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Políticas Públicas Educacionais no Brasil

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 SEP CURSOS EDUCAÇÃO CONTINUADA 
Cíntia Silva dos Santos
POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS 
Taboão da Serra 
 2016
SEP CURSOS EDUCAÇÃO CONTINUADA 
Políticas públicas educacionais
Taboão da Serra 
2016
Sumário 
	1. Introdução...........................................................................................................
	04
	
	
	2. Desenvolvimento................................................................................................
	05
	2.1 Politicas públicas no brasil: contexto histórico..............................................................................................................
	05
	
	
	3. Conclusão...........................................................................................................
	11
	
	
	4. Referências Bibliográficas..................................................................................
	12
Introdução
Vivemos em uma sociedade complexa, com diferentes interesses, necessidades e formas de expressão. Nesse contexto o estado surge como administrador e orientador, e a formulação de políticas públicas que visem atender as necessidades da população torna-se importante. 
Compreende-se por políticas públicas o conjunto de medidas que o Estado procura executar para um determinado campo de atividades sociais e pode englobar diferentes setores da atividade humana: educação, transporte, habitação, meio ambiente, economia, com os seus diferentes campos: agricultura, indústria, serviços etc. (PALMA-FILHO, 2016). O melhor termo para se definir políticas públicas foi desenvolvido por Azevedo (2003) partir da compreensão e incorporação de diversos autores, Azevedo (2003, p. 38) definiu que “política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”. 
Segundo Oliveira (2010) nas últimas décadas as discussões sobre políticas públicas se tornaram mais amplas, tendo em vista o avanço das condições democráticas em vários lugares do mundo e a gama de arranjos institucionais de governos, que se tornou necessário para se fazer governabilidade. As políticas públicas, de forma direta ou indireta, visam assegurar direitos de cidadania para a população ou determinado seguimento dela e tornam-se importantes em diversos aspectos, entre eles no papel de tentar diminuir as desigualdades sociais.
No campo da educação as políticas públicas se aplicam ao contexto escolar, regulando e orientando o sistema de ensino e as instituições escolares. Conforme Oliveira (2010) essa educação orientada remonta a segunda metade do século XIX e se desenvolveu acompanhando o desenvolvimento do sistema capitalista. 
Este trabalho visa apresentar um panorama sobre as políticas públicas educacionais no Brasil e de como se deu o desenvolvimento dessas políticas bem como fazer uma reflexão sobre as medidas atuais e como afetam a escola. 
Desenvolvimento 
A educação pública, um histórico
A história da educação no Brasil é longa e passou por diversas transformações ao longo do tempo. Podemos dizer que os primeiros passos da educação brasileira se deram com a chegada dos Jesuítas e conforme Saviani (2006) constituiu a nossa versão de “educação pública religiosa”, porém apesar de público (mantido com recursos da coroa portuguesa) eram o Jesuítas que controlavam a forma de ensino, os materiais e espaços físicos. A partir de 1859, com as reformas do Marquês de Pombal, a metodologia eclesiástica dos jesuítas é substituída pelo pensamento pedagógico da escola pública e laica. Para Santos (1982 apud MACIEL & NETO, 2006) Pombal estava preocupado, principalmente, em utilizar-se da instrução pública como instrumento ideológico e, portanto, com o intuito de dominar e dirimir a ignorância que grassava na sociedade. Este período, segundo Saviani (2006) correspondeu aos primeiros ensaios para se instituir uma escola pública estatal. Durante o período imperial, em 1827 a Assembleia Legislativa aprovou a primeira lei sobre a instrução pública nacional do Império do Brasil, estabelecendo que “em todas as cidades, vilas e lugares populosos haverá escolas de primeiras letras que forem necessárias” (NASCIMENTO, 2016)
Embora nos períodos das reformas pombalinas e no império já visualizava tentativas de organização de um sistema público de educação, foi no final do século XIX que as impactuosas e decisivas transformações aconteceram. Foi somente após a proclamação da república, que a escola pública em sentido próprio, fez-se presente na história da educação brasileira. O poder público, assume a tarefa de organizar e manter integralmente as escolas, tendo como objetivo a difusão do ensino para toda a população. Tarefa está, que materializou-se na experiência de organização educacional no estado São Paulo entre 1990 e 1996 (SAVIANI, 2006). 
Nas décadas compreendidas entre 1930 e 1960, o Brasil passou por mudanças estruturais, com uma aceleração no modo capitalista de produção, que incidiram diretamente sobre a construção de um sistema nacional de educação pública. O período está compreendido entre dois momentos marcantes na história do país, vinculados à transição de um modelo econômico agrário-exportador para industrial-urbano: a Revolução de 1930 e o golpe de Estado de 1964. 
Logo que Getúlio Vargas chega ao poder, criou-se o Ministério da Educação e Saúde Pública, em 1930, chefiado por Francisco Campos, que implantou a Reforma de 1931 (BITTAR & BITTAR, 2012). Essa reforma foi importante, pois foi uma das primeiras formas de regulamentação da educação no âmbito nacional. Esse projeto previa entre suas exigências a presença da Faculdade de Educação, Ciências e Letras nas Universidades, sinalizando desta forma a participação da Educação no projeto desenvolvimentista da nação (PEREIRA & SANTOS, 2009). Em 1932 ocorreu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova influenciados pelo movimento da Escola Nova. Conforme Saviani: 
Como documento de política educacional, o manifesto expressa a posição de uma corrente de educadores que busca firma-se pela coesão interna e pela conquista de hegemonia educacional diante do conjunto de sociedade, capacitando-se, consequentemente ao exercícios de cargos de direção da educação pública, tanto no âmbito do governo central como dos estados federados (SAVIANI, 2006, pp 34). 
A constituição de 1934, colocava a exigência de fixação das diretrizes de educação nacional e elaboração de um plano nacional de educação. Com base na constituição, o direito à educação, com o corolário da gratuidade e da obrigatoriedade tomou forma legal, além de ter declarado gratuito o ensino primário de quatro anos (BITTAR & BITTAR, 2012; SAVIANI, 2006). Com o golpe de 1937 e uma nova constituição a educação novamente ganhou novas formulações. Em 1942 o então ministro da educação Gustavo Capanema lança um conjunto de reformas, as chamadas “leis orgânicas do ensino”. Esse conjunto de decretos, editados de 1942 a 1946, estabeleceram o ensino técnico-profissional (industrial, comercial, agrícola); mantiveram o caráter elitista do ensino secundário e incorporaram um sistema paralelo oficial (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)) (PALMA-FILHO, 2016). Que podemos enumerar e ilustrar alguns desses de melhor forma:
1) Decreto-lei 4.048, de 22 de janeiro de 1942, Lei Orgânica do Ensino Industrial. 
2) Decreto-lei 4.073, de 30 de janeiro de 1942, que cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). 
3) Decreto-lei 4.244, de 9 de abril de 1942, Lei Orgânica do Ensino Secundário. 4) Decreto-lei 6.141, de 28 de dezembro de 1943, Lei Orgânica do Ensino Comercial. 
5) Decretos-leis 8.529 e 8.530, de 2 de dezembro de 1946, Lei Orgânica do Ensino Primário e Normal, respectivamente. 
6) Decreto-lei 8.621 e 8.622, de 10 de janeiro de 1946, criao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). 
7) Decreto-lei 9.613, de 20 de agosto de 1946, Lei Orgânica do Ensino Agrícola.
 Com o fim da ditadura do Estado Novo veio a nova constituição, em 1946, que previu, pela primeira vez, a elaboração de uma lei específica para a educação brasileira: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que viria a ser aprovada apenas em 1961 (BITTAR & BITTAR, 2012). 
Os anos 50 foi marcado pela criação de agências de fomento à pesquisa e as ciências. Enfim, em 1960, a LDB foi aprovada e incorporou os princípios do direito à educação, da obrigatoriedade escolar e da extensão da escolaridade obrigatória nos seguintes termos: “A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola” (Artigo 2º); “O direito à educação é assegurado pela obrigação do poder público e pela liberdade de iniciativa particular de ministrarem o ensino em todos os graus, na forma da lei” (Artigo 3º) (BITTAR & BITTAR, 2012). 
Em abril de 1964 instituiu-se o governo militar, por meio de um golpe de estado, durante o regime houve profundas mudanças na história da educação pública brasileira. O governo firma diversas parcerias com a iniciativas privada e o ensino torna-se mais tecnicista, além do investimento da iniciativa privada na educação. A constituição de 1967 eliminou a obrigatoriedade da União de se ter um teto mínimo de recursos para a educação. Conforme Saviani: 
Em consequência da exclusão do princípio da vinculação orçamentária, o governo federal foi reduzindo progressivamente os recursos aplicados na educação: “desceu de 7,60% (em 1970), para 4,31% (em 1975), recuperando-se um pouco em 1978, com 5, 20%” (Vieira, 1983, p. 215). Assim, liberado da imposição constitucional, o investimento em educação por parte do MEC chegou a aproximadamente um terço do mínimo fixado pela Constituição de 1946 e confirmado pela LDB de 1961. (SAVIANI, 2008 pp 299)
Em 1968 ocorre a reforma no ensino superior que adequou a universidade ao regime econômico, instituindo os departamentos, a matrícula por crédito e não mais em disciplinas, a extinção da cátedra, etc. Além disso, iniciou-se uma expansão, com grande participação da iniciativa privada, que ganhou forças graças ao incentivo governamental assumido deliberadamente como política educacional. O grande instrumento dessa política foi o Conselho Federal de Educação (CFE), que, mediante constantes e sucessivas autorizações seguidas de reconhecimento, viabilizou a consolidação de uma extensa rede de escolas privadas em operação no país (SAVIANI, 2008). Em 1971 ocorreu a reforma do ensino fundamental conhecida como Lei n. 5.692, transformando o antigo curso primário, de quatro anos, e o ginásio, também de quatro anos, em oito anos (BITTAR & BITTAR, 2012). 
Santos (2011), organizou alguns dos principais decretos/leis implantados no período da ditadura:
1) Lei 4.464, de 9 de novembro de 1964, que regulamentou a participação estudantil. 
2) Lei 4.440, de 27 de outubro de 1964, que institucionalizou o salário-educação. 
3) Decreto 57.634, de 14 de janeiro de 1966, que suspendeu as atividades da UNE. 
4) Lei 5.540, de 28 de novembro de 1968, que fixou as normas de organização e funcionamento do ensino superior. 
5) Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixou as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus.
Com o fim da ditadura militar, construção de uma democracia a necessidade de uma reforma na educação era pauta. Em 1988 o Brasil promulgou a sua nova constituição, denominada constituição cidadã, a nova Carta Magna brasileira assegura, em seu artigo 208, a gratuidade do ensino fundamental e a progressão da gratuidade para o ensino médio (OLIVEIRA, 1999). 
A Constituição de 1988 representa um marco para a construção de uma sociedade inclusiva. As mudanças na Constituição política são reflexos da correlação de forças entre grupos que disputam o poder, neste, os movimentos sociais - negros e indígenas em especial- ganham relevância por assumirem a luta contra a opressão recebida em virtude de suas diferenças étnico-raciais e culturais. (SILVÉRIO, 2005, p. 88).
A elaboração de uma nova LDB estava prevista na constituição, contudo só foi de fato decretada oito anos depois. A Lei de diretrizes e bases da educação 9394/96 reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal. Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado. Nessa lei, instituiu dois níveis de ensino: 
a) Educação Básica, formada pela Educação Infantil (zero a seis anos), Ensino Fundamental (7 a 14 anos) e Ensino Médio (15 a 17 anos); 
b) Educação Superior.
A lei também prevê acesso gratuito especializado para crianças e adolescentes com deficiência e acesso gratuito a creches e pré-escolas.
Da LDB ao FUNDEB 
Antes mesmo da publicação da LDB, algumas leis e decretos já estavam concluídos, Saviani (2007) diz que essa legislação complementar fazia parte de um projeto neoliberal de educação. O autor também menciona que a década de 1990 foi aquela na qual o neoliberalismo foi implementado com toda força no Brasil, sobretudo por conta dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso. 
Conclusão
A educação é de extrema importância na formação do cidadão e desenvolvimento de um país, políticas que garantam uma educação de qualidade tornam-se extremamente necessárias. 
A educação pública no brasil passou por diversas fases, com influencias do iluminismo e também neoliberais. Como menciona Saviani (2006) a história da educação pública brasileira, propriamente dita, começou com a proclamação da república. Desde então, passou por diversas reformas, com uma série de leis e decretos a cada período político de nossa história. 
Referências 
AZEVEDO, Sérgio de. Políticas públicas: discutindo modelos e alguns problemas de implementação. In: SANTOS JÚNIOR, Orlando A. Dos (et. al.). Políticas públicas e gestão local: programa interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio de Janeiro: FASE, 2003
BITTAR, M.; BITTAR. História da Educação no Brasil: a escola pública no processo de democratização da sociedade. Acta Scientiarum. Education Maringá, v.34, n. 2, 2012
MACIEL, L.S.B.; NETO, S.A. A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.32, n.3, p. 465-476. 2006
NASCIMENTO, M.I.M. O IMPÉRIO E AS PRIMEIRAS TENTATIVAS DE ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL (1822-1889). Navegando na história da educação brasileira. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_imperial_intro.html. Acessado em: 16/10/2016. 
SAVIANI, D. A escola pública Brasileira ao longo do século XX. In: SAVIANI, D.; ALMEIDA, J.S.; SOUZA, R.F.; VALDEMARIN, V.T. 2006. O legado educacional do século XX no Brasil. Campinas, Autores Associados 2006.
SAVIANI, D. O legado educacional do regime militar. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 76. 2008 
SILVERIO, V. A (re)configuração do nacional e a questão da diversidade. In: ABRAMOWICZ, A.; SILVÉRIO, V. R. SILVÉRIO, V. (Org.). Afirmando diferenças: montando o quebra-cabeça da diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2005.
SANTOS, K.S. Políticas públicas educacionais no brasil: tecendo fios. Simpósio brasileiro de política e administração da educação. 2011. 
PALMA-FILHO
Trabalho final apresentado à disciplina _______________como exigência parcial para a obtenção do curso de Programa Especial de Formação Pedagógica R 2 – Turma ____, sob a supervisão do Professora Ms.Jane Nogueira Lima 
 Pólo: ______________________

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