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Autores: Prof.AngelAntonioGonzalesMartinez Prof.ÁkioNogueiraBarbosa Colaboradores:Profa.ElisângelaMônacodeMoraes Prof.RobertoMacias Prof.DanielScodelerRaimundo Lógica Professoresconteudistas:AngelAntonioGonzalezMartinez/ ÁkioNogueiraBarbosa Prof. Angel Antonio Gonzalez Martinez: Doutorando pela Escola de Engenharia Mackenzie em telecomunicações.MestreemengenhariaelétricapeloDepartamentodeEngenhariadeSistemasEletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP. Graduado em engenharia elétrica modalidade eletrônicapelaEscoladeEngenhariaMackenzie.AtuacomoprofessordoscursosdeTecnologiaemAutomação Industrial pela UNIP. Atuou como professor nos cursos tecnológicos de Automação e Robótica pela Unip. Atuounos cursos tecnológicosdeRedesdeComputadores,Análisede sistemas,Gestãode TI pelaUnip. Ex- coordenadordoscursosdeAnálisedesistemas,Redesdecomputadores,AutomaçãoIndustrial.Atuahávários anoscomoconsultordeTIparadiversasempresasdosegmentodeTI. Prof.ÁkioNogueiraBarbosa:DoutorandonoDepartamentodeEngenhariadeComputaçãoeSistemas DigitaisdaEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulo.MestreemengenhariaelétricapeloDepartamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP (2006). PossuiespecializaçãoemengenhariadesegurançadotrabalhopelaEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSão Paulo - EPUSP/PECE (2002) e graduação em engenharia elétrica (modalidade eletrônica) pela Faculdade de EngenhariaSãoPaulo-FESP(1999).ExercesuasatividadesprofissionaisnaEscolaPolitécnicadaUniversidade deSãoPaulodesde1988,ondeapartirde2001assumiuocargodeespecialistaemlaboratório.Atualmente desempenha suas funçõesno LaboratóriodeArquitetura eRedesdeComputadores (Larc) doDepartamento deEngenhariadeComputaçãoeSistemasDigitais (PCS)daEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulo, atuandonasseguintesáreas:segurançaderedesdecomputadores,gerenciamentoequalidadedeserviçoem redescomputacionaiseapoioemlaboratóriosdidáticos.ÉprofessornocursodeGestãoeGerenciamentode RedesdaUniversidadePaulista -UNIP,membrodoComitêBrasileirodaComissãodeEstudosdeTecnologia daInformação(técnicasdesegurançaeperíciaeminformática)daAssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas -ABNT,membroconsultordaComissãodeResponsabilidadeSocialdaOrdemdosAdvogadosdoBrasil(OAB- SP)eperitojudicialnaáreadeinformática.Émembrofundadorevice-presidentedaAssociaçãoBrasileirade PeríciasdeInformáticaeTelecomunicações-SBPIT. ©Todososdireitosreservados.Nenhumapartedestaobrapodeserreproduzidaoutransmitidaporqualquerformae/ou quaisquermeios(eletrônico,incluindofotocópiaegravação)ouarquivadaemqualquersistemaoubancodedadossem permissãoescritadaUniversidadePaulista. DadosInternacionaisdeCatalogaçãonaPublicação(CIP) M385 Martinez,AngelAntonioGonzales Lógica. / Angel Antonio Gonzales Martinez; Ákio Nogueira Barbosa.-SãoPaulo:EditoraSol. 136p.il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-025/11, ISSN1517-9230. 1.Proposições2.Argumentação3.PredicadosI.Título CDU161/162 Prof.Dr.JoãoCarlosDiGenio Reitor Prof.FábioRomeudeCarvalho Vice-ReitordePlanejamento,AdministraçãoeFinanças Profa.MelâniaDallaTorre Vice-ReitoradeUnidadesUniversitárias Prof.Dr.YugoOkida Vice-ReitordePós-GraduaçãoePesquisa Profa.Dra.MaríliaAncona-Lopez Vice-ReitoradeGraduação UnipInterativa–EaD Profa.ElisabeteBrihy Prof.MarceloSouza Profa.MelissaLarrabure MaterialDidático–EaD Comissãoeditorial: Dra.AngélicaL.Carlini(UNIP) Dr.CidSantosGesteira(UFBA) Dra.DivaneAlvesdaSilva(UNIP) Dr.IvanDiasdaMotta(CESUMAR) Dra.KátiaMosorovAlonso(UFMT) Dra.ValériadeCarvalho(UNIP) Apoio: Profa.CláudiaReginaBatista–EaD Profa.BetisaMalaman–ComissãodeQualificaçãoeAvaliaçãodeCursos Projetográfico: Prof.AlexandrePonzetto Revisão: LeandroFreitas Logica_Unid_IV.indd 139 15/12/2011 19:47:12 Sumário Lógica APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................9 UnidadeI 1FUNDAMENTOSSOBREPROPOSIÇÕES................................................................................................... 13 1.1Proposiçõeseconectivos.................................................................................................................. 13 1.1.1Conceitodeproposição........................................................................................................................ 13 1.1.2Valoreslógicosdasproposições........................................................................................................ 15 1.1.3Proposiçõessimpleseproposiçõescompostas........................................................................... 15 1.1.4Conectivos................................................................................................................................................. 17 1.1.5Tabela-verdade......................................................................................................................................... 17 1.1.6Notação...................................................................................................................................................... 18 1.2Operaçõeslógicassobreproposições........................................................................................... 20 1.2.1Negação(~)............................................................................................................................................... 20 1.2.2Conjunção(∧).......................................................................................................................................... 22 1.2.3Disjunçãoinclusivaousomalógica(∨)......................................................................................... 23 1.2.4Disjunçãoexclusiva(v)......................................................................................................................... 25 1.2.5Condicional(→)...................................................................................................................................... 27 1.2.6Bicondicional(↔).................................................................................................................................. 29 2TRABALHANDOCOMASPROPOSIÇÕES................................................................................................ 31 2.1Construçãodatabela-verdade....................................................................................................... 31 2.2Tautologia,contradiçãoecontingência...................................................................................... 39 UnidadeII 3OPERAÇÕESADICIONAISSOBREPROPOSIÇÕES................................................................................ 49 3.1Implicaçãológica.................................................................................................................................. 49 3.1.1Definição.................................................................................................................................................... 49 3.1.2Propriedadesdaimplicaçãológica..................................................................................................49 3.1.3Tautologiaseimplicaçãológica........................................................................................................ 51 3.2Equivalêncialógica.............................................................................................................................. 52 3.2.1Definição.................................................................................................................................................... 52 3.2.2Propriedadesdaequivalêncialógica.............................................................................................. 53 3.2.3Tautologiaseequivalêncialógica.................................................................................................... 54 3.2.4Proposiçõesassociadasaumacondicional.................................................................................. 55 3.3Negaçãoconjuntadeduasproposições..................................................................................... 57 3.4Negaçãodisjuntadeduasproposições....................................................................................... 57 4PROPRIEDADESDASPROPOSIÇÕESEFUNDAMENTOSDADEDUÇÃO...................................... 58 4.1Propriedadesdasprincipaisproposições.................................................................................... 58 4.1.1Propriedadesdaconjunção................................................................................................................ 58 4.1.2Propriedadesdadisjunção.................................................................................................................. 59 4.1.3Propriedadesdaconjunçãoedadisjunção................................................................................. 61 4.1.4Negaçãodacondicional....................................................................................................................... 63 4.1.5Negaçãodabicondicional................................................................................................................... 63 4.2Métododedutivo.................................................................................................................................. 64 4.3Reduçãodonúmerodeconectivos.............................................................................................. 66 4.4Formanormaldasproposições....................................................................................................... 67 4.5Princípiodedualidade........................................................................................................................ 68 UnidadeIII 5PRINCÍPIOSDAARGUMENTAÇÃO.............................................................................................................71 5.1Argumentos.............................................................................................................................................71 5.1.1Introdução................................................................................................................................................. 71 5.1.2Definiçãosimbólicadeargumento.................................................................................................. 72 5.2Validadedeumargumento.............................................................................................................. 73 5.2.1Critériodevalidadedeumargumento.......................................................................................... 75 5.2.2Listadeargumentosválidosfundamentaise/ouregrasdeinferência............................. 75 5.2.3Exemplosdousodasregrasdeinferência................................................................................... 77 6TÉCNICASPARAVALIDAÇÃODEARGUMENTOS................................................................................ 80 6.1Validaçãoatravésdetabelas-verdade......................................................................................... 80 6.2Validademedianteregrasdeinferência..................................................................................... 90 UnidadeIV 7EMBASAMENTOPARAALÓGICADOSPREDICADOS......................................................................100 7.1Sentençasabertas..............................................................................................................................100 7.2Revisãodeteoriadosconjuntos..................................................................................................100 7.3Sentençaaberta..................................................................................................................................105 7.3.1Conjunto-verdadedeumasentençaabertacomumavariável........................................105 7.3.2Sentençasabertascomduasvariáveis........................................................................................107 7.3.3Conjunto-verdadedeumasentençaabertacomduasvariáveis......................................107 7.3.4Sentençasabertascomnvariáveis...............................................................................................108 7.3.5Conjunto-verdadedeumasentençaabertacomnvariáveis............................................109 7.4Operaçõeslógicassobreassentençasabertas.......................................................................109 7.4.1Negação....................................................................................................................................................109 7.4.2Conjunção.................................................................................................................................................111 7.4.3Disjunção.................................................................................................................................................. 112 7.4.4Condicional............................................................................................................................................. 114 7.4.5Bicondicional.......................................................................................................................................... 115 7.4.6Propriedadesdassentençasabertas............................................................................................. 116 7.5Quantificadores................................................................................................................................... 116 7.5.1Quantificadoruniversal...................................................................................................................... 116 7.5.2Quantificadorexistencial................................................................................................................... 117 7.5.3Quantificadordaunicidade.............................................................................................................. 118 7.5.4Negaçãodeumquantificador......................................................................................................... 119 7.5.5Quantificaçãocomváriasvariáveis............................................................................................... 119 7.5.6Quantificaçãoparcial......................................................................................................................... 120 7.5.7Quantificaçãomúltipla...................................................................................................................... 120 8NOÇÕESSOBRESILOGISMOSCATEGÓRICOS....................................................................................120 8.1Proposiçõescategóricas..................................................................................................................120 8.2Proposiçõescontraditórias.............................................................................................................1248.3Silogismoscategóricos.....................................................................................................................126 Logica_Unid_IV.indd 139 15/12/2011 19:47:12 9 APRESENTAÇÃO Caroaluno,estaapostilaéumabreveintroduçãoàlógica.Logo,nela,serãoexaminadososprincipais temasintrodutóriosaoassunto.Usou-sedamatemáticaelementarcomoumapoioàexplanaçãodos temasdeinteressepelofatodeelasercomumatodosaquelesquejáconcluíramosestudosbásicos. A lógica é muito importante e aplicada em diversos ramos do conhecimento, pois se trata de umaformadeentenderoraciocíniohumano.Nasciênciasexatas,a lógicaencontroumaioralcance principalmentenostemasrelacionadosàcomputação.Todoodesenvolvimentodesoftwareébaseado emlógica,assimcomooroteamentodedadosnainternet,queusalivrementeosconceitosdelógica. Nãoestánosobjetivosdolivrooestudodalógicadopontodevistafilosófico,oudeargumentação lógica,masaapresentaçãodosprincipaisfundamentosdalógicaclássicanecessáriosaosestudantesde computaçãoeáreascorrelatas. Alógicaéumtemabastanteabrangenteeestelivro-textopretendeservircomoumprimeirodegrau paraaquelesquedesejamseaprofundarnoassunto. Adistribuiçãodostemasobjetivouseramaisdiretapossível.Porisso,optou-sepelaintroduçãodos conceitosdeproposição,seguidospelosdeconectivos,quepossibilitamcriarproposiçõesmaiscomplexas. Aseguir,explicam-seastabelas-verdade,poiséométodomaissimplesdeseverificaraveracidadede umaproposição.Sãotambémestudadososmétodosdedutivos1(porseremestesosutilizadosnalógica matemática),quefortalecemacapacidadedeabstraçãoenosdãomaiorpoderpararesolverproblemas maiscomplexos.Aargumentaçãoédiscutidaaseguir,sendoexaminadososconceitosbásicosealgumas ferramentasdevalidaçãodosargumentos,astabelas-verdadeeasregrasdeinferência. Finaliza-secomumbreveembasamentodossubsídiosàlógicadepredicados,fundamentam-seos conceitosdesentençasabertas,quantificadorese,porfim,osilogismocategórico. Bonsestudos! INTRODUÇÃO Fundamentogeral Emboraalógicasejadeummodomaisamplo,concebidacomoumramodafilosofia,suasaplicações vão muito além dos limites de qualquer disciplina isoladamente considerada. Apenas a título de exemplificação,áreasdeestudodalógicaseestendemàmatemática,línguas,história,direito,estatística, ciênciasrelacionadascomacomputaçãoetecnologiasemumaspectomaisabrangente,cadaumacom orespectivofocodeinteresse. Assim,ospadrõesdecríticadaLógicasãoaplicáveisaqualqueráreadoconhecimentoemquea 1Nasuavestimentacontemporânea,a lógicaévistacomosistemaformaldedutivo,edificadosobre linguagem formal,aqualteriaaincumbênciadeeliminardubiedadesinterpretativas(N.doR.T.). 10 inferência2 e o argumento3 sejam empregados – a qualquer domínio no qual as conclusões devam presumivelmenteapoiar-seemprovas.Istoincluitodasasáreasqueexijamumsérioesforçointelectual, bemcomooscasospráticosdavidacotidiana. Conceitodelógica Alógica4,ciênciadoraciocíniodedutivo,estudaarelaçãodeconsequênciadedutiva,tratandoentre outrascoisasdasinferências5válidas;ouseja,dasinferênciascujasconclusõestêmqueserverdadeiras quandoaspremissas6osão.Alógicapode,portanto,serconsideradacomo“oestudodarazão”ou“o estudodoraciocínio”. Oobjetivodalógicaconsiste,então,namençãoeestudodosprincípioslógicosusadosnoraciocínio dedutivo.Sobessaconcepção,temosalógicadedutiva. Podemos,entretanto,consideraroutralógica,alógicaindutiva,queseocupanãodasinferências válidas,masdasinferênciasverossímeis. Alógica,particularmentesobaacepçãodedutiva,constituiaciênciasubjacenteàsinvestigaçõesno domíniodopuramenteracional,tratandodeargumentoseinferências. A lógicacontemporâneatemseconvertidoemdisciplinamatemática,a lógicamatemática,com características próprias, dedutiva; é o estudo do tipo de raciocínio feito pelos matemáticos, porém aplicáveisàgrandeáreadaComputação. Brevehistórico O marco histórico do desenvolvimento da lógica inicia-se propriamente, no século IV a.C. com Aristóteles7 (384-322 a.C.). A maior parte da contribuição relevante de Aristóteles, para a lógica, encontra-se no grupo de trabalhos conhecidos como Organon, mais especificamente nos Analytica prioraenoDeinterpretatione. Paraosantigosfilósofosgregos,lógicaeraumaciênciadodiscursoracional.Elespassaramentãoausar emsuasdiscussõesproposiçõesdeclarativasenunciadasnaformaafirmativaenegativa,atribuindovalores 2Operaçãointelectualqueconsisteemestabelecerumaconclusãoapartirdaspremissasdequeseparte. 3Raciocínioquesepretendebaseadoemfatoseemrelaçõeslógicasapartirdelesusarparasechegaraumaconclusão. 4Formaderaciocinarcoerente,emqueseestabelecemrelaçõesdecausaeefeito;acoerênciadesseraciocínio. 5Operaçãointelectualqueconsisteemestabelecerumaconclusãoapartirdaspremissasdequeseparte. 6Ideiaoufatoinicialdequeseparteparaformarumraciocínio.Cadaumadasduasproposiçõesdeumsilogismo (amaioreamenor),dasquaisseinfereousetiraaconsequência. 7Aristóteles,filósofogrego,queviveunoséculoIVa.C.éconsideradoopaiouocriadordalógica.Onome“lógica” veioposterioraAristóteles.Apalavra“logos”dogregosignifica“palavra”,“expressão”,“pensamento”,“conceito”,“discurso”, “razão”,queparaAristótelesestassãocaracterísticasquediferenciaoshomensdosoutrosanimais. 11 verdadeirosefalsos.Issoproporcionousignificativasimplificaçãodegrandevaliaemtodaamatemática. Porvoltade1666,GottfriedWilhelmLeibniz(1646-1716)usouemváriostrabalhosalgumasideiasasquais denominoudeCalculus ratiotinator, ouLogicamatehematica ouLogistica. Emboraestas ideiasnunca tenhamsidoteorizadasporLeibniz,seustrabalhosjátraziamaideiadalógicamatemática. JánoséculoXVIII,LeonardEuler(1707-1783)introduziuarepresentaçãográficadasrelaçõesentre sentençasouproposições,pesquisadaseampliadasporJohnVenn(1834-1923),EdwardW.Veitchem 1952eMauriceKarnaughem1953. Em1847,AugustusDeMorgan(1806-1871)publicouotratadoFormallogic.Em1848,GeorgeBoole (1815-1864)escreveuoartigoThemathematicalanalysisoflogic,emaistarde,em1854,publicaum livrosobreÁlgebradeBoole8,chamadoAninvetigationoflawsofthought(Umainvestigaçãodasleis dopensamento)eposteriormente,em1859,escreveuTreatiseondifferentialequations (Tratadoem equaçõesdiferenciais)noqualdiscutiuummétodosimbólicogeral. OtrabalhodeGeogeBoolefoiestudadoeampliandoporLewisCarrolem1896,AlfredNorthWhiteheadem 1898,EdwardV.Huntington(1904e1933)entreoutros.Todoestesperíodosdeestudosedesenvolvimento dalógicaproporcionaramaAlfredNorthWhitehead(1861-1947)eBertrandArthurWilliamRussell(1872- 1970)publicaraobraPrincipiamathematica,querepresentouimportantecomplementoaosestudosde Leibniz,semprebuscandomostrarumabaselógicaparatodaamatemática. Emboraexistissehámaisdecemanos,aÁlgebradeBoolenãotevequalquerutilizaçãopráticaaté 1937,quandoAkiraNakashimautilizoupelaprimeiraveznaanálisedecircuitoderelés,tentandoaplicar seusprópriosconceitos. Em 1938 Claude E. Shannon mostrou, em sua dissertação de mestrado no Departamento de Engenharia Elétrica do MIT (Massachusetts Institute of Technology – Instituto Tecnológico de Massachusetts), a aplicação da Álgebra de Boole na análise de circuitos de relés, o que serviude baseparaodesenvolvimentodateoriadosinterruptores(DAGHLIAN,1936),(D’OTTAVIANO,Í.M.L., FEITOSA,H.A.,2003). Os tópicos elementares da lógica matemática compilados neste material são de extrema relevânciaparatodoequalquerestudantedecursosrelacionadosàgrandeáreadasciênciasda computação,vistoconsistenoembasamentoteóricoparaoentendimentodooutrosimportantes conceitosutilizadosnaComputação(processamentoautomáticodedados),emdiversasdisciplinas queserãoestudadasparalelamenteàdisciplinadelógicamatemáticaoufuturamente,taiscomo: sistemas de informação, automação, linguagens de programação, organização e arquitetura de computadores, sistemas operacionais, redes de computadores, inteligência artificial, robótica, algoritmosetc. 8 Os circuitos digitais de computadores e outros sistemas digitais são projetados e têm seu comportamento analisado, em termos de uma teoria matemá tica conhecida como Álgebra de Boole. A álgebra booleana faz uso de variáveiseoperaçõeslógicas. Logica_Unid_IV.indd 139 15/12/2011 19:47:12 13 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Unidade I Objetivos Apresentar os conceitos elementares de lógica, operações básicas e a simbologia a ser utilizada juntamentecomasrespectivastabelas-verdade.Construirtabelasverdadedeproposiçõescompostas, juntandoproposiçõessimplesatravésdosconectivoslógicos. Introdução Estaunidadeéumaintroduçãoàlógicaclássica9,oqueimplicaqueofocosãoosaspectosbásicos dadisciplina,objetivandooaprendizadoteóricoe,aofinaldaunidade,exercíciossãopropostoscom ointuitodequeoestudantepossafixarosconceitoabordados,algunscomrespostasmaisimediatas, cujo objetivo consiste em fixar conceitos abordados e outros que exigem um grau de reflexão e raciocínio mais profundo, possibilitando ao estudante a assimilação dos aspectos elementares de maneirarobustaeconceitualmentebemfundamentada,preparando-oparaenveredarporfronteiras maisdistantesdalógica. Colocaram-se várias definições de dicionário para vocábulos que sugiram no texto, com o intuitomotivaroleitoraohábitodeconsultaresteinstrumentotãovaliosoemqualqueridioma, fortalecendooentendimentodotexto.Verificar-se-áquenemsempreadefiniçãododicionário tradicional será coincidente no contexto; às vezes, pode levar a uma conceituação inversa da desejada. 1FUNDAMENTOSSOBREPROPOSIÇÕES 1.1Proposiçõeseconectivos 1.1.1Conceitodeproposição Lembrete Proposição: 1. Ato ou efeito de propor; proposta 2. Expressão de pensamentospormeiodepalavras.3.Máxima,sentença,asserção. 9Alógicaclássica,nasuaparteelementar,versaessencialmentesobreoschamadosconectivoslógicosdenegação, conjunção,disjunção,implicaçãoebicondicional,sobreosquantificadoresexistencialeuniversalesobreopredicadode igualdade;esobrealgumasdesuasextensões,comoporexemplo,certossistemasdeteoriasdeconjuntosecertoscálculos depredicadosdeordemsuperior(N.doR.T.). 14 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Define-secomoproposiçãooconjuntodepalavrasousímbolosqueexprimemumpensamento desentidocompleto.Asproposiçõestransmitempensamentos,queafirmamfatosou juízosque formamos a respeito das coisas. Enfim, uma proposição é uma declaração a respeito de algum tema. Adeclaraçãonãopodeserambígua,istoé,termaisdeumainterpretação.DigamosqueJoãodiz aMaria:“Euviumafotosuanometrô”.Semdúvida,essafraseéambígua,poispodesignificarmais deumfato:porexemplo,1)queJoãoestavanaestaçãodemetroquandopegouumafotodeMaria paraadmirá-la,ou2)queJoãoestavaemcasaquandoolhouparaumafotodeMariaemumtremdo metrô. Logo, frasescomo“Joãochutouabola”ou“Abola foichutadapor João” representamamesma proposição, pois possuem exatamente o mesmo significado. Não importa em si se a proposição é verdadeiraoufalsa. Proposição:éumasentençadeclarativaquepodeserinterpretadacomoverdadeiraoufalsa. Lembrete Ambiguidade:1.Dúvida,incerteza2.Faltadeclarezadaspalavrasou expressões,quepodecausarváriasinterpretações. Exemplosdeproposições: a.MadridéacapitaldaEspanha. b.AracajuécapitaldeSergipe. c.10 23> d. cos π 2 0= e.CristovãoColombodescobriuoBrasil. f.CervantesescreveuosSertões. g. 12 5 éumnúmerointeiro. h.Onúmero17éumnúmeroigual29. i.Tan π 4 2= . 15 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 A lógica matemática tem como princípios (leis) fundamentais do pensamento os três seguintes axiomas10. I. Princípiodaidentidade:seumaproposiçãoéverdadeira,eelaéverdadeira,issoequivaleadizer quetodoobjetoéidênticoasimesmo. II.Princípio da não contradição: uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. III. Princípiodoterceiroexcluído:todaproposiçãoouéverdadeiraouéfalsa. Desteprincípiodiz-sequealógicamatemáticaéumalógicabivalente. Porexemplo,asproposições(a),(b),(c)e(d)sãotodasverdadeiraseasdemaissãofalsas. 1.1.2Valoreslógicosdasproposições Ovalor lógicodeumaproposiçãoouéverdadeiroseaproposiçãoéverdadeira,ouéfalsosea proposiçãoéfalsa,abreviadamentepelasletrasVeF,respectivamente. Exemplo: a.Ochumboémaispesadoqueaágua. b.OsolgiraemtornodeMarte. Ovalorlógicodaproposição(a)éverdadeiro(V)eovalorlógicodaproposição(b)éfalso(F)(ALENCAR FILHO,2002) 1.1.3Proposiçõessimpleseproposiçõescompostas Asproposiçõespodemserclassificadasemsimplesoucompostas. Umaproposiçãosimpleséaquelaquenãopodesersubdivididaemoutrasproposições. As proposições simples são geralmente designadas pelas letras latinas minúsculas p, q, r, s etc., chamadasdeletrasproposicionais(ALENCARFILHO,2002). 10 Em seus escritos, Aristóteles caracteriza a lógica como uma ciência do raciocínio,posteriormente entendida comoestabelecedoradasformasválidasderaciocínio[inferênciasválidas],aqualrepousavasobreestestrêsprincípios fundamentais(N.doR.T.). 16 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Saibamais ValeapenalerolivroOhomemquecalculava,deMalbaTahan. Oautor(heterônimodoprofessorJúlioCésardeMelloeSouza)narra asaventuraseproezasmatemáticasdocalculistapersaBeremizSamir,na BagdádoséculoXIII. Exemplos: p:Joãoécareca. q:Aliceéjogadoradefutebol. r:Onúmero16éímpar. Chama-sedeproposiçãocompostaaquelaformadapelacombinaçãodeduasoumaisproposições. AsproposiçõescompostassãohabitualmentedesignadaspelasletraslatinasmaiúsculasP,Q,R,S etc.,tambémchamadasdasletrasproposicionais(ALENCARFILHO,2002).Exemplo: P:JoãoécarecaeAliceéestudante. Q:AliceébonitaouVivianeéestudante. R:SeJoãoécareca,entãoéinfeliz. Observequecadaumadasproposiçõesanterioreséformadaporduasproposiçõessimples. Asproposiçõescompostastambémcostumamserchamadasdefórmulasproposicionaisouapenas fórmulas.Asproposiçõessimplessãotambémchamadasdeátomos,pois,assimcomooátomo,nãoé divisível,enquantoaproposiçãocompostaéchamademolécula. QuandointeressadestacarouexplicitarqueumaproposiçãocompostaPéformadapelacombinação dasproposiçõessimplesP,Q,Retc.,escreve-se: P (P, Q, R etc.). Essas proposições simples serão chamadas de proposições componentes simples quandoforocaso. 17 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Observação Asproposiçõescomponentesdeumaproposiçãocompostapodemser, elasmesmas,proposiçõescompostas. 1.1.4Conectivos Chamam-seconectivosaspalavrasqueseusamparaformarnovasproposiçõesapartirdeoutras (ALENCARFILHO,2002). Lembrete Conectivo: 1. Que liga ou une 2. Vocábulo que estabelece conexão entrepalavrasoupartesdeumafrase. Exemplos: P:Onúmero10épareonúmero27éimpar. Q:OquadriláteroABCDéretânguloouéquadrado. R:Nãoestáquente. S:SeRobertoéfísico,entãosabematemática. T:OtriânguloABCéequiláteroseesomenteseéequiângulo. Sãoconectivosusuaisemlógicamatemáticaaspalavrasqueestãogrifadas,istoé:“e”,“ou”,“não”, “se...então...”,“...seesomentese...” 1.1.5Tabela-verdade Segundooprincípiodoterceiroexcluído,todaaproposiçãosimplespéverdadeiraoufalsa,istoé, temumvalorlógicoV(verdade)ouovalorlógicoF(falso)(ALENCARFILHO,2002). Aseguir,tem-searepresentaçãotabular. p V F Paraumaproposiçãocomposta,adeterminaçãodoseuvalorlógicosefazcombasenoseguinte princípio: 18 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 O valor lógico de qualquer proposição composta depende unicamente dos valores lógicos das proposiçõessimplescomponentes,ficandoporelesunivocamentedeterminado(ALENCARFILHO,2002). Naprática,paraadeterminaçãodovalorlógicodeumaproposiçãocomposta,recorre-se quasesempreaumdispositivodenominadotabela-verdade,naqualfiguramtodos os possíveis valores lógicos da proposição composta correspondentes a todas as possíveiscombinaçõesdevaloreslógicosdasproposiçõessimplescomponentes. Exemplo, no caso de uma proposição composta por duas proposições simples componentespeq,asúnicaspossíveisatribuiçõesdevaloreslógicosparapeqsão: Tabela1 p q V V V F F V F F Observe-sequeosvaloreslógicossãoVeF,esealternamdedoisemdois paraaprimeiraproposiçãopedeumemumparaasegundaproposiçãoq. Casotivéssemosumaproposiçãocompostadetrêsproposiçõessimplescomponentes p,qer,asúnicaspossíveisatribuiçõesdevaloreslógicosparap,qersão: Tabela2 p q r V V V V V F V F V V F F F V V F V F F F V F F F Damesmaforma,osvaloreslógicosVeFsealternamdequatroemquatro paraaprimeiraproposiçãoemp,dedoisemdoisparaasegundaproposição q,edeumemumparaaterceirar(ALENCARFILHO,2002). 1.1.6Notação Ovalorlógicodeumaproposiçãosimplespindica-seporV(p),istoé,sepéverdadeira,escreve-se V(p)=V;sepéfalsa(F),escreve-seV(p)=F.OmesmovaleparaproposiçõescompostasV(P)=V,caso Psejaverdadeira,ouV(P)=F,casoPsejafalsa. 19 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Exemplos: V(p)=F,V(q)=F,V(r)=V V(P)=V,V(q)=F,V(r)=F Lembrete Notação:1.Atoouefeitodenotar2.Maneiradenotar3.Conjuntode sinaisparasefazerrepresentaçãooudesignação. Atrigonometria(trigono:triânguloemetria:medidas)éoestudodamatemáticaresponsávelpela relação existente entreos lados eos ângulosdeum triângulo.Ao longodo textousar-se-á alguns exemplosdeproposiçõesbaseadasemtrigonometria,logo,segue-sealgopararecordar. b a c A B C α Figura1 Tabela3 Algumasrelaçõestrigonométricastiradasdotriângulo s n cos tane a c b b a b α α α= = = Tabela4 Valorestrigonométricosnotáveis Radianos Graus Seno Cosseno Tangente Cossecante Secante Cotangente 0 0 0 1 1 Nãoexiste 1 Nãoexiste π 6 30 1 2 3 2 1 3 2 2 3 3 3 π 4 45 2 2 2 2 1 2 2 1 π 3 60 3 2 1 2 3 2 3 3 2 3 3 π 2 90 1 0 Nãoexiste 1 Nãoexiste 1 20 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 1.2Operaçõeslógicassobreproposições Ver-se-ánestetópicoacriaçãodasfórmulas(ouexpressões)lógicasatravésdasoperaçõeslógicas realizadaspormeiodeconectivos.Estassãoasoperaçõeslógicasfundamentais. Nofinaldaparteteóricasobrecadaumdosconectivos,tambéméapresentadoorespectivodiagrama deVenn,comointuitodemostrarumarepresentaçãográfica,queconsisteemumaformaauxiliarpara acompreensãodoconectivoeoperaçõeslógicas. 1.2.1Negação(~) Anegaçãodeumaproposiçãopéproposiçãorepresentadapor“nãop”,cujovalorlógicoéverdade (V)quandopéfalsa,efalso(F)quandopéverdadeira.Distotem-seque“nãop”têmvalorlógicooposto aodep(ALENCARFILHO,2002). Anotaçãodanegaçãodepindica-sepor“~p”,queselê:“nãop”. Ovalorlógicodanegaçãodeumaproposiçãoé,portanto,definidopelaseguintetabela-verdade: Tabela5 p ~p V F F V Ouseja, AnegaçãodeVéFeanegaçãodeFéV.Emsímbolos: ~V=F,~F=V Ovalorlógicode“nãop”éanegaçãodovalorlógicodep.Emsímbolos: V(~p)=~V(p) Exemplos: (1)p:3+3=6(V)e~p:3+3≠6(F),quepodeserreescritopormeiodaexpressãodosvalores lógicoscomo:V(~p)=~V(p)=~V=F; (2)q:10<4(F)e~q:10>4(V),quepodeserreescritopormeiodaexpressãodosvaloreslógicos como:V(~q)=~V(q)=~F=V; 21 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 (3)r:BrasíliaéacapitaldaArgentina(F)e~r:BrasílianãoéacapitaldaArgentina(V),quepodeser rescritopormeiodaexpressãodosvaloreslógicoscomo:V(~r)=~V(r)=~F=V. Nalinguagemanegaçãoefetua-se,noscasosmaissimples,antepondooadvérbio“não”aoverboda proposição,porexemplo,anegaçãodaproposição(ALENCARFILHO,2002). p:AUrsaMaioréumaestrela. é ~p:AUrsaMaiornãoéumaestrela. Outramaneirade efetuar anegação consiste emanteporàproposiçãodadaexpressões tais como“nãoéverdadeque”,“éfalsoque”,porexemplo,anegaçãodaproposição(ALENCARFILHO, 2002). q:Jorgeéjogadordefutebol. ~q:NãoéverdadequeJorgeéjogadordefutebol. ~q:ÉfalsoqueJorgeéjogadordefutebol. Entretanto,anegaçãode“Todasasmulheressãoamáveis”é“Nemtodasasmulheressãoamáveis”,eade“Nenhumamulheréamável”é“Algumamulheréamável”. Avalieasseguintesexpressões: “Estafraseéfalsa.” “OatualimperadordaFrançaédescendentedeNapoleão.” Sobreessasproposições,nãofazsentidoavaliarsuaveracidadeoufalsidade,poisnoprimeirocaso temos um paradoxo, enquanto no segundo não há atualmente imperadores na França. O ramo da lógicaqueavaliadeclaraçõescomoessasestáforadoescopodestaapostila,cujoparadigmaéalógica clássica. Lembrete Paradoxo:1.Opiniãocontráriaàopiniãocomum2.Opiniãoinverossímil ouabsurdaqueseapresentacomoverdadeira. Paradigma:1.Modelo,padrão2.Modelooutipodeconjugação. 22 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 RepresentaçãodanegaçãousandoodiagramadeVenn ~p p Figura2 1.2.2Conjunção(∧) Aconjunçãodeduasproposiçõespeqéproposiçãorepresentadapor“peq”,cujovalorlógicoé verdadeiro(V)quandoasproposiçõespeqsãoambasverdadeiras,efalso(F)nosdemaiscasos(ALENCAR FILHO,2002). Anotaçãodaconjunçãodeduasproposiçõespeqindica-sepor:“p∧q”,queselê:“peq”. Ovalorlógicodaconjugaçãodeduasproposiçõesé,portanto,definidopelaseguintetabela-verdade (ALENCARFILHO,2002). Tabela6 p q p∧q V V V V F F F V F F F F Ouseja: V∧V=V,V∧F=F,F∧V=F,F∧F=F V(p∧q)=V(p)∧(q) Lembrete Conjunção: 1. União, ajuntamento 2. Palavra ou expressão que liga oraçõesoufrases. 23 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Exemplos: 1. p:Aclaradoovoébranca(V) q:3<7(V) p∧q:Aclaradoovoébrancae3<7(V) V(p∧q)=V(p)∧V(q)=V∧ V=V { 2. p:Enxofreéazul(F) q:17éumnúmeroprimo(V) p∧q:Enxofreéazule17éumnúmeroprimo(F) V(p∧q)=V(p)∧V(q)=F∧ V=F { 3. p:CantornasceunaRússia(V) q:Fermateramédico(F) p∧q:CantornasceunaRússiaeFermateramédico(F) V(p∧q)=V(p)∧V(q)=V∧ F=(F) { 4. p:3>9(F) q:sen π4 =0 (F) p∧q:3>4eSen π4 =0 (F) V(p∧q)=V(p)∧V(q)=F∧ F=(F) { RepresentaçãodanegaçãousandoodiagramadeVenn Notequeapenasaintersecçãoenteosconjuntosestádestacada. p qp∧q Figura3 1.2.3Disjunçãoinclusivaousomalógica(∨) Adisjunçãodeduasproposiçõespeqéproposiçãorepresentadapor“pouq”,cujovalorlógicoé verdadeiro(V)quandoaomenosumadasproposiçõespeqéverdadeira,efalso(F)quandoasproposições peqsãoambasfalsas(ALENCARFILHO,2002). 24 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Lembrete Disjunção:1.Separação,desunião,divisão. Observe que o significado do dicionário é oposto ao da lógica, que significaaunião.Nãoconfunda. Anotaçãodadisjunçãodeduasproposiçõespeqindica-sepor:“p∨q”,queselê:“pouq”. Ovalorlógicodadisjunçãodeduasproposiçõesé,portanto,definidopelaseguintetabela-verdade (ALENCARFILHO,2002). Tabela7 p q p∨q V V V V F V F V V F F F Ouseja: V∨V=V,V∨F=V,F∨V=V,F∨F=F e V(p∨q)=V(p)∨V(q) Exemplos(adaptadosdeAlencarFilho,2002): 1. p:MadridéacapitaldaEspanha(V) q:9-4=5(V) p∨q:MadridéacapitaldaEspanhaou9-4=5(V) V(p∨q)=V(p)∨V(q)=V∨V=V { 2. p:CamõesescreveuosLusíadas(V) q:π=3(F) pv q:CamõesescreveuosLusíadasouπ=3(V) V(p∨q)=V(p)∨V(q)=V∨F=V { 25 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 3. p:RomaéacapitaldaAustrália(F) q: 57 éumafraçãoprópria(V) p∨q:RomaéacapitaldaAustráliaou 57 éumafraçãoprópria(V) V(p∨q)=V(p)∨V(q)=F∨V=V { 4. p:PelénasceunaBahia(F) q: −1=1(F) p∨q:PelénasceunaBahiaou −1=1(F) V(p∨q)=V(p)∨V(q)=F∨F=F { RepresentaçãodanegaçãousandoodiagramadeVenn Notequeambososconjuntosestãodestacados. p∨q p q Figura4 1.2.4Disjunçãoexclusiva(v) Apalavra“ou”temdoissentidos,porexemplo,consideremosasduasseguintesproposiçõescompostas (ALENCARFILHO,2002): P:Marcosémédicoouprofessor. Q:Mariaéalagoanaougaúcha. AproposiçãoPindicaque,pelomenos,umadasproposições“Marcosémédico”,“Marcoséprofessor” éverdadeira,podendoserambasverdadeiras:“Marcosémédicoeprofessor”.Mas,naproposiçãoQ,uma esomenteumadasproposições“Mariaéalagoana”,“Mariaégaúcha”éverdadeira,poisnãoépossível ocorrer“Mariaéalagoanaegaúcha”. NaproposiçãoP,diz-seque“ou”éinclusivo,enaproposiçãoQ,diz-seque“ou”éexclusivo. Emlógicamatemática,usa-sehabitualmenteosímbolo“∨”para“ou”inclusivoeosímbolo“v”para “ou”exclusivo. Logo,aproposiçãoPéumadisjunçãoinclusivaouapenasdisjunçãodasproposiçõessimples“Marcos émedico”,“Marcoséprofessor”,istoé: 26 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 P:Marcosémédico∨Marcoséprofessor. AopassoqueaproposiçãoQéumadisjunçãoexclusivadasproposiçõessimples“Mariaéalagoana”, “Mariaégaúcha”,istoé: Q:MariaéalagoanavMariaégaúcha. Adisjunçãoexclusivadeduasproposiçõespeqéproposiçãorepresentadapor“pvq”,queselê: “oupouq”ou“pouq”,masnãoambos;éverdadeiraquandopeqpossuemvaloreslógicosdistintos; éfalsa(F)quandopeqpossuemvaloreslógicosidênticos,istoé,ouambosverdadeirosouambos falsos. Ovalorlógicodadisjunçãoexclusivadeduasproposiçõesédefinidopelaseguintetabela-verdade (ALENCARFILHO,2002): Tabela8 p q pvq V V F V F V F V V F F F Ouseja, VvV=F,VvF=V,FvV=V,FvF=F e V(pvq)=V(p)vV(q) RepresentaçãodanegaçãousandoodiagramadeVenn Note que ambos os conjuntos estão destacados, menos a intersecção, que é o que denota a exclusividadenocaso. pvq p q Figura5 27 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 1.2.5Condicional(→) Aproposiçãocondicionalouapenascondicionaléumaproposiçãorepresentadapor“sepentãoq”, cujovalorlógicoéfalso(F),nocasoemquepéverdadeiraeqéfalsaeverdadeiro(V)nosdemaiscasos (ALENCARFILHO,2002). Lembrete Condicional:1.Dependentedecondição;2.Queenvolvecondição. Anotaçãodacondicionaldeduasproposiçõespeqindica-sepor“p→q”, queselêtambémdeduasmaneiras: pécondiçãosuficienteparaq qécondiçãonecessáriaparap Nacondicional“p→q”,diz-sequepéoantecedenteeqoconsequente.O símbolo“→”échamadosímbolodaimplicação. Ovalorlógicodacondicionaldeduasproposiçõesé,portanto,definidopelaseguintetabela-verdade: Tabela9 p q p→q V V V V F F F V V F F V (ALENCARFILHO,2002) ouseja, V→V=V,V→F=F,F→V=V,F→F=V V(p→q)=V(p)→V(q) Portanto,umacondicionaléverdadeiratodasasvezesqueoseuantecedenteforumaproposiçãofalsa. Observação:emumacondicional,nãoháanecessidadedequeoconsequentesejaumaconsequência doantecedente.Acondicionalou implicaçãoéapenasumarelaçãoentreduasproposiçõesquenão precisãoterrelaçãorealentreelas. 28 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Porexemplo: OVaticanoéumpaís→ATVénova. Ocarroaálcoolémaisbarato→OAmazonaséomaiorEstadodafederação. Obviamente,nãohárelaçãoentreasproposiçõesemcadaladodosímbolodeimplicação. Exemplos(ALENCARFILHO,2002): 1. p:Galoismorreuemumduelo(V) q:3éumnúmeroreal(V) p→q:SeGaloismorreuemumduelo,então3éumnúmeroreal(V) V(p→q)=V(q)→V→V=V { 2. p:Omêsdedezembrotem31dias(V) q:Marteéverde(F) p→q:Seomêsdedezembrotem31dias,Marteéverde(F) V(p→q)=V(p)→V(q)=V→F=F { 3. p:CabralescreveuaOdisseia(F) q:CantorcriouaTeoriadosConjuntos(V) p→q:SeCabralescreveuaOdisseia,entãoCantorcriouateoriadosconjuntos(V) V(p→q)=V(p)→V(q)=F→F=V { 4. p:SalvadorDalinasceunaBahia(F) q:Oanotemseismeses(V) p→q:SeSalvadorDalinasceunaBahia,entãooanotemseismeses(V) V(p→q)=V(p)→V(q)=F→F=V { RepresentaçãodanegaçãousandoodiagramadeVenn Nestecaso,oconjuntorelativoàproposiçãopestácontidonaproposiçãoq,logo,quandoocorrerp, tem-sesempreq.Evidentemente,presumem-seaquiproposiçõesverdadeiras. p q p→q Figura6 29 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 1.2.6Bicondicional(↔) A proposição bicondicional ou apenas bicondicional é uma proposição representadapor“pseesomenteseq”,cujovalorlógicoéverdadeiro(V) quandopeqsãoambasverdadeirasouambasfalsas,efalso(F)nosdemais casos. Anotaçãodabicondicionaldeduasproposiçõespeqindica-sepor:p↔q, quetambémselêdeumadasseguintesmaneiras: (i)pécondiçãonecessáriaesuficienteparaq (ii)qécondiçãonecessáriaesuficienteparap Ovalor lógicodabicondicionaldeduasproposiçõesé,portanto,definido pelaseguintetabela-verdade(ALENCARFILHO,2002). Tabela10 p q p↔q V V V V F F F V F F F V Ouseja, V↔V=V,V↔F=F,F↔V=F,F↔F=V V(p↔q)=V(p)↔V(q) Portanto,umabicondicionaléverdadeirasomentequandotambémosãoasduascondicionais: p→qeq→p. ExemplosadaptadosdeAlencarFilho(2002): 1. p:RússiaficanaEuropa(V) q:Agramaéverde(V) p↔q:RússiaficanaEuropaseesomenteseagramaéverde(V) V(p↔q)=V(p)↔V(q)=V↔V=V { 30 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 2. p:PariséacapitaldaFrança(V) q:tg π4 =3(F) p↔q:PariséacapitaldaFrançaseesomentesetg π4 =3(F) V(p↔q)=V(p)↔V(q)=V↔F=F { 3. p:EinsteindescobriuoBrasil(F) q:Tiradentesfoiummártir(V) p↔q:EinsteindescobriuoBrasilseesomenteseTiradentesfoiummártir(F) q:V(p↔q)=V(p)↔V(q)=F↔F=F { 4. p:Aterraéquadrada(F) q: 2 éumnúmeroracional(F) p↔q:Aterraéquadradaseesomentese 2 éumnúmeroracional(F) V(p↔q)=V(p)↔V(q)=F↔F=V { RepresentaçãodanegaçãousandoodiagramadeVenn Nestecaso,oconjuntorelativoàproposiçãopeproposiçãoqéigual,logo,pestácontidoemq,eq estácontidoemp. pq p↔q Figura7 DiagramasdeVennsãoilustraçõesutilizadasprincipalmentenoramodamatemáticaconhecidocomo teoriadosconjuntos.Essesdiagramassãousadosparamostrargraficamenteagrupamentodeelementos emconjuntos,representadoscadaumporumcírculoouumaoval.Aposiçãorelativaemtermosdesses círculosmostraarelaçãoentreosconjuntos.Porexemplo,seoscírculosdosconjuntosAeBsesobrepõem, éumaáreacomumaambososconjuntosquecontémtodososelementoscontidosemAeB.Seocírculo doconjuntoAestádentrodocírculodeoutraB,équetodososelementosdeAtambémestãocontidosem B.Esenãohouvernenhumaáreaemcomum,éporquenãoháelementosemcomumaAeB. A B Figura8 31 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 2TRABALHANDOCOMASPROPOSIÇÕES 2.1Construçãodatabela-verdade Tabela-verdadedeumaproposiçãocomposta Juntando várias proposições simples p, q, r,..., através dos conectivos lógicos, geram-se diversas proposiçõescompostas,porexemplo: P(p,q)=~p∧(p↔q) Q(p,q)=(p→~q)∨q R(p,q,r)=~(q∨(p↔~r))∨(p→~q∨r) Usandoastabelas-verdadedasoperaçõeslógicasfundamentais: (a)~p,(b)p∧q,(c)p∨q,(d)p→q,(e)p↔q épossívelconstruiratabela-verdadecorrespondenteaqualquerproposiçãocomposta. Atabela-verdademostraráexatamenteoscasosemqueaproposiçãocompostaéverdadeira(V)ou falsa(F),jáqueoseuvalorlógicosódependedosvaloreslógicosdasproposiçõessimplescomponentes (ALENCARFILHO,2002). O número de linhas da tabela-verdade de uma proposição composta depende do número de proposições simples que a formam. Assim, a tabela-verdade de uma proposição composta com n proposiçõessimplescomponentescontém2nlinhas. Construçãodatabela-verdadedeumaproposiçãocomposta Paraseconstruirumatabela-verdadedeumaproposiçãocomposta,podem-seseguirosseguintes procedimentos: a. encontra-seonúmerodelinhasdatabela-verdade,queéiguala2elevadoaonúmerodeproposições simplescomponentes(2n;nnúmerodeproposiçõessimplesqueformamaproposiçãocomposta); b. observa-se a precedência dos conectivos lógicos e subdivide-se a proposição composta em proposiçõesmenores,omaispróximopossíveldastabelas-verdadedasproposiçõesfundamentais; c. colocam-se nas primeiras colunas as letras das proposições simples e criam-se as colunas necessárias em função das subdivisões criadas no item anterior, em que a última coluna é a expressão lógica sendo calculada. Observe-se que, em fórmulas lógicas complexas, podem-se utilizar colunas intermediárias, que são combinaçõesdas fórmulas fundamentais, porémmais simplesqueasentença-alvo; 32 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 d.preenchem-seascolunasreferentesàsproposiçõessimplescomtodosospossíveisvaloresVeF; e. preenchem-se,porfim,asdemaiscolunascomosvaloreslógicoscalculadosparacadasubdivisão. ExemplosadaptadosdeAlencarFilho(2002): 1.Construiratabela-verdadedaproposição:P(p,q)=~(p∧~q) Forma-se, em primeiro lugar, o par de colunas correspondentes às duas proposições simples componentespeq.Emseguida,criam-secolunasparasubdivisõesobservadasemfunçãodasfórmulas fundamentaise,naúltimacoluna,afórmulaqueéoobjetivodocálculo. Observandoafórmula,identifica-seprimeiramenteanegação“~q”,depoisaconjunçãoentrepe~q e,porúltimo,asentença-alvo. Tabela11 p q ~q p∧~q ~(p∧~q) V V F F V V F V V F F V F F V F F V F V Portanto, os valores lógicos da proposição composta dada correspondente a todas as possíveis atribuiçõesdosvaloreslógicosVeFàsproposiçõessimplescomponentespeq(VV,VF,FVeFF)sãoV,F, VeV,istoésimbolicamente: P(VV)=V,P(VF)=F,P(FV)=V,P(FF)=V Ouseja: P(VV,VF,FV,FF)=VFVV Observe-sequeaproposiçãoP(p,q)associaacadaumdoselementosdeumconjuntoU–{VV,VF,FV,FF} umúnicoelementodeumconjunto. {V,F},istoé,P(p,q)éumafunçãodeUem{V,F}. P(p,q):U→{V,F}, cujarepresentaçãográficaporumdiagramasagitaléaseguinte: 33 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 VV VF FV FF V F Figura9 Lembrete Sagital:1.Quetemaformadeseta2.Segundooplanodesimetria: cortesagital. 2.Construiratabela-verdadedaproposição P(p,q)=~(p∧q)v~(q↔p) Procede-se da mesma forma que no exemplo anterior. Nas primeiras colunas reservadas, as proposiçõessimples;depois,criam-seassubdivisõesparacadaformulafundamentalidentificada,ea últimacolunaéafórmula-alvo. Tabela12 p q p∧q q↔p ~(p∧q) ~(q↔p) ~(p∧q)∨~(q↔p) V V V V F F F V F F F V V V F V F F V V V F F F V V F V P(VV)=F,P(VF)=V,P(FV)=V,P(FF)=V Ouseja: P(VV,VF,FV,FF)=FVVV Observe-sequeP(p,q)outracoisanãoéqueumafunçãodeU={VV,VF,FV,FF},cujarepresentação gráficaporumdiagramasagitaléaseguinte: 34 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 VV VF FV FF V F Figura10 3.Construiratabela-verdadedaproposição: P(p,q,r)=p∨~r→q∧~r Analogamenteaositensanteriores: Tabela13 p q r ~r p∨~r q∧~r p∨~r→q∧~r V V V F V F F V V F V V V V V F V F V F F V F F V V F F F V V F F F V F V F V V V V F F V F F F V F F F V V F F Portanto: P(VVV)=F,P(VVF)=V,P(VFV)=F,P(VFF)=F P(FVV)=V,P(FVF)=V,P(FFV)=V,P(FFF)=F Ouseja: P(VVV,VVF,VFV,VFF,FVV,FVF,FFV,FFF)=FVFFVVVF Observe-sequeaproposiçãoP(p,q,r)éumafunçãodeU={VVV,VVF,VFV,VFF,FVV,FVF,FFV,FFF} em{V,F},cujarepresentaçãográficaporumdiagramasagitaléaseguinte: 35 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 VVV V F VVF VFV VFF FVV FVF FFV FFF Figura11 Valorlógicodeumaproposiçãocomposta ParatodaproposiçãocompostaP(p,q,r,...),sempresepodedeterminaroseuvalorlógico(VouF) quandosãodadosouconhecidososvaloreslógicosrespectivosdasproposiçõessimplescomponentes p,q,r,...Nestecaso,issoequivaleriaaumalinhadatabela-verdade. Exemplos: 1. (Alencar Filho, 2002 – adaptado) Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são respectivamenteVeF,determinarovalorlógico(VouF)daproposição: P(p,q)=~(p∨q)↔~p∧~q Resolução – Inicialmente, substituímos as proposições simples componentes pelos respectivos valoreslógicos,ecomoauxíliodastabelas-verdadedasfórmulasfundamentais,damosinícioaocálculo proposicional(ousentencial): Tabela14 V(P) Passo ~(V∨F)↔~V∧~F Substituem-seasproposiçõescomponentespelosvaloresfornecidos. ~V↔F∧V Faz-seumaprimeirasimplificação,eliminando-seumnívele invertendo-seossinaisdasnegações. F↔F Procede-seamaisumasimplificação. V Finalmente,obtém-seovalorlógicodafórmula. 2.(AlencarFilho,2002–adaptado)Sejamasproposiçõesp:ℯ=3eq:lnℯ=2=0.Determinarovalor lógico(VouF)daproposição,ondeℯ éonúmerodeNeper. P(p,q)=(p→q)→(p→p∧q) 36 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Resolução–Asproposiçõescomponentespeqsãoambasfalsas,poissãoexpressõesmatemáticas falsas,umavezqueonúmerodeNeperéiguala2,7182818284590452353602874. Saibamais Recomenda-sealeituradaobrae:Ahistóriadeumnúmero,doautor EliMaorepublicadopelaeditoraRecord.Nessaobra,passa-sepelahistória docálculodiferencialeintegral,motivodeverdadeirabatalhaintelectual entreNewtoneLeibniz. Portanto,V(p)=FeV(q)=F Logo,V(P)=(F→F)→(F→F∧F)=V→V=V 3.(ALENCARFILHO,2002)SabendoqueV(p)=V,V(q)=FeV(r)=F,determinarovalorlógico(V ouF)daproposição: P(p,q,r)=(q↔(r→~p))∨((~q→p)↔r) Resolução–Temos,sucessivamente: V(P)=(F↔(F→~V))∨((~F→V)↔F)= =(F↔(F→F))∨((V→V)↔f)= =(F↔V)∨(V↔F)=F∨F=F 4.(ALENCARFILHO,2002)SabendoqueV(r)=V,determinarovalorlógico(VouF)daproposição:p→~q∨r. Resolução–Comoréverdadeira(V),adisjunção~q∨réverdadeira(V).Logo,acondicionaldadaé verdadeira(V),poisoseuconsequenteéverdadeiro(V). 5.(ALENCARFILHO,2002)SabendoqueV(q)=V,determinarovalorlógico(VouF)daproposição: (p→q)→(~q→~p). Resolução–Comoqéverdadeira(V),então~qéfalsa(F).Logo,acondicional~q→~péverdadeira (V),poisoseuantecedenteéfalso(F).Porconsequência,acondicionaldadaéverdadeira(V),poisoseu consequenteéverdadeiro(V). 6.(ALENCARFILHO,2002)Sabendoqueasproposiçõesx=0ex=ysãoverdadeirasequeaproposição y=zéfalsa,determinarovalorlógico(VouF)daproposição: 37 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 X≠0Vx≠y→y≠z Resolução–Temos,sucessivamente: ~V∨~V→~F=F∨F→V=F→V=V Usodeparênteses Lembrete Parêntese:1.Fraseintercaladaemumperíodo2.Cadaumdossinaisde pontuação()entreosquaissecolocamaspalavrasdeumparêntese.Plural: parênteses.Aformaparêntesis(singulareplural)tambéméaceita. Hánecessidadedeseusaremparêntesesnasimbolizaçãodasproposiçõesparaevitarqualquertipo deambiguidade.Assim,porexemplo,daexpressãop∧q∨rpode-seobterduasproposiçõescolocando- seosparêntesesdeformaadequada: (i)(p∧q)∨r e (ii)p∧(q∨r) Elasnãotêmomesmosignificado,poisem(i)oconectivoprincipalé“∨”;na(ii),oconectivoprincipal é“∧”,istoé,(i)éumadisjunçãoe(ii)éumaconjunção. Outroexemplo (ALENCARFILHO,2002)éaexpressãop∧q→r∨ s.Comousodosparênteses, obtêm-seasseguintesproposições: ((p∧q))→r)∨s; p∧((q→r)∨s); (p∧(q→r))∨s; p∧(q→(r∨s)); (p∧q)→(r∨s).Destaforma,quaisquerduasdelasnuncatêmomesmosignificado. Osparêntesesdevemevitaraambiguidade;oexcessodeixaaexpressãomaisdifícildeler,prejudicando aclarezadaproposição.Entretanto,quandoaordemdeprecedênciadosconectivosforclara,nãohaverá anecessidadedousodeparênteses. 38 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Ordemdeprecedênciadosconectivos Os parênteses, bem como colchetes ou chaves, são considerados caracteres de pontuação para a lógica.Emfórmulascomplexasequeapresentemumagrandequantidadedeparênteses,pode-se eventualmenteeliminaralgunsdeacordocomaregradeprecedênciaaseguir. (1)Maiorprecedência:~(mais“fraco”) (2)∧ (3)∨ (4)→ (5)Menorprecedência:↔(mais“forte”) Optamosporutilizaressaordemporque,aparentemente,éamaisaceitaeporseramaispróximada aritméticaconvencional.Reforça-sequedeveestarclaraaprecedênciaadotadaparaevitarsentenças lógicasdúbias. Exemplos(ALENCARFILHO,2002): a.~p∨q Equivalea(~p)∨q,assim,anegaçãoaplica-seàproposiçãope,porconseguinte,aproposição ~p∨qéentendidacomoumaconjunção.Diz-sequeoconectivoprincipaléaconjunçãoparaessa sentença,queéoconectivo“maisforte”. b.~p∨q→r∨s Equivalea((~p)∨q)→(r∧s),istoé,resolve-seprimeiro∧e∨paradepoisresolver-se→.Diz-seque oconectivoprincipaléaimplicação(condicional)paraessasentença,queéoconectivo“maisforte”. c.p→q↔s∧r Éumabicondicionalenuncaumacondicionalouconjunção.Paraconvertê-lanumacondicional,há queseusaremparênteses: p→(q↔s∧r) e,analogamente,paraconvertê-laemconjunção: (p→q↔s)∧s Oconsequentedacondicionaléumabicondicional.Desejando-seconverteresseconsequentenuma conjunção,escreve-se: 39 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 p→((q↔s)∧r) Tambémsãobicondicionaisastrêsseguintesproposições: p∧q↔r∨s;p→q↔r∧s;p∨q↔~r→s Quando um mesmo conectivo aparece sucessivamente repetido, suprimem-se os parênteses, fazendo-seaassociaçãoapartirdaesquerda. Segundoessasduasconvenções,asquatroseguintesproposições: ((~(~(p∧q)))V(~p))podeserescrita~~(p∧q)∨~p ((p∨(~q))∧(r∧(~p))))podeserescrita(p∨~q)∧(r<~p) (((p∨(~q))∧r)∧(~p))podeserescrita(p∨~q)∧r∧~q ((~p)→(q→(~(p∨r))podeserescrita~p→(q→~(p∨r) Atribui-seaJohnNapieradescobertadonúmerodeNeper.Éumnúmeroirracionalesurgecomo limite,paravaloresmuitograndesden,dasucessão lim n n n e →∞ + =1 1 Representa-seporesendoe=2,7182818284590452353602874... 2.2Tautologia,contradiçãoecontingência Lembrete Tautologia:1.Víciode linguagemqueconsisteemdizerasmesmas ideiasdeformasdiferentes. Tautologia DeacordocomAlencarFilho(2002),tautologiaétodaaproposiçãocompostacujaúltimacolunada suatabela-verdaderesultasemprenaletraV(verdade),ouseja,étodaproposiçãocompostaP(p,q,r,...) cujovalorlógicoésempreV(verdade),quaisquerquesejamosvaloreslógicosdasproposiçõessimples componentesp,q,r,... Ainda segundo o autor, as tautologias são também denominadas proposições tautológicas ou proposiçõeslogicamenteverdadeiras. 40 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Éimediatoqueasproposiçõesp→pep↔psãotautológicas(princípiodeidentidadeparaasproposições). Exemplos: A proposição “~(p ∧ ~p)” (princípio da não contradição) é tautológica, conformesevêpelasuatabela-verdade: Tabela15 P ~p p∧~p ~(p∧~p) V F F V F V F V Portanto, dizer que uma proposição não pode ser simultaneamente verdadeiraefalsaésempreverdadeiro. Aproposição“p∨~p”(princípiodoterceiroexcluído)étautológica,como imediatamentesevêpelatabela-verdade: Tabela16 P ~p p∨~p V F V F V V Portanto,dizerqueumaproposiçãoouéverdadeiraouéfalsaésempreverdadeiro. Aproposição“p∨~(p∧q)”étautológica,conformesevêpelatabela-verdade: Tabela17 P ~p p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q) V V V F V V F F V V F V F V V F F F V V Aproposição“p∧q→(p↔q)”étautológica,conformesemostraasua tabela-verdade: Tabela18 P q p∧q p↔q P∧q→(p↔q) V V V V V V F F F V F V F F V F F F V V 41 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 A proposição p ∨ (q ∧ ~q) ↔ p é tautológica, conforme mostra a tabela-verdade: Tabela19 p q ~q q∧~q pV(q∧~q) p∨(q∧~q)↔p V V F F V V V F V F V V F V F F F V F F V F F V A proposição “p ∧ r → ~q ∨ r” é tautológica, conforme se vê na tabela-verdade: Tabela20 p q r ~q p∧q ~q∨r P∧r→~q∨r V V V F V V V V V F F F F V V F V V V V V V F F F F V V F V V F F V V F V F F F F V F F V V F V V F F F V F V V (ALENCARFILHO,2002) Princípiodesubstituiçãoparaastautologias SejaP(p,q,r,...)umatautologiaesejamP0(p,q,r,...),Q0(p,q,r,...),R0(p,q,r,...) proposiçõesquaisquer. Comoovalor lógicodeP (p, q, r,...) é sempreV (verdade), quaisquerque sejamosvaloreslógicosdasproposiçõessimplescomponentesp,q,r,éóbvio que,substituindopporP0,qporQ0,porR0,natautologiaP(p,q,r,...),anova proposiçãoP(P0,Q0,R0,...)queassimseobtémtambéméumatautologia. Logo,pode-seaplicaroseguinteprincípiodesubstituição: SeP(p,q,r,...)éumatautologia,entãoP(P0,Q0,R0,...)tambéméumatautologia, quaisquerquesejaasproposiçõesP0,Q0,R0,...(ALENCARFILHO,2002). Observequeistoéumaafirmaçãomuitoforte. 42 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Contradição Lembrete Contradição:1.Açãodecontradizer;afirmaçãoemcontrárioao que foi dito 2. Incoerência entre afirmações atuais e anteriores 3. Oposição entre duas proposições, das quais uma necessariamente excluiaoutra. A contradição é toda proposição composta cuja última coluna da sua tabela-verdade é sempre a letra F (falso), ou seja, a contradição étodaproposiçãocompostaP(p,q,r,...)cujovalor lógicoésempreF (falso),quaisquerquesejamosvaloreslógicosdasproposiçõessimples componentesp,q,r,... Comoumatautologiaésempreverdadeira(V),anegaçãodeumatautologia ésemprefalsa(F),ouseja,éumacontradiçãoevice-versa. Portanto,P(p,q,r,...)éumatautologiaseesomentese~P(p,q,r,...)ésempre umacontradição,eP(p,q,r,...)éumacontradiçãoseesomentese~P(p,q,r,...) éumatautologia. As contradições são também denominadas proposições contraválidas ou proposiçõeslogicamentefalsas. Paraas contradições, valeoprincípiode substituiçãoanálogoaoquefoi dadoparaastautologias: SeP(p,q,r,...)éumacontradição,entãoP(P0,Q0,R0,...)tambéméumacontradição, quaisquerquesejamasproposiçõesP0,Q0,R0,...(ALENCARFILHO,2002). Observequeistoéumaafirmaçãomuitoforte. Exemplos: Aproposição“p∧~p”éumacontradição,conformesevêpelasuatabela-verdade: Tabela21 p ~p p∧~p V F F F V F 43 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Portanto,dizerqueumaproposiçãopodesersimultaneamenteverdadeirae falsaésemprefalso. Aproposição“p↔~p”éumacontradição,conformemostraasuatabela-verdade: Tabela22 p ~p p↔~p V F F F V F Aproposição“(p∧q)∧~(p∨q)”éumacontradição,conformesevêpela tabela-verdade: Tabela23 p q p∧q p∨q ~(p∨q) (p∧q)∧~(p∨q) V V V V F F V F F V F F F V F V F F F F F F V F Aproposição“~p∧ (p∧~q)”éumacontradição,conformemostraasua tabela-verdade: Tabela24 p q ~p ~q p∧~q ~p∧(p∧~q) V V F F F F V F F F V F F V V V F F F F V V F F (ALENCARFILHO,2002). Contingência Lembrete Contingência:1.Qualidadedoqueécontingente2.Eventualidade3. Fatopossívelmasincerto. EncontramosemAlencarFilho (2002),quecontingênciasãotodasasproposiçõescompostasem cujaúltimacolunadasuatabela-verdadefiguramasletrasVeF,cadaumapelomenosumavez,ouseja, acontingênciaétodaaproposiçãocompostaquenãoétautologianemcontradição. Ascontingênciassãotambémdenominadasproposiçõescontingentesouproposiçõesindeterminadas. 44 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Exemplos: Aproposição“p→~p”éumacontingência,conformesevêpelasuatabela- verdade: Tabela25 p ~p p→~p V F F F V V A proposição “p ∨ q → p” é uma contingência, conforme mostra a sua tabela-verdade: Tabela26 p q p∨q p∨q→p V V V V V F V V F V V F F F F V Aproposição“x=3∧(x≠y→x≠3)”éumacontingência,conformemostra asuatabela-verdade: Tabela27 x=3 x=y x≠3 x≠y x≠y→x≠3 X=3∧(x≠y→x≠3) V V F F V V V F F V F F F V V F V F F F V V V F (ALENCARFILHO,2002). AugustusDeMorgan(Madura,Índia,27dejunhode1806—Londres,18demarçode1871)foium matemáticoelógicobritânico.FormulouasLeisdeDeMorganefoioprimeiroaintroduzirotermoe tornarrigorosaaideiadainduçãomatemática. AsseguintestautologiassãoconhecidascomoasLeisdeDeMorgan: ~(p∧q)↔(~p∨~q) ~(p∨q)↔(~p∧~q) 45 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Essasleissãomuitousadasemeletrônicadigitaleemprogramasdecomputador. Resumo Nesta unidade, foram apresentados os conceitos básicos sobre proposições e a lógica proposicional. Introduziu-se o conceito de valor lógico, apresentaram-se os principais conectivos. Verificaram-se os dois tipos básicos de proposição, as proposições simples e proposições compostas. Tambémseapresentaramosconceitosde tabelas-verdade,a notaçãoparaarepresentaçãodevaloreslógicoseasimbologiausadapara unirproposições. Em um segundo momento, apresentaram-se de maneira mais abrangente os conectivos e sua respectiva simbologia: negação, conjunção,disjunção inclusivaeexclusiva, condicional ebicondicional. Astabelas-verdadedasfórmulasfundamentaisforamtambémexploradas comoprocedimentodeanaliseparaalógica.Paratanto,destacaram-se osprocedimentospara a construçãodeuma tabela-verdadeparauma proposiçãocomposta. Porfim,foramrealizadososcálculosdovalorlógicodeumaproposição. Apresentou-se a precedência de conectivos, assim como proposições tautológicas,contraditóriasecontingentes. Tabela28 Conectivo Nome Exemplo ~ Negação ~p:Joãonãoéjogadordefutebol ∧ Conjunção p∧q:JoãoéaltoeMariaéalta ∨ Disjunção p∨q:JoãoéaltoouMariaéalta �v Disjunçãoexclusiva p⊻q:JoãoéaltoouJoãoébaixo → Condicional p→q:SeJoãoéalto,entãoMariaéalta ↔ Bicondicional p↔q:JoãoéAltoseesomenteseMariaéalta 46 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Tabela29 Fórmula Tabelas-verdade–Fórmulasfundamentais ~p p ~p V F F V p∧q p q p∧q V V V V F F F V F F F F p∨q p q p∨q V V V V F V F V V F F F p⊻q p q pvq V V F V F V F V V F F F p→q p q p→q V V V V F F F V V F F V p↔q p q p↔q V V V V F F F V F F F V Exercícios Questão1. (Resumos-Concursos/2008)Umagentedeviagensatende três amigas.Umadelas é loura,outraémorenaeaoutraéruiva.OagentesabequeumadelassechamaBete,outrasechama ElzaeaoutrasechamaSara.Sabe,ainda,quecadaumadelasfaráumaviagemaumpaísdiferenteda Europa:umadelasiráàAlemanha,outrairáàFrançaeaoutrairáàEspanha.Aoagentedeviagens,que queriaidentificaronomeeodestinodecadauma,elasderamasseguintesinformações: 47 LÓGICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Aloura:“NãovouàFrançanemàEspanha”. Amorena:“MeunomenãoéElzanemSara”. Aruiva:“NemeunemElzavamosàFrança”. Oagentedeviagensconcluiu,então,corretamente,que: A)AlouraéSaraevaiàEspanha. B)AruivaésaraevaiàFrança. C)AruivaéBeteevaiàEspanha. D)AmorenaéBeteevaiàEspanha. E)AlouraéElzaevaiàAlemanha. Respostacorreta:alternativaE. Análisedasalternativas Amelhorformaderesolverproblemascomoesteéorganizarasinformações,deformaaproveruma melhorvisualizaçãodetodooproblema: Inicialmenteéimportanteanalisaroquefoidadonoproblema: I.Sãotrêsamigas. II.Umaéloura,outramorenaeoutraruiva. III.UmaéBete,outraéElzaeoutraéSara. IV.CadaumafaráumaviagemaumpaísdiferentedaEuropa:Alemanha,FrançaeEspanha. V.Elasderamasseguintesinformações: • Aloura:“NãovouàFrançanemàEspanha”. • Amorena:“MeunomenãoéElzanemSara”. • Aruiva:“NemeunemElzavamosàFrança”. Pode-sefazerumatabela: Cordoscabelos Loura Morena Ruiva Afirmação NãovouàFrançanemàEspanha MeunomenãoéElzanemsara NemeunemElzavamosàFrança País Alemanha França Espanha Nome Elza Bete Sara 48 UnidadeI Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão :L éo - 1 2/ 05 /1 1 // 2 ªR ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 5/ 20 11 / / 3ª R ev isã o: L ea nd ro - C or re çã o: M ár ci o - 27 /0 5/ 20 11 Comainformaçãodaloura,sabemosqueelavaiparaaAlemanha. Comainformaçãodamorena,sabemosqueelaéaBete. Comainformaçãodaruiva,sabemosqueelanãovaiàFrançaenemElza,masobservequealoura vaiàAlemanhaearuivanãovaiàFrança,sósobrandoàBeteparairàFrança.SeBetevaiàFrança,à
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