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Livro - COMPETENCIA TECNICO - OPERATIVA EM SERVIÇO SOCIAL I

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Competência 
Técnico Operativa 
em Serviço Social I
Competência 
Técnico Operativa 
em Serviço Social I
ISBN: 978-85-5639-167-4
 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho ....1
 2 Análise de Conjuntura ........................................................19
 3 Análise Organizacional .......................................................35
 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais, Interventivos e 
de Pesquisa ........................................................................52
 5 Observação no Trabalho Profissional em Serviço Social .......70
 6 Acolhimento no Trabalho Profissional em Serviço Social ......99
 7 Processos Grupais no Trabalho Profissional em Serviço 
Social ...............................................................................115
 8 Visita Domiciliar no Trabalho Profissional em Serviço 
Social ...............................................................................129
 9 A Entrevista no Cotidiano do Assistente Social ...................144
Sumário
A Dimensão Técnico-
Operativa nos Processos 
de Trabalho1
1 Assistente Social, Mestre em Serviço Social; Docente do Curso de Graduação e 
Pós-Graduação Serviço Social da ULBRA – unidades de Canoas e Gravataí.
Simone da Fonseca Sanghi1
Capítulo 1
2 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
A discussão sobre a dimensão técnico-operativa nos proces-sos de trabalho do assistente social se apresenta de for-
ma inadiável no cenário atual, pois é uma temática complexa 
que perpassa o cotidiano da prática profissional e requer um 
constante aprimoramento sobre essa questão. O processo de 
trabalho operacionalizado através das suas dimensões, que 
encontram-se na base das diretrizes curriculares para o curso 
de Serviço Social, deve estar continuamente se construindo/
desconstruindo/reconstruindo, para assim não se tornar obso-
leto e a-histórico.
1.1 Processo de trabalho: uma analise 
sobre a dimensão técnico-operativa
Desde a última década do séc. XX, a intervenção profissional 
dos Assistentes Sociais vem tornando-se uma questão impor-
tante, tanto no debate acadêmico, como na formação profis-
sional, em virtude das diversas expressões da questão social 
e da forma que vem se manifestando na contemporaneidade 
e no âmbito do processo de materialização do projeto pro-
fissional, que, a partir do Movimento de Reconceituação do 
Serviço Social (1960), buscou romper com o conservadorismo 
da profissão.
As novas tendências de atuação dos assistentes sociais sur-
gem condicionadas à diversidade de demandas enfrentadas 
pelos usuários, o que acaba exigindo que sejam construídas 
novas competências de intervenção. Ao debater as compe-
tências e atribuições dos Assistentes Sociais presentes na Lei 
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 3
8.662/1993, Iamamoto (2001) reafirma que tais competên-
cias e atribuições não podem ser desvinculadas dos processos 
sócio-históricos, mas devem ser consideradas no trato das no-
vas demandas profissionais e do redimensionamento do espa-
ço profissional decorrentes das configurações da sociedade.
As demandas profissionais e o reordenamento do espaço 
profissional estão marcados pelas lutas políticas travadas entre 
projetos societários antagônicos, o que faz com que, desde 
então, o Serviço Social seja visto como uma profissão inserida 
na divisão sócio-técnica do trabalho, ou seja, que participa 
do processo de produção e reprodução das relações sociais. 
Segundo Iamamotto (2001, p. 19):
O assistente social desenvolve um tipo de trabalho espe-
cializado que se realiza no âmbito de processos e rela-
ções de trabalho, não podendo ser visto isoladamente, 
mas como resultado de dois elementos fundamentais: 
desempenho profissional e as circunstâncias sociais nas 
quais se realiza o trabalho.
Ao pensar em desempenho profissional, ou seja, compe-
tência, é preciso retomar a própria formação em Serviço 
Social desenvolvida nos mais diversos espaços univer-
sitários que apresentam como característica central sua 
formação pautada em uma orientação curricular. Essa 
orientação é repassada pela Associação Brasileira de En-
sino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS.
A ABEPSS, fundada em 1946, é uma associação cujo pa-
pel tem sido o de assegurar a direção intelectual e político-pe-
dagógica ao processo de formação profissional. Para tanto, 
4 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
tem mantido como objetivo central de sua ação congregar as 
Unidades de Ensino em torno da promoção e construção de 
um significado social para a formação dos assistentes sociais, 
imprimindo-lhe um rigor teórico-metodológico em sua relação 
histórica com a sociedade, como visto no capítulo anterior.
Para isso, exige-se uma formação acadêmica intelectual e 
crítica, competente em sua área de desempenho, com capaci-
dade de inserção propositiva no conjunto das relações sociais 
e no mercado de trabalho, além do compromisso com os va-
lores e princípios norteadores do Código de Ética do Assistente 
Social. 
Esse órgão, que regulamenta a formação em Serviço So-
cial, demonstra constantemente a preocupação e o compro-
misso com a formação profissional na área e organiza suas 
diretrizes destacando um tripé de competências necessárias ao 
exercício e à formação profissional, que são: dimensão teó-
rico-metodológica, dimensão técnico-operativa e dimensão 
ético-política. Neste capítulo, daremos ênfase à reflexão sobre 
a dimensão técnico-operativa do processo de trabalho do as-
sistente social.
Ao falar em dimensão técnico-operativa, estamos nos re-
ferindo aos meios de trabalho adotados pelos profissionais na 
sua prática, ou seja, a habilidade de colocar o conhecimento 
em ação. Essa dimensão demonstra a operacionalidade das 
técnicas e instrumentos utilizados no nosso processo de traba-
lho, tendo em vista que muitos desses instrumentos não são 
específicos do Serviço Social, no entanto, vale lembrar que a 
utilização dos mesmos por um assistente social tem uma co-
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 5
notação diferenciada. Exemplo: uma entrevista ou visita do-
miciliar realizada por um profissional de nossa área implica 
conhecimentos, além, é claro, de um conjunto de habilidades 
específicas à sua formação.
Segundo Trindade (2001, p. 21):
Ao enfatizar o estudo dos instrumentos e técnicas não 
estamos limitando o instrumental à condição de reper-
tório interventivo, a um rol de instrumentos e técnicas 
que seriam suficientes para a eficiência da ação. Nossa 
perspectiva teórica aponta a insuficiência de uma visão 
de instrumental técnico-operativo restrito à habilidade e 
ao manejo desse repertório, pois esta é uma concepção 
que isenta o instrumental de suas relações mais amplas, 
restringindo-o à sua condição de acervo técnico.
Portanto, é preciso problematizar a dimensão técnico-
-operativa a fim de compreender os processos interven-
tivos dos assistentes sociais. Assim, para desenvolver a 
competência técnico-operativa, o profissional deve co-
nhecê-la, apropriar-se nela, e, sobretudo, criar um con-
junto de habilidades técnicas que lhe permitam desenvol-
ver as ações profissionais junto à população usuária e às 
instituições contratantes, garantindo assim uma inserção 
qualificada no mercado de trabalho, que responda às 
demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto 
pelos usuários dos serviços e pela dinâmica da realidade 
social.
6 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Fig. 1 processo interventivo
Fonte: Autora
Mas ainda é comum, nos espaços acadêmicos e/ou de 
atuação profissional, assistentes sociais fazerem uma dicoto-
mia quanto às dimensões da prática, desconhecendo, e/ou 
até mesmo negando a necessidade de articulação entre teoriae prática, investigação e intervenção, pesquisa e ação, ciência 
e técnica, as quais jamais devem ser encaradas como dimen-
sões separadas.
Fig. 2 Articulação das dimensões
Fonte: Autora
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 7
Isso, nas palavras de Iamamotto (2001), é como ferir os 
princípios éticos fundamentais que norteiam a ação profissio-
nal, o que já era reiterado pela ABESS1 desde 1996:
É necessário atribuir maior importância às estratégias, tá-
ticas e técnicas instrumentalizadoras da ação em estreita 
articulação com os avanços obtidos no campo teórico-
-metodológico e da pesquisa. Isto porque a justificativa 
da escolha do instrumental, das metas visadas, assim 
como do conteúdo por eles veiculados, tanto depende 
dos resultados da análise da realidade como da inten-
cionalidade e direção social imprimidas pelos sujeitos 
profissionais (ABESS/CEDEPSS, 1996, p. 153)
Dessa forma, temos claro que toda ação humana está con-
dicionada ao momento histórico em que ela é desenvolvida, 
pois a realidade social é complexa, heterogênea e os impactos 
de qualquer intervenção dependem de fatores que são exter-
nos a quem quer que seja – inclusive aos assistentes sociais. 
Por isso, ao pensar no uso da instrumentalidade, como parte 
integrante das competências técnico-operativas, expressamos 
os objetivos que se querem alcançar, mas isso não significa 
que eles necessariamente serão alcançados. Segundo Iama-
moto (2001, p. 22):
Reconhecer as possibilidades e limitações históricas, da-
das pela própria realidade social, é fundamental para 
que o Serviço Social não adote, por um lado, uma pos-
tura fatalista (ou seja, acreditar que a realidade já está 
1 ABESS – Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social, atualmente, ABEPSS 
– Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. 
8 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
dada e não pode ser mudada), ou por outro lado, uma 
postura messiânica (achar que o Serviço Social é o “mes-
sias”, que é a profissão que vai transformar todas as re-
lações sociais). É importante ter essa compreensão para 
localizarmos o lugar ocupado pelos instrumentos de tra-
balho utilizados pelo Assistente Social em sua prática.
Também, é preciso ter claro que a definição dos instru-
mentos e técnicas de intervenção é um processo racional de 
intervenção, pois as mesmas não estão prontas e acabadas, 
necessitando constantemente da reflexão teórica e política so-
bre a construção das mesmas. Para tanto, primeiro, se define 
“para que fazer”, para depois se definir “como fazer”. Mais 
uma vez, podemos aqui identificar a estreita relação entre as 
competências teórico-metodológica, ético-política e técnico-
-operativa.
Figura 3 Círculo de Competências
Fonte: Autora
Assim sendo, os instrumentos e técnicas de intervenção não 
podem ser mais importantes que os objetivos da ação profis-
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 9
sional, pois compreendemos que o assistente social não deve 
ter apenas a habilidade técnica de manusear um instrumento 
de trabalho, mas também, ter consciência da dimensão e do 
porquê de ele está utilizando determinado instrumento. Essa é 
uma forma comprometida de romper com uma prática mecâ-
nica, repetitiva, burocrática, porque, afinal, mais que aplicar 
técnicas, o diferencial de um profissional é saber adaptar um 
determinado instrumento às necessidades que precisa no seu 
cotidiano.
No entanto, pensar em competência técnico-operativa não 
significa só pensar em instrumentos, técnicas, mas também 
atentar para um conjunto de fatores que as tornam altamente 
imprevisíveis e sujeitas a contínuas transformações. Segundo 
Toso (1998, p. 42), dentre esses fatores estariam:
Os tipos de demandas que requerem modalidades 
operativas flexíveis e personalizadas; a quantidade e a 
multidimensionalidade dos problemas sociais dos quais 
sempre emergem novas demandas e necessidades; a 
multiplicidade de contextos institucionais em interação 
com os seus constantes conflitos de competências e co-
ordenação; a incerteza em relação aos recursos devido 
à grande variação da disponibilidade dos recursos públi-
cos; e a complexidade das respostas somada à incerteza 
sobre seus efeitos, dado o grande número de variáveis 
intervenientes e da dificuldade em controlá-las.
Tendo em vista esses fatores, e muitos outros que poderão 
constituir a prática e que não conseguimos dimensionar, pode-
-se dizer que o processo interventivo não se constrói a priori, 
10 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
ao contrário, faz-se no seu próprio trajeto, e essa construção 
não depende só do Assistente Social, mas também dos outros 
sujeitos envolvidos, dentre eles, o espaço sócio-ocupacional 
no qual o profissional está inserido e os destinatários das ações 
nele desenvolvidas.
Dessa forma, as ações se revestem de inúmeras caracterís-
ticas que dificultam a sua própria apreensão e composição em 
termos de organização e produção do trabalho e do conheci-
mento. Assim, de acordo com Trindade (2001, p. 22):
Para efetivação de sua ação, os profissionais acionam um 
instrumental técnico-operativo que constitui um conjunto 
de instrumentos e técnicas diferente daquele utilizado na 
esfera da produção material, cuja base é a transformação 
de objetos materiais. Aqui vale destacar que não se trata 
de desconsiderar que o processo de produção material, 
visto que envolve a reprodução material e reprodução das 
formas de relação entre os homens. Dessa forma, reafir-
mamos a compreensão de que o processo de produção, 
voltado à satisfação das diversas necessidades humanas, 
envolve tanto as atividades diretamente vinculadas à pro-
dução de bens materiais, quanto aquelas voltadas à re-
gulação das relações sociais, ambas articuladas devido à 
diversificação e complexificação das necessidades sociais.
Sendo assim, ao considerarmos o processo de desenvolvi-
mento de instrumentos e técnicas utilizados em nossa interven-
ção prática, os instrumentos de trabalho se desenvolvem como 
meios materiais que possibilitam transformar o objeto, ou seja, 
sua aplicação requer o conhecimento das causas dos objetos 
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 11
a serem transformados. Entre os instrumentos e técnicas que 
são mais usuais no Serviço Social, destacam-se: a observação, 
a entrevista e a visita domiciliar.
Observação:
Figura 4 Observação
A observação é uma técnica na qual observar não é somen-
te olhar, mas ir além. É poder observar uma série de coisas, 
pessoas, ações, relações e buscar seu significado, seu sentido. 
Conforme Minayo (2004, p. 59), esse tipo de procedimento 
realiza-se através do contato direto do observador com o fenô-
meno observado para obter informações sobre a realidade dos 
atores sociais em seus próprios contextos.
Através de uma observação, tem-se mais condições de 
compreender características do cotidiano da comunidade/ fa-
mília/ instituição/ usuário que escolhe estudar ou intervir, des-
velando hábitos, costumes, atitudes, os quais podem carac-
terizar estratégias utilizadas pelos mesmos, dentro do espaço 
onde vivem. O uso da observação apresenta muitas vanta-
gens, entre elas destacam-se: chegar mais perto dos sujeitos; 
exigir menos do observador do que outras técnicas; permitir a 
12 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou 
de questionários; etc.
Entrevista:
Figura 5 entrevista
É uma técnica importante que permite o desenvolvimento 
de uma estreita relação entre as pessoas. É um modo de co-
municação no qual determinada informação é transmitida de 
uma pessoa à outra. (Rychardson, 1999, p. 207). O termo 
“entrevista” é construído a partir de duaspalavras, entre e 
vista. Vista refere-se ao ato de ver, ter preocupação de algo. 
Entre indica a relação de lugar no espaço que separa duas 
pessoas ou coisas. Portanto, o termo entrevista refere-se ao ato 
de perceber realizado entre duas pessoas.
Algumas instruções podem ajudar no processo de entrevis-
ta como: explicar o objetivo da entrevista; assegurar o anoni-
mato do entrevistado e o sigilo das respostas; solicitar a cola-
boração nas respostas, pois suas opiniões e experiências são 
importantes; etc.
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 13
Visita Domiciliar:
Figura 6 casa
A visita domiciliar no Serviço Social é compreendida como 
uma situação onde o Assistente Social instaura uma relação 
com o sujeito no seu ambiente familiar, onde ele tem a pos-
sibilidade de compreender a realidade no próprio ambiente 
do usuário. Esse tipo de visita oferece ao técnico um maior 
número de possibilidades por entrar verdadeiramente na vida 
do usuário como um observador participante. Assim, segundo 
Amaro (2002), a realidade está disponível para ser interpreta-
da e captada em suas verdades. É importante que o observa-
dor seja capaz de encontrar a verdade daquela realidade, não 
a verdade que acredita ou que quer ver.
Mas, como realizar uma boa visita domiciliar? Alguns au-
tores consideram que em uma visita domiciliar é preciso es-
tabelecer um diálogo aberto, sem jogo de perguntas e res-
postas, permitindo que haja uma relação de espontaneidade 
sem máscaras ou rótulos, sem medos. Lembrando sempre de 
avaliar quem solicitou a visita; o que ela pode colaborar para 
o usuário; avisar a visita e marcar data e horário; evitar visitas 
nos horários das refeições entre outros.
14 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Esses instrumentos são apenas alguns dentre tantos que 
compõem o acervo da instrumentalidade do serviço social, e 
estes possuem um caráter menos instrumental e mais proces-
sual, pois a aplicabilidade dos mesmos se constitui em atitu-
des, posturas que visam levar os sujeitos a produzirem novas 
atitudes atendendo a diferentes interesses sociais.
Referência comentada
IAMAMOTTO, Marilda Vilela. O serviço social na contempo-
raneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. São 
Paulo: Cortez, 2001.
Esta obra é considerada um verdadeiro legado para o Ser-
viço Social, pois incorpora temáticas e questões da agenda 
profissional contemporânea, dando ênfase ao debate sobre o 
processo de trabalho do assistente social que não pode deixar 
de acompanhar a própria evolução da história frente às inú-
meras transformações societárias.
Leitura obrigatória, independente dos espaços onde o as-
sistente social atue, pois demarca o cenário contraditório em 
que este profissional se insere, dando destaque à reflexão ins-
tigante que norteia nossa prática comprometida com a am-
pliação das conquistas democráticas da sociedade brasileira.
Autoestudo
I – Hoje se exige uma formação acadêmica intelectual e crítica, 
competente em sua área de desempenho, com capacidade 
de inserção propositiva no conjunto das relações sociais 
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 15
e no mercado de trabalho, além do compromisso com os 
valores e princípios norteadores do Código de Ética do As-
sistente Social. De acordo com o esquema abaixo, elabore 
uma situação que descreva a realidade social, identifique 
as demandas e construa a ação do profissional.
II – Complete as lacunas com a alternativa correta:
1. Conforme Minayo (2004), a observação é um tipo de pro-
cedimento que se realiza através do contato ________ 
do observador com o __________ observado para obter 
____________ sobre a ___________ dos atores sociais em 
seus próprios ___________.
a. ()parcial/ território/ interações/ rotina/ contextos;
b. ()indireto/ local/ informações/ dinâmica/ territórios;
c. ()direto/ fenômeno/ informações/ realidade/ contextos.
2. Segundo Rychardson (1999), a entrevista é uma _________ 
importante que permite o ________________ de uma 
16 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
estreita ___________ entre as pessoas. É um modo de 
____________ no qual determinada ___________ é trans-
mitida de uma pessoa à outra.
a. () técnica / entrosamento / interação / comunicação / 
informação;
b. () ação / aprofundamento / relação / informação / co-
municação;
c. () técnica / desenvolvimento / relação / comunicação / 
informação.
3. De acordo com Amaro (2002), ao realizar uma Visita Do-
miciliar, a realidade está disponível para ser interpretada e 
captada em suas verdades. Isso significa que:
a. () O observador deve ser capaz de encontrar a verdade 
daquela realidade, não a verdade que acredita ou que 
quer ver.
b. () O observador deve encontrar uma única verdade, in-
dependente de como ela se apresenta.
c. () O observador deve ser capaz de não fazer pré-julga-
mentos durante a visita domiciliar.
4. É imprescindível que durante a Visita Domiciliar ocorra:
a. () um dialogo amigável, afinal você foi visitar o usuário;
b. () um dialogo restrito, afinal você não conhece quem 
está visitando;
c. () um diálogo aberto, sem jogo de perguntas e respostas.
Capítulo 1 A Dimensão Técnico-Operativa nos Processos de Trabalho 17
5. Entre as instruções que podem ajudar no processo de entre-
vista destaca-se:
a. () não dar muitas informações sobre o motivo da entrevis-
ta, pois isso pode atrapalhar a intervenção;
b. () explicar o objetivo da entrevista; assegurar o anonima-
to do entrevistado e o sigilo das respostas;
c. () explicar o motivo da entrevista, sem a garantia do sigi-
lo às respostas, pois você deverá usá-las na intervenção 
profissional.
GABARITO
1. c
2. c
3. a
4. c
5. b
Referências
AMARO, Sarita. A visita domiciliar. Porto Alegre: AGE, 2002.
BENJAMIM, Alfred. A entrevista de ajuda. São Paulo: Martins 
Fontes, 1994;
18 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
IAMAMOTTO, Marilda Vilela. O serviço Social na contempo-
raneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. São 
Paulo: Cortez, 2001;
MINAYO, Maria Cecilia de Souza (org). Pesquisa Social: teoria, 
método e criatividade. 23.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994
RICHARDSON, Roberto Jarry. A Pesquisa Social: métodos e 
técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
TOSO, L. Intenzionalità e limite: due dimensione di un per-
corso. Animazione Sociale, Milano, Gruppo Abelle, n. 28, 
1998.
TRINDADE, Rosa Lucia. Desvendando as determinações sócio-
-historicas do instrumental técnico-operativo do serviço so-
cial na articulação entre demandas sociais e projetos pro-
fissionais. Temporalis n 04. Brasília: ABEPSS, 2001.
Análise de Conjuntura
Kelines Gomes
Capítulo 2
20 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Este capitulo diz respeito ao processo de embasamento para a realização de uma análise de conjuntura, uma vez que se 
trata de um precioso instrumento de leitura de realidade no 
desenvolvimento da formação e prática do Assistente Social. 
Saber fazer a análise dos fatos e acontecimentos postos no dia 
a dia do profissional oportuniza uma prática que vai realmente 
ao encontro das necessidades e demandas sociais.
2.1 Pressupostos básicos de análise de 
conjuntura
A sociedade brasileira vivencia uma grande mobilidade em 
todas suas esferas, sejam elas políticas, econômicas, cultu-
rais, sociais. Segundo Castells (1999), uma revolução tec-
nológica concentrada nas tecnologias de informação está 
remodelando a base material da sociedade em ritmo ace-
lerado, isto tem transformado o cenário da vida humana. 
Sendo assim, não basta ficarmos informados com base na 
mídia escrita e falada, temos que saber fazer uma leitura da 
realidade que nos circunda. Para isso, é necessário termos 
alguns elementosque possam ajudar na identificação des-
sa realidade, no entanto, é necessário fazer uma análise de 
conjuntura. Souza (2008, p. 7) salienta que a todo momen-
to fazemos análise de conjuntura, sabendo ou não. Isso faz 
parte de nosso dia a dia, quando decidimos sair de casa, sair 
de um emprego, casar e etc.
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 21
Fig. 1 Ações cotidianas
As situações que vivenciamos no cotidiano e sobre as quais 
temos que tomar decisões são baseadas em uma avaliação da 
situação vista sob a ótica de nossos interesses ou necessidades 
(Souza, 2008, p. 7). Para isso devemos levar em conta:
Fig. 2 ciclo de análise
Fonte: Autora
22 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
O ciclo acima demarca um conjunto de conhecimentos, 
informações e avaliações que são importantes e nos possibili-
tam a tomada de decisões (Souza, 2008). Assim a análise de 
conjuntura não é algo estranho à nossa rotina diária, apenas 
não a fazemos de forma consciente a todo instante. Porém está 
vinculada a conhecimentos e descobertas e está sempre rela-
cionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos 
acontecimentos. A análise de conjuntura para Souza (1999, 
p. 8) é não somente parte da arte da política, como é em si 
mesma um ato político.
A análise de conjuntura foi muito utilizada no final da dé-
cada de 70 e de 80, apontada como fase de reestruturação 
dos movimentos sociais no final da ditadura militar. Diversas 
organizações não governamentais desenvolveram esse tipo de 
atividade, sendo que o
IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Socioeconômicas) de-
senvolveu um método de fazer análise, a partir de seu funda-
dor, o sociólogo e cientista político Herbert José de Souza, o 
Betinho, que resultou no livro “Como fazer análise de conjun-
tura”, editado pela editora Vozes, do qual nos utilizamos para 
a composição deste capitulo.
A análise de conjuntura é um instrumental estratégico que 
organiza os movimentos, pois articula o campo teórico e a 
ação política. Define-se como “busca de possibilidades para 
ação”. Nesse sentido, ela só tem validade quando realizada 
pelos próprios atores dos movimentos sociais. Assim, um con-
sultor poderá trazer elementos ricos para o debate, mas nunca 
substitui a análise dos atores que estão envolvidos nos movi-
mentos e instituições.
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 23
Para Alves:
A análise de conjuntura quer dizer análise de conjunto. 
É a análise das partes que formam um todo complexo. A 
estrutura por sua vez é a interligação do conjunto forma-
do pela reunião das partes ou elementos de uma deter-
minada ordem ou organização (2008, p. 2)
Para entender melhor a diferença entre conjuntura e estru-
tura, partimos para o que Alves chama de perspectiva tempo-
ral de análise, ao abordar que a conjuntura está relacionada 
a curtos ciclos voltados a economia e a política, enquanto que 
a estrutura dá conta de ciclos mais longos. O autor comple-
menta que uma mudança estrutural requer varias mudanças 
conjunturais, porém as transformações radicais da conjuntura 
só coincidem com as transformações radicais da estrutura nos 
momentos revolucionários.
Pode-se situar uma conjuntura em algumas escalas: indo 
da escala do poder local ao nível regional,nacional e mes-
mo mundial. Esta escala de análise deve ser definida, pois 
quanto maior a escala de tempo escolhida, por exemplo, 
um mês, uma semana, ou um ano, maior a dificuldade de 
análise dos fatos e acontecimentos. O mesmo critério vale 
para escala de espaço que pode ser local, estadual, nacio-
nal e mundial.
2.2 Categorias para análise
As categorias para trabalhar a análise de conjuntura são:
24 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Fig. 3 Categorias para análise
Fonte: Autora
Cada categoria merece uma atenção especial e deve ser 
vista separadamente para melhor compreensão. Essas catego-
rias foram utilizadas por Marx no estudo da Revolução France-
sa “18 Brumários”:
a) Acontecimentos: em primeiro lugar, devemos diferen-
ciar fatos de acontecimentos. Fatos fazem parte da 
nossa sociedade, porém se tornam acontecimentos 
quando adquirem algum sentido especial para um 
país, uma pessoa. Na análise de conjuntura, é impor-
tante ter clara essa distinção e principalmente distin-
guir os acontecimentos por sua importância, mas isso 
dependerá de quem estiver analisando, pois peso e 
importância dependem da ótica de quem analisa. 
Essa identificação é fundamental para se caracterizar 
e analisar uma conjuntura.
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 25
b) Cenários: as ações da trama social são desenvolvidas 
em espaços que podem ser chamados de cenários. E 
esses cenários são palco de muitas lutas e conquistas 
sociais. Daí a importância de se identificar os cenários 
e os contextos em que se desenvolvem as lutas e suas 
particularidades.
c) Atores: o ator é aquele que representa, que encara um 
determinado papel dentro de uma trama de relações. 
Os atores não estão limitados a pessoas ou grupos 
sociais, as instituições também são atores sociais.
d) Relação de forças: os atores sociais estão em relação 
uns com os outros. Essas relações podem ser de con-
fronto, de coexistência e estarão sempre revelando 
uma relação de forças, de domínio, igualdade ou de 
subordinação. Encontrar formas de verificação dessa 
relação é decisivo para a análise de conjuntura. Isso 
não se estabelece por um processo imutável.
e) Articulação entre estrutura e conjuntura: os aconteci-
mentos ocorrem a partir de situações desenvolvidas 
pelos atores sociais, definindo uma conjuntura, e in-
teragem com as relações sociais, econômicas e políti-
cas desenvolvidas em um determinado processo mais 
longo. Isso é chamado de articulação de conjuntura e 
estrutura. Para isso, é necessário perceber o conjunto 
de forças e problemas existentes por trás dos proble-
mas. Também é necessário ver o sinal de saída para o 
novo.
26 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
2.3 Organização da análise de conjuntura
Para a realização de uma análise de conjuntura é necessário 
considerar, além das categorias que subsidiarão essa prática, 
outros elementos que deverão fazer parte, pois auxiliam na 
leitura de realidade e na análise do contexto. Elas são:
a) Marco teórico ou campo do conhecimento
Esse aspecto diz respeito a um campo de conhecimento, à 
teoria sobre a sociedade, a história etc. Para muitos é o instru-
mental de análise marxista, para outros diz respeito ao para-
digma de complexidade. O marco teórico é muito importante 
para o processo, pois dependendo da teoria que embasa mi-
nha analise é que vou fazer a análise do contexto apresentado.
Para podermos ter subsidio para a análise, precisamos co-
nhecer:
 Â A formação social, cultural e político-econômica do Brasil.
 Â A história de luta dos movimentos sociais.
Cabe pontuar que não devemos cair no engessamento dos 
pensadores e das teorias. Cada realidade tem sua particulari-
dade e toda práxis tem que captar essa particularidade, evitan-
do assim reproduções de modelos estéreis.
Há três momentos em uma análise de conjuntura:
1. descrição
2. análise
3. síntese
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 27
b) Informação
Esse aspecto também é central, pois dependemos do tipo 
de informações sobre vários campos da realidade para poder-
mos alicerçar a análise. Nesse sentido, é importante ter fontes 
de informação sobre pessoas, dados, fatos e acontecimentos, 
sempre estar atento ao movimento realizado nos diversos con-
textos.
c) Definição de escala de tempo e espaço na análise
É importante termos uma base de definição para a realiza-
ção da análise de conjuntura que pode ser um semestre, um 
mês, um ano. Porém a escala de tempo e o espaço em que se 
processa a análise nos auxiliam a perceber o contexto: quantomaiores as escalas de tempo e espaço mais complexa torna-se 
a análise.
d) Totalidade
Toda análise implica ver o contexto de forma global, multi-
dimensional (econômica, social, política, religiosa) e processu-
al, pois através desses pontos de vista vai nos apontando como 
são estabelecidas as forças que se organizam nos contextos 
aos quais iremos analisar.
A análise de conjuntura deve levar em conta as articula-
ções e dimensões locais, regionais, nacionais e internacionais 
dos fenômenos, dos acontecimentos, dos atores e das forças 
sociais que estão imbricadas nos contextos que estamos ana-
lisando (Souza, 2008, p. 16). Também cabe pontuar que isso 
tudo depende de cada situação, relação ou posição inserida 
em contextos mais amplos ou mais permanentes.
28 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Segundo Souza, a análise de conjuntura de modo geral é 
uma análise interessada em produzir um tipo de intervenção 
política; é um elemento fundamental na organização da polí-
tica, na definição das estratégias e táticas das diversas forças 
sociais em luta (2008, p. 17). Nesse sentido devemos levar em 
conta em toda análise a imprevisibilidade em relação à ação 
política: sua existência, seus efeitos e suas causas, conforme 
salienta o autor acima.
Outra questão importante a ser ponderada e que vem sen-
do pontuada por Souza (2008) são as categorias estratégia e 
tática, instrumentos úteis para perceber a ação dos diferentes 
atores sociais envolvidos nesse processo. Para Faleiros (1997, 
p. 81), as estratégias e táticas não são o resultado de uma 
opção, não se fazem guerras conforme a vontade de cada um. 
As guerras são resultado de forças em presença, de recursos 
disponíveis e mobilizáveis e de interesses e objetivos a atingir 
em um determinado tempo. A estratégia se refere a objetivos a 
atingir em um período mais longo, enquanto a tática se refere 
a objetivos particulares em período mais curto, mas está sem-
pre vinculada à estratégia.
2.4 Roteiro para analise de conjuntura
a) Coleta de dados
 Â Atenção aos fatos, noticias e acontecimentos.
 Â Anotação dos dados e informações.
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 29
 Â Organização das informações.
b) Acontecimentos
 Â Após a coleta dos dados, separar o que é fato e o que 
é acontecimento.
 Â Hierarquizar os acontecimentos mais importantes.
 Â Identificar o sentido dos acontecimentos.
 Â Verificar o efeito dos acontecimentos.
 Â Considerar que os acontecimentos apontam mudanças.
c) Atores
 Â Listar os atores envolvidos.
 Â Realizar sua classificação:
- indivíduos
- instituições
- grupos
- classes sociais
d) Cenários
 Â Cenários abertos – ruas, espaços públicos e populares etc.
 Â Cenário fechado – gabinetes, câmara congresso etc.
 Â Cenário subordinado – a lógica dos movimentos popu-
lares, oposição.
 Â Cenário dominante – a lógica do poder.
30 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
e) Clima
 Â Em que clima se desenvolvem as relações:
- tenso
- conflituoso
- tranquilo
- empolgação
- subordinação
- partilha
f) Relações de força
 Â Poder de influência dos atores.
 Â Relações estabelecidas pelos atores:
- aliança
- conflito
- outros
 Â Identificação da articulação entre os atores – estabeleci-
mento de aliança (quem com quem).
g) Projeção de tendências
A projeção de tendências é o objetivo da análise institucio-
nal, mas para isso é importante estar alicerçado em uma boa 
análise do contexto e das forças em presença da realidade 
social estudada. Assim duas perguntas são necessárias:
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 31
 Â Há possibilidade de mudanças?
 Â Há perspectivas de cada ator diante das mudanças?
Para o desenvolvimento de uma boa análise de conjuntura 
é importante levar em consideração:
- uma boa análise;
- não misturar nossos desejos com a realidade dos fatos;
- ver os diversos aspectos da realidade, a multidimensiona-
lidade dos fenômenos sociais;
- perceber os diferentes contextos (econômico, político, so-
cial, cultural);
- levar em conta as ideologias que circundam os aconte-
cimentos, as relações globalizadas, no contexto interna-
cional;
- perceber o aparato jurídico e repressivo em que se esta-
belecem os parâmetros dos contextos sociais.
Referência Comentada
SOUZA, Herbert José de. Como se faz análise de conjuntura. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
Nesta obra Betinho nos apresenta subsídios para a realiza-
ção de uma análise de conjuntura, apontando seus passos e 
fundamentando a importância de estarmos embasados para 
olhar a realidade a partir de seus fatos e compreender como 
estes viram acontecimentos, denotando a relevância de estar-
32 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
mos atentos para os movimentos sociais, sua organização e 
cenários que compõem esse processo. Evidencia a década de 
80 como um marco importante na análise de conjuntura por 
ter sido muito utilizada pelos movimentos sociais que estavam 
se reestruturando no final da ditadura militar.
Autoestudo
I. Procure realizar uma análise de conjuntura levando em con-
ta o roteiro apresentado. Utilize cada passo para a reali-
zação da análise e anote em um caderninho todo o seu 
desenvolvimento. A seguir, debata com colegas em sala 
de aula como foi à realização desse exercício e quais suas 
contribuições para a construção do conhecimento da rea-
lidade.
II. Assinale “C” para as respostas certas e “E” para aquelas que 
estiverem erradas.
1. () As situações que vivenciamos no cotidiano e sobre 
as quais temos que tomar decisões são baseadas em 
uma avaliação da situação vista sob a ótica de nossos 
interesses ou necessidades.
2. () A análise de conjuntura foi muito utilizada no final 
da década de 70 e de 80, apontada como fase de 
reestruturação dos movimentos sociais no final da di-
tadura militar.
3. () A análise de conjuntura não é um instrumental es-
tratégico que organiza os movimentos, pois articula o 
campo teórico e a ação política.
Capítulo 2 Análise de Conjuntura 33
4. () Alves (2008) salienta uma mudança estrutural que 
não requer várias mudanças conjunturais, porém as 
transformações radicais da conjuntura só coincidem 
com as transformações radicais da estrutura nos mo-
mentos revolucionários
5. () Souza (2008) refere que as categorias estratégia e 
tática são instrumentos úteis para perceber a ação dos 
diferentes atores sociais envolvidos nesse processo.
6. () Para podermos ter subsídio para a análise, precisa-
mos conhecer a formação social, cultural e político-
-econômica do Brasil e a história de luta dos movi-
mentos sociais.
7. () A Informação é um aspecto central, pois depende-
mos do tipo de informações sobre vários campos da 
realidade para podermos alicerçar a análise.
GABARITO: 1. C – 2. C – 3. E – 4. E – 5. C – 6. C – 7. C
Referências
ALVES, José Eustáquio Diniz. Análise de conjuntura: teoria e 
método. Rio de Janeiro: UFRJ 2008.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informa-
ção: economia, sociedade e cultura. v. 1 São Paulo: Paz e 
Terra, 1999.
FALEIROS, Vicente de Paula. Saber profissional e poder institu-
cional. São Paulo: Cortez, 1997.
34 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
GENNARI, Emilio. Dicas para uma análise de conjuntura. 
2008 Disponível em: http://www.sindutemg.org.br/docs/
educqtqq/roteiroanaconj. Consultado em 10/01/2010.
SOARES, Laura Tavares. A charanga do ajuste fiscal e da fo-
calização do gasto social. Caderno Especial, n16 – Análise 
de Conjuntura. Rio de Janeiro: ADUFRJ, 2005.
SOUZA, Herbert José de. Como se faz análise de conjuntura. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
Site
www.sindutemg.org.br/docs/educqtqq/roteiroanaconj
WWW.outrobrasil.net
Análise Organizacional1
1 AssistenteSocial, Especialista na Administração e Planejamento de projetos e Res-
ponsabilidade Social e Sustenbalidade. Captadora de Recursos junto a Prefeitura 
Municipal de Novo Hamburgo. Docente do Curso de Serviço Social da Universida-
de Luterana do Brasil -Ulbra.
Capítulo 3
Rúbia Geane Goetz1
36 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
A partir do estudo da análise de conjuntura, partiremos para a análise organizacional, um importante instrumento utili-
zado na prática do assistente social. Conhecer a organização 
onde estamos inserimos, decifrar seus fluxos, normas, regras, 
relações entre outros fatores é requisito para o planejamento 
do processo de trabalho a ser realizado. Realizaremos inicial-
mente uma breve contextualização sobre as peculiaridades da 
análise organizacional, contemplando especialmente os ele-
mentos que a diferenciam da institucional.
3.1 Instituição e organização: 
peculiaridades importantes.
Embora no cotidiano, seja comum o uso das duas categoriais 
como referência a um estabelecimento social, ambas possuem 
diferenças que necessariamente precisam ser reconhecidas pe-
los profissionais de serviço social no desenvolvimento de seu 
processo de trabalho.
Capítulo 3 Análise Organizacional 37
Instituição(ões) Organização(ões)
 É tudo aquilo (conceitos, regras, 
normas, leis, costumes, etc) que 
fundamenta a organização 
da vida em sociedade.
 “São entidades abstratas, por 
mais que possam estar registra-
das em escritos ou conservadas 
em tradições” (BAREMBLITT, 
2002, 27)
 Apresentam-se por áreas, por 
exemplo: saúde, educação, 
assistência social entre outras.
 São imateriais e inacessíveis 
diretamente.
 Uma instituição (assistência 
social) pode compreender 
várias organizações (ministérios, 
secretarias,departamentos).
• È a materialização, a expressão 
concreta das instituições na reali-
dade social.
• São as formas materiais de 
grandes ou pequenos conjun-
tos de opções (regras, normas, 
princípios, valores, etc) que as 
instituições distribuem, enunciam 
e definem.
• Uma organização compreende 
unidades menores, os estabele-
cimentos.
• Estabelecimentos são unidades 
locais de materialização de uma 
organização. Exemplo: Centros 
de Referência da Assistência So-
cial, Serviços de Fortalecimento 
de Vínculos, Serviços de Acolhi-
mento Institucional. Aqui ainda 
serão considerados os equipa-
mentos materiais e estratégicos, 
os agentes e as práticas.
Dessa forma é importante compreender, que “as instituições 
não teriam vida, não teriam realidade social senão através das 
organizações. Mas as organizações não teriam sentido, não 
teriam objetivo, não teriam direção se não estivessem informa-
das como estão, pelas instituições” (BAREMBLITT, 2002, 27) 
apud Scheunemann,2014.
38 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Na análise institucional o foco está nos conceitos, regras, nor-
mas, leis, costumes, etc que fundamentam a organização. Em 
sendo a organização a expressão material e concreta da ins-
tituição, na análise organizacional, o foco está na forma, no 
processo, na matéria e no significado das relações, grupos, ins-
tâncias e elementos que compõem uma organização ou estabe-
lecimento (Scheunemann,2014).
Com base nestes aspectos, trataremos neste capítulo da 
análise organizacional, destacando suas particularidades e 
apresentando passos metodológicos importantes implicados 
na sua realização.
Fig.1 Processo de Conhecimento
As instituições compreendem um sistema complexo de re-
lações interpessoais e estruturais, que apresenta determinantes 
explícitos expressos na documentação, nas regras e normas, 
no fluxo do processo de trabalho e no organograma orga-
nizacional, e determinantes implícitos – que se expressam na 
comunicação, nas disputas internas de poder que determinam 
as forças impulsoras (aquelas alinhadas com os interesses da 
Capítulo 3 Análise Organizacional 39
instituição) e as forças restritivas (as que influenciam negativa-
mente para o alcance dos interesses da instituição). Realizar o 
processo de conhecimento destes fatores é muito importante, 
tanto na construção do agir do assistente social, quanto dos 
demais profissionais vinculados a organização.
Contudo, o processo de conhecimento da realidade da 
organização não se esgota na identificação do processo, da 
matéria e do significado das relações, grupos, instâncias e ele-
mentos que compõem, exigindo o reconhecimento de outros 
aspectos do cotidiano e da dinâmica organizacional. Nesse 
sentido, as contribuições de Barenblitt (1996), no âmbito das 
relações de poder e saber, são ferramentas que nos permitem 
avançar na compreensão da realidade organizacional.
Assim, uma organização é conjunto de pessoas com re-
cursos, objetivos definidos, normas e ordem hierárquica es-
tabelecidas, para a satisfação de necessidades, a produção 
ou venda de bens ou serviços, a transmissão de cultura, a ge-
ração de trabalho, a criação, a conservação e transmissão 
de conhecimentos, para a conquista e defesa de direitos, etc 
(Scheunemann,2014).
Segundo Faleiros (1997, p. 46) se o instituinte pode se 
transformar em instituído, pela regulação da relação de 
forças e de hegemonia, também o instituído pode se 
transformar em instituinte, em uma correlação de novos 
blocos históricos de poder refletindo, na conjuntura, a 
dinâmica estrutural e recolocando as relações sujeitos/
estrutura.
40 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Instituínte Instituído
 Práticas e/ou movimentos in-
ternos e externos que mobilizam 
e pressionam a organização para 
mudanças.
 Movimento de romper com o 
instituído, através da produção de 
uma nova ordem, de uma nova 
utopia; do surgimento e/ou con-
solidação de movimentos, grupos 
ou sujeitos que questionam as prá-
ticas instituídas.
 É um processo produtivo-dese-
jante, de característica dinâmica.
 São os elementos da realidade 
que estão postos: regras, normas.
 Também considerado o instituí-
do é o resultado do processo pro-
dutivo-desejante.
 Tem característica estática e es-
tável.
Sobre estes aspectos é importante dizer que não significa 
que o instituinte seja bom e o instituído seja ruim, ainda que 
por suas particularidades o instituído tenha uma disposição a 
não mudar e o instituinte surge como uma atividade inventiva 
e de constante transformação. Dessa forma, não teria sentido 
este fluxo de forças se o instituinte não se materializasse no 
instituído e por outro lado, o instituído não estivesse perma-
nentemente aberto a força do instituinte.
Não há nada que seja mais temido e mais odiado pelo siste-
ma social, porque os movimentos instituintes têm esse intuito: 
que os coletivos presidam a definição de problema,a oferta de 
soluções, a colocação dos limites do que é possível e do que é 
impossível,o que normalmente é feito pelas instituições, organi-
zações e saberes dominantes. Baremblitt (1996)
Capítulo 3 Análise Organizacional 41
Nas organizações se realizam um conjunto de práticas e de 
articulação das relações sociais que se legitimam em nome de 
um determinado objeto socialmente reconhecido pela mesma. 
Esse objeto aponta inúmeras demandas, ou seja, necessida-
des sociais produzidas a partir das condições historicamen-
te delimitadas. Como exemplos de demandas institucionais 
destacam-se: ações na área da saúde do trabalhador; de 
preparação para geração de trabalho e renda; de formação 
em tecnologias etc. O assistente social atua na perspectiva de 
reconhecer não só as demandas da organização, mas, sobre-
tudo, as demandas trazidas pelos usuários atendidos por ela. 
Articular as demandas organizações as demandas dos usuá-
rios é um grande desafio da profissão, pois nem sempre estas 
demandas tem coerência.
Além das demandas,também encontramos nas organiza-
ções as ofertas, que são produzidas pelos agentes institucio-
nais que direcionam o que “acham” importante para a popu-
lação-alvo. Ao inverso disso, nas instituições que incentivam a 
participação democrática de seus usuários, as ofertas acabam 
se aproximando mais das demandas sociais concretas, como, 
por exemplo, quando um projeto social é criado na instituição 
a partir das demandas dos usuários, ou seja, um grupo de 
adolescente solicita oficinas de hip hop como uma forma de 
desenvolver a cultura local e a inclusão social.
Entre as características comuns nas instituições/organiza-
ções podemos citar que a grande maioria sofre determinações 
externas do Estado e da sociedade, apesar de possuírem de-
terminações internas próprias, particulares, que são produzi-
das historicamente. As organizações também se configuram 
42 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
por serem um lugar de conflitos e contradições, ou seja, a 
instituição/organização não é apenas um lugar de realização 
racional de uma função social, a funcionalidade convive com 
outros aspectos não racionais que são contraditórios e gera-
dores de conflitos.
Entre esses aspectos irracionais estão os atravessamentos 
que a própria instituição/organização impõe a fim de manter 
a função de preservar a reprodução do sistema instituído. Aqui 
se incluem práticas e mecanismos utilizados para mediar os 
conflitos organizacionais, isto é, a forma de enfrentamento da 
organização para tudo aquilo que “desorganiza” sua rotina, 
ou lhe gera algum tipo de ameaça à manutenção da ordem 
estabelecida pela mesma.
Outra característica importante nas instituições/organiza-
ções é a forma como se estabelece a comunicação institucio-
nal que diz respeito a como são comunicadas as determina-
ções, os resultados, os objetivos (demandas e ofertas) para 
o âmbito interno e externo da instituição. Compreende a co-
municação aquilo que é “oficial” (pronunciamento de chefias; 
propaganda/divulgação para a sociedade; comunicados in-
ternos) e também o que é “informal” (fofocas; articulações; 
boatos; enfrentamentos).
A comunicação institucional pode se efetivar de duas for-
mas: uma forma pode ser resultado de processos autoritários 
– verticalizados, ou seja, decisão de chefias, diretorias, poder 
público – sem a participação dos trabalhadores e usuários da 
mesma. Outra forma se dá através de processos participativos, 
que se realizam incluindo trabalhadores e população, alvos 
nas decisões da instituição.
Capítulo 3 Análise Organizacional 43
3.2 A análise organizacional
Basicamente há dois grandes grupos de organizações: as or-
ganizações da sociedade civil (agrupamentos de cidadãos 
como igrejas, partidos políticos, ONGs, sindicatos, clubes, es-
colas, associações em geral etc.) e as organizações estatais 
(do âmbito do Estado, para desenvolver algum tipo de política, 
programa ou projeto social dirigido pelo governo e financiado 
com recursos públicos).
Diante disso, para realizar uma análise organizacional, é 
preciso situar a organização em um contexto mais amplo, cha-
mado macro – identificando quais as relações existentes com 
as demais instituições e com a sociedade que essa instituição 
apresenta. Também é preciso um constante processo de au-
toanálise, pois, muitas vezes, ficamos “viciados” perante a vi-
são institucional que adquirimos em um primeiro momento, o 
que reitera a necessidade de uma problematização constante 
dos entraves identificados, sem perder de vista o imperativo de 
ações concretas para enfrentá-los.
Sendo assim, de acordo com Baremblitt, (1996, p. 297), 
análise institucional é “o estudo das relações sociais com ên-
fase na instituição, lugar este de contradições e de conflito, a 
partir das determinações internas, visando assim suas transfor-
mações”.
A análise organizacional é uma ferramenta, um instrumen-
to utilizado que nos possibilita conhecer a realidade em que 
estamos trabalhando, a organização e o funcionamento das 
relações sociais, das relações de poder existentes na institui-
44 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
ção. É uma leitura da organização que nos possibilitará um 
melhor entendimento da mesma e possível transformação na-
quele espaço.
No que se refere aos aspectos metodológicos, existem ele-
mentos comuns que não podem deixar de estar contemplados 
na análise, como:
• Exista a interdisciplinaridade.
• Não existe neutralidade na análise nem na transfor-
mação da realidade.
• Existe uma permanente crítica ao movimento da 
análise.
• As relações sociais são articuladas, complexas, de 
causas múltiplas.
Assim, teremos elementos permanentes de interconexão da 
análise Organizacional:
Entre as finalidades da análise organizacional estão:
Capítulo 3 Análise Organizacional 45
• Conhecer a realidade da instituição, fazer um Raio-X da orga-
nização, a fim de ter um rumo na intervenção.
• Subsidiar o planejamento da ação identificando as necessida-
des da Organização e dos usuários.
• Identificar possibilidades e limites da ação.
• Atuar com menor margem de erro.
• Estabelecer prioridades e criar estratégias para a ação profis-
sional.
• Identificar a política organizacional, a demanda atendida, os 
recursos existentes.
• Traçar linhas de trabalho.
• Possibilitar a implementação de programas, projetos, que es-
tejam adequados com a realidade organizacional.
Em seguida apresentaremos um roteiro de análise organi-
zacional destacando uma amostra dos principais elementos a 
serem destacados, contudo, outros aspectos relativos a organi-
zação podem se fazer presentes para subsidiar o planejamento 
das ações dos profissionais, especialmente do assistente social.
3.3 Roteiro de análise organizacional:
1 IDENTIFICAÇÃO DO ESPAÇO INSTITUCIONAL
1.1 Nome da Instituição:
1.2 Endereço Completo:
46 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
1.3 Contato telefônico e e-mail:
1.4 Responsável:
1.5 Missão:
1.6 Visão:
2 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Descrever brevemente o tipo de atendimento oferecido na ins-
tituição, caracterizando sua razão de existir. Procure responder 
“o que é” e “para que existe” essa instituição.
Descrever e explicar a natureza da instituição (Instituição 
Pública, Instituição Privada ou Organização do Terceiro Setor 
– não governamental).
3 BREVE HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
Desenvolver um texto referindo os elementos do contexto so-
cial que influenciou a criação da instituição (motivação da ori-
gem); principais mudanças ocorridas ao longo da história da 
instituição que repercutem no atendimento atual e na forma de 
organização instituicional. No que tange a atualidade, busque 
destacar se a instituição possui um Planejamento Instituicional 
formalizado em um documento, como, por exemplo: estatuto, 
legislação, contrato social.
4 OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO
Mencionar quais são os objetivos da instituição de acordo 
com a pesquisa nos documentos e no contato com os pro-
Capítulo 3 Análise Organizacional 47
fissionais desse campo de estágio, bem como destacar se 
houveram mudanças ao longo do tempo. Destaque se os ob-
jetivos estão formalizados em algum documento (conforme o 
item anterior) ou se são informais. Apresentar uma reflexão 
sobre a adequação destes objetivos, analisando criticamente 
o alcance deles.
Nesta reflexão é importante apresentar uma análise crí-
tica sobre tais objetivos, destacando a relação destes com 
a demanda atendida, o foco do trabalho desenvolvido pela 
instituição, a viabilidade de atingi-los a partir dos recursos 
disponíveis.
5 POLÍTICA(S) SOCIAL(S) QUE ESSE CAMPO DE 
ESTÁGIO SE RELACIONA
Destacar qual ou quais as políticas que se destacam no cam-
po de estágio, bem como a relação dessa para a garantia de 
direitos dos usuários,tais como: políticas no âmbito da saúde, 
educação, assistência social, habitação, entre outras.
6 PÚBLICO-ALVO ATENDIDO
Descrever as características do público atendido no campo de 
estágio, por exemplo: idade, sexo, escolaridade, número de 
membros que compõem a família, fonte de renda, quais os 
serviços que o usuário acessa, entre outros. Identificar as ex-
pressões da questão social que estão relacionadas ao público-
-alvo (exemplo: crianças em situação de rua).
48 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
7 PROGRAMAS E PROJETOS QUE DESENVOLVE:
Apresentar as ações que são desenvolvidas na instituição e 
a média de atendimento em cada uma dessas. Apresente os 
programas e projetos desenvolvidos na instituição, e uma re-
flexão crítica sobre estes, que aponte como estes projetos são 
elaborados nestes espaços para a garantia dos direitos dos 
usuários. Além disso, procure demonstrar a relação entre estes 
programas e projetos com as políticas sociais identificadas no 
item 5 desta análise.
8 ATRAVESSAMENTOS, DIFICULDADES E 
POTENCIALIDADES
Descrever por meio de um texto crítico e reflexivo os fatores 
que incidem na insituição como atravessamentos/dificultado-
res, facilitadores/possibilidades do contexto institucional (de-
senvolvimento do trabalho, dos planos, programas e projetos 
e relações interprofissionais), identificados na organização.
9 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO
Delinear uma retrospectiva sobre a trajetória do Serviço Social 
na instituição. Apontar o contexto do surgimento do Serviço 
Social na instituição; mudanças ocorridas no trabalho do as-
sistente social ao longo do tempo; constituição da profissão 
(número de assistentes sociais, formas de contratação, carga 
horária, recursos materiais e estruturais).
Destaque o papel do assistente social na instituição (qual 
a função da profissão dentro da instituição?). Descreva sobre 
Capítulo 3 Análise Organizacional 49
participação e reconhecimento do assistente social na insti-
tuição a partir da sua análise, identificando a imagem que o 
profissional possui neste espaço sócio-ocuapcional.
10 PLANEJAMENTO DO TRABALHO
Relatar as estratégias utilizadas pelo assistente social para pla-
nejar e realizar o seu trabalho (reunião de equipes, planeja-
mento das atividades desenvolvidas)
11 DEMANDAS PARA O SERVIÇO SOCIAL
Expor quais as principais demandas no campo de estágio que 
competem ao assistente social, contextualizando os limites, 
avanços e retrocessos. Neste item você deve contemplar as 
demandas em duas dimensões: demandas institucionais (que 
são exigidas pela instituição para serviço social) e demandas 
da população usuária (solicitadas pelos usuários para o pro-
fissional).
12 ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL 
ASSISTENTE SOCIAL
Destacar as atividades pertinentes ao trabalho do assistente 
social. Analise o que faz o assistente social na instituição (con-
textualize os instrumentos e a intenção que há na articulação 
destes instrumentos). Descrever detalhadamente a rotina pro-
fissional, deixando clara as atividades desenvolvidas.
50 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
13 LIMITES E POSSIBILIDADES (anseios 
profissionais).
Referir os limites e possibilidades observados, a partir da sua 
análise, no trabalho desenvolvido pelo assistente social na ins-
tituição. Identificar os atravessamentos que dificultam a execu-
ção do trabalho do assistente social, bem como as carac-
terísticas positivas que facilitam o desenvolvimento do mesmo.
14 RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR/
MULTIDISCIPLINAR
Expor como se dá a relação de trabalho entre o assistente 
social e os demais profissionais que compõem a equipe na 
instituição. Procure analisar aspectos teóricos (divergências e 
congruências), relação técnica (no próprio atendimento) e éti-
cos, buscando compreender como os diferentes profissionais 
interagem no atendimento direto ao usuário, bem como na 
gestão do serviço.
Referência comentada
FALEIROS, Vicente de Paula. Saber profissional e poder institu-
cional. São Paulo: Cortez,1997.
Faleiros apresenta nesta obra a relação existente entre o 
saber profissional e o poder político existente nas instituições. 
Pontua que o saber profissional e o poder institucional são 
formas históricas da relação entre classe e forças sociais, além 
da relação entre Sociedade e Estado. O saber é uma forma de 
enfrentar desafios da natureza como de confrontar ou estimu-
Capítulo 3 Análise Organizacional 51
lar conflitos, de justificar ou criticar aquilo que é imposto pela 
ordem social, de articular a transformação da sociedade.
Referências
BARENBLITT, Gregório. Compêndio de análise institucional e 
outras correntes: teoria e prática. Rio de Janeiro: Rosa dos 
Ventos,1996.
FALEIROS, Vicente de Paula. Saber profissional e poder institu-
cional. São Paulo: Cortez,1997.
SCHEUNEMANN,Arno V. Fundamentos Teórico-Metodológi-
cos Contemporâneos I. Ulbra: 2014.
A Atuação Social Através 
de Projetos: Sociais, 
Interventivos e de 
Pesquisa1
A Atuação Social Através 
de Projetos: Sociais...
1 Assistente Social, Especialista na Administração e Planejamento de projetos e Res-
ponsabilidade Social e Sustenbalidade. Captadora de Recursos junto a Prefeitura 
Municipal de Novo Hamburgo. Docente do Curso de Serviço Social da Universida-
de Luterana do Brasil -Ulbra.
Rúbia Geane Goetz1
Capítulo 4
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 53
A forma de atuação profissional do serviço social está con-dicionada a construção e execução de seu processo de 
trabalho. Este modo de fazer particular está alicerçado nas 
competências teórico-metodológicas, ético-políticas e técnico-
-operativas.
Neste capítulo trataremos especialmente da atuação social 
por meio de projetos,os quais viabilizam a conjugação entre a 
racionalidade e o foco nos resultados fomentando processos de-
mocráticos e participativos. Desse modo,, estaremos aqui falan-
do sobre: projetos sociais, interventivos e projetos de pesquisa.
4.1 Gestão
Os projetos estão ligados ao processo de gestão no agir pro-
fissional, para tanto se faz necessário ter claro o conceito de 
gestão e como ela se operacionaliza no nosso processo de 
trabalho.
Hoje muito ouvimos falar em gestão (do latim gestione – 
ato de gerir, gerenciar, administração) nas diferentes áreas do 
conhecimento, trazendo teorias da administração e do plane-
jamento que nos permitem entender um pouco mais do fazer 
administrar algo ou algum serviço. Na nossa prática profis-
sional não é diferente, também nos utilizamos da gestão para 
planejar, dirigir e organizar nosso agir profissional.
Gestão – política de gerenciamento por meio de técnicas várias, 
entre elas a administração e o planejamento, com fim de controlar 
a relação recursos, objetivos e serviço produzido(BARBOSA, 2004).
54 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
As demandas que se apresentam no cotidiano do assistente 
social exigem um conjunto de competências técnico-operati-
vas, que envolvem formas de pensar e agir – nunca só o fazer! 
(BARBOSA, 2004). A instrumentalidade do Serviço Social, en-
tão, se associa às dimensões teórico-metodológica e ético-po-
lítica, como evidenciam as discussões e o projeto final da re-
visão curricular da ABEPSS. Para isso, o planejamento integra 
a instrumentalidade do Serviço Social desde os primórdios da 
profissão, realiza-se a partir de um processo de aproximações 
da situação apresentada, das demandas e do desvelamento 
do objeto de intervenção. Baptista, salienta:
O desencadeamento desse processo particular de plane-
jamento se faz a partir do reconhecimento da necessidade de 
uma ação sistemática perante questões ligadas a pressões ou 
estímulos determinados por situações que, em um momento 
histórico, colocam desafios por respostasmais complexas do 
que aquelas construídas no imediato da prática. (2000, p. 27)
Esse processo realizado na nossa prática profissional é 
continuo e dinâmico e leva ao movimento de REFLEXÃO – 
DECISÃO – AÇÃO –REFLEXÃO. A cada situação apresentada 
esse movimento é reconstituído para que possamos captar a 
realidade que se apresenta cada dia no nosso cotidiano pro-
fissional. Sendo assim, é importante estarmos constantemente 
atentos para a construção e reconstrução de nosso objeto de 
intervenção.
Portanto, a prática profissional é apenas um dos elementos 
constitutivos do processo de trabalho, sendo necessário tam-
bém haver a matéria-prima/ objeto e os instrumentais sobre 
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 55
os quais irão incidir a ação transformadora pelo assistente 
social. Assim, neste processo é importante o reconhecimen-
to das dimensões do agir profissional – teórico-metodológica, 
técnico-operativa, ético-política. Assim, é importante que o 
profissional conheça a realidade na qual irá intervir, aliando 
o processo de conhecimento e a relação teórica, como argu-
menta Iamamoto:
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no 
presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a rea-
lidade e construir propostas de trabalho criativas e capa-
zes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas 
emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional pro-
positivo e não só executivo (2008, p. 20).
Dessa forma, as ações dos profissionais devem estar alicer-
çadas em uma boa leitura da realidade, aliada a criatividade 
e a postura propositiva, para que possam fomentar o acesso 
a direitos sociais, exercício pleno da cidadania, promovendo 
espaços de participação, informação e empoderamento dos 
sujeitos, os quais podem ser consolidados por meio de pro-
jetos e ações que garantam o alcance de resultados exitosos.
4.2 Elaboração de projetos sociais e 
projetos de intervenção.
Um projeto social esta atrelado a uma ideia e ou necessidade 
social, que demanda a construção de ações que viabilizem a 
transformação de uma determinada realidade. Para Armani, 
56 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
“os projetos ainda são a melhor solução para organizar ações 
sociais, pois estas capturam a realidade complexa em peque-
nas partes, tornando-as mais compreensíveis, planejáveis, ma-
nejáveis”((2008, p. 18).
O projeto de intervenção, por sua vez, é o planejamento e 
a sistematização da ação do profissional, aqui especialmente 
do assistente social. Ou seja, todo projeto social que contem-
pla a ação do serviço social, demanda ao profissional também 
a elaboração do projeto de intervenção, onde será destacada, 
planejada e organizada o seu fazer profissional. Para que pos-
samos compreender melhor estas diferenças, destacaremos a 
partir daqui detalhamentos de cada metodologia.
Antes, porém, é importantes destacar algumas questões 
que devem ser respondidas tanto nos projetos sociais, como 
nos projetos de intervenção:
•O QUÊ – título, apresentação (Título do Projeto, nome da Institui-
ção, nome do Proponente, duração Prevista)
• POR QUE – justificativa.
• PARA QUÊ – objetivos.
• COMO – metodologia.
• QUANDO – cronograma.
Avaliação.
Resultados esperados.
Referências Bibliográficas
Alguns elementos importantes carecem ser observados an-
tes da elaboração dos projetos sociais e de intervenção:
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 57
58 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Objetivos do projeto social:
Objetivos do projeto de intervenção:
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 59
Metodologia do projeto social:
Metodologia do projeto de intervenção:
60 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Perceba que a ênfase no projeto de intervenção será sem-
pre a atuação do serviço social descrevendo sua atuação e 
apresentando seu processo de trabalho de forma detalhada, 
enquanto que no projeto social, sua atuação se destaca de 
forma mais ampla.
Ambos os projetos devem ainda destacar os recursos en-
volvidos em sua execução, os mesmos são divididos em: RE-
CURSOS HUMANOS, RECURSOS MATERIAIS e RECURSOS 
FINANCEIROS. Seguem alguns exemplos de como estes ele-
mentos podem ser apresentados.
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 61
O Cronograma ou calendário de atividades, como tam-
bém pode ser denominado, também um elemento importante 
a ser apresentado na apresentação dos projetos sociais ou de 
intervenção. Nele devem sem descritas as atividades que serão 
realizadas ao longo do projeto e o período em que as mes-
mas ocorrerão. O detalhamento pode ser semanal ou mensal. 
Com base na construção do projeto realizado anteriormente, 
segue exemplo.
62 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Os projetos devem ainda destacar de forma clara e obje-
tiva, quais as metas visam atingir, ou seja, que resultados as 
ações estão buscando. As metas ou resultados devem estar 
relacionados diretamente aos objetivos propostos.
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 63
Outro item de suma importância a ser apresentado é a 
avaliação, pois é neste tópico, que serão apresentados os 
meios como as ações serão verificadas e quais os indicadores 
serão utilizados neste processo. Normalmente a avaliação é 
centrada nas seguintes questões:
• EFICIÊNCIA – incorre sobre a ação desenvolvida, objetivan-
do reestruturá-la para melhorar o resultado imediato;
• Eficácia – incorre na adequação da ação aos objetivos e 
metas pensados no planejamento inicial;
• EFETIVIDADE – incorre sobre o impacto da ação planejada, 
sendo o âmbito mais amplo da avaliação.
A avaliação pode ocorrer em 04 níveis:
• Avaliação de gestão (avalia a forma como as decisões foram 
tomadas);
• Avaliação de objetivos e metas (buscam verificar se os mes-
mos foram atingidos);
• Avaliação comparativa (contexto inicial e contexto final da 
prática);
• Avaliação de custo benefício (no que se refere ao investimen-
to e o impacto da ação).
A avaliação dos projetos e ainda do produto da prática do 
assistente social sugere a construção de um conjunto de indi-
cadores que possam dar visibilidade a seu trabalho. Como se 
constroem indicadores sociais?
64 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
Segundo Armani(2001:65-66) os indicadores podem ser 
desdobrados em 4 tipos:
 Â de impacto (apontam resultados em longo 
prazo,requerem um tempo posterior a execução do pro-
jeto para ser mensurado);
 Â de efetividade (sinalizam os efeitos que os resultados 
das ações causam para os beneficiários do projeto);
 Â de desempenho (demonstram se o produto planejado 
foi alcançado,pode ser associado às metas);
 Â operacionais (indicam se os recursos previstos foram 
disponibilizados na quantidade e tempo conforme pla-
nejamento).
Conforme o autor, cada indicar possuir relação direta com 
um elemento do projeto.
Como exemplo desta relação, seguiremos utilizando o con-
texto do projeto anteriormente apresentado.
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 65
6.3 Projetos de pesquisa
Por último, mas não menos importante, abordaremos também 
o projeto de pesquisa, documento também utilizado pelo as-
sistente social na busca e consequente produção do conheci-
mento científico.
“O assistente social pesquisador, que objetiva o rigor te-
órico exigido pela ciência autêntica, deve perquirir ‘as 
intrincadas conexões do real’. Investigar e, em consequ-
ência, tornar cientificamente aceito o trabalho, no âmbi-
to acadêmico, é o princípio fundamental no caminho da 
probidade teórica do pesquisador. Ele deve levar consi-
go, no percurso da pesquisa, as seguintes características: 
honestidade,paciência, criatividade, criticidade, audá-
cia, humildade, diligência e, principalmente, a ética na 
66 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
pesquisa, para tornar-se um sujeito que indaga sobre o 
real, tendo por finalidade contribuir à ‘humanidade so-
cial’ com suas inquietações e construções teóricas, e não 
apenas saciar a fome voraz de títulos exigidos pela ‘Uni-
versidade Moderna!(Lara, 2007).
Assim, tanto na intervenção quanto na formação profissio-
nal, a pesquisa é um elemento fundamental para o Serviço 
Social, sendo exigência na sua realização o aprofundamento 
teórico-metodológico como recurso para a investigação da 
vida social, bem como, o compromisso do pesquisador em 
Serviço Social com o processo investigativo.
As diretrizes curriculares do curso de Serviço Social si-
tuam a profissão inserida no conjunto das relações de 
produção e reprodução da vida social, sendo de cará-
ter interventiva e que atua no âmbito da questão social. 
Essa aproximação da profissão com a realidade social 
não é simplesmente um epifenômeno. Por tal questão, 
acreditamos que os objetos de estudos do Serviço Social, 
necessariamente, partem de uma realidade concreta que 
é determinada socialmente, ou seja, estabelece as suas 
mediações em uma sociedade que se produz e repro-
duz por meio de suas contradições inconciliáveis (Lara, 
2007).
Portanto, cabe destacar que o projeto de pesquisa dife-
rencia-se dos projetos de intervenção e social, uma vez que 
este tem como função principal a produção de conhecimento 
de uma determinada realidade e ou fenômeno social e não a 
ação (intervenção) propriamente dita. É real e direta a relação 
Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 67
entre os resultados das pesquisas científicas e a elaboração de 
projetos de intervenção, uma vez que, em muitos casos são as 
pesquisas que “trazem a tona” demandas de atendimento para 
o serviço social.
Referência comentada
BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instru-
mentação. 2. ed. São Paulo: Veras, 2000.
Myriam Veras Baptista, nesta obra, aborda o planejamen-
to como processo técnico-político, mostrando seus elementos 
constitutivos desde a construção do objeto, estudo de situa-
ções, passando pela identificação de prioridades, identifi-
cação de objetivos, entre outros. Assim, apresenta ao leitor 
conteúdos importantes para analisar a trajetória e tomada de 
decisões que subsidiarão uma prática consistente.
Referências
ARMANI,Domingos.Como elaborar projetos?:guia prático para 
elaboração e gestão de projetos sociais. Porto Alegre:Tomo 
Editorial,2004.96p.-(Coleção Amencar)
BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instru-
mentação. 2. ed. São Paulo: Veras, 2000.
BARBOSA, Rosangela Nair de Carvalho. As diretrizes curricula-
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na formação profissional do assistente social. TEMPORALIS, 
Porto Alegre, n.8,ano IV, jul–dez 2004.
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Capítulo 4 A Atuação Social Através de Projetos: Sociais... 69
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Sociais,Canoas:2001. Material elaborado para fins didáti-
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Observação no Trabalho 
Profissional em Serviço 
Social
Capítulo 5
Arno Vorpagel Scheunemann
Capítulo 5 Observação no Trabalho Profissional em Serviço Social 71
Introdução.
O objeto deste capítulo é a observação profissional no Servi-
ço Social. Na primeira parte, pensaremos a respeito de seus 
fundamentos. Na segunda, apresentaremos uma tipologia de 
observações. Na terceira, traremos subsídios para o planeja-
mento, a execução e relatório da observação.
1 Pensando os Fundamentos da 
Observação
1.1 Fundamentos etimológicos
Observar vem do latim observare, composto por “ob” = so-
bre, + servare = guardar, vigiar, zelar, servir. Assim, observar 
compreende vigiar com atenção sobre alguém ou algo, espiar, 
“ficar de olho” como um servo para lhe ser fiel.
Na língua alemã, observação é “Beobachtung”, composta 
por “Be”, “ob”, “achtung”. “Achtung” significa atenção, res-
peito, estima. O verbo “achten” significa respeitar, estimar. 
Em formas compostas como “achten auf”, significa prestar 
atenção, vigiar, reparar em. “Beachten”, por sua vez significa 
obedecer, respeitar, observar, seguir, ater-se a, levar em conta. 
“Beobachter” significa observador, vigia, cuidador, zelador.
“Be” tem o sentido de trazer para perto de si, trazer para 
ao redor de si, encontrar-se com algo. Vejamos isso na palavra 
“betreffen”. “Treffen” significa acertar (o alvo). “Betreffen” sig-
nifica “encontrar”. Claro que, dependendo do contexto, tem 
outro significado. “Be” também tem o sentido de intensidade, 
72 Competência Técnico Operativa em Serviço Social I
de exagero. Por exemplo, na frase “Schmier Dir die Hände an”, 
“schmier” significa lubrificar. Traduzindo a frase temos “Lubri-
fica tuas mãos”. Lubrificar no sentido de passar um creme ou 
óleo. Se substituirmos o “an” final, acrescentando um “be” a 
frase fica “Beschmier Dir die Hände”. A frase passa a significar 
“Lambuza tuas mãos”. Lambuzar tem o sentido de exagerar, 
de exceder-se naquilo que faz ou desfruta. Este sentido, o “be” 
de “beobachten” expressa que a atenção é “exagerada” (mui-
to além de um simples olhar ou reparar). Assim como uma 
mão lambuzada não deixa dúvidas de que ela foi lubrificada, 
a ação de “beobachten” (observar) não deixa dúvidas de ob-
servação foi completa, em todos os detalhes. Poderíamos dizer 
que o(a) observador(a) se lambuzou com o que foi observado. 
Quem vê o(a) observador(a) não em dúvidas de que ele(a) 
está observando.
Por sua vez, “ob” significa “se”. Este “se” pode ser de con-
dicionalidade, tipo, “se você fizer isso...”, ou, de dúvida, tipo, 
“se é que é verdade que isso realmente aconteceu”. Ao mesmo 
tempo, pode ser de imposição, tipo “se querem ou não, será 
feito”. Por outro lado, “ob” no meio de uma palavra (como é o 
caso de “beobachten”)

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