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TEORIA GERAL DA PENA 
 
Sobre a pena: 
A pena consiste em uma resposta estatal ao infrator da norma incriminadora (crime ou 
contravenção penal), consistente na privação ou restrição de determinados bens jurídicos 
do agente (liberdade e patrimônio). 
 
PRINCÍPIOS 
 
1. Princípio da legalidade 
Fundamento: art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º, CP 
Não há crime ou pena sem lei, ou seja, não se pode punir alguém sem que o ato praticado 
seja criminoso. O cidadão precisa de segurança jurídica e previsibilidade em relação ao seu 
modo de agir em sociedade, sobre o que pode ou não fazer. 
Reserva legal + Anterioridade. 
Atinge diretamente os conceitos primários referente a conduta expressa, a norma de 
comportamento; e os secundários referente a pena, a norma de sanção que será aplicada 
ao ato proibido. 
Dá origem a: 
- Princípio da anterioridade, dividido em: Irretroatividade da lei mais grave e 
retroatividade da lei mais benéfica. 
- Proibição de leis indeterminadas 
- Proibição de costumes que possam integrar as leis que não sejam especificamente 
normas penais ou extrapenais. Exemplo: Lei penal em branco (uma norma penal 
que necessita de um complemento, como a Lei de droga que determina o conteúdo 
das drogas determinado pela ANVISA) 
 
2. Princípio da culpabilidade 
Consiste no fundamento da pena e do jus puniendi. O fato de possuir livre arbítrio e limite 
da intervenção punitiva do Estado diferencia as gradações de pena para determinados atos. 
- Inadmissibilidade da versari in re illicita: Não admitir que a responsabilidade penal 
seja subjetiva e que baste a simples produção de resultado típico. É preciso 
determinar o vínculo entre o sujeito e o crime ou não será possível punir. Exemplo: 
estupro em local público, as pessoas presentes e não participantes não podem ser 
punidas. 
- Direito penal do fato: A pena deve ser devido ao fato e não ao autor. 
- Medida da pena: cada um responde ao limite do seu ato, sendo a pena proporcional 
ao ato. 
3. Princípio da pessoalidade 
Fundamento: Art 5º, XLV, CF 
A pena não pode passar da pessoa condenada, ou seja, apenas ele pode cumprir a pena e 
mais ninguém. Existe uma ressalva em relação a situação de recém nascidos com mães 
encarceradas, pois se alega necessário oferecer prisão domiciliar a mãe, visto que a criança 
não pode cumprir pena. 
4. Princípio da individualização da pena 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
Fundamento: Art 5º, XLVI, CF 
A pena aplicada deve ser proporcional ao crime causado e não se pode punir diferentes 
crimes com a mesma pena. Cada caso deve ser enxergado individualmente. 
5. Princípio do ne bis in idem 
Proibição da dupla valoração para não punir o indivíduo além do ato praticado. Não se pode 
punir duas vezes pelo mesmo ato. 
 “Não apenas veda a possibilidade de que uma pessoa seja processada mais de uma vez 
pelo mesmo fato, mas exclui a dupla incidência de circunstâncias com gravames punitivos” 
(Carvalho, p. 399) 
6. Princípio da humanidade 
Fundamento: Art 5º, XLVII, CF 
Proibição de penas desumanas (morte, pena perpétua, trabalho forçado, banimento, penas 
cruéis) 
 ​TEORIAS DE JUSTIFICAÇÃO DA PENA 
 
Sobre “se” e “por que” proibir e punir. O “se” é referente a finalidade de primeira ordem, que 
consiste no que a norma visa proteger (no caso do Brasil, bem jurídico), e o “por que” se 
refere a finalidade de segunda ordem, vinculada às penas, sua aplicação e ameaça. 
A norma de comportamento traz a ideia da teoria do bem jurídico, mostrando o que deve ser 
protegido. A norma de sanção consiste na pena e pode ser negativa quando se fala sobre 
abolir o direito penal, e positiva quando se fala sobre a pena servir para algo. 
1. Teoria abolicionista: Negação de qualquer justificativa ou legitimidade externa a 
intervenção punitiva do Estado. Os mais radicais deslegitimam qualquer tipo de 
constrição, coerção penal ou social, beirando a anarquia. Os mais difusos acreditam 
que se deva usar qualquer outra forma de punição que não seja a prisão. 
Indicação: individualismo anárquico de Max Stirner e penas perdidas de Louck Hulsman 
Teorias justificacionistas: 
2. Teoria absoluta/retributiva: se vincula ao passado e a retribuir o mal causado. Tem 
uma ideia remetente a vingança, pois a pena é aplicada por uma questão de justiça. 
É considerada “quia peccatum” – vinculado ao passado. 
Para Kant: A pena corresponde a um imperativo categórico (orientações máximas do 
direito) e sua imposição seria pelo simples fato de que praticou o crime, seria uma exigência 
moral da violação do direito. 
Para Hegel: Sendo o crime uma negação do direito vigente, a pena deve ser imposta para 
que a ordem seja restaurada. A pena seria a “negação da negação do direito”. 
Crítica: Não possui função benéfica e prática já que não está preocupada com o futuro. 
Além disso, o direito e a moral se confundem. 
3. Teoria relativa/preventiva: se vincula ao futuro e a prevenir o crime. 
Definições: 
- prevenção geral: vinculada à sociedade 
- prevenção especial: vinculada ao indivíduo que praticou o crime 
- prevenção negativa: possui uma visão repressiva 
- prevenção positiva: possui uma visão mais esperançosa 
Teorias: 
a. Prevenção geral negativa: a pena possui função utilitária de intimidação para que a 
sociedade tenha medo da punição, não visa o ensinamento. 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
Para Feuerbach: teoria da coação psicológica - faz com que as pessoas se sintam coagidas 
a não cometer um crime. 
Crítica: pode gerar penas mais graves e mais altas, não sendo muito eficiente para que as 
pessoas parem de cometer crimes. 
b. Prevenção geral positiva: reafirma a confiança da sociedade na norma jurídica e no 
direito penal. 
c. Prevenção especial negativa: busca neutralizar o delinquente para que não cometa 
mais crimes. 
Crítica: é possível praticar crimes mesmo na prisão. 
d. Prevenção especial positiva: tem como objetivo a volta do preso a sociedade a partir 
do conjunto de ideologias RE: ressocialização, repersonalização, reeducação e 
reinserção. 
4. Teoria Mista: Significa uma fusão entre a teoria retributiva e a preventiva. A pena vi 
ter diferentes funções a depender dos fatos ocorridos. 
- Cominação legal: quando o legislador decide a pena a partir da prevenção geral 
negativa, sendo a norma uma ameaça para que o crime não aconteça. 
- Aplicação da pena: sendo vinculada a teoria retributiva e a prevenção geral positiva 
na imposição da pena. 
5. Teoria Expressiva: A pena tem a função de passar uma mensagem de censura ao 
crime cometido para o autor do fato, vítima e sociedade. Possui função comunicativa 
e tem como finalidade proteger interesses vinculados ao adequado tratamento do 
fato ocorrido. 
 
BREVE HISTÓRICO SOBRE A PENA 
Tipos de prisão: 
- Prisão custódia: o indivíduo ia preso para aguardar julgamento, não tinha caráter 
punitivo 
- Prisão eclesiásticas: punir os clérigos rebeldes 
- Casas de correção: recolhiam pessoas excluídas da sociedade 
- Prisão pena: a prisão passou a ser a pena propriamente dita; período humanitário 
Sistemas Penitenciários: 
- Sistema Pensilvânico: isolamento do preso 
- Sistema Auburniano: silêncio e trabalho lucrativo para o Estado 
- Sistema Progressivo (inglês e irlandês): mark system 
- Sistema Brasileiro: o indivíduo vai conquistando sua liberdade progressivamente por 
meio dos regimes, mas a penajá está estabelecida. 
 
SOBRE A PENA 
DAS ESPÉCIES DE PENA 
Art. 32, CP 
 
1. Das Penas Privativas de Liberdade 
A Pena Privativa de Liberdade se refere a sanção penal aplicada para restringir o acesso a 
liberdade após o cometimento de um crime. A pena é fundamentada na culpabilidade do 
agente. 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
Tipos de Penas Privativas de Liberdade: 
- Reclusão: regimes fechado, semiaberto e aberto 
- Detenção: regimes semiaberto e aberto 
- Prisão simples: contravenção penal 
a. Regras do Regime Fechado: Art. 34, CP 
Requer exame criminológico feito por peritos para determinar o modo de individualização da 
pena. O condenado ao regime fechado será destinado à reclusão em uma penitenciária e 
será alojado em cela individual (art. 87 e 88, LEP). 
Sobre o trabalho: ​O trabalho destinado ao preso será definido por suas aptidões e realizado 
em instituições públicas (art 34, § 1º e 2º, LEP), também pode ser remunerado (art. 29, 
LEP) ou ocorrer remição (desconto na pena pelo trabalho). O trabalho externo será admitido 
ao preencher requisitos específicos (arts. 34 §3º, 36 e 37, LEP). 
Medidas para evitar fuga 
Números de presos não podem ser superior a 10% do total de empregados 
Cumprimento de ⅙ da pena 
b. Regras do Regime Semiaberto: Art. 35, CP 
Requer exame criminológico. 
- É possível o trabalho interno e comum como regra, e trabalho externo e estudo (a 
distância ou presencial) se conseguir autorização do diretor da penitenciária ou do 
juiz de execução. 
- Saída temporária (Art. 122, LEP) tem como requisito um comportamento adequado e 
autorização judicial. O condenado deve cumprir ⅙ da pena se for réu primário e ¼ se 
for reincidente, ressalto que a súmula 40 do STJ diz que deve ser de ⅙ mesmo se for 
reincidente. A saída deve ser compatível com o objetivo da pena, ou seja, a 
ressocialização do indivíduo. O período máximo da saída deve ser de 7 dias e 4 
vezes por ano para visitas de família (art. 124, LEP). 
c. Regras do Regime Aberto: Art. 36, CP e 93, LEP. 
O condenado exercer suas funções sociais normalmente e retornam ao recolhimento no 
período noturno. O recolhimento domiciliar só será possível ao cumprir os requisitos do art 
117, LEP e em caso de faltarem vagas (STF HC 113334). As regras para ingressar no 
regime aberto estão descritos no art. 144, LEP. 
d. Tabela de Regime: Art. 33, CP 
Regime fechado Pena superior a 8 anos 
Regime Semiaberto Pena superior a 4 anos e inferior a 8 anos 
Não reincidente 
Regime Aberto Pena igual ou inferior a 4 anos 
Não reincidente 
Ressalva sobre a reincidência na Súmula 269 e 440 do STJ. 
e. Regime Disciplinar Diferenciado: Art. 52 e 53, LEP 
Consiste em uma sanção disciplinar para quando o indivíduo praticar algum ato durante o 
cumprimento de sua pena, ou medida cautelar por razões específicas para que o 
condenado não fique em regime fechado comum, como participar de facção criminosa 
perigosa. Não é um regime, e sim uma punição. Tem como condição ter praticado crime 
doloso gravíssimo dentro da execução da pena e ter afetado a ordem do sistema 
penitenciário. Após o cumprimento dessa sanção, o indivíduo vai para o regime fechado. É 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
necessário que tenha uma determinação judicial (art 54 a 60, LEP). Para anular o regime 
disciplinar diferenciado existe a ADI 4162 STF. 
f. Regime Especial: Art 37, CP; Art. 82 e 89 da LEP 
Mulheres cumprem pena em locais separados dos homens e, se nao tiver cela feminina é 
necessário soltá-la 
g​.​Fixação do regime inicial de cumprimento de pena: Art 33 § 2º, CP. 
De competência do juiz sentenciante de primeira instância (art. 110 e 111, LEP) 
As circunstâncias judiciais (art. 59, CP) devem ser favoráveis. 
- Súmula 440, STJ e súmulas 718 e 719, STF 
- Art. 2º, par. 1º Lei 8072; STF HC 111840; Recurso Extraordinário com agravo 
1052700; repercussão geral 
- Lei dos crimes hediondos: “Todo indivíduo que for condenado por crime hediondo 
deverá iniciar a pena em regime fechado.” ​Não é constitucional por causa do 
princípio da proporcionalidade e da individualização da pena. ​O juiz não pode fixar a 
pena exclusivamente baseado na lei dos crimes hediondos, é preciso fazer a 
dosimetria da pena para isso. 
h.Progressão de regime: art. 112, LEP 
O condenado vai do regime mais grave para o menos grave até atingir a liberdade 
condicional. Tem como requisito formal o cumprimento de ⅙ da pena, exceto em casos de 
crimes hediondos em que se aplica o cumprimento de pena de ⅖ para não reincidentes e ⅗ 
para reincidentes. A progressão por salto não é admitida, é preciso passar por todos os 
regimes para realizar a progressão. 
- STF HC 82959 ART 2º, p. 1º: “A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
integralmente em regime fechado”. O STF considerou isso inconstitucional, pois ia 
contra qualquer tentativa de ressocialização do indivíduo, no início se aplicava a 
regra geral de 1/6 , mas em 2007 o legislador cria o critério de ⅖ ou ⅗. 
- ‘ Lei 11464/07: Tráfico, Terrorismo e Tortura. Tem o mérito como requisito material, é 
necessário um atestado de bom comportamento carcerário. 
- O exame criminológico é facultativo. 
- STF, Súmula vinculante 26 
- STJ, Súmula 439 
- Art. 33, §4º: reparação do dano causado em crimes contra a adm pública. 
i.Regressão: art 118, LEP 
O condenado vai do regime menos grave para o mais grave. A regressão ocorre nas 
hipóteses de o condenado praticar crime doloso ou falta grave durante a execução da pena. 
Em caso de condenação por crime anterior a pena deve ser unificada, ou seja, a nova pena 
aplicada deve ser somada com o que ainda falta para o condenado cumprir da pena 
anterior, exemplo: o condenado cumpriu 5 anos de uma pena de 10 anos, então foi 
condenado por mais 10 anos, assim, cumprirá 15 anos de pena. A regressão por salto é 
admitida. 
 
Art. 118, LEP. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a 
transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, 
torne incabível o regime (artigo 111). 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos 
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. 
Juntamente com o §2º do art. 36, CP, não é possível pois o art 51, CP que traz a pena de multa 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. 
Serve como ampla defesa para o condenado. 
j. Direitos do preso 
O preso conserva todos os seus direitos exceto o da liberdade. 
k. Trabalho do preso 
O trabalho do preso será sempre remunerado e garantidos os benefícios da Previdência. 
l. Superveniência da doença mental: Art. 41, CP e art 183, LEP. 
Se for confirmado por meio de laudo pericial que o condenado tem doença mental, deve ser 
recolhido ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. O condenado responde na 
medida da sua periculosidade. O STJ assume que a medida de segurança seria 
determinada pelo máximo de pena cominada. Conta o tempo de reclusão ou internaçãoantes para calcular a pena. 
m. Detração: Art 42, CP 
Consiste em descontar na pena aplicada aquele tempo que o sujeito ficou preso em prisão 
provisória, ou seja, conta tempo de reclusão ou internação antes para calcular a pena. Tem 
como requisitos a unidade de fato e a diversidade de restrições da liberdade. Ocorre na 
hipótese de prisão processual e internação. 
Sobre a prisão em processos criminais diversos, o STJ (REsp 149399-0) concorda que se o 
indivíduo está preso pelo mesmo fato da condenação que foi agora transitada em julgado, 
pode descontar esse período dentro da pena. Porém, se for fato adverso não poderá 
realizar esse processo, apesar que a jurisprudência tem admitido que sim, pois se o 
condenado foi preso injustamente e já tinha praticado antes, pode descontar (é necessário 
que seja fato anterior à prisão. 
n. Remição: art. 126 a 128, LEP 
É a diminuição do tempo de pena a ser cumprido em razão do trabalho ou estudo, é uma 
forma de incentivar o indivíduo a trabalhar e estudar. 
- Trabalho: Regime fechado e semiaberto. Significa que todo preso tem direito ao 
trabalho e a essa remissão. 1 dia de pena para 3 dias de trabalho (art 126 caput e 
par 6º, LEP) 
- Estudo: Qualquer regime (art. 126 caput e par 6º, LEP). 1 dia de pena para 12 horas 
de estudo, divididas no mínimo em 3 dias (art. 126, par 1º, I, LEP) 
- Leitura: Portaria Conjunta 276/2012 (JF e Departamento Penitenciário Nacional). 4 
dias por obra lida por mês, até no máximo de 12 obras por ano. STJ: “o fato de o 
estabelecimento assegurar acesso a atividades laborais e a educação formal não 
impede a remição por leitura e resenha de livros (5ª Turma, HC 353689/SP, Rel. 
Min. Felix Fischer, 2016). 
Nada impede que o indivíduo junte trabalho, estudo e leitura; e faça remição pelos três, 
desde que seja compatível. 
- Remição Ficta não é aceita. Em caso de o preso querer trabalhar, mas o Estado 
não fornecer trabalho por insuficiência administrativa estatal, não poderia ser 
prejudicado. Entretanto, apenas o efetivo trabalho lhe garante a possibilidade de 
obter remição. 
- Remição Privilegiada (§5°, art. 126, LEP) situações do indivíduo em que conclui o 
ensino fundamental ou ensino médio ou ensino superior = ela vai remir 1/3 a mais 
das horas concluídas 
- Perda dos dias remidos (art. 127, LEP) possibilidade de perda = possível descontar 
1/3 daquilo que ele já tinha remido se acaso cometer uma falta grave (art. 50, LEP) 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
2. Das Penas Restritivas de Direito 
A Pena Restritiva de Direito possui caráter substitutivo, não é prevista no tipo penal já que 
são alternativos à prisão. Evita ao máximo o cárcere. As penas restritivas de direito são 
autônomas por não se vincularem a pena privativa de liberdade, tem caráter substitutivo e 
são reversíveis em caso de descumprimento de condições impostas. 
a. Requisitos: art. 44,CP 
Análise do art 43, CP - formas de restringir. 
- Natureza do crime cometido 
Crimes com pena de até 4 anos em crime doloso e praticado sem violência física ou grave 
ameaça (violência imprópria e presumida não impedem a aplicação da pena). Crime 
culposo, independentemente da quantidade de pena ou da violência. O art. 54 foi 
derrogado, visto que existe uma lei posterior que disciplinou isso de uma forma diferente, o 
art. 44 é correto (pena menor e sem violência já não vale mais). 
- Não reincidência em crime doloso (dolo significa consciência e vontade) 
Art. 44, §3°: socialmente recomendável (depende do juiz) e reincidência. 
- Requisito subjetivo 
Nada impede, mesmo sendo muito difícil, que se aplique uma PRD em crime hediondo. 
Exemplo: crime tentado 
Inconstitucionalidade par. 4°, do art. 33 da Lei de Drogas – STF (2010) HC 97.256 – RS, 
2012: Resolução n°5 do Senado - é possível aplicar esse benefício nesse caso visto ser 
inconstitucional. Ex: tráfico de drogas, sem violência ou grave ameaça 
b. Forma de aplicação: art. 44, §2º, CP 
Pena de até 1 ano = 1 PRD ou 1 multa substitutiva 
Pena superior a 1 ano = 2 PRD ou 1 PRD + multa substitutiva 
Súmula 171 do STJ: cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas de 
liberdade e pecuniária, é defesa a substituição da prisão por multa. Não pode ter multa e 
substituir a pena por mais uma multa, então tem que manter a pena de multa e substituir a 
PPL (ou PRD) por outra que não seja multa, visto que a multa não pode ser substituída. Ex: 
multa. 
c. Conversão 
- Detentiva (art. 181, LEP) 
Descumprimento injustificado da pena restritiva: vai ser convertido em PPL, mas vai ser só o 
saldo restante. As hipóteses de conversão são Art. 44, §4° e §5°. 
*Inconversibilidade da pena pecuniária e da perda de bens e valores - não pode ser 
convertida em PPL, a única coisa se pode fazer é cobrá-la/ executá-la 
- Liberativa (art. 180, LEP) 
Possibilidade de converter a PPL em PRD enquanto ele já está cumprindo a PPL, o juiz no 
meio da execução define 
d. Espécies 
- Prestação pecuniária (art. 45, §1º,CP): tem como destinatário a vítima, seus 
dependentes, entidade pública ou privada com destinação social. O valor será de 1 a 
360 salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual 
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Para 
calcular, tudo é levado em consideração, inclusive a capacidade econômica do réu e 
dano causado. A variante do §2º, seria uma prestação de outra natureza, como o 
pagamento de cestas básicas ou doações. 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
- Perda de bens e valores (art. 45, §3º, CP): tem como destinatário o fundo 
penitenciário nacional; o artigo 91 do CP fala sobre bens adquiridos ilicitamente; 
proveito do crime é quando, por exemplo, se adquire um dinheiro ilicitamente e com 
ele se compra um apartamento. 
- Prestação de serviços à comunidade (art 46, CP): condenações superiores a 6 
meses de privação da liberdade; 1 hora de tarefa por dia de condenação. 
- Interdição temporária de direitos (art. 47, CP): aplicado apenas quando o feito não 
for automático. Consiste na proibição do exercício de cargo, função ou atividade 
pública, bem como de mandato eletivo (art 56 e 92, I, CP). Proibição de frequentar 
determinados lugares e de se inscrever em concursos, avaliações ou exames 
públicos. Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público. Suspensão de 
autorização ou habilitação para dirigir veículo em caso de crimes culposos de 
trânsito (art. 57, CP). 
- Limitação de fim de semana (art. 48, CP) 
3. Das Penas de Multa: art. 49, CP. 
As penas de multa são destinadas ao fundo penitenciário nacional e podem ser alternativas 
(art. 163, CP) ou cumulativas (art. 168, CP) a PPL. 
a. Espécies 
- Multa principal: critério especial e trifásico. 
- Multa substitutiva (vicariante): é uma multa aplicada como substituição a PPL, não 
integra o tipo penal. Parte geral descrito no art. 44, §2º, CP. Depende da inexistencia 
de uma multa principal. 
b. Sistemas dias-multa 
- 1ª etapa: fixação da quantidade de dias-multa. Utiliza o mesmo critério trifásico da 
aplicação da pena. De 10 a 360 dias-multa. 
- 2ª etapa: fixação do valor da unidade. Depende da capacidade financeira do réu. de 
1/30 a 5 vezes o salário mínimo. Se entender que a multa não vai afetar a fortuna do 
réu, pode aumentar até o triplo (art 60, §1º, CP). 
c. Pagamento: art 50, CP e art 164, LEP 
d. Execução 
Proibição da conversão (art. 51, CP), não se pode converter pena de multa em pena de 
prisão em hipótese alguma. 
 
ANTES LEI 9268/96execução fiscal = MP execução fiscal = procuradoria da fazenda 
vara criminal vara da fazenda pública 
convertida em prisão dívida de valor (dir. adm.) 
 
APLICAÇÃO DA PENA 
 
Responde ao princípio constitucional da individualização da pena (art 5º, XLVI, CF). A 
aplicação da pena é dividida em 4 etapas descritos nos incisos do art 59, CP. A primeira 
etapa é sobre a eleição da pena cabível, a segunda etapa determina a quantificação da 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
pena e é definida pelo critério trifásico, a terceira etapa fixa o regime inicial de cumprimento 
e a quarta etapa faz uma análise possível de substituição por pena restritiva de direito caso 
preencha os requisitos do art. 44, CP. 
1. Fixação da pena: art 59, CP 
A fixação da pena-base analisa as circunstâncias judiciais descritas no art. 59 do CP em 
sua primeira fase. Para isso é necessário delimitar o conteúdo da circunstância, definir o 
tipo de informação válida no caso ocorrido e valorar negativamente ou positivamente. 
As circunstâncias judiciais são: 
a. culpabilidade 
Consiste no grau de censura e reprovabilidade penal do autor do delito, não é a 
culpabilidade como fundamento da pena. Existem três correntes: a primeira diz que apesar 
de atuar de forma distinta nas teorias do delito e da pena, não existe diferença entre os 
elementos que integram a culpabilidade; a segunda diz que a intensidade de dolo e grau de 
culpa, porém é descartada por ser inerente ao sistema anterior que é causalista; a terceira 
fala sobre a periculosidade. 
b. antecedentes 
Antigamente consistia em qualquer registro formal de prática delitiva, mas devido ao 
princípio de presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF) atualmente consiste nas 
condenações criminais transitadas em julgado que não consistem em reincidência. Para ser 
mau antecedente, o fato novo tem que acontecer antes da sentença do primeiro fato. 
Súmula 444, STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso 
para agravar a pena-base”. 
c. conduta social 
Modo como o indivíduo se relaciona em núcleos sociais, se possui bom convívio com a 
família e na comunidade. Não se refere ao passado criminal do indivíduo. 
d. personalidade do agente 
Consiste na síntese das qualidades morais e sociais do indivíduo, se é voltada para o crime. 
Hungria diz que é o exame do corpo e da alma do condenado. Tem como critica a ausência 
de precisão conceitual. O juiz não possui capacidade técnica para fundamentar e aferir essa 
personalidade, sendo possível valorar essa circunstância apenas com laudo pericial. 
e. motivo do crime 
O motivo do crime é aquilo que antecede ao dolo e faz surgir a vontade, desde que não seja 
avaliado como qualificadora, nem elementar do crime, e nem utilizado para aumentar e 
diminuir a pena. É necessário observar o princípio do ne bis in idem. 
f. circunstâncias em sentido estrito 
 São dados secundários ao fato criminoso e exteriores ao delito, como o lugar do crime, o 
momento ou a forma de execução; desde que não seja elementar do tipo penal, nem 
qualificadora, e nem causa de aumento e agravantes. Exemplo: criminoso estudar a rotina 
da vítima para praticar o delito. 
g. consequências do crime 
São consequências independentes e extrapenais, ou seja, que extrapolam o fato típico e o 
resultado lesivo causado ao bem jurídico. Exemplo: vítima com gravíssimas perturbações 
psíquicas após um estupro. 
h. comportamento da vítima 
Situação em que a vítima provoca ou assume um risco que não exclui um crime. Exemplos: 
brigas ou caso em que a vítima desejou ser comida e um canibal aceitou. 
2. Circunstâncias agravantes: art 61, CP 
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As agravantes são taxativas: só posso agravar quando encontro prevista no artigo. As 
atenuantes são exemplificativas. 
Art 61, II - ter o agente cometido o crime 
a) por motivo fútil ou torpe 
Motivo fútil: desproporcionalidade da reação do autor do crime. Exemplo: matar alguém que comeu 
minha banana. 
Motivo torpe: motivo moralmente reprovável, repugnante, que mostra ausência de moral. Ex: matar 
alguém por ciúmes ou para receber herança. 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime 
Aumento de pena no crime-meio que é praticado com o fim de obtenção de êxito no crime-fim (que 
pode ser anterior, concomitante ou posterior). Relação entre dois fatos diferentes. O principal 
exemplo é a questão da ocultação de cadáver que já tem como elementar esconder um fato 
criminoso, no caso, o homicídio. Outro exemplo é se o indivíduo está ameaçando testemunha ou 
falsificando documento. Nesses casos pode-se aumentar a pena, mas nao usar como agravante. 
c) a traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou 
tornou impossível a defesa do ofendido. 
Em todos os casos há premeditação (agente planeja o resultado e deseja obtê-lo por meio do abuso 
da confiança ou da surpresa). A traição é uma hipótese de quebra de uma relação de lealdade entre 
autor e vítima. Em caso de emboscada, o autor planeja algo contra baseado no que conhece da 
vítima. Nas duas situações a vítima desprotegida. Exemplo em caso concreto: agravante da 
emboscada em crime de latrocínio. 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel​ (será 
considerada circunstância que causa maior sofrimento para a vítima, como asfixia, afogamento ou 
emprego de ácido)​, ou de que podia resultar perigo comum​ (qualquer meio que submeta um 
número indeterminado de pessoas ao perigo, como inundação); 
Exemplo concreto: além das hipóteses de homicídio, lesão corporal causada por ácido. 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
CADI: Cônjuge, Ascendente, Descendente, Irmão. 
Agravante em razão da especial posição do sujeito passivo: rompe-se a confiança inerente à relação 
de parentesco. 
- STJ - HC 247028ES: nao se aplica em relação a sogra. 
As agravantes são taxativas. 
É mais objetivo. Em caso de estupro também já é qualificadora ou caso de aumento de pena. 
f) com abuso de autoridade ​(se refere ao uso abusivo de um poder decorrente das relações 
privadas, como empregado e empregador, relações familiares como tutela ou curatela)​ ou 
prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ​(apenas morar junto ou conviver no 
mesmo local, não é só núcleo básico da família, inclui o companheiro e rep.) ​ou de hospitalidade 
(estou hospedando a pessoa temporariamente, a pessoa foi passar 1 fds na minha casa)​, ou com 
violência contra a mulher na forma da lei específica​ (via de regra se refere a relações afetivas, a 
violência contra a mulher já é uma qualificadora do homicídio e da lesão corporal, não podendo 
aplicar a agravante nesses casos, mas pode ser aplicado em outros tipos de violência, como 
violência psicológica, ameaça ou furto em relação a companheira); 
Agrava-se a pena em razão da maior vulnerabilidade da vítima. 
g) com abuso de poder ​(decorre de relações públicas, como funcionário público) ​ou violação de 
dever inerente a cargo, ofício, ministério​ (religião: pastor, padre, guru)​ ou profissão; 
Ruptura da relação de confiança inerente ao cargo. O indivíduo possui profissão que estabelece 
relação de confiança com a vítima, como: advogado, médico, terapeuta. 
h) contra criança (menor de 12 anos), maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação 
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
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Agrava-se a pena em razão da maior vulnerabilidade da vítima, sendo fundamental que o agente 
saiba que a vítima é vulnerável. Exemplo: Se nao tem como saber que uma mulher vítima de furto 
está grávida, não cabe essa agravante. O dolo é necessário. 
i) quando o ofendido estava sob a imediataproteção da autoridade​; fala da relação de um 
cidadão que está sob uma autoridade. Exemplo: um policial na delegacia cuidando de um prisioneiro 
quando um desconhecido tenta atirar nele. 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de 
desgraça particular do ofendido; 
Exemplo: uma pessoa aproveita um incêndio para furtar algo; ou quando pessoas furtam televisor de 
um caminhão que tombou. Caso concreto: no ES, estava sem policia, dai as pessoas entraram em 
lojas para levar as coisas. 
l) em estado de embriaguez preordenada​. 
Quando o cara decide se embriagar para cometer o crime. 
 
3. Agravantes no caso de concurso de pessoas: art 62, CP 
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
- Nilo Batista: deve ser coautor (domínio funcional) 
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
- coação física ou moral: casos de autoria mediata. 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em 
virtude de condição ou qualidade pessoal; 
- situações de autoria mediata. 
Domínio da ação. É o indivíduo que executa, que participa do crime pagando a promessa. O 
pagante não poderá ter nenhum agravante aqui, pois não promove cooperação, não está 
coagindo e sim pagando, no máximo dá pra agravar com o induzimento. 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
4. Reincidência: art 63 e 64, CP 
Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em 
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
Não abrange contravenções penais. Os efeitos da reincidência cessam após o prazo de 
cinco anos do cumprimento ou extinção da pena. Exclui crimes militares próprios e políticos 
(art. 64, II, CP). Pela jurisprudência, também se exclui crime de multa como reincidência. 
- STF sobre a constitucionalidade da reincidência (RE 453000): A reincidência afeta 
negativamente a vida do indivíduo. Suspeita-se que seja uma violação ao ne bis in 
idem visto que se agrava a pena devido a uma pena já cumprida. O STF julgou e 
disse que é constitucional, apesar de duras críticas. 
5. Circunstâncias atenuantes: art 65 e 66, CP 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 anos, na data do fato, ou maior de 70 anos, na data da sentença; 
II - o desconhecimento da lei; ​Exemplo do cara da Holanda que está usando drogas no Brasil. 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; ​Ambas circunstâncias se 
referem a convicções pessoais do autor do crime. 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou 
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
- arrependimento: não exige eficácia, mas sim esforço. 
- reparação: diferente do art. 16, CP, pois a reparação ocorre durante o processo. 
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Art. 16: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena 
será reduzida de um a dois terços. 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade 
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; 
Exemplo: o dono de uma BMW é ameaçado de ter seu carro que tanto ama quebrado caso 
nao pegasse 30 mil reais do banco. Pode diminuir a pena. 
A emoção não exige o domínio, é apenas uma influência. 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
- se for usada para dar suporte a condenação (HC 301408/SP) 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
 
Art 66: A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior 
ao crime, embora não prevista expressamente em lei. 
Zaffaroni: culpabilidade ou culpabilidade por vulnerabilidade? tese onde a culpabilidade do 
cidadão depende muito das oportunidades que lhe foi proporcionada na vida. Tendo o 
Estado uma parcela grande de culpa por negar coisas básicas como educação e moradia. 
6. Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes: art 67, CP 
Agravantes não se aplicam aos crimes culposos, apenas dolosos. 
O percentual para o cálculo não deve ultrapassar ⅙ 
No caso de concurso entre atenuantes ou entre agravantes: ⅙ para cada 
No caso de concurso entre atenuantes e agravantes podem se anular reciprocamente, a 
não ser que haja circunstâncias preponderantes. 
Art 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas 
circunstâncias preponderantes, entendendo se como tais as que resultam dos motivos determinantes 
do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
- Atenuantes preponderantes: confissão, menoridade relativa e motivos de relevante 
valor moral/social 
- Agravantes preponderantes: reincidência, motivo futil e torpe 
- Jurisprudência julga que a menoridade relativa é super preponderante. 
Não se pode compensar uma subjetiva com uma objetiva. 
7. Cálculo da pena: art 68, CP 
Utiliza-se o critério trifásico para realizar o cálculo da pena: 
- 1ª fase: ocorre a fixação da pena base onde se analisa o próprio tipo penal e as oito 
circunstâncias judiciais do art. 59, CP. 
- 2ª fase: ocorre a fixação da pena provisória onde se analisa a incidência de 
agravantes e atenuantes, que são circunstâncias previstas no art 61 a 66, CP. O 
legislador não traz o percentual de aumento e diminuição. 
- 3ª fase: ocorre a fixação da pena definitiva onde se analisa as majorantes e 
minorantes que são circunstâncias que podem estar na parte geral ou especial. O 
legislador traz o percentual de aumento e diminuição. 
 
Ao calcular a pena é preciso observar as seguintes questões: 
- O princípio do ne bis in idem, nunca se pode utilizar a mesma circunstância para 
agravar a pena do indivíduo duas vezes. Quanto mais próximo do final está, mais a 
circunstância vai agravar a pena. 
- Priorizar qualificadora, pois traz uma nova pena. 
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- Cautela com as circunstâncias elementares do crime. Se o tipo exige, não se pode 
alegar. Exemplo: No crime de roubo não se pode agravar a pena devido a violencia, 
visto ser elementar do crime, caso não houvesse seria furto. É preciso ser uma coisa 
que extrapola aquilo que já integra o tipo penal. 
- Se a maioria das circunstâncias judiciais forem desfavoráveis, utiliza-se o termo 
médio como pena-base. Se a maioria forem favoráveis, utiliza-se o mínimo cominado 
como pena-base. 
- Para calcular o termo médio, soma-se a pena mínima com a pena máxima e divide 
por dois. 
8. Concurso material: art 69, CP 
Pluralidade sucessiva: diferentes condutas independentes. Quando o agente, ​mediante 
mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes​, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
9. Concurso formal: art 70, CP 
Pluralidade simultânea: uma ação típica, com dois ou mais resultados. Quando o agente, 
mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes​, idênticos ou não, 
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, 
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de 
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
10. Crime continuado: art 71, CP 
Pluralidade continuada: unidade ficta de ação decorrente da prática de uma sequência de 
fatos típicos da mesma espécie. Quando o agente,​ mediante maisde uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie​ e, pelas condições de tempo, 
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, ​devem os subseqüentes ser havidos 
como continuação do primeiro​, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
11. Multas no concurso de crimes: art 72, CP 
No concurso de crimes, as penas de multa serão aplicadas distintas e integralmente. 
12. Erro na execução: art 73, CP 
É diferente do erro em relação a pessoa 
Art. 73: Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a 
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime 
contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. ​No caso de ser também 
atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
- Com unidade simples: resultado único 
- Com unidade complexa: resultado duplo = concurso formal 
Quando se atinge pessoa diversa da que se pretendia. Um dos crimes absorve o outro, 
sendo assim, se aplica a pena do homicídio doloso consumado, visto que se deve unir 
como se tivesse atingido a pessoa desejada. Se atingida a pessoa desejada e mais outra, 
aplica-se às duas penas. 
13. Resultado diverso do pretendido: art 74, CP 
Art. 74: Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, 
sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como 
crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
O bem jurídico atingido é diferente do que se desejava. Se pune apenas pelo crime do 
resultado e não pela tentativa. O problema é que não se pode punir a modalidade culposa 
do dano. Nunca envolve crime contra a pessoa. 
14. Limite das penas: art 75, CP 
A pena máxima que um prisioneiro pode cumprir é de 30 anos devido a vedação da prisão 
perpétua. Isso vale para apenas uma condenação, o indivíduo pode ficar preso por mais 
tempo quando morar as penas de mas condenações. 
Súmula 715, STF: O livramento constitucional e a progressão de regime não irá se limitar 
nos 30 anos, serão empregadas na pena efetivamente aplicada. Exemplo: indivíduo 
condenado há 150 anos, então será feita de 150 anos e não do limite que irá cumprir. 
15. Concurso de infrações: art 76, CP 
No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.​ A execução da pena 
mais grave precede a da mais branda. A gravidade da pena, contudo, não se afere apenas 
pelo regime carcerário previsto à espécie. A natureza da pena, sua qualidade, e outras 
características aferíveis em cada caso, devem orientar o Juiz da execução no momento em 
que as penas estão em cumprimento. 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
 
1. Requisitos da suspensão da pena: art. 77 a 80, CP 
São pouco aplicadas e hoje o âmbito da aplicação é bem menor por conta da PRD. Impede 
que o indivíduo cumpra pena. 
a. Modalidades 
- Sursis simples (art. 77, CP): acontece no primeiro ano, precisa cumprir serviço a 
comunidade e limitação de final de semana. 
- Sursis especial (art. 78, §2º, CP): reparação do dano + circunstâncias favoráveis = 
menos rigoroso. Dispensa condição obrigatória e transforma em condições mais 
brandas. 
- Sursis etário (art. 77, §2º, CP): Não superior a 4 anos, prova de 4 a 6 anos 
Condenado maior de 70 anos (data da condenação) 
- Sursis humanitário (art. 77, §2º, CP): Não superior a 4 anos, prova de 4 a 6 anos 
b. Requisitos: art. 77, CP 
- Objetivos 
Natureza e quantidade da pena 
 PPL, art. 80 e 77, caput, CP 
não superior a 2 anos 
Inaplicabilidade de PRD 
- Subjetivos 
não reincidência em crime doloso (I) 
não abrange contravenção, crime culposo e condenação a pena de multa, §1º 
prognose de não voltar a delinquir (II) 
c. Condições e período de prova 
Condições obrigatórias: art. 78, CP; Facultativas: art. 79, CP 
Período de prova: lapso temporal em que o beneficiário tem a execução da pena suspensa: 
2 a 4 anos. 
2. Revogação obrigatória: art. 81, CP 
Sentenciado deve cumprir a pena integralmente, independentemente do tempo decorrido. 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
Art. 81: A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano. ​A condenação a pena pecuniária não é causa obrigatória! 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. 
3. Revogação facultativa: art 81 §1º, CP 
§ 1º: A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta 
ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de 
liberdade ou restritiva de direitos. 
Discricionariedade do juiz 
Não abrange condenação por pena de multa 
4. Prorrogação do período de prova: art. 81 §2º e 3º, CP 
Pode revogar ou prorrogar o período de prova. 
5. Cumprimento das condições: art. 82, CP 
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade. 
 O decurso do prazo sem revogação da suspensão premia o condenado com a extinção da 
pena privativa de liberdade. O critério, neste caso, é objetivo e dispensa ato formal do Juízo. 
Basta restar implantado o período probatório para que a pena reste automaticamente 
extinta, sem a necessidade de decisão judicial neste sentido. 
 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
Introdução (arts. 83 e segs, CP e art. 131 e segs, LEP) 
- Ticket of leave system, Australia, 1840 (Ilha de Norfolk): finalidade de promover a 
“recuperação moral e social do criminoso” e sua libertação antecipada sob vigilância 
(esse também foi o precursor do Mark System inglês). 
O indivíduo conquista sua liberdade (sendo ela vigiada) no decorrer da pena, dependendo 
de seu comportamento. 
1. Requisitos do livramento condicional: art. 83, CP 
a. Objetivos: 
- Natureza e quantidade de pena: PPL + igual ou superior a 2 anos 
art 84, CP: pena de infrações diversas devem ser somadas. 
- Cumprimento de parte da pena: 
Não reincidente em crime doloso + bons antecedentes = + de ⅓ 
Reincidente em crime doloso = + de ½ 
Crime hediondo/TTT + não reincidente específico = + de ⅔ 
 
- Reparação do dano, salvo impossibilidade. Exemplo: o agente do fato não tem 
condições de reparar o dano. 
b. Subjetivos 
Comportamento satisfatório durante a execução (bom comportamento é mais exigente), 
bom desempenho no trabalho, aptidão para prover sua própria subsistência (mediante 
“trabalho honesto”). Requisito específico: parágrafo único, art 83, CP. 
O exame criminológico é facultativo, mas pode ser feito no caso concreto. 
2. Somas de penas: art. 84, CP 
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do 
livramento. 
3. Especificações e condições: art. 85, CP 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 
4. Revogação do livramento: art. 86, CP 
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de                                 
liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de                                 
11.7.1984) 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
 
5. Revogação facultativa: art. 87, CP 
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar decumprir qualquer das 
obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou 
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
6. Efeitos da revogação: art. 88, CP 
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a 
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na 
pena o tempo em que esteve solto o condenado. 
7. Extinção da revogação: art. 89 e 90, CP 
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em 
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. 
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade. 
 
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
1. Efeitos genéricos e específicos: art. 91 e 92, CP 
- Feitos penais: sanção penal, ou seja, consequência jurídica direta e imediata da 
sentença penal. 
- Efeitos extrapenais: efeitos genéricos (automáticos) (art 91, CP) 
Também a suspensão dos direitos políticos! 
CR, art 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos 
de: III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos​. 
 
REABILITAÇÃO 
art. 93 e 94, CP 
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando                         
ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela                             
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos                         
no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II                                 
do mesmo artigo. 
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta,                                   
de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da                             
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:                           
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209,                                 
de 11.7.1984) 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom                         
comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade                           
de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou                                   
novação da dívida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o                             
pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. 
 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
A medida de segurança não é uma sanção penal. 
1. Espécies de medida de segurança 
- Internação psiquiátrica (art 96, I, CP): Para crimes mais graves, punidos com 
reclusão e detenção. É medida detentiva (art. 97, CP) 
- Tratamento ambulatorial (art. 96, II): Submissão a tratamento clínico psiquiátrico, 
sem internação. Apenas para crimes punidos com detenção (art. 97, CP). Medida 
restritiva. 
2. Imposição da medida de segurança para inimputável 
3. Prazo 
Tem como prazo mínimo de 1 a 3 anos. O prazo máximo é indeterminado a depender do 
juiz, fixando de acordo com a gravidade do crime ou periculosidade do indivíduo. Súmula 
527 do STJ. 
4. Pericia medica 
5. Desinternação ou liberação condicional 
6. Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável 
7. Direitos do internado 
 
PRESCRIÇÃO 
Consiste na limitação da pretensão punitiva ou executória do Estado, o qual, pelo decurso 
do tempo, perde a possibilidade de aplicar a pena ou de executar a pena imposta em 
sentença definitiva. A prescrição é instituto de direito material e inclui-se o dia do início (art. 
10, CP). Trata-se de matéria de ordem pública, devendo ser decretada de ofício, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, ou mediante requerimento das partes. Não faz sentido 
deixar um cidadão esperando 20 anos pra receber uma pena. 
a. imprescritibilidade 
Em casos de racismo (art 5º XLII, CF) e em caso de ação de grupos armados, civis ou 
militares contra a ordem constitucional e o Estado democrático (art 5º XLIV, CF)​. 
 ​b. regras gerais 
- Os parâmetros do art 109, CP são aplicáveis a todas a espécies de prescrição. 
- Redução do prazo prescricional: (art 115, CP) se aplica a todos, mas o aumento de 
⅓ é só pra prescrição executória. 
- Concurso de crimes: (art 119, CP) o cálculo da prescrição incide sobre cada caso 
isoladamente. 
- O aumento de ⅓ para o condenado reincidente se aplica apenas para a prescrição 
executória (art 110, caput, CP) 
Súmula 220 STJ 
Os crimes praticados antes de 2010 com pena inferior a 1 ano possuem prescrição de 2 
anos, os crimes praticados depois de 2010, é de 3 anos. 
1. Prescrição da pretensão punitiva 
Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 
A prescrição propriamente dita é da consumação até o trânsito em julgado, a prescrição 
retroativa vai do recebimento da denúncia até a sentença condenatória, e a prescrição 
superveniente vai da sentença até o trânsito em julgado. 
 
a) Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita 
Única que se regula pela pena abstrata (art. 109, CP). O cálculo é feito com base na pena 
máxima cominada. As circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes não interferem. As 
majorante e minorantes devem incidir, sempre com base o maior aumento ou menor 
diminuição. Atenção para a redução do prazo do art. 115, CP. No caso do indivíduo na data 
do fato menor de 21 ou na data do fato maior de 70. 
- Termo inicial: 
Art 111: A prescrição antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em 
que o fato se tornou conhecido. 
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste código ou em 
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver 
sido proposta a ação penal. 
 
Se um criminoso da 7 facadas e a vítima morre dois dias depois, a contagem começa no dia 
da morte e não dá facada. Em uma tentativa de homicídio, o criminoso dá várias facadas 
mas a vítima não morre, se conta a prescrição a partir da data da última facada. Quando é 
um crime permanente, exemplo: sequestro. Bigamia: somente a partir do dia em que o fato 
se tornou conhecido. A data do fato é a data da consumação do delito. 
 
- Causas interruptivas: art. 117, CP. 
art 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; ​marco entre a data do fato e a data da denúncia 
(inicio do processo). 
II - pela pronúncia: 
Súmula 191, STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha 
desclassificar o crime ​Se for crime contra a vida, quem julga é o tribunal do Júri.O rito do Júri 
tem duas fases (1º juiz togado e 2º os jurados, a decisão que submete ao júri é a decisão de 
pronúncia). O recurso para discutir a pronúncia vai ser um marco. decisão exclusiva do 
Tribunal do Júri 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia ​decisão exclusiva do tribunal do júri 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis 
 
- Linha do tempo em casos que nao sao do tribunal do Júri: 
Consumação do crime > (inquérito policial, investigação, 8 anos) > Recebimento da 
denúncia > (processo, 8 anos) > Sentença condenatória > (recursos TJ/TRF) > (o acórdão 
de confirmação não conta como marco) > Trânsito em Julgado. 
 
- Linha do tempo e estrutura básica de prescrição: 
consumação > recebimento da denúncia > sentença absolutória > Trânsito em julgado. 
 
Toda vez que ocorre um marco interruptivo, eu volto a contar do zero. A sentença 
absolutória não interrompe o prazo prescricional. 
Causas impeditivas: (art 116, CP) Geralmente ocorre em processo civil, mas também pode 
ocorrer no processo penal. 
 
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b) Prescrição da pretensão punitiva retroativa (art. 110, par. 1º, CP) 
- Súmula 146, STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na 
sentença, quando não há recurso da acusação. 
- Calculada com base na pena concreta 
- Depende do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação 
- Compreende o período entre o recebimento da denúncia e a sentença condenatória. 
c) Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente (art 110, par. 1º, 
CP) 
- Ocorre após a sentença condenatória recorrível 
- Calculado com base na pena em concreto 
- Depende do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação 
- Termo inicial: publicação da sentença condenatória recorrível, embora condicionada 
ao trânsito em julgado para a acusação. 
- Se dá entre a sentença e o trânsito em julgado. 
d) Prescrição da pena virtual ou in perspectiva 
- Súmula 438, STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da 
existência ou sorte do processo penal. 
- É uma hipótese de projeção futura, ou seja, se vislumbra uma prescrição com base 
em uma suposta pena que o indivíduo venha a receber, então acontece uma falta de 
interesse de agir 
- A súmula não é vinculante, importa muito para aqueles que crimes cometidos antes 
da mudança de 2010. 
- Se reconhece que é possível haver uma grande diferença entre a sentença e 
abstrata, permitindo o reconhecimento da prescrição ainda que o Trânsito em 
julgado não tenha acontecido. 
2. Prescrição da pretensão executória (art. 110, caput, CP) 
É a perda do direito de punir pelo Estado pela ocorrência do trânsito em julgado. 
- Cálculo com base na pena concreta 
- Pressupõe o trânsito em julgado 
Art. 113: Quando há a interrupção, a prescrição será calculada com base no tempo restante 
de pena a ser cumprida e não com base no tempo total. 
O termo inicial (art 112, CP) se dá no dia em que transita em julgado a sentença 
condenatória para a acusação. 
- Repercussão geral no STF: Dia da revogação da suspensão condicional da pena ou 
do livramento condicional. Dia em que se interrompe a execução, salvo quando o 
tempo da interrupção deva computar-se na pena. Fuga do condenado, no regime 
fechado ou semiaberto, abandono do regime aberto ou descumprimento das penas 
restritivas de direito. 
As causas interruptivas estão dispostas no artigo 117, CP. 
As causa impeditivas da prescrição da pretensão executória estão dispostas no art 116, CP 
3. Prescrição da pena restritiva de direito: Art. 109, CP 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, 
verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
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VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. (Revogado) 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 
12.234, de 2010). 
Prescrição das penas restritivas de direito 
Parágrafo único -​ Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as 
privativas de liberdade. 
 
4. Prescrição da pena de multa: Art 114, CP 
Em um plano abstrato, quando trouxer multa, se aplica o mesmo prazo da pena privativa de 
liberdade. 
 
 
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