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HISTÓRIA REGIONAL - AULA 01 (2).docx

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HISTÓRIA REGIONAL
Prof. Me. Célio Leandro
PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA
Um dos maiores objetivos das nações europeias com as Grandes Navegações, no século XVI, era expandir o
comércio, aumentar seus lucros e, principalmente, descobrir metais preciosos.
À época da chegada dos europeus a América, a população da América era aproximadamente oitenta milhões de
habitantes. Em cento e cinquenta anos, houve uma redução para 3.500.000 habitantes, o que caracteriza um verdadeiro
genocídio do povo americano. A princípio, o encontro do Velho e o Novo Mundo, excita a imaginação de ambos os lados.
Os primitivos habitantes do continente achavam que se tratava do retorno de seus deuses, que segundo a mitologia
voltariam para o convívio humano.
O europeu, por sua vez, no seu imaginário, era povoado por monstros marinhos no Mar Tenebroso (Oceano
Atlântico), homens com cabeça de cão (Oriente) e o paraíso terrestre perdido em algum lugar distante.
Com a chegada dos europeus a América no século XV, num primeiro momento, misturou-se ficção com realidade, o
paraíso terrestre dos europeus, com a volta dos deuses para os povos da América.
No entanto, os índios perceberam a cobiça dos europeus, e que aquelas pessoas tão violentas e injustas, não
poderiam ter vindo do céu.
Demoraram muito para perceber, tiveram seu processo histórico bruscamente interrompido e acabaram sendo destruídos
pela superioridade bélica dos europeus.
Para os europeus a imagem criada do Paraíso, encontrado na América e do “Bom Selvagem” (o nativo), foi sendo
substituída, aos poucos, pelo índio selvagem, feroz, cruel e incapaz de civilizar-se.
Para a Igreja Católica, era necessário levar às criaturas “demonizadas do Novo Mundo” a palavra de Deus por meio da
catequese.
Além da cobiça por riquezas, os conquistadores Europeus também procuravam expandir o catolicismo,
considerando a conversão pacífica ou forçada dos infiéis como um dever abençoado por Deus e, como instrumento de
conversão, usavam os Jesuítas e outras ordens religiosas para catequizar e arrebanhar mais fiéis para a Igreja Católica.
Como Portugal e Espanha eram países extremamente católicos, o papa concedeu aos países ibéricos, o direito ao
Padroado , tornando o Estado chefe da Igreja.
Assim, desde o início, a colonização do Brasil esteve marcada pela presença da Cruz e da Coroa. Na visão medieval,
Orbis Christianus: o mundo era de Deus e o representante dele na terra era a Igreja Católica. A religião tornou-se um ponto
de apoio para a dominação econômica e política, funcionando como instrumento de controle social.
A Igreja impunha sua visão de mundo (eurocêntrica), facilitando a dominação metropolitana. Colonizar e evangelizar
eram faces da mesma moeda.
Vieram para América catequizar os nativos, várias ordens religiosas, como os Dominicanos, Mercedários,
Franciscanos da Beira e do Minho, Carmelitas, Capuchinhos e Beneditinos.
Conquista, Povoamento e Colonização
Durante o primeiro século de colonização, a região amazônica permaneceu praticamente inexplorada, isso devido à
fixação dos colonizadores no litoral açucareiro. Além disso, havia nos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, no
qual a maior parte do Vale Amazônico pertencia à Espanha.
Há informações de que vários navegadores a serviço de Portugal teriam chegado ao Brasil antes de Cabral, entre
eles Duarte Pacheco, experiente navegador português.
Em fins de 1499, Vicente Yanez Pinzon sai da Europa em direção à América do Sul, chegando ao Brasil em fevereiro
de 1500, no atual Estado de Pernambuco, rumou para o Norte e atingiu a foz do Amazonas, a que deu o nome de “Mar
Dulce”.
Em 1524, Aleixo Garcia, percorreu o Vale do Guaporé com destino ao Peru.
Em 1541, Gonzalo Pizarro e Francisco Orellana comandaram uma expedição que, saindo de Quito, no Vice Reinado do
Peru, desceu o Rio Amazonas até a sua foz, buscando o famoso “El Dorado” e as possíveis riquezas que se estendiam do Peru
à Amazônia Portuguesa.
Enfrentando perigos, ataques indígenas, a expedição terminou em tragédia. Nessa expedição o cronista padre
Gaspar de Carvajal narra a existência das Amazonas (mulheres guerreiras), em referência as lendárias Amazonas gregas (a
palavra amazonas significa “sem seio”).
Em 1560, outra expedição em busca do famoso “Eldorado”, comandada por Pedro de Úrsua e Lopes de Aguirre, saindo
de Quito, navegou pelo Amazonas, mas terminou também em fracasso.
A União Ibérica e as Invasões Estrangeiras
Durante sessenta anos, Portugal e suas colônias ficaram sob a autoridade de reis espanhóis, foi a chamada União
Ibérica, que durou de 1580 a 1640.
Na prática, desaparecia o limite fixado pelo Meridiano do Tratado de Tordesilhas. Nessa época, foi feita a divisão da
colônia em dois Estados: o Estado do Maranhão, que se estendia do Ceará ao Amazonas, e o Estado do Brasil, que incluía os
demais territórios.
O objetivo dessa divisão era melhorar o contato da Coroa Portuguesa com a região norte da colônia, devido às
constantes investidas de inimigos franceses, ingleses e holandeses na região.
A assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o Novo Mundo “descoberto” entre Portugal e Espanha,
formando grandes impérios coloniais, por parte das Nações Ibéricas, marginalizando as outras nações europeias, fez com
que estas reagissem a esse tratado.
Com a descoberta de ouro na América Espanhola (Peru e México) e a famosa lenda do reino encantado (Eldorado),
entre os rios Oiapoque e Amazonas, desenvolveu-se ainda mais a cobiça daquelas nações, e daí, as constantes invasões no
Continente Americano.
Os militares luso-espanhóis começaram a expulsar os estrangeiros do Brasil, sendo os franceses expulsos em 1615.
No processo da luta, os militares luso-espanhóis fundaram várias fortalezas litorâneas que mais tarde tornaram-se
importantes cidades do litoral norte, como por exemplo, João Pessoa (1584), Natal (1589), Fortaleza (1613) e Belém (1616).
Com a expulsão dos franceses do Maranhão restava a ocupação do Pará e do Amazonas.
Francisco Caldeira Castelo Branco foi responsável pela construção do Forte do Presépio, em 1616, mais tarde
batizado como Nossa Senhora de Belém do Grão Pará, que possibilitou a penetração luso-espanhola pelo rio Amazonas.
Conquistava-se a Planície Amazônica, que passou a ser ocupada e explorada por apresadores de índios e droguistas do
sertão.
De modo geral, podemos estabelecer dois fatores determinantes que impulsionaram a ocupação da Amazônia:
1. Drogas do Sertão: produtos naturais, alvo da cobiça e do consumo dos nobres europeus, eram utilizados como
medicamentos e condimentos, em geral, raízes, caules, frutos e óleos.
2. Ação religiosa: a partir do século XVI, com o advento da Reforma Religiosa, a Igreja Católica criou várias companhias
para “levar a fé cristã” aos “novos mundos”.
Os Primeiros Exploradores e as Delimitações do Espaço Geográfico
Entre os exploradores das drogas do sertão, destacavam-se os jesuítas que monopolizavam a exploração desses
produtos através da mão de obra indígena.
Embrenhados na mata, os índios caçavam, pescavam e coletavam as drogas do sertão, contribuindo para o
crescimento das riquezas da Companhia de Jesus.
O monopólio da Companhia de Jesus sobre os índios e as drogas do sertão, prejudicava os interesses dos colonos
que se fixavam nestas áreas, gerando constantes conflitos com os jesuítas. O problema entre jesuítas e os colonos, era que
os jesuítas tinham o domínio ideológico sobre os índios, e os colonos tinham uma posição mais radical, pois pretendiam
escravizá-los.
Em 1637, devido à presença de espanhóis no alto Rio Amazonas, foi determinada uma Bandeira fluvial composta
por 600 soldados, 1200 índios, remadores, mulheres e escravos, totalizando 2000 mil pessoas que foram distribuídas em 47
canoas, sob o comando de Pedro Teixeira, que chegou à foz do Rio Madeira.
O objetivo dessa bandeira era estabelecer limites territoriais da Coroa Portuguesa na Amazônia, e ao mesmo tempo, efetuar
a escolha de lugares estratégicos para construir fortificações. A expediçãosaiu do Grão-Pará atingindo Quito, no Equador e
determinou marcos entre as possessões da América Portuguesa e Espanhola.
Expansão Territorial: “Entradas e Bandeiras”
As entradas e bandeiras foram expedições que penetravam o interior com objetivo de apresar índios e procurar
minerais.
São Vicente, o primeiro núcleo de povoamento fundado no Brasil, foi superado pelo Nordeste. O fracasso da
empresa açucareira deu-se devido à pobreza do solo vicentino, à estreiteza do litoral e a distância em relação aos mercados
consumidores europeus.
Sem apoio da metrópole, isolados em relação à Europa, marginalizados economicamente e praticando uma
agricultura de subsistência, os vicentinos começaram a procurar outras formas de sobrevivência organizando bandeiras, que
se tornavam verdadeiras empresas em busca da captura de índios e riquezas nos sertões.
Além do apresamento de índios e da busca de ouro, as bandeiras tinham ainda outra função importante para a Metrópole:
serviam de ponta de lança da conquista e povoamento do interior, numa época em que Espanha e Portugal estavam longe
de ter definido a fronteira de seus domínios no coração da América do Sul. Em algumas expedições, essa função política e
militar se destacou. Foi o caso da bandeira chefiada por Antônio Raposo Tavares, que deixou São Paulo em 1648 para
desbravar milhares de quilômetros do sertão até o Amazonas.
Preparado para enfrentar qualquer bloqueio, Raposo Tavares dividiu a bandeira em duas colunas. A primeira,
chefiada por ele próprio, reunia 120 paulistas e 1 200 índios. A segunda, um pouco menor, era comandada por Antônio
Pereira de Azevedo. Viajando separadamente, os dois grupos desceram o Tietê até o rio Paraná, de onde atingiram o
Aquidauana. Em dezembro de 1648, reuniram-se às margens do rio Paraguai, ocupando a redução de Santa Bárbara.
Depois de unificada, a bandeira prosseguiu viagem em abril de 1649, alcançando o rio Guapaí (ou Grande), de onde avançou
em direção à cordilheira dos Andes. Estava em plena América espanhola, entre as cidades de Potosí e Santa Cruz de la Sierra
(hoje território da Bolívia). Aí permaneceu até meados de 1650, explorando o mais possível a região. De julho de 1650 a
fevereiro de 1651, já reduzida a algumas dezenas de homens, empreendeu a etapa final: seguiu pelo Guapaí até o rio
Madeira e atingiu o rio Amazonas, chegando ao forte de Gurupá, nas proximidades de Belém.
Diz a lenda que os remanescentes da grande expedição chegaram exaustos e doentes ao forte e que, voltando a São
Paulo, Raposo Tavares estava tão desfigurado que nem seus parentes o reconheceram. Como resultado da aventura, vastas
regiões desconhecidas entre o trópico de Capricórnio e o equador passavam a figurar nos mapas portugueses.
Essa bandeira de demarcação de limites, captura de índios e coletas de drogas do sertão (cacau, pau-cravo, canela e
ervas medicinais) é um marco da presença portuguesa em nossa região (foi chamada de “A Grande Bandeira de Limites”)
As atividades dos jesuítas no Rio Madeira começaram em 1669, com a fundação da missão Tupinambarana na foz do
Rio Madeira, que deu origem a Parintins. Novas missões iam sendo instaladas no percurso do Rio Madeira, na medida em
que se ampliavam as atividades das drogas do sertão, e também, a pedido do governo do Pará, temendo novas invasões,
principalmente, castelhanas.
A força de trabalho indígena passa a ser constante na colônia. Intensifica-se a captura do índio através das tropas de
resgates, descimentos ou “guerras justas”.
Em 1722, Francisco de Mello Palheta, em consequência do avanço da ação missionária castelhana no Guaporé,
próximo às minas de ouro do Mato Grosso, organizou uma expedição composta por 128 pessoas que percorreu todo o Rio
Madeira.
Ele registrou a presença de indígenas das missões espanholas de Mojos e Chiquitos, chegou até as missões jesuítas
espanholas de Santa Cruz de Cajubava e de São Miguel, mostrando aos jesuítas que o Rio Guaporé era o limite natural que
dividia as possessões de Portugal e Espanha.
O governo português temendo a proximidade da presença espanhola e a possibilidade de contrabando com as
minas de ouro do Mato Grosso, proibiu a navegação pelo Rio Madeira através do alvará de 27 de outubro de 1733.
PARA REFLETIR
• Quais interesses teve a Igreja Católica ao apoiar os empreendimentos marítimos?
• Quais as influências da União Ibérica no processo de ocupação da Amazônia?
• Que fatores foram determinantes para a ocupação da Amazônia a partir do século XVI?
• Qual a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco e Pedro Teixeira para a consolidação da Amazônia
Portuguesa?
• Quais objetivos e resultados da expedição de Raposo Tavares?
O MERCANTILISMO E A MINERAÇÃO NO VALE DO GUAPORÉ
O ouro desempenhou um importante papel na economia da Idade Moderna, pois o mercantilismo era
fundamentalmente metalista, isto é, considerava o ouro e a prata como a base da riqueza de um país.
O grande centro minerador no Brasil foi Minas Gerais. Em 1718, Pascoal Moreira Cabral, descobriu ouro no Rio
Coxipó-Mirim, afluente do Rio Cuiabá onde surgem os primeiros povoamentos próximos das minas descobertas, o principal
povoado desta região, tornou-se a cidade de Cuiabá, fundada em 1719 pelo próprio Pascoal Moreira Cabral.
A notícia alcançou a Vila de São Paulo e atraiu centenas de aventureiros para a região. O caminho entre São Paulo e
Cuiabá era longo e perigoso, os ataques indígenas, fome, doenças, vitimaram grande número de pessoas.
Em 1722, foi descoberta a Lavra do Sutil, uma região aurífera, descoberta pelo bandeirante Miguel Sutil de Oliveira,
atualmente corresponde ao bairro do Baú, no centro de Cuiabá. Estas descobertas contribuíram para aumentar ainda mais a
migração para o oeste brasileiro. Em 1727, o arraial de mineradores foi elevado à condição de vila com o nome oficial de
Vila Real do Nosso Senhor do Bom Jesus de Cuiabá, hoje cidade de Cuiabá.
Em 1736, os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros descobrem ouro no Mato Grosso, às margens do Mamoré,
surgindo as primeiras povoações de Santa Ana e São Francisco Xavier. Para evitar o contrabando, até que se organizasse uma
fiscalização maior na região, o Rei de Portugal, através de Cartas Régias, proibiu a navegação pelos rios Guaporé e Madeira,
no período de 1733 a 1737.
Em 1742, Manoel Félix de Lima, fugindo de dívidas juntamente com outros mineradores, contrariando e infringindo
as ordens da Metrópole, navega pelo Rio Guaporé, desvia pelo Mamoré, entra em contato com as missões espanholas de
São Miguel, Santa Maria Madalena e Exaltação da Cruz, na tentativa de fazer comércio; retorna ao rio Madeira e ao
Amazonas, chegando a Belém, onde foi preso por ter desobedecido as Ordens Régias, mas abriu uma nova rota alternativa
de comunicação fluvial entre o Mato Grosso e o Pará.
As missões espanholas de Mojos e Chiquitos começaram a se expandir na margem esquerda do Guaporé, fundando
a missão de Santa Rosa, na margem direita do rio Guaporé (antigo povoamento religioso onde mais tarde foi construído,
pelos portugueses, o Fortim de Nossa Senhora da Conceição), que preocupava as autoridades portuguesas, devido à
proximidade da região mineradora de Mato Grosso. Em nove de maio de 1748, é criada a capitania de Mato Grosso, sendo
nomeado como primeiro governador, o Capitão General Dom Antônio Rolim de Moura Tavares.
O capitão General Dom Antônio Rolim de Moura, que imediatamente tomou posse, chegou ao Brasil com instruções de
fundar a capital da recém-criada capitania. Também deveria criar uma Ouvidoria, uma Vara de Juiz de Fora, Casa de Fundição
e promover o povoamento da região.
Criaria também um aparato militar diante das pretensões espanholas, desenvolvendo a colonização da região,
estimulando os colonos a produzir alimento, criar gado para abastecer o comércio local e atender as necessidades da
população.
A capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, foi criada estrategicamente para ter acesso à Bacia Amazônica, através
do Guaporé (ligando as Minas do Mato Grosso ao Grão-Pará), e através da BaciaPlatina (com São Paulo), ficando assim
fixadas as bases portuguesas na região.
O governador português procurou coibir o contrabando, tornando mais eficiente o comércio.
Em 1755, foi liberada uma rota comercial que através da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão,
estabelecia o monopólio de abastecimento dos vales: Guaporé, Madeira e Mamoré.
Durante o século XVIII, os vales do Guaporé, Madeira e Amazonas foram palco de intensa atividade dos
colonizadores portugueses e espanhóis, em função da mineração e das tensões fronteiriças, levando os governadores a
desenvolver uma política militar através de construções de fortificações, missões religiosas e desenvolvimento da
colonização. O suporte dessa política colonizadora foi o trabalho escravo: tanto indígena como africano.
Nesse período, foram fundados vários arraiais em pontos estratégicos para dar apoio aos navegadores e servirem de
entrepostos comerciais ao longo do Madeira.
Desde 1723, o padre jesuíta João Sam Payo fundou a missão de Santo Antônio do Alto Madeira, Atual São Carlos,
distrito de Porto Velho, sendo a primeira povoação na margem direita do Rio Madeira, dentro da área do atual Estado de
Rondônia. E em 1728 fundou a Missão de Santo Antônio das Cachoeiras, a comunidade não resistiu aos ataques indígenas,
sendo destruída em 1748, os remanescentes abrigaram-se em Borba.
Em 1757, o Marquês de Pombal encarregou a Rolim de Moura a fundação do povoado de Nossa Senhora da Boa
Viagem de Salto Grande do Rio Madeira, fundada pelo juiz de fora Teotônio de Gusmão no século XVIII, este local ficou
bastante conhecido pela existência de uma cachoeira, a qual recebeu o nome Teotônio. Sua população também não
sobreviveu aos ataques indígenas e epidemias.
Desmistifica-se a teoria do Vale do Guaporé como vazio demográfico, levando-se em consideração a política
colonizadora desenvolvida pelos governadores dessa época.
As Questões Fronteiriças no Período Colonial
Mesmo antes da chegada dos portugueses à América, o Tratado de Tordesilhas determinava as fronteiras que
separavam os domínios americanos da Espanha e de Portugal.
O meridiano imaginário situado 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, passava pelas regiões onde, nos dias
atuais, se encontra a cidade de Belém, no Pará e Laguna, em Santa Catarina.
Entretanto, as fronteiras entre as colônias espanholas e o Brasil nunca chegaram a ser claramente demarcadas,
devido à falta de conhecimento dos domínios americanos e também porque durante a União Ibérica, as terras americanas
pertenciam ao mesmo rei, neste caso, Felipe II.
No período em que prevaleceu a União Ibérica (1580-1640), os luso-brasileiros e espanhóis puderam transitar
livremente dos dois lados (português e espanhol), mas quem mais se aproveitou foram os portugueses, pois a Espanha
concentrava seus esforços na mineração (vice-reinado do Peru), por isso, deu pouca atenção à movimentação portuguesa na
região amazônica e platina.
Durante o século XVIII, o território brasileiro sofreu uma grande expansão para o interior, graças aos bandeirantes à
procura de índios para escravizar e minérios, conquistando para Portugal grandes extensões de terras, que estavam sob
jurisdição espanhola, ultrapassando os limites de Tordesilhas.
Quando Portugal fundou a Colônia de Sacramento (1680), às margens do Rio da Prata, chocou-se com os interesses
espanhóis, pois a região pertencia à Espanha e ficava próxima de Buenos Aires, rica em pecuária e servindo de contrabando
com a área mineradora.
Os conflitos entre portugueses e espanhóis levaram as duas nações ibéricas a assinar os Tratados de Limites para
solucionar os problemas, principalmente, por Portugal ocupar imensa área sob o domínio espanhol.
Ouro, sociedade e decadência no Vale do Guaporé
As relações comerciais entre o Grão-Pará e o Mato Grosso nos séculos XVIII e XIX, bem como a sua ligação com a
sociedade mineradora e escravista e ainda as questões militares e fronteiriças, constituem-se no alicerce para o
conhecimento das regiões dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, que hoje pertencem ao Estado de Rondônia.
Para essa região afluíam aventureiros, religiosos, desbravadores, militares e escravos que mantiveram a posse e a ocupação
dos vales desses rios. A sociedade, que deste processo resultou, espelhou sempre a fragilidade de suas bases.
Fundamentada em uma economia meramente extrativista e itinerante, e em uma política de intensa animosidade
fronteiriça, a sociedade colonial guaporeana se manteve somente enquanto durou o interesse metropolitano sobre as
riquezas da região.
Em finais do século XVIII, já se tornava notória a crise pela qual passavam os vales do Guaporé e Madeira. A
decadência se instalava tanto na mineração quanto nas Guarnições Militares e mesmo na manutenção das rotas fluviais de
comércio, que ligavam Vila Bela a Belém do Pará.
A agressividade e ousadia da política portuguesa de meados do século XVIII eram agora vencidas pelo descaso,
apatia e abandono. A própria Vila Bela, símbolo máximo do arrojado projeto colonial português para a região, teve um brilho
meteórico da glória vivida nos anos de Luiz de Albuquerque, restando apenas ruínas.
A crise enfrentada pela capitania de Mato Grosso se refletia nas capitanias de São José do Rio Negro, Grão-Pará e
Goiás. A rota do Madeira havia entrado em franco abandono desde a desativação da Companhia de Comércio do Grão-Pará
e Maranhão, o que provocou o desaquecimento do comércio paraense e o despovoamento de consideráveis áreas
territoriais de grande importância estratégica para a Coroa Portuguesa.
No bojo de toda uma conjuntura de crises, incertezas e decadências, é que as autoridades regionais tentaram
viabilizar um projeto que deveria restaurar as ligações entre o Grão-Pará e Mato Grosso através da rota Amazonas, Madeira,
Guaporé.
Foi elaborado o plano de navegação que seria estimular o transporte do então escasso ouro do Mato Grosso para
Belém, permitindo a exploração dos recursos naturais e abrindo ensejo para atividades de contrabando que permitiriam a
entrada da prata andina nos territórios portugueses.
Esse fato criaria uma atmosfera ao mesmo tempo permissiva e repressora, capaz de estimular secretamente o
contrabando e promover o afluxo de riquezas para a região. Porém, o século XIX concretizou o estado de letargia do
Guaporé-Madeira.
PARA REFLETIR
• Que medidas foram tomadas pelo governo português com a descoberta do ouro no Guaporé?
• Quais objetivos do governo português ao criar a Capitania do Mato Grosso?
• Que estruturas foram criadas por Rolim de Moura para organizar a administração da Capitania do Mato Grosso?
• Caracterize a sociedade que se estruturou no Guaporé com a descoberta do ouro.
• Quais as consequências, para a região do Guaporé, do fim do ouro na região.
Real Forte do Príncipe da Beira
Os constantes conflitos entre portugueses e espanhóis, que remontam ao Tratado de Tordesilhas e,
constantemente, desrespeitados pelos portugueses devido à falta de interesse espanhol em explorar a região, agrava-se
ainda mais após o fim da União Ibérica (1640), e a descoberta de ouro no Vale do Guaporé.
Os portugueses cada vez mais se firmavam no Vale do Ouro, assegurando suas conquistas na região, que foi
garantida pelo Tratado de Madri (1750), entre Portugal e Espanha, que reconhecia legalmente as pretensões portuguesas
sobre a Bacia Amazônica.
Nesse contexto, a ordem da Coroa Portuguesa era construir fortes para proteger seus limites, coibir o tráfico ao
longo dos rios Guaporé e Madeira e auxiliar os navegantes em busca de ouro, índios e drogas do sertão.
Em virtude destes atritos e para garantir a soberania portuguesa na região, foi construído em 1760, sob o governo de Rolim
de Moura, o Fortim de Nossa Senhora da Conceição, cuja fragilidade levou os espanhóis a tentar sua conquista. Estava
localizado nas proximidades onde mais tarde seria erguido o Real Forte do Príncipe da Beira.
No governo de João Pedro da Câmara foi remodelado, mudando posteriormente o nome no governo de D. Luís
Pinto de SouzaCoutinho (1768-1771) para Forte Bragança.
O Forte Príncipe da Beira, construído entre 1776-1783 no sistema Vau ban , durante o governo de Luiz de
Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, quarto governador da Capitania do Matogrosso, está localizado às margens do rio
Guaporé, no município rondoniense de Costa Marques, a cerca de 750 km da capital. Foi erguido tendo como engenheiros,
Domingos Sambucette, que morreu de malária e foi substituído por Ricardo Franco de Almeida Serra que era Sargento-mor e
inaugurou o forte sem ter sido concluído. O projeto original previa um enorme portal de ferro que serviria de ponte para
acesso ao forte, cartas da época indicam que esta porta foi encomendada em Belém, porém nunca chegou ao seu destino.
Com uma área de 970 metros de perímetro e muralhas com 10 metros de altura, contendo quatro baluartes com 14
canhões cada, totalizando 56 canhoneiras, representava a imponência portuguesa na região. Em seu interior encontrava-se
uma capela, casa dos oficiais, alojamento para os soldados, armazém, paiol e a prisão.
Estas medidas nos dão conta da grandiosidade e imponência desta fortificação, sua presença já seria necessária para
impor o domínio Português na região. A sua estrutura bélica impunha tal temor que jamais sofreu qualquer agressão.
Embora não exista registro de combates envolvendo o forte, esta monumental estrutura contribuiu, de forma decisiva para a
consolidação territorial lusitana na Amazônia.
Seu funcionamento está relacionado mais à existência de sua prisão do que propriamente de seus canhões. Desde
sua inauguração até seu abandono, as masmorras foram largamente utilizadas, fato ainda percebível nas paredes, onde os
prisioneiros deixavam as mais variadas impressões e sentimentos.
Os baluartes denominavam-se Nossa Senhora da Conceição (voltado para o Oeste), em homenagem ao antigo forte
criado por Rolin de Moura; Santa Bárbara (voltado para o sul) – adjacente ao rio Guaporé, Santo Antônio de Pádua (voltado
para o Norte) e Santo André Avelino (voltado para o Leste).
As pedras para a construção foram obtidas no próprio local, a cal em Belém do Pará, Albuquerque e Corumbá (MT), a
artilharia veio de Lisboa via Belém do Pará, uns chegaram pela rota fluvial Amazonas-Madeira-Guaporé e outros pelas
Amazonas-Tapajós-Guaporé.
O primeiro comandante do Forte Príncipe da Beira foi o Capitão de Dragões, José Melo da Silva Vilhena.
Com a decadência do Império Espanhol e a crise da mineração, o Forte do Príncipe da Beira caiu no abandono. No ano da
República (1889), foi abandonado completamente, saqueado por brasileiros e bolivianos, foi redescoberto pelo Marechal
Rondon e teve seu tombamento histórico em 30 de novembro de 1937.
PARA REFLETIR
• Podemos definir, pelo menos, três objetivos para a construção do Real Forte Príncipe da Beira, quais são eles?
• Descreva o processo de fortificações no Guaporé que antecederam à construção do Real Forte Príncipe da Beira.
• Cite e descreva a atuação de quatro personagens que nortearam a construção do Real Forte Príncipe da Beira.
• De modo geral, o Real Forte cumpriu sua função? Justifique.
• Qual a localização do Real Forte príncipe da Beira?
PARA DIVERSÃO
01. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu com visão de mundo calcada em
preconceitos menosprezou o indígena e sua cultura. Ao acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século
XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o
citado decréscimo foram:
a) A captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.
b) As guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) O canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.
d) As missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.
e) As epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.
02. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século XVII, foi marcada por um
conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar:
a) O esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas
b) A instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse aos territórios por Portugal
c) O bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do planalto central.
d) A expansão da lavoura de cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado internacional.
e) As alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o expansionismo espanhol.
03. Assinale a alternativa correta da ocupação da Amazônia, desde o período colonial:
a) A economia das chamadas drogas do sertão propiciou a conquista do Norte porque as atividades coletoras não
conduzem à ocupação de território.
b) As entradas e bandeiras foram fatores de penetração que favoreceram a ocupação do território amazônico, devido à
tendência bandeirante de difundir povoamento e integração.
c) Urucum, cacau, salsaparrilha, castanha-do-pará, anil e baunilha foram especiarias cuja coleta feita por mão-de-obra
indígena, justificou a ocupação do Norte especialmente a partir da perda do Império colonial português do Oriente.
d) Missões religiosas de jesuítas, capuchinhos e carmelitas tinham como único objetivo a catequeses indígena.
04. Assinale a única alternativa que não foi fator preponderante para o domínio português na região amazônica:
a) Coleta de drogas do sertão
b) Ação missionária
c) Busca de escravo indígena
d) Expansão da fronteira pecuária
e) Implantação de fortificações.
05. “A mineração se estabeleceu sob o signo da pobreza e da conturbação social, marcando-a, sobretudo, o enorme afluxo
de gente que acudiu ao apelo do ouro [...].” (Lauro de Mello e Souza, Os desclassificados do ouro).
Com relação à sociedade mineradora no Brasil, assinale a alternativa incorreta:
a) Foi marcada pela diversidade, percebida não só pela presença de cativos, como também pela vasta população livre,
envolvida em atividades comerciais, artesanais e de prestação de serviços.
b) No seu auge, caracterizou-se por amplas possibilidades de mobilidade social, observada pela presença de grande
população negra liberta e sua ascensão a cargos políticos e burocráticos da Coroa portuguesa.
c) A rápida concentração de pessoas na região mineradora gerou problemas de abastecimento que, aos poucos, foram
solucionados através da formação de uma dinâmica economia mercantil de alimentos.
d) Foi marcada por intensas rebeldias, não só de escravos, mas também da população livre, em oposição aos rigores da
fiscalização e da alta tributação imposta pela metrópole.
06. Para combater e inviabilizar a presença de estrangeiros, sobretudo castelhanos nos vales ao Madeira e Guaporé, as
autoridades coloniais portuguesas determinaram medidas de resguardo e proteção das áreas fronteiriças. Não faz parte
desse conjunto de medidas:
a) A realização da Bandeira de Francisco Mello Palheta que explorou os rios Madeira e Guaporé.
b) a realização da expedição de Manoel Félix de Lima que combateu a presença castelhana no vale das cachoeiras do
Madeira.
c) A construção do Forte de Nossa Senhora da Conceição no vale do no Guaporé.
d) A construção do Real Forte Príncipe da Beira no vale do rio Guaporé.
e) A proibição da navegação pelo rio Madeira até o início das atividades comerciais da Companhia do Grão-Pará e Maranhão
na região guaporeana.
07. Dentre os Indígenas que mais resistiram ao avanço colonizador no Guaporé e que por isso foram objeto de guerra justa,
encontramos.
a) Os Payaguá e os Kayapó.
b) Os Borôro e os Payaguá.
c) Os Pareci e os Kayapó.
d) Os Borôro e os Pareci.
08. A partir de 1750 com os tratados de limites, fixou-se a área territorial brasileira, com pequenas diferenças em relação à
configuração atual. A expansão geográfica havia rompido os limites impostos peloTratado de Tordesilhas. No período
colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão foram:
a) Criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida rede urbana.
b) Apresamento do indígena e constante procura de riquezas minerais.
c) Cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste.
d) Ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas.
e) Incremento da cultura do algodão e penetração dos Jesuítas no Maranhão.
09. Sobre a mineração no Vale do Guaporé não podemos afirmar que:
a) Foi realizada a partir do uso da mão-de-obra escrava oriunda de Belém do Pará, de Minas Gerais e das regiões litorâneas.
b) Os recursos técnicos utilizados eram rudimentares e pouco evoluíram ao longo do século XVIII.
c) A produção inconstante provocava constantes movimentos das massas populacionais da região que vinculavam sua
presença a abundância do metal precioso.
d) Determinou a fixação de atividades paralelas como a agropecuária de exportação e o comércio de drogas do sertão que
garantiram a sobrevivência da sociedade regional após a crise da mineração.
e) o esgotamento da mineração provocou um crônico endividamento dos proprietários e mineradores e foi causa do
abandono e decadência do Vaie do Guaporé.
10. As descobertas auríferas no Vale do Guaporé, região hoje pertencente ao estado de Rondônia, atraíram mineradores de
Cuiabá. Contudo, a mineração durou pouco tempo no Guaporé, que foi abandonado pelos exploradores. Fator decisivo no
despovoamento da região foi:
a) o esgotamento das reservas de ouro, não mais encontrado com facilidade.
b) o surto de malária e febre amarela, que matou centenas de mineradores.
c) as ofensivas da Coroa espanhola, que acabou tomando a região dos portugueses.
d) o ataque intermitente de indígenas, fazendo grande número de vítimas entre os mineradores.
e) o tráfico negreiro, que se tornou negócio muito mais rentável do que a exploração aurífera.
11. Na região do Guaporé, durante o período colonial, a sociedade era comandada por uma elite branca que
a) era escravista e controlava as minas e lavras e ainda os altos cargos da administração pública.
b) dominava as atividades agropastoris com o objetivo de dominar os mercados da Amazônia oriental.
c) mantinha sob seu domínio amplos seringais que eram explorados por escravos negros trazidos do Sul.
d) detinha o monopólio do comércio de manufaturados porque controlava as rotas fluviais Amazonas-Guaporé.
e) explorava a mão de obra indígena porque se recusava a importar escravos negros do Nordeste.
12. Entre 1647 e 1651, o bandeirante Antônio Raposo Tavares realizou uma das maiores expedições geográficas da história,
uma viagem de São Paulo a Belém, percorrendo mais de 5.000 km pelos sertões do continente americano. Essa expedição
revelou acessos do sul do Brasil para a Amazônia e a importância do Rio Madeira e sua ligação com os altiplanos andinos.
Devido à posição estratégica, a Coroa portuguesa determinou a ocupação do vale do rio Madeira, entre outros, por
a) mamelucos, nascidos no sertão nordestino, que buscavam fazer fortuna explorando escravos alforriados.
b) indígenas já catequizados que fugiam da escravidão a que eram submetidos no Centro-Sul.
c) bandeirantes enriquecidos com a exploração de ouro na região das Minas Gerais e do Mato Grosso.
d) missionários religiosos, considerados agentes importantes no processo de conversão e conquista.
e) aventureiros sulinos que não se adaptavam à vida nas estâncias onde predominava a pecuária de corte.
13. A história da ocupação luso-brasileira na Amazônia e, em especial, no Estado de Rondônia remonta ao começo do século
XVIII, a partir da descoberta de grandes jazidas de ouro. Essas descobertas
a) levaram ao desmembramento da antiga capitania de Mato Grosso, cuja porção ocidental passou a se denominar capitania
de Rondônia.
b) criaram núcleos isolados de povoamento com uma população de negros escravos para o trabalho nas jazidas
recém-descobertas.
c) deslocaram de outras regiões da Amazônia, escravos alforriados que viam na garimpagem possibilidades de se
estabelecerem em terras disponibilizadas pela Coroa Portuguesa.
d) atraíram mineradores vindos de Cuiabá, que migraram para a região, criando os primeiros povoados do vale do Guaporé.
e) atraíram para a região padres missionários, únicas pessoas autorizadas pela Coroa Portuguesa a controlar a extração dos
metais preciosos.
14. O Real Forte Príncipe da Beira foi inaugurado em 20 de agosto de 1783 e constitui hoje o mais antigo monumento
histórico de Rondônia. A construção do Forte obedeceu aos seguintes objetivos da Coroa Portuguesa:
I - defender as fronteiras portuguesas dos confrontos contra os espanhóis;
II - pacificar os movimentos nativistas e emancipacionistas que ocorriam na Amazônia;
III - intensificar a atividade comercial ao longo dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira;
IV - fixar como territórios portugueses as terras ao longo do rio Amazonas.
Estão corretas as afirmativas
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
15. Desde o período colonial, a ocupação e a colonização da região dos vales dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé foram
focos de preocupação dos governos brasileiros porque essa área
a) representava importante polo de atividade mercantil, vinculado à formação de lavouras e exportação de cacau.
b) representava importante via de rota comercial e seu controle garantia a posse territorial e a integridade de fronteira.
c) foi dominada por missões jesuíticas que passaram a constituir um "Estado religioso dentro do Estado".
d) estava sujeita às frequentes inundações da Bacia Amazônica, que destruíam qualquer tentativa de ocupação da região.
e) viabilizou o apresamento de indígenas para trabalhar nos seringais da Amazônia Ocidental.
16. A região do atual Estado de Rondônia passou a integrar oficialmente a colônia portuguesa na América somente em 1750,
quando foi firmado o Tratado de Madri, cuja base para determinações acerca de territórios foi o princípio do uti possidetis,
segundo o qual:
a) a aquisição dos territórios reivindicados só pode ser realizada através da compra.
b) as terras situadas às margens dos rios Guaporé e Mamoré passam a pertencer aos proprietários das minas de Potosí.
c) os territórios anteriormente ocupados pelos espanhóis ficam protegidos por expedições marítimas e terrestres.
d) os territórios devem pertencer a quem realmente os ocupa.
e) todos os acidentes geográficos devem alterar sua denominação, se mudarem os proprietários dos respectivos territórios.
17. No século XVIII, paralelamente à atividade mineradora, desenvolveu-se no Vale do Guaporé a:
a) atividade industrial, decorrente da mineração, que garantiu a sobrevivência da população após o esgotamento da
produção mineral.
b) atividade agrícola de exportação, com produtos como cacau, café e especiarias destinadas à região do Grão-Pará.
c) lavoura de subsistência direcionada ao atendimento das necessidades da população na região.
d) pecuária de corte associada ao povoamento da região.
e) exploração de poços petrolíferos naturais, que garantiram a autossuficiência da região até os dias atuais.
18. Durante o período colonial, a região do Vale do Guaporé foi foco de atenção do governo português, por sua situação
limítrofe e pela atividade comercial que a caracterizava. Em consequência, nela se delineou uma estrutura social típica da
colônia Sobre a estrutura social dos Vales do Guaporé e do Madeira nesta época, é correto afirmar que:
a) grande parte da população cativa resistiu à escravidão, de maneiras diversas: desde fugas, muitas vezes apoiadas pelos
vizinhos castelhanos, até o aldeamento em quilombos.
b) ao contrário do que ocorria nas demais regiões brasileiras, a elite branca era muito reduzida e possuía funções de caráter
exclusivamente militar, ficando a classe média encarregada da organização política.
c) parte da população escrava da região originou-se da migração de nordestinos na época do primeiro ciclo de extraçãodo
látex.
d) a grande maioria dos trabalhadores dos Vales do Guaporé e do Madeira era de indígenas originários do Vale do Paraguai e
submetidos à escravidão.
e) a entrada de migrantes para trabalhar nos seringais e na construção da ferrovia Madeira-Mamoré promoveu a formação
dos primeiros núcleos urbanos à margem dos rios.
19. É correto afirmar, sobre a construção do Real Porte Príncipe da Beira pelos portugueses, tinha como objetivo:
a) Garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos japoneses sobre a área.
b) Garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões, principalmente dos norte-americanos sobre a área.
c) Garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos ingleses sobre a área.
d) Garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré e afastar as pretensões dos canadenses sobre a área.
e) Garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos espanhóis sobre a área.
20. O descobrimento das lavras de ouro do Mato Grosso e Cuiabá propiciou uma intensa migração de paulistas, mineiros,
goianos a e outros para a região do Guaporé. Essa migração gerou a busca de cativos da região para apresamento. Os
preferidos pela docilidade eram:
a) Os Tupis e os Guaranis
b) Os Tamoios e os Moicanos
c) Os Muras e os Toras
d) Os Bororos e os Parecis
e) Paiaguás e Caiapós.
21. Antes da criação da capitania de Mato Grosso, a Coroa portuguesa determinou a fundação de uma vila no vale do Alto
Guaporé, para marcar o domínio português na região. Mas, somente em 1752, D. Antônio Rolim de Moura pôs em prática
essa ordem régia, fundando às margens do rio Guaporé:
a) Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá.
b) Vila de São José do Rio Negro.
c) Vila Bela da Santíssima Trindade.
d) Vila de Santo Antônio do Madeira.
22. No governo de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres foi construído às margens do rio Guaporé um forte
estratégico para apoio da rota das Monções do Norte, que estabeleciam ligações comerciais e administrativas entre Belém e
Vila Bela da Santíssima Trindade. Atualmente existem projetos de restauração desse monumento para torná-lo atração
turística. Trata-se do Forte:
a) Coimbra.
b) Iguatemi.
c) Príncipe da Beira.
d) Guajará-Mirim.
23. Qual das atividades econômicas período colonial brasileiro mais contribuiu para o desbravamento do vale amazônico?
a) A pecuária bovina, de caráter extensivo, destinada à produção do charque.
b) A mineração de diamantes e a exploração do ouro de aluvião.
c) A produção de tabaco destinada ao comércio de escravos na África.
d) A exploração das chamadas “drogas do sertão”.
e) A monocultura algodoeira e o plantio de arroz nos vales alagados.

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