérios a serem observados para a eliminação de animais no rebanho 
Devem ser retiradas da produção principalmente, depois de cada estação reprodutiva: 
 Animais improdutivos; 
 Fêmeas velhas (4 a 5 anos de idade), com problemas físicos ou de saúde; 
 Fêmeas que não são cuidadosas com suas crias ou não produzem leite suficiente para a 
alimentação das crias. 
 
 
 
 
 
14 
 
5.2 Como escolher um reprodutor macho: 
 
O reprodutor deve: 
 Apresentar aspectos masculinos, ou seja, pescoço e ombros largos e fortes, barbicha e 
comportamento de dominante; 
 Apresentar grande interesse sexual pela fêmea (atracção sexual); 
 Ser saudável, em condições de acasalar e não apresentar sinais de doenças que possam 
ser transmitidas na cobertura; 
 Possuir testículos normais, ou seja, de tamanho igual, de consistência firme e presentes 
no saco escrotal. 
 
 
 
 
 
 
 
5.3 Como escolher uma fêmea reprodutora: 
 
 Aspecto feminino. 
 Bom desenvolvimento corporal. 
 Ausência de doenças ou defeitos físicos. 
 Boa produção de leite para alimentar as crias. 
 Prenhez e partos normais. 
 Boa capacidade para criar. 
 Fertilidade satisfatória (ser fecundada a cada cobertura). 
 Bom número de crias por parto. 
 Deve ser tranquila e ser dócil durante o maneio. 
 
 
6. Análise económica da Produção 
 
 
 
 
 
 
 
No caso de um reprodutor já adulto, recomenda-se 
procurar informações sobre suas crias anteriores. 
 Uma vez conhecida a importância dos cabritos e ovelhas, para a 
alimentação, assim como para a renda e garantia da segurança alimentar 
dos agregados famíliares, é muito importante pensar no aspecto 
económico para a sua produção em termos sanitários e produtivos. 
 
 Para saber como está a andar a sua produção é importante fazer registos 
dos nascimentos, mortes, vendas, abates, compra e o número final dos 
animais num dado período e comparar com o número inicial. 
 
 
 
15 
 
6.1. Evolução do efectivo 
 
 A ficha que segue pode ser utilizada para controlar a sua produção, incluindo a 
assistência sanitária prestada pelo projecto. 
 
FICHA DE REGISTO DE EFECTIVOS E MANEIO SANITÁRIO DE CAPRINOS 
Província _____________________________Distrito______________________________ 
Aldeia_______________________________________ 
Data 
 
*Categoria 
 
EfectivoNúmero 
de 
animais 
tratados 
 
Observa
ções 
 
Efectivo 
 
 Número 
de 
animais 
tratados 
 
Observaç
ões 
 
Efecti
vo 
 
Núme
ro de 
anima
is 
tratad
os 
 
Observaç
ões 
Reprodutor (Cabra) 
 
 
Reprodutor (Bode) 
 
 
Crescimento (Cabrita) 
Crescimento (Cabrito) 
 
 
 Aleitamento (Cabrita) 
 Aleitamento (Cabrito) 
 Total 
**Tipo de tratamento 
 
 
 
 
 
 
Medicamento utilizado 
 
 
 
 
 
 
Pessoa que efectuou o 
tratamento (nome) 
 
 
 
 
 
 
 
**Desparasitação, Vacinação, banho, etc. *Categorias: Cabritos (as) em aleitamento- até 3 meses de 
idade; Cabritos (as) em crescimento (as) até 5-7 meses; Reprodutores = ou ˃ 8 meses 
 
6.2. Entendendo a potencial rentabilidade da sua produção 
 
É importante entender a potencial rentabilidade do seu negócio de pequenos ruminantes. Para tal 
deve ser capaz de responder as seguintes perguntas: 
 Quantas crias vão nascer a cada ano? 
 Quantos vão sobreviver para poder vendê-los? 
 Qual o preço que vou vender cada um? 
 Quanto custa por ano manter o meu rebanho (alimentos, remédios, trabalho, etc.) 
 Quantos animais vou vender por ano (idade e sexo)? 
 
 
 
16 
 
Essas informações vão permitir que você comece a calcular quanto dinheiro vai render com a 
sua produção. Depende de você como indivíduo e de quão bem você administra seu negócio de 
cabras. 
Se tiver mortalidades você não irá ganhar dinheiro. Se seus custos de produção forem muito 
altos, você não obterá lucro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
7. Bibliografia 
Anuário Estatístco, Instituto Nacional de Estatistica, 2017-MOÇAMBIQUE 
Direcção Nacional de Pecuária (1990) - Manual técnico do maneio de pequenos ruminantes. 
Enabling poor rural people to overcome poverty. Manual para promotores ILRI Iternational 
livestck Research Institute. http //www.vet4 arab.co.cc Manual de promotores 
Goat Production Handbook. (2015) Mdukatshani Heifer International-South Africa and 
KwaZulu-Natal Department of Agriculture and Rural Development 
 
Goat Farming as a Business: a farmer’s manual to successful goat production and marketing 
(MRS, SNV, DLPD), Compiled by the Department of Agricultural Research and Extension, 
Matopos Research Station. 
http://www.snv.org/public/cms/sites/default/files/explore/download/goat_farming_as_a_busine
ss_-_a_farmers_manual.pdf. Accessed on 27 August 2019. 
Eduardo Luiz de Oliveira (2018). Manejo Sanitário de Caprinos e Ovinos. 
https://criacaodeanimais.blogspot.com/2018/05/manejo-sanitario-de-caprinos-e-ovinos.html 
 (Acessado aos 19/09/2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.snv.org/public/cms/sites/default/files/explore/download/goat_farming_as_a_business_-_a_farmers_manual.pdf
http://www.snv.org/public/cms/sites/default/files/explore/download/goat_farming_as_a_business_-_a_farmers_manual.pdf

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