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Aula 6 - Lei Penal no Espaço

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20/03/2020 - César Romão
Lei penal no espaço
Lei penal no espaço
Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”
Teoria Mista ou da Ubiquidade
Segundo esta teoria, leva-se em conta tanto o local da ação ou omissão, como do resultado.
Define o local (espaço) onde o crime foi praticado.
Teoria utilizada no Brasil.
Crimes a distância – são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o resultado em outro, podendo permitir uma dupla punição.
Art. 8º do CP: “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.”
Pena diversa - O juiz quando julgar o crime no Brasil, saber que houve uma pena já aplicada no outro país (pena diversa do Brasil), ele irá diminuir (atenuar) a pena do réu.
Pena idêntica – O juiz quando julgar o crime no Brasil, saber que houve uma pena já aplicada no outro país (pena idêntica ao Brasil; de mesma natureza), ele irá abater (computar; compensar) a pena do réu.
Exemplos
Se for uma pena restritiva de direitos, o juiz diminui a pena no Brasil, conforme o tempo cumprido no outro país.
Se for uma pena em forma de multa, o juiz diminui o valor da multa no Brasil, conforme o valor convertido pago no outro país.
Conceito de “Ne bis in idem”
Significa, “não duas vezes contra a mesma coisa".
No âmbito jurídico, diz que não se pune duas vezes o mesmo crime (não há dupla punição).
No Brasil pode ocorrer, caso seja feito um abrandamento (diminuição) da pena.
Princípio da Territorialidade
Art. 5º do CP: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.”
Jurisdição
Poder do Estado em aplicar o direito.
A jurisdição só é aplicada no território de determinado país, assim exercendo a sua soberania.
Território Nacional
Para fins penais, considera-se território nacional: o solo, as águas (mar) territoriais (até 12 milhas marítimas) e o espaço aéreo correspondente.
Regra: a lei brasileira será aplicada aos crimes cometidos no território brasileiro. 
Exceções: brasileiros que cometem crime no exterior; estrangeiros que cometem crime no Brasil e serão julgados pelo país de origem.
Territórios por Ficção (Extensão)
Art. 5º § 1º do CP: “Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.”
Em aeronaves e embarcações públicas ou a serviço público (podendo ser privadas), os crimes ocorridos serão julgados segundo as leis brasileiras, independentemente do local onde o crime ocorreu, ainda que esta embarcação ou aeronave esteja em outros territórios.
Em aeronaves e embarcações de propriedade privada, os crimes ocorridos serão julgados pela lei brasileira caso estejam em alto-mar ou no espaço aéreo brasileiro.
Art. 5º § 2º: “É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.”
Em aeronaves de natureza pública ou a serviço público, os crimes ocorridos sempre serão julgados pela lei de sua bandeira, independentemente do local em que se encontram.
Em aeronaves e embarcações de propriedade privada estrangeiras, no caso de pouso e voo no espaço aéreo correspondente, aplicam-se as leis deste espaço aéreo, assim como também em porto ou mar territorial do país específico	.
Imunidade
As Imunidades são privilégios atribuídos a certas pessoas, em vista dos cargos ou funções que exercem, logo ficarão isentos do cumprimento da lei do território que se encontra, quanto aos seus atos pessoais.
Imunidade Diplomática
Diplomatas em viagens, representando seu Estado em relações internacionais, são isentos do cumprimento da lei do território em que se encontram.
Imunidade Parlamentar
A imunidade parlamentar quer proteger os detentores deste cargo contra prisões arbitrárias e que colocariam o parlamentar em situação vexatória e desonrosa.
Art. 53 da CF: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.”
Imunidade Parlamentar Material: caracteriza a liberdade que o parlamentar possui de se expressar por meio de suas opiniões, palavras e votos, não podendo ser punido por essas ações.
Se aplica a Deputados, Senadores e Vereadores.
Imunidade Parlamentar Formal (foro por prerrogativa de função): desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Se aplica apenas a Deputados e Senadores.
Crimes em Embaixadas
A embaixada de determinado país no Brasil é território brasileiro e ao crime nela praticado será aplicada a lei penal brasileira, salvo a incidência de convenção, tratado ou regra de direito internacional.
Princípio da extraterritorialidade
Possibilidade da aplicação da lei brasileira, para fatos ocorridos fora do território brasileiro.
Extraterritorialidade incondicionada (Art. 7º, inciso I do CP): a lei brasileira se aplica de maneira imediata, sem qualquer condição.
A nacionalidade e a natureza do bem jurídico ofendido pela ação criminosa desenvolvida no território estrangeiro é que justificam a aplicação da lei brasileira.
O agente será punido aqui no Brasil independente dele já ter sido condenado ou absolvido lá no exterior.
O ato cometido já basta para que o autor do crime seja punido.
Exemplo: Acordão sobre Extraterritorialidade (Google Drive); chinês em embaixada brasileira com documento falso, será julgado mediante as leis brasileiras.
Extraterritorialidade condicionada (Art. 7º, inciso II do CP): a lei brasileira será aplicada mediante observância de condições estabelecidas no artigo citado acima.
O ato cometido depende de condições especificas para que o autor do crime seja punido.
Exemplo: Caso de estupro do Neymar (link no Google Chrome).
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