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05_Nocoes_de_Direito_Processual_Civil

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TRF 4 
Técnico Judiciário - Área Administrativa 
 
Das normas fundamentais e da aplicação das normas processuais. .................................. 1 
Da jurisdição e da ação. ...................................................................................................... 6 
Da competência: disposições gerais; da modificação da competência; da incompetência. Da 
cooperação nacional. ............................................................................................................ 10 
Das partes e dos procuradores: da capacidade processual; dos deveres das partes e de 
seus procuradores. Dos procuradores. .................................................................................. 19 
Do litisconsórcio. ............................................................................................................... 35 
Da intervenção de terceiros. ............................................................................................. 39 
Do juiz: poderes, deveres, responsabilidade; impedimento e suspeição. .......................... 48 
Auxiliadores da justiça. ..................................................................................................... 54 
Atos processuais: forma, tempo e lugar. ........................................................................... 64 
Prazos ............................................................................................................................... 73 
Da citação, da intimação, das cartas. ................................................................................ 80 
Nulidades processuais. ..................................................................................................... 89 
Da tutela provisória. .......................................................................................................... 92 
Formação, suspensão e extinção do processo. .............................................................. 100 
Do procedimento comum: disposições gerais; da petição inicial; da improcedência liminar do 
pedido; da audiência de conciliação ou de mediação; da contestação; da reconvenção; da 
revelia; das providências preliminares e do saneamento; do julgamento conforme o estado do 
processo: julgamentos antecipado do mérito e antecipado parcial do mérito; da audiência de 
instrução e julgamento. Das provas. Da sentença e da coisa julgada. Liquidação de sentença. 
 ............................................................................................................................................. 105 
Cumprimento de sentença e sua impugnação ................................................................. 162 
Ações possessórias. Ação monitória. Ação de exibir contas. Inventário e partilha. ......... 174 
Execução: disposições gerais, espécies, suspensão e extinção. Embargos do devedor. 194 
Embargos de terceiro. ..................................................................................................... 238 
Ação de desapropriação. ................................................................................................ 241 
Ação popular. .................................................................................................................. 249 
Mandado de segurança individual e coletivo. .................................................................. 257 
Ação civil pública. ........................................................................................................... 264 
Dos Juizados Especiais Federais: Lei nº 10.259/2001. ................................................... 268 
Dos Juizados Especiais Cíveis: Lei nº 9.099/1995. ......................................................... 268 
Lei nº 11.419/2006 – Lei do Processo Judicial Eletrônico. .............................................. 284 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Normas Fundamentais e Aplicação das Normas Processuais 
 
Normas Fundamentais do Processo Civil 
O Código de Processo Civil (CPC) inicia seus preceitos tratando das normas fundamentais e da 
aplicação das normas processuais, determinando em seu artigo 1º que o processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição 
da República Federativa do Brasil. 
Da análise desse dispositivo, podemos concluir que a aplicação do Código de Processo Civil exige 
concomitantemente a observância das normas constitucionais, bem como de seus valores e princípios, 
tais como o do devido processo legal, da inafastabilidade, da duração razoável do tempo do processo, da 
isonomia, do contraditório, da motivação das decisões judiciais, dentre outros. 
As normas fundamentais do processo civil exigem ainda o dever de colaboração das partes, como 
consequência do princípio da boa-fé, assegura às partes paridade de tratamento em relação ao exercício 
de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
sanções processuais e determina que ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz deverá atender aos fins 
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
Dentre as normas fundamentais, o CPC dispõe ainda que não se excluirá da apreciação jurisdicional 
ameaça ou lesão a direito. Como inovação, o CPC/2015 buscou em seu texto incentivar as práticas 
alternativas de solução de conflitos, especialmente através da Mediação e da Conciliação, como forma 
de desafogar o Poder Judiciário. 
A jurisdição civil brasileira, uma vez provocada pela ação, age por meio do complexo de atos que 
denominamos de processo. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei, trata-se do princípio do impulso oficial. 
Para que o processo se desenvolva e atinja a sua finalidade precípua, é necessário delimitar quais 
normas serão aplicáveis a cada caso concreto. Para tanto, é preciso saber se à demanda proposta é 
possível aplicar as normas processuais brasileiras e, além disso, se essas normas, mais especificamente 
a lei, estão vigentes no ordenamento jurídico. 
Com relação aos processos que já estão em andamento, deve-se questionar se a lei processual civil 
tem aptidão imediata para produzir todos os seus efeitos jurídicos e se valepara todo e qualquer ato que 
ainda esteja pendente. 
Para melhor compreensão das normas fundamentais do processo civil, vamos à análise dos 
dispositivos do CPC que tratam da matéria: 
 
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015 
 
Código de Processo Civil. 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
PARTE GERAL 
LIVRO I 
 
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS 
 
TÍTULO ÚNICO 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
 
CAPÍTULO I 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
 
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
Das normas fundamentais e da aplicação das normas processuais. 
 
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Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
previstas em lei. 
 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no 
curso do processo judicial. 
 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a 
atividade satisfativa. 
 
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-
fé. 
 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo 
razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades 
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, 
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem 
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, 
a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do 
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício. 
 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas 
as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das 
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. 
 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para 
proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta 
pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
§ 2º Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do 
pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de 
casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
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§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as 
preferências legais. 
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não 
altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a 
conversão do julgamento em diligência. 
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que 
anteriormente se encontrava na lista. 
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de 
diligência ou de complementação da instrução; 
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
 
Aplicação das normas processuais: a lei processual civil no espaço e no tempo 
 
A lei processual civil no espaço 
Toda norma jurídica tem eficácia limitada no espaço e no tempo, isto é, aplica-se apenas dentro de 
determinado território e por certo período de tempo. 
O CPC, em seu artigo 16, estabelece a extensão territorial para a aplicação das normas processuais: 
“A jurisdição civil é exercida pelos juízes em todo o território nacional, conforme as disposições deste 
Código”. O art. 13, por sua vez, reforça que a jurisdição civil será reagida pelas normas processuais 
brasileiras, ressalvada a possibilidade de aplicação das disposições específicas previstas em tratados ou 
acordos internacionais dos quais o Brasil seja parte. 
Os dispositivos tratam da dimensão territorial da norma processual. Não há novidade, a não ser no 
fato de o Código ter positivado norma que está intimamente ligada ao Direito Internacional Privado. As 
disposições atendem a imperativo previsto na Constituição Federal, segundo o qual “os direitos e 
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte” (art. 5º, 
§2º, da CF/88). 
 
A lei processual civil no tempo 
As normas processuais, assim como todas as normas jurídicas em geral, também estão limitadas no 
tempo. Isso quer dizer que, na hipótese de sucessão de leis processuais, deve-se recorrer ao direito 
intertemporal para estabelecer qual das leis – se a lei posterior ou se a lei anterior – irá regular a situação 
concreta. 
No processo civil o surgimento de lei nova não encontra problema em relação aos processos já 
encerrados, pois a regra é que a norma processual não retroage (art.14). Também não se vislumbra 
qualquer complicação para os processos a serem iniciados, já que a norma processual civil terá aplicação 
imediata, respeitando-se, é claro, a sua vacatio legis. 
A questão coloca-se, então, no tocante aos processos ainda em trâmite, ou seja, naquelas não 
acobertados pela coisa julgada. O mesmo art.14, após declarar a irretroatividade da lei processual, 
estabelece que ela será aplicável imediatamente aos processos em curso, “respeitados os atos 
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. Aqui 
vigora o princípio do tempus regit actum, não tendo a lei nova aptidão para atingir os atos processuais já 
praticados. 
 
Direito Intertemporal no novo CPC 
Passado a vigorar o novo CPC os seus dispositivos tornaram-se imediatamente aplicados aos 
processos em curso, afastando-se a aplicação das normas do CPC/73. Ordinariamente, o que ocorre é a 
revogação e, portanto, a cessação da eficácia dasnormas do Código anterior. Contudo, a mudança de 
um sistema para outro não se dá de forma abrupta, pois não é desejável a quebra total de uma regra que 
até então vinha regulando determinadas situações. Em situações específicas, a eficácia das normas do 
CPC/73 perdurará, criando-se um problema de compatibilidade das leis em um mesmo tempo. A título de 
exemplo, citem os processos que correm sob o rito sumário. Esse rito não mais é contemplado no 
novo Código, no entanto, o legislador achou por bem que os processos iniciados e não sentenciados até 
a entrada em vigor da Lei 13.105/15 deveriam ser concluídos de acordo com o regramento constante no 
CPC/73. 
O Direito intertemporal cuida dessa transição, estabelecendo uma ponte entre o velho e o novo e 
evitando que o completo rompimento das regras – entrada em vigor de um Código e revogação do anterior 
– deixe determinadas situações no limbo. 
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Vejamos as principais regras de direito intertemporal a serem observadas: 
a) Processo em trâmite sob os procedimentos sumário e especial; 
b) Regra probatória; 
c) Processos de execução contra devedor insolvente. 
 
Seguem abaixo os respectivos artigos do CPC: 
 
CAPÍTULO II 
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
 
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições 
específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada. 
 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as 
disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
 
Quadro Esquemático1: 
 
 
A lei processual civil no tempo e no espaço 
 
Dimensão territorial da lei 
processual civil 
Dimensão temporal da lei 
processual civil 
Regras de direito 
intertemporal (CPC/73 X 
CPC/15) 
A jurisdição civil será exercida 
pelos juízes em todo o território 
nacional, e regida pelas normas 
processuais brasileiras, 
ressalvada a possibilidade de 
aplicação das disposições 
específicas previstas em 
tratados ou acordos 
internacionais dos quais o Brasil 
seja parte; 
Em certos casos (art. 10 da 
LINDB, p.ex.), a aplicação da lei 
estrangeira é permitida. 
Princípio da irretroatividade: a 
lei não alcança os processos já 
findos (respeito à coisa julgada e 
ao ato jurídico perfeito); 
Teoria do isolamento dos atos 
processuais: praticado o ato 
segundo a lei vigente no 
momento da sua prática, sobre 
ele recai a garantia inerente ao 
ato jurídico perfeito. 
Processos em trâmite sob o 
procedimento sumário (extinto 
com o novo CPC): nas ações 
propostas até o início da 
vigência do novo Código, deverá 
ser aplicadas as disposições do 
CPC/1973. No caso dos JECs 
(art. 3º, II, Lei nº 9099/95), a 
competência para as causas 
enumeradas no art. 275, III, 
CPC/73, prorroga-se até a 
edição de lei específica (art. 
1063, CPC/2015); 
Regra probatória: as 
disposições de direito probatório 
adotadas no CPC/2015 aplicam-
se apenas ``as provas 
requeridas ou determinadas de 
ofício a partir da data de início de 
sua vigência (art. 1047, 
CPC/2015); 
Processo de execução contra 
devedor insolvente, em curso ou 
que venham a ser propostas, 
permanecerão reguladas pelo 
CPC/73 (art. 1052, CPC/15). 
 
 
 
1 DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 
de março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 
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Questões 
 
01. (Prefeitura de BH/MG – Procurador Municipal – CESPE/2017) Acerca de normas processuais e 
jurisdição, assinale a opção correta de acordo com as disposições do CPC. 
(A) Os processos sujeitos a sentença terminativa sem resolução de mérito ficam excluídos da regra 
que determina a ordem cronológica de conclusão para a sentença. 
(B) O novo CPC aboliu o processo cautelar como espécie de procedimento autônomo e as ações 
cognitivas meramente declaratórias. 
(C) Sentença estrangeira que verse sobre sucessão hereditária e disposição testamentária de bens 
situados no Brasil poderá ser executada no Poder Judiciário brasileiro após homologação pelo STJ. 
(D) As limitações e restrições aplicadas aos processos caracterizados como de segredo de justiça não 
se estendem aos feitos cujo curso se processe nos órgãos jurisdicionados superiores. 
 
02. (Prefeitura de Patos - Advogado – CPCON/2017) O artigo 1° da Lei n° 13.105/15 (Novo Código 
de Processo Civil) trata sobre as normas fundamentais do Processo Civil, ao preceituar que 
(A) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os princípios, valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
(B) o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
(C) o processo civil será ordenado e interpretado conforme os princípios, valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
(D) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
(E) o processo civil será instruído, organizado e interpretado conforme os princípios, valores e as 
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se 
as disposições deste Código. 
 
03. (Câmara de Aracruz/ES – Procurador Legislativo – IDECAN) Sobre o tratamento que o Novo 
Código de Processo Civil dá à aplicação das normas processuais, analise as afirmativas a seguir. 
I. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições 
específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
II. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada. 
III. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as 
disposições deste Código lhes serão aplicadas conjuntamente. 
Estão corretas as afirmativas 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
 
04. (Prefeitura de Porto Alegre/RS – Procurador Municipal – FUNDATEC) Considerando as normas 
fundamentais do processo civil dispostas no Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15), assinale a 
alternativa INCORRETA. 
(A) Em razão da colaboração, todos os sujeitos que atuam no processo, inclusive o juiz, devem 
cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
(B) A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público. 
(C) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e econômicos e às exigências 
do bem comum, zelando pela promoção da dignidade da pessoa humana. 
(D) Pelo princípio da publicidade, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos. 
Todavia, tramitam em segredo de justiça os processos em que o exija o interesse público ou social. 
(E) O julgamento segundo aordem cronológica de conclusão pelos juízes e tribunais é de atendimento 
preferencial. 
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05. (PGE/AM – Procurador – CESPE) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição 
e ação, julgue o item seguinte. 
O novo CPC aplica-se aos processos que se encontravam em curso na data de início de sua vigência, 
assim como aos processos iniciados após sua vigência que se referem a fatos pretéritos. 
(....) Certo (....) Errado 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.B / 03.B / 04.C / 05.Certo 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
CPC - Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de 
conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
 
02. Resposta: B 
CPC -Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as 
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se 
as disposições deste Código. 
 
03. Resposta: B 
Item I- CPC - Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas 
as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil 
seja parte. 
Item II- CPC - Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos 
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas 
sob a vigência da norma revogada. 
Item III – CPC - Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
 
04. Resposta: C 
CPC -Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do 
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
05. Resposta: Certo 
É o que dispõe o art. 14, do CPC/15: "A norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada". No mesmo sentido, nas disposições finais, 
dispõe o art. 1.046, do CPC/15, que "Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde 
logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973".2 
 
 
 
Jurisdição é o poder-dever do Estado de solucionar litígios e de aplicar a lei a casos concretos, em 
substituição às partes e com desinteresse na lide, de modo a disciplinar determinada situação jurídica e 
promover a paz social. Pode ser entendida ainda como a área territorial sobre a qual determinada 
autoridade pode exercer seu poder. 
A jurisdição é provocada mediante o direito de ação e será exercida por meio daquele complexo de 
atos que é o processo. 
 
 
2 Autor: Denise Rodriguez, Advogada, Mestre em Direito Processual Civil (UERJ). 
Da jurisdição e da ação. 
 
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Características da Jurisdição 
 
- Unidade: a jurisdição é função exclusiva do Poder Judiciário, por intermédio de seus juízes, os quais 
decidem monocraticamente ou em órgãos colegiados, daí por que se diz que ela é una. A distribuição 
funcional da jurisdição em órgãos (Justiça Federal, Justiça do Trabalho, varas cíveis, varas criminais, 
entre outros), tem efeito meramente organizacional. 
 
- Secundariedade: a jurisdição é o último recurso na busca da solução dos conflitos. O normal e 
esperado é que o Direito seja realizado independentemente da atuação da jurisdição, sobretudo em se 
tratando de direitos patrimoniais. Em geral, o patrão paga os salários sem que seja acionado para tanto; 
o locatário paga o aluguel sem que o locador tenha que recorrer à Justiça e o pai, uma vez separado de 
sua mulher, paga alimentos ao filho, independentemente de qualquer ação de alimentos. Prevalece, 
portanto, a observância ao dever decorrente da lei, o convencionado pelas partes, o ato jurídico perfeito. 
Quando se descumpre o dever jurídico oriundo de tais atos, o que se espera é que as partes envolvidas 
busquem os meios para solucionar o litígio de forma consensual. Nessa perspectiva, a secundariedade 
constitui o reverso da unidade. Segundo a característica da unidade, a jurisdição constitui um monopólio 
do Judiciário. Por outro lado, de acordo com as características da secundariedade, a função jurisdicional 
é secundária no sentido de que só atuará em último caso, quando esgotadas todas as possibilidades de 
resolução do conflito instaurado. 
 
- Substitutividade: como o Estado é um terceiro estranho ao conflito, ao exercer a jurisdição, estará 
ele substituindo a vontade daqueles diretamente envolvidos na relação de direito material, os quais 
obrigatoriamente se sujeitarão ao que restar decidido pelo Estado-juízo. Em outras palavras, as partes 
poderiam cumprir o seu dever, evitando o conflito. Mas, surgindo o conflito, poderiam buscar uma forma 
de resolvê-lo amigavelmente. Não agindo assim, a última possibilidade consiste em acionar o Judiciário 
para buscar uma tutela jurisdicional. Uma vez provocada a jurisdição, instaurado e desenvolvido o 
processo, o Estado-juiz editará a sentença que substituirá completamente à vontade das partes. Esse é 
o sentido de substitutividade da jurisdição, que também pode ser caracterizada como uma espécie de 
heterocomposição de conflitos, que ocorre quando as partes elegem um terceiro para solucionar a lide, 
neste caso um juiz. 
 
- Imparcialidade: no exercício da jurisdição deve predominar o interesse geral de administração da 
justiça, devendo os agentes estatais zelar para que as partes tenham igual tratamento e oportunidade de 
participar no desenvolvimento do processo. A imparcialidade constitui característica de toda a atividade 
jurisdicional. 
 
- Criatividade: agindo em substituição à vontade dos conflitantes, o Estado, ao final do processo, 
criará uma norma individual que passará a regular o caso concreto, inovando a ordem jurídica. Assim, a 
tutela jurisdicional vai além, inovando no mundo jurídico, criando e não apenas reconhecendo algo já 
existente. 
 
- Inércia: a jurisdição é atividade paralela e desinteressada do conflito e, por isso, num primeiro 
momento, só age se provocada pelas partes, por intermédio de seus advogados (art. 2º, Código de 
Processo Civil -CPC). 
 
- Definitividade: a sentença e a coisa julgada tornam a decisão judicial definitiva, daí decorre a 
característica da definitividade. 
 
Princípios da Jurisdição 
 
- Princípio do juiz natural: este princípio estabelece que devem haver regras objetivas de competência 
jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. Ou seja, os juízes possuem 
competência para atuar apenas dentro de sua jurisdição, evitando-se assim o abuso de poder e ainda que um 
juiz possa ser escolhido ou excluído para o julgamento de determinado processo. Este princípio está 
relacionado com a vedação dos Tribunais de Exceção, que são tribunais formados temporariamente para julgar 
um caso ou alguns casos. A Constituição Federal de1988 em seu artigo 5º, XXXVII afirma que não haverá 
juízo ou tribunal de exceção. 
 
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8 
 
- Princípio da improrrogabilidade: os limites da jurisdição, em linhas gerais, são traçados na 
Constituição, não podendo o legislador ordinário restringi-los nem ampliá-los. A improrrogabilidade 
traçará, então, os limites de atuação dos órgãos jurisdicionais. Todos os juízes são investidos de 
jurisdição, mas só poderão atuar naquele órgão competente para o qual foram designados, e somente 
nos processosdistribuídos para aquele órgão. 
 
- Princípio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade): se, por um lado, não se permite ao julgador 
atuar fora dos limites definidos pelas regras de competência e distribuição, por outro, também a ele não 
se permite escusar de julgar os casos dentro de sua jurisdição. O órgão jurisdicional, uma vez provocado, 
não pode recusar-se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios, mesmo se houver lacunas na lei, 
caso em que poderá o juiz valer-se de outras fontes do direito, como a analogia, os costumes e os 
princípios gerais (art. 4º da LINDB). 
 
- Princípio da inevitabilidade: relaciona-se com a autoridade da decisão judicial, que, uma vez 
transitada e julgado, se impõe independentemente da vontade das partes. Assim, se não concordar com 
a decisão, deve-se recorrer; caso contrário, as partes a ela ficarão sujeitas em caráter inevitável. 
 
- Princípio da indelegabilidade: relaciona-se com os princípios da improrrogabilidade e da 
indeclinabilidade. Tal como não se admite a prorrogação da atividade de um julgador fora dos limites 
traçados pelas regras de competência, salvo nos casos expressos em lei, e igualmente não se permite 
que o juiz se escuse de decidir uma causa que lhe foi distribuída, também não pode ele ou o tribunal 
delegar suas funções a outra pessoa ou órgão jurisdicional. 
 
Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntária 
 
Por jurisdição contenciosa entende-se a função estatal exercida com o objetivo de compor litígios. Por 
sua vez, a jurisdição voluntária cuida da integração e fiscalização de negócios jurídicos particulares. 
O CPC/1973, em seu artigo 1º, admitia expressamente duas espécies de jurisdição: contenciosa e 
voluntária. Apesar de o artigo 16 do novo CPC/2015 não repetir a redação do dispositivo anterior, a 
jurisdição voluntária continua a ser tratada em capítulo específico (Título III, Capítulo XV, que dispõe sobre 
os Procedimentos Especiais). 
Os procedimentos especiais, que compõe o processo de conhecimento no Novo CPC estão 
distribuídos entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, do art. 539 ao 718, e 
procedimentos de jurisdição voluntária, do art. 719 a 7703. 
 
Natureza Jurídica 
No que tange à jurisdição voluntária, ainda existe grande controvérsia na doutrina a respeito da sua 
natureza jurídica. Nesse sentido, existem duas correntes que tratam da matéria: 
a) Administrativa: esta corrente entende que a natureza jurídica da jurisdição voluntária seria 
administrativa, pois o Estado exerce, através dos juízes, a função administrativa de tutelar interesses 
privados. Ou seja, a jurisdição voluntária não seria jurisdição. Entendem os adeptos desta teoria que em 
razão de não haver lide na jurisdição voluntária, não há que se falar em jurisdição. 
 
b) Jurisdicional: para esta corrente a jurisdição voluntária é jurisdição, pois trata-se de uma forma de 
exercício da função jurisdicional. Entendem os adeptos desta corrente que "o processo voluntário 
pertence à Jurisdição e não à administração."4 
Segundo o renomado doutrinador Elpídio Donizetti5, a corrente clássica administrativa ainda encontra 
adeptos no Brasil, mas a doutrina majoritária adota o entendimento da corrente jurisdicional. 
 
Seguem os dispositivos do CPC referente a matéria: 
 
 
 
 
 
 
3 http://www.prolegis.com.br/os-procedimentos-especiais-no-novo-cpc/ 
4 BORGES, Marcos Afonso. Jurisdição Voluntária. Direito Processual Civil. Conferências. Revista de Processo. Vol. 11-12. São Paulo: RT. p. 209-219. 
5DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 
de março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 
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LIVRO II 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme 
as disposições deste Código. 
 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial. 
 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
 
Questões 
 
01. (STJ – Técnico Judiciário – CESPE/2018) A respeito da jurisdição, julgue o item que se segue. 
 
O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não 
a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. (TJ/MG – Titular de Serviços – CONSULPLAN/2017) Com relação à função jurisdicional 
(jurisdição e ação), as assertivas abaixo estão corretas, EXCETO: 
(A) A impossibilidade jurídica é uma das condições da ação. 
(B) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional. 
(C) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
(D) Ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
 
03. (Pref. de Sertãozinho/SP – Procurador Municipal – VUNESP) No que tange à jurisdição 
contenciosa e voluntária, assinale a alternativa correta. 
(A) Tanto na jurisdição voluntária como na jurisdição contenciosa a sentença faz coisa julgada material. 
(B) Em geral, nos feitos de jurisdição voluntária aplica-se o princípio da adstrição, da congruência, da 
correlação, ente outros; e, nos feitos de jurisdição contenciosa, aplica-se o princípio inquisitivo ao proferir 
a sentença. 
(C) Em procedimento de jurisdição voluntária não é possível existir controvérsia entre os interessados. 
(D) Enquanto na jurisdição contenciosa a regra é a aplicação do juízo da legalidade estrita, na 
jurisdição voluntária é possível o julgamento por meio de equidade. 
(E) Tanto a jurisdição contenciosa como a voluntária são marcadas pela presença de litígio a ser 
dirimido pelo juiz, por meio da sentença. 
 
04. (Câmara de Conceição do Mato Dentro – Advogado – FUMARC) Em relação aos limites da 
jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: 
(A) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade 
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em 
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
(B) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver 
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na 
contestação. 
(C) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de 
ser cumprida a obrigação. 
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10 
 
(D) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em 
que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. 
 
05. (PGE/MT – Procurador – CESPE) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição 
e ação, julgue o item seguinte. 
 
O novo CPC reconhece a competência concorrente da jurisdição internacional para processar ação de 
inventário de bens situados no Brasil, desde que a decisão seja submetida à homologação do STJ. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Certo / 02.A / 03.D / 04.C / 05.Errado 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Certo 
Este princípio determina queas regras que devem ser objetivamente estabelecidas na competência 
jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. Impede que seja criado 
Tribunal para julgamento de determinada demanda (Tribunal de exceção). 
 
02. Resposta: A 
A alternativa A é falsa, devido a possibilidade jurídica do pedido passar a ser entendida como mérito 
no NCPC e não como condição da ação. 
 
03. Resposta: D 
É certo que, como regra, o juiz deve aplicar a legalidade estrita em seus julgamentos, somente estando 
autorizado a julgar por equidade quando expressamente autorizado por lei (art. 140, parágrafo único, 
CPC/15). Uma das exceções a esta regra encontra-se exatamente do regramento geral dos 
procedimentos de jurisdição voluntária, dispondo o art. 723, parágrafo único, que "o juiz não é obrigado a 
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais 
conveniente ou oportuna". Afirmativa correta. 
 
04. Resposta: C 
Dispõe o art. 21, do CPC/15, que "compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações 
em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver 
de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil". Afirmativa 
correta. 
 
05. Resposta: Errado 
A hipótese trazida pela afirmativa é de competência exclusiva da autoridade brasileira, o que significa 
que a ação - no caso a ação de inventário de bens situados no Brasil - somente pode ser submetida à 
jurisdição nacional. 
As hipóteses de competência exclusiva da jurisdição brasileira estão contidas no art. 23, do CPC/15. 
 
 
 
Competência 
 
A competência pode ser entendida como um pressuposto processual de limitação à jurisdição ou de 
delimitação do poder jurisdicional. Isto porque, por questões práticas de organização, necessário se fez 
a limitação de atuação dos órgãos jurisdicionais, tendo em vista não seria conveniente, nem eficaz, que 
um juiz pudesse julgar ilimitadamente qualquer causa. Por esta razão, a competência estabelece critérios 
e limites de atuação de cada juízo. 
Trata-se de, portanto, de um pressuposto processual de existência e validade do processo. 
 
Da competência: disposições gerais; da modificação da competência; da 
incompetência. Da cooperação nacional. 
 
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11 
 
Princípio da “Perpetuatio jurisdictionis” 
 
Nos termos do artigo 43 do CPC, como regra, a competência é determinada no momento do registro 
ou da distribuição da petição inicial, ou seja, na data da propositura da ação e não mais poderá ser 
modificada. (perpetuatio jurisdictionis – perpetuação da competência). O mesmo artigo prevê duas 
exceções à regra da perpetuatio jurisdictionis: 
- Se houver supressão/extinção do órgão judiciário; ou 
- Se houver alteração da competência absoluta. 
 
Espécies 
 
A competência pode ser Absoluta ou Relativa: 
- Absoluta: Não pode ser alterada por circunstâncias processuais, nem por vontade das partes. Não 
pode ainda ser modificada em razão de conexão ou continência. Pode ser alegada em qualquer tempo e 
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. A incompetência absoluta é vício que justifica a 
propositura de ação rescisória. A competência será absoluta quando fixada em razão da matéria, da 
pessoa ou da função (art. 62, CPC). 
 
- Relativa: Pode ser modificada por acordo de vontade entre as partes, ou ainda por conexão ou 
continência. Atende principalmente o interesse particular das partes e somente pode ser alegada pelo réu 
ou pelo Ministério Público. Em regra, não pode ser declarada de ofício e trata-se de defesa sujeita à 
preclusão, devendo ser arguida em sede de contestação. 
A competência será relativa, quando determinada em razão do território ou do valor da causa (art. 63, 
CPC). 
 
Critérios de determinação da competência 
 
a) Critério objetivo 
Este critério fixa a competência em razão do valor da causa, em razão da matéria ou em razão da 
pessoa. 
 
- Competência em razão do valor da causa 
O valor da causa trata-se de um requisito essencial da petição inicial, no entanto, não foi adotado 
expressamente como critério de fixação da competência pelo CPC/2015. A competência em razão do 
valor da causa é encontrada em normas de organização judiciária ou legislações extravagantes. Ex. Lei 
dos Juizados Especiais que estabelece a competência para julgamento de ações que não ultrapassem 
quarenta vezes o salário mínimo. Importante ressaltar que os Juizados Especiais podem considerar como 
critério de competência, tanto a matéria, como o valor da causa. 
A competência em razão do valor da causa trata-se de uma competência relativa. 
 
- Competência em razão da matéria (ratione materiae) 
Neste caso, a competência é determinada de acordo com a natureza jurídica da matéria que será 
discutida na relação processual. Exemplos: Ações de Divórcio, cuja Vara competente é a Vara de Família. 
A competência em razão da matéria é considerada uma competência absoluta, visto que não pode ser 
modificada por circunstâncias do processo, nem por vontade das partes. 
 
- Competência em razão da pessoa (ratione personae) 
Trata-se de competência estabelecida em razão da pessoa. Ex. o domicilio do menor/alimentado é o 
competente para julgar a ação de alimentos. Também se trata de uma competência absoluta, que não 
pode ser modificada pelas partes. 
 
b) Critério Funcional 
Trata-se de um critério que considera a função que órgão jurisdicional vai exercer no processo como 
requisito para determinação da competência, ou seja, leva em conta as atribuições/funções que órgãos 
jurisdicionais exercem dentro de um determinado processo. 
A competência funcional pode ser horizontal ou vertical: 
- Horizontal: quando a distribuição de competência ocorre dentro da mesma instância, no mesmo grau 
de jurisdição. Ex. quando o júri condena um criminoso, cabe ao juiz dosar a pena. Ou seja, tratam-se de 
funções estabelecidas por órgãos diferentes, dentro de um mesmo processo e na mesma instância. 
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12 
 
- Vertical: quando a distribuição de competência ocorre entre duas instancias diferentes, ou seja, 
quando há mudança de grau de jurisdição. Também chamada de competência funcional em função da 
hierarquia. Ex: julgamento de recursos. 
 
c) Critério Territorial 
Trata-se do critério utilizado para determinar o local onde a causa deverá tramitar. Neste caso, leva-
se em consideração que o país é dividido em circunscrições judiciárias. 
Como regra geral de competência territorial temos: o foro de domicílio do réu para as ações pessoais 
e reais mobiliárias (art. 46, CPC). 
O Código de Processo Civil estabelece um foro geral ou comum, fixado em razão do domicílio do réu, 
e diversos foros especiais, fixados em razão da situação da coisa demandada, da qualidade das pessoas 
envolvidas no litígio, entre outras circunstâncias. 
 
Foro Geral ou Comum 
Como regra geral temos que o Foro Comum é o foro do domicilio do réu, nos termos do que dispõe o 
artigo 46 do CPC. 
Da regra geral do foro comum, decorrem outras regras (foros subsidiários ou supletivos) 
- Quando o réu tiver mais de um domicílio o autor pode escolher em qual quer promover a ação. 
- Quando o réu estiver em local incerto e desconhecido, o autor poderá optar por demandá-lo onde o 
mesmo for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
- Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio 
do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
- Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer 
deles, à escolha do autor. 
- A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde 
for encontrado. 
 
Foros Especiais 
São forosque levam em consideração critérios como a matéria, a pessoa e o local. Ex: o domicílio do 
devedor é o foro competente para as ações de cobrança. Constituem exceções à regra geral de 
competência territorial. 
 
São exemplos de foros especiais, que excepcionam a regra do foro comum. 
- Foro da situação da coisa (art. 47); 
- Foro do domicílio do autor da herança (art. 48); 
- Foro do último domicílio (art. 49); 
- Foro do domicílio do representante ou assistente (art. 50); 
- Foro de domicílio do réu (art. 51); 
- Regras específicas dos artigos 51 e 52; 
- Foro do domicílio de quem detiver a guarda de incapaz (artigos 46 e 53); 
- Foro do domicílio ou da residência do alimentando (art. 53, II); 
- Foro competente para as ações em face de pessoas jurídicas (art. 53, III, “a” e “b”); 
- Foro competente para as ações em face de entes despersonalizados (art. 53, III, “c”); 
- Foro competente para as demandas obrigacionais (art. 53, III, “d”); 
- Foro competente para as demandas que versem sobre os direitos do idoso (art. 53, III, “e”); 
- Foro da sede da serventia notarial ou registral (art. 53, III, “f”); 
- Foro do lugar do ato ou fato (art. 53, IV, “a” e “b”); 
- Foro do domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V). 
 
Modificação da Competência 
 
Dá-se o nome “modificação da competência” ao fenômeno processual que consiste em atribuir 
competência a um juízo que originariamente não a possuía6. 
Somente a competência relativa pode ser modificada. A absoluta não pode ser alterada. 
A modificação da competência relativa pode se dar de quatro formas: conexão, continência, 
prorrogação e derrogação. 
 
 
6DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 
de março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 
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Conexão e Continência 
O artigo 54 do CPC estabelece que a competência relativa poderá ser modificada pela conexão ou 
pela continência. Reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto ou a causa 
de pedir (art.55). 
Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa 
de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais (art. 56). 
 
Prorrogação 
Sobre a prorrogação da competência menciona o doutrinador Cândido Dinamarco, a “prorrogação da 
competência é modificação desta: o órgão judiciário, ordinariamente incompetente para 
determinado processo, passa a sê-lo em virtude de algum fenômeno a que o direito dá essa 
eficácia. Ordinariamente, pertencem-lhe os processos que se situam dentro de determinada esfera 
(que é a sua competência), mas quando ocorre um desses fenômenos essa esfera se alarga 
(prorroga-se), para abranger um processo que estava fora. A prorrogação não é, assim, mais um 
critério para a determinação da esfera de competência dos juízes -, mas um motivo de alteração, 
em casos concretos, dessa esfera (esse é um ensinamento cediço, quase unânime, da doutrina)." 
 
A prorrogação pode ser legal (quando decorrente de lei – Ex. conexão e continência) ou voluntária 
(quando decorrente da vontade das partes – Ex. eleição do foro) 
 
Derrogação da competência 
Ocorre quando as partes elegem o foro competente, por meio de uma clausula constante em um 
contrato (art. 63, CPC). A determinação da competência para julgamento das questões advindas do 
contrato, recebe a denominação de “eleição de foro”7. A eleição de foro só é válida quando tratar de 
direitos obrigacionais, não se admitindo em ações reais nem sobre direitos indisponíveis. 
 
Prevenção 
A prevenção ocorre quando há a fixação da competência de um juízo em face de outro, sendo ambos 
competentes para o julgamento da causa. Assim, quando houver mais de um juízo competente para 
analisar o mesmo feito, um deles deverá escolhido, excluindo-se a competência dos demais. 
 O art. 59 do CPC estabelece que o registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
Assim, podemos notar que a prevenção segue a mesma regra de determinação da competência, logo, 
será determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial. 
Com relação aos Tribunais, a prevenção observa a regra do parágrafo único do artigo 930, CPC, que 
dispõe: o primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso 
subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. 
 
Regra da Acessoriedade 
A competência é fixada pela regra da acessoriedade quando há uma relação de dependência ou 
subordinação entre as causas. Trata-se de uma competência funcional, portanto, absoluta. 
Não podemos falar, no entanto, em conexão ou em relação de acessoriedade entre processos de 
natureza cível e de natureza criminal. 
 
Incompetência 
 
Nos termos do artigo 337, II do CPC, as incompetências absolutas e relativas devem ser alegadas 
antes de se discutir o mérito da causa. Serão alegadas como questão preliminar em contestação. 
A incompetência absoluta pode ainda ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declarada de ofício. 
Alegada a incompetência e após a parte contrária se manifestar sobre a matéria, deverá o magistrado 
decidir imediatamente a alegação de incompetência. Constatada a incompetência, os autos deverão ser 
remetidos então, ao juízo competente. 
As decisões proferidas pelo juízo incompetente serão conservadas até que uma nova decisão seja 
proferida. 
Ao alegar a incompetência absoluta ou relativa, deve o réu fundamentar e instruir a contestação com 
as provas pertinentes e disponíveis, podendo inclusive protocolizar a sua defesa no foro do seu domicílio 
 
7 https://jus.com.br/artigos/3503/modificacoes-da-competencia 
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14 
 
(art. 340). Nesse caso, deve o juiz que recebeu a contestação comunicar o fato ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
 
Haverá conflito de competência quando: 
a) 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 
b) 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; 
c) entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. 
 
Quando comparativo para facilitar a memorização da matéria: 
 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
Prevalece o interesse público (direito 
indisponível) 
Prevalece o interesse privado (direito disponível) 
Poderá ser arguida na contestação ou declarada 
de ofício, por qualquer das partes, em qualquer 
tempo e grau de jurisdição. 
Somente pode ser alegada pelo réu, como 
preliminar em sede de contestação e (Súmula 33 
do STJ). Exceção: art. 63, § 3º, CPC. 
Não está sujeita à prorrogação Pode ser prorrogada (art. 65, CPC) 
Cabe ação rescisória (art. 966, II, CPC) Não cabe ação rescisória. Há preclusão. 
A competência absoluta não pode ser alterada 
por vontade das partes. 
As partes podem modificar a competência relativa 
através do foro de eleição ou pela não alegação 
de incompetência relativa. (art. 65, CPC) 
 
Cooperação Nacional 
 
A cooperação nacional dispõe sobre o dever de recíproca cooperação que deve haver entre os órgãos 
do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de 
jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, através de seus magistrados e servidores. 
Pode ser executada como: 
I - auxílio direto; 
II - reunião ou apensamento de processos; 
III - prestação de informações; 
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. 
 
O auxílio direto na cooperação nacional significa dizer que deverá haver um intercâmbio entre juízes 
ou entre seus servidores, sem interferência de qualquer outro órgão ou autoridade.A reunião de processos pode ocorrer nos casos de conexão, bem como quando existir risco de 
prolação de decisões conflitantes caso sejam decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
(art. 55, §3º). O apensamento também consiste na reunião de processos para tramitação em conjunto, 
sem que um forme parte integrante do outro. 
 
A prestação de informações deve ocorrer de forma simples e informal, principalmente depois que os 
meios eletrônicos passaram a ser usados para a prática dos atos processuais. 
Atos concertados são aqueles definidos de comum acordo entre os juízes cooperantes, na tentativa 
de estabelecer procedimentos. 
 
Abaixo seguem os artigos do CPC/15 que tratam da matéria estudada:: 
 
TÍTULO III 
DA COMPETÊNCIA INTERNA 
CAPÍTULO I 
DA COMPETÊNCIA 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, 
ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 
 
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15 
 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, 
sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando 
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada 
pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária 
e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados. 
 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal 
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou 
conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, 
exceto as ações: 
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; 
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo 
perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2º Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência 
para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas 
entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. 
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja 
presença ensejou a remessa for excluído do processo. 
 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em 
regra, no foro de domicílio do réu. 
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado 
ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio 
do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer 
deles, à escolha do autor. 
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar 
onde for encontrado. 
 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da 
coisa. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre 
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. 
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta. 
 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, 
a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha 
extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no 
estrangeiro. 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também 
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. 
 
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou 
assistente. 
 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. 
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Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do 
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito 
Federal. 
 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito 
Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no 
foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da 
coisa ou na capital do respectivo ente federado. 
 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de 
união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade 
jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em 
razão do ofício; 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de 
delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
 
Seção II 
Da Modificação da Competência 
 
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o 
disposto nesta Seção. 
 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de 
pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já 
houver sido sentenciado. 
 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de 
decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes 
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo 
relativo à ação contida será proferida sentença sem resoluçãode mérito, caso contrário, as ações serão 
necessariamente reunidas. 
 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas 
simultaneamente. 
 
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Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, 
a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. 
 
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. 
 
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por 
convenção das partes. 
 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde 
será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente 
a determinado negócio jurídico. 
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício 
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob 
pena de preclusão. 
 
Seção III 
Da Incompetência 
 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. 
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declarada de ofício. 
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. 
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. 
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo 
juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de 
contestação. 
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em 
que atuar. 
 
Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; 
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se 
a atribuir a outro juízo. 
 
CAPÍTULO II 
DA COOPERAÇÃO NACIONAL 
 
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as 
instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca 
cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. 
 
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato 
processual. 
 
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma 
específica e pode ser executado como: 
I - auxílio direto; 
II - reunião ou apensamento de processos; 
III - prestação de informações; 
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. 
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§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código. 
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no 
estabelecimento de procedimento para: 
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato; 
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos; 
III - a efetivação de tutela provisória; 
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; 
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; 
VI - a centralização de processos repetitivos; 
VII - a execução de decisão jurisdicional. 
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes 
ramos do Poder Judiciário. 
Questões 
 
01. (PC/BA – Delegado de Polícia – VUNESP/2018) A respeito dos critérios para a modificação da 
competência do juízo cível, é correto afirmar que 
(A) a competência absoluta poderá modificar-se pela conexão ou pela continência. 
(B) reputam-se continentes 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de 
pedir. 
(C) antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício 
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
(D) se dá a conexão entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à 
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
(E) a citação do réu torna prevento o juízo. 
 
02. (Prefeitura de Trindade/GO – Procurador Municipal – FUNRIO) Diante do Novo Código de 
Processo Civil, no que diz respeito à competência, é correto afirmar que: 
(A) O foro contratual não produz efeitos perante os herdeiros e sucessores das partes. 
(B) A alegação de incompetência relativa será alegada por meio de exceção, em peça autônoma. 
(C) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa, ou da função, pode ser afastada por 
convenção das partes. 
(D) A pendência de causa perante a jurisdição brasileira impede a homologação de sentença judicial 
estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
(E) Se a União for demandada, a ação poderá ser proposta no foro do domicílio do autor, no de 
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. 
 
03. (Prefeitura de Rosana – Procurador – VUNESP) Compreende-se pelo princípio da perpetuatio 
iurisdictionis: 
(A) o mandamento constitucional que veda a instituição de tribunais para julgamento de fatos e 
condutas específicas. 
(B) a regra geral que veda a modificação da competência, que é fixada no momento da propositura da 
ação. 
(C) a extraordinária possibilidade de estabilização da competência em juízo absolutamente 
incompetente. 
(D) a vedação à extinção de órgão judiciário em que ainda haja processos em trâmite. 
(E) a vinculação do processo à pessoa física do magistrado, fixada no momento da distribuição da 
ação. 
 
04. (Prefeitura de Campinas – Procurador – FCC) No que tange à incompetência absoluta e à 
incompetência relativa, é correto afirmar: 
(A) A competência determinada em razão de matéria, da pessoa ou da função é derrogável por 
convenção das partes. 
(B) Prorrogar-se-ão as competências relativa e absoluta se o réu não alegar a incompetência em 
preliminar de contestação. 
(C) A incompetência absoluta será alegada como preliminar de contestação, enquanto a relativa será 
arguida por meio de exceção. 
(D) Caso a alegação de incompetência seja acolhida, o processo será extinto, sem resolução de mérito. 
(E) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declarada de ofício. 
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Gabarito 
 
01.C / 02. E/ 03. B / 04.E 
 
Comentários 
01. Resposta: C 
CPC – Art. 63 [...] 
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício 
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
 
02. Resposta: E. 
A) Art. 63, § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
B) Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de 
contestação. 
C) Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável 
por convenção das partes. 
D) Art. 24, Parágrafo único. A pendência de causaperante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
E) Art. 51, Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou 
no Distrito Federal. CORRETA. 
 
03. Resposta: B 
CPC - Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição 
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo 
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
04. Resposta: E 
CPC - Art. 64. (...) 
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declarada de ofício. 
 
 
 
Partes 
 
Partes são os sujeitos parciais do processo, ou seja, o autor e o réu. Processualmente podemos dizer 
que é quem pede e em face de quem se pede a providencia jurisdicional. 
 
Capacidade Processual 
 
Capacidade de ser parte 
Tem capacidade de ser parte todos os sujeitos de direitos e deveres na ordem civil, quais sejam as 
pessoas físicas, as pessoas jurídicas e inclusive os entes despersonalizados (sem personalidade 
jurídica), como por exemplo o condomínio, o espólio. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) menciona que 
os entes despersonalizados, apesar não terem personalidade jurídica, detém personalidade judiciária, 
logo podem ser partes em um processo. 
Os incapazes podem ser partes, no entanto, precisam estar representados ou assistidos. 
 
Capacidade processual 
A capacidade processual é conhecida como capacidade de estar em juízo (legitimatio ad processum). 
Refere-se a possibilidade de estar em juízo sem a necessidade de estar acompanhada por assistente ou 
representante. Tendo capacidade civil plena, pode-se dizer que a parte tem capacidade processual. 
 
Das partes e dos procuradores: da capacidade processual; dos deveres das 
partes e de seus procuradores. Dos procuradores. 
 
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Atenção: A capacidade de ser parte, não pode ser confundida com a capacidade processual. 
Conforme já mencionamos, a capacidade de ser parte relaciona-se a capacidade de direitos da vida civil, 
já a capacidade processual trata da aptidão para estar em juízo. 
 
Incapacidade Processual e Irregularidade de Representação 
Nos casos em que for constatada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da 
parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 
Caso a parte não cumpra a determinação de sanar o vício e o processo esteja em 1ª Instância, três 
situações podem ocorrer: 
- o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
- o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
- o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. 
 
Caso o processo esteja em fase recursal perante o Tribunal competente, o relator: 
- não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
- determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
 
Capacidade postulatória 
A capacidade postulatória é a aptidão para intervir em juízo, representando as partes ou postulando a 
defesa de direitos. Em regra, essa capacidade é conferida aos advogados inscritos na OAB, ao Ministério 
Público e à Defensoria Pública. 
No entanto, nosso ordenamento jurídico prevê algumas hipóteses em que as partes adquirem 
capacidade postulatória, sendo dispensada a presença do advogado, como por exemplo no habeas 
corpus, nas ações de procedimento sumaríssimo no Juizado Especial Cível (1ª Instância) e do jus 
postulandi na Justiça do trabalho. 
 
Capacidade processual dos cônjuges 
As pessoas casadas possuem capacidade processual plena, ou seja, independem da autorização do 
cônjuge para ingressar em juízo em defesa de seus direitos. O consentimento do outro cônjuge, no 
entanto, é necessário para se propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários, salvo quando 
casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
Ocorre neste caso o litisconsórcio necessário, onde ambos os cônjuges serão citados para a ação. Os 
dois cônjuges serão necessariamente citados ainda para as ações: 
- resultantes de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
- fundadas em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
- que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um 
ou de ambos os cônjuges. 
 
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas 
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. (art. 73, §2º, do Código de Processo Civil - 
CPC/2015). 
 
Substituição Processual 
A substituição processual (ou legitimidade extraordinária) ocorre quando a lei autoriza alguém, em 
nome próprio, pleitear direito alheio. Ex. Ministério Público na defesa dos interesses da pessoa com 
deficiência. 
Não se pode confundir a substituição processual com a representação, isto porque, na substituição 
processual o agente atua em nome próprio na defesa de direito alheiro, já na representação, o 
representante atua em nome alheio na defesa de direito alheio. 
 
Sucessão das Partes 
A sucessão processual ocorre quando há substituição das partes, onde outra pessoa assume o lugar 
do litigante originário e passa a fazer parte da relação processual. 
No entanto, nos termos do artigo 108 do CPC, somente é licita a sucessão voluntária das partes, nos 
casos expressos em lei. 
Poderá ainda ocorrer a sucessão processual na hipótese de morte de uma das partes (sucessão 
obrigatória). 
 
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Obs. A sucessão processual não pode ser confundida com a substituição processual. Na sucessão 
ocorre a substituição da parte. Ex: morte de uma das partes. Já na substituição processual não há troca 
de parte e sim, uma pessoa autorizada por lei, que age em nome próprio na defesa de direito e interesse 
alheio. Ex. Ministério Público na defesa dos interesses da pessoa com deficiência. 
 
Deveres das Partes e de seus Procuradores 
 
Todas as partes têm a obrigação de se comportar no processo com lealdade, boa-fé e probidade. Alem 
disso, o artigo 77 do CPC especifica que são deveres das partes e de seus procuradores: 
I- Expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
II- Não formular pretensão ou apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; 
III- Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do 
direito; 
IV- Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar 
embaraços à sua efetivação; 
V- Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou 
profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer 
modificação temporária ou definitiva; 
VI- Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
 
O descumprimento dos incisos IV e VI gera ato atentatório à dignidade da justiça, com aplicação de 
multa de até 20% sobre o valor da causa, sem prejuízo das sanções criminais e civis cabíveis. Esta multa 
será revertida para União ou para os Estados e poderá ser cumulada com as multas previstas nos artigos 
nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o, ambos do CPC. 
A multa supramencionada não se aplica aos advogados públicos ou privados e aos membros da 
Defensoria Pública e do Ministério Público. 
 
Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual 
O Código de Processo Civil dispõe em seu artigo 79, que responderá perdas e danos, aquele que 
litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. 
A litigância de má-fé ocorre quando uma das partes de um processo litiga intencionalmente

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