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Inervação de Cabeça e Pescoço Susana Ferreira dos Santos Silva 3º Período – 2013/2 Nervo Facial: O nervo facial ou sétimo nervo craniano é um nervo com 70% das fibras motoras e 30% não motoras. Os componentes funcionais do VII nervo incluem: 1. Fibras eferentes viscerais especiais, são braquiomotoras, provêm do núcleo do VII nervo e constituem o próprio nervo e terminam distribuindo-se à musculatura cutânea da face, pescoço e couro cabeludo, ao músculo estilohioideo e ao ventre posterior do digástrico; 2. Fibras eferentes viscerais gerais são responsáveis pela inervação parassimpática das glândulas lacrimais, salivares submandibulares e sublinguais e das pequenas glândulas da mucosa bucal e nasal; 3. Fibras aferentes viscerais especiais conduzem impulsos relacionados à sensação gustativa nos dois terços anteriores da língua, através do nervo lingual, corda do tímpano, nervo intermédio e trato solitário, e também terminam no núcleo do trato solitário; 4. Fibras aferentes somáticas gerais conduzem impulsos relacionados à sensibilidade profunda da face através de prolongamentos centrais constituintes do nervo intermediário e, também, da parte do trato solitário, e terminam no núcleo do trato solitário. Anatomicamente a divisão motora do nervo é separada da porção que leva a sensação e fibras parassimpáticas; a última parte é referida ao nervo intermediário de Wrisberg. TRAJETO DO NERVO DENTRO DO CRÂNIO Aqui o nervo situa-se no ângulo-ponto-cerebelar lateral à saída do VI nervo e medial ao VIII. Ele entra no meato auditivo interno acima do VII nervo, com a parte intermédia entre o nervo acústico e o facial. Na parte de baixo do meato o nervo perfura as meninges e entra no canal do facial ou aqueduto de Falópio. Nesse ponto, o VII nervo está muito próximo da artéria cerebelar ântero-inferior (ACAI) e, em alguns indivíduos, ela descreve uma alça para baixo até o canal auditivo interno. O espaço sub-aracnoideo estende- se ao longo do VII nervo até o gânglio geniculado. Em seu trajeto através do osso petroso, de sua entrada no canal facial até sua saída no forame estilomastoideo o nervo tem 4 segmentos: labiríntico, timpânico e mastóideo. No primeiro, o VII nervo acompanha o ramo labiríntico da ACAI. O segmento labiríntico situa- se entre a cóclea e o vestíbulo, próximo da parede medial da cavidade timpânica, passando perpendicular ao eixo longo da pirâmide petrosa. No segundo, o VII nervo gira subitamente para baixo, no segundo joelho, e arqueia para baixo atrás da cavidade timpânica. No terceiro, unem-se o segmento timpânico e mastóideo e emite um ramo para o músculo estapédio. O segmento mastóideo mede cerca de 10 a 14 mm, emite um ramo da corda do tímpano e desce para emergir no forame estilomastóideo. Ao sair, o VII nervo divide-se no ramo auricular posterior que supre o músculo occipital, auricular posterior, transverso e oblíquo; o ramo digástrico que supre o ventre posterior do digástrico e o ramo estilo-hioideo que inerva o músculo estilo- hióideo. O nervo volta-se para frente e entra na glândula parótida e se divide no ramo têmporo-facial e cervico-facial. TRAJETO DO NERVO FORA DO CRÂNIO A primeira divide-se nos ramos bucal superior, zigomático e temporal e o último nos ramos cervical, mandibular e bucal inferior. O ramo temporal inerva o frontal e o músculo enrugador, a parte superior do orbicular dos olhos, os músculos auricular superior e anterior, e os músculos intrínsecos da superfície lateral do ouvido. O ramo zigomático é distribuído para a parte inferior e lateral do orbicular dos olhos e alguns músculos do nariz e lábio superior; ele supre a parte do músculo quadrado superior dos lábios, nasal, canino, risório, e zigomático. O ramo bucal, que é maior do que o zigomático, também supre parte do músculo orbicular dos olhos, nasal, canino, risório e zigomático, e além de inervar outros músculos do nariz e lábio superior, chamado de músculo piramidal nasal, dilatador do nariz, orbicular oris, e bucinador. O ramo mandibular supre os músculos do lábio inferior e queixo, chamado, a parte inferior do orbicular oris, o quadrado inferior dos lábios, mentual, e triangular. O ramo cervical supre o platisma. FUNÇÃO MUSCULAR DA FACE SUPERIOR O músculo da expressão facial é responsável por todos os movimentos voluntários e involuntários da face exceto aqueles associados com o movimento da mandíbula e para todos que desempenham um papel na emoção facial. O frontal levanta o globo ocular e a pele sobre a raiz do nariz e em direção ao escalpe, projetando a pele da testa em rugas transversas. O escalpe occipital para trás. Esses dois com conexão aponeurótica são chamados de epicrânio e atuando juntos eles causam movimento de todo escalpe. O orbicular dos olhos ou orbicular da pálpebra é o esfíncter das pálpebras. A porção da pálpebra causa estreitamento da fissura palpebral e suave fechamento das pálpebras. A porção orbitária da pele da testa, têmpora, e bochecha em direção ao ângulo medial da órbita; empurra o globo ocular para baixo e para cima à pele da bochecha a fim de fechar o olho firmemente e aumenta a projeção do globo ocular. O enrugador (enrugador do supercílio) atrai o globo ocular para baixo e medialmente, produzindo rugas verticais na testa; ele é o músculo que franze a sobrancelhas. Os músculos do nariz são os seguintes: O piramidal nasal atrai o ângulo medial do globo ocular para baixo e produz rugas transversas sobre o osso do nariz. O depressor nasal (compressor naris) a porção cartilaginosa do nariz e atrai a asa do nariz em direção ao septo nasal. O depressor do septo atrai a asa do nariz para baixo e constringe a abertura das narinas. Os dilatadores das narinas posteriores e anteriores aumentam a abertura das narinas. FUNÇÃO MUSCULAR DA FACE INFERIOR O orbicular dos lábios é o esfíncter da boca; ele fecha os lábios. Por suas fibras superficiais ele causa a protusão dos lábios, ao passo que com suas fibras profundas os atraem e os comprimem contra os dentes. O quadrado superior dos lábios eleva o lábio superior e dilata a narina bilateral, os músculos caninos levantam o ângulo da boca, e o zigomático atrai a boca para baixo e para cima; todos esses três ajudam na formação do sulco nasolabial. O risório atrai ou retrai para fora o ângulo da boca. O bucinador comprime as bochechas e mantém a comida sob pressão das bochechas na mastigação. O quadrado inferior do lábio ou depressor inferior do lábio atrai o lábio inferior para baixo e lateralmente. O mentual levanta e faz protusão do lábio inferior e as rugas da pele do queixo. O triangular deprime o ângulo da boca. O platisma atrai para baixo o lábio inferior e o ângulo da boca; ele também deprime a mandíbula inferior e eleva e enruga a pele do pescoço. FUNÇÃO DE MÚSCULOS NÃO FACIAIS Os músculos extrínsecos do ouvido são o auricular posterior, que retrai a orelha, o auricular superior que eleva a orelha, e o auricular anterior que atrai a orelha para cima e para frente. Os músculos intrínsecos na superfície lateral do ouvido; a hélice maior, hélice menor, tragos e antitragos, e aqueles da superfície do ouvido, o auricular obliquo e transverso são vestígios com pouca função. Músculos adicionais como o estapédio, o ventre posterior do digástrico, e o estilóide. O primeiro puxa a cabeça do estribo para trás e gira- o em direção a parede posterior da cavidade timpânica; isso aumenta a tensão imposta aos ossículos do ouvido médio e de ambas as membranas que fecham a janela oval e a membrana timpânica. O digástrico e o estilóide atuam juntos para elevar e puxar para trás o osso hióide e a cartilagem tiróide. Eles também elevam e retraem a base da língua, ajuda na deglutição, e prever o retorno da comida dentro da boca no segundo ato da deglutição. O NERVO INTERMÉDIO DE WRISBERG O nervo intermédio de Wrisberg (IW) tem um componente sensorial e outro autonômico, situa-se lateral e inferior a raiz motora. Em nível do ângulopontocerebelaro IW passa entre o VII motor e o VIII nervo craniano, chegando cada vez mais próximo do tronco principal do VII nervo na entrada do canal do facial. No joelho externo, o IW funde-se com gânglio geniculado. Em média, 3000 células sensoriais pseudounipolares srcinadas no gânglio geniculado são aferentes somáticas gerais (ASG) e aferentes viscerais especiais (AVE). As ASG levam impulsos exteroceptivos do canal auditivo externo e a membrana timpânica. As fibras AVE levam o paladar dos dois terços anteriores da língua. O componente autonômico do IW consiste de neurônios colinérgicos que srcinam fibras parassimpáticas pré-ganglionares eferentes viscerais gerais (EVG), saindo dos núcleos salivatórios superior e lacrimal. Seus axônios fazem sinapse: 1. No gânglio pterigopalatino e as fibras pósganglionares inervam as glândulas nasais e palatais e lacrimais; 2. No gânglio submandibular que inervam a glândula submandibular e sublingual. Essas glândulas também recebem inervação simpática pelo gânglio cervical superior e plexo carotídeo. As parassimpáticas causam vasodilatação e copiosa secreção aquosa rica em enzimas; as fibras simpáticas produzem vasoconstrição e secreção mucóide espessa com baixo teor de enzima. VIA LACRIMAL Os neurônios localizados no núcleo lacrimal fazem parte da coluna AVG, situados próximo ao núcleo salivatório superior na ponte. O primeiro ramo emitido no trajeto do VII nervo é o nervo petroso superficial maior. Essas fibras que são conduzidas pelo IW até o gânglio geniculado, não fazem sinapse, e continuam pelo nervo petroso superficial maior, que segue pelo hiato do VII nervo no seu canal e se une ao nervo petroso profundo do plexo simpático para formar o nervo vidiano, que vai até o gânglio esfenopalatino. Esse gânglio é parassimpático e apresenta três raízes: 1. A raiz parassimpática vem através do nervo petroso superficial maior e do nervo do canal pterigoideo, fazem sinapse no gânglio esfenopalatino e as fibras pós-ganglionares passam pela glândula lacrimal através dos nervos maxilar, zigomático e lacrimal. 2. A raiz simpática deriva-se do plexo carotídeo interno, caminha através do nervo petroso profundo e do nervo do canal pterigoideo. As fibras pós-ganglionares são derivadas do gânglio cervical superior que atravessam o gânglio esfenopalatino e são distribuídas junto com as fibras parassimpáticas. 3. A raiz sensitiva é constituída de fibras dos nervos esfenopalatinos que ligam o gânglio esfenopalatino ao nervo maxilar. VIA SALIVATÓRIA SUPERIOR Faz parte do sistema parassimpático que inerva as glândulas submandibulares, sublinguais e linguais anteriores. O seu núcleo, salivatório superior, é de srcem EVE rombencefálica, localizado atrás e por dentro do núcleo do facial motor. As células aí situadas emitem prolongamentos surgem no sulco bulbopontino lateral, incorporando-se ao nervo IW. Distal ao gânglio geniculado, o VII nervo continua a descer. A corda do tímpano sai do tronco principal logo acima do forame estilomastoideo, levando fibras gustativas e aferentes viscerais gerais (AVG) e as fibras pré-ganglionares parassimpáticas. Ele segue para diante e para cima pelo canal da cavidade timpânica, adquire um revestimento de membrana mucosa e penetra no ouvido médio e o atravessa. Às vezes, é visto com um otoscópio, como um pequeno cordão branco atrás da membrana timpânica. Essas fibras pré-ganglionares entram na constituição do nervo da corda do tímpano e atinge o nervo lingual. Finalmente, termina no gânglio submandibular e sublingual que são parassimpáticos. Também apresentam uma raiz simpática oriunda do plexo da artéria facial. Desses gânglios partem as fibras parassimpáticas, atingindo as glândulas específicas. VIA SENSITIVA As fibras que levam as aferências somatossensoriais da corda do tímpano têm seus corpos celulares no gânglio geniculado. Os processos periféricos inervam parte do canal auditivo externo, a membrana timpânica, a superfície lateral e uma pequena área atrás da orelha, e sobre o processo mastóide. Os seus processos centrais terminam no núcleo e no trato espinhal do V nervo e, o VII nervo, também pode mediar dor profunda e pressão da face. O neurônio I estaria situado no gânglio geniculado, o neurônio II, no núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo ou no núcleo do trato solitário. As fibras cruzam a linha média, formando uma parte do leminisco trigeminal, e vão terminar no núcleo ventral pós-teromedial do tálamo (neurônio III). Daí, as fibras sensitivas rumam até a área somestésica do córtex cerebral. VIA GUSTATIVA Os quimiorreceptores estão reunidos em número de 50 a 150, formando esférulas em forma de cebolas, os botões gustativos, formando uma espécie de poro ou de depressão na superfície. Existem cerca de 5 000 botões gustativos, sendo que três quartos estão na língua e decrescem com o envelhecimento. Nela, os botões estão situados em forma de indentações da mucosa chamadas de papilas gustativas. As que ficam na metade anterior da língua parecem com pequenos cogumelos, sendo chamadas de fungiformes. Através do microscópio eletrônico podemos identificar dois tipos celulares nos botões gustativos: os quimiorreceptores e as células basais, que são as precursoras dos primeiros. Os quimiorreceptores são células epiteliais que apresentam especializações moleculares e estruturas próprias de neurônios: estabelecem sinapse com as fibras aferentes. Sua extremidade apical possui inúmeras microvilosidades que projetam para a saliva para concentrar as moléculas receptoras da gustação. Cada uma das fibras do nervo facial responde melhor a cada tipo definido de gustante: doce, salgado ou azedo. A sensação gustativa tem srcem nas papilas gustativas linguais nos dois terços anteriores da língua, sendo levada pelo nervo lingual ao nervo da corda do tímpano e daí ao gânglio geniculado. O VII nervo também pode levar sensação gustativa a partir da mucosa do palato mole, através do gânglio esfenopalatino. Os processos centrais que conduzem sensação gustativa e AVG terminam no núcleo do trato solitário. Esse trato envia comunicações aos núcleos salivatórios superior e inferior, que enviam fibras parassimpáticas às glândulas salivares. Outros neurônios passam para substância cinzenta reticular e desce pelo trato retículo- espinhal bilateral para fazer sinapse com os neurônios simpáticos pré-ganglionares na coluna intermédio- lateral da porção torácica superior da medula. Os neurônios dessas células ascendem para o gânglio cervical superior, e fibras pós-ganglionares vão para as glândulas salivares. Impulsos que levam sensações para a consciência provavelmente ascendem no leminisco medial contralateral para o tálamo, e depois, após uma sinapse termina no córtex tanto do giro hipocampal como opérculo rolândico na parte inferior do giro pós- central na área 43 de Brodmann. O complexo do nervo facial: em vermelho, o componente motor que inerva a musculatura abaixo do forame estilomastoideo; em verde, o componente sensorial que leva as informações gustativas dos dois terços anteriores da língua e sensitivo do pavilhão auricular; em azul, o componente parassimpático para as glândulas submaxilares e sublinguais; e em preto, o componente parassimpático que emerge do tronco cerebral pela raiz do nervo motor e inerva a glândula lacrimal e glândulas da mucosa do tapete crânio-facial. Nervo Glossofaríngeo De acordo com o seu nome o glossofaríngeo distribui-se principalmente para a língua e faringe. Leva fibras ASG e AVE, gustativas, do terço posterior da língua. Fornece inervação sensorial geral à faringe, a área da amígdala, a superfície interna da membrana timpânica e a pele do ouvido externo. Traz aferentes viscerais do corpo carotídeo e do seio carotídeo. Os seus neurônios motores esqueléticos inervam o músculo estilofaríngeo e seu componente parassimpático inerva a glândula parótida. As influências do neurônio motor superior sobre o IX nervo srcinam-se do córtex motor primárioe descem pelos tratos corticobulbares para fazer sinapse na parte superior do núcleo ambíguo na região pósterolateral do bulbo. A inervação cortical é bilateral. As células do núcleo ambíguo são braquiomotoras e inervam músculos derivados do III, IV e V arcos brânquias. De acordo com a tendência dos axônios EVE a formar alças circulares internas, as fibras do IX primeiro se dirigem pósteromedial em sentido ao assoalho do IV ventrículo e depois se voltam e seguem lateralmente e para frente. O nervo emerge do bulbo como três a seis radículas no sulco dorsolateral do bulbo situado entre a oliva inferior e o pedúnculo cerebelar inferior, entre as fibras emergentes do VII nervo acima e aquelas do X nervo a baixo e alinhado com elas (Fig.3). Essas radículas se unem e formam um nervo único, que sai do crânio pelo forame jugular. O IX nervo sai do crânio pelo forame jugular, lateral e anterior ao X e XI nervos numa bainha dural separada. Depois de sair do crânio, o IX nervo entra na bainha carotídea, desce entre a veia jugular interna e a artéria carótida interna, mergulha sobre o processo estilóide e passa entre as artérias carótidas interna e externa. Curva-se para frente, formando um arco do lado do pescoço para chegar à parede lateral da faringe e desaparece sob o músculo hioglosso para se dividir nos seus ramos terminais. Dois gânglios se situam sobre o nervo imediatamente caudal ao forame jugular; o gânglio glossofaríngeo superior e o glossofaríngeo inferior ou petroso. O gânglio glossofaríngeo superior é uma pequena dilatação anômala da raiz superior, inconstante, não tem ramos e se funde frequentemente com o gânglio inferior. O IX nervo tem seis ramos terminais: a) o nervo timpânico de Jacobson e seus ramos; b) carotídeo; c) faríngeo; d) muscular; e) tonsilar; e f) lingual. O IX nervo tem conexões importantes com o V, VII e X nervos com os ramos simpáticos cervicais. VIA SALIVATÓRIA INFERIOR O IX nervo fornece inervação parassimpática à glândula parótida e as membranas mucosas da faringe e da parte pósteroinferior da boca, veja fig.2. Os núcleos parassimpáticos no tronco cerebral são os: salivatório superior e inferior e o núcleo motor dorsal do vago (NMDV). As células situadas principalmente no núcleo salivatório inferior e algumas do NMDV são fibras do tipo EVG, emitem prolongamentos que se dirigem à área retro-olivar, emergindo e incorporando-se ao IX nervo. As fibras parassimpáticas passam pelo gânglio glossofaríngeo superior e inferior sem fazer sinapse. Logo abaixo do gânglio inferior, saem e formam o nervo timpânico, que sobe até a cavidade timpânica por um pequeno canal na superfície inferior do osso temporal entre o canal carotídeo e a fossa jugular (canalículo timpânico). O nervo timpânico de Jacobson ramifica-se na cavidade timpânica para fazer parte do plexo timpânico. O nervo petroso menor é uma continuação do nervo timpânico que sai do plexo timpânico, passa brevemente pela fossa craniana média e sai pelo forame oval para fazer sinapse no gânglio ótico. As fibras pósganglionares srcinárias das células do gânglio ótico transportam impulsos secretores parassimpáticos para a glândula parótida. As células do núcleo salivatório inferior são colinérgicas de organização espalhadas na formação reticular e consideradas equivalente ao NMDV. VIAS PRESSORRECEPTORAS E QUIMIORRECEPTORAS Uma das funções mais importantes do IX nervo é a de levar fibras aferentes viscerais do corpo carotídeo e do seio carotídeo envolvidas no controle reflexo da freqüência cardíaca, pressão arterial e respiração. O ramo carotídeo do IX nervo (nervo do seio carotídeo de Hering) srcina-se logo abaixo do forame jugular e desce pela a artéria carótida interna até o seio carotídeo e o corpo carotídeo. Leva impulso dos quimiorreceptores do corpo carotídeo e dos barorreceptores do seio carotídeo para termina centralmente no núcleo do trato solitário. A parede do seio carotídeo apresenta uma túnica média delgada, enquanto a adventícia é espessa, e nessa encontram-se terminações nervosas das fibras aferentes do IX nervo. Devido à túnica média ser delgada, a adventícia receberá todo o impacto da pressão interna do vaso, local onde ocorrerá a estimulação das terminações nervosas ou área pressorreceptora. Qualquer aumento da pressão arterial na carótida excitará os barorreceptores do seio carotídeo e os impulsos são levados pelo IX nervo para o núcleo do trato solitário. Neurônios de segunda ordem do núcleo solitário projetam-se para o NMDV, o que gera redução da pressão arterial e frequência cardíaca através das fibras do X nervo pré e pósganglionares que se projetam para o nó sinoatrial, atrioventricular e musculatura cardíaca atrial. Por sua vez, os órgãos receptores chamados de corpúsculos carotídeos encontram-se formados de células epitelióides, ricamente supridas de terminações nervosas do IX e X nervos e de sinusóides. Essas células que são chamadas de glomus apresentam vesículas com neurotransmissores, sugerindo dopamina. Existem canais de K e de Ca sensíveis à concentração de oxigênio no sangue, assim como a variação de outras substâncias, como, por exemplo, o dióxido de carbono. Quando diminui a concentração de O2, ocorre bloqueio dos canais de K e abertura dos canais de Ca no corpúsculo carotídeo. Com a entrada de Ca, ocorre despolarização da membrana e aumenta a concentração do Ca no citosol, em seguida, ocorre à liberação do neurotransmissor na fenda sináptica, dopamina, com posteriores potenciais no IX nervo até o centro respiratório, que por via vagal, regulará a ventilação pulmonar. VIA MOTORA As fibras braquiomotoras do IX vão até a faringe. O ramo muscular segue ao longo da borda posterior do músculo estilofaríngeo e termina no corpo do músculo. A maior parte dos músculos da faringe é suprida tanto pelo IX como X nervos. O IX nervo supre o músculo estilofaríngeo isolado que tem a função de elevar e dilatar a faringe. VIA SENSITIVA Os neurônios sensoriais do IX nervo são pseudounipolares e estão localizados no gânglio glossofaríngeo superior e inferior. Há fibras ASG que levam sensação exteroceptiva comum das membranas mucosas da cavidade timpânica, das células aéreas da mastóide e do canal auditivo através do plexo timpânico e do ramo timpânico. A sensação da faringe, da amígdala e do terço posterior da língua segue pelos ramos faríngeo, tonsilar e lingual. Os processos centrais dessas células terminam nos núcleos do V nervo e suas conexões centrais são as mesmas de outras fibras ASG no núcleo ventral pósteromedial do tálamo; fibras AVG levam informações do corpo carotídeo e do seio carotídeo, assim como sensação visceral da laringe; e fibras AVE dos ramos linguais do IX nervo levam sensações gustativas, principalmente azedo e amargo, das papilas circunvaladas, das membranas mucosas da base e das papilas gustativas no terço posterior da língua, das pregas glossoepiglótica e faringoepiglótica e da superfície lingual da epiglote. Essas fibras terminam na parte superior do núcleo do trato solitário (gustativo). Suas conexões centrais são as mesmas das fibras gustativas do VII nervo. Outras fibras que levam AVE transportam a sensibilidade tátil, térmica e dolorosa das membranas mucosas da faringe, do palato mole e do terço posterior da língua atravessam o gânglio petroso e terminam no trato e no núcleo solitário. VIA GUSTATÓRIA As sensações gustativas que partem das papilas circunvaladas, das foliadas das faces laterais do terço posterior da língua e botões da nasofaringe são levadas a níveis superiores do SNC, pelos nervos ramos linguais do IX nervo, porque essa parte da língua se srcina do terceiro arco faríngeo junto com o IX nervo. As sensações gustativas que partem dos botões da epiglote e do esôfago superior são levadas pelo X nervo a níveis superiores do SNC. A partir dos gânglios do IX nervo, principalmente o inferior, saem os prolongamentos das células pseudounipolares cujos prolongamentos periféricosatingem os corpúsculos gustativos e os centrais o neuroeixo. Os periféricos atingem as células neuroepiteliais localizadas nesses corpúsculos no terço posterior da língua. Pela excitação química esses corpúsculos disparam em sentido do núcleo solitário. Esse núcleo pertence à coluna visceral especial srcina o segundo neurônio em sentido ao núcleo ventral pósteromedial do tálamo, seguindo como terceiro neurônio para o úncus, parte anterior da ínsula, a parte anterior da porção opercular parietal do giro póscentral para que o estimulo torne-se consciente. Foi possível determinar quatro sabores básicos: salgado, doce, azedo e amargo. Mas, as fibras do IX nervo respondem melhor aos estímulos azedo e amargo e, as do X nervo, os do azedo e da água pura. O sabor azedo é o sabor dos ácidos, inclusive dos aminoácidos essenciais que nosso organismo utiliza para síntese de proteína. O sabor amargo representa um sinal de possível toxicidade, sendo muitas vezes rejeitado por mecanismos reflexos. A transdução do sabor azedo deve-se ao íon hidrogênio que se dissocia dos ácidos presentes, principalmente das frutas cítricas. Com a ingestão de ácidos os íons H se acumulam no meio extracelular e move-se através dos canais de Na. Já a transdução do sabor amargo envolve moléculas receptoras acopladas à gustatina, e utiliza o IP3, sintetizado pela enzima fosfolipase A, como segundo mensageiro. Os gustantes típicos são quinino, cafeína e sais de césio e de magnésio. O IP3 atua diretamente sobre os estoques extracelulares de Ca, liberando esse íon para o citosol para liberar o neurotransmissor direto para os terminais aferentes (possivelmente sem potencial receptor). Os neurônios sensoriais do IX nervo projetam ao núcleo do trato solitário. Os neurônios de segunda ordem distribuem a informação para diversos núcleos do tronco cerebral cuja função é estabelecer o ritmo respiratório e cardíaco, além de controlar o diâmetro das vias aéreas e dos vasos sanguíneos, através da inervação motora dos músculos respiratórios, cardíaco, da musculatura lisa da arvore brônquica e dos vasos. Portanto, a informação sobre taxa de oxigênio no sangue não chega ao córtex cerebral. O GÂNGLIO ÓTICO Está situado na fossa infratemporal, imediatamente por debaixo do forame oval, entre o nervo maxilar inferior e o músculo tensor do véu do palato, e ventral à artéria meningéa média e por trás do músculo pterigoideo medial. Sua principal raiz motora, parassimpática, é o nervo petroso superficial menor. Essas fibras préganglionares, derivadas do IX nervo, fazem sinapse no gânglio. As fibras pósganglionares passam para o nervo aurículotemporal que contem as fibras motoras secretoras para a parótida. A raiz simpática do gânglio ótico é um filamento procedente do plexo meníngeo médio, são pósganglionares derivadas do gânglio cervical superior, passam pelo gânglio ótico e por intermédio do nervo aurículotemporal, suprem os vasos sanguíneos da parótida. Algumas fibras responsáveis pelo paladar nos dois terços posteriores da língua podem passar através do gânglio ótico, que atingem por uma comunicação da corda do tímpano, e deixam-no por uma comunicação ao nervo do canal pterigoideo. Nervo Hipoglosso O XII é um nervo eferente somático geral (ESG), puramente motor que inerva a língua. Apesar de ser considerado motor, também contém fibras simpáticas, funcionalmente vasoconstrictoras e fibras de natureza proprioceptiva. Essas fibras juntam-se parcialmente ao nervo através de uma anastomose com o gânglio cervical superior ou com o plexo carotídeo. O núcleo do XII está colocado em série com os nervos óculomotor, troclear e abducente e as raízes ventrais dos nervos espinhais, e representa as raízes ventrais fundidas, provavelmente de quatro nervos espino-occipitais, cujas raízes dorsais desapareceram completamente. Suas células srcinam-se nos núcleos do hipoglosso, que está situado na mesma linha que é à base da coluna cinzenta da medula anterior. Esse núcleo é uma extensão ascendente de colunas anteriores motoras da medula cervical com 18 a 20 mm de comprimento. Essa coluna de células motoras multipolares entra no bulbo entre a parte posterior da pirâmide e anterior do núcleo olivar inferior, estendem-se por quase toda a extensão do bulbo logo abaixo do assoalho do IV ventrículo, próximo a linha média pela face medial do trígono do hipoglosso; e numerosas fibras ligam ambos os núcleos do XII nervo. Na substância cinzenta que circunda os núcleos do XII nervo, existem três núcleos (superior, médio e inferior), coletivamente conhecidos como núcleos perihipoglossais, correspondentes a primitiva segmentação que o nervo tem no período embrionário. Lembramos que a musculatura da língua é inervada pelo hipoglosso, que procede de três somitos occipitais, os quais se fundem nas três raízes occipitais correspondentes a esses somitos. O processo embriológico pode explicar a síndrome pescoçolíngua devido à rotação rápida da cabeça, ocasionando compressão do ramo ventral da raiz de C2 no espaço atlantoaxial. Por essa raiz correm algumas fibras proprioceptivas da língua, essas fibras vão do nervo lingual para o nervo hipoglosso e em seguida para a raiz de C2 na medula espinhal. O quadro clínico caracteriza-se por dor aguda da região occipitonucal e dormência ipsilateral da língua. Os três núcleos que formam o complexo do XII nervo são: o núcleo intercalado de Staderini que se situa entre o núcleo do hipoglosso e do motor do vago; o núcleo prépositus que se estende do pólo do núcleo do hipoglosso até o abducente; e o núcleo de Roller situa-se ventral e adjacente as radículas do XII nervo. Acredita-se que o núcleo do hipoglosso divida-se em três partes: da parte ventral saem fibras que inervam o músculo hioglosso e estiloglosso; das partes ventrolateral e medial saem fibras para os músculos genioglosso, e dos pequenos músculos intrínsecos transversos e verticais da língua; e um pequeno setor de situação dorsomedial participaria também da inervação do músculo estiloglosso. Posterior ao núcleo do XII nervo existe um feixe de fibras descendentes e ascendentes ligado à substância cinzenta periventricular, conhecido como fascículo longitudinal posterior de Schültz, sendo considerado de natureza visceral. Numerosas fibras do XII nervo cruzam a linha media no bulbo para se encontrar com o seu outro par. Essa conexão de fibras garante uma boa simetria entre ambos os músculos de cada hemilíngua. Dos núcleos os axônios dirigem-se ventromedialmente através da formação reticular e emerge do bulbo no sulco entre a pirâmide e a oliva inferior numa série de 10 a 15 radículas de cada lado, anterior as radículas do IX, X e XI nervos. As fibras do hipoglosso reúnem-se em dois feixes que perfuram a duramáter separados, passam pelo canal do hipoglosso para então se unirem. O nervo desce pelo pescoço até o nível do ângulo da mandíbula e se dirige para frente sob a língua Na parte superior de seu trajeto o nervo passa entre a artéria carótida interna e a veia jugular interna e próxima ao X nervo, segue para o osso hióide e se divide em muitas fibras para suprir os diversos músculos da língua. Ainda envia ramo ao gânglio vagal inferior e ao plexo faríngeo. Os ramos do XII nervo são: 1) Os meníngeos que abandonam o XII nervo quando este passa através do canal do hipoglosso, enviam colaterais para C1 e C2 para suprir as paredes durais do seio occipital e a dura do seio petroso inferior e a maior parte do assoalho e da parede anterior da fossa craniana anterior, ainda fazem anastomose no gânglio plexiforme do nervo vago. Esses ramos podem não ser todos ramos do XII nervo e, sim, ascendentes mistos sensitivos e simpáticos que se srcinam dos nervos espinhais e do gânglio simpático cervical superior. 2. O descendente envia um ramo ao homohioideo e depois se une a um ramo descendente de C2 e C3 para formar a alça do hipoglosso. Da convexidade dessa alça saem ramos para inervar o esternohioideo, esternotiroideo,e o ventre inferior do homohioideo. 3. O tireohioideo srcina-se do XII nervo e supre o seu músculo. 4. Os musculares ou linguais constituem a distribuição real do hipoglosso, distribuindo-se ao estiloglosso, hioglosso, geniohioideo e genioglosso. Contudo, as fibras do geniohioideo srcinam-se do primeiro nervo cervical. Essas fibras terminam como Fig. 02 placas motoras terminais, cada nervo limitando-se à metade homolateral da língua. As unidades motoras são pequenas. Os músculos extrínsecos pareados da língua são responsáveis pela forma da posição da língua, realizando movimentos em varias direções: o genioglosso que coloca a língua para fora e a puxa para dentro; os estiloglossos elevam a ponta da língua; os hioglossos retraem a língua e deprime as laterais; os condroglossos também retraem e deprimem a língua. Os músculos intrínsecos pareados da língua são responsáveis pelos movimentos que alteram sua forma e a postura durante a deglutição de líquido; são movimentos que começam e terminam nela, fazendo com que a língua se encurte, se estreite ou se curve em varias direções. O longitudinal superior vira a ponta língua puxando-a para cima; o longitudinal inferior puxa a língua para baixo; ambos os longitudinais encurtam a língua; o transverso estreita e alonga a língua; e o vertical achata e alarga a língua. A atuação conjunta de ambos os grupos musculares da língua e de outros músculos do grupo suprahioideo, como o milohioideo, permite a língua participar de funções tão importantes como deglutição, mastigação e fonação. Controle supranuclear do XII nervo situa-se na parte inferior do giro précentral próximo à fissura silviana e dentro dela. A língua no homem tem uma representação cortical maior do que outro primata. As fibras seguem pelo trato corticobulbar através do joelho da cápsula interna e pedúnculo cerebral. Algumas fibras corticolinguais passam ao leminisco medial na ponte. O controle supranuclear do músculo genioglosso é principalmente cruzado; o suprimento para os outros músculos é bilateral, mas predominantemente cruzado. Os músculos suprahioideo também influenciam o movimento da língua por alterar a posição do osso hióide. O geniohioideo é suprido por fibras de C1 que seguem no XII nervo. O milohioideo e o corpo anterior do digástrico são inervados pelo V nervo; o estilohioideo e o corpo posterior do digástrico são inervados pelo VII nervo. Resumo: O nervo hipoglosso é um nervo motor. Os neurônios do hipoglosso estão situados no assoalho inferior e medial do IV ventrículo. As fibras saem pela superfície ventral do bulbo no sulco préolivar, entre a pirâmide e a oliva inferior, para inervar os músculos extrínsecos: hioglosso, estiloglosso, condroglosso e genioglosso da língua; assim como, inervam os músculos intrínsecos da língua: longitudinal superior e inferior, transversal e vertical (Fig.3). Nervo Trigêmeo O trigêmio é um nervo que carrega fibras sensitivas e motoras, contendo dois componentes: 1. Aferentes somáticos gerais que conduzem impulsos exteroceptivos de dor, temperatura e tato, e os proprioceptivos; 2. Eferentes viscerais especiais que inervam os músculos da mastigação, o tensor do tímpano e o tensor do palato. É o maior e um dos mais complexos dos nervos cranianos devido às conexões com o III, IV, VI, VII, IX, X nervos cranianos e o sistema simpático. Tem uma parte sensitiva com 170.000 fibras e uma motora com 7.700. O componente sensitivo tem 3 divisões: oftálmico ou V1, maxilar ou V2, e mandibular ou V3. O núcleo sensitivo principal e motor estão situados na porção média da ponte. O núcleo e o trato espinhal que carrega a dor e a temperatura, estende-se da ponte até a medula cervical superior. As raízes mesencefálicas recebem as fibras proprioceptivas. A porção sensitiva inerva a face, os dentes, a cavidade nasal e oral, couro cabeludo até o vértice, dura intracraniana, vascularização cerebral e fornece informação proprioceptiva dos músculos da mastigação. A porção motora inerva os músculos da mastigação. O V nervo mantém conexões com outros nervos cranianos e para as fibras musgosas e trepadeiras do cerebelo ou fibras trigeminocerebelares. Os músculos supridos pelo V nervo são derivados do primeiro arco braquial, e o sistema é eferente visceral especial ou braquial motor. A PORÇÃO MOTORA O núcleo motor do V nervo é uma massa proeminente de grandes células situada anterior e medial as suas fibras que estão saindo na parte lateral da formação reticular da ponte, próxima ao assoalho do quarto ventrículo (Fig. 2). A raiz motora emerge do aspecto lateral da ponte em íntima associação com a raiz anterior e medial para a raiz sensitiva, passando por baixo do gânglio de Gasser e sai do crânio através do forame oval. Se junta à divisão mandibular imediatamente após a saída do crânio, mas logo que se separadas dela supre os músculos da mastigação e associados. O centro cerebral que controla as funções motoras do V nervo está situado no terço inferior da circunvolução frontal posterior. Cada centro cerebral tem conexão bilateral com os núcleos motores. Os impulsos viajam através da coroa radiada, cápsula interna e pedúnculo cerebral para ponte, onde muitas delas decusação antes de suprir os núcleos motores. Existe também inervação extrapiramidal supranuclear do córtex prémotor e gânglios da base. Distúrbio na programação central da mastigação com atividade muscular mastigatória inversa foi descrito em casos de siringobulbia. A principal função da divisão motora do V nervo é a inervação dos músculos da mastigação: masseter, temporal e pterigóideo interno e externo. O masseter, o mais forte músculo do corpo, eleva a mandíbula e por meio das fibras superficiais faz protusão para uma leve extensão. O músculo temporal também eleva a mandíbula, suas fibras posteriores servem para retraí-la e, as anteriores, ajudam na protusão. Os pterigóideos externos atuando juntos fazem protusão e deprime a mandíbula; quando só, causa movimento lateral para o lado oposto. Os pterigóideos internos juntos elevam a mandíbula e assistem o pterigóideo externo na protusão da mandíbula; quando só, causa desvio para o lado oposto. A mastigação consiste de movimentos para cima e para baixo da mandíbula para abrir e fechar a boca, juntos com movimento: lateral, para baixo e para frente. Os músculos masseter, temporal e pterigóideo interno elevam a mandíbula; o pterigóideo externo, assistido pelo milohioideo, digástrico, geniohiloideo, e outros depressores do osso hióide, e também pela gravidade, deprimem a mandíbula; o pterigóideo interno e externo, assistidos pelos masseteres e possivelmente temporais, fazem a protusão da mandíbula; o temporal assistido pelo digástrico retrai a mandíbula, e os pterigóideos produzem movimentos de lado a lado. O V nervo também supre o músculo milohioideo e o ventre anterior do digástrico. O primeiro desloca o osso hióide para cima e para baixo e eleva o assoalho da boca, assim pressiona a base da língua contra o palato; se o osso hióide é fixado, o milohioideo tende a deprimir a mandíbula. O ventre anterior do digástrico eleva e avança o osso hióide se a mandíbula estiver fixa, ou deprime e retrai a mandíbula se o osso hióide estiver fixo pelos músculos antagonistas; se a mandíbula estiver fixa, o milohioideo também desloca a base da língua para cima e para frente e pressiona ela contra o palato durante a primeira porção do ato da deglutição. O músculo tensor do véu do palato e tensor do tímpano são dois músculos pequenos supridos pelo V nervo. O primeiro tenciona o palato mole, o desloca para um lado e eleva-o por certa extensão. Esse músculo ajuda na prevenção na passagem de comida da faringe oral para nasal e também dilata a trompa de Eustáquio. O tensor do tímpano desloca o manúbrio do maléolo e a membrana do tímpano medialmente, testando a membrana timpânica. A Porção Sensitiva As células de srcem da porção sensitiva do V nervo têm seus núcleos no gânglio semilunar(J. L. Gasser), sendo o maior gânglio do sistema nervoso periférico. As fibras que carregam a sensação exteroceptiva terminam nos núcleos sensitivos na ponte e bulbo. O gânglio de Gasser ocupa uma cavidade (cavo de Meckel) na dura máter próxima ao ápice da porção petrosa do osso temporal. Aqui ela situa-se lateral a artéria carótida interna e a parte posterior do seio cavernoso. As células do gânglio são unipolares e as fibras bifurcadas. Os ramos internos passam por dentro da substância da ponte para terminar no núcleo sensitivo principal e núcleo medular, e o ramo externo passa por fora como raiz sensitiva (porção maior) do V nervo, que depois forma suas três divisões. 1. O nervo oftálmico de Willis ou V1 é sensitivo e o menor dos três ramos. Passa na frente através da parede lateral do seio cavernoso, onde situa entre o III e IV nervos e lateral ao VI nervo, entra na órbita através da fissura orbital superior, mas antes de sair do seio cavernoso dá os ramos do tentório e anastomóticos e depois se divide em seus ramos lacrimal, frontal e nasociliar. O nervo lacrimal após atravessar a fissura orbitária superior, penetra na órbita, recebe por meio do nervo zigomático (ramo do nervo maxilar), fibras simpáticas e parassimpáticas pósganglionares, provenientes do gânglio cervical superior e pterigopalatino, respectivamente, para inervar as glândulas lacrimais. O nervo frontal penetra na órbita superior e dá srcem aos dois ramos principais: 1. Nervo supranuclear distribui-se na parte medial da pálpebra superior, pele da base do nariz e da região frontal vizinha; 2. Nervo supraorbitário distribui-se através de ramos curtos ao osso, periósteo e a mucosa do seio nasal, à pele e à conjuntiva da parte média da pálpebra superior e, após sair da órbita pelo forame supraorbitário, à pele da região frontal. Nervo nasociliar penetra na órbita, passando pelo anel comum e dá srcem a vários ramos: 1. Comunicante passa pelo gânglio ciliar sem sinapse e dirige-se ao olho; 2. Nervos ciliares longos passam pelo gânglio ciliar e dirigem-se ao corpo ciliar, íris e córnea; 3. Nervo etmoidal posterior que inerva à mucosa das células etmoidais posteriores e do seio etmoidal; 4. Nervo etmoidal anterior distribui-se na parte anterior da mucosa da cavidade nasal e à pele da ponta e da asa do nariz. Fibras proprioceptivas dos músculos extraoculares saem dos seus nervos respectivos depois se juntam ao ramo V1 para chegarem ao núcleo mesencefálico. 2. O nervo maxilar ou V2 é sensitivo e passa através da parte lateral do seio cavernoso e sai do crânio através do forame redondo. Depois cruza a fossa pterogopalatina, entra na órbita através da fissura orbitária inferior, atravessa o canal e o sulco infraorbitário e alcança a face pelo forame intraorbitário. Depois atinge a fossa craniana e se dissocia com seus ramos terminais: (1) ramos palpebrais inferiores, que inervam a pele e a conjuntiva da pálpebra inferior e os ângulos da rima palpebral; (2) ramos nasais, que se distribuem à mucosa do vestíbulo, ao septo móvel do nariz e à pele da asa do nariz; e (3) ramos labiais superiores, os quais se distribuem à boca, gengiva e lábio superior. Ao longo do seu percurso o nervo maxilar dá srcem aos colaterais: (1) ramo meníngeo médio, que se destina à duramáter irrigado pelo ramo anterior da artéria meningéa média; (2) nervo zigomático, que emerge do forame redondo, apóia-se na parede lateral da órbita e forma uma arcada com o nervo lacrimal (ramo do oftálmico). Daí se srcina o ramo (a) zigomático temporal e o (b) zigomático facial que inervam a pele; (3) nervos pterigopalatino, que emergem ao nível da fossa pterigopalatina, atravessa o gânglio pterigopalatino (gânglio parassimpático do nervo intermediário, onde se processam as sinapses de neurônios pré e pósganglionares das vias eferentes viscerais gerais), sem interrupção, e se distribuem, juntamente com os ramos eferentes desse gânglio, ramos orbitais, ramos nasais e nervos palatinos; nervos alveolares superiores, que saem do nervo infraorbitário e formam o plexo dental superior, responsável pela inervação da gengiva e dentes superiores. 3. O nervo mandibular ou V3, o maior dos três, é misto e dá um ramo pequeno meníngeo e depois sai do crânio através do forame oval. A raiz motora do nervo trigêmio, que se situa na frente e medial a raiz sensitiva, passa entre o gânglio de Gasser que também sai do crânio através do forame oval. Imediatamente após sair do crânio junta-se a divisão mandibular para formar o tronco que diretamente divide-se em um ramo anterior pequeno, ou motor principal, e um ramo grande ramo posterior que é principalmente sensitivo. Antes de se dividir o nervo mandibular dá dois ramos. Um é o ramo espinhoso ou recorrente que entra no crânio através do forame espinhoso e supre a duramáter, a asa maior do osso esfenóide, e a membrana limitante das células da mastóide; o outro é o nervo para o músculo pterigóideo interno. O músculo suprido pela porção anterior foi listado; os filamentos sensitivos da porção anterior vão dar o nervo bucinador. A porção posterior do nervo mandibular divide em três grandes ramos. Dois desses, o lingual e o aurículotemporal são exclusivamente sensitivos, mas o terceiro, o alveolar inferior também conduz fibras motoras para o músculo milohioideo e o ventre anterior do digástrico. O núcleo sensitivo principal, o núcleo pontino, está situado abaixo do núcleo motor lateral e posterior na parte lateral da formação reticular da ponte. Recebe impulso do tato protopático e discriminativo, dor superficial e temperatura. Uma pequena percentagem de raízes do V nervo entra nesse núcleo. Após uma sinapse aqui, as fibras que levam tanto as sensações táteis como discriminativas ascendem para o tálamo, pelo leminisco medial no trato ascendente secundário posterior do V nervo com fibras cruzadas e não cruzadas. As fibras que levam as sensações táteis também descem e entram no trato ascendente secundário ventral. Impulsos táteis levados pelas vias do V nervo têm conexões centrais similares àquelas de outras partes do corpo. No núcleo ventral pósteromedial da massa nuclear lateral do tálamo terminam na posição medial daquelas que transmitem o tato do resto do corpo, e no córtex parietal estão abaixo e lateral daquelas do resto do corpo. O núcleo das raízes descendentes ou trato espinhal do V nervo estendem- se para baixo do núcleo sensitivo principal, através da ponte inferior e bulbo, e dentro da medula até o III ou IV segmento cervical. As raízes descendentes fundem-se com o trato de Lissauer e seus núcleos adjuntos fundem-se com a substância gelatinosa de Rolando. Dor, temperatura, e impulsos táteis gerais terminam nesse trato e núcleo. As fibras das áreas maxilomandibulares estão na parte dorsal do trato, e àquelas da área oftálmica na parte ventral. Os componentes exteroceptivos do VII, IX e X nervos juntam-se nos tratos descendentes nos seus níveis específicos de entrada no tronco cerebral. As fibras descem de varias distâncias, dependendo da distribuição segmentar, mas finalmente faz sinapse, e as fibras dos neurônios cruzam para ascender para o tálamo no trato ascendente secundário ventral do V nervo ou trato trigeminotâlamico. Essas terminam no núcleo ventral pósteromedial da massa nuclear lateral do tálamo, que levam a dor e temperatura, sendo superior àquelas que levam o tato. No tálamo as fibras do trigêmio são mediais àquelas do resto do corpo, ao passo que no córtex parietal terminam lateralmente na porção do giro póscentral. A título de curiosidade, veja na figura abaixo, diagrama da organização topográfica das fibras nas diferentes divisões do V nervo e sua reorganização e terminações no tronco encefálico. As fibras aferentes da raiz do V nervo, que penetram nos níveis superiores da ponte, dividem-se em fibras ascendentes e descendentes na parte dorsolateral do tronco encefálico e se projetam para baixo até o nível espinhal C2, constituem otrato espinhal do V nervo. As fibras ascendentes são curtas e fazem sinapse no núcleo sensitivo principal, dispondo-se assim: a divisão mandibular posterior, a maxilar medial e a oftálmica anterior. As fibras das raízes descendentes são longas e ao entrar no tronco encefálico gira de modo que as fibras na divisão mandibular ficam mais posteriores, as maxilares no centro e as oftálmicas anteriores, similares a distribuição às do núcleo sensitivo principal. Essa organização laminar invertida persiste em todo trato espinhal do V nervo. Citoarquitetura do núcleo espinhal do V nervo consiste de três partes: 1) pars oralis; 2) pars interpolaris; e 3) pars caudalis. As configurações laminares no interior das partes caudais consistem de quatro camadas e assemelham-se às da coluna posterior nos níveis espinhais. As células da lâmina I respondem a estímulos nociceptivos e térmicos; a lâmina II corresponde à substância gelatinosa de Rolando e as II e IV lâminas (camadas magnocelulares) correspondem ao núcleo próprio. As fibras que contêm substância P terminam na lâmina I e na parte externa da lâmina II da pars caudalis. As células com encefalina estão na parte profunda da lâmina II. A pars oralis recebe impulsos das estruturas internas do nariz e da boca. A pars interpolaris relaciona-se com as regiões cutâneas da face. O trato contém fibras ASG srcinadas no V nervo, assim como, fibras descendentes da mesma categoria funcional, srcinadas no X, IX e VII nervos cranianos. Algumas fibras aferentes viscerais que descendem na parte posterior do trato espinhal do V nervo projetam- se medialmente e terminam na parte ânterolateral do núcleo solitário. Um terceiro componente sensitivo, a raiz mesencefálica do V nervo, corre com a raiz motora e depois se estende posterior e cranialmente do nível do núcleo mesencéfalo. Carrega os impulsos proprioceptivos (incluindo a dor profunda) dos músculos supridos pelo V nervo e possivelmente também dos músculos supridos por outros nervos cranianos. A porção sensitiva do V nervo leva as sensações exteroceptivas. O nervo oftálmico supre a testa, têmpora e o couro cabeludo até o vértice; a pálpebra superior; e a pele sobre a superfície anterior e lateral do nariz. Também supre o globo ocular, a conjuntiva superior; a córnea, o corpo ciliar, e a íris; e a membrana mucosa que liga o seio frontal, parte do seio esfenóide e etmóide, e a parte superior da cavidade nasal. Envia a raiz sensitiva para o gânglio ciliar, e ramos para a glândula lacrimal, o tentório do cerebelo, e o III, IV e VI nervos. O nervo maxilar supre a pele no lado e metade posterior do nariz, a parte inferior da pálpebra, parte superior da bochecha, região temporal anterior, e lábio superior. Inerva a membrana mucosa da conjuntiva inferior, seio maxilar, parte dos seios esfenóide e etmóide, nariz inferior, lábio superior e bochecha, parte oral do palato duro, exceto o bordo superior do palato mole, úvula, e nasofaringe. Em alguns indivíduos ele supre a porção inferior da córnea. Também supre as áreas da tonsila e a garganta, mas essas regiões são também inervadas pelos IX e X nervos. Seus ramos alveolares inervam as áreas superiores das gengivas, sulco alveolar, e dentes. A divisão maxilar também supre à dura da fossa média craniana através do nervo meníngeo medial, e envia a raiz sensitiva para o gânglio esfenopalatino onde ele se comunica com o gânglio geniculado do VII nervo e com o SNS através do nervo vidiano e o nervo grande petroso superficial e petroso profundo. O nervo mandibular supre o couro cabeludo, a parte posterior da bochecha e áreas temporais, a porção anterior da orelha, as paredes superior e externa do canal auditivo externo, a metade anterior do tímpano, o lábio inferior e o queixo, a mucosa membranosa do lábio inferior, a porção inferior da superfície bucal, a língua, o assoalho da boca. O nervo alveolar inferior supre a área gengival inferior, o sulco alveolar inferior, e os dentes. Seu ramo recorrente ou meníngeo inerva a dura da fossa média e anterior, a asa maior do esfenóide, e a membrana mucosa que liga as células mastóides. A divisão mandibular também supre a junção têmporomandibular e envia ramos para o gânglio ótico e submaxilar. Esses três ramos ou divisão do V nervo supre a sensação do lado inteiro da face exceto o ângulo da mandíbula, que é suprido pelo II ou III nervos cervicais através do grande nervo auricular de Arnold. Existe algum cruzamento de linha media pelo V nervo, mas menos do que é encontrado nos nervos que suprem o tronco. Embora o V nervo, através do ramo lingual da divisão mandibular, supra a mucosa da língua, a sensação tátil dos dois terços anteriores da língua é uma função do VII nervo, mesmo que a leve através do nervo lingual para a corda do tímpano. Em vermelho, nervo oftálmico; em amarelo na face, nervo maxilar superior; em amarelo na parte da cabeça, nervo occipital menor, no ângulo da mandíbula o nervo auricular menor, e no pescoço o nervo transverso do pescoço; em azul, o nervo mandibular; em verde, o nervo occipital maior na parte superior da cabeça, e ramos dorsais do III ao VI nervos cranianos na parte inferior da cabeça. Com a lesão do nervo lingual existirá perda do paladar e sensação exteroceptiva na superfície anterior da língua. As várias membranas mucosas incluindo àquelas da conjuntiva palpebral, nariz, e boca, são supridas pela dor, temperatura e sensação tátil. Somente as terminações sensitivas livres foram demonstradas na córnea, mas as terminações em cebola dos bulbos de Krause também estão presentes no limbo da córnea. A córnea é sensível ao estímulo doloroso, mas o estímulo luminoso com algodão não causa sensação de desprazer, e muitos observadores acreditam que com cuidadoso teste tátil, doloroso, e sensações térmicas podem ser diferenciados na córnea. Alguma sensação na córnea e um reflexo corneano diminuído podem persistir após tractotomia trigeminal e lesões medulares; sob essas circunstâncias àqueles impulsos que descem na raiz espinhal são interrompidos, ao passo que àqueles impulsos táteis indo para o núcleo sensitivo principal permanecem intactos. A distribuição segmentar do V nervo para a pele e membranas mucosas da face difere da periférica suprida pelo ramo da divisão oftálmico, maxilar, e mandibular. Segundo Dèjeriné, sensações de dor e temperatura, e menos as sensações táteis, assumem distribuição em casca de cebola. A área perioral é suprida pelas fibras cujas sinapses e cruzamento são os mais altos na raiz descendente, as fibras que descem variando de distâncias antes delas fazerem sinapse e decussar suprem a distribuição concêntrica em círculos gradualmente amplos sobre a face e a cabeça, o segmento mais posterior e mais externo, está próximo da distribuição sensitiva cervical, sendo inervado pelas fibras que descem para a porção mais inferior do trato e núcleo espinhal. Por outro lado, estudos baseados em cirurgia do trato espinhal do V nervo sugeriram que a representação do segmento nesse trato pode ao invés de ser em termos de, mas inverso para, a divisão periférica do nervo, com fibras oftálmicas descendentes para a parte mais caudal do trato e as fibras mandibulares terminam na mais cefálica. Essa conclusão alcançou em parte pelo fato de que a secção da parte caudal do trato causou analgesia que é limitada ao território da divisão oftálmica. Impulsos proprioceptivos dos músculos supridos pelo V nervo são levados através da divisão mandibular e depois para a raiz mesencefálica. Isso transmite mais sensação do sentido muscular, movimento e posição e outros impulsos cinestésicos. A raiz mesencefálica do nervo trigêmio pode também levar impulsos proprioceptivos dos músculos supridos pelo III, IV, VI, VII e outros nervos cranianos. As divisões do V nervo enviam filamentos para quatro importantes gânglios na cabeça. 1. O gânglio ciliar situado na parte posterior da órbita recebe sua inervação sensitiva do ramo nasociliarda divisão oftálmica (raiz longa do gânglio ciliar); recebe seu suprimento motor (parassimpático) do núcleo de Edinger- Westphal através da divisão inferior do III nervo (a raiz curta), e seu suprimento simpático do plexo simpático cavernoso, correndo através dos nervos ciliares logo. Seus ramos, dos nervos ciliares curtos, suprem o músculo ciliar, o esfíncter dilatador da pupila, e a córnea. 2. O gânglio esfenopalatino (GE) situado profundamente na fossa pterigopalatina, recebe sua inervação sensitiva dos ramos esfenopalatinos da divisão maxilar; recebe seu suprimento motor (parassimpático) do nervo intermédio de Wrisberg através do nervo petroso superficial maior, e seu suprimento simpático do plexo da carótida interna através do nervo petroso profundo. Esses dois últimos nervos formam o nervo vidiano ou nervo do canal pterigóideo, antes de entrar no GE. O gânglio esfenopalatino envia ramos ascendentes ou orbitais, para o periósteo da órbita e membrana mucosa dos seios etmoidal e esfenoidal; ramos descendentes ou palatinos para o palato mole e duro, amígdala, úvula, ramos mediais para a mucosa nasal; e ramo posterior ou faríngeo para a membrana mucosa da nasofaringe. Fibras da lacrimação passam ao logo do ramo zigomático da divisão maxilar para o ramo lacrimal do oftálmico, e depois para a glândula lacrimal. 3. O gânglio ótico situado abaixo do forame oval na fossa infratemporal recebe os ramos motor e, possivelmente, sensitivo da divisão mandibular; ramo motor (parassimpático) e sensitivo do IX nervo e menos do VII nervo, ambos até o nervo petroso superficial menor do plexo timpânico; e inervação simpática do plexo circunvizinho à artéria meningéa media. Pode também se comunicar com o nervo do canal pterigóideo e a corda do tímpano. Envia ramo motor para o músculo tensor do tímpano e tensor do véu do palato e fibras secretoras para a glândula parótida através do nervo auriculotemporal. 4. O Gânglio submaxilar situado no lado medial da mandíbula entre o nervo lingual e a glândula submaxilar, recebe seu suprimento sensitivo do ramo lingual da divisão mandibular, seu suprimento motor (parassimpático) do núcleo salivar superior do VII nervo através da corda do tímpano, e seu ramo simpático do plexo simpático em volta da artéria maxilar externa. Envia fibras secretoras para a glândula submaxilar e sublingual e a membrana mucosa da boca e língua; a fibra préganglionar da corda do tímpano que supre a glândula submaxilar passa através do gânglio para fazer sinapse sobre as células no gânglio terminal no hilo da glândula. RESUMO ANATOMOFISIOLÓGICO Distribuição Dos Ramos Periféricos Do V Nervo O nervo oftálmico de Willis (8) sai do crânio pela fenda esfenoidal e se divide em nervo lacrimal, frontal e nasociliar. O nervo lacrimal (4) participada inervação secretora da glândula lacrimal (2) e dá ramos sensitivos para a região externa da órbita. O nervo frontal (5) se divide em nervo supratroclear (9) e suborbitário (1). O nervo nasociliar (7) dá uma raiz (4) para o gânglio ciliar (13) e termina onde partem os nervos ciliares curtos (12), os nervos ciliares longos (11), o nervos etmoidal posterior (6) e anterior (3) e termina sob o nome de nervo infratroclear ou nasal externo (10), nervo óculomotor (11). O nervo maxilar (8) sai do crânio pelo buraco redondo maior (7). Ele dá ramos para o gânglio esfenopalatino (6) depois se divide em nervo zigomático (2) que se subdivide em ramo zigomático temporal (4), zigomático facial (3) e nervo infraorbitário (5). Esse último dá sucessivamente os nervos alveolar superiores: posterior (10), médio (11) e anterior (9), depois passa pelo canal suborbitário (1) para inervar a região suborbitária. O nervo mandibular (2) sai da base do crânio pelo forame oval. Ele dá ramo ao gânglio ótico (3) depois se divide em três ramos sensitivos: 1) O nervo aurículotemporal (5); 2) o nervo lingual (1) que dá ramo (11) para o gânglio submaxilar (10) responsável pela inervação secretora das glândulas submaxilar (12) e sublingual (13), e participa da inervação sensitiva dos dois terços anteriores da língua; 3) o nervo alveolar inferior (9) que penetra no maxilar inferior ao nível da espinha de Spix, depois, após ter dado numerosos ramos dentários inferiores, sai pelo forame mentoniano para inervação sensitiva do mento (14). Parótida (8), nervo facial (7), corda do tímpano (6), nervo petroso menor (4). A mandíbula comporta um contingente motor que sai do tronco nervoso imediatamente pelo forame oval para se distribuir aos músculos da mastigação. Visão Superior Do Gânglio De Gasser O gânglio de Gasser (3) apresenta um bordo anterior convexo, local que chegam os três ramos periféricos: o oftálmico (9) formado da reunião dos nervos lacrimal (6), frontal (7), e nasal (8), provenientes da fenda esfenoidal (5); o nervo maxilar (10) passa pelo forame redondo maior e o nervo mandibular (11) passa pelo forame oval, situado na frente e ao lado do forame redondo menor (12); um bordo posterior côncavo que se prolonga para trás para fazer a transição com as raízes posteriores: o plexo triangular (13). O gânglio de Gasser está situado no interior de um coxim fibroso: o cavo de Meckel que marca uma compressão com a face ânterosuperior do rochedo após sua ponta. Essa fosseta óssea apresenta dois segmentos: o segmento anterior que corresponde ao próprio gânglio e que se prolonga para diante por uma lamela óssea para separar o gânglio e seus ramos da artéria carótida (1) que penetra no seio cavernoso pelo forame anterior (2). O segmento posterior que corresponde ao plexo triangular, que está limitado pela incisura de Grüber limitada ao lado pelo tubérculo de Princeton (14). O orifício posterior do cavo estando delimitado em baixo pela incisura de Grüber e em cima pela grande circunferência da tenda do cerebelo, coberto pelo é o seio petroso superior (15). A raiz motora do V nervo (14) penetra no cavo ao lado da raiz sensitiva, e depois ela torna-se inferior. Ela está muito situada na parede inferior do cavo, mas às adere vezes ao gânglio. Anatomia Descritiva Da Raiz Posterior A anatomia clássica reconhece dois contingentes na porção retrogasseriana do trigêmio: a parte menor que é motora, (Pm) muitas vezes constituída de duas raízes, uma superior e outra inferior; e uma parte maior, que é sensitiva (PM) que, saindo do plexo triangular, até a sua penetração protuberancial. Na realidade, o trigêmio tem uma disposição muito mais complexa em particular no nível de sua saída justaprotuberancial. Nota-se nesse nível, a presença entre as partes maior e menor de um pequeno grupo de fibras que Dandy, as descreveu pela primeira vez. Jannetta em 1966 observou a sua constante no microscópio operatório, propondo a denominação de fibras intermediárias (FI). Provost e Hardy (1970) descreveram três variedades anatômicas: a variedade mista (a mais frequente) onde uma parte das fibras intermediárias caminha colada a parte maior e outra a parte menor antes de se individualizar para penetrar separadamente entre as duas porções. A variedade externa onde tadas as fibras são coladas na face interna da parte maior e a variedade interna onde as fibras intermediárias são coladas ao bordo externo da parte menor. Na maioria dos casos, ela existe nas anastomoses entre a raiz motora e a raiz sensitiva, ao longo de todo o nervo.
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