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Petição de divórcio litigioso - JOSÉ HENRIQUE MORAES OLIVEIRA - 17-04-2019

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PRÁTICA CÍVEL I
CASO PRÁTICO:
Elisvânia e Argemiro, casados pelo regime da comunhão parcial de bens em 13-8-2000, estão separados de fato desde 5-9-2015. A esposa quer regularizar a situação por meio do divórcio, mas o marido não. Proponha a medida cabível para atender ao seu interesse não apenas quanto à dissolução do vínculo conjugal, mas também definindo partilha, alimentos, guarda do filho de 5 anos (oficializando sua guarda de fato), visita e volta do uso do nome de solteira. 
Considere que Argemiro adquiriu, durante a união, um apartamento no valor de R$ 520.000,00 (quinhentos e vinte mil reais) e um veículo que vale R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Atente que Elisvânia é pobre e não pode arcar com os custos da demanda sem prejuízo de sua subsistência e de seu filho. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CIDADE/UF
ELISVÂNIA, nacionalidade, casada pelo regime comunhão parcial de bens, profissão, portador da cédula de identidade sob n°, inscrito no CPF sob n°, e-mail, residente na Rua, n° bairro, da Cidade/UF, representada por seu procurador infra firmado, com escritório na rua, onde recebe intimações, e-mail, observando-se o procedimento comum, com as alterações previstas nos Artigos 693 a 699 do Código de Processo Civil, vem perante este juízo propor:
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C PEDIDO DE ALIMENTOS E REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA
Em face de ARGEMIRO, nacionalidade, casado pelo regime comunhão parcial de bens, profissão, portador da cédula de identidade sob n°, inscrito no CPF, e-mail, residente na rua, n°, bairro, Cidade/UF, por motivos de fato e de direito que a seguir expõe:
PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Cumpre inicialmente destacar que a requerente não possui condições de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência (em anexo), razão pela qual requer os benefícios da justiça gratuita, na forma do Art. 98 e seguintes do CPC e do inciso LXXIV do Artigo 5° da Cártula Constituinte de 1988, neste sentido também dispõe o Artigo 1°, §2° da Lei n° 5.478/68.
DO DIVÓRCIO LIMINAR
A decretação do divórcio em tese liminar e que a autora retorne a ter em seu registro o nome de solteira. Conforme o Art. 356, I do Código de Processo Civil, quando os fatos encontram-se incontroversos, o juízo, de logo, poderá decidir parcialmente o mérito. É vital deixar claro que o divórcio é um direito potestativo, portanto, neste pedido, a divorcianda está realizando pleno exercício deste mesmo.
DOS FATOS
A autora e o réu pactuaram contrato de casamento na data de 31/08/2000, no regime da comunhão parcial de bens e estão separados de fato desde 05/09/2015. Desta relação adveio o nascimento de um filho, que atualmente conta com 05 anos de idade. 
Na constância do casamento o casal adquiriu bens, sendo eles, 01 (um) apartamento avaliado no valor de R$520.000,00 (quinhentos e vinte mil reais) e 01 (um) veículo avaliado no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Ocorre que devido a um intenso desgaste na relação, tornando assim a convivência do casal completamente insustentável e insuportável. Razão pela qual a divorcianda vem por meio destes autos, requerer o divórcio. 
DO DIREITO E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Do Divórcio
A questão ora em comento, encontra fundo legal no Art. 226 da cártula constituinte em seu §4°, e, portanto, é o pedido principal destes autos. 
Dos Alimentos
Alei de Alimentos, n° 5.478/68, dispõe sobre a prestação alimentar, regulando esta, e em seu artigo 4° dispõe:
Art. 4° Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Com amparo neste artigo supracitado, conforme demonstrado nos fatos, este caso em especial requer e justifica a concessão dos alimentos provisórios, visto que a requerente é pobre na medida da lei e como se sabe, arcar sozinha com os custos de manutenção de uma criança é demasiadamente oneroso. E conforme o poder pátrio é dever de ambos os genitores, o que inclui o pai, de contribuir com os custos de vida do filho. Conforme o artigo 229 da Constituição Federal é dever dos pais assistir, criar e educar seus filhos menores, assegurando uma boa convivência no âmbito familiar.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Além do dispositivo do artigo 1.694 que viabiliza os pedidos de alimentos que necessitam para viver de modo compatível com a sua condição e inclusive para atender as necessidades de sua educação, o seu §1° reafirma que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos. 
Para concluir o artigo 1.703 da CC que para a manutenção dos filhos e conjugues haverá contribuição na proporção de seus recursos. Em outras palavras, “quem ganha mais, paga mais”. 
Da guarda
É de vital importância para toda a criança conviver em um ambiente familiar, devendo ser protegida de qualquer situação que a exponha a qualquer tipo de risco e exploração, sendo mandamento constitucional a seguridade, pela família, pelo Estado e pela sociedade, da dignidade, do respeito, além da proteção a qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Neste sentido, o Artigo 227 da cártula constituinte menciona o que segue: 
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Ainda neste sentido, o Artigo 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente preleciona que a guarda implica ao seu detentor obrigações, confere a este, também o direito de se opor a terceiros. O seu §1° diz o que segue:
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
	Dos bens
A requerente e o requerido encontram como já mencionado, casados sob o regime da comunhão parcial de bens e durante a união amealharam alguns bens, e, portanto, devem ser partilhados. Neste sentido, dispõe o Código Civil em seu Art. 1.658:
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Sendo assim, os bens citados neste processo devem ser partilhados.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
DOS PEDIDOS
1. O deferimento da concessão dos benefícios da gratuidade da justiça;
2. A convocação do ilustre representante do Ministério Publico para todos os atos desta demanda, sob pena de nulidade;
3. A decretação liminar do divórcio para que surta os efeitos legais, incluindo o retorno do uso do nome de solteira, a saber: ELISVÂNIA;
4. A concessão liminar da guarda da criança para a genitora, e sua conversão em definitiva ao final do processo.
5. A concessão dos alimentos provisórios e sua conversão em alimentos definitivos ao final do processo, no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a ser depositado todo dia 10 em conta bancária em nome da genitora, a saber: banco, conta, operação, titular: ELISVÂNIA;
6. Seja o requerido condenado ao pagamento das custas processual e honorários advocatícios;
7. A partilha dos bens onde a autora, ora divorcianda, receberá, como lhe é de direito,sua cota parte de 50% do patrimônio adquirido na constância do casamento.
Dar-se o valor da causa em R$ 594.000,00 (quinhentos e noventa e quatro mil reais)
Nestes termos, pede deferimento.
17 de Abril de 2020
Advogado
OAB/BA

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