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1 TRF 4 Técnico Judiciário - Área Administrativa Das normas fundamentais e da aplicação das normas processuais. .................................. 1 Da jurisdição e da ação. ...................................................................................................... 6 Da competência: disposições gerais; da modificação da competência; da incompetência. Da cooperação nacional. ............................................................................................................ 10 Das partes e dos procuradores: da capacidade processual; dos deveres das partes e de seus procuradores. Dos procuradores. .................................................................................. 19 Do litisconsórcio. ............................................................................................................... 35 Da intervenção de terceiros. ............................................................................................. 39 Do juiz: poderes, deveres, responsabilidade; impedimento e suspeição. .......................... 48 Auxiliadores da justiça. ..................................................................................................... 54 Atos processuais: forma, tempo e lugar. ........................................................................... 64 Prazos ............................................................................................................................... 73 Da citação, da intimação, das cartas. ................................................................................ 80 Nulidades processuais. ..................................................................................................... 89 Da tutela provisória. .......................................................................................................... 92 Formação, suspensão e extinção do processo. .............................................................. 100 Do procedimento comum: disposições gerais; da petição inicial; da improcedência liminar do pedido; da audiência de conciliação ou de mediação; da contestação; da reconvenção; da revelia; das providências preliminares e do saneamento; do julgamento conforme o estado do processo: julgamentos antecipado do mérito e antecipado parcial do mérito; da audiência de instrução e julgamento. Das provas. Da sentença e da coisa julgada. Liquidação de sentença. ............................................................................................................................................. 105 Cumprimento de sentença e sua impugnação ................................................................. 162 Ações possessórias. Ação monitória. Ação de exibir contas. Inventário e partilha. ......... 174 Execução: disposições gerais, espécies, suspensão e extinção. Embargos do devedor. 194 Embargos de terceiro. ..................................................................................................... 238 Ação de desapropriação. ................................................................................................ 241 Ação popular. .................................................................................................................. 249 Mandado de segurança individual e coletivo. .................................................................. 257 Ação civil pública. ........................................................................................................... 264 Dos Juizados Especiais Federais: Lei nº 10.259/2001. ................................................... 268 Dos Juizados Especiais Cíveis: Lei nº 9.099/1995. ......................................................... 268 Lei nº 11.419/2006 – Lei do Processo Judicial Eletrônico. .............................................. 284 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 2 Olá Concurseiro, tudo bem? Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 01. Apostila (concurso e cargo); 02. Disciplina (matéria); 03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 04. Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até cinco dias úteis para respondê-lo (a). Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! Bons estudos e conte sempre conosco! 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 1 Normas Fundamentais e Aplicação das Normas Processuais Normas Fundamentais do Processo Civil O Código de Processo Civil (CPC) inicia seus preceitos tratando das normas fundamentais e da aplicação das normas processuais, determinando em seu artigo 1º que o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil. Da análise desse dispositivo, podemos concluir que a aplicação do Código de Processo Civil exige concomitantemente a observância das normas constitucionais, bem como de seus valores e princípios, tais como o do devido processo legal, da inafastabilidade, da duração razoável do tempo do processo, da isonomia, do contraditório, da motivação das decisões judiciais, dentre outros. As normas fundamentais do processo civil exigem ainda o dever de colaboração das partes, como consequência do princípio da boa-fé, assegura às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais e determina que ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz deverá atender aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Dentre as normas fundamentais, o CPC dispõe ainda que não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Como inovação, o CPC/2015 buscou em seu texto incentivar as práticas alternativas de solução de conflitos, especialmente através da Mediação e da Conciliação, como forma de desafogar o Poder Judiciário. A jurisdição civil brasileira, uma vez provocada pela ação, age por meio do complexo de atos que denominamos de processo. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei, trata-se do princípio do impulso oficial. Para que o processo se desenvolva e atinja a sua finalidade precípua, é necessário delimitar quais normas serão aplicáveis a cada caso concreto. Para tanto, é preciso saber se à demanda proposta é possível aplicar as normas processuais brasileiras e, além disso, se essas normas, mais especificamente a lei, estão vigentes no ordenamento jurídico. Com relação aos processos que já estão em andamento, deve-se questionar se a lei processual civil tem aptidão imediata para produzir todos os seus efeitos jurídicos e se valepara todo e qualquer ato que ainda esteja pendente. Para melhor compreensão das normas fundamentais do processo civil, vamos à análise dos dispositivos do CPC que tratam da matéria: LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015 Código de Processo Civil. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Das normas fundamentais e da aplicação das normas processuais. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 2 Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa- fé. Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) § 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2º Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 3 § 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. Aplicação das normas processuais: a lei processual civil no espaço e no tempo A lei processual civil no espaço Toda norma jurídica tem eficácia limitada no espaço e no tempo, isto é, aplica-se apenas dentro de determinado território e por certo período de tempo. O CPC, em seu artigo 16, estabelece a extensão territorial para a aplicação das normas processuais: “A jurisdição civil é exercida pelos juízes em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código”. O art. 13, por sua vez, reforça que a jurisdição civil será reagida pelas normas processuais brasileiras, ressalvada a possibilidade de aplicação das disposições específicas previstas em tratados ou acordos internacionais dos quais o Brasil seja parte. Os dispositivos tratam da dimensão territorial da norma processual. Não há novidade, a não ser no fato de o Código ter positivado norma que está intimamente ligada ao Direito Internacional Privado. As disposições atendem a imperativo previsto na Constituição Federal, segundo o qual “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte” (art. 5º, §2º, da CF/88). A lei processual civil no tempo As normas processuais, assim como todas as normas jurídicas em geral, também estão limitadas no tempo. Isso quer dizer que, na hipótese de sucessão de leis processuais, deve-se recorrer ao direito intertemporal para estabelecer qual das leis – se a lei posterior ou se a lei anterior – irá regular a situação concreta. No processo civil o surgimento de lei nova não encontra problema em relação aos processos já encerrados, pois a regra é que a norma processual não retroage (art.14). Também não se vislumbra qualquer complicação para os processos a serem iniciados, já que a norma processual civil terá aplicação imediata, respeitando-se, é claro, a sua vacatio legis. A questão coloca-se, então, no tocante aos processos ainda em trâmite, ou seja, naquelas não acobertados pela coisa julgada. O mesmo art.14, após declarar a irretroatividade da lei processual, estabelece que ela será aplicável imediatamente aos processos em curso, “respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. Aqui vigora o princípio do tempus regit actum, não tendo a lei nova aptidão para atingir os atos processuais já praticados. Direito Intertemporal no novo CPC Passado a vigorar o novo CPC os seus dispositivos tornaram-se imediatamente aplicados aos processos em curso, afastando-se a aplicação das normas do CPC/73. Ordinariamente, o que ocorre é a revogação e, portanto, a cessação da eficácia dasnormas do Código anterior. Contudo, a mudança de um sistema para outro não se dá de forma abrupta, pois não é desejável a quebra total de uma regra que até então vinha regulando determinadas situações. Em situações específicas, a eficácia das normas do CPC/73 perdurará, criando-se um problema de compatibilidade das leis em um mesmo tempo. A título de exemplo, citem os processos que correm sob o rito sumário. Esse rito não mais é contemplado no novo Código, no entanto, o legislador achou por bem que os processos iniciados e não sentenciados até a entrada em vigor da Lei 13.105/15 deveriam ser concluídos de acordo com o regramento constante no CPC/73. O Direito intertemporal cuida dessa transição, estabelecendo uma ponte entre o velho e o novo e evitando que o completo rompimento das regras – entrada em vigor de um Código e revogação do anterior – deixe determinadas situações no limbo. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 4 Vejamos as principais regras de direito intertemporal a serem observadas: a) Processo em trâmite sob os procedimentos sumário e especial; b) Regra probatória; c) Processos de execução contra devedor insolvente. Seguem abaixo os respectivos artigos do CPC: CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Quadro Esquemático1: A lei processual civil no tempo e no espaço Dimensão territorial da lei processual civil Dimensão temporal da lei processual civil Regras de direito intertemporal (CPC/73 X CPC/15) A jurisdição civil será exercida pelos juízes em todo o território nacional, e regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvada a possibilidade de aplicação das disposições específicas previstas em tratados ou acordos internacionais dos quais o Brasil seja parte; Em certos casos (art. 10 da LINDB, p.ex.), a aplicação da lei estrangeira é permitida. Princípio da irretroatividade: a lei não alcança os processos já findos (respeito à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito); Teoria do isolamento dos atos processuais: praticado o ato segundo a lei vigente no momento da sua prática, sobre ele recai a garantia inerente ao ato jurídico perfeito. Processos em trâmite sob o procedimento sumário (extinto com o novo CPC): nas ações propostas até o início da vigência do novo Código, deverá ser aplicadas as disposições do CPC/1973. No caso dos JECs (art. 3º, II, Lei nº 9099/95), a competência para as causas enumeradas no art. 275, III, CPC/73, prorroga-se até a edição de lei específica (art. 1063, CPC/2015); Regra probatória: as disposições de direito probatório adotadas no CPC/2015 aplicam- se apenas ``as provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência (art. 1047, CPC/2015); Processo de execução contra devedor insolvente, em curso ou que venham a ser propostas, permanecerão reguladas pelo CPC/73 (art. 1052, CPC/15). 1 DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 5 Questões 01. (Prefeitura de BH/MG – Procurador Municipal – CESPE/2017) Acerca de normas processuais e jurisdição, assinale a opção correta de acordo com as disposições do CPC. (A) Os processos sujeitos a sentença terminativa sem resolução de mérito ficam excluídos da regra que determina a ordem cronológica de conclusão para a sentença. (B) O novo CPC aboliu o processo cautelar como espécie de procedimento autônomo e as ações cognitivas meramente declaratórias. (C) Sentença estrangeira que verse sobre sucessão hereditária e disposição testamentária de bens situados no Brasil poderá ser executada no Poder Judiciário brasileiro após homologação pelo STJ. (D) As limitações e restrições aplicadas aos processos caracterizados como de segredo de justiça não se estendem aos feitos cujo curso se processe nos órgãos jurisdicionados superiores. 02. (Prefeitura de Patos - Advogado – CPCON/2017) O artigo 1° da Lei n° 13.105/15 (Novo Código de Processo Civil) trata sobre as normas fundamentais do Processo Civil, ao preceituar que (A) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os princípios, valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. (B) o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. (C) o processo civil será ordenado e interpretado conforme os princípios, valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. (D) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. (E) o processo civil será instruído, organizado e interpretado conforme os princípios, valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. 03. (Câmara de Aracruz/ES – Procurador Legislativo – IDECAN) Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à aplicação das normas processuais, analise as afirmativas a seguir. I. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. II. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. III. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas conjuntamente. Estão corretas as afirmativas (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. 04. (Prefeitura de Porto Alegre/RS – Procurador Municipal – FUNDATEC) Considerando as normas fundamentais do processo civil dispostas no Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15), assinale a alternativa INCORRETA. (A) Em razão da colaboração, todos os sujeitos que atuam no processo, inclusive o juiz, devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. (B) A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público. (C) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e econômicos e às exigências do bem comum, zelando pela promoção da dignidade da pessoa humana. (D) Pelo princípio da publicidade, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos. Todavia, tramitam em segredo de justiça os processos em que o exija o interesse público ou social. (E) O julgamento segundo aordem cronológica de conclusão pelos juízes e tribunais é de atendimento preferencial. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 6 05. (PGE/AM – Procurador – CESPE) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte. O novo CPC aplica-se aos processos que se encontravam em curso na data de início de sua vigência, assim como aos processos iniciados após sua vigência que se referem a fatos pretéritos. (....) Certo (....) Errado Gabarito 01.A / 02.B / 03.B / 04.C / 05.Certo Comentários 01. Resposta: A CPC - Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 2o Estão excluídos da regra do caput: IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 02. Resposta: B CPC -Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. 03. Resposta: B Item I- CPC - Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Item II- CPC - Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Item III – CPC - Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 04. Resposta: C CPC -Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 05. Resposta: Certo É o que dispõe o art. 14, do CPC/15: "A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada". No mesmo sentido, nas disposições finais, dispõe o art. 1.046, do CPC/15, que "Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973".2 Jurisdição é o poder-dever do Estado de solucionar litígios e de aplicar a lei a casos concretos, em substituição às partes e com desinteresse na lide, de modo a disciplinar determinada situação jurídica e promover a paz social. Pode ser entendida ainda como a área territorial sobre a qual determinada autoridade pode exercer seu poder. A jurisdição é provocada mediante o direito de ação e será exercida por meio daquele complexo de atos que é o processo. 2 Autor: Denise Rodriguez, Advogada, Mestre em Direito Processual Civil (UERJ). Da jurisdição e da ação. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 7 Características da Jurisdição - Unidade: a jurisdição é função exclusiva do Poder Judiciário, por intermédio de seus juízes, os quais decidem monocraticamente ou em órgãos colegiados, daí por que se diz que ela é una. A distribuição funcional da jurisdição em órgãos (Justiça Federal, Justiça do Trabalho, varas cíveis, varas criminais, entre outros), tem efeito meramente organizacional. - Secundariedade: a jurisdição é o último recurso na busca da solução dos conflitos. O normal e esperado é que o Direito seja realizado independentemente da atuação da jurisdição, sobretudo em se tratando de direitos patrimoniais. Em geral, o patrão paga os salários sem que seja acionado para tanto; o locatário paga o aluguel sem que o locador tenha que recorrer à Justiça e o pai, uma vez separado de sua mulher, paga alimentos ao filho, independentemente de qualquer ação de alimentos. Prevalece, portanto, a observância ao dever decorrente da lei, o convencionado pelas partes, o ato jurídico perfeito. Quando se descumpre o dever jurídico oriundo de tais atos, o que se espera é que as partes envolvidas busquem os meios para solucionar o litígio de forma consensual. Nessa perspectiva, a secundariedade constitui o reverso da unidade. Segundo a característica da unidade, a jurisdição constitui um monopólio do Judiciário. Por outro lado, de acordo com as características da secundariedade, a função jurisdicional é secundária no sentido de que só atuará em último caso, quando esgotadas todas as possibilidades de resolução do conflito instaurado. - Substitutividade: como o Estado é um terceiro estranho ao conflito, ao exercer a jurisdição, estará ele substituindo a vontade daqueles diretamente envolvidos na relação de direito material, os quais obrigatoriamente se sujeitarão ao que restar decidido pelo Estado-juízo. Em outras palavras, as partes poderiam cumprir o seu dever, evitando o conflito. Mas, surgindo o conflito, poderiam buscar uma forma de resolvê-lo amigavelmente. Não agindo assim, a última possibilidade consiste em acionar o Judiciário para buscar uma tutela jurisdicional. Uma vez provocada a jurisdição, instaurado e desenvolvido o processo, o Estado-juiz editará a sentença que substituirá completamente à vontade das partes. Esse é o sentido de substitutividade da jurisdição, que também pode ser caracterizada como uma espécie de heterocomposição de conflitos, que ocorre quando as partes elegem um terceiro para solucionar a lide, neste caso um juiz. - Imparcialidade: no exercício da jurisdição deve predominar o interesse geral de administração da justiça, devendo os agentes estatais zelar para que as partes tenham igual tratamento e oportunidade de participar no desenvolvimento do processo. A imparcialidade constitui característica de toda a atividade jurisdicional. - Criatividade: agindo em substituição à vontade dos conflitantes, o Estado, ao final do processo, criará uma norma individual que passará a regular o caso concreto, inovando a ordem jurídica. Assim, a tutela jurisdicional vai além, inovando no mundo jurídico, criando e não apenas reconhecendo algo já existente. - Inércia: a jurisdição é atividade paralela e desinteressada do conflito e, por isso, num primeiro momento, só age se provocada pelas partes, por intermédio de seus advogados (art. 2º, Código de Processo Civil -CPC). - Definitividade: a sentença e a coisa julgada tornam a decisão judicial definitiva, daí decorre a característica da definitividade. Princípios da Jurisdição - Princípio do juiz natural: este princípio estabelece que devem haver regras objetivas de competência jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. Ou seja, os juízes possuem competência para atuar apenas dentro de sua jurisdição, evitando-se assim o abuso de poder e ainda que um juiz possa ser escolhido ou excluído para o julgamento de determinado processo. Este princípio está relacionado com a vedação dos Tribunais de Exceção, que são tribunais formados temporariamente para julgar um caso ou alguns casos. A Constituição Federal de1988 em seu artigo 5º, XXXVII afirma que não haverá juízo ou tribunal de exceção. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 8 - Princípio da improrrogabilidade: os limites da jurisdição, em linhas gerais, são traçados na Constituição, não podendo o legislador ordinário restringi-los nem ampliá-los. A improrrogabilidade traçará, então, os limites de atuação dos órgãos jurisdicionais. Todos os juízes são investidos de jurisdição, mas só poderão atuar naquele órgão competente para o qual foram designados, e somente nos processosdistribuídos para aquele órgão. - Princípio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade): se, por um lado, não se permite ao julgador atuar fora dos limites definidos pelas regras de competência e distribuição, por outro, também a ele não se permite escusar de julgar os casos dentro de sua jurisdição. O órgão jurisdicional, uma vez provocado, não pode recusar-se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios, mesmo se houver lacunas na lei, caso em que poderá o juiz valer-se de outras fontes do direito, como a analogia, os costumes e os princípios gerais (art. 4º da LINDB). - Princípio da inevitabilidade: relaciona-se com a autoridade da decisão judicial, que, uma vez transitada e julgado, se impõe independentemente da vontade das partes. Assim, se não concordar com a decisão, deve-se recorrer; caso contrário, as partes a ela ficarão sujeitas em caráter inevitável. - Princípio da indelegabilidade: relaciona-se com os princípios da improrrogabilidade e da indeclinabilidade. Tal como não se admite a prorrogação da atividade de um julgador fora dos limites traçados pelas regras de competência, salvo nos casos expressos em lei, e igualmente não se permite que o juiz se escuse de decidir uma causa que lhe foi distribuída, também não pode ele ou o tribunal delegar suas funções a outra pessoa ou órgão jurisdicional. Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntária Por jurisdição contenciosa entende-se a função estatal exercida com o objetivo de compor litígios. Por sua vez, a jurisdição voluntária cuida da integração e fiscalização de negócios jurídicos particulares. O CPC/1973, em seu artigo 1º, admitia expressamente duas espécies de jurisdição: contenciosa e voluntária. Apesar de o artigo 16 do novo CPC/2015 não repetir a redação do dispositivo anterior, a jurisdição voluntária continua a ser tratada em capítulo específico (Título III, Capítulo XV, que dispõe sobre os Procedimentos Especiais). Os procedimentos especiais, que compõe o processo de conhecimento no Novo CPC estão distribuídos entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, do art. 539 ao 718, e procedimentos de jurisdição voluntária, do art. 719 a 7703. Natureza Jurídica No que tange à jurisdição voluntária, ainda existe grande controvérsia na doutrina a respeito da sua natureza jurídica. Nesse sentido, existem duas correntes que tratam da matéria: a) Administrativa: esta corrente entende que a natureza jurídica da jurisdição voluntária seria administrativa, pois o Estado exerce, através dos juízes, a função administrativa de tutelar interesses privados. Ou seja, a jurisdição voluntária não seria jurisdição. Entendem os adeptos desta teoria que em razão de não haver lide na jurisdição voluntária, não há que se falar em jurisdição. b) Jurisdicional: para esta corrente a jurisdição voluntária é jurisdição, pois trata-se de uma forma de exercício da função jurisdicional. Entendem os adeptos desta corrente que "o processo voluntário pertence à Jurisdição e não à administração."4 Segundo o renomado doutrinador Elpídio Donizetti5, a corrente clássica administrativa ainda encontra adeptos no Brasil, mas a doutrina majoritária adota o entendimento da corrente jurisdicional. Seguem os dispositivos do CPC referente a matéria: 3 http://www.prolegis.com.br/os-procedimentos-especiais-no-novo-cpc/ 4 BORGES, Marcos Afonso. Jurisdição Voluntária. Direito Processual Civil. Conferências. Revista de Processo. Vol. 11-12. São Paulo: RT. p. 209-219. 5DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 9 LIVRO II DA FUNÇÃO JURISDICIONAL TÍTULO I DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Questões 01. (STJ – Técnico Judiciário – CESPE/2018) A respeito da jurisdição, julgue o item que se segue. O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção. ( ) Certo ( ) Errado 02. (TJ/MG – Titular de Serviços – CONSULPLAN/2017) Com relação à função jurisdicional (jurisdição e ação), as assertivas abaixo estão corretas, EXCETO: (A) A impossibilidade jurídica é uma das condições da ação. (B) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional. (C) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. (D) Ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 03. (Pref. de Sertãozinho/SP – Procurador Municipal – VUNESP) No que tange à jurisdição contenciosa e voluntária, assinale a alternativa correta. (A) Tanto na jurisdição voluntária como na jurisdição contenciosa a sentença faz coisa julgada material. (B) Em geral, nos feitos de jurisdição voluntária aplica-se o princípio da adstrição, da congruência, da correlação, ente outros; e, nos feitos de jurisdição contenciosa, aplica-se o princípio inquisitivo ao proferir a sentença. (C) Em procedimento de jurisdição voluntária não é possível existir controvérsia entre os interessados. (D) Enquanto na jurisdição contenciosa a regra é a aplicação do juízo da legalidade estrita, na jurisdição voluntária é possível o julgamento por meio de equidade. (E) Tanto a jurisdição contenciosa como a voluntária são marcadas pela presença de litígio a ser dirimido pelo juiz, por meio da sentença. 04. (Câmara de Conceição do Mato Dentro – Advogado – FUMARC) Em relação aos limites da jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: (A) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. (B) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. (C) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de ser cumprida a obrigação. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 10 (D) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. 05. (PGE/MT – Procurador – CESPE) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte. O novo CPC reconhece a competência concorrente da jurisdição internacional para processar ação de inventário de bens situados no Brasil, desde que a decisão seja submetida à homologação do STJ. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito 01.Certo / 02.A / 03.D / 04.C / 05.Errado Comentários 01. Resposta: Certo Este princípio determina queas regras que devem ser objetivamente estabelecidas na competência jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. Impede que seja criado Tribunal para julgamento de determinada demanda (Tribunal de exceção). 02. Resposta: A A alternativa A é falsa, devido a possibilidade jurídica do pedido passar a ser entendida como mérito no NCPC e não como condição da ação. 03. Resposta: D É certo que, como regra, o juiz deve aplicar a legalidade estrita em seus julgamentos, somente estando autorizado a julgar por equidade quando expressamente autorizado por lei (art. 140, parágrafo único, CPC/15). Uma das exceções a esta regra encontra-se exatamente do regramento geral dos procedimentos de jurisdição voluntária, dispondo o art. 723, parágrafo único, que "o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna". Afirmativa correta. 04. Resposta: C Dispõe o art. 21, do CPC/15, que "compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil". Afirmativa correta. 05. Resposta: Errado A hipótese trazida pela afirmativa é de competência exclusiva da autoridade brasileira, o que significa que a ação - no caso a ação de inventário de bens situados no Brasil - somente pode ser submetida à jurisdição nacional. As hipóteses de competência exclusiva da jurisdição brasileira estão contidas no art. 23, do CPC/15. Competência A competência pode ser entendida como um pressuposto processual de limitação à jurisdição ou de delimitação do poder jurisdicional. Isto porque, por questões práticas de organização, necessário se fez a limitação de atuação dos órgãos jurisdicionais, tendo em vista não seria conveniente, nem eficaz, que um juiz pudesse julgar ilimitadamente qualquer causa. Por esta razão, a competência estabelece critérios e limites de atuação de cada juízo. Trata-se de, portanto, de um pressuposto processual de existência e validade do processo. Da competência: disposições gerais; da modificação da competência; da incompetência. Da cooperação nacional. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 11 Princípio da “Perpetuatio jurisdictionis” Nos termos do artigo 43 do CPC, como regra, a competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, ou seja, na data da propositura da ação e não mais poderá ser modificada. (perpetuatio jurisdictionis – perpetuação da competência). O mesmo artigo prevê duas exceções à regra da perpetuatio jurisdictionis: - Se houver supressão/extinção do órgão judiciário; ou - Se houver alteração da competência absoluta. Espécies A competência pode ser Absoluta ou Relativa: - Absoluta: Não pode ser alterada por circunstâncias processuais, nem por vontade das partes. Não pode ainda ser modificada em razão de conexão ou continência. Pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. A incompetência absoluta é vício que justifica a propositura de ação rescisória. A competência será absoluta quando fixada em razão da matéria, da pessoa ou da função (art. 62, CPC). - Relativa: Pode ser modificada por acordo de vontade entre as partes, ou ainda por conexão ou continência. Atende principalmente o interesse particular das partes e somente pode ser alegada pelo réu ou pelo Ministério Público. Em regra, não pode ser declarada de ofício e trata-se de defesa sujeita à preclusão, devendo ser arguida em sede de contestação. A competência será relativa, quando determinada em razão do território ou do valor da causa (art. 63, CPC). Critérios de determinação da competência a) Critério objetivo Este critério fixa a competência em razão do valor da causa, em razão da matéria ou em razão da pessoa. - Competência em razão do valor da causa O valor da causa trata-se de um requisito essencial da petição inicial, no entanto, não foi adotado expressamente como critério de fixação da competência pelo CPC/2015. A competência em razão do valor da causa é encontrada em normas de organização judiciária ou legislações extravagantes. Ex. Lei dos Juizados Especiais que estabelece a competência para julgamento de ações que não ultrapassem quarenta vezes o salário mínimo. Importante ressaltar que os Juizados Especiais podem considerar como critério de competência, tanto a matéria, como o valor da causa. A competência em razão do valor da causa trata-se de uma competência relativa. - Competência em razão da matéria (ratione materiae) Neste caso, a competência é determinada de acordo com a natureza jurídica da matéria que será discutida na relação processual. Exemplos: Ações de Divórcio, cuja Vara competente é a Vara de Família. A competência em razão da matéria é considerada uma competência absoluta, visto que não pode ser modificada por circunstâncias do processo, nem por vontade das partes. - Competência em razão da pessoa (ratione personae) Trata-se de competência estabelecida em razão da pessoa. Ex. o domicilio do menor/alimentado é o competente para julgar a ação de alimentos. Também se trata de uma competência absoluta, que não pode ser modificada pelas partes. b) Critério Funcional Trata-se de um critério que considera a função que órgão jurisdicional vai exercer no processo como requisito para determinação da competência, ou seja, leva em conta as atribuições/funções que órgãos jurisdicionais exercem dentro de um determinado processo. A competência funcional pode ser horizontal ou vertical: - Horizontal: quando a distribuição de competência ocorre dentro da mesma instância, no mesmo grau de jurisdição. Ex. quando o júri condena um criminoso, cabe ao juiz dosar a pena. Ou seja, tratam-se de funções estabelecidas por órgãos diferentes, dentro de um mesmo processo e na mesma instância. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 12 - Vertical: quando a distribuição de competência ocorre entre duas instancias diferentes, ou seja, quando há mudança de grau de jurisdição. Também chamada de competência funcional em função da hierarquia. Ex: julgamento de recursos. c) Critério Territorial Trata-se do critério utilizado para determinar o local onde a causa deverá tramitar. Neste caso, leva- se em consideração que o país é dividido em circunscrições judiciárias. Como regra geral de competência territorial temos: o foro de domicílio do réu para as ações pessoais e reais mobiliárias (art. 46, CPC). O Código de Processo Civil estabelece um foro geral ou comum, fixado em razão do domicílio do réu, e diversos foros especiais, fixados em razão da situação da coisa demandada, da qualidade das pessoas envolvidas no litígio, entre outras circunstâncias. Foro Geral ou Comum Como regra geral temos que o Foro Comum é o foro do domicilio do réu, nos termos do que dispõe o artigo 46 do CPC. Da regra geral do foro comum, decorrem outras regras (foros subsidiários ou supletivos) - Quando o réu tiver mais de um domicílio o autor pode escolher em qual quer promover a ação. - Quando o réu estiver em local incerto e desconhecido, o autor poderá optar por demandá-lo onde o mesmo for encontrado ou no foro de domicílio do autor. - Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. - Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. - A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. Foros Especiais São forosque levam em consideração critérios como a matéria, a pessoa e o local. Ex: o domicílio do devedor é o foro competente para as ações de cobrança. Constituem exceções à regra geral de competência territorial. São exemplos de foros especiais, que excepcionam a regra do foro comum. - Foro da situação da coisa (art. 47); - Foro do domicílio do autor da herança (art. 48); - Foro do último domicílio (art. 49); - Foro do domicílio do representante ou assistente (art. 50); - Foro de domicílio do réu (art. 51); - Regras específicas dos artigos 51 e 52; - Foro do domicílio de quem detiver a guarda de incapaz (artigos 46 e 53); - Foro do domicílio ou da residência do alimentando (art. 53, II); - Foro competente para as ações em face de pessoas jurídicas (art. 53, III, “a” e “b”); - Foro competente para as ações em face de entes despersonalizados (art. 53, III, “c”); - Foro competente para as demandas obrigacionais (art. 53, III, “d”); - Foro competente para as demandas que versem sobre os direitos do idoso (art. 53, III, “e”); - Foro da sede da serventia notarial ou registral (art. 53, III, “f”); - Foro do lugar do ato ou fato (art. 53, IV, “a” e “b”); - Foro do domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V). Modificação da Competência Dá-se o nome “modificação da competência” ao fenômeno processual que consiste em atribuir competência a um juízo que originariamente não a possuía6. Somente a competência relativa pode ser modificada. A absoluta não pode ser alterada. A modificação da competência relativa pode se dar de quatro formas: conexão, continência, prorrogação e derrogação. 6DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256, de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 13 Conexão e Continência O artigo 54 do CPC estabelece que a competência relativa poderá ser modificada pela conexão ou pela continência. Reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir (art.55). Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais (art. 56). Prorrogação Sobre a prorrogação da competência menciona o doutrinador Cândido Dinamarco, a “prorrogação da competência é modificação desta: o órgão judiciário, ordinariamente incompetente para determinado processo, passa a sê-lo em virtude de algum fenômeno a que o direito dá essa eficácia. Ordinariamente, pertencem-lhe os processos que se situam dentro de determinada esfera (que é a sua competência), mas quando ocorre um desses fenômenos essa esfera se alarga (prorroga-se), para abranger um processo que estava fora. A prorrogação não é, assim, mais um critério para a determinação da esfera de competência dos juízes -, mas um motivo de alteração, em casos concretos, dessa esfera (esse é um ensinamento cediço, quase unânime, da doutrina)." A prorrogação pode ser legal (quando decorrente de lei – Ex. conexão e continência) ou voluntária (quando decorrente da vontade das partes – Ex. eleição do foro) Derrogação da competência Ocorre quando as partes elegem o foro competente, por meio de uma clausula constante em um contrato (art. 63, CPC). A determinação da competência para julgamento das questões advindas do contrato, recebe a denominação de “eleição de foro”7. A eleição de foro só é válida quando tratar de direitos obrigacionais, não se admitindo em ações reais nem sobre direitos indisponíveis. Prevenção A prevenção ocorre quando há a fixação da competência de um juízo em face de outro, sendo ambos competentes para o julgamento da causa. Assim, quando houver mais de um juízo competente para analisar o mesmo feito, um deles deverá escolhido, excluindo-se a competência dos demais. O art. 59 do CPC estabelece que o registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. Assim, podemos notar que a prevenção segue a mesma regra de determinação da competência, logo, será determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial. Com relação aos Tribunais, a prevenção observa a regra do parágrafo único do artigo 930, CPC, que dispõe: o primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. Regra da Acessoriedade A competência é fixada pela regra da acessoriedade quando há uma relação de dependência ou subordinação entre as causas. Trata-se de uma competência funcional, portanto, absoluta. Não podemos falar, no entanto, em conexão ou em relação de acessoriedade entre processos de natureza cível e de natureza criminal. Incompetência Nos termos do artigo 337, II do CPC, as incompetências absolutas e relativas devem ser alegadas antes de se discutir o mérito da causa. Serão alegadas como questão preliminar em contestação. A incompetência absoluta pode ainda ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. Alegada a incompetência e após a parte contrária se manifestar sobre a matéria, deverá o magistrado decidir imediatamente a alegação de incompetência. Constatada a incompetência, os autos deverão ser remetidos então, ao juízo competente. As decisões proferidas pelo juízo incompetente serão conservadas até que uma nova decisão seja proferida. Ao alegar a incompetência absoluta ou relativa, deve o réu fundamentar e instruir a contestação com as provas pertinentes e disponíveis, podendo inclusive protocolizar a sua defesa no foro do seu domicílio 7 https://jus.com.br/artigos/3503/modificacoes-da-competencia 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 14 (art. 340). Nesse caso, deve o juiz que recebeu a contestação comunicar o fato ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. Haverá conflito de competência quando: a) 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; b) 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; c) entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Quando comparativo para facilitar a memorização da matéria: INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA Prevalece o interesse público (direito indisponível) Prevalece o interesse privado (direito disponível) Poderá ser arguida na contestação ou declarada de ofício, por qualquer das partes, em qualquer tempo e grau de jurisdição. Somente pode ser alegada pelo réu, como preliminar em sede de contestação e (Súmula 33 do STJ). Exceção: art. 63, § 3º, CPC. Não está sujeita à prorrogação Pode ser prorrogada (art. 65, CPC) Cabe ação rescisória (art. 966, II, CPC) Não cabe ação rescisória. Há preclusão. A competência absoluta não pode ser alterada por vontade das partes. As partes podem modificar a competência relativa através do foro de eleição ou pela não alegação de incompetência relativa. (art. 65, CPC) Cooperação Nacional A cooperação nacional dispõe sobre o dever de recíproca cooperação que deve haver entre os órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, através de seus magistrados e servidores. Pode ser executada como: I - auxílio direto; II - reunião ou apensamento de processos; III - prestação de informações; IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. O auxílio direto na cooperação nacional significa dizer que deverá haver um intercâmbio entre juízes ou entre seus servidores, sem interferência de qualquer outro órgão ou autoridade.A reunião de processos pode ocorrer nos casos de conexão, bem como quando existir risco de prolação de decisões conflitantes caso sejam decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. (art. 55, §3º). O apensamento também consiste na reunião de processos para tramitação em conjunto, sem que um forme parte integrante do outro. A prestação de informações deve ocorrer de forma simples e informal, principalmente depois que os meios eletrônicos passaram a ser usados para a prática dos atos processuais. Atos concertados são aqueles definidos de comum acordo entre os juízes cooperantes, na tentativa de estabelecer procedimentos. Abaixo seguem os artigos do CPC/15 que tratam da matéria estudada:: TÍTULO III DA COMPETÊNCIA INTERNA CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA Seção I Disposições Gerais Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 15 Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados. Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. § 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. § 2º Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. § 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. § 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. § 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 16 Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. Seção II Da Modificação da Competência Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resoluçãode mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 17 Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. Seção III Da Incompetência Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. CAPÍTULO II DA COOPERAÇÃO NACIONAL Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato processual. Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma específica e pode ser executado como: I - auxílio direto; II - reunião ou apensamento de processos; III - prestação de informações; IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 18 § 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código. § 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para: I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato; II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos; III - a efetivação de tutela provisória; IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; VI - a centralização de processos repetitivos; VII - a execução de decisão jurisdicional. § 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário. Questões 01. (PC/BA – Delegado de Polícia – VUNESP/2018) A respeito dos critérios para a modificação da competência do juízo cível, é correto afirmar que (A) a competência absoluta poderá modificar-se pela conexão ou pela continência. (B) reputam-se continentes 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. (C) antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. (D) se dá a conexão entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. (E) a citação do réu torna prevento o juízo. 02. (Prefeitura de Trindade/GO – Procurador Municipal – FUNRIO) Diante do Novo Código de Processo Civil, no que diz respeito à competência, é correto afirmar que: (A) O foro contratual não produz efeitos perante os herdeiros e sucessores das partes. (B) A alegação de incompetência relativa será alegada por meio de exceção, em peça autônoma. (C) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa, ou da função, pode ser afastada por convenção das partes. (D) A pendência de causa perante a jurisdição brasileira impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. (E) Se a União for demandada, a ação poderá ser proposta no foro do domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. 03. (Prefeitura de Rosana – Procurador – VUNESP) Compreende-se pelo princípio da perpetuatio iurisdictionis: (A) o mandamento constitucional que veda a instituição de tribunais para julgamento de fatos e condutas específicas. (B) a regra geral que veda a modificação da competência, que é fixada no momento da propositura da ação. (C) a extraordinária possibilidade de estabilização da competência em juízo absolutamente incompetente. (D) a vedação à extinção de órgão judiciário em que ainda haja processos em trâmite. (E) a vinculação do processo à pessoa física do magistrado, fixada no momento da distribuição da ação. 04. (Prefeitura de Campinas – Procurador – FCC) No que tange à incompetência absoluta e à incompetência relativa, é correto afirmar: (A) A competência determinada em razão de matéria, da pessoa ou da função é derrogável por convenção das partes. (B) Prorrogar-se-ão as competências relativa e absoluta se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. (C) A incompetência absoluta será alegada como preliminar de contestação, enquanto a relativa será arguida por meio de exceção. (D) Caso a alegação de incompetência seja acolhida, o processo será extinto, sem resolução de mérito. (E) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 19 Gabarito 01.C / 02. E/ 03. B / 04.E Comentários 01. Resposta: C CPC – Art. 63 [...] § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 02. Resposta: E. A) Art. 63, § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. B) Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. C) Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. D) Art. 24, Parágrafo único. A pendência de causaperante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. E) Art. 51, Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. CORRETA. 03. Resposta: B CPC - Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 04. Resposta: E CPC - Art. 64. (...) § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. Partes Partes são os sujeitos parciais do processo, ou seja, o autor e o réu. Processualmente podemos dizer que é quem pede e em face de quem se pede a providencia jurisdicional. Capacidade Processual Capacidade de ser parte Tem capacidade de ser parte todos os sujeitos de direitos e deveres na ordem civil, quais sejam as pessoas físicas, as pessoas jurídicas e inclusive os entes despersonalizados (sem personalidade jurídica), como por exemplo o condomínio, o espólio. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) menciona que os entes despersonalizados, apesar não terem personalidade jurídica, detém personalidade judiciária, logo podem ser partes em um processo. Os incapazes podem ser partes, no entanto, precisam estar representados ou assistidos. Capacidade processual A capacidade processual é conhecida como capacidade de estar em juízo (legitimatio ad processum). Refere-se a possibilidade de estar em juízo sem a necessidade de estar acompanhada por assistente ou representante. Tendo capacidade civil plena, pode-se dizer que a parte tem capacidade processual. Das partes e dos procuradores: da capacidade processual; dos deveres das partes e de seus procuradores. Dos procuradores. 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 20 Atenção: A capacidade de ser parte, não pode ser confundida com a capacidade processual. Conforme já mencionamos, a capacidade de ser parte relaciona-se a capacidade de direitos da vida civil, já a capacidade processual trata da aptidão para estar em juízo. Incapacidade Processual e Irregularidade de Representação Nos casos em que for constatada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. Caso a parte não cumpra a determinação de sanar o vício e o processo esteja em 1ª Instância, três situações podem ocorrer: - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. Caso o processo esteja em fase recursal perante o Tribunal competente, o relator: - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. Capacidade postulatória A capacidade postulatória é a aptidão para intervir em juízo, representando as partes ou postulando a defesa de direitos. Em regra, essa capacidade é conferida aos advogados inscritos na OAB, ao Ministério Público e à Defensoria Pública. No entanto, nosso ordenamento jurídico prevê algumas hipóteses em que as partes adquirem capacidade postulatória, sendo dispensada a presença do advogado, como por exemplo no habeas corpus, nas ações de procedimento sumaríssimo no Juizado Especial Cível (1ª Instância) e do jus postulandi na Justiça do trabalho. Capacidade processual dos cônjuges As pessoas casadas possuem capacidade processual plena, ou seja, independem da autorização do cônjuge para ingressar em juízo em defesa de seus direitos. O consentimento do outro cônjuge, no entanto, é necessário para se propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. Ocorre neste caso o litisconsórcio necessário, onde ambos os cônjuges serão citados para a ação. Os dois cônjuges serão necessariamente citados ainda para as ações: - resultantes de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; - fundadas em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. (art. 73, §2º, do Código de Processo Civil - CPC/2015). Substituição Processual A substituição processual (ou legitimidade extraordinária) ocorre quando a lei autoriza alguém, em nome próprio, pleitear direito alheio. Ex. Ministério Público na defesa dos interesses da pessoa com deficiência. Não se pode confundir a substituição processual com a representação, isto porque, na substituição processual o agente atua em nome próprio na defesa de direito alheiro, já na representação, o representante atua em nome alheio na defesa de direito alheio. Sucessão das Partes A sucessão processual ocorre quando há substituição das partes, onde outra pessoa assume o lugar do litigante originário e passa a fazer parte da relação processual. No entanto, nos termos do artigo 108 do CPC, somente é licita a sucessão voluntária das partes, nos casos expressos em lei. Poderá ainda ocorrer a sucessão processual na hipótese de morte de uma das partes (sucessão obrigatória). 1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI 21 Obs. A sucessão processual não pode ser confundida com a substituição processual. Na sucessão ocorre a substituição da parte. Ex: morte de uma das partes. Já na substituição processual não há troca de parte e sim, uma pessoa autorizada por lei, que age em nome próprio na defesa de direito e interesse alheio. Ex. Ministério Público na defesa dos interesses da pessoa com deficiência. Deveres das Partes e de seus Procuradores Todas as partes têm a obrigação de se comportar no processo com lealdade, boa-fé e probidade. Alem disso, o artigo 77 do CPC especifica que são deveres das partes e de seus procuradores: I- Expor os fatos em juízo conforme a verdade; II- Não formular pretensão ou apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III- Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV- Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V- Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI- Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. O descumprimento dos incisos IV e VI gera ato atentatório à dignidade da justiça, com aplicação de multa de até 20% sobre o valor da causa, sem prejuízo das sanções criminais e civis cabíveis. Esta multa será revertida para União ou para os Estados e poderá ser cumulada com as multas previstas nos artigos nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o, ambos do CPC. A multa supramencionada não se aplica aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público. Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual O Código de Processo Civil dispõe em seu artigo 79, que responderá perdas e danos, aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. A litigância de má-fé ocorre quando uma das partes de um processo litiga intencionalmente
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