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TEORIA GERAL DA PENA Sobre a pena: A pena consiste em uma resposta estatal ao infrator da norma incriminadora (crime ou contravenção penal), consistente na privação ou restrição de determinados bens jurídicos do agente (liberdade e patrimônio). PRINCÍPIOS 1. Princípio da legalidade Fundamento: art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º, CP Não há crime ou pena sem lei, ou seja, não se pode punir alguém sem que o ato praticado seja criminoso. O cidadão precisa de segurança jurídica e previsibilidade em relação ao seu modo de agir em sociedade, sobre o que pode ou não fazer. Reserva legal + Anterioridade. Atinge diretamente os conceitos primários referente a conduta expressa, a norma de comportamento; e os secundários referente a pena, a norma de sanção que será aplicada ao ato proibido. Dá origem a: - Princípio da anterioridade, dividido em: Irretroatividade da lei mais grave e retroatividade da lei mais benéfica. - Proibição de leis indeterminadas - Proibição de costumes que possam integrar as leis que não sejam especificamente normas penais ou extrapenais. Exemplo: Lei penal em branco (uma norma penal que necessita de um complemento, como a Lei de droga que determina o conteúdo das drogas determinado pela ANVISA) 2. Princípio da culpabilidade Consiste no fundamento da pena e do jus puniendi. O fato de possuir livre arbítrio e limite da intervenção punitiva do Estado diferencia as gradações de pena para determinados atos. - Inadmissibilidade da versari in re illicita: Não admitir que a responsabilidade penal seja subjetiva e que baste a simples produção de resultado típico. É preciso determinar o vínculo entre o sujeito e o crime ou não será possível punir. Exemplo: estupro em local público, as pessoas presentes e não participantes não podem ser punidas. - Direito penal do fato: A pena deve ser devido ao fato e não ao autor. - Medida da pena: cada um responde ao limite do seu ato, sendo a pena proporcional ao ato. 3. Princípio da pessoalidade Fundamento: Art 5º, XLV, CF A pena não pode passar da pessoa condenada, ou seja, apenas ele pode cumprir a pena e mais ninguém. Existe uma ressalva em relação a situação de recém nascidos com mães encarceradas, pois se alega necessário oferecer prisão domiciliar a mãe, visto que a criança não pode cumprir pena. 4. Princípio da individualização da pena Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Fundamento: Art 5º, XLVI, CF A pena aplicada deve ser proporcional ao crime causado e não se pode punir diferentes crimes com a mesma pena. Cada caso deve ser enxergado individualmente. 5. Princípio do ne bis in idem Proibição da dupla valoração para não punir o indivíduo além do ato praticado. Não se pode punir duas vezes pelo mesmo ato. “Não apenas veda a possibilidade de que uma pessoa seja processada mais de uma vez pelo mesmo fato, mas exclui a dupla incidência de circunstâncias com gravames punitivos” (Carvalho, p. 399) 6. Princípio da humanidade Fundamento: Art 5º, XLVII, CF Proibição de penas desumanas (morte, pena perpétua, trabalho forçado, banimento, penas cruéis) TEORIAS DE JUSTIFICAÇÃO DA PENA Sobre “se” e “por que” proibir e punir. O “se” é referente a finalidade de primeira ordem, que consiste no que a norma visa proteger (no caso do Brasil, bem jurídico), e o “por que” se refere a finalidade de segunda ordem, vinculada às penas, sua aplicação e ameaça. A norma de comportamento traz a ideia da teoria do bem jurídico, mostrando o que deve ser protegido. A norma de sanção consiste na pena e pode ser negativa quando se fala sobre abolir o direito penal, e positiva quando se fala sobre a pena servir para algo. 1. Teoria abolicionista: Negação de qualquer justificativa ou legitimidade externa a intervenção punitiva do Estado. Os mais radicais deslegitimam qualquer tipo de constrição, coerção penal ou social, beirando a anarquia. Os mais difusos acreditam que se deva usar qualquer outra forma de punição que não seja a prisão. Indicação: individualismo anárquico de Max Stirner e penas perdidas de Louck Hulsman Teorias justificacionistas: 2. Teoria absoluta/retributiva: se vincula ao passado e a retribuir o mal causado. Tem uma ideia remetente a vingança, pois a pena é aplicada por uma questão de justiça. É considerada “quia peccatum” – vinculado ao passado. Para Kant: A pena corresponde a um imperativo categórico (orientações máximas do direito) e sua imposição seria pelo simples fato de que praticou o crime, seria uma exigência moral da violação do direito. Para Hegel: Sendo o crime uma negação do direito vigente, a pena deve ser imposta para que a ordem seja restaurada. A pena seria a “negação da negação do direito”. Crítica: Não possui função benéfica e prática já que não está preocupada com o futuro. Além disso, o direito e a moral se confundem. 3. Teoria relativa/preventiva: se vincula ao futuro e a prevenir o crime. Definições: - prevenção geral: vinculada à sociedade - prevenção especial: vinculada ao indivíduo que praticou o crime - prevenção negativa: possui uma visão repressiva - prevenção positiva: possui uma visão mais esperançosa Teorias: a. Prevenção geral negativa: a pena possui função utilitária de intimidação para que a sociedade tenha medo da punição, não visa o ensinamento. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Para Feuerbach: teoria da coação psicológica - faz com que as pessoas se sintam coagidas a não cometer um crime. Crítica: pode gerar penas mais graves e mais altas, não sendo muito eficiente para que as pessoas parem de cometer crimes. b. Prevenção geral positiva: reafirma a confiança da sociedade na norma jurídica e no direito penal. c. Prevenção especial negativa: busca neutralizar o delinquente para que não cometa mais crimes. Crítica: é possível praticar crimes mesmo na prisão. d. Prevenção especial positiva: tem como objetivo a volta do preso a sociedade a partir do conjunto de ideologias RE: ressocialização, repersonalização, reeducação e reinserção. 4. Teoria Mista: Significa uma fusão entre a teoria retributiva e a preventiva. A pena vi ter diferentes funções a depender dos fatos ocorridos. - Cominação legal: quando o legislador decide a pena a partir da prevenção geral negativa, sendo a norma uma ameaça para que o crime não aconteça. - Aplicação da pena: sendo vinculada a teoria retributiva e a prevenção geral positiva na imposição da pena. 5. Teoria Expressiva: A pena tem a função de passar uma mensagem de censura ao crime cometido para o autor do fato, vítima e sociedade. Possui função comunicativa e tem como finalidade proteger interesses vinculados ao adequado tratamento do fato ocorrido. BREVE HISTÓRICO SOBRE A PENA Tipos de prisão: - Prisão custódia: o indivíduo ia preso para aguardar julgamento, não tinha caráter punitivo - Prisão eclesiásticas: punir os clérigos rebeldes - Casas de correção: recolhiam pessoas excluídas da sociedade - Prisão pena: a prisão passou a ser a pena propriamente dita; período humanitário Sistemas Penitenciários: - Sistema Pensilvânico: isolamento do preso - Sistema Auburniano: silêncio e trabalho lucrativo para o Estado - Sistema Progressivo (inglês e irlandês): mark system - Sistema Brasileiro: o indivíduo vai conquistando sua liberdade progressivamente por meio dos regimes, mas a penajá está estabelecida. SOBRE A PENA DAS ESPÉCIES DE PENA Art. 32, CP 1. Das Penas Privativas de Liberdade A Pena Privativa de Liberdade se refere a sanção penal aplicada para restringir o acesso a liberdade após o cometimento de um crime. A pena é fundamentada na culpabilidade do agente. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Tipos de Penas Privativas de Liberdade: - Reclusão: regimes fechado, semiaberto e aberto - Detenção: regimes semiaberto e aberto - Prisão simples: contravenção penal a. Regras do Regime Fechado: Art. 34, CP Requer exame criminológico feito por peritos para determinar o modo de individualização da pena. O condenado ao regime fechado será destinado à reclusão em uma penitenciária e será alojado em cela individual (art. 87 e 88, LEP). Sobre o trabalho: O trabalho destinado ao preso será definido por suas aptidões e realizado em instituições públicas (art 34, § 1º e 2º, LEP), também pode ser remunerado (art. 29, LEP) ou ocorrer remição (desconto na pena pelo trabalho). O trabalho externo será admitido ao preencher requisitos específicos (arts. 34 §3º, 36 e 37, LEP). Medidas para evitar fuga Números de presos não podem ser superior a 10% do total de empregados Cumprimento de ⅙ da pena b. Regras do Regime Semiaberto: Art. 35, CP Requer exame criminológico. - É possível o trabalho interno e comum como regra, e trabalho externo e estudo (a distância ou presencial) se conseguir autorização do diretor da penitenciária ou do juiz de execução. - Saída temporária (Art. 122, LEP) tem como requisito um comportamento adequado e autorização judicial. O condenado deve cumprir ⅙ da pena se for réu primário e ¼ se for reincidente, ressalto que a súmula 40 do STJ diz que deve ser de ⅙ mesmo se for reincidente. A saída deve ser compatível com o objetivo da pena, ou seja, a ressocialização do indivíduo. O período máximo da saída deve ser de 7 dias e 4 vezes por ano para visitas de família (art. 124, LEP). c. Regras do Regime Aberto: Art. 36, CP e 93, LEP. O condenado exercer suas funções sociais normalmente e retornam ao recolhimento no período noturno. O recolhimento domiciliar só será possível ao cumprir os requisitos do art 117, LEP e em caso de faltarem vagas (STF HC 113334). As regras para ingressar no regime aberto estão descritos no art. 144, LEP. d. Tabela de Regime: Art. 33, CP Regime fechado Pena superior a 8 anos Regime Semiaberto Pena superior a 4 anos e inferior a 8 anos Não reincidente Regime Aberto Pena igual ou inferior a 4 anos Não reincidente Ressalva sobre a reincidência na Súmula 269 e 440 do STJ. e. Regime Disciplinar Diferenciado: Art. 52 e 53, LEP Consiste em uma sanção disciplinar para quando o indivíduo praticar algum ato durante o cumprimento de sua pena, ou medida cautelar por razões específicas para que o condenado não fique em regime fechado comum, como participar de facção criminosa perigosa. Não é um regime, e sim uma punição. Tem como condição ter praticado crime doloso gravíssimo dentro da execução da pena e ter afetado a ordem do sistema penitenciário. Após o cumprimento dessa sanção, o indivíduo vai para o regime fechado. É Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena necessário que tenha uma determinação judicial (art 54 a 60, LEP). Para anular o regime disciplinar diferenciado existe a ADI 4162 STF. f. Regime Especial: Art 37, CP; Art. 82 e 89 da LEP Mulheres cumprem pena em locais separados dos homens e, se nao tiver cela feminina é necessário soltá-la g.Fixação do regime inicial de cumprimento de pena: Art 33 § 2º, CP. De competência do juiz sentenciante de primeira instância (art. 110 e 111, LEP) As circunstâncias judiciais (art. 59, CP) devem ser favoráveis. - Súmula 440, STJ e súmulas 718 e 719, STF - Art. 2º, par. 1º Lei 8072; STF HC 111840; Recurso Extraordinário com agravo 1052700; repercussão geral - Lei dos crimes hediondos: “Todo indivíduo que for condenado por crime hediondo deverá iniciar a pena em regime fechado.” Não é constitucional por causa do princípio da proporcionalidade e da individualização da pena. O juiz não pode fixar a pena exclusivamente baseado na lei dos crimes hediondos, é preciso fazer a dosimetria da pena para isso. h.Progressão de regime: art. 112, LEP O condenado vai do regime mais grave para o menos grave até atingir a liberdade condicional. Tem como requisito formal o cumprimento de ⅙ da pena, exceto em casos de crimes hediondos em que se aplica o cumprimento de pena de ⅖ para não reincidentes e ⅗ para reincidentes. A progressão por salto não é admitida, é preciso passar por todos os regimes para realizar a progressão. - STF HC 82959 ART 2º, p. 1º: “A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado”. O STF considerou isso inconstitucional, pois ia contra qualquer tentativa de ressocialização do indivíduo, no início se aplicava a regra geral de 1/6 , mas em 2007 o legislador cria o critério de ⅖ ou ⅗. - ‘ Lei 11464/07: Tráfico, Terrorismo e Tortura. Tem o mérito como requisito material, é necessário um atestado de bom comportamento carcerário. - O exame criminológico é facultativo. - STF, Súmula vinculante 26 - STJ, Súmula 439 - Art. 33, §4º: reparação do dano causado em crimes contra a adm pública. i.Regressão: art 118, LEP O condenado vai do regime menos grave para o mais grave. A regressão ocorre nas hipóteses de o condenado praticar crime doloso ou falta grave durante a execução da pena. Em caso de condenação por crime anterior a pena deve ser unificada, ou seja, a nova pena aplicada deve ser somada com o que ainda falta para o condenado cumprir da pena anterior, exemplo: o condenado cumpriu 5 anos de uma pena de 10 anos, então foi condenado por mais 10 anos, assim, cumprirá 15 anos de pena. A regressão por salto é admitida. Art. 118, LEP. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. Juntamente com o §2º do art. 36, CP, não é possível pois o art 51, CP que traz a pena de multa Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. Serve como ampla defesa para o condenado. j. Direitos do preso O preso conserva todos os seus direitos exceto o da liberdade. k. Trabalho do preso O trabalho do preso será sempre remunerado e garantidos os benefícios da Previdência. l. Superveniência da doença mental: Art. 41, CP e art 183, LEP. Se for confirmado por meio de laudo pericial que o condenado tem doença mental, deve ser recolhido ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. O condenado responde na medida da sua periculosidade. O STJ assume que a medida de segurança seria determinada pelo máximo de pena cominada. Conta o tempo de reclusão ou internaçãoantes para calcular a pena. m. Detração: Art 42, CP Consiste em descontar na pena aplicada aquele tempo que o sujeito ficou preso em prisão provisória, ou seja, conta tempo de reclusão ou internação antes para calcular a pena. Tem como requisitos a unidade de fato e a diversidade de restrições da liberdade. Ocorre na hipótese de prisão processual e internação. Sobre a prisão em processos criminais diversos, o STJ (REsp 149399-0) concorda que se o indivíduo está preso pelo mesmo fato da condenação que foi agora transitada em julgado, pode descontar esse período dentro da pena. Porém, se for fato adverso não poderá realizar esse processo, apesar que a jurisprudência tem admitido que sim, pois se o condenado foi preso injustamente e já tinha praticado antes, pode descontar (é necessário que seja fato anterior à prisão. n. Remição: art. 126 a 128, LEP É a diminuição do tempo de pena a ser cumprido em razão do trabalho ou estudo, é uma forma de incentivar o indivíduo a trabalhar e estudar. - Trabalho: Regime fechado e semiaberto. Significa que todo preso tem direito ao trabalho e a essa remissão. 1 dia de pena para 3 dias de trabalho (art 126 caput e par 6º, LEP) - Estudo: Qualquer regime (art. 126 caput e par 6º, LEP). 1 dia de pena para 12 horas de estudo, divididas no mínimo em 3 dias (art. 126, par 1º, I, LEP) - Leitura: Portaria Conjunta 276/2012 (JF e Departamento Penitenciário Nacional). 4 dias por obra lida por mês, até no máximo de 12 obras por ano. STJ: “o fato de o estabelecimento assegurar acesso a atividades laborais e a educação formal não impede a remição por leitura e resenha de livros (5ª Turma, HC 353689/SP, Rel. Min. Felix Fischer, 2016). Nada impede que o indivíduo junte trabalho, estudo e leitura; e faça remição pelos três, desde que seja compatível. - Remição Ficta não é aceita. Em caso de o preso querer trabalhar, mas o Estado não fornecer trabalho por insuficiência administrativa estatal, não poderia ser prejudicado. Entretanto, apenas o efetivo trabalho lhe garante a possibilidade de obter remição. - Remição Privilegiada (§5°, art. 126, LEP) situações do indivíduo em que conclui o ensino fundamental ou ensino médio ou ensino superior = ela vai remir 1/3 a mais das horas concluídas - Perda dos dias remidos (art. 127, LEP) possibilidade de perda = possível descontar 1/3 daquilo que ele já tinha remido se acaso cometer uma falta grave (art. 50, LEP) Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena 2. Das Penas Restritivas de Direito A Pena Restritiva de Direito possui caráter substitutivo, não é prevista no tipo penal já que são alternativos à prisão. Evita ao máximo o cárcere. As penas restritivas de direito são autônomas por não se vincularem a pena privativa de liberdade, tem caráter substitutivo e são reversíveis em caso de descumprimento de condições impostas. a. Requisitos: art. 44,CP Análise do art 43, CP - formas de restringir. - Natureza do crime cometido Crimes com pena de até 4 anos em crime doloso e praticado sem violência física ou grave ameaça (violência imprópria e presumida não impedem a aplicação da pena). Crime culposo, independentemente da quantidade de pena ou da violência. O art. 54 foi derrogado, visto que existe uma lei posterior que disciplinou isso de uma forma diferente, o art. 44 é correto (pena menor e sem violência já não vale mais). - Não reincidência em crime doloso (dolo significa consciência e vontade) Art. 44, §3°: socialmente recomendável (depende do juiz) e reincidência. - Requisito subjetivo Nada impede, mesmo sendo muito difícil, que se aplique uma PRD em crime hediondo. Exemplo: crime tentado Inconstitucionalidade par. 4°, do art. 33 da Lei de Drogas – STF (2010) HC 97.256 – RS, 2012: Resolução n°5 do Senado - é possível aplicar esse benefício nesse caso visto ser inconstitucional. Ex: tráfico de drogas, sem violência ou grave ameaça b. Forma de aplicação: art. 44, §2º, CP Pena de até 1 ano = 1 PRD ou 1 multa substitutiva Pena superior a 1 ano = 2 PRD ou 1 PRD + multa substitutiva Súmula 171 do STJ: cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defesa a substituição da prisão por multa. Não pode ter multa e substituir a pena por mais uma multa, então tem que manter a pena de multa e substituir a PPL (ou PRD) por outra que não seja multa, visto que a multa não pode ser substituída. Ex: multa. c. Conversão - Detentiva (art. 181, LEP) Descumprimento injustificado da pena restritiva: vai ser convertido em PPL, mas vai ser só o saldo restante. As hipóteses de conversão são Art. 44, §4° e §5°. *Inconversibilidade da pena pecuniária e da perda de bens e valores - não pode ser convertida em PPL, a única coisa se pode fazer é cobrá-la/ executá-la - Liberativa (art. 180, LEP) Possibilidade de converter a PPL em PRD enquanto ele já está cumprindo a PPL, o juiz no meio da execução define d. Espécies - Prestação pecuniária (art. 45, §1º,CP): tem como destinatário a vítima, seus dependentes, entidade pública ou privada com destinação social. O valor será de 1 a 360 salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Para calcular, tudo é levado em consideração, inclusive a capacidade econômica do réu e dano causado. A variante do §2º, seria uma prestação de outra natureza, como o pagamento de cestas básicas ou doações. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena - Perda de bens e valores (art. 45, §3º, CP): tem como destinatário o fundo penitenciário nacional; o artigo 91 do CP fala sobre bens adquiridos ilicitamente; proveito do crime é quando, por exemplo, se adquire um dinheiro ilicitamente e com ele se compra um apartamento. - Prestação de serviços à comunidade (art 46, CP): condenações superiores a 6 meses de privação da liberdade; 1 hora de tarefa por dia de condenação. - Interdição temporária de direitos (art. 47, CP): aplicado apenas quando o feito não for automático. Consiste na proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo (art 56 e 92, I, CP). Proibição de frequentar determinados lugares e de se inscrever em concursos, avaliações ou exames públicos. Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público. Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo em caso de crimes culposos de trânsito (art. 57, CP). - Limitação de fim de semana (art. 48, CP) 3. Das Penas de Multa: art. 49, CP. As penas de multa são destinadas ao fundo penitenciário nacional e podem ser alternativas (art. 163, CP) ou cumulativas (art. 168, CP) a PPL. a. Espécies - Multa principal: critério especial e trifásico. - Multa substitutiva (vicariante): é uma multa aplicada como substituição a PPL, não integra o tipo penal. Parte geral descrito no art. 44, §2º, CP. Depende da inexistencia de uma multa principal. b. Sistemas dias-multa - 1ª etapa: fixação da quantidade de dias-multa. Utiliza o mesmo critério trifásico da aplicação da pena. De 10 a 360 dias-multa. - 2ª etapa: fixação do valor da unidade. Depende da capacidade financeira do réu. de 1/30 a 5 vezes o salário mínimo. Se entender que a multa não vai afetar a fortuna do réu, pode aumentar até o triplo (art 60, §1º, CP). c. Pagamento: art 50, CP e art 164, LEP d. Execução Proibição da conversão (art. 51, CP), não se pode converter pena de multa em pena de prisão em hipótese alguma. ANTES LEI 9268/96execução fiscal = MP execução fiscal = procuradoria da fazenda vara criminal vara da fazenda pública convertida em prisão dívida de valor (dir. adm.) APLICAÇÃO DA PENA Responde ao princípio constitucional da individualização da pena (art 5º, XLVI, CF). A aplicação da pena é dividida em 4 etapas descritos nos incisos do art 59, CP. A primeira etapa é sobre a eleição da pena cabível, a segunda etapa determina a quantificação da Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena pena e é definida pelo critério trifásico, a terceira etapa fixa o regime inicial de cumprimento e a quarta etapa faz uma análise possível de substituição por pena restritiva de direito caso preencha os requisitos do art. 44, CP. 1. Fixação da pena: art 59, CP A fixação da pena-base analisa as circunstâncias judiciais descritas no art. 59 do CP em sua primeira fase. Para isso é necessário delimitar o conteúdo da circunstância, definir o tipo de informação válida no caso ocorrido e valorar negativamente ou positivamente. As circunstâncias judiciais são: a. culpabilidade Consiste no grau de censura e reprovabilidade penal do autor do delito, não é a culpabilidade como fundamento da pena. Existem três correntes: a primeira diz que apesar de atuar de forma distinta nas teorias do delito e da pena, não existe diferença entre os elementos que integram a culpabilidade; a segunda diz que a intensidade de dolo e grau de culpa, porém é descartada por ser inerente ao sistema anterior que é causalista; a terceira fala sobre a periculosidade. b. antecedentes Antigamente consistia em qualquer registro formal de prática delitiva, mas devido ao princípio de presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF) atualmente consiste nas condenações criminais transitadas em julgado que não consistem em reincidência. Para ser mau antecedente, o fato novo tem que acontecer antes da sentença do primeiro fato. Súmula 444, STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. c. conduta social Modo como o indivíduo se relaciona em núcleos sociais, se possui bom convívio com a família e na comunidade. Não se refere ao passado criminal do indivíduo. d. personalidade do agente Consiste na síntese das qualidades morais e sociais do indivíduo, se é voltada para o crime. Hungria diz que é o exame do corpo e da alma do condenado. Tem como critica a ausência de precisão conceitual. O juiz não possui capacidade técnica para fundamentar e aferir essa personalidade, sendo possível valorar essa circunstância apenas com laudo pericial. e. motivo do crime O motivo do crime é aquilo que antecede ao dolo e faz surgir a vontade, desde que não seja avaliado como qualificadora, nem elementar do crime, e nem utilizado para aumentar e diminuir a pena. É necessário observar o princípio do ne bis in idem. f. circunstâncias em sentido estrito São dados secundários ao fato criminoso e exteriores ao delito, como o lugar do crime, o momento ou a forma de execução; desde que não seja elementar do tipo penal, nem qualificadora, e nem causa de aumento e agravantes. Exemplo: criminoso estudar a rotina da vítima para praticar o delito. g. consequências do crime São consequências independentes e extrapenais, ou seja, que extrapolam o fato típico e o resultado lesivo causado ao bem jurídico. Exemplo: vítima com gravíssimas perturbações psíquicas após um estupro. h. comportamento da vítima Situação em que a vítima provoca ou assume um risco que não exclui um crime. Exemplos: brigas ou caso em que a vítima desejou ser comida e um canibal aceitou. 2. Circunstâncias agravantes: art 61, CP Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena As agravantes são taxativas: só posso agravar quando encontro prevista no artigo. As atenuantes são exemplificativas. Art 61, II - ter o agente cometido o crime a) por motivo fútil ou torpe Motivo fútil: desproporcionalidade da reação do autor do crime. Exemplo: matar alguém que comeu minha banana. Motivo torpe: motivo moralmente reprovável, repugnante, que mostra ausência de moral. Ex: matar alguém por ciúmes ou para receber herança. b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime Aumento de pena no crime-meio que é praticado com o fim de obtenção de êxito no crime-fim (que pode ser anterior, concomitante ou posterior). Relação entre dois fatos diferentes. O principal exemplo é a questão da ocultação de cadáver que já tem como elementar esconder um fato criminoso, no caso, o homicídio. Outro exemplo é se o indivíduo está ameaçando testemunha ou falsificando documento. Nesses casos pode-se aumentar a pena, mas nao usar como agravante. c) a traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido. Em todos os casos há premeditação (agente planeja o resultado e deseja obtê-lo por meio do abuso da confiança ou da surpresa). A traição é uma hipótese de quebra de uma relação de lealdade entre autor e vítima. Em caso de emboscada, o autor planeja algo contra baseado no que conhece da vítima. Nas duas situações a vítima desprotegida. Exemplo em caso concreto: agravante da emboscada em crime de latrocínio. d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (será considerada circunstância que causa maior sofrimento para a vítima, como asfixia, afogamento ou emprego de ácido), ou de que podia resultar perigo comum (qualquer meio que submeta um número indeterminado de pessoas ao perigo, como inundação); Exemplo concreto: além das hipóteses de homicídio, lesão corporal causada por ácido. e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; CADI: Cônjuge, Ascendente, Descendente, Irmão. Agravante em razão da especial posição do sujeito passivo: rompe-se a confiança inerente à relação de parentesco. - STJ - HC 247028ES: nao se aplica em relação a sogra. As agravantes são taxativas. É mais objetivo. Em caso de estupro também já é qualificadora ou caso de aumento de pena. f) com abuso de autoridade (se refere ao uso abusivo de um poder decorrente das relações privadas, como empregado e empregador, relações familiares como tutela ou curatela) ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação (apenas morar junto ou conviver no mesmo local, não é só núcleo básico da família, inclui o companheiro e rep.) ou de hospitalidade (estou hospedando a pessoa temporariamente, a pessoa foi passar 1 fds na minha casa), ou com violência contra a mulher na forma da lei específica (via de regra se refere a relações afetivas, a violência contra a mulher já é uma qualificadora do homicídio e da lesão corporal, não podendo aplicar a agravante nesses casos, mas pode ser aplicado em outros tipos de violência, como violência psicológica, ameaça ou furto em relação a companheira); Agrava-se a pena em razão da maior vulnerabilidade da vítima. g) com abuso de poder (decorre de relações públicas, como funcionário público) ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério (religião: pastor, padre, guru) ou profissão; Ruptura da relação de confiança inerente ao cargo. O indivíduo possui profissão que estabelece relação de confiança com a vítima, como: advogado, médico, terapeuta. h) contra criança (menor de 12 anos), maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Agrava-se a pena em razão da maior vulnerabilidade da vítima, sendo fundamental que o agente saiba que a vítima é vulnerável. Exemplo: Se nao tem como saber que uma mulher vítima de furto está grávida, não cabe essa agravante. O dolo é necessário. i) quando o ofendido estava sob a imediataproteção da autoridade; fala da relação de um cidadão que está sob uma autoridade. Exemplo: um policial na delegacia cuidando de um prisioneiro quando um desconhecido tenta atirar nele. j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; Exemplo: uma pessoa aproveita um incêndio para furtar algo; ou quando pessoas furtam televisor de um caminhão que tombou. Caso concreto: no ES, estava sem policia, dai as pessoas entraram em lojas para levar as coisas. l) em estado de embriaguez preordenada. Quando o cara decide se embriagar para cometer o crime. 3. Agravantes no caso de concurso de pessoas: art 62, CP Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; - Nilo Batista: deve ser coautor (domínio funcional) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; - coação física ou moral: casos de autoria mediata. III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; - situações de autoria mediata. Domínio da ação. É o indivíduo que executa, que participa do crime pagando a promessa. O pagante não poderá ter nenhum agravante aqui, pois não promove cooperação, não está coagindo e sim pagando, no máximo dá pra agravar com o induzimento. IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 4. Reincidência: art 63 e 64, CP Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Não abrange contravenções penais. Os efeitos da reincidência cessam após o prazo de cinco anos do cumprimento ou extinção da pena. Exclui crimes militares próprios e políticos (art. 64, II, CP). Pela jurisprudência, também se exclui crime de multa como reincidência. - STF sobre a constitucionalidade da reincidência (RE 453000): A reincidência afeta negativamente a vida do indivíduo. Suspeita-se que seja uma violação ao ne bis in idem visto que se agrava a pena devido a uma pena já cumprida. O STF julgou e disse que é constitucional, apesar de duras críticas. 5. Circunstâncias atenuantes: art 65 e 66, CP Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 anos, na data do fato, ou maior de 70 anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; Exemplo do cara da Holanda que está usando drogas no Brasil. III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; Ambas circunstâncias se referem a convicções pessoais do autor do crime. b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; - arrependimento: não exige eficácia, mas sim esforço. - reparação: diferente do art. 16, CP, pois a reparação ocorre durante o processo. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Art. 16: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Exemplo: o dono de uma BMW é ameaçado de ter seu carro que tanto ama quebrado caso nao pegasse 30 mil reais do banco. Pode diminuir a pena. A emoção não exige o domínio, é apenas uma influência. d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; - se for usada para dar suporte a condenação (HC 301408/SP) e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art 66: A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. Zaffaroni: culpabilidade ou culpabilidade por vulnerabilidade? tese onde a culpabilidade do cidadão depende muito das oportunidades que lhe foi proporcionada na vida. Tendo o Estado uma parcela grande de culpa por negar coisas básicas como educação e moradia. 6. Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes: art 67, CP Agravantes não se aplicam aos crimes culposos, apenas dolosos. O percentual para o cálculo não deve ultrapassar ⅙ No caso de concurso entre atenuantes ou entre agravantes: ⅙ para cada No caso de concurso entre atenuantes e agravantes podem se anular reciprocamente, a não ser que haja circunstâncias preponderantes. Art 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. - Atenuantes preponderantes: confissão, menoridade relativa e motivos de relevante valor moral/social - Agravantes preponderantes: reincidência, motivo futil e torpe - Jurisprudência julga que a menoridade relativa é super preponderante. Não se pode compensar uma subjetiva com uma objetiva. 7. Cálculo da pena: art 68, CP Utiliza-se o critério trifásico para realizar o cálculo da pena: - 1ª fase: ocorre a fixação da pena base onde se analisa o próprio tipo penal e as oito circunstâncias judiciais do art. 59, CP. - 2ª fase: ocorre a fixação da pena provisória onde se analisa a incidência de agravantes e atenuantes, que são circunstâncias previstas no art 61 a 66, CP. O legislador não traz o percentual de aumento e diminuição. - 3ª fase: ocorre a fixação da pena definitiva onde se analisa as majorantes e minorantes que são circunstâncias que podem estar na parte geral ou especial. O legislador traz o percentual de aumento e diminuição. Ao calcular a pena é preciso observar as seguintes questões: - O princípio do ne bis in idem, nunca se pode utilizar a mesma circunstância para agravar a pena do indivíduo duas vezes. Quanto mais próximo do final está, mais a circunstância vai agravar a pena. - Priorizar qualificadora, pois traz uma nova pena. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena - Cautela com as circunstâncias elementares do crime. Se o tipo exige, não se pode alegar. Exemplo: No crime de roubo não se pode agravar a pena devido a violencia, visto ser elementar do crime, caso não houvesse seria furto. É preciso ser uma coisa que extrapola aquilo que já integra o tipo penal. - Se a maioria das circunstâncias judiciais forem desfavoráveis, utiliza-se o termo médio como pena-base. Se a maioria forem favoráveis, utiliza-se o mínimo cominado como pena-base. - Para calcular o termo médio, soma-se a pena mínima com a pena máxima e divide por dois. 8. Concurso material: art 69, CP Pluralidade sucessiva: diferentes condutas independentes. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 9. Concurso formal: art 70, CP Pluralidade simultânea: uma ação típica, com dois ou mais resultados. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 10. Crime continuado: art 71, CP Pluralidade continuada: unidade ficta de ação decorrente da prática de uma sequência de fatos típicos da mesma espécie. Quando o agente, mediante maisde uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 11. Multas no concurso de crimes: art 72, CP No concurso de crimes, as penas de multa serão aplicadas distintas e integralmente. 12. Erro na execução: art 73, CP É diferente do erro em relação a pessoa Art. 73: Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. - Com unidade simples: resultado único - Com unidade complexa: resultado duplo = concurso formal Quando se atinge pessoa diversa da que se pretendia. Um dos crimes absorve o outro, sendo assim, se aplica a pena do homicídio doloso consumado, visto que se deve unir como se tivesse atingido a pessoa desejada. Se atingida a pessoa desejada e mais outra, aplica-se às duas penas. 13. Resultado diverso do pretendido: art 74, CP Art. 74: Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena O bem jurídico atingido é diferente do que se desejava. Se pune apenas pelo crime do resultado e não pela tentativa. O problema é que não se pode punir a modalidade culposa do dano. Nunca envolve crime contra a pessoa. 14. Limite das penas: art 75, CP A pena máxima que um prisioneiro pode cumprir é de 30 anos devido a vedação da prisão perpétua. Isso vale para apenas uma condenação, o indivíduo pode ficar preso por mais tempo quando morar as penas de mas condenações. Súmula 715, STF: O livramento constitucional e a progressão de regime não irá se limitar nos 30 anos, serão empregadas na pena efetivamente aplicada. Exemplo: indivíduo condenado há 150 anos, então será feita de 150 anos e não do limite que irá cumprir. 15. Concurso de infrações: art 76, CP No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave. A execução da pena mais grave precede a da mais branda. A gravidade da pena, contudo, não se afere apenas pelo regime carcerário previsto à espécie. A natureza da pena, sua qualidade, e outras características aferíveis em cada caso, devem orientar o Juiz da execução no momento em que as penas estão em cumprimento. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 1. Requisitos da suspensão da pena: art. 77 a 80, CP São pouco aplicadas e hoje o âmbito da aplicação é bem menor por conta da PRD. Impede que o indivíduo cumpra pena. a. Modalidades - Sursis simples (art. 77, CP): acontece no primeiro ano, precisa cumprir serviço a comunidade e limitação de final de semana. - Sursis especial (art. 78, §2º, CP): reparação do dano + circunstâncias favoráveis = menos rigoroso. Dispensa condição obrigatória e transforma em condições mais brandas. - Sursis etário (art. 77, §2º, CP): Não superior a 4 anos, prova de 4 a 6 anos Condenado maior de 70 anos (data da condenação) - Sursis humanitário (art. 77, §2º, CP): Não superior a 4 anos, prova de 4 a 6 anos b. Requisitos: art. 77, CP - Objetivos Natureza e quantidade da pena PPL, art. 80 e 77, caput, CP não superior a 2 anos Inaplicabilidade de PRD - Subjetivos não reincidência em crime doloso (I) não abrange contravenção, crime culposo e condenação a pena de multa, §1º prognose de não voltar a delinquir (II) c. Condições e período de prova Condições obrigatórias: art. 78, CP; Facultativas: art. 79, CP Período de prova: lapso temporal em que o beneficiário tem a execução da pena suspensa: 2 a 4 anos. 2. Revogação obrigatória: art. 81, CP Sentenciado deve cumprir a pena integralmente, independentemente do tempo decorrido. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Art. 81: A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano. A condenação a pena pecuniária não é causa obrigatória! III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. 3. Revogação facultativa: art 81 §1º, CP § 1º: A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Discricionariedade do juiz Não abrange condenação por pena de multa 4. Prorrogação do período de prova: art. 81 §2º e 3º, CP Pode revogar ou prorrogar o período de prova. 5. Cumprimento das condições: art. 82, CP Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. O decurso do prazo sem revogação da suspensão premia o condenado com a extinção da pena privativa de liberdade. O critério, neste caso, é objetivo e dispensa ato formal do Juízo. Basta restar implantado o período probatório para que a pena reste automaticamente extinta, sem a necessidade de decisão judicial neste sentido. LIVRAMENTO CONDICIONAL Introdução (arts. 83 e segs, CP e art. 131 e segs, LEP) - Ticket of leave system, Australia, 1840 (Ilha de Norfolk): finalidade de promover a “recuperação moral e social do criminoso” e sua libertação antecipada sob vigilância (esse também foi o precursor do Mark System inglês). O indivíduo conquista sua liberdade (sendo ela vigiada) no decorrer da pena, dependendo de seu comportamento. 1. Requisitos do livramento condicional: art. 83, CP a. Objetivos: - Natureza e quantidade de pena: PPL + igual ou superior a 2 anos art 84, CP: pena de infrações diversas devem ser somadas. - Cumprimento de parte da pena: Não reincidente em crime doloso + bons antecedentes = + de ⅓ Reincidente em crime doloso = + de ½ Crime hediondo/TTT + não reincidente específico = + de ⅔ - Reparação do dano, salvo impossibilidade. Exemplo: o agente do fato não tem condições de reparar o dano. b. Subjetivos Comportamento satisfatório durante a execução (bom comportamento é mais exigente), bom desempenho no trabalho, aptidão para prover sua própria subsistência (mediante “trabalho honesto”). Requisito específico: parágrafo único, art 83, CP. O exame criminológico é facultativo, mas pode ser feito no caso concreto. 2. Somas de penas: art. 84, CP Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento. 3. Especificações e condições: art. 85, CP Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 4. Revogação do livramento: art. 86, CP Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 5. Revogação facultativa: art. 87, CP Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar decumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 6. Efeitos da revogação: art. 88, CP Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. 7. Extinção da revogação: art. 89 e 90, CP Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. EFEITOS DA CONDENAÇÃO 1. Efeitos genéricos e específicos: art. 91 e 92, CP - Feitos penais: sanção penal, ou seja, consequência jurídica direta e imediata da sentença penal. - Efeitos extrapenais: efeitos genéricos (automáticos) (art 91, CP) Também a suspensão dos direitos políticos! CR, art 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. REABILITAÇÃO art. 93 e 94, CP Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. MEDIDAS DE SEGURANÇA A medida de segurança não é uma sanção penal. 1. Espécies de medida de segurança - Internação psiquiátrica (art 96, I, CP): Para crimes mais graves, punidos com reclusão e detenção. É medida detentiva (art. 97, CP) - Tratamento ambulatorial (art. 96, II): Submissão a tratamento clínico psiquiátrico, sem internação. Apenas para crimes punidos com detenção (art. 97, CP). Medida restritiva. 2. Imposição da medida de segurança para inimputável 3. Prazo Tem como prazo mínimo de 1 a 3 anos. O prazo máximo é indeterminado a depender do juiz, fixando de acordo com a gravidade do crime ou periculosidade do indivíduo. Súmula 527 do STJ. 4. Pericia medica 5. Desinternação ou liberação condicional 6. Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável 7. Direitos do internado PRESCRIÇÃO Consiste na limitação da pretensão punitiva ou executória do Estado, o qual, pelo decurso do tempo, perde a possibilidade de aplicar a pena ou de executar a pena imposta em sentença definitiva. A prescrição é instituto de direito material e inclui-se o dia do início (art. 10, CP). Trata-se de matéria de ordem pública, devendo ser decretada de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, ou mediante requerimento das partes. Não faz sentido deixar um cidadão esperando 20 anos pra receber uma pena. a. imprescritibilidade Em casos de racismo (art 5º XLII, CF) e em caso de ação de grupos armados, civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado democrático (art 5º XLIV, CF). b. regras gerais - Os parâmetros do art 109, CP são aplicáveis a todas a espécies de prescrição. - Redução do prazo prescricional: (art 115, CP) se aplica a todos, mas o aumento de ⅓ é só pra prescrição executória. - Concurso de crimes: (art 119, CP) o cálculo da prescrição incide sobre cada caso isoladamente. - O aumento de ⅓ para o condenado reincidente se aplica apenas para a prescrição executória (art 110, caput, CP) Súmula 220 STJ Os crimes praticados antes de 2010 com pena inferior a 1 ano possuem prescrição de 2 anos, os crimes praticados depois de 2010, é de 3 anos. 1. Prescrição da pretensão punitiva Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena A prescrição propriamente dita é da consumação até o trânsito em julgado, a prescrição retroativa vai do recebimento da denúncia até a sentença condenatória, e a prescrição superveniente vai da sentença até o trânsito em julgado. a) Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita Única que se regula pela pena abstrata (art. 109, CP). O cálculo é feito com base na pena máxima cominada. As circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes não interferem. As majorante e minorantes devem incidir, sempre com base o maior aumento ou menor diminuição. Atenção para a redução do prazo do art. 115, CP. No caso do indivíduo na data do fato menor de 21 ou na data do fato maior de 70. - Termo inicial: Art 111: A prescrição antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. Se um criminoso da 7 facadas e a vítima morre dois dias depois, a contagem começa no dia da morte e não dá facada. Em uma tentativa de homicídio, o criminoso dá várias facadas mas a vítima não morre, se conta a prescrição a partir da data da última facada. Quando é um crime permanente, exemplo: sequestro. Bigamia: somente a partir do dia em que o fato se tornou conhecido. A data do fato é a data da consumação do delito. - Causas interruptivas: art. 117, CP. art 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; marco entre a data do fato e a data da denúncia (inicio do processo). II - pela pronúncia: Súmula 191, STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha desclassificar o crime Se for crime contra a vida, quem julga é o tribunal do Júri.O rito do Júri tem duas fases (1º juiz togado e 2º os jurados, a decisão que submete ao júri é a decisão de pronúncia). O recurso para discutir a pronúncia vai ser um marco. decisão exclusiva do Tribunal do Júri III - pela decisão confirmatória da pronúncia decisão exclusiva do tribunal do júri IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis - Linha do tempo em casos que nao sao do tribunal do Júri: Consumação do crime > (inquérito policial, investigação, 8 anos) > Recebimento da denúncia > (processo, 8 anos) > Sentença condenatória > (recursos TJ/TRF) > (o acórdão de confirmação não conta como marco) > Trânsito em Julgado. - Linha do tempo e estrutura básica de prescrição: consumação > recebimento da denúncia > sentença absolutória > Trânsito em julgado. Toda vez que ocorre um marco interruptivo, eu volto a contar do zero. A sentença absolutória não interrompe o prazo prescricional. Causas impeditivas: (art 116, CP) Geralmente ocorre em processo civil, mas também pode ocorrer no processo penal. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena b) Prescrição da pretensão punitiva retroativa (art. 110, par. 1º, CP) - Súmula 146, STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não há recurso da acusação. - Calculada com base na pena concreta - Depende do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação - Compreende o período entre o recebimento da denúncia e a sentença condenatória. c) Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente (art 110, par. 1º, CP) - Ocorre após a sentença condenatória recorrível - Calculado com base na pena em concreto - Depende do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação - Termo inicial: publicação da sentença condenatória recorrível, embora condicionada ao trânsito em julgado para a acusação. - Se dá entre a sentença e o trânsito em julgado. d) Prescrição da pena virtual ou in perspectiva - Súmula 438, STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. - É uma hipótese de projeção futura, ou seja, se vislumbra uma prescrição com base em uma suposta pena que o indivíduo venha a receber, então acontece uma falta de interesse de agir - A súmula não é vinculante, importa muito para aqueles que crimes cometidos antes da mudança de 2010. - Se reconhece que é possível haver uma grande diferença entre a sentença e abstrata, permitindo o reconhecimento da prescrição ainda que o Trânsito em julgado não tenha acontecido. 2. Prescrição da pretensão executória (art. 110, caput, CP) É a perda do direito de punir pelo Estado pela ocorrência do trânsito em julgado. - Cálculo com base na pena concreta - Pressupõe o trânsito em julgado Art. 113: Quando há a interrupção, a prescrição será calculada com base no tempo restante de pena a ser cumprida e não com base no tempo total. O termo inicial (art 112, CP) se dá no dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação. - Repercussão geral no STF: Dia da revogação da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional. Dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. Fuga do condenado, no regime fechado ou semiaberto, abandono do regime aberto ou descumprimento das penas restritivas de direito. As causas interruptivas estão dispostas no artigo 117, CP. As causa impeditivas da prescrição da pretensão executória estão dispostas no art 116, CP 3. Prescrição da pena restritiva de direito: Art. 109, CP Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. (Revogado) VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). Prescrição das penas restritivas de direito Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. 4. Prescrição da pena de multa: Art 114, CP Em um plano abstrato, quando trouxer multa, se aplica o mesmo prazo da pena privativa de liberdade. Maria Paula Lino - Resumo Teoria Geral da Pena
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