Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 1 Direitos Reais 1. Conceito: Direitos Reais ou Direito das coisas, consiste em um conjunto de princípios e normas que disciplinam a relação jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, segundo uma finalidade social. Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia XIII - a laje. C.C 2. Natureza jurídica: Real é o Direito que traduz o poder jurídico, direito de uma pessoa sobre uma coisa submetendo-a em todos (propriedade) ou em alguns de seus aspectos (usufruto, servidão, superfície etc...) - Sujeito passivo: surge quando houver a efetiva violação ou ameaça concreta de lesão. 3. Características dos direitos Reais: a) Legalidade ou tipicidade: os direitos Reais só existem se estiverem previstos em lei. (art. 1225 CC/2002 r) b) Taxatividade: a enumeração dos direitos reais é taxativa, (numerus clausus), não admite ampliação por deliberação das partes. c) Publicidade: primordialmente para bens imóveis, por se submeter a um registro formal. d) Eficácia erga omnes: são oponíveis a todas as pessoas. O reconhecimento de uma relação jurídica entre um homem e uma coisa. A eficácia erga omnes deve ser entendida com ressalvas, pois os direitos devem ser condicionados pela ordem jurídica. e) Sequela: o titular do direito pode seguir a coisa. f) *Exclusividade: diz não poder existir dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa. g) *A preferência - consiste no privilégio de obter o pagamento de uma dívida com o valor de bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Em caso de inadimplemento tem o credor o direito de se satisfazer sobre o valor do bem objeto de direito real, afastando outros credores que tenham apenas direito pessoal contra o devedor, ou mesmo direito real de inscrição posterior. 4. Obrigação Real (propter Rem) Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 2 São efetivamente obrigações, em sentido estrito, decorrem de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a ela, acompanhando em suas modificações do seu titular. ➔ Acompanha a coisa. É uma obrigação com eficácia Real. Exemplos: condomínio (1315 C.C 2002), demarcação de divisas (1297 C.C 2002). Posse ✓ Conceito: é uma circunstância fática tutelada pelo Direito. Fato de imensa importância jurídica e social. Não foi tipificada nos direitos reais (ver o rol taxativo do art. 1225) 1. Teorias da posse a) Teoria subjetiva de Savigny: define que a posse possui dois elementos: animus (a intenção de ter a coisa) e o corpus (o poder material sobre a cosia). Para ele os sujeitos têm que ter a intenção de se tornar possuidor da coisa e dispor do poder material sobre ele. b) Teoria objetiva de Ihering: possuidor seria aquele que mesmo sem o poder material sobre o bem, comporta-se como se fosse o proprietário, imprimindo destinação econômica. A exemplo o locador, embora ele não esteja efetivamente na posse do bem, ele percebe os alugueis e investe na manutenção do mesmo. c) Teoria sociológica da Posse: a posse deve atender a função social. 2. Teoria adotada pelo código Civil O Código Civil brasileiro adotou a teoria objetiva de Ihering, na perspectiva da função social do contrato. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. C.C/2002 Mesmo que o sujeito não seja o proprietário, mas se comporta como tal, por exemplo: plantando, construindo, morando, poderá ser considerado possuidor. 3. Distinção entre posse, propriedade e detenção Posse Propriedade Detenção Exercício do poder de fato em nome próprio, exteriorizando a propriedade e fazendo uso econômico da coisa (animus tenendi, intenção de usar a coisa tal qual o proprietário). O direito à propriedade consiste no direito real de usar, gozar e dispor da coisa respeitando sua função social. Quando a propriedade reúne todas essas faculdades, é uma propriedade plena o detentor não deve ser considerado possuidor, na mediada em que é um prestador de serviço da posse. vinculo Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 3 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Se houver violência para obter o bem será detenção, passando a violência, poderá ser considerada a posse. Ex: invasão de fazenda, enquanto a ocupação for violenta ou clandestina, será mera detenção. Ex: bibliotecário, motorista particular, caseiro... A ocupação de bens públicos há entendimento do STF que seja mera detenção 4. Classificação da Posse a) Quanto ao exercício e ao gozo: (art. 1.197 C.C /2002) Direta: é exercida com o poder material ou contato direto com a coisa. Exemplo: locatário. Indireta: é exercida por via oblíqua, segundo plano. Ex: o locador que recebe e goza dos alugueis, sem que esteja utilizando-o diretamente. Pode vir de uma obrigação pessoal, como o contrato de aluguel ou por uma obrigação real, a exemplo o usufruto. b) Quanto à existência do vício: (art. 1.200 C.C /2002) Posse justa: é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse injusta: injusta quando for violenta, clandestina ou precária. Precária é quando violar a boa fé objetiva. Exemplo: Gertrudes invade utilizando de violência a casa de praia de Maria, onde passava férias com sua família, Maria e sua família resistiram a ocupação por 3 dias. Até esse momento a posse é injusta. c) Quanto a legitimidade: subjetiva (art. 1.201 e 1202 C.C /2002) Posse de boa-fé: o agente pratica o ato em estado de inocência. O agente desconhece o vício que macula sua posse. Ex: Serafim recebe de Amenadiel uma doação de um apartamento em Los Angeles, porém tal doação não foi devidamente registrada, contudo Serafim acredita está tudo resolvido e mora no ap. Posse de má-fé: aquele que sabe do vício. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 4 d) Quanto ao tempo: (558/562 CPC/2015) Posse nova: ou força nova é a que tem menos de ano e dia. Posse Velha: ou força velha é a que tem mais de ano e dia. Esta distinção faz diferença para o processo civil e as medidas a serem tomadas para reintegração da posse. Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou dereintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. CPC /2015 e) Quanto a proteção: Posse ad interdicta: gera direitos de defesa da posse (interditos possessórios) mas não conduz à usucapião, a exemplo da posse do locatário. f) Posse ad usocampione: é a que tem aptidão de resultar na aquisição da propriedade. (art. 1.238 C.C /2002). 5. Composse Traduz a ideia de posse comum. Ex: os herdeiros durante o inventário. Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. C.C/2002 a) Pro diviso: quando os possuidores, todos tem direito ao bem, e resolvem delimitar áreas para seu exercício. b) Pro indiviso: quando os possuidores, exercem simultaneamente a posse sobre todo o bem. 6. Momento de aquisição da posse Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. C.C/2002 ✓ No momento em que se pode exercer o direito sobre o bem. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 5 ✓ A posse é transmissível aos herdeiros ou legatários. (art. 1206 C.C/2002) ✓ Sucessor universal: o herdeiro herda na totalidade dos bens, no caso da posse o herdeiro receberá na totalidade ou em parte da posse, tal como ela se ache, com seus vícios, se for de má-fé continuará sendo. A posse é transferida como foi deixada pelo cujus(morto). A transferência da posse é obrigatória. ✓ Sucessor Singular: é quando o falecido deixa o bem para uma determinada pessoa através de testamento, o bem aqui é certo é determinado. O sucessor singular, é facultado a receber ou não a posse. Ficará seu critério unir a sua posse com o antecessor, ou começar uma nova posse. Tal fato importa para contagem de tempo para usucapião. (1.207 C.C/2002) ✓ Quem pode adquirir a posse? Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - Pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - Por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. C.C/2002 O código de 1916 previa a possibilidade de a posse ser adquirida pelo constituo possessório, onde a pessoa tinha a posse em seu nome, passa a ter em nome de outra pessoa. Ex: o proprietário vende a casa e continua residindo como locatário. O oposto do caso anterior é o traditio brevi manu, situação em que possuía em nome alheio, passa a possuir em nome próprio. (não há entrega do bem) Tais mecanismos foram retirados do código. Pois o ocorrido nos casos foi uma mudança da natureza da posse. ✓ Modos de perda de posse: Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido C.C/2002 - A perda da posse se extingue quando cessa o exercício de fato sobre o bem, dos poderes referentes a propriedade (gozar, usar, dispor e reivindicar) - Através do esbulho, não presenciou, ou quando teve noticia não retornou para tentar recuperá-la. - Maria Helena Diniz: a perda da posse se dá por abandono da coisa, tradição, perda da própria coisa, destruição da coisa. 7. Efeitos da posse ✓ Percepção dos frutos Frutos são definidos como utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja a percepção não diminua a sua substancia. Exemplos: soja, bezerro, alugueis, juros) Se a utilidade causar destruição total ou parcial da coisa não de se falar tecnicamente de frutos. Quanto a natureza os frutos podem ser: a) Naturais: gerados sem intervenção humana direta, de origem vegetal ou animal. (crias de rebanhos e frutas de arvores por exemplo.). b) Industriais: são decorrentes da atividade industrial humana (manufaturados). c) Civis: são utilidades que a cosia frutífera periodicamente produz, viabilizando a ideia de renda. São chamados também de investimentos (juros, alugueis, ...) Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 6 Quanto a ligação com a coisa principal, os frutos podem ser classificados em: a) Colhidos ou percebidos: são os frutos já destacados da coisa principal, mas ainda existentes. b) Pendentes: são aqueles que ainda encontram ligados á coisa principal, não tendo sido destacados. c) Percipiendos: são aqueles que deveriam ter sido colhidos, mas não foram. d) Estantes: são os frutos já destacados, que se encontram estocados e armazenados para a venda; e) Consumidos: não mais existem. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos, enquanto ela durar, aos frutos colhidos e percebidos. Art. 1214 C.C/2002 Cessou a boa-fé, os frutos colhidos e percebidos, deverão ser restituídos, depois de deduzir as despesas da produção e custeio. Também devem ser restituídos os frutos percipiendos. Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam- se percebidos dia por dia. C.C/2002 Exemplo: os alugueis são considerados dia-a-dia. O possuidor de má-fé, responde pelos frutos colhidos e percebidos, e mesmos os que deixou de perceber por culpa, devera restituir o valor deduzindo as despesas de produção e o custeio. os efeitos da posse com relação ao produto. Produto são utilidades que a coisa principal produz, cuja a percepção ou extração diminui a sua substância (pedras e metais preciosos) há omissão no que tange os efeitos em relação aos produtos. Tal omissão causa divergências doutrinárias sobre a restituição dos produtos a restituição dos produtos percebidos em relação a posse de boa-fé. Stoltz entendi que não haverá restituição. art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem. C.C/2002 ✓ Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa Perda da coisa consiste em seu total, enquanto perecimento traduz um estrago parcial. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1217 C.C /2002 Agora se o possuidor mesmo que de boa-fé der causa ao evento respondera pelo dano. Dar causa é agir com dolo ou culpa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. C.C/2002 O possuidor de má-fé, mesmo que acidental, respondera pela destruição ou perda coisa, salvo se provar que o mesmo teria acontecido com o legitimo. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 7 Exemplo: Juarez possui uma TV, ciente da ilegitimidade de seu bem ainda faz uso. Ao ligar a tv ela sofre um curto- circuito onde queima. Caso Juarez prove que a pane aconteceria mesmo que fosse com o uso do legitimo dono, não responderia pelo dano, não provando responde pelo dano. ✓ Indenização pelas benfeitorias realizadas Benfeitoria é uma obra realizada pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o proposito de preserva-la, melhora-la ou embelezá-la. São classificadas em: a) Úteis: facilita a utilização da coisa. (abertura de uma garagem) b) Voluptuárias: são aquelas empreendidas por mero prazer (escultura no jardim, papel de parede) c) Necessárias: são aquelaspara evitar um estrago eminente ou uma mera deterioração da cosia principal. (reparação do telhado) Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. C.C/2002 Boa-fé Necessárias e úteis: reter a coisa, condicionando a devolução do valor correspondente. As voluptuárias, caso não indenizadas poderão ser levadas, desde que não danifique a coisa principal. O ressarcimento será do valor atual. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. C.C/2002 Má-fé Somente será ressarcido as benfeitorias necessárias, não podendo retê-las. O ressarcimento será na escolha do valor atual ou de seu custo. ✓ Proteção possessória Direito Material Há previsão de duas formas de autotutela da posse, que deverão ser exercidas com proporcionalidade: a legitima defesa e o desforço incontinente ou imediato. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 8 § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. C.C/2002 No caso de Turbação (perturbação ou embaraço da sua posse) poderá atuar em legitima defesa. No caso de Esbulho (privação da posse), poderá empreender desforço incontinenti, mas tem de ser imediato e proporcional. Direito Processual Três demandas possessórias mais frequentes. a) A ação de reintegração de posse: em caso de esbulho (privação ou perda da posse) b) A ação de manutenção da posse: em caso de turbação (embaraço ou perturbação da posse) c) Interdito proibitório: em caso de ameaça da posse. *esbulho o possuidor é afastado do exercício da posse enquanto a exercia * turbação não subtrai do possuidor a totalidade do exercício da posse, mas diminui o seu exercício na sua integralidade. *interdito possessório é uma ameaça a posse. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. § 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. § 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. § 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - Condenação em perdas e danos; II - Indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - Evitar nova turbação ou esbulho; II - Cumprir-se a tutela provisória ou final. Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. CPC/2015 Quanto as ações possessórias são possíveis a acumulação dos pedidos conforme o disposto art.555 CPC/2015 e ao seu caráter dúplice (situação que o demandado (réu) em sua resposta alega violação do seu direito e pugna pela proteção de sua posse). Art. 556 CPC/2015 Se a demanda for de posse nova (ajuizada no prazo de 1 ano e 1 dia), poderá ser aplicado o art. 300 do CPC/2015 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 9 Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. CPC/2015 Não há nada que impeça a concessão de tutela desde que preencha os requisitos do art. 300. No caso dos interditos proibitórios quando há ameaça de lesão, poderá requerer ao juiz que o segure de turbação ou esbulho iminente, mediante mandato proibitório cominando pena pecuniária caso seja transgredido. será aplicado a art. 567 CPC. Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Propriedade A constituição federal retrata a propriedade como um direito fundamental, onde deve atender a sua função social. (art. 5° XXII e XXIII) A propriedade faz parte do rol dos Direitos Reais, e deve sempre levar em conta seu aspecto funcional Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. O direito a propriedade consiste no direito real de usar, gozar e dispor da coisa respeitando sua função social. Quando a propriedade reúne todas essas faculdades, é uma propriedade plena., E vedado o abuso do direito de propriedade. O proprietário não pode fazer algo para prejudicar os outros. 1. Características: a) Complexo: pois é formado por um conjunto de poderes ou faculdades. b) Absoluto: porque sua oponibilidade é erga omnes c) Perpetuo: não se extingue, simplesmente pelo uso, pode ser transmitida por gerações. d) Exclusivo: ressalvada certas situações a exemplo do condomínio. e) Elástico: pode ser contraída por outros meios do direito real. ✓ Propriedade resolúvel – como a propriedade pode ter cláusula resolutiva; ✓ Ad tempus Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 10 ✓ Fiduciária 2. Extensão da propriedade A propriedade do solo, abrange o espaço aéreo e o subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício. 1229 CC. Não podendo o proprietário se opor a atividades realizadas por terceiros, a uma altura ou profundidade que não tenha interesse legitimo. Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneosde serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel. Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. A propriedade por sua vez NÃO abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica e outros bens referidos por lei. (1230 CC) O proprietário poderá usar os recursos minerais na construção desde que não seja transformado industrialmente, conforme previsto em lei especial. 3. Aquisição da propriedade São elas as formas de aquisição da propriedade imobiliária: a) Usucapião ✓ Conceitos e pressupostos: Usucapião é um modo originário de aquisição da propriedade, mediante o exercício da posse pacífica e contínua, durante certo período previsto em lei. Trata-se de uma prescrição aquisitiva. Os fundamentos da usucapião são a necessidade de segurança jurídica e a função social da propriedade. Para que configure a usucapião precisa de três pressupostos • Posse • Tempo • Animus domini É possível somar o tempo da posse para efeito de usucapião (1243C.C/02) Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 11 Nem todo bem é passível de usucapião como por exemplo aqueles que representam valores personalíssimos, como honra e nome. Em geral, bens de expressão econômica podem ser usucapidos, mas há exceções. ➢ Espécies de usucapião ✓ 1. Usucapião extraordinário 1238 CC Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Aquele que por 15 anos, sem interrupção, nem oposição, possui como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de titulo e boa-fé, por meio da usucapião extraordinária. Nessa situação, o possuidor requererá ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de titulo para o registro em cartório de imóveis. Não é necessário comprovar boa-fé. O prazo poderá ser reduzido para 10 anos, caso comprove que estabeleceu ali sua moradia habitual, ou nela realizou obras de caráter produtivo, caracterizando a dominação de posse trabalho. ✓ 2. Usucapião ordinária 1242 CC Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Requisitos: 10 anos-> ter a posse de forma continua, com justo título e boa-fé, período de 10 anos. 5 anos -> se o imóvel foi adquirido de forma onerosa, comprovada no RGI, e posteriormente cancelada, desde que os possuidores nele estiverem estabelecidos sua moradia, ou nele realizado investimento de interesse social e econômico. Conhecido também como usucapião tabular ou de livro. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 12 ✓ 3. Usucapião constitucional (ou especial) rural ou prolabore- (art. 191 CF, Art. 1239 CC) Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. CF/88 Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. CC/02 Requisitos: não ter outra propriedade, possuir a propriedade por 5 anos ininterruptos, em zonal rural, não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família. ✓ 4. Usucapião constitucional ou especial urbana ou pro misero (art. 183 da CF; Art. 1240 CC/02) Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe- á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Regulamento) § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. CF/88 Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir- lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. CC /02 Enunciado 85 I JORNADA DE DIREITO CIVIL Para efeitos do art. 1.240, caput, do novo Código Civil, entende-se por "área urbana" o imóvel edificado ou não, inclusive unidades autônomas vinculadas a condomínios edilícios. Requisitos: possuir área urbana, até 250 m2, 5 anos ininterruptos, não pode ter outra propriedade urbana ou rural, ser para moradia sua e de sua família. ✓ 5. Usucapião especial urbano coletivo (art. 10 do Estatuto da Cidade) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 13 Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) § 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. § 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. § 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. § 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando tambémos demais, discordantes ou ausentes. (Estatuto da Cidade102 /01) Requisitos: tempo mais de 5 anos, área total dividida entre os possuidores inferior a 250m2, os possuidores não poderão ter outro imóvel urbano ou rural. A usucapião será declarada por juiz, a fração de cada possuidor, através da sentença, que servira para fins de registro. ***a antiga redação falava da população de baixa renda, agora não mais. Deixou de ser um requisito? ✓ 6. Usucapião rural coletiva (1228 §§4° e 5° CC) Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. O artigo acima existe lacunas... como por exemplo quem pagaria a referida indenização? Alguns doutrinadores referem o artigo como inconstitucional. Outros utiliza-se dos artigos 184 a 186 para conferir a união o pagamento da indenização. Requisitos: área extensa, posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de 5 anos, considerável numero de pessoas, e estas utilizado a terra para interesse social ou econômico relevante. o juiz fixará justa indenização, pago o preço, a sentença valera para registro no nome dos possuidores. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art79 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 14 ✓ 7. Usucapião familiar (1240-A CC) Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Requisitos: posse direta, 2 anos, exclusiva, imóvel de ate 2502, que dividia com ex-companheiro ou cônjuge, que abandonou o lar, não pode ter outro imóvel urbano ou rural. Foi inserido pela lei 12424/11 (minha casa minha vida) e foi denominado usucapião pro-família ou por abandono de lar conjugal, este instituto será reconhecido uma única vez. Todos os modelos de famílias serão atendidos. Para ser caracterizado o abandono não precisa ser reconhecido o divórcio. (Enunciado 51 V JDC). Esta modalidade não importa qual o regime jurídico da relação conjugal, basta atender os requisitos expostos no artigo. Ex: Maria diz que vai comprar cigarros e não volta nunca mais, deixa sua companheira Joana. Eram casadas com comunhão total de bens. Eles possuíam juntas um imóvel de 200 m2, era o único imóvel que elas possuíam. Maria sai do lar sem dar satisfações por 2 anos. Maria fara direito da usucapião pro-família. Medidas judicias protetivas, como as acautelatórias como as previstas na Lei Maria da Penha não configuram abandono de lar. Também não entra como abando a saída do Lar por desejo de ambas as partes, acordado entre elas. Portanto, só configura o abandono quando resultar de ato voluntário e unilateral. ✓ 8. Usucapião indígena (1.228 §4° e 5° do CC e lei 6.001/73) O instituto e previsto no Estatuto do índio (lei 6.001/73) Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal. Requisitos: ser Índio, ocupar por 10 anos consecutivos, terras inferiores a 50 hectares. Não se aplica a terras de domínio da União nem as demarcações indígenas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12424.htm#art9 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 15 ✓ Usucapião administrativa ou extrajudicial (art. 1271 CPC) Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A: (Vigência) “Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: I - Ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias; II - Planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes; III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente; IV - Justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. § 1o O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido. § 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como discordância. § 3o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido. § 4o O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias. § 5o Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis. § 6o Transcorrido o prazo de que trata o § 4o deste artigo, sem pendência de diligências na forma do § 5o deste artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da concordância expressa dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso. § 7o Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta Lei. § 8o Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imóveis rejeitará o pedido. § 9o A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015consolidado.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015consolidado.htm#art216a Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 16 § 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum.” Requisitos: (i) o pedido fundamentado, acompanhado da ata notarial lavrada pelo tabelião com o tempo de posse e seus antecessores; (ii) planta e memorial descritivo assinada por profissional habilitado; (iii) certidão negativa dos distribuidores do local do imóvel e do domicilio do interessado; (iv) requisito facultativo que é o justo título (documento que comprove a efetiva aquisição da posse do bem). Quando o pedido de usucapião é encaminhado ao Cartório, esse determinará a publicação de editais em veículos de grande circulação, bem como notificará todos os interessados, como os confinantes, pessoa em cujo nome do imóvel estiver registrado, a Fazenda Pública e ainda se houver, o atual possuidor. Ao final, com a apresentação de todos os documentos solicitados e na concordância de todos os notificados, o Oficial já poderá promover o registro do bem. Se o pedido for rejeitado em razão do não preenchimento de todos os requisitos, a via judicial ainda é possível, uma vez que nada pode ser retirada da apreciação do Poder Judiciário. Por fim, cumpre trazer à baila, dentro da conjuntura apresentada, o fenômeno da desjudicialização e desburocratização que vem se manifestando no Direito Brasileiro, que consiste em suprimir do âmbito judicial atividades que tradicionalmente lhe cabem, transferindo-as para os chamados particulares em colaboração, dentre eles, especialmente, os notários e registradores públicos. A expressão mais visível e conhecida da desjudicialização era a possibilidade, instituída pela Lei nº 11.441/2007, de lavratura de escrituras públicas de inventário, separação e divórcio, sempre que não houver litígio, incapazes ou testamento. Nesse contexto, a usucapião administrativa ou extrajudicial traz uma nova manifestação do citado fenômeno ao prever a possibilidade de reconhecimento extrajudicial da usucapião. Nessa toada, o novo Código de Processo Civil inovou positivamente ao firmar uma medida mais rápida, no sentido de garantir a propriedade por meio da usucapião administrativa ou extrajudicial, acolhendo os reclamos da sociedade brasileira no que diz respeito ao instituto em tela. Fonte: https://jus.com.br/artigos/54855/breves-palavras-sobre-a-usucapiao-administrativa-no-novo- codigo-de-processo-civil b) Registro imobiliário O código Civil prevê que a aquisição da propriedade imobiliária através do registro do título. (princípio da publicidade) É importante para adentrar o assunto diferencia: matricula, registro e averbação. https://jus.com.br/artigos/54855/breves-palavras-sobre-a-usucapiao-administrativa-no-novo-codigo-de-processo-civil https://jus.com.br/artigos/54855/breves-palavras-sobre-a-usucapiao-administrativa-no-novo-codigo-de-processo-civil Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 17 - Matricula: é o “número de batismo” do imóvel. A matricula é o primeiro registro a ser lançado na vigência da lei de registros. Art. 228- A matrícula será efetuada por ocasião do primeiro registro a ser lançado na vigência desta Lei, mediante os elementos constantes do título apresentado e do registro anterior nele mencionado. Art. 228 da Lei de Registros Públicos 6015/73) Se parte do imóvel for alienado, desmembramento, constituirá uma nova matricula para a parte desmembrada constituindo número próprio. Se ocorrer a fusão, unificação, a matricula será unificada, de novo número, encerrando as primitivas. A cada nova alienação, por sua vez, haverá um novo numero de registro, mantendo-se a matricula. - Averbação: é qualquer anotação feita à margem de um registro, para indicar as alterações ocorridas no imóvel, seja quanto a sua situação física (edificação, mudança no nome da rua), seja quanto a situação jurídica de seu proprietário (mudança de solteiro para casado). - Registro: o registro no caso dos bens imóveis é a transferência do domínio. No Código Civil a propriedade é transferida entre vivos através do titulo translativo no Registro de imóveis. (1245 CC/02) “Quem registra não é dono?” Contem meia verdade no ditado. Caso você compre um apartamento e não registre no Cartório de Registros Imobiliários, formalmente não é dono. Lembrando que a propriedade pode ser adquirida de outra forma como a usucapião. O registro transfere o domínio. Enquanto o registro não é feito, o alienante continua a ser havido sendo dono do imóvel. Presunção relativa de veracidade do registro. (1245 §2° e 1247 do CC) Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. Sistema casual-> permite afasta o registro quando a causa não for verdadeira. Sistema abstrato -> o registro basta por si mesmo. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 18 **Registro Torrens: ??? o que entendi é que tem pouca aplicação, é apenas utilizado em áreas rurais. (Ver Lei de Registros Públicos 6015/73 art. 277 a 288) c) Acessão • Conceito: é um meio pelo qual se adquiri a propriedade imobiliária. Implica no aumento de volume da coisa principal, mediante união física. É um modo originário de aquisição da propriedade. Art. 1.248. A acessão pode dar-se: CC/02 I - Por formação de ilhas; II - Por aluvião; II - Por avulsão; IV - Por abandono de álveo; V - Por plantações ou construções. Artificial A acessão pode ser natural ou artificial, implica no aumento do volume da coisa. Exemplos: uma reforma nas paredes da casa é uma benfeitora, um puxadinho é uma acessão artificial. • Formas de acessão: ✓ 1. Acessão natural: formação de ilhas - 1249 CC/02 Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I - As que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; II - As que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. O surgimento da ilha implicará no aumento da propriedade dos ribeirinhos. Para o direito civil interessa apenas os rios não navegáveis. Naturais Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 19 A) Ilhas formadas no meio do rio cuja margem é de proprietários diferentes: B) As ilhas formadas entre o meio do rio e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado: C) As ilhas, que se formarem, pelo desdobramentode um novo braço de corrente, pertencem aos proprietários dos terrenos, à custa dos quais se formaram http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863 ✓ 2. Acessão Natural por aluvião – 1252 CC/02 A aluvião consiste no aumento lento e paulatino da margem de um terreno, mediante acumulo natural de detritos ou sedimentos. Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 20 Há a aluvião improprio, que se dá mediante a retração das águas, a exemplo da lagoa que perde volume de água, resultando no aumento da margem da fazenda. a) Aluvião própria b) Aluvião imprópria http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863 ✓ 3. Acesso natural por avulsão Enquanto a aluvião é lendo a avulsão é repentina. Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. É desmembramento súbito por força da corrente de água, que desfigura o imóvel tornando-o total ou parcialmente impróprio para o uso. Neste caso o dono poderá reclamar indenização, no prazo decadencial de um ano, não havendo a possibilidade de remoção. http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 21 ✓ 4. Acessão Natural de álveo abandonado – 1252 CC/02 O álveo abandonado é o leito seco do rio. Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. Não se pode confundir o álveo abandonado, em que o rio seca, com a aluvião imprópria, em que parte do álveo se descobre em razão de um desvio no curso das águas. Deve originar-se de forças naturais, pois, se oriundo de motivo de utilidade pública passa a pertencer a posse do álveo abandonado à pessoa de Direito Público que houver desapropriado, indenizando-se aquele que perdeu suas terras, nos moldes de uma desapropriação indireta, no entanto, por se tratar de um acontecimento natural, os donos dos terrenos por onde o rio inaugurar novo curso não terão direito a indenização. Art. 26. O álveo abandonado da corrente pública pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham direito a indenização alguma os donos dos terrenos por onde as águas abrigarem novo curso. Parágrafo único. Retornando o rio ao seu antigo leito, o abandonado volta aos seus antigos donos, salvo a hipótese do artigo seguinte, a não ser que esses donos indenizem ao Estado. Art. 27. Se a mudança da corrente se fez por utilidade pública, o prédio ocupado pelo novo álveo deve ser indenizado, e o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense da despesa feita. Art. 28. As disposições deste capítulo são também aplicáveis aos canais, lagos ou lagoas, nos casos semelhantes que ali ocorram, salvo a hipótese do art. 539 do Código Civil. ✓ 5. Acessão artificial: construções ou plantações Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Conceito de acessões artificiais (art. 1.253 a 1.259, CC): Resultam de trabalho humano, como plantações e construções (art. 1.248, V, CC), tendo caráter oneroso e submete-se à regra de que tudo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art539 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 22 aquilo que se incorpora ao bem, em razão de uma ação qualquer, cai sob o domínio do seu proprietário ante a presunção juris tantum, contida no art. 1.253, do CC. Diferença entre acessões artificiais e benfeitorias: Além disso, na acessão, a boa-fé é elemento imprescindível para que haja indenização; na benfeitoria ela é irrelevante, quando se trata de benfeitoria necessária. Na benfeitoria há, até certo ponto, uma característica de gestão de negócio, onde se faz presente o princípio da solidariedade humana e do não locupletamento. Na acessão o possuidor visa o seu próprio interesse, sem se preocupar com o do proprietário. O art. 1.219, do CC, admite a retenção para as benfeitorias necessárias ou úteis, tendo por fundamento a posse jurídica. Nada há em nosso sistema jurídico que permita o direito de retenção por acessão, em razão de ressarcimento Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Assim, aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. Marco Aurélio Viana demonstra que o mais adequado seria o dono dos materiais pudesse reivindicá-los, mas por uma questão de política legislativa e necessidade de manutenção do equilíbrio das relações sociais, a aquisição beneficiara o dono do terreno, estando-se os transtornos da destruição da coisa, que nada beneficiaria o prejudicado, já que não haverá mais identidade entre o que o dono perdeu e o que poderá recuperar. Portanto, só se poderá reivindicar os bens do dono do terreno antes do momento que ele incorpore ao seu solo[8]. O Enunciado nº 81, da 1ª Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho Federal de Justiça, prevê que “o direito de retenção previsto no art. 1.219 do CC, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões (construções e plantações) nas mesmas circunstâncias”. Imagine-se o seguinte exemplo: alguém está guardando, por ato de amizade, cimento de parente em sua garagem. Certo dia, essa pessoa utiliza o cimento e constrói em sua casa um canil. No caso em questão o sujeito terá a propriedade do que foi construído, mas por obvio terá que pagar ao amigo o cimento, sem prejuízo dos danos, pois claramente agiu de má-fé, pois o sujeito que guardava o cimento sabia claramente que cimento não era seu, havendo desrespeitado à boa-fé subjetiva, surgindo daí a responsabilidade civil, já que a má-fé induz a culpa. A presunção feito no artigo 1253 CC/02, trata-se de uma presunção relativa, pois as circunstancias podem levar a situações diversas As acessões artificiais são obras que criam uma coisa nova e que se aderem à propriedade anteriormente existentes As benfeitorias são as despesas feitas com a coisa, ou obras feitas na coisa, com o fito de conservá- la, melhorá-la ou embelezá-la. Não pode alterar a substancia da coisa http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863#_ftn8 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 23 Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. Há a preocupação de se punir a má fé.Agora se o sujeito planta em terreno alheio, se proceder de boa-fé terá o direito de ser indenizado. Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. ✓ Aquisição de propriedade mobiliária 1. Usucapião: ▪ Boa-fé, justo título-> 3 anos -> forma ordinária (art. 1260/cc-02) ▪ Má-fé, independente de justo título-> 5 anos -> extraordinária (art. 1261cc-02) *Questão que cabe discursões doutrinarias e de jurisprudência 2. Ocupação Também adquiria a propriedade aquele que assenhorear de coisa sem dono desde que não seja proibido por lei. ▪ Ocupação de um bem móvel sem dono ou de coisa abandonada. Não se pode assenhorear coisa perdida, pois, esta tem dono. 3. Da Descoberta (art. 1233-1237) 1- Deve ser restituído ao verdadeiro dono; 2- A restituição dará ao descobridor a recompensa de no mínimo 5% do seu valor e indenizações de despesas; 3- Se houver dolo por parte do descobridor devera indenizar ao proprietário ou possuidor legitimo; 4- Autoridade competente deve divulgar o bem achado em mídia ou edital 5- Se em 60 dias não achar o verdadeiro dono o bem será vendido em hasta publica 6- Será deduzidos os valores gastos com o leilão, a recompensa e os gastos do descobridor, o restante do dinheiro fica município; 7- Se o valor for irrisório deixa o bem com o descobridor. Constituí crime. Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 24 Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. CP/ 4. Achado de tesouro Também é uma forma de aquisição de propriedade. Para ser possível que o descobridor seja dono do tesouro são necessários quatro requisitos: o tesouro ser antigo, estar escondido, o dono ser desconhecido e o descobridor ter encontrado sem querer. A lei determina que tesouro encontrado seja dividido em partes iguais com o dono do terreno. Se o descobridor sabia que estava procurando em terreno dos outros sem a devida autorização, não terá direito a nada. O proprietário do terreno também fica com tudo no caso de ter contratado alguém para procurar ou se for o próprio descobridor. Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. 5. Tradição No direito brasileiro não basta a aquisição do bem pelo título, também é necessária uma solenidade. Para bens móveis essa solenidade é a tradição, a entrega do bem. Bens móveis -> tradição (entrega da coisa ao adquirente) Bens imóveis -> é o registro de título executivo A tradição pode ser: a) real: quando a coisa é entregue ao adquirente b) ficta: quando não há transferência efetiva, mas apenas fictícia, como no constituo possessório, o sujeito já tinha a coisa. c) Simbólica: quando a transferência do bem se opera por símbolo ou sinal, como por exemplo a entrega das chaves. Alienação a non domino Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 25 O código prevê a impossibilidade de a tradição operar a transferência da propriedade, se a alienação for feita por quem não seja o dono. Porém, comporta exceção Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. § 1o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. § 2o Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo. Teoria da aparência, clausula geral de boa-fé objetiva. A validade da alienação, nesse caso pressupõe a boa-fé do adquirente, a posterior aquisição da propriedade. 6. Especificação É a transformação da matéria prima em uma nova espécie, mediante trabalho manual ou industrial do especificador. Para que ocorra a especificação a transformação tem que ocorrer pela ação humana, e que não seja possível voltar a forma anterior. Ex: a transformação da argila de um terreno em uma obra de arte- escultura. O princípio cardeal nesta matéria é a predominância do lavor sobre o material: o especificador adquire a propriedade da espécie nova produzida, se a matéria-prima lhe pertencer, ainda que somente em parte; se na sua totalidade pertence a outrem, e não for possível reduzir-se à forma precedente, adquire-lhe ainda a propriedade, estando de boa-fé. Se de má-fé o especificador, a espécie nova será do proprietário da matéria- prima. Mas, em qualquer hipótese, se o preço da mão de obra exceder consideravelmente o valor da matéria-prima, a espécie nova será do especificador. Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. § 1o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. § 2o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima. Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos artes. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1o do artigo antecedente, quando irredutível a especificação. Boa-fé -> se não puder reduzir a forma original, será do especificador (quem fez a transformação) Má-fé -> sendo possível a voltar a forma anterior, ou quando não for pertencerá ao dono da matéria-prima; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1269 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 26 ** Se o valor da peça transformada for muito superior ao da matéria prima, independente de boa ou má-fé, a espécie nova será do especificador. Aos prejudicados, se ressarcirá o dano, exceto no caso de má-fé. 7. Comissão, comistão e adjunção Formas pouco comuns de aquisição da propriedade. ** não confundir a confusão com a do direito obrigacional. • Confusão: é a mistura de líquidos • Comistão: e a mistura de sólidos • Adjunção: é a justaposição de uma coisa a outra Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. § 1o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado. § 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros. Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra partecaberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado. Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273. 1- Se for possível a separação, continua a pertencer cada dono. 2- Se não for possível a separação, a coisa se torna indivisível, cada dono recebera seu quinhão. 3- Se uma das coisas poder ser considerada a principal, o dono dela deve indenizar os demais. 4- No caso de má-fé, a outra parte poderá ficar com a coisa, pagando a parte do outro, ou renunciar a sua parte recebendo a indenização. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1272 Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 27 Fonte: https://luanmesan.jusbrasil.com.br/artigos/446951487/direito-das-coisas-reais-aquisicao-da-propriedade-movel ✓ Perda da Propriedade Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - Por alienação; II - Pela renúncia; III - por abandono; IV - Por perecimento da coisa; V - Por desapropriação. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. Não se trata de rol exaustivo. 1. Alienação: traduz pela transferência da propriedade, a exemplo do efeito da compra e venda. O vendedor perde sua propriedade em favor do adquirente. 2. Renúncia: consiste em um ato formal de abdicação da coisa, como ocorre em um ato renunciativo de imóvel, lavrado e registrado em cartório. 3. Abandono: comportamento negativo do proprietário, que se desliga ou se desinteressa da coisa por completo e para sempre, com a intenção de abdicar do seu direito (negócio jurídico de atuação), sem o atribuir a outrem. Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. § 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. https://luanmesan.jusbrasil.com.br/artigos/446951487/direito-das-coisas-reais-aquisicao-da-propriedade-movel Direito Civil IV Lays Machado Resumo AV 1 28 § 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. 4. Perecimento: consiste na destruição do próprio bem. Desaparecendo o objeto da propriedade, por força natural ou atividade humana, não existe mais direito, por lhe faltar objeto. Trata-se de modalidade involuntária de perda da propriedade. O campo tomado definitivamente pelas águas ou o móvel destruído pelo incêndio desaparecem para realidade e para a vida negocial. Não há direito sem objeto. 5. Desapropriação. A desapropriação (artigo 1275, V e 1228, parágrafo 4º do CC) é considerada uma modalidade especial de perda da propriedade. Especial, por pertencer à seara do direito público, considerada pela CF regulada por normas administrativas, processuais e civis. A propriedade de alguém se transfere, por necessidade ou utilidade pública e interesse social, para o acervo estatal tendo em vista o interesse da coletividade. 6. Outros meios que não estão elencados no artigo: usucapião, arrematação, acessão... Fonte: GAGLIANO Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona Filho. Manual de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2017; http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863 https://luanmesan.jusbrasil.com.br/artigos/446951487/direito-das-coisas-reais-aquisicao-da- propriedade-movel http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8863 https://luanmesan.jusbrasil.com.br/artigos/446951487/direito-das-coisas-reais-aquisicao-da-propriedade-movel https://luanmesan.jusbrasil.com.br/artigos/446951487/direito-das-coisas-reais-aquisicao-da-propriedade-movel
Compartilhar