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Defesa_O DIREITO COMO INSTRUMENTO DE ORDENAÇÃO SOCIAL EM PROL DA TUTELA DA DIVERSIDADE SEXUAL_VERSÃO FINAL_protocolada PROF Janaína Varalli

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 
FMU 
 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
EDIVALDO DE JESUS PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DIREITO COMO INSTRUMENTO DE ORDENAÇÃO SOCIAL EM PROL 
DA TUTELA DA DIVERSIDADE SEXUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO /SP 
2020 
 
O DIREITO COMO INSTRUMENTO DE ORDENAÇÃO SOCIAL EM PROL 
DA TUTELA DA DIVERSIDADE SEXUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo científico apresentado ao curso 
de Direito das Faculdades 
Metropolitanas Unidas - FMU, como 
requisito parcial para obtenção do título 
de bacharel, sob a orientação da 
Professora Dra. Janaína Varalli. 
 
Data da aprovação: __/__/__ 
Banca examinadora: 
Professor Orientador: 
Professor: 
Professor: 
 
“Dedico o presente trabalho, aqueles 
que com títulos de amigos, mas 
como palmeiras enraizadas, hoje, 
fortificadas quantos os laços 
familiares intrínsecos, em especial, 
minha querida, estrutura de minha 
vida, Dra. Gleice Reis, que contribui 
cotidianamente para realização de 
um sonho, tido como nosso” 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
 
O DIREITO COMO INSTRUMENTO DE ORDENAÇÃO SOCIAL EM PROL 
DA TUTELA DA DIVERSIDADE SEXUAL 
 
 
Edivaldo de Jesus Pereira 
Discente do Curso de Graduação em Direito da FMU – SP. 
 São Paulo – SP, Brasil. 
edivaldojpdireito@yahoo.com.br. 
 
Resumo 
O presente trabalho buscou examinar a discriminação da comunidade 
LGBTQIA+ e sua equiparação aos crimes regulamentados pela Lei nº 7.716, 
de 5 de janeiro de 1989 no tocante, posicionamento do Supremo Tribunal 
Federal em entendimento majoritário, fixado pelo debate da ADO 26 e MI 
4733, que atribuiu similitude de crime de racismo aqueles que discriminar, 
injuriar, violar preceitos com esses relacionados e sua promoção ao 
preconceito de caráter psicológico, sociológico e jurídico contra homossexuais 
e transexuais. A problematização suscitada pela presente pesquisa encontra 
amparo justamente na fixação de entendimento de criminalização de agressão 
e o limite da liberdade de expressão, como forma de equilibrio, segurança 
jurídica pretendendo a equanimidade entre direitos e garantias fundamentais. 
A metodologia utilizada foi à pesquisa doutrinária e jurisprudencial, bem como 
matérias jornalísiticas. Dessa forma chegou-se a conclusão que a melhor 
alternativa para solucionar a disparidade da disseminação de violência contra 
tal classe e aplicabilidade de sanção seria o mecanismo hábil de controle 
repressivo e, nesta feita, se vislumbra vunerabilidade jurídica de regulação em 
cárater antecedente de legislação preventiva. 
 
Palavras chaves: LGBTQIA+. Criminalização. Antiracismo. Direitos Humanos. 
 
 
LAW AS AN INSTRUMENT OF SOCIAL ORDINATION FOR THE 
PROTECTION OF SEXUAL DIVERSITY 
 
Abstract: The present work sought to examine the discrimination of the 
LGBTQIA + community and its equivalence to the crimes regulated by Law nº 
7.716, of January 5, 1989 regarding the position of the Supreme Federal Court 
in majority understanding, established by the debate of ADO 26 and MI 4733, 
1 
 
which it attributed similarity to the crime of racism to those who discriminate, 
insult, violate precepts related to them and their promotion of psychological, 
sociological and legal prejudice against homosexuals and transsexuals. The 
problematization raised by the present research finds support precisely in the 
fixation of understanding of the criminalization of aggression and the limit of 
freedom of expression, as a way of balance, legal security aiming at equanimity 
between fundamental rights and guarantees. The methodology used was 
doctrinal and jurisprudential research, as well as journalistic articles. Thus, it 
was concluded that the best alternative to solve the disparity in the spread of 
violence against such a class and the applicability of sanctions would be the 
skillful mechanism of repressive control and, this time, there is a glimpse of the 
legal vulnerability of regulation in the background of preventive legislation. 
 
 
Keywords: LGBTQIA +. Criminalization. Anti-racism. Human Rights. 
 
 
SUMÁRIO: Introdução. 1. Contexto histórico da violência que produziu a 
homofobia 2. Argumentos favoráveis e desfavoráveis a criminalização da 
homofobia e equiparação ao racismo. 3. Experiências de países que adotaram 
criminalização e não criminalização em razão da condição. Conclusão. 
Referências. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Tem por objetivo a presente pesquisa entender o papel do Direito como 
instrumento regulatório e a fixação de parametros para garantias fundamentais, 
instituídas na Constituição Federal de 1988, inerentes à dignidade da pessoa 
humana em como o ordenamento jurídico pretende combater ditadura imposta 
por uma maioria intransigente, obstinanda a perseguir uma minoria, que por 
vezes, somente encontra amparo legal quando já violada em direitos. Muito 
embora, a classe LGBTQIA+ seja considerada minoria, se tem como maioria o 
gênero heterosexual. 
Percebe-se a heterossexualidade como marcador social, bem se vê nas 
pesquisas realizadas, por exemplo, guiando-se por uma orientação sexual 
daquela eleita socialmente como ‘padrão’ (heterosexual). Lesbicas, asexuais e 
2 
 
transexuais, entre outros, experimentam, por toda vida, uma realidade cruel, 
preterida da convivência comun, movidos constantemente pela violência, 
fadados de indiferenças e negações de seu reconhecimento enquanto sujeito, 
em uma busca de aceitação e ao mesmo tempo de sujeições, situaçãoessa 
que, por muito tempo, foi completamente ignorada pelo Direito. 
Ao final, vislumbra-se, analisar soluções para a problemática de 
enquadramento ou não da condição de homossexualidade, sem denominar o 
genêro, tipo, conceito, sem a condição de uma qualidade, para que se dê a 
plenitude da forma corporal, psique, e que, assim, de maneira efetiva, possa o 
indivíduo usufluir de sua condição como gay homossexual ou sem o bio tipo de 
padronização, por fim, demonstrar que além da criminalização se faz 
necessário implementar medidas de contenção de violência face à classe, bem 
como a condução de apoio consiso, da mesma maneira que se deu o 
taratamento de mulheres vítimas de violência em razão do gênero e pela 
condição de doméstica. 
Tal pesquisa, pretende aclarar a evolução das regulações legais e a 
eficácia na aplicabilidade fática, em como a influência do direito, no âmbito 
social, favoreceu as discussões jurídicas, contribuindo para uma sociedade 
justa e igualitária. Dessa forma, essa pesquisa tratará da temática em três 
capítulos, sendo que no primeiro será abordado o contexto histórico da 
violência que produziu a homofobia, seguido do segundo capítulo, o qual 
descreverá os argumentos favoráveis e desfavoráveis para a criminalização da 
homofobia com equiparação ao racismo. 
Já no terceiro capítulo, pretede-se inferir as experiências de países que 
já adotaram a criminalização e não criminalização em razão da condição de 
gênero. Por fim, este autor pretende concluir sua propositura temática, 
argumentando sobre os resultados encontrados diante os temas propostos nos 
capítulos acima descritos, observando a hipótese levantada que se volta no 
direito legal dentro da organização social pela tutela da diversidade de gênero 
escolhido por cada cidadão brasileiro. 
 
3 
 
1 CONTEXTO HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
 
Nos anos 1960, antes da revolução sexual, não se tinha nomenclatura 
que representasse a diversidade de gêneros, sendo comum usar, então, o 
termo ‘não heterossexualidade’ ou ‘terceiro gênero’, que eram usados na 
década de 1860 (WIKIPÉDIA; s/d, in site). Por volta de 1870 passou-se a usar 
o termo ‘homossexual’1, porém, era um termo carregado de conotações 
negativas, o qual logo foi substituído por ‘homofilia’ nas décadas de 1950 e 
1960 (WIKIPÉDIA; s/d, in site). Muitos outros termos foram sendo criados para 
definir a diferença de gêneros, como gay, minoria sexual, e lésbica.Outras nomenclaturas ganharam espaço, como LGBT (Lésbicas, Gays, 
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros); GLBT (Gays, Lésbicas, 
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros); LGBTQ (Lésbicas, Gays, 
Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Queer); LGBTQQ 
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer e 
Questionando); LGB&T (Lesbicas, Gays, Bisexual, Trans e Intersex 
Associados); LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, 
Transgêneros, e Interessexual); SGL (same gender loving, ou amor do mesmo 
gênero); HSH (homens que fazem sexo com homens); TS (Dois Espíritos); 
LGBTTQQIAAP (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Transexuais, 
Queer, Questionadores, Intersexuais, Assexuais, Aliados, e Pansexuais); 
LGBTTQQFAGPBDSM (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, 
Transexuais, Queer, Questionadores, Flexíveis, Assexuais, Poliamor, 
Escravidão/Disciplina, Dominação/Submissão e Sadismo/Masoquismo); 
LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e 
Comunidades Relacionadas); LGBTQQICAPF2K+ (Lésbicas, Gay, Bissexual, 
Transgêneros, Queer, Questionamento, Intersex, Assexual, Agender, Aliado, 
Curioso, Pansexual, Polsexual, Amigos e Família, Dois Espíritos, e Kink). Ou 
seja, conforme a sociedade foi ganhando força na luta pela igualdade de 
gênero, sem discriminação, mais ‘tipos’ de siglas forma surgindo, aumentando 
 
1
 Um híbrido do grego e do latim com o primeiro elemento derivado do grego homos, 'mesmo' 
(não relacionado com o latim homo, 'homem', como em Homo sapiens). 
4 
 
assim a quantidade de modelos de escolhas e preferências sexuais pelo 
mundo a fora. 
Isto posto, vê-se que a diversidade de gêneros ampliou-se desde que as 
discussões de genêros foram se tronaram mais comum entre a sociedade, 
tanto para pelitear direitos, quanto para esclarecer entendimento diversos ao 
que é delimitado pela sociedade como padrão, tendo a sigla LGBT como o 
termo mais utilizado. 
Em 28 de Junho de 1969 houve um movimento pela resistência, 
marcada por conflitos policiais e pessoas de genêros em um bar denominado 
Stonewall Inn, situado em Nova Iorque EUA. Esse epísódio tornou esta data 
memorável, onde muitas pessoas que ali frequentavam, revoltaram-se e 
reagiram a uma batida por policiais que, com frequência, ocorriam ali, tendo 
tal levante durado mais de duas noites. Consequentemente, no ano seguinte, 
fruto do conflito, da revolta e da pespectiva de direto, derivou-se, a 
organização da ‘1ª Parada do Orgulho Gay’ (BBC; 2019, in site). 
No Brasil, teve reflexos, aderindo-se ao considerado ‘movimento LGBT’ 
na década de 1970, explodindo com força em um momento político delicado, 
de incertazas, pleno auge da Ditadura Militar (1964-1985). Mas, tão somente 
em 2007 (BRASIL; 2007) foi proposta uma convocação por meio de um 
Decreto Presidencial, o qual propôs uma discussão pública e política, istituíndo 
a ‘Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e 
Transexuais’, encontro esse que marcou a luta de igualdade de gênero 
(BRASIL; 2008). 
A conferência, como um momento crucial de notoriedade de classe, teve 
como tema ‘Direitos Humanos e Políticas Públicas: o caminho para garantir a 
cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais’ foi um 
marco divisor de águas para a comunidade LGBT no Brasil. 
No Brasil a data de 28 de junho é comemorada, pois trás a luz a todos 
os componentes da sociedade brasileira, aqueles denominados por gêneros 
ou não, à conquista LGBT por igualdade, data essa que foi incluida no 
5 
 
calendário cultural nacional como “os Dias do Orgulho GLBT, 28 de junho e 
Dia da Visibilidade Lésbica, 29 de agosto; Dia da Visibilidade Travesti, 29 de 
janeiro, como datas comemorativas oficiais’ (BRASIL; 2008, p.159). contudo, 
ainda se tem uma luta constante, principalmente em âmbito jurídico, pois 
requer tutela do Estado de caráter assecurátorio como prevenção de 
agressões e repreensivo como forma de sanção. 
Desta forma, analisa-se o histórico de violência pela condição de gênero 
e possibilidadae de punição, tendo em vista que no ano de 2013, uma 
jornalista do Estado de Minas Gerais, comprometida com a defesa dos direitos 
humanos, Daniela Arbex, 46 anos, autora do best-seller Holocausto brasileiro, 
eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos 
de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014), 
denuncia restrição involuntária em um hospício de pessoas, das quais, muitas 
da classe LGBT, bem como relata casos de tortura e imposição de condições 
subumanas, vivenciadas por homossexuais confinados (ARBEX; 2013, p. 14). 
É um grande custo, quando se está em jogo a vida humana, pois muitas 
vidas se perderam no curso da história, pela discriminação, retração de 
individúos que, pelo fato de não se enquadrarem no esteriótipo ditado pela 
sociedade tido como correto, consumia-se aos poucos, esvaindo-se a vida. 
Neste contexto, somente em maio de 1990, a homossexualidade que 
outrora era considerada doença, foi oficialmente retirada da lista internacional 
de doenças pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim, resta cristalino 
a deficiência de regulamentação baseando-se meramente na manutenção das 
garantias fundamentais em razão da vida, da dignidade da pessoa humana, 
pois segundo índices de pesquisas apontadas pelo Grupo Gay da Bahia 
(GGB), antiga Assossiação de Defesa dos Direitos Humanos dos Hossexuais 
no Brasil, os assassinatos, as agreções, as violações de direito, a deturpação 
da condição de ser humano, intensificaram-se na evolução dos dias, bem se 
vê em casos de grande repecussão midiática e de comoção geral como o 
assassinato da Travesti Dandara dos Santos, relatado pelo jornal BBC (BBC; 
2017, in site). 
6 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 
assegura o direito à vida e à, igauldade, mas ainda, em tempos atuais nota-se 
que nem todos usufrem de tal garantia constitucional de igualdade ou tenha 
seguridade nas garantias fundamentais, considerando que o Brasil é um dos 
mais perigosos quando se trata de transgêneros, cuja expectativa de vida é de 
apenas 35 anos, pelo simples fato de exercer orientação sexual diversa, neste 
sentido em matéria jornalística, jornal El País, corrobora tal afirmação: 
No Brasil, considerado o país mais perigoso do mundo para 
transgêneros, a expectativa de vida dessa comunidade é de 35 anos 
— menos da metade do resto da população, que chega aos 75,5 
anos, de acordo com o IBGE —. Só em 2019, o número de 
assassinatos em decorrência da transfobia (ódio ou aversão à 
identidade de gênero) já chegou a 123, sendo 65 vítimas travestis e 
53 mulheres transexuais, de acordo com relatório do Grupo Gay da 
Bahia, a mais antiga associação brasileira em prol dos direitos LGBT 
(EL PAÍS; 2019, in site). 
 
2 ARGUMENTOS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS A CRIMINALIZAÇÃO 
DA HOMOFOBIA E EQUIPARAÇÃO AO RACISMO 
 
Sumariamente, se faz necessário entender que, ao se falar em 
democracia, é essencial respeitar, idéia de contraditório, debates, ideais, 
defesa de posicionamentos e pensamento, haja vista que somente se obtém 
conhecimento ao avaliar as exposições do assunto em debate. Nessa 
diapasão, a criminalização da homofobia e transfobia, enseja diversidade de 
opiniões, com pessoas argumentando prós e contra. Desta maneira, se torna 
imprescíndivel para o presente artigo que dois polos sejam analisados, a fim 
de que seja possível a avaliação e estudo do tema de forma ampla. 
Inicialmente, o presente artigo pretende evidenciar premissas favoráveis 
à criminalização da homofobia equiparada ao racismo. Desta forma, por qual 
motivo as entidades de defesa da igualdade de gênero, buscou a 
criminalização? Analisando o contexto históricoda luta LGBT, é notória a 
marginalizaçãonas entidades como a igreja, e de uma classe isolada, porém 
7 
 
de absoluta influência nos grupos sociais medievais, e também na era 
contemporânea, tachando a homossexualidade ou a não identificação de 
sexualidade, em tempos atuais, os considerados assexuados, um pecado, 
tendo o índividuo como puniçãao o elo de rompimento com as escrituras 
sagradase da igreja, sendo esta um referencial de exemplo para a sociedade. 
Neste contexto, o próprio Estado se tornou precursor de reprovação em 
massa, mantendo-se inerte, diante dos muitos crimes e atrocidades pautadas 
no ódio, discriminações homofóbicas, como bem se vê acima, no caso da 
travesti Dandara dos Santos, onde na maioria das vezes, os crimes se davam 
como forma corretiva pretendendo a conversão do gênero, quando esta não se 
dava, a morte servia como exemplo daqueles que adotassem gênero diverso 
ao que se tinha como padrão, qual seja heterossexual, desta maneira, 
evidecia-se uma prisão quase de caráter perpétuo, pois temerosos pela vida, 
reprimiam-se (RAMOS; 2014, p.08). 
O prêambulo da CRFB aponta como diretriz, uma sociedade sem 
preconceito, destinada a assegurar o exercício dos direitos sociais e 
individuais, adiante, destaca ainda um dos pilares dos direitos humanos, em 
seu artigo 1º, inciso III, qual seja: 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] 
III - a dignidade da pessoa humana (BRASIL; 1988). 
Isto posto, com a criminalização da homofobia equiparada ao racismo 
em razão da discriminação a Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), 
Cármem Lúcia, fundamentou seu voto, abaixo: 
Numa sociedade discriminatória como a que vivemos, a mulher é 
diferente, o negro é diferente, o homossexual é o diferente, o 
transexual é diferente. Diferente de quem traçou o modelo, porque 
tinha poder para ser o espelho e não o retratado. Preconceito tem a 
ver com poder e comando. [...] Todo preconceito é violência, toda 
discriminação é causa de sofrimento, votou (IBDFAM; 2019, in site). 
Compreende-se assim, que a população LGBT é hostilizada e sem 
amparo legal por sua condição, e que se presume ter assegurado seu direito 
8 
 
de expressar livremente a sua orientação sexual e a sua identidade de gênero, 
sem ter que temer por sua vida, já que isso faz parte da norma em questão. 
Conseguinte, a CRFB particulariza em artigo 5º, inciso XLI, institue que 
“a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais”, ou seja, não tomar providência de criminalização seria 
contrariar o exposto na Carta Magna (BRASIL; 1988). 
Nesta análise, visualiza-se um preceito de igualdade quando grupos em 
uma situação de vunerabilidade por conta de sua condição, como mulheres e 
negros, sendo que há regulametações por meio de norma legal, como, por 
exemplo, a Lei nº 11.340/06, intitulada de ‘Lei Maria da Penha’, a qual trata de 
mecanismos de coibição da violência domésticae familiar contra a mulher 
(BRASIL 2006). 
Diante disto, a equiparação de agressão contra classe de gênero com o 
racismo e sua qualidade de imprescritibilidade é o mecanismo ideal de 
garantia da vida? A questão pode- sim ser positiva, pois poderá proporcionar 
segurança jurídica, em longo prazo, haja vista que deverá haver o rompimento 
da norma e realização do tipo penal, para que o judiciário seja acionado e 
tome providências quais forem pertinentes. 
Sobre o progresso no campo jurídico, além da criminalização da 
homofobia e transfobia, se tem o reconhecimento da união estável 
homoafetiva e a possibilidade jurídica instituída pelo casamento entre pessoas 
do mesmo gênero, esta por disposição do Decreto Lei nº 8.727/16 (BRASIL; 
2016), dispondo sobre o uso do nome social, bem como identidade de gênero, 
ainda é evidente a incidência de criminalidade, constanto-se um levantamento 
obtido pelo jornal O Globo, que publicou em maio de 2019 a manchete ‘Brasil 
registra uma morte por homofobia a cada 23 horas, aponta entidade LGBT’, 
sendo que essaass mortes ou são por assassinato, ou até memso por suicídio 
cometido por discriminação de gênero, tornando, assim, o Brasil um campeão 
desse tipo de crime (SOUSA, ARCOVERDE; 2019, in site). Esses dados 
apontam claramente que se deva existir uma medida preventiva de urgência 
social relativa a esse tema. 
9 
 
Assim, questiona-se: Poderia o direito, como medida preventiva 
instrumentalizada em sanção, determinar como forma assecuratória a 
criminalização das agressões sofridas por pessoas de gênero equiparadas ao 
racismo? Para responder essa pergunta, importante se faz entender como 
funciona em países em que não há qualquer tipo de criminalização, e que 
ainda há um incetivo por parte do Estado em condenar comportamento ‘sui 
generis’. Nesse contexto, paira sobre tal inquisição o estudo da Associação 
Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais 
(ILGA), que publicou um ‘Relatório de Homofobia do Estado 2019’, onde se 
destacam os Estados que criminalizam aqueles de gênero diverso ao tido 
como ‘padrão’, limitando a liberdade de expressão e, até, impondo a pena de 
morte, bem se vê: 
Atualmente, existem 06 Estados Membros da ONU que impõem a 
pena de morte por atos sexuais consensuais entre pessoas do 
mesmo sexo e 05 outros Estados nos quais essa punição é 
tecnicamente possível. Em 26 outros países, a pena máxima pode 
variar entre 10 anos e prisão perpétua (ILGA; 2019, in site). 
Segundo essee reeferido relatório de homofobia, há pelo menos 32 
Estados Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) qque 
estabeleceram disposições que limitam a liberdade de expressão das pessoas, 
incluindo leis de propaganda que proíbem a promoção de relações sexuais de 
homossexualidade ou não tradicional. Os Estados impõem barreiras às 
Organizações não Governamentais (ONG) que trabalham com questões de 
orientação sexual para registrar ou operar regularmente, colocando os 
defensores de direitos humanos em maior risco (ILGA; 2019, in site). 
Por outro lado, a legislação que protege as pessoas lésbicas, gays e 
bissexuais da discriminação e da violência se expandiu nos últimos anos, 
embora em um ritmo mais lento do que se espera, conforme aafirma a ILGA: 
O número de Estados Membros das Nações Unidas que proíbe 
terapia s de " conversão" ainda é três, mas é também progredir na 
nível subnacional onde legislaturas locais proibiram tais práticas. As 
disposições legais que protegem contra a discriminação no emprego 
são agora uma realidade em 38% dos Estados. 
Quando se trata de proteger e reconhecer nossos relacionamentos e 
famílias, a igualdade no casamento teve mais quatro Estados nos 
10 
 
últimos anos, enquanto outros 27 garantem o reconhecimento de 
parceiros domésticos. 
"Estes não são apenas números, mas leis que realmente afetam a 
vida cotidiana de pessoas de diversas orientações sexuais em todo o 
mundo " , disseram Ruth Baldacchino e Helen Kennedy, co-
secretárias gerais da ILGA. "Leis positivas fazem a diferença: elas 
podem ajudar a mudar as atitudes do público e, especificamente, 
dizer às pessoas que elas são igualmente dignas de direitos" (ILGA; 
2019, in site). 
São dados cruciais para defesa de ampliação de Direitos Humanos e da 
igualdade, onde o poder judiciário brasileiro tem sido precursor na 
aplicabilidade jurídica no caso em concreto, mas se nota ainda a precariedade 
diante de um cenário de mortes e pespectivas, como muito bem relata a autora 
Maria Berenice quando diz: 
A Justiça é retardatária, sempre vem depois do fato e quer impor o 
cumprimento da lei, simplesmente negando qualquer direito a quem 
age contrário aos modelos de comportamento aceitos pela sociedade. 
Ora, o legislador, com sua postura conservadora, tenta manter aquilo 
que está posto. Mas a vida não pára quieta! Diante do novo, todosagem como se estivesse com o freio de mão puxado, e isso gera um 
círculo vicioso. Ainda que a função do Legislativo seja fazer leis que 
atendam às necessidades de todos os segmentos sociais, fica 
excluído da juridicidade tudo o que pode gerar algum índice de 
rejeição. Quando surge alguma proposta de regulamentar algo que 
foge aos padrões convencionais, tidos como aceitáveis pela maioria, 
o legislador prefere omitir-se. Tem medo de desagradar seu 
eleitorado, pôr em risco sua reeleição. É bem mais confortável não 
votar, abandonar o Plenário e não se posicionar (DIAS; 2011, p.04). 
 
3 EXPERIÊNCIAS DE PAÍSES QUE ADOTARAM CRIMINALIZAÇÃO E NÃO 
CRIMINALIZAÇÃO EM RAZÃO DA CONDIÇÃO 
 
Os direitos dos homossexuais é uma luta travada desde o do século XIX 
na Europa, contudo, nos Estados Unidos da América (EUA), a partir de 1924 
renasce esse movimento visando melhorar as condições de vida dos gays e 
lésbicas que estavam trabalhando discretamente, esse movimento timidamente 
perdurou até 1960. No final desse mesmo ano, cansados de viverem 
escondidos, os homossexuais decidiram mudar a terminologia do movimento 
11 
 
para movimento gay, acreditando que a antiga denominação estava carregada 
de estigmas, conforme o autor James Green afirma: 
Para muitos, o termo “gay” não carregava uma conotação pejorativa. 
Para outros, tinha um significado chique e internacional. Além disso, o 
movimento internacional tornara-se um ponto de referência no fim dos 
anos 80 para todas as organizações, conforme os sentimentos 
nacionalistas e antiimperialistas perdiam a força. (GREEN; 1999, 
pp.446-447). 
Ainda com o referido autor, este relata sobre o primeiro gueto gay do 
Brasil, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro, no período em que a 
cidade já vivia o que ele denomina de ‘belle époque’. Esse possuía todo um 
comércio voltado para homossexuais, ao que completa a autora Adriana 
Nunan (2003), que aponta que desde a virada do século essa cidade já 
presenciava uma subcultura homossexual. 
No início do século XX, após o holocausto nazista na Segunda Guerra 
Mundial, período esse que foi marcado por diversas e perversas atrocidades 
cometidas aos seres humanos, como assassinados milhares de homossexuais, 
judeus, ciganos, pessoas com deficiência e demais minorias, se cria a ONU em 
1945, visando à paz mundial. 
Nesse diapasão, há a elaboração da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH) em 1948, universalizando a indivisibilidade dos direitos 
humanos (DUDH; 2009). Esta declaração dispõe que basta ter a condição de 
ser pessoa, de ser humano, que serão garantidos esses direitos para todos os 
indivíduos, sem distinção de raça, cor, orientação sexual, religião, língua, 
nacionalidade ou qualquer outra forma, objetivando proteger as pessoas contra 
ações que agridam a liberdade ou violem sua dignidade humana. 
Na segunda metade do século XX os homossexuais já haviam 
conquistado inúmeros locais de socialização, segundo afirma o autor James 
Green (1999), locais esses privados para haver a socialização deles, como 
bares, cafés e hotéis para ‘transas’ oportunas. Continuando com o autor 
James Green (1999), este relata já haver até homossexuais sobrevivendo da 
prostituição ou de empregos mal remunerados. Assim, na Europa, passou a 
surgir escritos sobre homossexuais, redigidos por médicos, criminologistas e 
12 
 
juristas, que definia dois níveis de homossexuais, os ‘homens verdadeiros’ 
(ativos, penetradores) e as ‘bichas’ (passivos, os penetrados). 
Nesse contexto, psiquiatras, a família, a igreja e a sociedade passaram a 
reforçar uma ‘cura’ para a homossexualidade, que, conforme aduz o autor 
João Silvério Trevisan, consistia na confinação em clínicas psiquiátricas ou em 
presídios desativados: 
Um marco histórico da homossexualidade no Brasil (e no mundo) é a 
“chegada” da AIDS ao país. O primeiro caso data de 1980, na cidade 
de São Paulo, porém a chegada oficial da AIDS no Brasil ocorre em 
1983, ocasionando mobilizações de caráter emergencial. Os grupos 
gays da época tinham como foco a prevenção e atendimento aos 
soropositivos. Nesta época, referiam-se à AIDS como o “câncer gay”, 
“peste gay”, pois a doença ficou caracterizada por “doença 
homossexual” (TREVISAN; 2000, p. 370). 
Com os rumores dessa doença, o Estado e o movimento homossexual 
busca a união de esforços para combater a doença devido esse cenário. 
Nesse sentido, o autor João Silvério Trevisan expõe que: 
Graça à AIDS, nunca se falou tão abertamente da homossexualidade, 
o que trouxe efeitos positivos para a luta pelos direitos humanos e 
sua necessária visibilidade social. No entanto, o movimento 
homossexual correu o risco e em muitos casos resultou 
demasiadamente atrelado á luta contra AIDS, restringindo sua ótica e 
seu espaço (TREVISAN; 2000, p. 370). 
Até 1994 não houve pronunciamento sobre a orientação sexual e da 
identidade de gênero pela ONU, porém, quando ocorreu o julgamento de um 
caso concreto de homossexualidade na Austrália, país esse que criminaliza a 
prática homossexual, o Comitê Internacional de Direitos Civis e Políticos, 
vinculado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, declarou, conforme 
explica o autor Dirceu Pereira Siqueira, que as leis que violasse os direitos 
LGBT, também violam as leis de Direitos Humanos (SIQUEIRA; 2018, p.169). 
Nessa linha, em 2011, edita-se uma Resolução no Conselho de Direitos 
Humanos pela ONU, conjuntamente com o Brasil e a África do Sul 
denominada ‘Direitos Humanos, orientação sexual e identidade de gênero’. O 
referido autor afirma ser “a primeira Resolução de defesa dos direitos das 
pessoas LGBT a ser aprovada pela ONU. Entre as reivindicações mais 
13 
 
importantes está a solicitação de um estudo sobre leis discriminatórias e atos 
praticados com motivação homofóbica” (SIQUEIRA; 2018, p.169). 
 
3.1 Países que adotaram não criminalização 
 
Em 2017 a “França reforça sua luta pela promoção da diversidade”, 
assim, afirma o Consulado Geral da França em São Paulo em uma manchete 
comemorativa do Dia Internacional de Combate à Homofobia, e, ainda, aduz 
que o país lamenta, em meio às evoluções humanas já alcançadas, ainda 
existir países que torturem, realizem detenções arbitrárias, assassinatos e 
crimes motivados pela orientação sexual (FRANÇA; 2017, in site). 
A França é um dos países que priorizam a promoção de Direitos 
Humanos universais e indivisíveis como sendo uma questão em política 
interna e externa: 
Em 1791, a França foi o primeiro país do mundo a descriminalizar 
relações consensuais entre adultos do mesmo sexo. O texto 
apresentado no Código Penal daquele ano foi, contudo, esquecido 
em outras legislações futuras e, apenas em 1982, voltou a figurar no 
conjunto de leis francesas de forma definitiva (FRANÇA; 2017, in 
site). 
São 124 países no mundo, sendo a França um destes, que seguem 
este princípio, participando ativamente junto à ONU e demais ONG 
Internacionais, na campanha para a despenalização global da 
homossexualidade, a qual ainda é “considerada um delito em mais de 70 
países e passível de pena de morte em cinco deles” (FRANÇA; 2017, in site). 
Em relação às disposições encontradas em Constituições 
internacionais proíbam a discriminação por causa da orientação sexual, 
Portugal é um dos nove países, segundo publicou o jornal on line Catraca 
Livre, o qual afirma que este país é “um dos 23 que reconhece o casamento 
entre homossexuais, e faz parte dos 28 que aceitam outras formas de união” 
(LIVRE; 2017, in site). O jornal ainda aduz que Portugal “também integra o 
14 
 
grupo de 26 nações que possibilita a adoção conjunta. Ainda, possuem 
dispositivos legais de combate à discriminação no trabalho que seja baseada 
na orientação sexual, ao lado de outros 71 países” (LIVRE; 2017, in site). 
São, ao todo, 72 países ainda criminalizam o sexo entre homens, 
sendo que em 42 deles as mulheres homossexuais também são punidas, 
segundo afirmao referido jornal. 
Após o primeiro festival LGBTQI, o FESTÍRIS, em Angola, que ocorreu 
em 2016, 2019, a comunidade LGBTQI angolana pode celebrar a aprovação 
do novo Código Penal. Segundo o jornal Anistia Internacional on line: 
Este foi um momento único e histórico, especialmente no contexto 
africano, não só devido à eliminação do artigo 71º, que era 
geralmente interpretado como criminalizador das relações de pessoas 
do mesmo sexo, mas também porque a discriminação contra as 
pessoas com base na sua orientação sexual constitui agora um crime 
(ANISTIA; 2019, in site). 
No Brassil, em 2019, o STF passa a enquadrar homofobia e transfobia 
no crime de racismo, tornando o país o 43º que criminalizar tais práticas no 
mundo, contra 67 países que ainda criminalizam tal opção, segundo informa o 
jornalista Lucas Salomão do G1 (SALOMÃO; 2019, in site). Assim, sabe-se 
que, uma vez estabelecidos os limites constitucionais, o Poder Legislativo 
dificilmente poderá aprovar uma lei que desrespeite os parâmetros fixados 
pela Corte, já que essa determinação tem validade até o Congresso Nacional 
aprovar uma lei sobre o tema. O referido jornalista destaca os itens com suas 
referidas penas aos discriminadores: 
Conforme a decisão do STF: 
 "Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" 
em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser 
considerado crime; 
 A pena será de um a três anos, além de multa; 
 Se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios 
de comunicação, como publicação em rede social, a pena 
será de dois a cinco anos, além de multa; 
 A aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso 
Nacional aprovar uma lei sobre o tema (SALOMÃO; 2019, in 
site). 
15 
 
A ILGA publicou um relatório em 2019, apontando que o mundo tem 42 
países membros da ONU criminaliza o indivíduo que cometer ofensas e 
agressões motivadas por orientação sexual. O jornalista Lucas Salomão aduz 
que: 
O estudo mostra que a maior parte dos países que criminalizam a 
homofobia está na Europa (23 países) e nas Américas (13). Segundo 
o levantamento, as primeiras nações a adotarem o entendimento 
foram Noruega (1994) e Canadá (1996) (SALOMÃO; 2019, in site). 
Existem três etapas básicas no reconhecimento legal dos direitos 
LGBTI, segundo o referido relatório: 
 Descriminalização (fazer com que relações homossexuais 
deixem de ser crime); 
 Proteção (leis contra a discriminação, por exemplo, no acesso 
a emprego); 
 Reconhecimento (casamento e direito à adoção, entre outros) 
(MENDOS; 2019, in site). 
Nesse relatório consta uma lista de os países que criminalizam a 
homofobia, e ainda afirma que a Austrália não possui Lei Federal sobre o 
tema, contudo o estado de Nova Gales do Sul prevê a criminalização, assim 
como o México, que possui algumas províncias que incluíram a criminalização 
nos códigos penais locais: 
Américas: consideram crime a homofobia: Argentina, Bolívia, Chile, 
Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, El Salvador, Honduras, 
Nicarágua, Canadá e Estados Unidos; 
Europa: consideram crime a homofobia: Albânia, Andorra, Bélgica, 
Bósnia e Herzegovina, Croácia, Dinamarca, Finlândia, França, 
Geórgia, Grécia, Hungria, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Montenegro, 
Noruega, Portugal, Romênia, San Marino, Sérvia, Eslováquia, 
Espanha e Reino Unido. O relatório também inclui o Kosovo, território 
que reivindica a independência da Sérvia; 
África, Ásia e Oceania: Somados, os continentes têm sete países que 
criminalizam homofobia e transfobia. Na África, integram a lista 
Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Na Ásia, Mongólia e 
Timor Leste. E na Oceania, estão na lista Nova Zelândia e Samoa 
(MENDOS; 2019, in site). 
O documento mostra que ainda existem 67 países que criminalizam 
relações homossexuais com leis explícitas. Segundo informa o jornalista Lucas 
Salomão: 
16 
 
 
O número representa 35% dos 193 países que integram a ONU. Em 
2006, quando a Ilga elaborou o primeiro estudo sobre homofobia, 
eram 92 países. Em 2017, data do relatório anterior, eram 72 países. 
O estudo afirma ainda que, além dos 68 países, Egito e Iraque fazem 
uso indireto de outras leis para perseguir e condenar atos 
homossexuais. A maioria dos países que criminaliza a 
homossexualidade está na África: são 32 países. Na lista, também há 
22 países na Ásia, nove nas Américas e seis na Oceania. As 
punições variam, podem ser multa, prisão ou pena de morte. Há 
também países que não preveem penalidade ou não a aplicam 
atualmente, mas mantêm a criminalização em código penal 
(SALOMÃO; 2019, in site). 
Em 2019, mais um país entra na lista de não criminizador da escolha 
de gênero sexual, que é Botsuana, no sul da África, ato estabelecido após 
decisão unânime da Suprema Corte de Botsuana. 
 
3.2 Países que adotaram a criminalização 
 
Segundo o relatório publicado pela ILGA em 2019, há dezenas de 
países que consideram crime as relações entre pessoas do mesmo sexo, que 
são: 
 África: Argélia, Burundi, Camarões, Chade, Comores, Eritreia, 
Etiópia, Gâmbia, Gana, Guinea, Ilhas Maurício, Libéria, Líbia, 
Malawi, Mauritânia, Marrocos, Namíbia, Nigéria, Quênia, 
Senegal, Serra Leoa, Somália, Suazilândia, Sudão, Sudão do 
Sul, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. 
Em Arábia Saudita, Irã, Iêmen, Sudão, e em algumas 
províncias de Nigéria e Somália, a homossexualidade é 
punida com pena de morte; 
 Ásia: Afeganistão, Arábia Saudita, Bangladesh, Butão, 
Brunei, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, 
Kuwait, Líbano, Malásia, Maldivas, Omã, Paquistão, Qatar, 
Sri Lanka, Síria, Turcomenistão, Uzbequistão. Na maior parte 
da Indonésia, fazer sexo com alguém do mesmo gênero não 
é ilegal, mas é crime em Aceh, única região regida pela lei 
islâmica; 
 Américas e Oceania: Antígua e Barbuda, Barbados, 
Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lúcia, São 
Cristovão e Nevis, São Vicente e Granadinas. Na Oceania, 
integram a lista Ilhas Salomão, Kiribati, Papua Nova Guiné, 
Samoa, Tonga e Tuvalu (MENDOS; 2019, in site). 
17 
 
Países como Rússia, Lutuânia e Cingapura punem a sua população 
LGBT com prisões de um mês a dois anos; em outros países, como Guiana, 
Índia e Uganda, as prisões podem chegar a 15 anos segundo dados coletados 
no relatório da ILGA, publicado pelo jornal on line Catraca Livre (LIVRE; 2017, 
in site). Já as penas de morte de pessoas que tem opções sexuais diversas 
atingem países como Síria, Iraque e Sudão. Contudo, em 2018, a Suprema 
Corte da Índia descriminalizou relações consensuais entre pessoas adultas do 
mesmo sexo sendo considerado um passo histórico paara o país, que antes 
condenava a detenção tal opçõs sexual (ANISTIA; 2018, in site). 
Na Rússia as pessoas vivem com medo da humilhação, tortura e morte 
que são instigadas pelas autoridades, atos como passaportes confiscados e 
destruídos pelas autoridades, para que as pessoas, mesmo libertadas, não 
tenham como sair da Chechênia (ANISTIA; 2020, in site). Fora esses atos, a 
população homossexual da Chechênia são sequestradas, presas em locais 
desconhecidos, torturadas e, às vezes, mortas por causa de sua orientação 
sexual (ANISTIA; 2020, in site). Em contradição, segundo informa o jornal 
Anistia Internacional on line: 
As autoridades chechenas negam a existência de pessoas gays, mas 
também incitam a violência homofóbica dizendo às pessoas que 
assassinem seus próprios familiares por causa da orientação sexual. 
Isso significa que qualquer pessoa que seja suspeita de ser LGBTI na 
Chechênia está em risco extremo (ANISTIA; 2020, in site). 
A Rússia representa um dos países mais violentos nessa temática. Em 
2016, segundo informa o jornal Anistia Internacional on line, “40 pessoas foram 
presas em dezembro e pelo menos duas pessoas morreram sob tortura” 
(ANISTIA; 2017, in site). Neste referido país, as autoridades exigem que “as 
famílias de pessoas gays e lésbicas cometam assassinatos de ‘honra’ contra 
seus parentes e forneçamevidências de seus assassinatos” (ANISTIA; 2017, 
in site). 
Em janeiro de 2017, recomeça uma violenta repressão homofóbica 
neste país, apavorando as pessoas LGBTI na Chechênia, que temem por suas 
vidas, conforme informa o jornal Anistia Internacional on line, “no início de 
janeiro, a Rede LGBT russa confirmou relatos de que as autoridades 
18 
 
chechenas retomaram as prisões em larga escala de indivíduos que se 
acredita serem gays ou lésbicas, prendendo e torturando-os” (ANISTIA; 2017, 
in site). 
O checheno Maxim Lapunov foi a única vítima a falar denunciar sobre a 
sua provação, descrevendo “ter sido mantido por 12 dias em uma cela 
encharcada de sangue, espancado com paus e asfixiado com saco plástico” 
(ANISTIA; 2017, in site), o mais angusstiante é que “em novembro de 2018, 
após meses de negação e ofuscação, as autoridades russas disseram que não 
conseguiam confirmar a alegação de Maxim e se recusaram a abrir uma 
investigação criminal sobre as alegações” (ANISTIA; 2017, in site), o que 
demosntra um ato de total impunidade aos discriminadores russos. Contudo, 
após a repressão de 2017, ações internacionais conseguiram interromper 
temporariamente as prisões, colocando em cheque a impunidade das 
autoridades chechenas e russas, as quais não estão imunes a críticas, e 
ainda, esta comunidade internacional pressionou “as elites políticas para que 
reconheçam seus crimes e tomem medidas significativas para levar os 
responsáveis à justiça” (ANISTIA; 2017, in site). 
No intuito de socorrerem os homossexuais, algumas organizações da 
sociedade civil evacuaram centenas de pessoas da Chechênia, foram 
transferidos para países como o Canadá, a França, a Alemanha e a Lituânia, 
que concederam asilo aos perseguidos na Rússia (ANISTIA; 2017, in site). 
Outro país que incitou a promulgação de proteção aos homossexuais é 
Brunei, uma nação minúscula situada na ilha de Bornéu e dividida em duas 
seções distintas cercadas pela Malásia e pelo Mar da China Meridional. Em 
2019 em Ottawa, Ontário, ocorreu uma reunião com a participação de 37 
países que elaboraram um abaixo assinado da ‘Coalizão de Direitos Iguais’ 
(ERC), solicitando que o referido país completamente e revise seu Código 
Penal. Essa reivindicação desses países se deve ao fato de que Brunei 
pratica, segundo o documento publicado pelo Governo do Canadá: 
[...] uma série de penalidades, incluindo amputação de membros, 
chicotadas e apedrejamento até a morte por atos específicos 
identificados como delitos no Código. Os atos que são puníveis por 
19 
 
meio dessas penalidades incluem roubo, estupro, adultério e práticas 
sexuais do mesmo sexo (CANADÁ; 2019, in site). 
Mais uma vez se vê países se unindo para interferirem em ações de 
atrocidades contra a dignidade da pessoa humana, pois se acredita que os 
atos até aqui relatado, que foram acometidos por esses países 
preconceituosos e autoritários, somente intensificam a marginalização das 
pessoas pertencentes a esses grupos, aumentando o risco dessas pessoas 
serem expostas a discriminação, perseguição e violência. 
Segundo a ILGA, “o relatório e os mapas publicados visam não só 
mostrar os avanços dos direitos LGBT, como também expor a arbitrariedade 
das leis persecutórias” e indicar a ausência de leis em prol dessa população na 
maior parte do mundo (MENDOS; 2019, in site). 
 
3.3 Educar para a não discriminação 
 
O Canadá é considerado um país desenvolvido, é contra a 
discriminação à orientação sexual desde 1982, sendo um dos pioneiros entre 
os países americanos em adotar políticas de inclusão de direitos da 
comunidade LGBT em sua agenda. Assim, pode-se afirmar que nesse país a 
educação serve de alicerce essencial para a aceitação LGBT, pois suas 
instituições de ensino abordam assuntos relacionados à diversidade sexual, 
oportunizando uma maior visibilidade e apoio aos homossexuais. 
Nesse ínterim, o autor Nilson Fernandes Dinis explica que: 
Mesmo que o conservadorismo esteja ainda presente em parte do 
discurso educacional, o processo de desconstrução das categorias 
tradicionais das identidades sexuais e de gênero tem sido bastante 
presente no mundo contemporâneo devido à atuação dos grupos 
feministas e dos grupos LGBT que reivindicam mais espaço de 
representação em nossa sociedade. Um desses espaços tem sido 
justamente o do currículo das escolas de ensino fundamental e 
médio, e também no processo de formação de docentes nas 
universidades. Essa maior visibilidade tem resultado em uma maior 
conscientização dos direitos das minorias sexuais e de gênero, porém 
tem também despertado reações por parte de grupos conservadores 
20 
 
que reivindicam em nome da “liberdade de expressão” seu direito de 
discriminar determinados grupos. Tal cenário apela para que o tema 
da diversidade sexual e de gênero seja cada vez mais debatido no 
currículo de formação docente, preparando educadoras e educadores 
para resistir aos discursos normativos sobre corpo, gênero e 
sexualidade. A maioria das universidades no Canadá parece ter se 
integrado a essa proposta incentivando a inserção de temas sobre 
diversidade sexual ou de gênero nas suas grades curriculares, e ao 
mesmo tempo desenvolvendo políticas de combate às discriminações 
baseadas em identidade de gênero ou em orientação sexual (2012, 
p.77). 
Canadá é usado como referência mundial quando se trata de 
educação, segundo a matéria publicada pelo jornal BBC, o qual afirma que o 
país é “uma superpotência quando se trata de educação” (COUGHLAN; 2017, 
on line). 
Nesse contexto, pode-se afirmar que seria possível mudar asas 
disputas jurídicas pensando na educação como base para haver a diminuição 
da violência social e a criminalidade em médio e longo prazo, haja vista que se 
um país prepara e seus indivíduos, conforme afirmam as autoras Maria 
Eduarda Camargo Pereira e Helen Correa Solis Neves, “conseguem se inserir 
melhor no mercado do trabalho, têm mais oportunidades, melhores salários, 
têm mais noção de cidadania e de seus direitos e deveres, o que os torna 
menos propensos a se inserirem em grupos criminosos” (PEREIRA, NEVES; 
2019, in site). 
Nesse sentido, indaga-se se não seria necessário, antes de se 
criminalizar a homo-transfobia, fazer mudanças profundas nas bases 
educacionais brasileiras, pois é plausível afirmar que a educação inibe a 
violência que a comunidade LGBT é vítima. 
Em detrimento disto exposto, evidencia que a mentalidade 
conservadora existente dentro dos núcleos familiares é um dos principais 
fatores que impedem a melhora da conduta da sociedade em geral, pois 
existem países que, mesmo com uma legislação existente que criminaliza a 
homotransfobia, os indivíduos declarados homossexuais aos seus familiares, 
são, em geral, expulsos de casa, e acabam nas ruas ou em abrigos, conforme 
informam as autoras Maria Eduarda Camargo Pereira e Helen Correa Solis 
Neves, onde “em 2015, 40% dos sem-teto dos EUA eram adolescentes gays 
21 
 
que se encontravam em situação de rua devido à rejeição familiar por serem 
homossexuais” (PEREIRA, NEVES; 2019, in site). 
Apesar de existirem países que não criminalizam as práticas 
homofóbicas, como o Brasil, sabe-se da existência leis que, algumas vezes, 
prejudicam a própria comunidade LGBT. O jornal Folha de São Paulo afirmou, 
em 2014, ser a África o continente mais homofóbico do mundo (SMITH; 2014, 
in site). Este continente é muito diversificado e com diversas dificuldades, com 
muita deficiência no sistema educacional, pois segundo o jornal BBC afirma 
que “na África Subsaariana, 88% dos alunos concluem os estudos 
equivalentes ao fundamental com problemas de compreensão em leitura” 
(BERMÚDEZ; 2017, in site). 
Por se ter uma imensa pobreza em quase todo o continente, e, por 
conseguinte, uma grande deficiência no sistema político e educacional, se faz 
possível associar os grandes índices de homofobia nestes países. Nesse 
sentido, o autor AntoniZabala aduz que: 
A capacidade de uma pessoa para se relacionar depende das 
experiências que vive, e as instituições educacionais são um dos 
lugares preferenciais, nesta época, para se estabelecer vínculos e 
relações que condicionam e definem as próprias concepções 
pessoais sobre si mesmo e sobre os demais (ZABALA; 2010, p.28). 
Dessa forma, pode-se compreender que é por meio da educação que 
se molda as concepções pessoais e sociais de um indivíduo, e, em 
comparação com o Canadá, um país qual incluiu a diversidade sexual em seu 
calendário escolar e obteve êxito, observa-se que pessoas com melhor 
educação oferecida pelo Estado, estas se tornam mais tolerante e inclusiva, o 
que leva ao respeito da diversidade sexual, diminuindo os conflitos 
discriminatórios, e, consequentemente, as disputas judiciais nessa temática. 
Assim as autoras Maria Eduarda Camargo Pereira e Helen Correa Solis Neves 
afirmam que “quando há mais tolerância, o preconceito diminui junto com a 
violência contra grupos vulneráveis, como a comunidade LGBT” (PEREIRA, 
NEVES; 2019, in site). 
22 
 
Ainda segundo as autoras, o local essencial para se estabelecer 
vínculos é a escola, que “podem ser fundamentais para a formação de uma 
sociedade mais tolerante, pois, ao conviver com diferenças, o ser humano 
tende a aceitar mais o outro” (PEREIRA, NEVES; 2019, in site). Corroborando 
nesse contexto, o autor Nilson Fernandes Dinis afirma que “a construção social 
de nossos preconceitos se dá às vezes pela falta de novas informações no 
espaço educacional que questionem e desconstruam nossas tradicionais 
representações sobre gênero e sexualidade” (DINIS; 2012, p.81). 
Em países em que as relações homossexuais são punidas com pena 
de morte, como, por exemplo, o Sudão, demonstra que no continente africano 
a homofobia é estrondosamente grande. É um país extremamente intolerante 
à homossexualidade, porém a homofobia não foi criminalizada, entretanto, 
esse país possui um contexto histórico, educacional e econômico totalmente 
diferente dos países desenvolvidos, país este que é marcado pela exploração, 
além de uma educação e uma economia deficiente. Cabe ressaltar que, 
segundo o jornal Folha de São Paulo, redigido por Fábio Zanini, o Sudão é um 
país que, em 2010, era considerado o país mais pobre do mundo (ZANINI; 
2010, in site). 
O que se entende, então, é que seja possível correlacionar, conforme 
afirmam as autoras Maria Eduarda Camargo Pereira e Helen Correa Solis 
Neves, que: 
[...] a situação econômica do país com o atraso das legislações, as 
quais punem a homossexualidade com a morte, ao considerar que o 
dinamismo econômico global coloca um país em contato com o outro 
e as leis e costumes são atualizados de acordo com o 
desenvolvimento monetário do país. Esse dinamismo econômico, que 
proporciona o contato com novos pensamentos e culturas, 
claramente, não é enxergado no Sudão e isso reflete no fato das leis 
serem tão arcaicas e intolerantes (PEREIRA, NEVES; 2019, in site). 
Assim, conclui-se que os altos índices de homofobia estão interligados 
ao contexto histórico, educacional e até mesmo econômico de um país, haja 
vista o exemplo do Canadá, que usando uma via de mão dupla, inseriu no 
contexto escolar respeito da diversidade sexual, evidenciando um grande 
sucesso na criminalização da homofobia. 
23 
 
No caso dos EUA, nota-se que, mesmo dispondo de uma legislação 
específica relacionada aos crimes praticados por motivações homofóbicas, 
ainda assim, possui uma baixa aceitação por parte dos familiares dos 
homossexuais, o que nos leva a refletir que não basta apenas ter a existência 
de leis punitivas aos atos discriminatórios, deve-se, também, estabelecer 
ações políticas nas instituições escolares, melhorando o entendimento dos 
jovens que proliferarão a tolerância aos demais. Neste país em questão, existe 
uma contradição legislativa entre algumas entidades jurídicas, mesmo 
entendendo que este direito deveria ser igual para todos, haja vista ainda 
haver uma marginalização social da população LGBT. 
O que se questiona, então, é como obter êxito contra o preconceito 
sem trabalhar a educação, que é responsável em formar os cidadãos? 
Acredita-se que ao se trabalhar o tema nas instituições formadoras de 
cidadãos, a comunidade LGBT não precisaria provar a todo instante ser 
detentora de direitos fundamentais garantidos. 
 
 
 
 
 
 
 
“A escuridão não pode expulsar a 
escuridão, apenas a luz pode fazer isso. 
O ódio não pode expulsar o ódio, só o 
amor pode fazer isso”. Martin Luther 
King Jr. (1963) 
 
24 
 
4 CONCLUSÃO 
 
 
Este trabalho buscou analisar o tratamento ofertado à comunidade 
LGBT, diante as diversas lutas enfrentadas por esses cidadãos de direitos 
iguais, dada pela DUDH em 1948, após o holocausto que horrorizou o mundo 
com tantos atos discriminatórios relatados no pós-guerra. É notório os muitos 
avanços conquistados pelas mãos dos libertários movimentos LGBT no mundo 
afora, contudo, percebe-se que, mesmo se tendo legislações punitivas, há 
ainda muitas perseguições devido a concepção da sociedade na não aceitação 
da diversidade sexual em seu país. 
No Brasil não é diferente, pois mesmo com toda a evolução jurídica 
sobre o tema, os dados estatísticos mostram que a violência e a discriminação 
homofóbica são crescentes. Nessa luta, se observa a reivindicação dessa 
minoria por maior proteção estatal, que deve dispor de melhores políticas 
públicas contra a discriminação, devida as constantes condutas motivadas por 
preconceito contra os homossexuais Espera-se do Congresso Nacional mais 
mobilidade nesse diapasão, haja vista que este ainda se mantém inerte com 
relação à violência exercida sobre essa minoria sexual. 
A CRFB garante a dignidade humana, a igualdade de direito, o direito 
de personalidade, de livre arbítrio, de livre expressão, dentre outros, contudo, 
nessa luta dos homossexuais, nota-se que os LGBT devem, ainda, provarem 
serem detentores desses direitos em disputas jurídicas, quando não pagam 
com a morte e a impunidade ofertada a eles. 
Nesse trabalho se comentou sobre a necessidade de melhores 
políticas educacionais, mas não se pode negar que entre comunidades 
religiosas, por exemplo, essas ações de respeito devem ser melhores 
trabalhadas com seus seguidores, pois muitos desses homofóbicos se 
encontram dentro de detrimentos ditos ‘religiosos’ que acreditam em um padrão 
sexual, sendo consideradas aberrações toda e qualquer pessoa que diferente 
for a esses preceitos antigos e preconceituosos pregados, e que nada tem 
haver com a pregação do amor, que em grande maioria se houve falar dentro 
das comunidades religiosas diversas. 
25 
 
A homossexualidade existe desde os tempos primórdios, contudo, após 
a consolidação do colonialismo, apoiado pela poderosa Igreja Católica e seus 
princípios pautados na Bíblia, fica evidente que, historicamente, a comunidade 
LGBT não foi apenas socialmente marginalizada, mas vítima de intensa 
violência. Assim, o que um dia foi considerado algo natural, hoje é penalizado 
de forma extremamente violenta. 
Esse trabalho citou casos que ainda ameaçam a integridade física dos 
membros da comunidade LGBT, demonstrando as consequências de uma 
história marcada pelo forte preconceito e agressividade, e que possui raízes 
profundas na história mundial. Assim, pode-se afirmar haver uma grande 
inércia por parte do Poder Legislativo, pois, ao analisar a existência de crimes 
homofóbicos no Brasil, percebe-se que ainda não se criou uma legislação 
penal específica, a qual proteja de fato os direitos fundamentais dos membros 
da comunidade LGBT. Fazendo um comparativo entre a Lei Maria da Penha e 
as lutas contra a homofobia, afirma-se ser necessária a criação de uma lei 
específica que de fato protejam os homossexuais coibindo a violência motivada 
unicamente pela sexualidade do ser, assim como a lei referidaprotege 
mulheres de serem vítimas de violência motivada apenas pelo fato de serem 
mulheres. 
Outro fato notório referido pela literatura pesquisada, é que a 
criminalização por si só pode não produzir bons resultados, pois ao se falar em 
precariedade, temos uma educação ainda mal trabalhada no requisito das 
políticas educacionais, bem como um sistema carcerário deficiente 
incompetente em realizar sua função de ressocialização do encarcerado. 
Nesse entendimento, não se pode esperar que Direito Penal consiga 
coibir tal forma de preconceito no atual contexto brasileiro, mesmo porque, as 
vítimas da ação do Poder Penal são as mais pobres, com pouco acesso à 
educação e a população negra. 
Outro fator relevante são os níveis educacionais brasileiros 
insatisfatórios, e pôde-se ter exemplo de que em um país com uma excelência 
educacional possui índices quase zero de descriminalização em âmbito geral, o 
que levou este autor a entender que não basta se ter ótimos juízes e 
advogados, bem como uma legislação punitiva nessa temática, se a própria 
sociedade não está sendo formada para respeitar as adversidades culturais 
26 
 
existente no Brasil. Entende-se a escola como sendo um local de convivência 
com as diferenças, e a ineficiência estatal para com a educação reflete na 
insuficiência recursal para cumprir com a função integradora desse meio. 
Conclui-se que é necessário criminalizar a homofobia, objetivando 
garantir os direitos fundamentais dessa parcela da população, entretanto, no 
Brasil, o Poder Judiciário deve assumir seu real papel, bem como o Poder 
Legislativo, cada um exercendo o que lhe é cabível, e, ainda, o país deve 
proporcionar uma educação de qualidade, que forme melhores cidadãos com 
pensamentos e atitudes mais tolerantes. 
 
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