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Anexo I do Capítulo 2 do Livro Texto

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Anexo I do Capítulo 2 do livro texto
Fundamentos da Economia
1. NOÇÕES DE MICROECONOMIA
1.1 TEORIA DO CONSUMIDOR
 
	DEMANDA OU PROCURA
 
	Procura ou Demanda é a quantidade de bens(1) ou serviços(1) que os agentes econômicos(2) estariam dispostos(3) e aptos(3) a consumir num determinado momento, num determinado mercado(4) aos diferentes fatores determinantes.  
(1) Bens: podem ser estocados;
(2) Agentes Econômicos: Famílias, Empresas e Governo.
(3) Requisitos Básicos da Demanda:
·     Dispostos: ter vontade, querer;
·     Aptos: ter aptidão de compra; poder comprar;
Se estes dois requisitos estiverem presentes (disposição e aptidão), temos uma Demanda REAL ou EFETIVA.
Se no máximo 1 destes requisitos estiver presente, temos então, uma Demanda POTENCIAL.(Pode não ter nenhum destes requisitos).
1. NOÇÕES DE MICROECONOMIA
1. NOÇÕES DE MICROECONOMIA
Num determinado momento, num determinado mercado: em cada momento, nossas vontades mudam nosso comportamento.
Fatores determinantes da demanda
Preço do próprio Bem/Serviço; Preço de outros Bens/Serviços; Gosto; Preferência; Renda; Número de consumidores.
Função Demanda
A quantidade demandada vai estar em função do preço do bem, de outros bens, gosto, preferência, renda, n.º de consumidores. QA = f ( PA, PB, ...., G, R, P, N.º de consumidores).
1. NOÇÕES DE MICROECONOMIA
Variáveis Determinantes da Função Procura: Preço e Quantidade.
Conceito Específico de demanda
É a quantidade de bens ou serviços que os agentes econômicos estariam dispostos e aptos a consumir ou utilizar num determinado mercado aos diferentes preços alternativos “COETERIS PARIBUS”. 
COETERIS PARIBUS: significa que as demais variáveis são consideradas constantes.
QA = f (PA)
RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA E O PREÇO DO PRÓPRIO BEM
 
Bens Normais
 
 
 Preço  Quantidade
 
 
São relações inversas.
Lei da Demanda
“As quantidades demandadas serão tanto maior, quanto menores forem os preços, ou vice-versa.” Quanto mais caro, menos se compra.
Bens normais: seguem a Lei de Demanda. 
20
10
7
14
Qut
P
D1
S1
S2
 
Bens de Giffen
 
 
 Preço  Quantidade demandada
 
 
São relações diretas.
Exceção da Lei de Demanda
 
“A quantidade de bens e serviços demandadas será tanto maior quanto maiores forem os preços e vice-versa.”
Bem de GIFFEN: bem que é exceção à Lei da Demanda. 
30
15
 10
 20 
Qut
P
D1
S2
S1
Bens de Giffen - Curiosidades
 Em economia, um Bem de Giffen é um produto para o qual um aumento do preço faz aumentar a sua demanda. Este comportamento é diferente da maioria dos produtos, que são mais procurados à medida em que seu preço cai. Trata-se de bens com duas características: (a) pesam muito no orçamento do consumidor, de tal forma que, se seu preço cair, o consumidor terá um aumento sensível no dinheiro disponível para gastar em outros bens (como se a renda do consumidor tivesse aumentado); e (b) são bens inferiores, ou seja, seu consumo diminui quando a renda do consumidor aumenta. Compreende-se, assim, que uma queda de preço possa provocar uma redução na quantidade demandada do bem. 
Bens de Giffen - Curiosidades
 Um exemplo constante de Bem de Giffen é o PÃO, assim como outros produtos básicos. Uma elevação moderada dos preços do pão pode levar a um maior consumo de pão, principalmente em famílias POBRES, pois não há outro bem barato e acessível capaz de substituir o pão em sua dieta. Desta forma maiores gastos com pão levariam a uma redução do consumo de outros produtos alimentícios, o que obrigaria os mais pobres a consumir mais pão para sobreviver.
 Essa classe de bens recebe esse nome em homenagem a Sir Robert Giffen, que foi citado no século XIX por Alfred Marshall como o criador da idéia.
Bens de Giffen - Curiosidades
 Outro exemplo. Suponha que Andrea, Francisco, Débora e Marcelo moram no bairro da Pavuna, cidade do Rio de Janeiro, e trabalham como ajudantes em uma lanchonete no bairro de Ipanema (os quatro percorrem diariamente o trajeto casa-trabalho de ônibus). Pode-se considerar a passagem de ônibus como um bem inferior, em comparação a outras modalidades de transporte mais rápidas e cômodas. Supondo, então, que ocorra, por algum motivo, uma redução substancial na passagem de ônibus, pode-se admitir que os quatro amigos sentir-se-ão mais ricos, na medida em que suas respectivas rendas disponíveis (renda após o gasto obrigatório com a condução diária) aumentaram de forma significativa. Passam, a partir de então, a dividir o custo de corridas de táxi duas vezes por semana (ida nas segundas-feiras e volta nas sextas-feiras), ou seja: uma queda de preço provocou uma queda na quantidade demandada de passagens de ônibus.
RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA DE UM BEM E O PREÇO DE OUTROS BENS
 
Bens substitutos
 
 
 Preço  Quantidade demandada do outro bem
 
 
Exemplo: Um aumento no preço da manteiga aumenta o consumo de margarina.
Bens Substitutos (ou Concorrentes) 
O aumento do preço de um bem ou serviço, aumenta a quantidade demandada do outro bem ou serviço.
0,50
7.000
10.000
Q y
P x
D2
1,50
D1
 
Bens Complementares
 
 
 Preço  Quantidade demandada do outro bem
 
 
Exemplo: Um aumento no preço do pão diminui o consumo de margarina.
Bens complementares
São bens consumidos conjuntamente. Se a elevação do preço do preço de um bem ou serviço reduz a quantidade demandada do outro bem ou serviço.
P1
 Q2
Q x
P y
D1
D2
 Q1
RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA DE UM BEM E A RENDA DO CONSUMIDOR
 
	Encontramos três situações para este caso, dependendo do tipo de bem, uma regra geral e duas exceções:
 
	BENS NORMAIS: quando aumenta a renda do consumidor aumenta a quantidade demandada do bem ou serviço considerado.
 
	BENS SACIADOS: primeira exceção. Quando aumenta a renda do consumidor a quantidade demandada do bem ou serviço considerado permanece constante.
 
	BENS INFERIORES: Segunda exceção. Quando aumenta a renda do consumidor diminui a quantidade demandada do bem ou serviço considerado.
OFERTA
 
 Oferta é a quantidade de bens e serviços que um ou mais agentes econômicos estariam habilitados e interessados em colocar num certo momento, num certo mercado, aos diferentes fatores determinantes.	
 
 Fatores determinantes da oferta
 
   1. O preço do próprio bem; 
 2. A tecnologia;    
 3. Impostos;   
 4. Taxa de juros; 
 5. Fatores da natureza (é tudo aquilo que pode ocorrer, em termos climáticos).
 
 OBS: Os custos podem alterar qualquer um dos fatores determinantes. 
Lei de Oferta
 “Quanto maior for o preço de um bem, maior será a quantidade ofertada desse bem.” Do mesmo modo, quanto menor for o preço de um bem, menor será a quantidade ofertada. Em outras palavras, há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade ofertada.
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 10
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Qut
P
Of1
20
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 13
OBSERVAÇÕES: 
 
	Quanto mais elevado o preço de um bem, maior será o estímulo do produtor para aumentar a produção; pois assim, o lucro será maior, isso gera, por conseguinte, um aumento no número de produtos ofertados.
 
	A quantidade de um bem ou serviço que os produtores estão habilitados e interessados em oferecer no mercado depende dos custos de produção.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
 
Mercado: é a interseção entre a demanda e a oferta de mesmo tipo de bem ou serviço.
 
Mercado é o resultante daqueles agentes consumidores que estão disposto e aptos a consumir ou utilizar num certo momento, num certo local, e outro grupo de agentes habilitados e interessados em ofertar esse mesmo tipo de bem ou serviço aos diferentes fatores determinantes. Qual a variável que vai definir o mercado? O PREÇO.
 
Funções do Mercado
 
1. Igualando as funções Demanda e Oferta terei este Ponto de Equilíbrio;
2. O mercado organiza a Produção;
3. O mercado distribui o Produto;
4. O mercado raciona (Racionar: produzir e consumir estritamente o necessário);
5. O mercado Provê (Prover: provisão; reserva).Importância do Mercado no Sistema Econômico
 
O mercado, através do sistema de preços, aloca os escassos recursos para produzir uma certa quantidade de bens ou serviços, que correspondem a um nível de satisfação das necessidades das pessoas - o nível de vida ou padrão de vida.
 
·     Sistema de preços: é o conjunto de preços dos bens, serviços e fatores de produção de um sistema de preços.
 
·     Padrão de vida: é o nível de satisfação alcançado pelas pessoas que fazem parte de um sistema econômico, quando consomem os bens e serviços por ele produzidos.
  
·  Alocação de recursos: é a forma como os fatores de produção são organizados pelo mercado, para que produzam bens e serviços que atendam às necessidades das pessoas.
 
Como se chega teoricamente a este preço de mercado?
PREÇO (P)
QUANTIDADE (Q)
P1
Of1
D1
Excesso de oferta
Escassez de demanda
 E  Ponto de Equilíbrio de Mercado: satisfaz o consumidor e o produtor 
 E
ESTRUTURAS DE MERCADO
 
São modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de mercado destaca aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, baseando-se em características observadas em mercados existentes. Em todas as estruturas clássicas os agentes são maximizadores de lucro. Fundamentalmente, as diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais:
 1. número de firmas produtoras que atuam no mercado;
 2. diferenciação do produto;
 3. existência ou não de barreiras à entradas de novas empresas.
CONCORRÊNCIA PURA OU DE CONCORRÊNCIA PERFEITA
 
  Estrutura que tem por objetivo descrever o funcionamento equilibrado, ou ideal, servindo com base para o estudo de outras estruturas. Apesar de ser teórico, o estudo da concorrência perfeita é importante pelas inúmeras conseqüências derivadas de suas hipóteses, que condicionam o comportamento dos agentes econômicos em diferentes mercados. As hipóteses do modelo são: 
a) Existência de grande número de compradores e de vendedores atuando isoladamente, que se comparado ao tamanho do mercado, nenhum deles conseguem influenciar no preço. Assim, os preços dos produtos são fixados uniformemente no mercado; 
b) Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa forma não pode haver preços diferentes no mercado. Os compradores são indiferentes em relação as firmas (vendedores) no momento de adquirir o produto; 
c) Transparência de mercado, ou seja, existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto. Assim, nenhum vendedor colocará seu produto no  mercado por um preço inferior ao do concorrente; da mesma forma, os consumidores não estariam dispostos a pagar um preço superior ao vigente; 
d) Livre mobilidade. A entrada e saída de firmas no mercado são totalmente livres, não havendo barreiras legais e econômicas. Isso permite que firmas menos eficientes saiam do mercado e que nele ingressem firmas mais eficientes.
CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA
 
 Embora apresente, como na concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um número elevado de empresas, a concorrência monopolista caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes marcas de sabonete, refrigerante e sabão em pó. Trata-se, assim, de uma estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita. 
 A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas (composição química, potência etc.), pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas (propaganda, atendimento, brindes, etc.). Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços. Da mesma forma que na concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de novas firmas no mercado.
OLIGOPÓLIO
 
 Estrutura de mercado caracterizada pela existência de um reduzido número de vendedores, produzindo produtos que são substitutos próximos entre si. Pode também ser caracterizado como sendo uma indústria em que há grande número de firmas, mas somente poucas dominam o mercado. Um exemplo é a indústria de bebidas. Para acontecer o oligopólio são necessários os seguintes elementos:
a) Existência de poucas firmas. Pode ter duas, três, doze ou mais firmas, dependendo da natureza do mercado. Entretanto o número deve ser pequeno, de tal forma que as firmas levem em consideração e rejam nas decisões quanto ao preço e produção da outras. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da interdependência econômica, ou seja, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no comportamento econômico dos outros vendedores.
OLIGOPÓLIO
 
b) Produto homogêneo ou diferenciado. Quando o oligopólio oferece produtos homogêneos (substitutos perfeitos entre si) ele é considerado Oligopólio “Puro” (indústria do cimento, aço etc). Caso contrário será considerado Oligopólio diferenciado (indústria automobilística e de fumo). As firmas oligopolistas concorrem com base na qualidade, design do produto, serviço ao cliente e propaganda;
c) Presença de barreira para entrada de novas firmas. É exercida com o controle de matérias-primas e registro de patentes; 
 O modelo duopólio é caracterizado por apenas duas empresas produtoras ou vendedoras no mercado.
MONOPÓLIO
 
 Caso extremo de estrutura clássica básica. Situação de um mercado em que não existe concorrência na oferta. O setor é constituído de uma única firma, porque existe um único produtor que realiza toda a produção, ou seja, situação em que uma empresa domina sozinha a produção ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço e que, por isso, pode estabelecer o preço à vontade. Nessa estrutura de mercado existe concorrência entre os consumidores. A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo. Há presença de barreiras à entrada de novas firmas, ou seja, é necessário manter os concorrentes em potencial afastados. Estes obstáculos podem ser administrados pelo monopolista através de: 
      a) Controle sobre o fornecimento da matéria prima; 
      b) Barreiras legais como registros de patentes; 
      c) Licenças e concessões governamentais e outros. 
 É importante ressaltar que, em muitas circunstâncias, é a estrutura mais apropriada para a produção de certos bens e serviços como nos monopólios governamentais (Corsan). A legislação da maioria dos países proíbe o monopólio, com exceção dos exercidos pelo Estado, geralmente em produtos e serviços estratégicos. O monopólio “puro” é uma construção teórica, porque, na prática, ele não existe.
SÍNTESE DAS ESTRUTURAS DE MERCADO 
ESTRUTURA
 
OBJETIVO DA EMPRESA
NÚMERO DE FIRMAS
TIPO 
DE PRODUTO
ACESSO DE NOVAS EMPRESAS AO MERCADO
Concorrência Perfeita
Maximização de lucros
Infinitas
Homogêneo
Não existem barreiras
Monopólio
 
Maximização de lucros
Uma
Único
Existem barreiras
Concorrência
Monopolista
Maximização de lucros
Muitas
Diferenciado
Não existem barreiras
Oligopólio
 
Maximização de lucros
Poucas dominam um mercado
Homogêneo ou Diferenciado
Existem barreiras

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