Buscar

DIREITO TRIBUTARIO ESTRATEGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas -
Pós-Edital
Fábio Dutra
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 1 
72 
 
Aula 12: Simples Nacional (LC 123/06) 
Sumário 
OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA ........................................................................................... 2 
1 – SIMPLES NACIONAL ...................................................................................................... 3 
1.1 – Definição de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) .................................... 5 
1.2 – Enquadramento diferenciado por Estado, Distrito Federal ou Município ............................. 10 
1.3 – Vedações à opção pelo Simples Nacional .............................................................................. 11 
1.4 – Opção pelo regime do Simples Nacional ................................................................................ 14 
1.5 – Exclusão do regime do Simples Nacional ............................................................................... 15 
1.6 – Tributação no Simples Nacional ............................................................................................. 17 
1.7 – A não cumulatividade do ICMS e IPI e o Simples Nacional .................................................... 21 
1.8 – Tratamento Diferenciado em Aquisições Públicas ................................................................. 23 
1.9 – O “Investidor-Anjo” ................................................................................................................ 25 
1.10 – Microempreendedor Individual - MEI .................................................................................. 26 
1.11 – Obrigações acessórias .......................................................................................................... 28 
1.12 – Responsabilidade tributária dos sócios ................................................................................ 29 
1.13 – Do Processo Judicial ............................................................................................................. 32 
1.14 – Da Omissão de Receita ......................................................................................................... 33 
1.15 – Gestão do Simples Nacional ................................................................................................. 33 
1.16 – Fiscalização do Simples Nacional ......................................................................................... 34 
1.17 – Estímulo à Inovação e Inova Simples da Empresa Simples de Inovação ............................. 35 
1.18 – Parcelamento dos Débitos Tributários no Âmbito do Simples Nacional .............................. 39 
1.19 – Restituição e Compensação ................................................................................................. 41 
2 - QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS ........................................................... 43 
3 - LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .................................................................. 59 
4 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .......................................................... 69 
5 – RESUMO DA AULA...................................................................................................... 70 
 
 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 2 
72 
 
OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA 
Olá, amigas e amigos concurseiros! Tudo bem? 
Vamos iniciar mais uma aula de Direito Tributário aqui no Estratégia Concursos! 
A aula de hoje trata de um assunto específico, que é o Simples Nacional, regido pela Lei 
Complementar 123/2006, que já sofreu diversas atualizações. É aquele regime de tributação das 
micro e pequenas empresas! Estão prontos para começar? 
Antes, porém, vamos a nossa frase de hoje: 
"Tenha em mente que o seu desejo em atingir o sucesso é mais importante que qualquer coisa" 
Abraham Lincoln, Político 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 3 
72 
 
1 – SIMPLES NACIONAL 
 Em decorrência do princípio da isonomia, cuja essência consiste em tratar desigualmente os 
desiguais, não seria justo que as pequenas empresas, ao iniciar suas atividades, se submetessem à 
mesma carga tributária das grandes empresas. 
 O mesmo raciocínio se aplica em relação ao cumprimento das obrigações acessórias, já que 
não se compara a estrutura administrativa de uma multinacional com o boteco do Seu João, 
correto? 
 Desse modo, existe previsão constitucional (desde a sua promulgação em 1988) para que se 
institua tratamento diferenciado às microempresas (ME) e às empresas de pequeno porte (EPP), 
em seu art. 179 (no capítulo que cuida dos princípios gerais da atividade econômica): 
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às 
empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las 
pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela 
eliminação ou redução destas por meio de lei. 
 De acordo com o STF (ADI 1.643/UF), “não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a 
lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno 
porte de capacidade contributiva distinta (...)”. Percebe-se, portanto, que o tratamento 
diferenciado para as ME e EPPs já foi chancelado pelo STF. 
Vamos sintetizar isso pra fins de concurso público? Guarde assim: 
• Todos os entes federativos dispensarão tratamento diferenciado; 
• A lei definirá o conceito de ME e EPP; 
• Tratamento jurídico diferenciado: simplificação, eliminação ou redução. 
 
Palavras-chave: simplificação, eliminação ou redução. 
 
 
 O problema é que cada ente federativo criou um sistema próprio, concedendo tratamento 
diferenciado às MEs e EPPs, de forma que não havia qualquer uniformidade nas normas. Ou seja, a 
simplificação acabou se tornando uma “bagunça”. 
 Diante disso, o legislador constituinte providenciou alteração no texto constitucional, por 
intermédio da Emenda Constitucional 42/2003, incluindo a alínea “d” ao art. 146, III, cuja redação 
é a seguinte: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 4 
72 
 
(...) 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
(...) 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das 
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
Observação: os tributos a que se refere esse dispositivo são os seguintes: 
→ ICMS; 
→ Contribuição previdenciária do empregador e da entidade a ele equiparada pela lei; 
→ Contribuição para o PIS/Pasep; 
 Veja que a situação mudou completamente de figura. A partir da EC 42/03, cabe à lei 
complementar estabelecer normas gerais sobre o tratamento diferenciado e favorecido às MEs e 
EPPs, da mesma forma como o CTN cuidou da decadência e da prescrição, por exemplo. Isso 
significa que o objetivo do art. 179 da CF/88 será cumprido, mas terá que seguir os parâmetros 
definidos na lei complementar. 
 Não satisfeito, o legislador ainda acrescentou o par. único ao art. 146, no qual está prescrito 
o seguinte: 
Parágrafoúnico. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de 
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos 
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado 
cadastro nacional único de contribuintes. 
 Agora deve ter ficado bastante simples de entender qual é a real intenção do legislador, em 
relação ao tratamento diferenciado a ser conferido às MEs e EPPs. 
 Diante do exposto, é possível concluir também que o Simples Nacional é um regime único 
de arrecadação de diversos tributos (federais, estaduais e municipais), o que não se confunde 
com imposto único. 
 Nessa linha, também podemos dizer que o objetivo da criação desse mecanismo é reduzir a 
burocracia e também a carga tributária a que estão sujeitas as empresas menores. 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 5 
72 
 
 
A sistemática do Simples Nacional não se confunde com a cobrança de imposto único. 
Objetivo do Simples Nacional: redução de burocracia e carga tributária. 
 
 Outro aspecto interessante é que o legislador também acrescentou o art.94 no ADCT (ao 
final da CF/88), estabelecendo que, a partir do momento em que a lei complementar definida no 
art. 146, III, d, da CF/88 entrar em vigor, cessarão todos os regimes especiais criados pelos entes 
para as MEs e EPPs. Surge, então, a eminente Lei Complementar 123/2006, já tendo sido 
modificada diversas vezes a partir de então. 
Observação: Com o advento da LC 123/2006, o Simples Federal, existente até então 
pela Lei 9.317/1996, foi extinto, com base no art. 94 do ADCT, surgindo o Simples 
Nacional. Atualmente, considere errada qualquer questão que fale na vigência do 
Simples Federal. 
 O mais interessante é que, com o que vimos até o momento, você já é capaz de acertar 
mais de 50% das questões que versam sobre o Simples Nacional. Portanto, grave tudo, caro 
aluno(a)!!! 
 Em suma, o Simples Nacional é o regime único de arrecadação dos impostos e contribuições 
da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. 
 Embora se trate de um sistema de recolhimento único, a alíquota total consiste na soma 
das alíquotas dos respectivos tributos que compõem a sistemática do Simples Nacional. Tais 
alíquotas são escalonadas de forma progressiva com base no faturamento da empresa, dentro dos 
limites por nós estudados. 
 Vistos os conceitos constitucionais acerca do Simples Nacional, passemos ao estudo 
específico da LC 123/2006. 
1.1 – DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA (ME) E EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP) 
 A definição de ME e EPP foi realizada pelo art. 3º, da LC 123/2006, com base no volume da 
receita bruta das empresas. Antes de partirmos para os números, é necessário entender o que 
vem a ser receita bruta, de acordo com a LC 123/06 (e isso é muito importante para nossa 
prova!!!): 
Art. 3º - (...): 
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e 
serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em 
conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 6 
72 
 
 
Vamos esmiuçar o conceito de receita bruta previsto na LC 123/2006! 
Operações de conta própria → é o caso da empresa que vende suas próprias mercadorias e presta 
seus serviços, como uma loja de roupas, por exemplo. 
Operações em conta alheia → é o caso da empresa que vende produtos consignados em seu 
estabelecimento, por meio de contratos de comissão como, por exemplo, uma loja de carros. 
 É importante considerarmos que, ao mencionar produto da venda, preço dos serviços, 
resultados de operações em conta alheia, o legislador se refere ao valor total da receita de 
vendas, e não o lucro. Admite-se, porém, a exclusão das vendas canceladas e dos descontos 
incondicionais concedidos. 
 Neste ponto, vale observar que o desconto incondicional é aquele concedido 
independentemente de qualquer evento posterior à emissão da nota fiscal de venda, ou seja, eles 
já constam na própria nota fiscal. Por exemplo, quando você pede um desconto e o lojista 
imediatamente concede 5%, é um desconto incondicional. Porém, se o vendedor oferece 10% de 
desconto na próxima compra, trata-se de um desconto condicional. 
 
De acordo com a Resolução CGSN nº 94/2011: 
• As gorjetas, sejam elas compulsórias ou não, integram a receita bruta que serve de base de 
cálculo do Simples Nacional; 
• A venda de bens do ativo imobilizado não integra a base de cálculo do Simples Nacional. 
 
 Agora sim, você está pronto para ver os valores estipulados pelo legislador para definir o 
conceito de ME e EPP: 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, 
a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o 
empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente 
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, 
desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 
(trezentos e sessenta mil reais); e 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 7 
72 
 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos 
mil reais). 
 
 Podem ser consideradas ME ou EPP: 
• Sociedade empresária; 
• Sociedade simples; 
• Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI); 
• Empresário. 
 
Observação: Se as atividades da empresa se iniciaram no próprio ano-calendário, os 
valores são proporcionais ao número de meses (inclusive as frações de meses) em que 
a ME ou EPP houver exercido a atividade (LC 123/06, art. 3º, § 2º). 
 
 
 
 
 
 
Observação: Quanto ao prazo para opção pelo Simples Nacional, guarde o seguinte: 
Para empresas em início de atividade → o prazo para solicitação de opção é de 30 dias 
contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), 
desde que não tenham decorridos 180 dias da inscrição do CNPJ. Se deferida, a opção 
produz efeitos a partir da data da abertura do CNPJ. Após esse prazo, a opção somente 
será possível no mês de janeiro do ano-calendário seguinte. 
Para empresa que não está em início de atividade → a opção pelo Simples Nacional 
somente poderá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último dia útil, produzindo 
efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. 
ME → Receita Bruta ≤ R$ 360.000,00 
 
EPP → R$ 360.000,00 < Receita Bruta ≤ R$ 4.800.000,00 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 8 
72 
 
 Com base nisso,se uma empresa quiser se enquadrar como EPP, iniciando suas atividades 
em Outubro (ignoremos as frações de meses), o limite da receita bruta a ser auferida até o término 
do ano-calendário do início das atividades é de R$ 1.200.000,00 (3 x R$ 400.000,00). 
 “E se a receita bruta exceder o valor de R$ 4.800.000,00 ou o valor proporcional ao número 
de meses (R$ 1.200.000,00 no nosso exemplo)?” 
 Bom, nesse caso, é importante analisar se isso ocorreu no ano de início das atividades da 
empresa ou não. 
 Se tiver ocorrido no ano de início das atividades da empresa, e a receita bruta anual ou 
proporcional a esta tiver superado mais de 20% do limite (R$ 400.000,00 x nº de meses), ou seja, 
acima de R$ 480.000,00 x nº de meses, a empresa fica excluída do Simples Nacional, com efeitos 
retroativos ao início das atividades. 
 Se, por outro lado, a receita bruta anual tiver excedido o limite em até 20% deste, ficará 
excluída do Simples Nacional sem, contudo, haver efeitos retroativos sobre os meses anteriores. 
 Vamos supor, agora, que a empresa tenha excedido o limite fora do ano de início das suas 
atividades. Neste caso, em qualquer caso, não há que se falar em efeitos retroativos. Sendo assim, 
se o valor exceder o limite em até 20%, a exclusão só produzirá efeitos a partir do próximo ano-
calendário. Por outro lado, se a receita bruta exceder mais do que 20% do limite, a exclusão ocorre 
a partir do mês seguinte. 
 A título de ilustração do último caso apresentado, se no mês de Junho a empresa já tiver 
acumulado receita bruta superior a R$ 5.760.000,00 (R$ 4.800.000,00 + 20%), a exclusão ocorrerá 
a partir do mês de Julho. Caso contrário, a empresa deixará de participar do Simples Nacional, no 
ano subsequente. 
 E se a situação for inversa, ou seja, se a EPP faturar menos de R$ 360.000,00 no ano 
calendário? Passa, a partir do ano seguinte, à condição de ME. Semelhantemente, se a ME se 
desenvolver e superar o teto previsto para a sua categoria, passa à condição de EPP, a partir do 
ano seguinte, salvo se ultrapassar o teto de R$ 4.800.000,00, hipótese em que se aplicam as regras 
expostas acima. 
 Destaque-se que, para fins de enquadramento como EPP, a empresa pode auferir receitas 
de R$ 4.800.000,00 no mercado interno e, adicionalmente, receitas decorrentes de exportação de 
mercadorias, dentro do mesmo limite. Ou seja, são dois limites iguais: R$ 4.800.000,00 para o 
mercado interno somado a R$ 4.800.000,00 para exportação. 
 
A LC 147/2014 promoveu alterações na LC 123/2006, de modo que, a partir de janeiro de 2015, o 
limite extra também será aplicável às receitas decorrentes de exportação de serviços. Antes, o 
limite só se aplicava à exportação de mercadorias. 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 9 
72 
 
 Ressaltamos que se considera exportação, ainda que realizada por meio de empresa 
comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico, prevista no art. 56 da LC 123/2006 
(art. 3º, § 14). 
Outro ponto digno de nota é que, em caso de empresa que venda internamente e exporte 
mercadorias, para fins de definição da base de cálculo e da alíquota aplicável, serão consideradas 
separadamente as receitas brutas auferidas no mercado interno e aquelas decorrentes da 
exportação (art. 3°, § 15, com redação dada pela LC 147/2014). 
 Ademais, cabe destacar também que, na hipótese de a ME ou EPP auferir receitas sujeitas a 
substituição tributária, ou decorrentes de exportação, deverá informar essas receitas 
destacadamente, de modo que o aplicativo de cálculo (PGDAS-D) as desconsidere da base de 
cálculo dos tributos objeto de substituição (no caso de a ME ou EPP se encontrar na condição de 
substituída tributária) ou exportação. Ressalte-se, porém, que essas receitas continuam fazendo 
parte da base de cálculo dos demais tributos abrangidos pelo Simples Nacional. 
Observação: O Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - 
Declaratório (PGDAS-D) é um sistema eletrônico para a realização do cálculo do Simples 
Nacional para os períodos de apuração a partir de janeiro de 2012, conforme 
determinam a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (e alterações) e a 
Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011. 
 É também muito relevante citar o que foi previsto no § 3º, do art. 3º, da LC 123/2006: 
O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou empresa de 
pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer 
restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados. 
 
Enquadramento e desenquadramento de ME ou EPP não influenciam nos contratos por elas já 
firmados. 
 
 
 Por fim, e, não menos importante, é o fato de que a LC 155/2016, ao aumentar o limite da 
receita bruta da EPP para R$ 4.800.000,00, incluiu o art. 13-A na LC 123/2006, mantendo o teto 
antigo (R$ 3.600.000,00) para os tributos ICMS e ISS. Como assim? Vamos entender melhor! 
 Você aprenderá, ainda nesta aula, que existem diversos tributos incluídos na sistemática do 
Simples Nacional, como o IRPJ, a CSLL, PIS/Pasep e Cofins, ICMS, ISS etc. A maior parte dos 
tributos é, sem dúvida, de competência da União. Quanto a esses tributos, o limite para 
recolhimento com base nas alíquotas diferenciadas do Simples Nacional é realmente de R$ 
4.800.000,00. 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 10 
72 
 
 Porém, no tocante aos tributos de competência dos Estados e DF (ICMS) e dos Municípios 
e DF (ISS), foi mantido o limite anterior de R$ 3.600.000,00. Assim, uma empresa que fature algo 
entre R$ 3.600.000,00 e R$ 4.800.000,00, poderá calcular os tributos federais incluídos no Simples 
por essa sistemática, mas o ICMS, caso seja devido, será calculado conforme ocorre com as 
demais empresas não incluídas no Simples Nacional. O mesmo raciocínio se estende ao ISS. Ok? 
1.2 – ENQUADRAMENTO DIFERENCIADO POR ESTADO, DISTRITO FEDERAL OU MUNICÍPIO 
 Você se lembra de que uma das características estabelecidas pelo legislador constituinte, no 
art. 146, par. único, II, é que poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas 
por Estado? 
 Em cumprimento a este preceito constitucional, a LC 123/2006 estabeleceu algumas regras 
que iremos sintetizar na tabela abaixo, a fim de facilitar a sua compreensão: 
 
% de Participação no PIB Nacional Limite da EPP 
% de Partic. PIB ≤ 1% Até R$ 1.800.000,00 
% de Partic. PIB > 1% Até R$ 3.600.000,00 
 
Vamos entender! Para os Estados que não tenham adotado sublimite na forma explicada 
acima (R$ 1,8 milhão) e, para aqueles cuja participação no PIB seja superior a 1%, para efeito de 
recolhimento do ICMS e do ISS, observar-se-á obrigatoriamente o sublimite no valor de R$ 
3.600.000,00. Afinal, já sabemos que, quanto ao ICMS e ISS, não vale o limite 4,8 milhões, não é 
mesmo? ☺ 
 As empresas localizadas nos Estados que optarem pelo sublimite, quando excederem o teto, 
passarão a contribuir com o ICMS e o ISS (sim, o ISS também!) do mesmo modo que as demais 
empresas que não se enquadram no Simples Nacional. 
 
Observação: 
• O limite da EPP para ICMS e ISS, como visto, é de R$ 3.600.000,00 (para os tributos 
federais é R$ 4.800.000,00); 
• As regras da tabela se aplicam ao Distrito Federal; 
• A exclusão do Simples ocorrerá no mês seguinte ou no ano seguinte, a depender 
do valor que exceder o limite estadual (regra dos 20%); 
• A participação no PIB é apurada levando em consideração o último resultado do 
IBGE ou outro órgão que o substitua. 
• Esta regra é válida a partir de janeiro de 2018. 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas- Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 11 
72 
 
 
Quando um Estado opta pelo sublimite, TODOS os Municípios nele localizados adotam, 
obrigatoriamente, o mesmo limite estadual. 
Daí o fato de dizer que o ISS também é recolhido por “fora”. 
1.3 – VEDAÇÕES À OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL 
 A LC 123/2006 estabeleceu duas distintas vedações: vedação plena e vedação parcial. 
 A vedação plena diz respeito ao impedimento total de participar do regime diferenciado e 
favorecido do Simples Nacional. A vedação parcial, por outro lado, impede apenas as pessoas de 
recolherem os tributos e contribuições na forma do Simples Nacional. 
 Vamos entender melhor: a LC 123/2006 concede tratamento jurídico diferenciado às MEs e 
EPPs, além de um regime único e favorecido de arrecadação tributária. 
 Quando a pessoa se encontra nas hipóteses de vedação plena, não pode se beneficiar nem 
do tratamento jurídico diferenciado, nem do regime de tributação favorecido. Por outro lado, 
quando a vedação é parcial, a empresa só fica impedida de recolher os tributos conforme as regras 
do Simples Nacional, podendo gozar dos benefícios não tributários da LC 123/2006. Entendido? 
 Em relação às hipóteses de vedação plena e vedação parcial, não vamos ficar aqui 
transcrevendo páginas da LC 123/06. Vou apenas dizer onde está localizado, e você vai lá fazer 
uma leitura atenta! Vamos transcrever abaixo os dispositivos mais importantes sobre o tema. 
Vamos lá! ☺ 
Vedação Plena → LC 123/2006, art. 3º, §§ 4º, 5º e 6º. 
 Em suma, você deve memorizar o seguinte: 
Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado (Simples Nacional), para 
nenhum efeito legal (vedação plena), a pessoa jurídica: 
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com 
sede no exterior; 
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja 
sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta 
Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o 
inciso II do caput deste artigo; 
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra 
empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global 
ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00; 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 12 
72 
 
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com 
fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso 
II do caput deste artigo; 
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, 
de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de 
crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e 
câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização 
ou de previdência complementar; 
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento 
de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedade por ações. 
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, 
relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 147, de 2014) 
 
Vedação Parcial → LC 123/2006, art. 17. 
 Como são muitas as hipóteses, inseriremos abaixo as mais importantes, sendo muito 
importante que você abra a LC 123/2006 e faça uma atenta leitura das demais: 
Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional 
(Vedação Parcial) a microempresa ou a empresa de pequeno porte: 
I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, gerenciamento de ativos (asset management) ou compra de direitos 
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços 
(factoring) ou que execute operações de empréstimo, de financiamento e de desconto 
de títulos de crédito, exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes 
microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, 
inclusive sob a forma de empresa simples de crédito; (a parte destacada foi incluída 
pela LC 167/2019) 
II - que tenha sócio domiciliado no exterior; 
III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, 
federal, estadual ou municipal; 
V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as 
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja 
suspensa; 
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, 
exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte 
urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 13 
72 
 
metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores; (Redação dada pela 
Lei Complementar nº 147, de 2014) 
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia 
elétrica; 
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; 
X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: 
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e 
pólvoras, explosivos e detonantes; 
b) bebidas não alcoólicas a seguir descritas: 
1 - refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; 
2 - preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores 
concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de 
até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado; 
3 - cervejas sem álcool; 
c) bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por: 
1 - micro e pequenas cervejarias; 
 
2 - micro e pequenas vinícolas; 
 
3 - produtores de licores; 
 
4 - micro e pequenas destilarias; 
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. 
XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a 
prestação de serviços tributados pelo ISS. 
XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, 
municipal ou estadual, quando exigível. 
 Chamamos sua atenção para a alínea “c” acima, uma vez que se trata de novas atividades 
admitidas pela LC 155/2016. Veja que, excepcionalmente, a produção ou venda no atacado de 
bebidas alcoólicas foi admitida, desde que realizada pelas empresas ali citadas. 
 Tais empresas deverão obrigatoriamente ser registradas no Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (MAPA) e obedecerão também à regulamentação da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, quanto à produção e à 
comercialização de bebidas alcoólicas. 
 
 
 
 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 14 
72 
 
 
 
Antes da LC 147/2014, todos os que prestavam serviços de transporte intermunicipal einterestadual de passageiros não podiam recolher os tributos na forma prevista no Simples. 
Atualmente, há algumas exceções, previstas no inciso VI acima! 
 
 
Observação: Em caso de vedação plena, os efeitos se iniciam a partir do mês seguinte 
àquele no qual ocorreu a situação impeditiva. 
É muito importante se atentar às alterações promovidas pela LC 147/2014, já que há 
mais possibilidade de virem a ser cobradas em prova. 
1.4 – OPÇÃO PELO REGIME DO SIMPLES NACIONAL 
 Em relação à opção pelo regime do Simples Nacional, consideram-se automaticamente 
optantes aquelas MEs e EPPs que já eram optantes pelo Simples Federal (Lei 9.317/96) desde 
2007. 
 No que concerne às demais empresas, a opção por esse regime diferenciado e favorecido 
deve ser feita no mês de janeiro, até seu último dia útil, hipótese que produz efeitos a partir do 
primeiro dia do ano-calendário da opção. Pode acontecer de a opção produzir efeitos desde o 
início das atividades da empresa, desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem 
estabelecidos no ato do Comitê Gestor. 
Observação: O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) constitui uma das instâncias 
gestoras do Simples Nacional, cuja atribuição é regulamentar a opção, exclusão, 
tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança, dívida ativa, recolhimento e demais 
itens relativos ao regime único de tributação. 
 Cabe destacar, ainda, que é o Comitê Gestor que regulamentará a opção automática acima 
citada. Além disso, também é atribuição do Comitê Gestor regulamentar a forma como o 
indeferimento da opção pelo Simples Nacional será efetuado, mediante ato da Administração 
Tributária. 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 15 
72 
 
1.5 – EXCLUSÃO DO REGIME DO SIMPLES NACIONAL 
 A exclusão do regime do Simples Nacional pode ser feita tanto de ofício, como mediante 
comunicação das empresas optantes. Como vimos na observação do tópico anterior, cabe ao 
CGSN regulamentar tanto a opção como também as regras de exclusão. 
 Vejamos as situações em que ocorre exclusão de ofício (LC 123/2006, art. 29): 
I - verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória; 
II - for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de livros e 
documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, 
movimentação financeira, negócio ou atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses 
que autorizam a requisição de auxílio da força pública; 
III - for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao estabelecimento, ao 
domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas atividades ou se encontrem bens de sua 
propriedade; 
IV - a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas; 
V - tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei Complementar; 
VI - a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e 
alterações posteriores; 
VII - comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; 
VIII - houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da movimentação financeira, 
inclusive bancária; 
IX - for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 20% (vinte por cento) 
o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade; 
X - for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias para comercialização 
ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento de estoque, for superior a 80% (oitenta por 
cento) dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade; 
XI - houver descumprimento reiterado da obrigação contida no inciso I do caput do art. 26; 
XII - omitir de forma reiterada da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto 
pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado empregado, trabalhador avulso ou 
contribuinte individual que lhe preste serviço. 
 Sem nos aprofundarmos nos detalhes, perceba que, em todas as hipóteses acima citadas, 
compete à autoridade administrativa promover a exclusão de ofício das empresas optantes pelo 
Simples Nacional. 
 Já a exclusão do regime mediante comunicação das próprias MEs e EPPs, ocorre nos 
seguintes casos (LC 123/2006, art. 30): 
I - por opção; 
II - obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de vedação previstas nesta Lei 
Complementar; ou 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 16 
72 
 
III - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, o limite proporcional de 
receita bruta de que trata o § 2o do art. 3o; 
IV - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário, o limite de receita bruta previsto no inciso II 
do caput do art. 3o, quando não estiver no ano-calendário de início de atividade. 
 Percebe-se que a exclusão por comunicação deve ser feita pela empresa, quando ela 
desejar não mais ser tributada pelo regime do Simples Nacional ou quando se enquadrar em 
hipótese que a impeça de continuar no regime (limite de faturamento ou outras situações 
vedatórias). Atenção, lembre-se de que a comunicação deve ser feita à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil (RFB)! 
 E não para por aí! Considerando o nível de exigência das provas, precisamos conhecer os 
prazos para comunicação da exclusão pelas micro e pequenas empresas. Para isso, criei uma tabela 
para facilitar o entendimento: 
Motivo da Exclusão Data-Limite para comunicação à RFB 
1) Exclusão por opção Até o último dia útil do mês de janeiro. 
2) Exclusão obrigatória, quando ME ou EPP 
incorrer em qualquer das situações de vedação 
previstas nesta Lei Complementar 
Até o último dia útil do mês subseqüente 
àquele em que ocorrida a situação de vedação. 
3) Exclusão obrigatória, quando ultrapassado, 
no ano-calendário de início de atividade, o 
limite proporcional de receita bruta 
a) Até o último dia útil do mês seguinte àquele 
em que tiver ultrapassado em mais de 20% do 
limite proporcional. 
b) Até o último dia útil do mês de janeiro do 
ano-calendário subsequente ao de início de 
atividades, caso o excesso seja inferior a 20% do 
limite. 
4) Exclusão obrigatória, quando ultrapassado o 
limite de receita bruta, fora do ano-calendário 
de início de atividade 
a) Até o último dia útil do mês subsequente à 
ultrapassagem em mais de 20% do limite de 
receita bruta. 
b) Até o último dia útil do mês de janeiro do 
ano-calendário subsequente, na hipótese de 
não ter ultrapassado em mais de 20% do limite 
de receita bruta. 
 
 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 17 
72 
 
1.6 – TRIBUTAÇÃO NO SIMPLES NACIONAL 
 A opção pelo regime de tributação do Simples Nacional acarreta, para as MEs e EPPs, o 
recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação de diversos impostos e 
contribuições. Este documento é denominado Documento de Arrecadação do Simples Nacional 
(DAS). 
 
 
Somente alguns impostos e contribuições estão incluídos na sistemática do Simples Nacional. 
Não se inclui nesse regime as demais espécies tributárias. 
 
 É importante salientar também que, muito embora os cálculos dos tributos sejam feitos 
com base na receita auferida no mês (regime de competência), a LC 123/06 permite, na forma 
regulamentada pelo Comitê Gestor, que a empresa opte do cálculo pelo regime de caixa, 
considerandoas receitas efetivamente recebidas no mês. 
Observação: Para determinação da faixa de alíquotas aplicável, o sujeito passivo deverá 
continuar utilizando o regime de competência. A receita mensal recebida (regime de 
caixa) será utilizada, para efeito de determinação da base de cálculo mensal, na 
apuração dos valores devidos, ou seja, o valor sobre o qual incidirão as alíquotas dos 
tributos incluídos na sistemática do Simples Nacional. 
 Outro detalhe a ser destacado é que, em cumprimento ao postulado da isonomia, as 
alíquotas são progressivas, diretamente em função do volume de receitas. Ou seja, aqueles que 
vendem mais, possuem incidência mais gravosa. 
 Ademais, também em decorrência do princípio da isonomia, há distinção entre as 
alíquotas, conforme a atividade exercida pela empresa (comércio, indústria ou prestação de 
serviços). 
 Vamos ver, então, quais são os tributos incluídos na sistemática do Simples Nacional: 
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos 
seguintes impostos e contribuições: 
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; 
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; 
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o disposto no inciso XII do § 
1o deste artigo; 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 18 
72 
 
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; 
VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que 
trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de 
pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art. 18 desta Lei 
Complementar; 
VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; 
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
Observação: Serviços excepcionados da inclusão da CPP no Simples Nacional: 
• Construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de 
subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como 
decoração de interiores; 
• Serviço de vigilância, limpeza ou conservação; 
• Serviços advocatícios (Incluído pela LC 147/2014). 
 Vamos ver, então, os impostos e contribuições não submetidos ao Simples Nacional: 
I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF; 
II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; 
III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE; 
IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; 
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou 
variável; 
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; 
VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de 
Natureza Financeira - CPMF; 
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; 
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte 
individual; 
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; 
XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; 
XIII - ICMS devido: 
a) nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, tributação concentrada em uma única etapa 
(monofásica) e sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto com encerramento de 
tributação, envolvendo combustíveis e lubrificantes; energia elétrica; cigarros e outros produtos derivados do 
fumo; bebidas; óleos e azeites vegetais comestíveis; farinha de trigo e misturas de farinha de trigo; massas 
alimentícias; açúcares; produtos lácteos; carnes e suas preparações; preparações à base de cereais; 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 19 
72 
 
chocolates; produtos de padaria e da indústria de bolachas e biscoitos; sorvetes e preparados para fabricação 
de sorvetes em máquinas; cafés e mates, seus extratos, essências e concentrados; preparações para molhos e 
molhos preparados; preparações de produtos vegetais; rações para animais domésticos; veículos automotivos 
e automotores, suas peças, componentes e acessórios; pneumáticos; câmaras de ar e protetores de borracha; 
medicamentos e outros produtos farmacêuticos para uso humano ou veterinário; cosméticos; produtos de 
perfumaria e de higiene pessoal; papéis; plásticos; canetas e malas; cimentos; cal e argamassas; produtos 
cerâmicos; vidros; obras de metal e plástico para construção; telhas e caixas d’água; tintas e vernizes; 
produtos eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos; fios; cabos e outros condutores; transformadores 
elétricos e reatores; disjuntores; interruptores e tomadas; isoladores; para-raios e lâmpadas; máquinas e 
aparelhos de ar-condicionado; centrifugadores de uso doméstico; aparelhos e instrumentos de pesagem de 
uso doméstico; extintores; aparelhos ou máquinas de barbear; máquinas de cortar o cabelo ou de tosquiar; 
aparelhos de depilar, com motor elétrico incorporado; aquecedores elétricos de água para uso doméstico e 
termômetros; ferramentas; álcool etílico; sabões em pó e líquidos para roupas; detergentes; alvejantes; 
esponjas; palhas de aço e amaciantes de roupas; venda de mercadorias pelo sistema porta a porta; nas 
operações sujeitas ao regime de substituição tributária pelas operações anteriores; e nas prestações de 
serviços sujeitas aos regimes de substituição tributária e de antecipação de recolhimento do imposto com 
encerramento de tributação; (Redação dada pele Lei Complementar nº 147, de 2014) 
b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente; 
c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis 
líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou 
industrialização; 
d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; 
e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; 
f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; 
g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, 
nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal: 
1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do § 4º do art. 18 desta Lei 
Complementar; 
2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a diferença entre a alíquota interna e a 
interestadual, sendo vedada a agregação de qualquer valor; 
h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não sujeitas ao regime de 
antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual; 
XIV - ISS devido: 
a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; 
b) na importação de serviços; 
XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, não 
relacionados nos incisos anteriores. 
 
 
FábioDutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
==f49d7==
 
 
 
 
 
 20 
72 
 
Observação: 
➔ A CPMF já foi extinta. 
➔ Não se assuste com a extensa redação da alínea “a” do inciso XII, pois o mais 
importante é fazer uma leitura atenta e saber que não está compreendido no 
Simples Nacional o ICMS nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, 
tributação concentrada em uma única etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de 
antecipação do recolhimento do imposto com encerramento de tributação. 
➔ A alínea “h” se refere ao diferencial de alíquotas (DIFAL) disciplinado pela CF/88, no 
art. 155, § 2º, VII. 
 A maneira mais eficaz de memorizar os impostos e contribuições que estão incluídos no 
regime do Simples Nacional é lembrar que, com exceção da Contribuição Patronal Previdenciária, 
todos os demais citados guardam alguma relação com o faturamento da empresa. Ademais, como 
foi dito, elimine qualquer alternativa de prova que cite outras espécies tributárias, que não os 
impostos e contribuições. 
 Acrescentamos, por fim, que os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou 
sócio da microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, são isentos 
de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), salvo os que corresponderem a pró-labore, aluguéis 
ou serviços prestados. Isso significa que a remuneração por serviços prestados pelo sócio sofre 
tributação e a remuneração decorrente de distribuição de lucros é isenta! 
Observação: Esta isenção não é um benefício exclusivo das empresas optantes pelo 
Simples Nacional, já que tal isenção também ocorre em relação às demais empresas 
não optantes pelo Simples Nacional, em decorrência do disposto no art. 10, da Lei 
9.249/1995. 
 
Distribuição de lucros → isenção de IRPF 
Remuneração por pró-labore, aluguéis ou serviço prestado → Tributação por IRPF. 
Por último, e não menos importante, destacamos a possibilidade prevista no art. 18, § 18, 
da LC 123/06, que prevê a possibilidade de os Estados, Distrito Federal e Municípios estabelecer, 
na forma definida pelo Comitê Gestor, independentemente da receita bruta recebida no mês pelo 
contribuinte, valores fixos mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por 
microempresa que aufira receita bruta, no ano-calendário anterior, de até o limite máximo 
previsto na segunda faixa de receitas brutas anuais constantes dos Anexos I a VI (falaremos sobre 
esse valor logo abaixo), ficando a microempresa sujeita a esses valores durante todo o ano-
calendário. 
 A definição do Comitê Gestor ocorreu na Resolução CGSM n° 140/2018, art. 33: 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 21 
72 
 
Art. 33. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas respectivas competências, 
independentemente da receita bruta auferida no mês pelo contribuinte, poderão adotar valores fixos mensais, 
inclusive por meio de regime de estimativa fiscal ou arbitramento, para o recolhimento do ICMS e do ISS 
devido por ME que tenha auferido receita bruta total acumulada, nos mercados interno e externo, 
conjuntamente, no ano-calendário anterior, de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), observado o 
disposto neste artigo. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18, § 18) 
Se, por algum motivo, a empresa ultrapassar o limite acima fixado, voltará a recolher o ISS e 
ICMS da mesma forma que as demais empresas optantes pelo Simples Nacional, a partir do mês 
subsequente à ocorrência do excesso. 
 
Atenção! Existe a possibilidade de ME recolher ICMS e ISS por meio de valores fixos mensais, desde 
que haja estabelecimento pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos da Resolução 
CGSM n° 140/2018. 
 
 
1.7 – A NÃO CUMULATIVIDADE DO ICMS E IPI E O SIMPLES NACIONAL 
 O estudo da não cumulatividade do ICMS na sistemática do Simples Nacional envolve vários 
detalhes. Novamente, vamos nos ater ao que é mais importante para a sua prova. 
 Sendo assim, eu pergunto: é possível recuperar o ICMS devido na etapa anterior da cadeia 
de produção e comercialização de mercadorias, quando uma ou ambas as partes são optantes pelo 
Simples Nacional? A resposta é: depende. 
 A regra geral está prevista no caput do art. 23 da LC 123/2006: 
Art. 23. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à 
apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples 
Nacional. 
 Contudo, o § 1º, do art. 23, prevê o direito a crédito para as empresas não optantes do 
Simples Nacional, quando estas adquirirem de MEs e EPPs optantes, correspondente ao valor 
incidente de ICMS sobre a aquisição, desde que as mercadorias sejam destinadas à 
comercialização e industrialização. 
 Explique-se melhor: somente as empresas não optantes do Simples Nacional podem 
registrar crédito de ICMS. As optantes não podem fazê-lo. Isso é fato! O que se permite no § 1º é o 
crédito (pela adquirente) do que foi pago pela optante do Simples, quando vendeu mercadorias 
para outra empresa não optante do referido regime. 
 Destaque-se que o § 4º do art. 23, da LC 123/06, não permite o registro do crédito que 
acabamos de estudar, nas seguintes situações: 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 22 
72 
 
I - a microempresa ou empresa de pequeno porte estiver sujeita à tributação do ICMS no Simples Nacional por 
valores fixos mensais; 
II - a microempresa ou a empresa de pequeno porte não informar a alíquota de que trata o § 2º deste artigo 
no documento fiscal; 
III - houver isenção estabelecida pelo Estado ou Distrito Federal que abranja a faixa de receita bruta a que a 
microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês da operação. 
IV - o remetente da operação ou prestação considerar, por opção, que a alíquota determinada na forma do 
caput e dos §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei Complementar deverá incidir sobre a receita recebida no mês. 
 Se você entendeu bem como funciona a aplicação do princípio da não cumulatividade, nas 
aulas anteriores, deve ter percebido que nem tudo o que foi pago está sendo compensado! 
 Imagine o caso de uma indústria optante pelo Simples Nacional. Devido à sua opção, não 
pode creditar o ICMS pago nas operações anteriores. Portanto, na aquisição de insumos, o que foi 
pago de ICMS não pode ser compensado. 
 Ainda que a empresa adquirente (quando não optante) possa se creditar do ICMS pago pela 
indústria que optou pelo Simples Nacional, você viu que o ICMS relativo aos insumos deixou de ser 
recuperado. 
 Pensando nisso, o legislador previu no § 5º, do mesmo art. 23, a seguinte regra: 
§ 5º Mediante deliberação exclusiva e unilateral dos Estados e do Distrito Federal, poderá ser concedido às 
pessoas jurídicas e àquelas a elas equiparadas pela legislação tributária não optantes pelo Simples Nacional 
crédito correspondente ao ICMS incidente sobre os insumos utilizados nas mercadorias adquiridas de 
indústria optante pelo Simples Nacional, sendo vedado o estabelecimento de diferenciação no valor do 
crédito em razão da procedência dessas mercadorias. 
 Pela redação do dispositivo supracitado, perceba que deve haver deliberação exclusiva e 
unilateral dos Estados e do DF para que o crédito se torne possível. Ademais, o benefício somente 
é aplicável quando a optante é indústria. 
 
• O optante pelo Simples Nacional nunca credita. 
• O adquirente (se for não optante) pode creditar o valor pago pelo alienante optante pelo 
Simples. 
• É possível creditar também o valorrelativo aos insumos, quando houver deliberação 
exclusiva e unilateral dos Estados e DF. 
 
 Peraí, professor! E quanto ao IPI? É possível escriturar o crédito? 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 23 
72 
 
 Ao IPI aplica-se a mesma regra geral do caput do art. 23, da LC 123/2006: as microempresas 
e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem 
transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. 
Sendo o IPI imposto abrangido pelo Simples Nacional, as ME e EPP optantes por tal regime não 
podem se beneficiar do crédito de IPI! 
Por fim, deve ser ressaltado que as MEs e EPPs optantes pelo Simples Nacional não podem 
utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo fiscal: 
Art. 24. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não poderão 
utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo fiscal. 
Observação: Memorize esse dispositivo, pois ele já caiu em provas!!! 
1.8 – TRATAMENTO DIFERENCIADO EM AQUISIÇÕES PÚBLICAS 
 De acordo com o art. 47, caput, da LC 123/06, com redação dada pela LC 147/2014, nas 
contratações públicas da administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, 
estadual e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as 
microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento 
econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas 
e o incentivo à inovação tecnológica. 
 Dessa forma, previu-se no art. 47, par. único, que, enquanto não sobrevier legislação 
estadual ou municipal ou regulamento específico de cada órgão (conforme o caso) mais favorável 
à microempresa e empresa de pequeno porte, aplica-se a legislação federal. 
 Neste caso, a administração pública (LC 123/06, art. 48, caput): 
I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e 
empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 
II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos 
licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 147, de 2014) 
III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e 
cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 
 Talvez você seja questionado(a) em uma possível prova se existe alguma situação em que o 
processo licitatório seja destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de 
pequeno porte. A resposta é sim, nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00. 
 Há que se observar, entretanto, que estas condições diferenciadas concedidas às MEs e 
EPPs nem sempre se aplicam, já que o art. 49, da LC 123/06, dispensou tais regras quando: 
• Não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 24 
72 
 
microempresas, ou empresas de pequeno porte sediados local, ou regionalmente e capazes de 
cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório; 
• O tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte 
não for vantajoso para a administração pública, ou representar prejuízo ao conjunto, ou 
complexo do objeto a ser contratado; 
• A licitação for dispensável ou inexigível, nos termos da Lei 8.666/93. 
 Vale lembrar que o tratamento diferenciado conferido às MEs e EPPs não para por aí! A 
comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e empresas de pequeno 
porte, nas licitações públicas, somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. Ou 
seja, apenas na efetiva contratação da empresa pelo ente público. As demais empresas devem 
comprovar a regularidade fiscal na fase de habilitação dos licitantes, isto é, antes da definição do 
vencedor do processo licitatório. 
 
Comprovação de Regularidade Fiscal e Trabalhista 
Optantes p/ Simples Nacional → Assinatura do Contrato 
Demais empresas → Habilitação 
 
 Vale ressaltar que o art. 43, da LC 123/06, define que as microempresas e empresas de 
pequeno porte, por ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a 
documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal e trabalhista, mesmo 
que esta apresente alguma restrição. 
 
Observação: 
→ Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal e trabalhista, será 
assegurado o prazo de 5 (cinco) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao 
momento em que o proponente for declarado o vencedor do certame. 
→ A não-regularização da documentação, no prazo acima, implicará decadência do 
direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas na legislação específica. 
 Outro ponto digno de nota é que o art. 44, caput, assegura, como critério de desempate, 
preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte: 
Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as 
microempresas e empresas de pequeno porte. 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 25 
72 
 
§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e 
empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem 
classificada. 
§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco 
por cento) superior ao melhor preço. 
 Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas 
microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais 
bem classificada. Em se tratando de pregão, o intervalo será de até 5% superior ao melhor preço. 
Em suma, ainda que a ME e EPP não tenha oferecido a melhor proposta, é possível que logrem 
êxito no certame, pois será considerado empate, e, neste caso, elas possuem preferência de 
contratação. 
 
Em caso de empate, preferência para contratação de ME e EPP. 
Mas o que seria empate? 
Regra → propostas das ME e EPP iguais ou até 10% superiores à proposta melhor classificada. 
Pregão → propostas das ME e EPP iguais ou até 5% superiores à proposta melhor classificada. 
 
 
1.9 – O “INVESTIDOR-ANJO” 
 Com a publicação da Lei Complementar 155/2016, foi prevista a figura do “investidor-anjo”, 
que nada mais é do que uma pessoa física ou jurídica que investe em pequenas empresas com alto 
potencial de crescimento, fornecendo recursos para viabilizar o negócio e, consequentemente, 
obter retorno do seu investimento. 
 Vejamos como o assunto foi tratado pelo art. 61-A, da LC 123/06, incluído pela LC 155/2016: 
Art. 61-A. Para incentivar as atividades de inovação e os investimentos produtivos, a sociedade enquadrada 
como microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos desta Lei Complementar, poderá admitir o 
aporte de capital, que não integrará o capital social da empresa. (Incluído pela Lei Complementar nº 155, de 
2016) 
 A grande vantagem é que o investidor (pessoa física ou jurídica) não precisa integrar o 
capital social da empresa para aportar o capital. O objetivo ficaclaro pela própria redação do 
dispositivo: incentivar as atividades de inovação e os investimentos produtivos. É por isso que o 
legislador acrescentou o § 1º ao art. 61-A, estabelecendo a necessidade de as finalidades de 
fomento à inovação e investimentos produtivos constarem no contrato de participação, com 
vigência não superior a sete anos. 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 26 
72 
 
 
Para fins de enquadramento da sociedade como microempresa ou empresa de pequeno porte, os 
valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade. 
 
 
 A respeito do investidor-anjo, é muito importante guardarmos o seguinte: 
I - não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da 
empresa; 
II - não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recuperação judicial, não se 
aplicando a ele o art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil; 
III - será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato de participação, pelo prazo máximo 
de cinco anos. 
Observação: O art. 50, do Código Civil, trata da desconsideração da personalidade 
jurídica, em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, situação em que o juiz pode decidir que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 Vale ressaltar que, caso os sócios decidam pela venda da empresa, o investidor-anjo terá 
direito de preferência na aquisição, bem como direito de venda conjunta da titularidade do aporte 
de capital, nos mesmos termos e condições que forem ofertados aos sócios regulares. É o que 
prevê o art. 61-C, da LC 123/06, incluído pela LC 155/2016. 
 Em tempo, também devemos saber que os fundos de investimento poderão aportar 
capitais como investidores-anjos em microempresas e empresas de pequeno porte. 
1.10 – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI 
 A figura do Microempreendedor Individual – MEI – surgiu com o advento da LC 128/2008, 
lei complementar que promoveu alterações na LC 123/2006. O MEI é um benefício criado com o 
objetivo de formalização daquelas pessoas que possuem negócios pequenos. 
 A sistemática do MEI se baseia no recolhimento dos impostos e contribuições do Simples 
Nacional em valores fixos mensais, seja qual for a receita bruta auferida, respeitado, é claro, o 
limite para enquadramento como MEI, que por sinal é muito mais restrito do que o das MEs e 
EPPs: R$ 81.000,00 anual. 
 Os valores fixos a serem pagos pelo MEI são os seguintes: 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 27 
72 
 
• Contribuição para seguridade social, relativa ao empresário: R$ 45,65; 
• ICMS: R$ 1,00, caso seja contribuinte desse imposto; 
• ISS: R$ 5,00, caso seja contribuinte desse imposto. 
Observação: A contribuição descrita acima é a Contribuição previdenciária relativa à 
pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual, no valor de 5% do limite 
mínimo mensal do salário de contribuição (R$ 954,00 em 2018). 
 Destaque-se que o MEI é isento dos seguintes tributos: IR. CSLL, IPI, CPP (exceto se 
contratar um empregado), do PIS e da COFINS. 
 No que se refere às vedações, foi estabelecido que não pode optar pelo recolhimento do 
Simples Nacional em valores fixos o MEI: 
I - cuja atividade seja tributada na forma dos Anexos V ou VI desta Lei Complementar, salvo autorização 
relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo CGSN; 
II - que possua mais de um estabelecimento; 
III - que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou 
IV – constituído na forma de startup. 
Observação: Considera-se startup a empresa de caráter inovador que visa a aperfeiçoar 
sistemas, métodos ou modelos de negócio, de produção, de serviços ou de produtos, os 
quais, quando já existentes, caracterizam startups de natureza incremental, ou, quando 
relacionados à criação de algo totalmente novo, caracterizam startups de natureza 
disruptiva. 
 A LC 123/2006, com as alterações promovidas pela LC 155/2016, estabelece ainda que 
poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual ou o empreendedor que exerça as 
atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que possua 
um único empregado que receba exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da 
categoria profissional. Neste caso, deve obedecer ao seguinte: 
I - deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao segurado a seu serviço na forma 
da lei, observados prazo e condições estabelecidos pelo CGSN; 
II - é obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida 
pelo CGSN; e 
III - está sujeito ao recolhimento da Contribuição Previdenciária Patronal (CPP), calculada à 
alíquota de 3% sobre o salário de contribuição, na forma e prazos estabelecidos pelo CGSN. 
 Veja, portanto, que, se houver a contratação de um empregado, o MEI deixa de estar 
isento da CPP, devendo recolhê-la, após o cálculo da alíquota de 3% sobre o valor do salário de 
contribuição. 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 28 
72 
 
1.11 – OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 
 Nos arts. 25, 26 e 27 da LC 123/2006, o legislador estabeleceu as obrigações acessórias que 
ficaram a cargo do optante pelo Simples Nacional. 
 Inicialmente, cabe evidenciar a necessidade de prestação de declarações anuais à Receita 
Federal do Brasil: 
Art. 25. A microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional deverá apresentar 
anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil declaração única e simplificada de informações 
socioeconômicas e fiscais, que deverá ser disponibilizada aos órgãos de fiscalização tributária e previdenciária, 
observados prazo e modelo aprovados pelo CGSN e observado o disposto no § 15-A do art. 18. 
 Consoante o disposto no § 1º, do art. 25, a mencionada declaração constitui confissão de 
dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência de tributos e contribuições que não 
tenham sido recolhidos resultantes das informações nela prestadas. 
 Você deve se lembrar do que estudamos na aula sobre crédito tributário, acerca dos efeitos 
das declarações prestadas pelo contribuinte, quando há verdadeira confissão de dívida sem o 
correspondente pagamento, correto? A consequência é a constituição do crédito tributário, sem 
que haja procedimento administrativo ou notificação ao contribuinte, dando início, então, ao 
prazo prescricional. 
 Além disso, caso a empresa, optante pelo Simples Nacional, também esteja em situação de 
inatividade, deve informar tal fato na declaração anual prestada à RFB, na forma regulamentada 
pelo Comitê Gestor. Considera-se situação de inatividade quando a ME ou EPP não apresentar 
mutação patrimonial e atividade operacional durante todo o ano-calendário. 
 Destacamos também as seguintes obrigações acessórias, a cargo das optantes pelo Simples 
Nacional: 
• Emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com instruções expedidas 
pelo Comitê Gestor; 
• Manter em boa ordem e guardar os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos 
e contribuições devidos; e o cumprimento das obrigações acessórias a que se refere o art. 25 da 
LC 123/2006, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que 
lhes sejam pertinentes. 
• Manter o livro-caixa em que será escriturada sua movimentação financeira ebancária. 
 No que se refere ao MEI, a comprovação da receita bruta será feita mediante 
apresentação do registro de vendas ou de prestação de serviços na forma estabelecida pelo 
CGSN, ficando dispensado da emissão do documento fiscal citado como obrigação acessórias 
para os demais optantes do Simples Nacional, salvo quando a emissão for obrigatória. 
 
 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 29 
72 
 
 
O MEI só está obrigado a emitir documento fiscal em vendas destinadas a quem possua CNPJ. Fica, 
portanto, dispensado da emissão da “nota fiscal”, quando o destinatário é consumidor final. 
 
 
 Em tempo, a LC 123/2006 estabelece ao MEI que devem ser anexados ao registro de vendas 
ou de prestação de serviços, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, os documentos fiscais 
comprobatórios das entradas de mercadorias e serviços tomados referentes ao período, bem 
como os documentos fiscais relativos às operações ou prestações realizadas eventualmente 
emitidos. 
 Com o intuito de promover a simplificação dos procedimentos a ser adotados pelas MEs e 
EPPs, o art. 27 da LC 123/06 previu a opção de que os optantes venham a adotar contabilidade 
simplificada para os registros e controles das operações realizadas: 
Art. 27. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão, 
opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operações realizadas, 
conforme regulamentação do Comitê Gestor. 
 Por último, dispõe o art. 26, § 4º, da LC 123/06, que cabe ao Comitê Gestor estabelecer 
outras obrigações acessórias: 
§ 4º É vedada a exigência de obrigações tributárias acessórias relativas aos tributos apurados na forma do 
Simples Nacional além daquelas estipuladas pelo CGSN e atendidas por meio do Portal do Simples Nacional, 
bem como, o estabelecimento de exigências adicionais e unilaterais pelos entes federativos, exceto os 
programas de cidadania fiscal. 
Observação: Veja que o legislador se posicionou no sentido da possibilidade de 
instituição de obrigações acessórias, por meio de atos infralegais (estipulação pelo 
Comitê Gestor). 
1.12 – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS SÓCIOS 
 Antes da LC 147/2014, o titular, sócio ou administrador de ME e EPP que se encontrava sem 
movimento há mais de 12 meses poderia solicitar baixa nos registros dos órgãos públicos federais, 
estaduais e municipais, independentemente do pagamento de débitos tributários, taxas ou 
multas devidas pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses períodos. 
 O que era bom ficou ainda melhor com o advento da supracitada lei complementar. 
Atualmente, a solicitação de baixa pode ocorrer a qualquer tempo, ou seja, foi eliminado o 
requisito temporal de 12 meses sem movimentação. 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 30 
72 
 
 Portanto, o sócio da ME ou EPP pode solicitar a baixa nos registros dos órgãos públicos 
federais como estaduais e municipais, a qualquer tempo, mesmo que não tenha pago os débitos 
tributários. 
 Assim é a redação do caput do art. 9º, da LC 123/06: 
Art. 9o O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a empresários e 
pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo ocorrerá independentemente da 
regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do 
empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo 
das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, 
apuradas antes ou após o ato de extinção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 
 Nesse ponto, vamos fazer uma breve recordação: nós vimos, quando do estudo da 
responsabilidade tributária, que a responsabilidade do sócio não ocorre pelo simples fato de ser 
sócio, mas, sim, quando este assume a gestão da empresa, praticando atos com excesso de 
poderes ou infração da lei, contrato social ou estatutos. O sócio-gerente também pode ser 
responsabilizado por dissolução irregular da empresa. 
 Com base nesse raciocínio, a princípio não seria possível cobrar as dívidas do sócio, já que o 
próprio legislador o eximiu da prova de quitação dos tributos devidos. Contudo, vamos ver o que 
foi estabelecido nos §§ 4º e 5º do art. 9º: 
§ 4o - A baixa do empresário ou da pessoa jurídica não impede que, posteriormente, sejam lançados ou 
cobrados tributos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da falta do cumprimento de 
obrigações ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras 
irregularidades praticadas pelos empresários, pelas pessoas jurídicas ou por seus titulares, sócios ou 
administradores. 
§ 5º - A solicitação de baixa do empresário ou da pessoa jurídica importa responsabilidade solidária dos 
empresários, dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da ocorrência dos respectivos fatos 
geradores. 
Observação: A responsabilidade estabelecida nesse dispositivo difere daquela que 
estudamos no art. 135, III, porque não se limita aos que exercem a gestão sobre a 
pessoa jurídica, bem como não exige que haja infração à legislação. 
Sendo assim, fica o Fisco autorizado a constituir créditos tributários posteriormente à data do 
encerramento da empresa. Caso contrário, seria aberta uma grande brecha para os mal-
intencionados. 
 Destaque-se que, havendo baixa diante de existência de obrigações tributárias, haverá 
responsabilidade solidária dos respectivos titulares, sócios e dos administradores. 
 Ademais, também ficou estabelecido no § 1º do art. 9º, da LC 123/06 o seguinte: 
§ 1o O arquivamento, nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de empresários, de sociedades 
empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem como microempresa ou empresa de pequeno porte 
bem como o arquivamento de suas alterações são dispensados das seguintes exigências: 
Fábio Dutra
Aula 12
Direito Tributário p/ ISS-Uberlândia (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1001943
09407242609 - MARCO TÚLIO TORRES CAMPOS
 
 
 
 
 
 31 
72 
 
I - certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração do titular ou 
administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer atividade mercantil ou a 
administração de sociedade, em virtude de condenação criminal; 
II - prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo ou contribuição de 
qualquer natureza. 
 Por último, é válido acrescentar mais um benefício conferido às MEs e EPPs: 
Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e das 
empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. (Redação dada 
pela Lei Complementar nº 155, de 2016) 
 Isso significa que, mesmo que as MEs e EPPs tenham débitos fiscais, poderão participar do 
processo licitatório, somente sendo exigida a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista na 
assinatura do contrato. O mesmo raciocínio se aplica quanto à regularização tardia dos 
documentos comprobatórios da regularidade trabalhista. 
 
Antes da LC 155/2016, só havia previsão de regularidade fiscal no art. 42. Atualmente, o 
dispositivo menciona regularidade fiscal e trabalhista. Fique atento!!! 
 
 
 Não obstante tal benesse, é importante conhecer a redação do art. 43, com redação 
atualizada: 
Art. 43. As microempresas e as empresas de pequeno porte, por ocasião da participação em certames 
licitatórios, deverão apresentar

Outros materiais