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História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 1 História do Paraná Salve, salve! Aqui é Professor Júlio Raizer, e quero dar as boas vindas para você, em nome do Focus Concursos. Na aula de hoje, vamos falar sobre a História do Paraná. Os aspectos relevantes e importantes para sua prova. Quero que acompanhe com bastante atenção cada informação dada, e use este material para suas anotações. Considerando os tópicos do edital, e informações complementares para o seu aprendizado, nesta aula veremos: Paraná: movimentos de ocupação do território; Paraná: a dinâmica do tropeirismo; A emancipação política do Paraná; O ciclo da erva-mate. A Guerra do Contestado ASPECTOS GERAIS DO PARANÁ É impossível estudarmos a História do Paraná sem entendermos aspectos gerais do seu território, uma vez que a sua povoação e até mesmo a construção da sua identidade histórica estão intimamente ligadas aos aspectos do seu território. Aspectos Gerais para entender a História do Paraná A palavra “paranã” tem sua origem no guarani, que significa “pa'ra” mar e “nã”, semelhante, ou seja, a descrição do mar na visão dos índios como um rio grande. Também utilizavam o termo para descrever o lugar de onde se avista o mar. A palavra sofreu influência portuguesa e passou a ser utilizada a grafia Paraná. O nome do nosso atual estado é conseqüência do nome do rio que a partir de 1750 (Tratado de Madrid) passou a representar oficialmente os limites portugueses a oeste. Em 19 de dezembro de 1853 o Paraná teve sua independência de São Paulo assinada pelo Imperador Dom Pedro II e passou a ser uma das unidades políticas do Brasil. Seu período provincial durou de 1853, ano da sua emancipação, até 1889, ano da proclamação da República. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA O Estado do Paraná está localizado entre 22º30'58" e 26º43'00" de latitude Sul e 48º05'37" e 54º37'08" de longitude Oeste, encontra-se no Planalto Meridional e na Região Sul do Brasil, na transição entre os climas tropical e subtropical. Cerca de 25% do seu território fica na Zona Equatorial (ao norte do Trópico de Capricórnio) e 75% na Zona Temperada do Sul. Sua localização demonstra ser uma área de contatos e transição em termos físicos e naturais, com diversas ocorrências de clima, solo e cobertura vegetal, bem como uma variada geologia e formas de relevo. Limites do Estado Faz divisa ao norte e nordeste com o Estado de São Paulo (940 km), quase todos demarcados pelo curso dos rios Paranapanema, Ribeira do Iguape e Ararapira. A oeste limita-se com a República do Paraguai (208 km), e o Estado do Mato Grosso do Sul (219 km), fronteira essa banhada pelo Rio Paraná. Ao sul, faz divisa com o Estado de Santa Catarina (754 km), desde a foz do Rio SaíGuaçu, no litoral, até as nascentes do Rio Jangada, no Morro do Capão Doce, na região sudoeste do Estado. A sudoeste, com a República da Argentina (239 km), desde as nascentes do Rio Santo Antônio até a foz do Rio lguaçu no Rio Paraná. A leste, após a formação da Serra do Mar, o limite com o Oceano Atlântico (98 km). A costa real, todavia, supera 150 quilômetros, se computados aqueles de reentrâncias e baías. Entre estas, destaca-se a baía de Paranaguá que avança 40 quilômetros dentro do continente, com área de 667 km². É História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 3 a segunda maior do Brasil, e forma três baías secundárias: Antonina, Laranjeiras e Pinheiros. RELEVO Contando a História do Paraná Paraná Pré-Colombiano – Paraná Indígena ONDE HABITAVAM OS NOSSOS INDÍGENAS? No Paraná, habitavam inúmeros povos indígenas que falavam línguas e tinham costumes diferentes entre si. Eram eles os Xetá e os Guarani, que pertenciam ao grupo linguístico Tupi, e os Kaingang, ao grupo Jê. O QUE DEVEMOS AO NOSSO INDÍGENA? É imensa a influência que o paranaense recebeu do indígena, quer em sua diária ou em seus usos e costumes: • Influência étnica: os milhares de índios que habitavam o Paraná foram em sua maior parte eliminados definitivamente ou incorporados à sociedade pela miscigenação; • Vocabulário: os termos de origem tupi-guarani ou gêno linguajar diário são muitos, como por exemplo: Paraná, Curitiba, Paranapanema, Paranaguá, Iguaçu, Tibagi, Marumbi, canjica, butiá, vossoroca, guri, etc. Sua contribuição lingüística História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 4 ocorre, sobretudo, nos nomes de acidentes geográficos, como rios, serras, picos, etc. • Alimentação: a farinha de mandioca é de uso muito difundido entre a população. • A importância desta farinha para o índio era como a da farinha de trigo para o homem branco. A eliminação do ácido venenoso que a mandioca brava possui proporcionou uma grande fonte de alimento para os índios. • Seu uso é hoje conhecido em todas as camadas sociais. Também o uso do mingau, • canjica, paçoca, alimentos feitos do milho ou aipim, como cuscuz, as pamonhas e os bijus, tem origem entre os índios, • O uso da eni (rede), hoje generalizado: os índios a usavam para dormir em suas ocas, porque não conheciam a cama; • A erva mate: foram os índios da família tupi-guarani que ensinaram ao homem europeu a utilização desta erva: o chá feito do mate e o tererê. Hoje seu uso é definitivo nas tradições sulinas, sob a forma de chá quente, gelado ou do tradicional chimarrão; • O uso de raízes medicinais; • O costume de se alimentar de carne de moquecada e assada em buracos aquecidos no chão; • O fumo: Os europeus não conheciam o fumo. Vieram conhecê-lo na América. Os índios utilizavam-se desse vegetal, fumando cachimbos de barro. Hoje é usado universalmente sob a forma de cigarro ou charuto; • O costume do banho diário e do cabelo cheio de loção: são elementos aprendidos com os índios; • As cestarias, redes e armadilhas indígenas foram de extrema utilidade para a sobrevivência dos colonizadores brancos nas matas do Paraná, • Produção artesanal: os Guarani desenvolveram uma adiantada técnica em cerâmica, fabricando inúmeros recipientes e vasilhas de barro cozido. Do algodão que cultivavam, produziam fios com os quais faziam trabalhos de tecelagem, como rede e tecidos. • Caminho do Peabiru: uma “estrada” milenar, transcontinental que ligava o oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando a América do Sul, unindo quatro países. No Brasil, passava por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 5 Mato Grosso do Sul e depois seguia para Paraguai, Bolívia e Peru, cortando mata, rios, cataratas, pântanos e cordilheiras. Séculos XV e XVI Quando falamos em História do Paraná, devemos considerar que nossos primeiros moradores, sequer registraram aspectos da sua história da maneira que estamos acostumados. Os nativos, ameríndios ou índios como são chamados estavam aqui muito antes dos portugueses ou espanhóis, mas por pertencerem a um tipo de sociedade mais simples, ainda não haviam aprendido ou desenvolvido uma técnica de registro histórico, estando como chamamos, ainda no período pré-histórico, por não conhecerem a escrita. Os primeiros e mais autênticos paranaenses então são os índios, dos quais ainda restam algumas reservas em algumas regiões do Estado. A povoação europeia no atual estado do Paraná começou no século XVI por espanhóis, no interior do território, área que pertencia oficialmente a Espanha de acordo com o Tratado de Tordesilhas (1494). Pelo mesmo Tratado, somente o Litoral e o 1° Planalto pertenciam aos domínios portugueses. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 6 Movimentos de Ocupação do Território Século XVI A presença espanhola no Paraná Como já foi dito, pelo Tratado de Tordesilhas (1494), somenteo Litoral e o 1° Planalto do atual estado do Paraná pertenciam aos domínios portugueses estando submetidos as Capitanias de Martim Afonso de Sousa e Pero Lopes de Sousa. A porção portuguesa do atual estado estava submetida a Capitania de São Vicente, transformada depois em Capitania de São Paulo, e após a Independência do Brasil, Província de São Paulo. A maior parte do território então era por direito, um domínio espanhol. Embora os espanhóis se mostrassem muito mais interessados nas jazidas de ouro e prata do México e Peru, ocorreram também inúmeros exemplos de presença espanhola no território paranaense, uma vez que o interesse na exploração de riquezas alimentava a imaginação do colonizador. Ainda no século XVI os espanhóis fundaram no interior do atual estado do Paraná vilas, Missões e Reduções Jesuíticas. Em 1541, o “adelantado” Dom Álvãrez Nuñez Cabeza de Vaca, governador da província do Paraguay, partiu do litoral catarinense e cortou o território do Paraná até alcançar Assunção. Seu objetivo era tomar posse da porção sul da América Espanhola. Um dos principais objetivos dos espanhóis em terras paranaenses era tomar posse do caminho de Peabiru (Caminho de Grama Amassada), uma importante via que ligava o oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, partindo de São Vicente, passando por todo o interior do estado do Paraná, Paraguai, Cordilheira dos Andes, etc. Utilizando-se do Peabiru, os Espanhóis atingem a região de Guaíra e fundam a Ciudad Real de Guayrá, que tinha como função diminuir o ímpeto colonizador dos portugueses na região. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 7 Além de Guayrá, os espanhóis fundam também, às margens do Rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo, após a União Ibérica em 1580, Vila Rica é transferida para a margem do Rio Ivaí, atualmente município de Fênix. Com o surgimento da União Ibérica, Portugal e Espanha passam a ter um só monarca, e o tratado de Tordesilhas perde sua função, possibilitando assim novas incursões de Bandeirantes em busca de riquezas e índios no território do atual Paraná. ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 01. “(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é resultado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades indígenas’." (Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.). A afirmação acima refere-se aos aldeamentos missionários e às transformações que eles trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das missões jesuíticas eram a) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão-de-obra para a monocultura, o que implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de trabalho e organização social. b) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação da sua organização social. c) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade por conta dos confrontos com os espanhóis. d) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus. e) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho e organização habitacional. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 8 Destruição das Missões A 18 de setembro de 1628 deixou São, Paulo a maior de todas as bandeiras que já haviam atacado o Guairá: 2 000 índios e novecentos mamelucos, dirigidos por 69 paulistas. No comando estava o mestre-de-campo Manuel Preto; seu imediato era Antônio Raposo Taváres. Atingindo a região pelo sudeste, os sertanistas atacaram sucessivamente as reduções de San Miguel, Santo Antônio, Jesus María, Encamación, San Xavier e San José. Diante do massacre, os padres reuniram em Santo Inácio e Loreto os índios sobreviventes e refugiaram-se nas missões estabelecidas entre os rios Paraná e Uruguai; os paulistas aproveitaram-se da retirada para destruir as povoações de Vila Rica e Ciudad Real, situadas respectivamente na margem esquerda do rio Ivaí e junto à foz do rio Piquiri; permitindo entretanto que seus habitantes fossem para o Paraguai, onde fundaram nova povoação às margens do rio Jejuí. Em 1632, não existia mais a província jesuítica do Guairá. Foi uma destruição sem intenção de povoar, o que gerou um vazio demográfico no interior, e posteriores disputas de territórios entre Espanha e Portugal. ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 02. Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados por colonizadores e populações presentes no território. Um deles, denominado “Guerra Justa”: a) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o objetivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a finalidade de escravizá-los. b) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de Pernambuco por esses últimos. c) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos grupos indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou outro, dependendo dos seus interesses. d) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses, com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 9 e) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados pelos holandeses após serem atacados por eles. Século XVII O PARANÁ PORTUGUÊS PARANÁ DO GARIMPO (Séc. XVII – Povoação do Litoral e 1° Planalto) Quando espanhóis e portugueses invadiram o continente americano, logo foram informados da existência de regiões com muito ouro e prata. Os portugueses procuravam riquezas nas costas do Brasil e descobriram que na região, onde hoje é Paranaguá, Morretes e Antonina, na serra do Mar, e nos campos de Curitiba, havia ouro. A primeira riqueza que os portugueses encontraram no Paraná foi ouro e os povos indígenas que eles aprisionavam afim de trabalhar para eles ou para vendê-los como escravos. Foram os garimpeiros portugueses que fundaram Paranaguá, o núcleo de povoação mais antig do Paraná. Aos poucos, os garimpeiros de ouro do litoral foram sendo informados de que, nos rios Atuba, Belém, Barigui, Passaúna, Iraí, etc, todos na região que hoje é a grande Curitiba, havia bastante ouro. Então solicitaram autorização das autoridades portuguesas para subir a serra e garimpar ouro nessa região que constitui o primeiro planalto paranaense. A vila de Paranaguá criada por uma carta régia de 1648 formou com o seu sertão - os chamados campos de Curitiba, a quase mil metros de altitude - uma só comunidade. e, assim começou a surgir um novo povoado que receberia, mais tarde, o nome de Nossa Senhora da Luz dos Campos dos Pinhais, e que depois se chamou Curitiba. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 10 Pouco a pouco, Curitiba, elevada a vila em 1693 transformou-se no principal núcleo da comunidade paranaense Podemos afirmar que a garimpagem de ouro foi o primeiro período de riqueza do Paraná. Importante: A PRESENÇA portuguesa devido a mineração, já havia ocorrido no século XVI no litoral paranaense (Guaraqueçaba – 1545) a COLONIZAÇÃO portuguesa é que ocorre no século XVII. ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR:03. A chegada dos europeus e a miscigenação com indígenas e africanos propiciaram o surgimento de uma vida social característica no litoral paranaense: “Os caboclos da região, esquecidos pelos governos, adaptaram-se às precárias condições de sua existência e desenvolveram grande sensibilidade e solidariedade para com os problemas de seus semelhantes. Em seu ambiente natural, eram sociáveis e alegres. Cultivavam a roça, pescavam, tinham pequenas indústrias caseiras e criavam alguns animais.” (BIGARELLA, João José. Matinho: homem e terra, reminiscências... Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2009, p. 68.) Com base no texto e nos conhecimentos de história, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) As dificuldades relacionadas ao ambiente desfavorável para o trabalho foram atenuadas, no início da ocupação da região, pela criação de formas de atuação coletivas e solidárias, como o mutirão ou puxirão. ( ) No que se refere ao tipo de habitação utilizado pelos caboclos, predominava até o final do século XIX a edificação em alvenaria, com laje em concreto para resistir às chuvas abundantes do litoral paranaense. ( ) Um equipamento básico para o regime alimentar local eram as farinheiras, o que revela a importância do cultivo da lavoura da mandioca e da tecnologia de fabricação da farinha, heranças da cultura indígena. ( ) A escassez do pescado, característica dos séculos XVIII e XIX, obrigava os antigos pescadores a trabalhar em alto-mar, o que tornou artefatos de pesca como o espinhel, tarrafa e rede de arrasto inúteis no litoral paranaense. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – F. b) V – V – F – F. c) F – V – F – V. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 11 d) F – F – V – V. e) V – V – V – F. Século XVIII Tratado de Madrid, assinado na capital espanhola a 13 de janeiro de 1750, entre os reis de Portugal e da Espanha. Este tratado tornou-se responsável por determinar os limites entre as duas colônias sul-americanas, acabando definitivamente com as contendas. O Tratado de Madrid estabeleceu que o limite da fronteira entre os domínios espanhóis e portugueses se daria a partir do ponto mediano entre a embocadura do Rio Madeira e a foz do Rio Mamoré, sempre seguindo em linha reta até visualizar a margem do Rio Javari. Surgia uma linha imaginária que futuramente geraria muitas discórdias. Por este tratado Portugal foi obrigado a ceder a Colônia do Sacramento ao estuário da Prata, mas em compensação recebeu os atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o atual Mato Grosso do Sul, a gigantesca área que ficava no alto Paraguai e mais algumas extensões de terras abandonadas, também adquiridas através de negociações. Ciclo Econômico e Povoamento: PARANÁ TROPEIRO (Séc. XVIII-XIX – Povoação dos Campos Gerais) O tropeirismo foi uma atividade econômica desenvolvida no sul do Brasil. Com a descoberta de grandes jazidas de ouro nas regiões de Minas Gerais, no Século XVIII, o gado muar, encontrado nos campos sulinos, passou a suprir a necessidade de meio de transporte. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 12 O tropeiro era a pessoa que comercializava o gado, conduzindo-o através do caminho das tropas do Rio Grande do Sul à feira anual em Sorocaba /SP. Esse era conduzido ás regiões auríferas. Com o percurso longo e cansativo, os tropeiros faziam várias paradas e muitas transformaram-se em locais de “pouso tropeiro” e abrindo-se um armazém, uma ferraria, uma selaria, comércio de roupas, etc e assim se formaram pequenos povoados e vilas, que hoje se constituem em cidades, como Ponta Grossa, Lapa, Palmeira, Castro, Rio Negro, Campo do Tenente, Porto Amazonas, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengés. Essas cidades, somadas com as do litoral, constituem o grupo populacional mais antigo do Paraná, denominado por alguns historiadores de “Paraná Tradicional”. Esse período do tropeirismo na região sul brasileira, pode ser considerado em três etapas: • Começa em 1632, quando padre Cristóbal de Mendoza Orelhano e os índios guarani, levaram a primeira tropa para a região dos Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul; • Quase cem anos depois, teve início o ciclo do tropeirismo dos campos de Curitiba; • Com a grande tropa de Cristóvão Pereira de Abreu, em 1732, esse ciclo do tropeirismo se consolidou em toda a região sul e também na região sudeste, e durou mais de 200 anos. O caminho de Graciosa é mais importante caminho de tropas, no Paraná. Passando pelos municípios de Curitiba, Piraquara, Quatro Barras e Morretes, fez por muitos e muitos anos a ligação entre portos de Paranaguá, Antonina e o resto do Estado. O caminho de Palmas a Palmira fez a integração, no Paraná, entre o caminho das missões e o caminho de via mão. Por mais de cem anos, passaram por esse caminho tropas de mulas vindas do sul e muitas tropas de bois criados nos campos de Palmas. Essa atividade se História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 13 tornou o mais importante fator para o desenvolvimento econômico e social da região sul. Destaca-se, também, o tropeirismo na suinocultura. A prática da suinocultura ocorria nas antigas colônias de imigrantes ou em áreas desmatadas, especialmente, para fazer safras. Século XIX EMANCIPAÇÃO POLÍTICA No período regencial, duas rebeliões que ocorreram no sul do Brasil tiveram influências na história do Paraná. Uma delas foi a Revolução Farroupilha, que se estendeu de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul. Esse movimento inicialmente defendia a autonomia das províncias que constituíam a Monarquia. Depois adquiriu um caráter separatista, ou seja, propunha a separação do território gaúcho do resto do Brasil. O segundo movimento rebelde estourou em São Paulo em 1842. Era a Revolução Liberal, que pretendia a volta do Partido Liberal ao poder central. O governo temia que os paranaenses, apoiando os revolucionários gaúchos, que já atingiam Santa Catarina, ocasionassem a união dos dois movimentos e, consequentemente, a soma das duas forças. Foi prometido a emancipação da comarca de Curitiba e Paranaguá, em troca de sua neutralidade. A proposta foi aceita. Finalmente a história oficial do Paraná começa em 29 de agosto de 1853 com a lei assinada pelo Imperador Dom Pedro II, que desmembrou a região da Província de São Paulo. Logo após de conquistada sua autonomia, teve início um programa oficial de imigração européia para a região, principalmente de poloneses, alemães e italianos que vieram em busca de riquezas. O progresso, elevação de nível econômico, cultural e social do povo do Paraná foram os principais motivos para a transformação da região em província. Separada de São Paulo em 19 de Dezembro de 1853, criou-se a Província do Paraná com o estabelecimento de aproximadamente 40 núcleos coloniais, núcleos estes originados por imigrantes italianos, alemães, poloneses, franceses, ingleses e suíços que, dedicaram-se as culturas de erva-mate, café e exploração de madeira impulsionando a economia local na época. O primeiro presidente da província foi Zacarias de Góes e Vasconscelos. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 14 A evolução da Província Entre a instalação da província do Paraná e a proclamação da República (1889), vários presidentes se sucederam no governo do Paraná. Dentre eles podemos destacar: • Francisco Liberato de Matos (1857 ± 59), que incentivou a imigração européia e criou uma linha de navegação entre Antonina e Paranaguá. • André de Pádua Fleury (1864-66), que forneceu água potável à população de Curitiba e fez estudos para uma ligação fluvial entre o Paraná e a província de Mato Grosso. • João José Pedrosa (1880-81), que ordenou a construção do Teatro São Teodoro, depois chamado de Teatro Guaira,e incentivou a cultura de trigo, café e algodão. CICLO DA ERVA MATE E MADEIRA Oeste e Sudoeste As regiões Oeste e Sudoeste do Estado do Paraná, passaram por dois ciclos de povoamento. O primeiro é Século XIX e XX e foi marcado pela erva-mate e pela madeira. As industrias ervateiras e as madeireiras foram presenças constantes na região. Depois, temos nos anos 30 e 40 a importância da agricultura na região, contando com a presença de migrantes gaúchos e imigrantes europeus, que para cá vieram, atraídos pela possibilidade de trabalhar num pedaço de terra de onde poderiam tirar o sustento seu e também da família. PARANÁ ERVATEIRO Os primeiros a fazer uso da erva-mate foram os índios Guarani, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade do Século XVI até 1632, a extração de erva mate era a atividade econômica mais importante da província Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual foram fundado três cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas. História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 15 O consumo da erva-mate se faz de duas maneiras distintas: sob forma de chimarrão ou chá. Para consumo do chimarrão, utiliza-se cuia (purungo), bomba e chaleira com água quente. O chá é a bebida feita da infusão da folha do mate e pode ser consumido quente ou frio. A erva mate manteve-se como principal produto paranaense durante o período entre a emancipação política do Paraná (1853) e a Grande Crise (1929), chegando a representar 85% da economia paranaense. As mudanças que ocorreram nos meios de transporte se intensificaram com o desenvolvimento da economia ervateria, a partir do Século XIX. Em 1885, com a inauguração da ferrovia, ligando Curitiba a Paranaguá, esta tornou-se a principal via para o escoamento da erva-mate que se destinava à exportação. Os trens substituíram os carroções puxados por animais e, posteriormente, os caminhões tornaram-se o principal meio de transporte do produto. Em Curitiba, os bondes de tração animal e as charretes conduziam a erva-mate do engenho à estação ferroviária. O Paraná foi, é, e continua sendo um Estado ervateiro: as regiões oeste, sudeste e centro sul, contam com muitas indústrias ervateiras, modernas, atualizadas, produzindo erva mate de excelente qualidade. PARANÁ MADEIREIRO Toda a região sul do Brasil se caracterizava por grandes áreas de campos ,ou seja, de pastagens, e outras regiões grandes povoadas de mata densa, com árvores de grande e médio porte. A região norte, noroeste, oeste, sudoeste e parte da região sul, eram cobertas por matas densas, que passaram a ser chamadas de Sertões Desconhecidos. Nesses sertões, haviam muitas árvores que produziam várias madeiras, como a imbuía, a peroba e a mais bela e rica floresta do mundo, as matas de Pinheiro do Paraná. Durante o Século XIX vieram para o Brasil muitas famílias de imigrantes europeus, vieram alemães, italianos, poloneses, ucranianos, holandeses, etc. Eles foram entrando nas matas e precisavam derrubar, cortar as árvores para poderem fazer suas casas e plantar suas roças. Aos poucos foram surgindo colônias História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 16 de imigrantes, que transformavam os troncos em tábuas, esteios, caibros, forros e serrarias, para a fabricação de casas e móveis. Durante o Século XX, aconteceram os grandes desmatamentos e o comércio da madeira no Paraná. Muito dinheiro veio para o Paraná, proveniente da venda de madeiras, e nessas regiões de onde saia a madeira, surgiram e cresceram rapidamente muitas cidades que servem até hoje de modelo de crescimento. O período da madeira ajudou o Paraná a se desenvolver economicamente em população, mas deixou como consequência a destruição quase total de um tesouro que a natureza criou em milhares de anos. Esse período da madeira ocorreu quase paralelamente a outra atividade econômica que foi a mais importante de todas para o crescimento e desenvolvimento do Paraná: o período do Café. Século XIX/XX NORTE VELHO, NORTE NOVO E NORTE NOVÍSSIMO: O PARANÁ CAFEEIRO Norte Velho (Nordeste do estado) – Século XIX extensão da lavoura cafeeira do oeste paulista. Área entre os rios Paranapanema e Tibagi. Norte Novo (Norte do estado) – Século XX (anos 30 e 40) – Companhias Colonizadoras e o auge da produção cafeeira. Área entre os Rios Tibagi e Ivaí. Norte Novíssimo (Noroeste do estado) - Século XX (pós década de 50) – Companhias Colonizadoras, café, cana-de-açúcar e pólo da moda. Entre os rios Ivaí e Piquiri História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 17 O período do café foi o que mais riquezas proporcionou ao Paraná, e assim surgiram cidades importantes como Londrina, Maringá, Paranavaí, Mandaguari, Cianorte, Bandeirantes, Apucarana e outras. É preciso lembrar que a maior parte dessa região era coberta por matas densas, com muitas árvores que produzem madeiras de lei como peroba, cedro, imbuía, cambará, e sendo que, para formar as lavouras de café e outros produtos agrícolas era preciso cortar árvores e até arrancar as raízes. Geada de 1975 Foi no amanhecer de 18 de junho de 1975, que uma das geadas mais intensas do século passado reduziu a zero a área cultivada com café no Estado do Paraná. Em escala maior, o próprio Paraná nunca mais foi o mesmo. Aquela manhã fria, aliada a outros fatos ocorridos na mesma época, disparou uma série de transformações econômicas e demográficas que fizeram do Estado o que ele é hoje. A partir de então a produção de soja, trigo, milho e amendoim se tornou uma boa opção. PARANÁ EM DESENVOLVIMENTO O Paraná atual é resultado de tudo o que aconteceu em seu território e com sua gente, desde os primeiros indígenas, passando pelos períodos do ouro, da criação de gado e do tropeirismo, da cultura da erva mate, da madeira, do aproveitamento do pinheiro, da produção de café e soja, assim como da industrialização. http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=34022 História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 18 E ainda hoje é um grande produtor agrícola. A produção do café voltou a ser incentivada, prometendo grande produtividade através da tecnologia do café adensado. A Região Oeste, uma vez concluída sua ocupação, acabou emergindo como região especializada em culturas de exportação, particularmente a soja. Já o Sudoeste de ocupação mais antiga, mantém-se como região produtora de alimentos. A formação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), bloco econômico com países do cone sul, inseriu o Paraná no sistema de globalização econômica. O Paraná ficou numa posição privilegiada: é um porto na rota de passagem das mercadorias que vem da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, para o restante do país. O inverso também é verdadeiro, gerando receitas e atraindo grandes negócios em decorrência de sua localização estratégica. O Paraná reúne todas as condições para ser um Estado eco-turístico-cultural por excelência: tem lugares históricos, belezas naturais, culinária diversificada clima bom e variado, gente culta e hospitaleira, espaços culturais e culturas de todo mundo. Os paranaenses só têm a se orgulhar do seu território, da sua gente e da sua história. Paraná República O Paraná e a república Em 15 de novembro de 1889, os militares proclamaram a república no Brasil. Apoiados pela classe média urbana, por cafeicultores e intelectuais, os militares organizaram um governo provisório, presidido pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira constituição republicana brasileira, que estabelecia a república como forma de governo, o presidencialismo e o federalismo (as províncias foram transformadas em estados, que tinham autonomia política, econômica e administrativa).No passado republicano somente ganharam força em 1888, quando o líder político local, Vicente Machado, aderiu à campanha republicana que agitava o país.A primeira constituição paranaense foi aprovada em 1891, no governo de Generoso Marques dos Santos Conflitos e Acontecimentos História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 19 Colônia Cecília (1891) A Colônia Cecília foi uma comuna experimental baseada em premissas anarquistas. A Colônia foi fundada em 1890, no município de Palmeira, no estado do Paraná, por um grupo de libertários mobilizados pelo italiano Giovanni Rossi. Revolução Federalista (1893 – 1895) e o Cerco da Lapa (1894) Em 1892, quando Floriano Peixoto governava o Brasil, estourou no Rio Grande do Sul a Revolução Federalista. Foi um dos mais sangrentos episódios da história do Brasil, que acabou envolvendo vários estados, inclusive o Paraná.O grupo dos republicanos gaúchos, liberado pelo presidente do estado riograndense, Júlio Castilhos, havia elaborado uma constituição estadual autoritária e centralizadora. O grupo dos federalistas, liderado por Silveira Martins, se opunha a Júlio de Castilhos e defendia a mudança da constituição. O presidente Floriano Peixoto ficou do lado de Júlio de Castilhos, e os federalistas tiveram o apoio da marinha, que estava rebelada. Em setembro de 1893, o almirante Custódio de Melo revoltou-se na baia de Guanabara. Em seguida, com alguns navios de guerra, tomou o litoral de Santa Catarina e atacou o Paraná em três frentes: Paranaguá,Tijucas e Lapa. A "Tomada de Paranaguá" deu-se em janeiro de 1894. A cidade não apresentou resistência, e a ocupação ocorreu sem grandes combates. Também "Tijucas" foi ocupada com facilidade. O Cerco da Lapa No dia 17 de janeiro de 1894, um batalhão de 639 homens formado por forças republicanas (pica-paus), chefiado pelo General Antônio Ernesto Gomes Carneiro, enfrentou bravamente as forças revolucionárias formadas por cerca de 3 mil combatentes (maragatos), membros do Exército Libertador, comandados por Gumercindo Saraiva. Cerca de 500 pessoas morreram no Cerco, entre as quais o General Carneiro. Apesar da resistência a cidade da "Lapa" foi tomada pelos federalistas. Em seguida, eles invadiram Curitiba. O então presidente do Paraná, Vicente Machado, transferiu para Castro a capital da província.Os federalistas ficaram em Curitiba aproximadamente dois meses; enquanto isso, o Marechal Floriano Peixoto organizava as tropas em São Paulo. Gradativamente, os federalistas foram sendo derrotados, até História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 20 que em 1895 depuseram as armas, aceitando a anistia decretada pelo presidente da República Questão de Palmas (1895) Também referida como Questão das Missões ou dos Limites Internacionais, a Questão de Palmas foi um conflito diplomático que ocorreu entre a Argentina e o Brasil nos anos de 1890 e 1895. Na discussão contenciosa, o governo argentino reivindicava território situados no Oeste dos estados do Paraná e de Santa Catarina, pretendendo estabelecer as fronteiras entre os rios Chapecó e Chopim. O arbitramento da questão ficou sob a responsabilidade do Presidente dos Estados Unidos Grover Cleveland que deu ganho de causa ao Brasil e estabeleceu as fronteiras pelos rios Peperiguaçu e Santo Antonio. A cidade de Clevelândia, no estado do Paraná, localizada na área do litígio, teve o nome dado em homenagem ao presidente americano. Agora, quem as cidades de Curralinho e Pau Grande homenagearam eu não quero nem saber! UFPR (1912) A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a mais antiga instituição de ensino com concepção de universidade (instituição pluridisciplinar de formação dos quadros de profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano) do Brasil, fundada em 19 de dezembro de 1912, inicialmente com o nome de Universidade do Paraná. Guerra do Contestado (1912- 1916) História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 21 Em 1890, um grupo de catarinenses solicitou ao governo brasileiro uma definição de limites entre os dois estados. Não obtendo resposta, os catarinenses resolveram entrar com uma ação judicial, reivindicando a pose da região situada ao sul dos rios Negro e Iguaçu. Por duas vezes o governo deu ganho de causa a Santa Catarina, mas o Paraná adiou a execução da sentença. Paralelamente a essa questão de limites, em 1910, o Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana, concluiu a estada de ferro que ligava o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em seguida, cumprindo um dos termos do contrato, a companhia deu inicio a colonização de uma faixa de 15quilômetros de cada lado da via férrea. Não levou em conta , porém, o fato de essa área já pertencer a pequenos proprietários e lavradores, que ficaram descontentes com a interferência da companhia em suas terras. Pouco depois, a Lumber, poderosa madeireira estrangeira ligada a Brazil Railway Company, estabeleceu-se na zona sob contestação. Essa companhia tinha autorização para explorar a madeira da região, desde que a coloniza-se. A atividade dessa empresa, porém, afastava cada vez mais a possibilidade de um acordo entre o Paraná e Santa Catarina, pois ambos queriam apossar-se da região de terras muito férteis, que apresentava grande potencial de desenvolvimento. Liderados inicialmente por um monge peregrino, (João Maria e posteriormente José Maria) morto no início dos combates, mas que teria grande influência no movimento, responsável inclusive pela caracterização messiânica que a Guerra teve os revoltosos chegaram a controlar uma área de 28 mil quilômetros quadrados. Com o propósito de garantir direito de terras, combateram a entrada do capital estrangeiro, que explorava a madeira e vendia a terra a colonos imigrantes. A "Guerra do Contestado” como ficou conhecido o episódio, terminou em massacre e a rendição em massa dos sertanejos que, embora tivessem se empolgado com as primeiras vitórias, não puderam resistir à superioridade bélica das forças História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 22 repressivas. Além do fuzil do canhão e da metralhadora, pela primeira vez na América Latina era usados a aviação com fins militares. Terminada a Guerra, Paraná e Santa Catarina chegam a um acordo sobre a Questão dos Limites e a colonização da região é intensificada. Surgem as primeiras cidades e uma cultura regional começa a ser delineada. .Em outubro de 1916, foi assinado a Convenção de limites entre Santa Catarina e o Paraná. Do total da área disputada, estimada em 47.800 Km², o Paraná ficou com 20.310 Km² e Santa Catarina, com 27.510Km². A economia extrativista da erva-mate e da madeira vai cedendo lugar aos novos empreendimentos de processamento da matéria-prima. ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 04. Desde 1853, a disputa territorial entre o Paraná e Santa Catarina vinha se arrastando e, já no início do século XX – após a Proclamação da República e o princípio de autonomia dos estados da Federação – constituiu motivo de discussões acirradas entre as instâncias de poder desses estados brasileiros, contando, em diversos momentos, com as opiniões de representantes políticos de outras regiões do país. Diversos foram os pareceres emitidos pelo poder federal, ora dando ganho de causa a um, ora a outro. (DALFRÉ, Liz A. Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do Contestado. Coleção Teses do Museu Paranaense. v. 8. Curitiba: SAMP. 2014. p. 38-39.) Sobre o movimento do Contestado, considere as seguintes afirmativas: História | Júlio Raizer História do Paraná www.focusconcursos.com.br | 23 1. O movimento do Contestado se deu no leste paranaense, no qual vários missionários buscavam resgatar terras adquiridas por Santa Catarina no final do século XIX. 2. Entre as figurasmais emblemáticas do movimento está a de José Maria, um monge leigo que teve vários seguidores, dando feição messiânica ao combate. 3. Em 1912, o governo federal deu por finalizado o conflito, após a batalha de Irani, em que morreram vários sertanejos, entre eles, José Maria. 4. O movimento do Contestado compreende o conflito que ocorreu entre sertanejos catarinenses e paranaenses e as forças do governo federal e local. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 05. Os movimentos messiânicos brasileiros, como Canudos e Contestado, ocorreram entre o final do século XIX e início do XX. Sobre esses movimentos, considere as seguintes afirmativas: 1. Foram movimentos de resistência social, liderados pelos anarquistas de origem italiana. 2. Foram movimentos baseados na religiosidade popular, como reação à laicização do estado brasileiro imposta pela proclamação da República. 3. Foram movimentos religiosos liderados pela Igreja Católica, contrária às reformas políticas do estado brasileiro. 4. Foram movimentos relacionados à disputa pelo poder local e à luta pela terra, acirrados pelas reformas impostas pelo regime republicano. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. e) Somente a afirmativa 4 é verdadeira. História | Júlio Raizer Gabarito www.focusconcursos.com.br | 24 Gabarito 01. E 02. A 03. A 04. B 05. D História do Paraná Gabarito
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