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HISTÓRIA_INT_JÚLIO_06_05_PM_PR

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História | Júlio Raizer 
História do Paraná 
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História do Paraná 
 
Salve, salve! Aqui é Professor Júlio Raizer, e quero dar as boas vindas para você, em 
nome do Focus Concursos. Na aula de hoje, vamos falar sobre a História do Paraná. 
Os aspectos relevantes e importantes para sua prova. Quero que acompanhe com 
bastante atenção cada informação dada, e use este material para suas anotações. 
Considerando os tópicos do edital, e informações complementares para o seu 
aprendizado, nesta aula veremos: 
 Paraná: movimentos de ocupação do território; 
 Paraná: a dinâmica do tropeirismo; 
 A emancipação política do Paraná; 
 O ciclo da erva-mate. 
 A Guerra do Contestado 
 
ASPECTOS GERAIS DO PARANÁ 
 
É impossível estudarmos a História do Paraná sem entendermos aspectos 
gerais do seu território, uma vez que a sua povoação e até mesmo a construção da 
sua identidade histórica estão intimamente ligadas aos aspectos do seu território. 
 
Aspectos Gerais para entender a História do Paraná 
A palavra “paranã” tem sua origem no guarani, que significa “pa'ra” mar e “nã”, 
semelhante, ou seja, a descrição do mar na visão dos índios como um rio grande. 
Também utilizavam o termo para descrever o lugar de onde se avista o mar. A palavra 
sofreu influência portuguesa e passou a ser utilizada a grafia Paraná. O nome do nosso 
atual estado é conseqüência do nome do rio que a partir de 1750 (Tratado de Madrid) 
passou a representar oficialmente os limites portugueses a oeste. 
Em 19 de dezembro de 1853 o Paraná teve sua independência de São Paulo 
assinada pelo Imperador Dom Pedro II e passou a ser uma das unidades políticas do 
Brasil. Seu período provincial durou de 1853, ano da sua emancipação, até 1889, ano 
da proclamação da República. 
 
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LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 
O Estado do Paraná está localizado 
entre 22º30'58" e 26º43'00" de latitude 
Sul e 48º05'37" e 54º37'08" de longitude 
Oeste, encontra-se no Planalto 
Meridional e na Região Sul do Brasil, na 
transição entre os climas tropical e 
subtropical. Cerca de 25% do seu território 
fica na Zona Equatorial (ao norte do 
Trópico de Capricórnio) e 75% na Zona 
Temperada do Sul. Sua localização demonstra ser uma área de contatos e transição 
em termos físicos e naturais, com diversas ocorrências de clima, solo e cobertura 
vegetal, bem como uma variada geologia e formas de relevo. 
 
Limites do Estado 
Faz divisa ao norte e nordeste 
com o Estado de São Paulo (940 km), 
quase todos demarcados pelo curso 
dos rios Paranapanema, Ribeira do 
Iguape e Ararapira. A oeste limita-se 
com a República do Paraguai (208 km), 
e o Estado do Mato Grosso do Sul (219 
km), fronteira essa banhada pelo Rio 
Paraná. 
Ao sul, faz divisa com o Estado 
de Santa Catarina (754 km), desde a foz do Rio SaíGuaçu, no litoral, até as nascentes 
do Rio Jangada, no Morro do Capão Doce, na região sudoeste do Estado. A sudoeste, 
com a República da Argentina (239 km), desde as nascentes do Rio Santo Antônio até 
a foz do Rio lguaçu no Rio Paraná. A leste, após a formação da Serra do Mar, o limite 
com o Oceano Atlântico (98 km). A costa real, todavia, supera 150 quilômetros, se 
computados aqueles de reentrâncias e baías. Entre estas, destaca-se a baía de 
Paranaguá que avança 40 quilômetros dentro do continente, com área de 667 km². É 
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a segunda maior do Brasil, e forma três baías secundárias: Antonina, Laranjeiras e 
Pinheiros. 
 
RELEVO 
 
 
Contando a História do Paraná 
 
Paraná Pré-Colombiano – Paraná Indígena 
 
ONDE HABITAVAM OS NOSSOS INDÍGENAS? 
No Paraná, habitavam inúmeros povos indígenas que falavam línguas e tinham 
costumes diferentes entre si. Eram eles os Xetá e os Guarani, que pertenciam ao grupo 
linguístico Tupi, e os Kaingang, ao grupo Jê. 
 
O QUE DEVEMOS AO NOSSO INDÍGENA? 
É imensa a influência que o paranaense recebeu do indígena, quer em sua 
diária ou em seus usos e costumes: 
• Influência étnica: os milhares de índios que habitavam o Paraná foram em sua 
maior parte eliminados definitivamente ou incorporados à sociedade pela 
miscigenação; 
• Vocabulário: os termos de origem tupi-guarani ou gêno linguajar diário são 
muitos, como por exemplo: Paraná, Curitiba, Paranapanema, Paranaguá, Iguaçu, 
Tibagi, Marumbi, canjica, butiá, vossoroca, guri, etc. Sua contribuição lingüística 
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ocorre, sobretudo, nos nomes de acidentes geográficos, como rios, serras, 
picos, etc. 
• Alimentação: a farinha de mandioca é de uso muito difundido entre a 
população. 
• A importância desta farinha para o índio era como a da farinha de trigo para o 
homem branco. A eliminação do ácido venenoso que a mandioca brava possui 
proporcionou uma grande fonte de alimento para os índios. 
• Seu uso é hoje conhecido em todas as camadas sociais. Também o uso do 
mingau, 
• canjica, paçoca, alimentos feitos do milho ou aipim, como cuscuz, as pamonhas 
e os bijus, tem origem entre os índios, 
• O uso da eni (rede), hoje generalizado: os índios a usavam para dormir em suas 
ocas, porque não conheciam a cama; 
• A erva mate: foram os índios da família tupi-guarani que ensinaram ao homem 
europeu a utilização desta erva: o chá feito do mate e o tererê. Hoje seu uso é 
definitivo nas tradições sulinas, sob a forma de chá quente, gelado ou do 
tradicional chimarrão; 
• O uso de raízes medicinais; 
• O costume de se alimentar de carne de moquecada e assada em buracos 
aquecidos no chão; 
• O fumo: Os europeus não conheciam o fumo. Vieram conhecê-lo na América. 
Os índios utilizavam-se desse vegetal, fumando cachimbos de barro. Hoje é 
usado universalmente sob a forma de cigarro ou charuto; 
• O costume do banho diário e do cabelo cheio de loção: são elementos 
aprendidos com os índios; 
• As cestarias, redes e armadilhas indígenas foram de extrema utilidade para a 
sobrevivência dos colonizadores brancos nas matas do Paraná, 
• Produção artesanal: os Guarani desenvolveram uma adiantada técnica em 
cerâmica, fabricando inúmeros recipientes e vasilhas de barro cozido. Do 
algodão que cultivavam, produziam fios com os quais faziam trabalhos de 
tecelagem, como rede e tecidos. 
• Caminho do Peabiru: uma “estrada” milenar, transcontinental que ligava o 
oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando a América do Sul, unindo 
quatro países. No Brasil, passava por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, 
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Mato Grosso do Sul e depois seguia para Paraguai, Bolívia e Peru, cortando 
mata, rios, cataratas, pântanos e cordilheiras. 
 
Séculos XV e XVI 
 
Quando falamos em História do Paraná, devemos considerar que nossos 
primeiros moradores, sequer registraram aspectos da sua história da maneira que 
estamos acostumados. Os 
nativos, ameríndios ou índios 
como são chamados estavam 
aqui muito antes dos 
portugueses ou espanhóis, mas 
por pertencerem a um tipo de 
sociedade mais simples, ainda 
não haviam aprendido ou 
desenvolvido uma técnica de 
registro histórico, estando como 
chamamos, ainda no período 
pré-histórico, por não conhecerem a escrita. 
Os primeiros e mais autênticos paranaenses então são os índios, dos quais 
ainda restam algumas reservas em algumas regiões do Estado. 
A povoação europeia no 
atual estado do Paraná 
começou no século XVI por 
espanhóis, no interior do 
território, área que pertencia 
oficialmente a Espanha de 
acordo com o Tratado de 
Tordesilhas (1494). Pelo 
mesmo Tratado, somente o 
Litoral e o 1° Planalto 
pertenciam aos domínios 
portugueses. 
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Movimentos de Ocupação do Território 
 
Século XVI 
A presença espanhola no Paraná 
 
Como já foi dito, pelo Tratado de Tordesilhas (1494), somenteo Litoral e o 1° 
Planalto do atual estado do Paraná pertenciam aos domínios portugueses estando 
submetidos as Capitanias de Martim Afonso de Sousa e Pero Lopes de Sousa. A porção 
portuguesa do atual estado estava submetida a Capitania de São Vicente, 
transformada depois em Capitania de São Paulo, e após a Independência do Brasil, 
Província de São Paulo. 
A maior parte do território então era por direito, um domínio espanhol. 
Embora os espanhóis se mostrassem muito mais interessados nas jazidas de 
ouro e prata do México e Peru, ocorreram também inúmeros exemplos de presença 
espanhola no território paranaense, uma vez que o interesse na exploração de 
riquezas alimentava a imaginação do 
colonizador. 
Ainda no século XVI os 
espanhóis fundaram no interior do 
atual estado do Paraná vilas, Missões 
e Reduções Jesuíticas. 
Em 1541, o “adelantado” 
Dom Álvãrez Nuñez Cabeza de Vaca, 
governador da província do 
Paraguay, partiu do litoral catarinense e cortou o território do Paraná até alcançar 
Assunção. Seu objetivo era tomar posse da porção sul da América Espanhola. 
Um dos principais objetivos dos espanhóis em terras paranaenses era tomar 
posse do caminho de Peabiru (Caminho de Grama Amassada), uma importante via 
que ligava o oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, partindo de São Vicente, passando 
por todo o interior do estado do Paraná, Paraguai, Cordilheira dos Andes, etc. 
Utilizando-se do Peabiru, os Espanhóis atingem a região de Guaíra e fundam 
a Ciudad Real de Guayrá, que tinha como função diminuir o ímpeto colonizador dos 
portugueses na região. 
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Além de Guayrá, os espanhóis fundam também, às margens do Rio Paraná, 
Vila Rica do Espírito Santo, após a União Ibérica em 1580, Vila Rica é transferida para 
a margem do Rio Ivaí, atualmente município de Fênix. 
Com o surgimento da União Ibérica, Portugal e Espanha passam a ter um só 
monarca, e o tratado de Tordesilhas perde sua função, possibilitando assim novas 
incursões de Bandeirantes em busca de riquezas e índios no território do atual Paraná. 
 
ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 
 
01. “(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento 
é resultado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar 
comunidades indígenas’." (Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. 
Nanci Vieira de Oliveira por Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 
2002, p.5.). 
A afirmação acima refere-se aos aldeamentos missionários e às transformações que 
eles trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os 
objetivos das missões jesuíticas eram 
a) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão-de-obra para a monocultura, 
o que implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação 
de sistema de trabalho e organização social. 
b) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração 
do pau-brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus 
e a modificação da sua organização social. 
c) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de 
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande 
mortalidade por conta dos confrontos com os espanhóis. 
d) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou 
para os índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a 
Companhia de Jesus. 
e) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema 
colonial, o que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, 
sistema de trabalho e organização habitacional. 
 
 
 
 
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Destruição das Missões 
A 18 de setembro de 1628 deixou São, Paulo a maior de todas as bandeiras 
que já haviam atacado o Guairá: 2 000 índios e novecentos mamelucos, dirigidos por 
69 paulistas. No comando estava o mestre-de-campo Manuel Preto; seu imediato era 
Antônio Raposo Taváres. 
Atingindo a região pelo sudeste, os sertanistas atacaram sucessivamente as 
reduções de San Miguel, Santo Antônio, Jesus María, Encamación, San Xavier e San 
José. 
Diante do massacre, os padres reuniram em Santo Inácio e Loreto os índios 
sobreviventes e refugiaram-se nas missões estabelecidas entre os rios Paraná e 
Uruguai; os paulistas aproveitaram-se da retirada para destruir as povoações de Vila 
Rica e Ciudad Real, situadas respectivamente na margem esquerda do rio Ivaí e junto 
à foz do rio Piquiri; permitindo entretanto que seus habitantes fossem para o Paraguai, 
onde fundaram nova povoação às margens do rio Jejuí. Em 1632, não existia mais a 
província jesuítica do Guairá. 
Foi uma destruição sem intenção de povoar, o que gerou um vazio 
demográfico no interior, e posteriores disputas de territórios entre Espanha e Portugal. 
 
 
ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 
 
02. Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados 
por colonizadores e populações presentes no território. Um deles, denominado 
“Guerra Justa”: 
a) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o 
objetivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com 
a finalidade de escravizá-los. 
b) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de 
Pernambuco por esses últimos. 
c) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos 
grupos indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou 
outro, dependendo dos seus interesses. 
d) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses, 
com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente. 
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e) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados 
pelos holandeses após serem atacados por eles. 
 
Século XVII 
O PARANÁ PORTUGUÊS 
 
PARANÁ DO GARIMPO (Séc. XVII – Povoação do Litoral e 1° Planalto) 
Quando espanhóis e portugueses invadiram o continente americano, logo 
foram informados da existência de regiões com muito ouro e prata. Os portugueses 
procuravam riquezas nas costas do Brasil e descobriram que na região, onde hoje é 
Paranaguá, Morretes e Antonina, na serra do Mar, e nos campos de Curitiba, havia 
ouro. 
A primeira riqueza que os portugueses encontraram no Paraná foi ouro e os 
povos indígenas que eles aprisionavam afim de trabalhar para eles ou para vendê-los 
como escravos. 
Foram os garimpeiros 
portugueses que fundaram 
Paranaguá, o núcleo de 
povoação mais antig do Paraná. 
Aos poucos, os garimpeiros de 
ouro do litoral foram sendo 
informados de que, nos rios 
Atuba, Belém, Barigui, Passaúna, 
Iraí, etc, todos na região que 
hoje é a grande Curitiba, havia 
bastante ouro. Então solicitaram autorização das autoridades portuguesas para subir 
a serra e garimpar ouro nessa região que constitui o primeiro planalto paranaense. 
A vila de Paranaguá criada por uma carta régia de 1648 formou com o seu 
sertão - os chamados campos de Curitiba, a quase mil metros de altitude - uma só 
comunidade. e, assim começou a surgir um novo povoado que receberia, mais tarde, 
o nome de Nossa Senhora da Luz dos Campos dos Pinhais, e que depois se chamou 
Curitiba. 
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Pouco a pouco, Curitiba, elevada a vila em 1693 transformou-se no principal 
núcleo da comunidade paranaense Podemos afirmar que a garimpagem de ouro foi 
o primeiro período de riqueza do Paraná. 
Importante: A PRESENÇA portuguesa devido a mineração, já havia 
ocorrido no século XVI no litoral paranaense (Guaraqueçaba – 1545) a 
COLONIZAÇÃO portuguesa é que ocorre no século XVII. 
 
ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR:03. A chegada dos europeus e a miscigenação com indígenas e africanos propiciaram 
o surgimento de uma vida social característica no litoral paranaense: 
“Os caboclos da região, esquecidos pelos governos, adaptaram-se às precárias 
condições de sua existência e desenvolveram grande sensibilidade e solidariedade 
para com os problemas de seus semelhantes. Em seu ambiente natural, eram sociáveis 
e alegres. Cultivavam a roça, pescavam, tinham pequenas indústrias caseiras e criavam 
alguns animais.” (BIGARELLA, João José. Matinho: homem e terra, reminiscências... 
Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2009, p. 68.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos de história, identifique as afirmativas a seguir 
como verdadeiras (V) ou falsas (F). 
 
( ) As dificuldades relacionadas ao ambiente desfavorável para o trabalho foram 
atenuadas, no início da ocupação da região, pela criação de formas de atuação 
coletivas e solidárias, como o mutirão ou puxirão. 
( ) No que se refere ao tipo de habitação utilizado pelos caboclos, predominava até o 
final do século XIX a edificação em alvenaria, com laje em concreto para resistir às 
chuvas abundantes do litoral paranaense. 
( ) Um equipamento básico para o regime alimentar local eram as farinheiras, o que 
revela a importância do cultivo da lavoura da mandioca e da tecnologia de fabricação 
da farinha, heranças da cultura indígena. 
( ) A escassez do pescado, característica dos séculos XVIII e XIX, obrigava os antigos 
pescadores a trabalhar em alto-mar, o que tornou artefatos de pesca como o espinhel, 
tarrafa e rede de arrasto inúteis no litoral paranaense. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. 
a) V – F – V – F. 
b) V – V – F – F. 
c) F – V – F – V. 
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d) F – F – V – V. 
e) V – V – V – F. 
 
 
 
Século XVIII 
 
Tratado de Madrid, assinado na 
capital espanhola a 13 de janeiro de 
1750, entre os reis de Portugal e da 
Espanha. 
Este tratado tornou-se 
responsável por determinar os limites 
entre as duas colônias sul-americanas, 
acabando definitivamente com as 
contendas. 
O Tratado de Madrid estabeleceu 
que o limite da fronteira entre os domínios espanhóis e portugueses se daria a partir 
do ponto mediano entre a embocadura do Rio Madeira e a foz do Rio Mamoré, 
sempre seguindo em linha reta até visualizar a margem do Rio Javari. Surgia uma linha 
imaginária que futuramente geraria muitas discórdias. 
Por este tratado Portugal foi obrigado a ceder a Colônia do Sacramento ao 
estuário da Prata, mas em compensação recebeu os atuais estados de Santa Catarina 
e Rio Grande do Sul, o atual Mato Grosso do Sul, a gigantesca área que ficava no alto 
Paraguai e mais algumas extensões de terras abandonadas, também adquiridas 
através de negociações. 
 
Ciclo Econômico e Povoamento: 
PARANÁ TROPEIRO (Séc. XVIII-XIX – Povoação dos Campos Gerais) 
O tropeirismo foi uma atividade econômica desenvolvida no sul do Brasil. Com 
a descoberta de grandes jazidas de ouro nas regiões de Minas Gerais, no Século XVIII, 
o gado muar, encontrado nos campos sulinos, passou a suprir a necessidade de meio 
de transporte. 
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O tropeiro era a pessoa que comercializava o gado, conduzindo-o através do 
caminho das tropas do Rio Grande do Sul à feira anual em Sorocaba /SP. Esse era 
conduzido ás regiões auríferas. 
Com o percurso longo e cansativo, os tropeiros faziam várias paradas e muitas 
transformaram-se em locais de “pouso tropeiro” e abrindo-se um armazém, uma 
ferraria, uma selaria, comércio de roupas, etc e assim se formaram pequenos 
povoados e vilas, que hoje se constituem em cidades, como Ponta Grossa, Lapa, 
Palmeira, Castro, Rio Negro, Campo do Tenente, Porto Amazonas, Piraí do Sul, 
Jaguariaíva e Sengés. Essas cidades, somadas com as do litoral, constituem o grupo 
populacional mais antigo do Paraná, denominado por alguns historiadores de 
“Paraná Tradicional”. 
Esse período do 
tropeirismo na região sul 
brasileira, pode ser considerado 
em três etapas: 
• Começa em 1632, quando 
padre Cristóbal de Mendoza 
Orelhano e os índios guarani, 
levaram a primeira tropa para a 
região dos Sete Povos das 
Missões, no Rio Grande do Sul; 
• Quase cem anos depois, teve 
início o ciclo do tropeirismo dos 
campos de Curitiba; 
• Com a grande tropa de Cristóvão Pereira de Abreu, em 1732, esse ciclo do 
tropeirismo se consolidou em toda a região sul e também na região sudeste, e 
durou mais de 200 anos. O caminho de Graciosa é mais importante caminho de 
tropas, no Paraná. Passando pelos municípios de Curitiba, Piraquara, Quatro 
Barras e Morretes, fez por muitos e muitos anos a ligação entre portos de 
Paranaguá, Antonina e o resto do Estado. O caminho de Palmas a Palmira fez a 
integração, no Paraná, entre o caminho das missões e o caminho de via mão. 
Por mais de cem anos, passaram por esse caminho tropas de mulas vindas do 
sul e muitas tropas de bois criados nos campos de Palmas. Essa atividade se 
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tornou o mais importante fator para o desenvolvimento econômico e social da 
região sul. 
Destaca-se, também, o tropeirismo na suinocultura. A prática da suinocultura 
ocorria nas antigas colônias de imigrantes ou em áreas desmatadas, especialmente, 
para fazer safras. 
 
Século XIX 
 
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA 
No período regencial, duas rebeliões que ocorreram no sul do Brasil tiveram 
influências na história do Paraná. Uma delas foi a Revolução Farroupilha, que se 
estendeu de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul. Esse movimento inicialmente 
defendia a autonomia das províncias que constituíam a Monarquia. Depois adquiriu 
um caráter separatista, ou seja, propunha a separação do território gaúcho do resto do 
Brasil. O segundo movimento rebelde estourou em São Paulo em 1842. Era a 
Revolução Liberal, que pretendia a volta do Partido Liberal ao poder central. 
O governo temia que os paranaenses, apoiando os revolucionários gaúchos, 
que já atingiam Santa Catarina, ocasionassem a união dos dois movimentos e, 
consequentemente, a soma das duas forças. Foi prometido a emancipação da 
comarca de Curitiba e Paranaguá, em troca de sua neutralidade. A proposta foi aceita. 
Finalmente a história oficial do Paraná começa em 29 de agosto de 1853 com 
a lei assinada pelo Imperador Dom Pedro II, que desmembrou a região da Província 
de São Paulo. Logo após de conquistada sua autonomia, teve início um programa 
oficial de imigração européia para a região, principalmente de poloneses, alemães e 
italianos que vieram em busca de riquezas. O progresso, elevação de nível econômico, 
cultural e social do povo do Paraná foram os principais motivos para a transformação 
da região em província. 
Separada de São Paulo em 19 de Dezembro de 1853, criou-se a Província do 
Paraná com o estabelecimento de aproximadamente 40 núcleos coloniais, núcleos 
estes originados por imigrantes italianos, alemães, poloneses, franceses, ingleses e 
suíços que, dedicaram-se as culturas de erva-mate, café e exploração de madeira 
impulsionando a economia local na época. O primeiro presidente da província foi 
Zacarias de Góes e Vasconscelos. 
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A evolução da Província 
Entre a instalação da província do Paraná e a proclamação da República (1889), 
vários presidentes se sucederam no governo do Paraná. Dentre eles podemos 
destacar: 
• Francisco Liberato de Matos (1857 ± 59), que incentivou a imigração européia 
e criou uma linha de navegação entre Antonina e Paranaguá. 
• André de Pádua Fleury (1864-66), que forneceu água potável à população de 
Curitiba e fez estudos para uma ligação fluvial entre o Paraná e a província de 
Mato Grosso. 
• João José Pedrosa (1880-81), que ordenou a construção do Teatro São Teodoro, 
depois chamado de Teatro Guaira,e incentivou a cultura de trigo, café e 
algodão. 
 
 
CICLO DA ERVA MATE E MADEIRA 
Oeste e Sudoeste 
 
As regiões Oeste e Sudoeste do Estado do Paraná, passaram por dois ciclos de 
povoamento. O primeiro é Século XIX e XX e foi marcado pela erva-mate e pela 
madeira. As industrias ervateiras e as madeireiras foram presenças constantes na 
região. Depois, temos nos anos 30 e 40 a importância da agricultura na região, 
contando com a presença de migrantes gaúchos e imigrantes europeus, que para cá 
vieram, atraídos pela possibilidade de trabalhar num pedaço de terra de onde 
poderiam tirar o sustento seu e também da família. 
 
PARANÁ ERVATEIRO 
Os primeiros a fazer uso da erva-mate foram os índios Guarani, que habitavam 
a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da 
chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade do Século XVI até 1632, a extração 
de erva mate era a atividade econômica mais importante da província Del Guairá, 
território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual foram fundado três cidades 
espanholas e 15 reduções jesuíticas. 
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O consumo da erva-mate se faz de duas maneiras distintas: sob forma de 
chimarrão ou chá. Para consumo do chimarrão, utiliza-se cuia (purungo), bomba e 
chaleira com água quente. O chá é a bebida feita da infusão da folha do mate e pode 
ser consumido quente ou frio. 
A erva mate manteve-se como principal produto paranaense durante o 
período entre a emancipação política do Paraná (1853) e a Grande Crise (1929), 
chegando a representar 85% da economia paranaense. As mudanças que ocorreram 
nos meios de transporte se intensificaram com o desenvolvimento da economia 
ervateria, a partir do Século XIX. 
Em 1885, com a inauguração da ferrovia, ligando Curitiba a Paranaguá, esta 
tornou-se a principal via para o escoamento da erva-mate que se destinava à 
exportação. 
Os trens substituíram os carroções puxados por animais e, posteriormente, os 
caminhões tornaram-se o principal meio de transporte do produto. Em Curitiba, os 
bondes de tração animal e as charretes conduziam a erva-mate do engenho à estação 
ferroviária. 
O Paraná foi, é, e continua sendo um Estado ervateiro: as regiões oeste, 
sudeste e centro sul, contam com muitas indústrias ervateiras, modernas, atualizadas, 
produzindo erva mate de excelente qualidade. 
 
PARANÁ MADEIREIRO 
Toda a região sul do Brasil se caracterizava por grandes áreas de campos ,ou 
seja, de pastagens, e outras regiões grandes povoadas de mata densa, com árvores 
de grande e médio porte. 
A região norte, noroeste, oeste, sudoeste e parte da região sul, eram cobertas 
por matas densas, que passaram a ser chamadas de Sertões Desconhecidos. 
Nesses sertões, haviam muitas árvores que produziam várias madeiras, como 
a imbuía, a peroba e a mais bela e rica floresta do mundo, as matas de Pinheiro do 
Paraná. 
Durante o Século XIX vieram para o Brasil muitas famílias de imigrantes 
europeus, vieram alemães, italianos, poloneses, ucranianos, holandeses, etc. 
Eles foram entrando nas matas e precisavam derrubar, cortar as árvores para 
poderem fazer suas casas e plantar suas roças. Aos poucos foram surgindo colônias 
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de imigrantes, que transformavam os troncos em tábuas, esteios, caibros, forros e 
serrarias, para a fabricação de casas e móveis. 
Durante o Século XX, aconteceram os grandes desmatamentos e o comércio da 
madeira no Paraná. 
Muito dinheiro veio para o Paraná, proveniente da venda de madeiras, e nessas 
regiões de onde saia a madeira, surgiram e cresceram rapidamente muitas cidades 
que servem até hoje de modelo de crescimento. 
O período da madeira ajudou o Paraná a se desenvolver economicamente em 
população, mas deixou como consequência a destruição quase total de um tesouro 
que a natureza criou em milhares de anos. 
Esse período da madeira ocorreu quase paralelamente a outra atividade 
econômica que foi a mais importante de todas para o crescimento e desenvolvimento 
do Paraná: o período do Café. 
 
Século XIX/XX 
NORTE VELHO, NORTE NOVO E NORTE NOVÍSSIMO: O PARANÁ CAFEEIRO 
Norte Velho (Nordeste do estado) – Século XIX extensão da lavoura cafeeira 
do oeste paulista. Área entre os rios Paranapanema e Tibagi. 
Norte Novo (Norte do estado) – Século XX (anos 30 e 40) – Companhias 
Colonizadoras e o auge da produção cafeeira. Área entre os Rios Tibagi e Ivaí. 
Norte Novíssimo (Noroeste do estado) - Século XX (pós década de 50) – 
Companhias Colonizadoras, café, cana-de-açúcar e pólo da moda. Entre os rios Ivaí e 
Piquiri 
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O período do café foi 
o que mais riquezas 
proporcionou ao Paraná, e 
assim surgiram cidades 
importantes como Londrina, 
Maringá, Paranavaí, 
Mandaguari, Cianorte, 
Bandeirantes, Apucarana e 
outras. 
É preciso lembrar que 
a maior parte dessa região era coberta por matas densas, com muitas árvores que 
produzem madeiras de lei como peroba, cedro, imbuía, cambará, e sendo que, para 
formar as lavouras de café e outros produtos agrícolas era preciso cortar árvores e até 
arrancar as raízes. 
 
 
Geada de 1975 
Foi no amanhecer de 18 de junho de 1975, que uma das geadas mais intensas 
do século passado reduziu a zero a área cultivada com café no Estado do Paraná. Em 
escala maior, o próprio Paraná nunca mais foi o mesmo. Aquela manhã fria, aliada a 
outros fatos ocorridos na mesma época, disparou uma série 
de transformações econômicas e demográficas que fizeram do Estado o que ele é 
hoje. 
A partir de então a produção de soja, trigo, milho e amendoim se tornou uma 
boa opção. 
 
PARANÁ EM DESENVOLVIMENTO 
O Paraná atual é resultado de tudo o que aconteceu em seu território e com 
sua gente, desde os primeiros indígenas, passando pelos períodos do ouro, da criação 
de gado e do tropeirismo, da cultura da erva mate, da madeira, do aproveitamento 
do pinheiro, da produção de café e soja, assim como da industrialização. 
http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=34022
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E ainda hoje é um grande produtor agrícola. A produção do café voltou a ser 
incentivada, prometendo grande produtividade através da tecnologia do café 
adensado. A Região Oeste, uma vez concluída sua ocupação, acabou emergindo como 
região especializada em culturas de exportação, particularmente a soja. Já o Sudoeste 
de ocupação mais antiga, mantém-se como região produtora de alimentos. 
A formação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), bloco econômico com 
países do cone sul, inseriu o Paraná no sistema de globalização econômica. O Paraná 
ficou numa posição privilegiada: é um porto na rota de passagem das mercadorias 
que vem da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, para o restante do país. O inverso 
também é verdadeiro, gerando receitas e atraindo grandes negócios em decorrência 
de sua localização estratégica. 
O Paraná reúne todas as condições para ser um Estado eco-turístico-cultural 
por excelência: tem lugares históricos, belezas naturais, culinária diversificada clima 
bom e variado, gente culta e hospitaleira, espaços culturais e culturas de todo mundo. 
Os paranaenses só têm a se orgulhar do seu território, da sua gente e da sua história. 
 
Paraná República 
 
O Paraná e a república 
 Em 15 de novembro de 1889, os militares proclamaram a república no Brasil. 
Apoiados pela classe média urbana, por cafeicultores e intelectuais, os militares 
organizaram um governo provisório, presidido pelo Marechal Deodoro da Fonseca. 
Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira constituição republicana 
brasileira, que estabelecia a república como forma de governo, o presidencialismo e 
o federalismo (as províncias foram transformadas em estados, que tinham autonomia 
política, econômica e administrativa).No passado republicano somente ganharam 
força em 1888, quando o líder político local, Vicente Machado, aderiu à campanha 
republicana que agitava o país.A primeira constituição paranaense foi aprovada em 
1891, no governo de Generoso Marques dos Santos 
 
Conflitos e Acontecimentos 
 
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Colônia Cecília (1891) 
A Colônia Cecília foi uma comuna experimental baseada em premissas 
anarquistas. A Colônia foi fundada em 1890, no município de Palmeira, no estado do 
Paraná, por um grupo de libertários mobilizados pelo italiano Giovanni Rossi. 
 
Revolução Federalista (1893 – 1895) e o Cerco da Lapa (1894) 
Em 1892, quando Floriano Peixoto governava o Brasil, estourou no Rio Grande 
do Sul a Revolução Federalista. Foi um dos mais sangrentos episódios da história do 
Brasil, que acabou envolvendo vários estados, inclusive o Paraná.O grupo dos 
republicanos gaúchos, liberado pelo presidente do estado riograndense, Júlio 
Castilhos, havia elaborado uma constituição estadual autoritária e centralizadora. O 
grupo dos federalistas, liderado por Silveira Martins, se opunha a Júlio de Castilhos e 
defendia a mudança da constituição. 
O presidente Floriano Peixoto ficou do lado de Júlio de Castilhos, e os 
federalistas tiveram o apoio da marinha, que estava rebelada. Em setembro de 1893, 
o almirante Custódio de Melo revoltou-se na baia de Guanabara. Em seguida, com 
alguns navios de guerra, tomou o litoral de Santa Catarina e atacou o Paraná em três 
frentes: Paranaguá,Tijucas e Lapa. 
A "Tomada de Paranaguá" deu-se em janeiro de 1894. A cidade não 
apresentou resistência, e a ocupação ocorreu sem grandes combates. Também 
"Tijucas" foi ocupada com facilidade. 
O Cerco da Lapa 
No dia 17 de janeiro de 1894, um batalhão de 639 homens formado por forças 
republicanas (pica-paus), chefiado pelo General Antônio Ernesto Gomes Carneiro, 
enfrentou bravamente as forças revolucionárias formadas por cerca de 3 mil 
combatentes (maragatos), membros do Exército Libertador, comandados por 
Gumercindo Saraiva. Cerca de 500 pessoas morreram no Cerco, entre as quais o 
General Carneiro. 
Apesar da resistência a cidade da "Lapa" foi tomada pelos federalistas. Em 
seguida, eles invadiram Curitiba. O então presidente do Paraná, Vicente Machado, 
transferiu para Castro a capital da província.Os federalistas ficaram em Curitiba 
aproximadamente dois meses; enquanto isso, o Marechal Floriano Peixoto organizava 
as tropas em São Paulo. Gradativamente, os federalistas foram sendo derrotados, até 
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que em 1895 depuseram as armas, aceitando a anistia decretada pelo presidente da 
República 
 
Questão de Palmas (1895) 
Também referida como Questão das Missões ou dos Limites Internacionais, 
a Questão de Palmas foi um conflito diplomático que ocorreu entre a Argentina e o 
Brasil nos anos de 1890 e 1895. Na discussão contenciosa, o governo argentino 
reivindicava território situados no Oeste dos estados do Paraná e de Santa Catarina, 
pretendendo estabelecer as fronteiras entre os rios Chapecó e Chopim. 
O arbitramento da questão ficou sob a responsabilidade do Presidente dos 
Estados Unidos Grover Cleveland que deu ganho de causa ao Brasil e estabeleceu as 
fronteiras pelos rios Peperiguaçu e Santo Antonio. A cidade de Clevelândia, no estado 
do Paraná, localizada na área do litígio, teve o nome dado em homenagem ao 
presidente americano. Agora, quem as cidades de Curralinho e Pau Grande 
homenagearam eu não quero nem saber! 
 
UFPR (1912) 
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a mais antiga instituição de ensino 
com concepção de universidade (instituição pluridisciplinar de formação dos quadros 
de profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do 
saber humano) do Brasil, fundada em 19 de dezembro de 1912, inicialmente com o 
nome de Universidade do Paraná. 
 
Guerra do Contestado (1912- 1916) 
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Em 1890, um grupo de catarinenses solicitou ao governo brasileiro uma 
definição de limites entre os dois 
estados. Não obtendo resposta, os 
catarinenses resolveram entrar com 
uma ação judicial, reivindicando 
a pose da região situada ao sul dos 
rios Negro e Iguaçu. 
Por duas vezes o governo 
deu ganho de causa a Santa 
Catarina, mas o Paraná adiou a 
execução da sentença. 
Paralelamente a essa 
questão de limites, em 1910, o 
Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana, concluiu a estada de ferro 
que ligava o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em seguida, cumprindo um 
dos termos do contrato, a companhia deu inicio a colonização de uma faixa 
de 15quilômetros de cada lado da via férrea. Não levou em conta , porém, o fato de 
essa área já pertencer a pequenos proprietários e lavradores, que ficaram 
descontentes com a interferência da companhia em suas terras. 
Pouco depois, a Lumber, poderosa madeireira estrangeira ligada a Brazil 
Railway Company, estabeleceu-se na zona sob contestação. Essa companhia tinha 
autorização para explorar a madeira da região, desde que a coloniza-se. 
A atividade dessa empresa, porém, afastava cada vez mais a possibilidade de 
um acordo entre o Paraná e Santa Catarina, pois ambos queriam apossar-se da região 
de terras muito férteis, que apresentava grande potencial de desenvolvimento. 
Liderados inicialmente por um monge peregrino, (João Maria e 
posteriormente José Maria) morto no início dos combates, mas que teria grande 
influência no movimento, responsável inclusive pela caracterização messiânica que a 
Guerra teve os revoltosos chegaram a controlar uma área de 28 mil quilômetros 
quadrados. Com o propósito de garantir direito de terras, combateram a entrada do 
capital estrangeiro, que explorava a madeira e vendia a terra a colonos imigrantes. 
 A "Guerra do Contestado” como ficou conhecido o episódio, terminou em 
massacre e a rendição em massa dos sertanejos que, embora tivessem se empolgado 
com as primeiras vitórias, não puderam resistir à superioridade bélica das forças 
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repressivas. Além do fuzil do canhão e da metralhadora, pela primeira vez na América 
Latina era usados a aviação com fins militares. 
Terminada a Guerra, Paraná e 
Santa Catarina chegam a um acordo 
sobre a Questão dos Limites e a 
colonização da região é intensificada. 
Surgem as primeiras cidades e uma 
cultura regional começa a ser 
delineada. .Em outubro de 1916, foi 
assinado a Convenção de limites 
entre Santa Catarina e o Paraná. Do 
total da área disputada, estimada em 
47.800 Km², o Paraná ficou com 
20.310 Km² e Santa Catarina, com 27.510Km². A economia extrativista da erva-mate e 
da madeira vai cedendo lugar aos novos empreendimentos de processamento da 
matéria-prima. 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 
 
04. Desde 1853, a disputa territorial entre o Paraná e Santa Catarina vinha se 
arrastando e, já no início do século XX – após a Proclamação da República e o princípio 
de autonomia dos estados da Federação – constituiu motivo de discussões acirradas 
entre as instâncias de poder desses estados brasileiros, contando, em diversos 
momentos, com as opiniões de representantes políticos de outras regiões do país. 
Diversos foram os pareceres emitidos pelo poder federal, ora dando ganho de causa 
a um, ora a outro. 
(DALFRÉ, Liz A. Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do Contestado. 
Coleção Teses do Museu Paranaense. v. 8. Curitiba: SAMP. 2014. p. 38-39.) 
Sobre o movimento do Contestado, considere as seguintes afirmativas: 
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1. O movimento do Contestado se deu no leste paranaense, no qual vários 
missionários buscavam resgatar terras adquiridas por Santa Catarina no final do 
século XIX. 
2. Entre as figurasmais emblemáticas do movimento está a de José Maria, um 
monge leigo que teve vários seguidores, dando feição messiânica ao combate. 
3. Em 1912, o governo federal deu por finalizado o conflito, após a batalha de 
Irani, em que morreram vários sertanejos, entre eles, José Maria. 
4. O movimento do Contestado compreende o conflito que ocorreu entre 
sertanejos catarinenses e paranaenses e as forças do governo federal e local. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
 
 
 
 
ATENÇÃO NA QUESTÃO - CAIU NA UFPR: 
05. Os movimentos messiânicos brasileiros, como Canudos e Contestado, ocorreram 
entre o final do século XIX e início do XX. Sobre esses movimentos, considere as 
seguintes afirmativas: 
1. Foram movimentos de resistência social, liderados pelos anarquistas de origem 
italiana. 
2. Foram movimentos baseados na religiosidade popular, como reação à laicização do 
estado brasileiro imposta pela proclamação da República. 
3. Foram movimentos religiosos liderados pela Igreja Católica, contrária às reformas 
políticas do estado brasileiro. 
4. Foram movimentos relacionados à disputa pelo poder local e à luta pela terra, 
acirrados pelas reformas impostas pelo regime republicano. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. 
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 
e) Somente a afirmativa 4 é verdadeira. 
 
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Gabarito 
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Gabarito 
 
01. E 
02. A 
03. A 
04. B 
05. D 
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	Gabarito

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