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ESTUDO SOBRE CASAMENTO

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DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
 
DIVISÃO – LIVRO IV – PARTE ESPECIAL 
DIREITO MATRIMONIAL QUATRO TEMAS NOS 272 ARTIGOS: 
1. DIREITO DAS ENTIDADES FAMILIARES (arts. 1.511 a 1.638) 
1.1.DO CASAMENTO; 
1.2.DA UNIÃO ESTÁVEL (1.723 – 1.727) 
2. DIREITO PARENTAL, RELATIVO ÀS SITUAÇÕES E RELAÇÕES JURÍDICAS DE PATERNIDADE, MATERNIDADE, 
FILIAÇÃO E PARENTESCO 
3. DIREITO PATRIMONIAL FAMILIAR (arts. 1.639 a 1.722) 
3.1. REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES E COMPANHEIROS; 
3.2. USURUTO E DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DE FILHOS MENORES; 
3.3. ALIMENTOS; 
3.4. BEM DE FAMÍLIA. 
4. DIREITO TUTELAR, RELATIVO À TUTELA, À GUARDA E À CURATELA (arts. 1.728 a 1.783) 
 
BIBLIOGRAFIA 
DIAS, Mª B. Manual direito das famílias. 13 ed. RT, 2019, págs.35 a 395 
DINIZ, Mª H. Curso de direito civil: Família vol.5. 31. ed. Saraiva, 2017, pág.17 a 508 
GAGLIANO, P.; PAMPLONA FILHO, R. Novo curso de Direito Civil: Direito de Família. Vol 6. 8 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2018, págs.44 a 411. 
LOBO, P.L.N. Direito civil; Família. vol 5. 8. ed. Saraiva, 2018, págs. 15 a 212 
TARTUCE, F. Direito civil: família. Vol 5. 14 ed. Forense, 2019, págs. 1 a 433 
 
 
→ DIREITO MATRIMONIAL – → CASAMENTO 
Referências legais: CRFB/88, arts. 1º, III, 3º, I, III e IV, 5°, 185, 191 e 226 a 230. CCB, arts. 1.511 a 
1.590, 1.639 a 1.693, 1.711 a 1.727. LINDB, art. 5º. Lei 8.069/90, arts. 2º a 35. Lei 8.009/90. Lei 
8.971/94, Lei 9.63/96, Lei 8.278/96; Lei 6.515/77, arts. 24 a 52. Lei 6.015/73, arts. 70 a 76, 97 a 100, 
244, 167, I, 1, 12, II, 5, 10, 14, 260. Dec-Lei 3.200/41, art. 2º. CPC, arts. 82, II, 92, II, 100, I e II, 155, II, 
320, II, 351, 472, 852 a 854, 88 II a VII, 1.129 a 1.124, 1.177 a 1.210. CP, arts.235 a 249. 
→ESTADO DE FAMÍLIA: posição e qualidade ocupadas pela pessoa na entidade familiar. 
•Um dos atributos da personalidade das pessoas naturais conferido pelo vínculo que une uma pessoa 
às outras 
•Vínculo conjugal ou parental (linha reta, colateral, afinidade). 
•Decorrem direitos e deveres disciplinados pelo direito de família, reflexos no direito processual, 
tributário, previdenciário etc. 
•Prova-se o estado de família com o registro público, oponível erga omnes. 
 
→AÇÕES DE ESTADO 
1.positivas para se obter um estado de família diverso do atual 
2.negativas para excluir determinado estado. 
 
→ORIGENS DO CASAMENTO 
•A origem primeira está na atração sexual, ou na concupiscência inata na pessoa. 
• É uma instituição jurídica, social e política. 
•União do homem e da mulher muito mais próxima do direito natural do que do direito positivo. 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
•Nuptiae sunt conjunctio maris et feminae, comnsortium omnis vitae, divini et humani juris 
communicatio (Modestino, Dig. 23, II). As núpcias são a união do marido e da mulher em consórcio 
para toda vida pelo direito humano e pelo divino. 
 
→CARÁTER RELIGIOSO E PERENIDADE DA UNIÃO. 
Nuptiae autem sive matrimonium est viri et mulieris conjunctio individuam vitae consuetudinem vitae 
contines (Ulpiano, Institutas, lib. I, tít IX, § 1º) .As núpcias ou matrimônio são a união do homem e da 
mulher, a qual mantém um hábito indivisível de vida. Adotada pelo direito canônico 
•São definições metajurídicas que confundem elementos jurídicos com considerações alheias ao 
mundo jurídico 
•Código de Hamurabi, art. 145. 
•Código de Manu, art. 476. 
•Bíblia: Gênesis, 16, 24, 29 – Isaac e Rebeca; Jacob e Raquel; Tobias, 7 – Tobias e Sara. 
•Roma, 753 ac. direito sistematizado, desligando-se da religião. 
•Lei das XX Tábuas, 452 ac. Tábua sexta – direito de propriedade, posse. 
•Lex Canuleia, 445 ac permitiu casamento entre patrícios e plebeus. 
•Lex de maritandis ordinibus, 18 ac – sobre casamento. 
 
→ESPÉCIES DE CASAMENTO ENTRE OS ROMANOS 
1. Conventio in manum – a mulher e o patrimônio passavam para o manus maritalis. 
1.1.confarreatio – casamento religioso dos patrícios. 
1.2.coemptio – casamento da plebe, venda simulada pelo pai ao marido. 
2. Conventio sine manus – a mulher continuava pertencer ao lar paterno. 
3.Usus – aquisição da mulher pela posse (vida em comum durante um ano). 
4. Justae nuptiae – matrimônio livre: capacidade e consentimento dos cônjuges e ausência de 
impedimentos 
5.1. Jus gentium ou sine connubio – a boda entre peregrinos; 
5.2. Contubernium – a união de fato entre os escravos; 
5.3. Concubinatus, sem consensus nuptialis – a união livre. 
 
•Casamento romano não se constituía numa simples união física. 
•Traço marcante – affectio maritalis (corpus e animus). 
•Não indissolúvel, porém revestia-se de um caráter de perpetuidade – consortium omnis vitae 
•Regime de bens variável casamento cum manu ou sine manu. 
•Jesus Cristo Igreja Católica, 50 dc. 
•Canonização do casamento, séc. IX. 
•Concílio Lateranense, 1215, promessa de casamento pública. 
•Concílio de Trento, 1563, regulou toda matéria matrimonial. 
 
→ ESPÉCIES DE CASAMENTO NO DIREITO PORTUGUÊS DE XVI 
1.Casamento realizado perante a autoridade eclesiástica. Dotado de publicidade e formalismo, 
compatíveis para gerar efeitos jurídicos. 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
2.Casamento de marido conhecido, sem a intervenção da autoridade eclesiástica e caracterizado 
pela coabitação e pela cooperação mútua entre o homem e a mulher (equivalia a usus, que 
deveria ser provado pela presença da affectio maritais). 
3.O casamento à morganheira, ou seja, um casamento de consciência, desprovido de qualquer 
publicidade e sem a incidência de normas jurídicas. 
A inspiração cristã sobre o casamento como instituto jurídico pode ser encontrada na 
codificação francesa de 1804, tendo o Código de Bevilácqua concebido numa estrutura bastante 
semelhante, como uma sociedade fechada na qual não vigora a solidariedade como dever, mas a 
chefia e orientação exclusiva do cônjuge varão. 
Uma nova orientação pode ser identificada a partir da Declaração da Organização das 
Nações Unidas, de 1948, que estabeleceu o princípio da igualdade de direitos e deveres entre o 
homem e a mulher na constância do casamento. Subscrita pelo Brasil, mas observado a partir da 
CF/1988. 
→CONCEITO/DEFINIÇÃO 
“Sociedade do homem e da mulher que se unem para perpetuar a espécie humana e se ajudar, 
mediante socorros mútuos, a carregar o peso da vida e para compartilhar um destino comum” 
(Portalis). 
É o vínculo jurídico entre um homem e uma mulher, visando o auxílio mútuo material e espiritual, de 
modo que haja uma integração fisiopsíquica e a constituição de uma família (Gangi). 
“É um contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem indissoluvelmente, 
legitimando suas relações sexuais; estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses 
e comprometendo-se a criar e educar a prole que de ambos nascer” (Clóvis Beviláqua). 
“casamento é a união do homem e da mulher com o fim de criar uma comunidade de existência” 
(Wetter) 
“É o contrato de direito de família que tem por fim promover a união do homem e da mulher, de 
conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações sexuais, cuidarem da prole comum e se 
prestarem mútua assistência” (Sílvio Rodrigues). 
“É a união do homem e da mulher para o estabelecimento de uma plena comunidade de vida” 
(Borda). 
•com base na igualdade de direitos e deveres, sem interferências na comunhão de vida do casal (CC, 
arts. 1.511, 1.513, 1.565 e 1.573). 
“Este derecho de família es el conjunto de normas que regulam las relaciones familiares, 
principalmente entre padres e hijos, aunque también tiene en cuenta otras relaciones de 
parentesco” Guillermo A Borda, in Manual de Derecho de Familia, Perrot, B. Aires 
→PRINCÍPIOS 
 1.livre união dos nubentes 
 2.monogamia (CC, arts. 1.521, VI; 1.548, II; CP, 235) 
 3.comunhãoindivisa (vida em comum) – CC, art. 1.511 – “comungam os mesmos ideais, renunciando 
os instintos egoísticos ou personalistas, em função de um bem maior, que é a família” ( E O Leite) 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
 
→NATUREZA JURÍDICA 
Predomínio das normas imperativas, isto é, normas que são inderrogáveis pela vontade dos 
particulares, não podem estabelecer a ordenação de suas relações (jus cogens). Não se lhes atribui 
o poder de fixar o conteúdo do casamento (v.g. modificar os deveres conjugais, art.1.566); ou 
sujeitar a termo ou condição o reconhecimento do filho (art.1.613); ou alterar o conteúdo do pátrio 
poder (art.1.634). São normas de interesse e ordem pública. 
As relações adstringem-se às pessoas físicas, sem obrigar o ente público na solução dos 
litígios. A proteção às famílias, à prole, aos menores, ao casamento, aos regimes de bens não vai 
além de mera tutela, não acarretando a responsabilidade direta do Estado na observância ou não 
das regras correspondentes pelos cônjuges ou mais sujeitos da relação jurídica. Por isso, Borda 
defende o caráter puramente privado do direito de família, contestando Cicu, que considerava a 
família um ente próprio, cujos interesses são distintos e superiores aos seus membros, colocados 
numa posição intermediária entre os de caráter privado e os de caráter público. 
1. TEORIA CLÁSSICA ou contratual (Savigny, Mazeaud, Barassi, Pontes, E. Espíndola, O Gomes, S. 
Rodrigues) é um contrato celebrado entre sujeitos de direito de sexos diferentes, para comunhão 
de seus bens e a satisfação dos seus interesses, conforme deliberarem, porém sempre em 
observância à lei. Orlando Gomes, um contrato com feição especial; Sílvio Rodrigues, contrato de 
direito de família. 
2. TEORIA INSTITUCIONAL (Planiol e Ripert, W de Barros, A Wald) é uma instituição natural 
humana, por meio da qual os objetivos intrínsecos à personalidade dos cônjuges de sexos 
diferentes podem ser atingidos, observada a lei. 
3. TEORIA MISTA ou eclética (MH Diniz) é um negócio jurídico no momento da sua celebração, 
porém uma instituição quanto aos seus efeitos, isto é, natureza de contrato na sua formação, por 
se originar do acordo de vontade e de instituição em sua duração, pela interferência do Poder 
Público e pelo caráter inalterável de seus efeitos. Esta distingue o casamento-fonte do casamento-
estado, aquele de natureza contratual e, este, institucional. 
É instituição porque elevado à categoria de um valor, ou de uma ordem constituída pelo 
Estado. É instituto não somente jurídico, mas também ético, social, político, uma união não só de 
dois patrimônios, não de só corpos, mas também de espírito. 
Constitui uma grande instituição social, que de fato nasce da vontade dos contraentes, mas 
que da imutável autoridade da lei recebe a sua forma, as suas normas e os seus efeitos. As pessoas 
que o contraem, explica Salvat, têm a liberdade de realizá-lo ou não. A vontade individual é livre 
para fazer surgir a relação, mas não pode alterar a disciplina estatuída pela lei. 
O casamento não se resume a um rol de direitos e obrigações de cunho patrimonial ou 
econômico. 
O fator determinante de sua celebração é a affectio maritalis, ou amor que nutre os esposos. 
Daí vários caracteres: 
1.Trata-se de uma instituição de ordem pública, dada a legislação existente, à qual devem 
subordinar-se as convenções particulares. 
2.Importa em uma união exclusiva, e isto precipuamente em razão da natureza do próprio ser 
humano, que não comporta uma tolerância de compartilhamento nessa ordem. 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
3.Determina uma comunidade de vida para os cônjuges não somente nos interesses patrimoniais, 
mas em especial nos sentimentos, desejos e intenções. 
4.Não admite termo ou condição para a contratação. Ninguém celebra um casamento condicional, 
passível de desconstituição se não cumprida alguma obrigação. 
5.Constitui um ato pessoal, da exclusiva decisão dos nubentes, indo já distantes os tempos quando 
os pais decidiam sobre o consorte do filho ou da filha. Para ser válido é mister que haja acordo de 
vontades dos contratantes. 
6.Reveste-se o ato de solenidade,com observância de uma série de requisitos e inscrição no 
registro civil. 
Como fato natural, a família precedeu o casamento. 
 Guillermo A Borda 
CONTRATO INSTITUIÇÃO 
Uma especulação Um consortium 
Rege-se pela igualdade Rege-se pela disciplina 
Uma mera relação, efeitos somente entre as partes Impõe-se às partes e à comunidade 
Relação exterior aos contratantes, laço obrigacional Uma interiorização 
Produto da concorrência Produto da comunicação 
É precário, extingue-se com o pagamento É perene 
Relação subjetiva de pessoa a pessoa Relações objetivas e estatutárias 
 
→CARACTERES DO CASAMENTO 
1. PESSOALIDADE ato pessoal dos nubentes (livre consentimento). 
2. LIBERDADE DE ESCOLHA dos interessados ato civil e de ordem pública (normas cogentes. não-
interferências). 
3. SOLENIDADE da celebração (CC, arts. 1.533 a 1.542) 
4. SUBMISSÃO dos aspectos patrimoniais referentes ao casamento à norma jurídica de ordem 
pública aplicável, conforme o regime de bens adotado (normas cogentes). 
5. PERENIDADE da união, não se admitindo casamento sob condição resolutiva ou termo ato 
jurídico puro e simples . 
6. EXCLUSIVIDADE da união (CC, art. 1.566, I; CP, 240), impõe aos cônjuges a vida em comum com 
fidelidade e assistência recíprocas (união permanente e exclusiva). 
7. PLENA COMUNHÃO de vida entre os cônjuges 
8. UNIÃO INDISSOLÚVEL entre o homem e a mulher (affectio maritalis). O vínculo a partir da 
constituição da sociedade conjugal só pode ser rompido senão nas hipóteses previstas em lei; 
 
FINS DO CASAMENTO 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
A intenção de viverem juntos, como marido e mulher, a affectio maritalis, sem a qual não 
existia entre os romanos o casamento, mas o concubinato ...Affectio maritalis é realmente uma 
espécie no gênero, a affectio societatis, sem a qual nenhuma sociedade existe. 
Trilogia de Santo Agostinho: proles (a procriação), fides (a fé que os cônjuges devem votar um ao 
outro), sacramentum (instrumento da graça divina, que leva a santificar o vínculo). Doutrina 
revivida pela encíclica Casta Connubio, de 1930, cf. Canones 1.013, § 1º. 
As origens bíblicas do homem e da mulher dão-nos conta de outra realidade. 
Na verdade, os fins do casamento e da união estável são de ordem subjetiva, de foro íntimo, 
razão pela qual não estão determinados em lei. O amor não é um sentimento exigível juridicamente. 
Os principais objetivos a serem alcançados são: 
1. a instituição da família matrimonial (CF, art. 226, § 1º, CC, 1.513); 
2. a legalização do estado de fato; 
3. o estabelecimento de relações pessoais íntimas entre os cônjuges; 
4. a assistência mútua material (CC, art.1.568) e imaterial (CC, art. 1.566, I e V); 
5. a realização pessoal de cada um dos cônjuges, mediante a cooperação extrapatrimonial mútua; 
6. a reprodução e perpetuação da espécie (CF; 226, § 7º, Lei 9.263/96); 
7. a criação, a educação e o sustento da prole resultante do casamento (CC, art. 1.634, ECA, art. 22); 
8. a atribuição do nome ao cônjuge (CC, art. 1.565, §1º) e aos filhos. 
 
Intenção de viverem juntos (affectio maritalis) 
O amor, que independe de mera atração sexual e encontra sua manifestação mais veemente 
na afeição, solidariedade, cumplicidade, atração mútua e afinidade pessoais. 
“A relevância do amor, do afeto, do ângulo emocional, da convivência respeitosa, da 
existência recíproca, do prazer da companhia, do desvelo mútuo, sempre em detrimento da união 
forçada, artificial, hipócrita, doentia, conflitada, destruidora; eis um parâmentro essencial, 
alicerçantede quase todas as transformações na família e em sua normatização jurídica.Quer-se a 
autenticidade das relações. Rejeita-se a falsidade” (Sérgio Gisckow Pereira). 
 
Esponsais 
Consistem em um compromisso de casamento entre duas pessoas desimpedidas, de sexo 
diferente, com o escopo de possibilitar que se conheçam melhor, que se aquilatarem mutuamente 
suas afinidades e gostos (A Chaves). 
 Requisitos para possibilitar responsabilidade pela ruptura de promessa de casamento: 
1. feita livremente pelos noivos; 
2. recusa de cumprir a promessa esponsalícia por parte de um dos nubentes e não de seus pais; 
3. ausência de motivo justo; 
4. acarrete dano patrimonial ou moral 
Consequências do inadimplemento culposo ou doloso dos esponsais: 
1. devolução dos presentes trocados, cartas e retratos (CC, art. 546); 
2. indenização dos danos patrimoniais e morais (CC, art. 186). 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
 
CASAMENTO NA LEGISLAÇÃO NA ESTRANGEIRA 
A maioria dos povos só atribui validade plena ao casamento civil; poucos reconhecem no 
matrimônio religioso o mesmo valor do civil. 
1. só o civil é válido, mas o religioso tem efeitos civis (países da América do Sul, Alemanha, Suíça). 
2.só o religioso (Índia, Grécia e Líbano). 
3.civil e religioso (Inglaterra, EUA, Dinamarca). 
4.só civil (Rússia, Polônia, Romênia). 
 
CASAMENTO NO BRASIL 
•Os princípios do direito canônico regiam todo e qualquer ato nupcial. 
1.casamento religioso até 1889 (celebrado segundo normas do Concílio de Trento e das Constituições 
do Arcebispado da Bahia) 
▪católico 
▪misto (sob a égide do Direito Canônico) 
▪acatólico. 
 
Casamento civil 
Dec.181, 24.1.1890 – instituiu o casamento civil, art. 108. 
Dec. nº521,26.6.1890 – punia quem celebrasse o religioso antes do civil. 
CFB, de 24.2.1891, art.72, § 4º - reconhece só o casamento civil. 
Lei nº3.071,1º.1.1916 (CCB) – consolidou e regulamentou o casamento civil. 
 
 Casamento civil ou religioso com efeitos civis 
CRFB/88, art. 226, §§ 1°, 2°; CC, arts. 1.516 e 1.517; LRP, arts.72 a 75 
●Lei nº3.071, de 1º .1.1916 consolida e regulamenta o casamento civil. 
●CFB/1934, art. 146 
●Lei n°379, 16.1.1937, permitiu que o religioso tivesse efeitos civis. 
●Dec-lei n°3.200, 19.4.1941, modifica a lei 379/37, organização e proteção da família, permite o 
casamento dos colaterais de 3º grau. 
●CFB/1937 beneficiou o filho natural e dá efeito civil ao casamento religioso, regulamentado pela Lei 
n°1.110, 23.5.1950. 
●Dec. nº12.299/1943 amparou as famílias de prole numerosas. 
●Dec-lei n°7.485, 23.4.45 – a prova do casamento para fins de previdência. 
●CFB/1946, art. 163, § 1º, manteve efeito civil ao casamento religioso. 
●Dec-lei n°9.701,3.9.1946 – dispõe sobre a guarda e visita dos filhos menores no desquite judicial. 
●Lei nº883, 21.10.1949 – permite o reconhecimento do filho ilegítimo e a investigação de 
paternidade do adulterino depois de dissolvida a sociedade conjugal, com alterações pela Lei 
nº7.250, 14.11.84. 
●Lei nº968, 10.12.1949 – estabelece a fase de conciliação prévia nos desquites e nas ações de 
alimentos. 
●Lei nº1.110/1950 estabelece novas regras para a validade do casamento não civil e revogou a Lei 
379/37. 
●Lei nº1.542, 5.1.1952 – casamento de diplomatas brasileiros com pessoas de nacionalidade 
estrangeira. 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
●Lei nº3.133, 8.5.1957 – atualiza a adoção. 
●Lei nº4.655, 2.6.1965 – introduz a legitimação adotiva. 
●Lei nº4.121, 27.8.1962 (EMC) emancipa a mulher casada. 
●Lei nº5.478, 25.7.1968 – ação de alimentos. 
●CFB/67, art. 167, § 3º mantém o casamento religioso com efeito civil. 
●CFB/69, art. 175, § 3° mantém o religioso com efeito civil. 
●Lei nº6.015, 31.12.1973, arts. 71-75, trata de registro do casamento religioso com efeito civil. O 
Código Civil de 2002 disciplina a matéria nos arts. 1.515 e 1.516. 
●Emenda Constitucional nº9, 28.6.1977 – (altera o § 1º do art. 175 da CF/69) quebra a 
indissolubilidade do casamento, criando o DIVÓRCIO. 
●Lei nº6.515, 26.12.1977 regulamenta a separação e o divórcio. 
●Lei 6.880/80 – 
●Lei nº 7.210/84 – 
●CFB/88, art. 226, parágrafos 1º, 2º - casamento civil, mantém o religioso com efeito civil. 
●Lei nº8.009, 29.3.1990 – amplia a proteção do bem de família, impenhorabilidade. 
●Lei nº 8.069, 13.7.1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. 
●Lei do inquilinato (8.245/91), art.12, permite continuar na locação residencial a concubina do finado 
locatário. 
●Lei nº8.408, 13.2.1992 – reduz para um ano o prazo de ruptura da vida em comum que justifica 
separação judicial e que a mulher volte a usar o nome de solteira. 
●Lei nº8.560,29.12.1992 – investigação de paternidade de filho fora do casamento. 
●Lei nº8.648, 20.4.1993 – alimentos aos pais idosos. 
●Leis nº8.971, 29.12.1994 – regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão 
●Lei nº9.278, 10.5.1996 – regula o § 3° do art. 226, CF/88, definem os direitos e deveres dos 
conviventes. 
●Lei nº9.263,12.1.1996 – sobre planejamento familiar 
●Lei n°9.434, 4.2.1997 – remoção de órgãos. 
●Lei n°10.406, 10.1.2002 – Código Civil brasileiro. 
●Lei n°10.741, 1°.10.2003 – Estatuto do idoso. 
●Lei nº11.340, 7.8.2006 – sobre violência doméstica (Lei Maria da Penha) 
●Lei 11.441, 4.1. 2007 – novo procedimento para separação e divórcio consensuais e inventário. 
INSERIR LEIS DE 2007 A 2020 
● 
●EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66, julho de 2010 
●PEC. 33/2007 – propõe alterar o § 6º do art. 226 da CF/88 suprimindo o instituto da separação 
judicial. 
●PL 504/2007 – modifica os arts. 1.694, 1.702, 1.709 da Lei 10.406/2002. 
●PL 505/2007 – recomendação de incentivo à mediação familiar. 
●PL 506/2007 – modifica o art. 1.601 da Lei 10.406/07. 
●PL 507/2007 – revogação dos arts. 1.564, 1.571. 1.572. 1.578 do CCB 
●PL 508/2007 – modifica dispositivos sobre igualdade de direitos sucessórios entre cônjuges e 
companheiros de união estável (arts. 544, 1.829, 1,830, 1.831, 1.832, 1.837, 1.838, 1.839, 1.845 e 
2003 da Lei 10.406/2002). 
 
CONDIÇÕES INDISPENSÁVEIS À EXISTÊNCIA JURÍDICA DO CASAMENTO 
1.diversidade de sexo (CC, arts.1.514 e 1.517) (???); 
2.consentimento dos nubentes 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
3.celebração na forma prevista (CC arts. 1.550, VI, 1.533 a 1.535) 
 
CONDIÇÕES NECESSÁRIAS À VALIDADE DO CASAMENTO 
2.1. condições naturais de aptidão física: 
a)puberdade (CC, arts. 1.550, I; 1.551, 1.520) – idade núbil ( CC, arts. 1.517 a 1.520) 
b)potência – coeundi e generandi (CC art.1.557, III), exceção do art. 1.540, ancião, e 
c)sanidade física (CC, 
art.1.557, III, Dec.-lei. 3.200/41, art. 2º) 
2.2.condições naturais de aptidão intelectual: 
a)capacidade natural – grau de maturidade e sanidade mental (CC, 1.548, I e 1.557, IV) 
b)consentimento íntegro – erro, coação (CC, arts.1.550, III, 1.556, 1.558, 1.559 e 1.557) 
 
2.3.condições de ordem moral e social: 
1.de ordem social; 
▪repressão à bigamia – grau de parentesco (CC, arts.1.521, VI e 1.548, II); 
▪prazo de viuvez (CC, art.1.523, I e II); 
▪tutela e curatela enquanto não cessadas (CC, art. 1.523, IV); 
▪idade militar (Dec.-lei nº9.698/46, arts. 101-106); 
▪casamento de funcionários diplomáticos brasileiros (Lei n º3.917/61, art. 36) 
 
2.de ordem moral: 
▪consentimento de ascendente ou representante legal (CC, arts.1.517,1.550, II; 1.519); 
▪proibição de casamento entre parentes de linha reta ou calateral e pessoas vinculadas pela adoção 
(CC, art. 1.521, I a V e 1.548, II e cf. Dec-lei 3.200/41); 
▪proibição de matrimônio por homicídio ou tentativa (CC, arts. 1.52, VII e 1.548, II) 
 
 
 
CONDIÇÕES NECESSÁRIAS À REGULARIDADE DO CASAMENTO 
1.celebração (ato solene, público) por autoridade competente; 
2.observância de formalidades legaisFORMALIDADES PRELIMINARES DO CASAMENTO processo que corre perante 
oficial do registro civil para demonstrar que os nubentes estão legalmente habilitados para o 
casamento (CC, arts.1.525 a 1.547) 
1ª fase – habilitação (CC, arts.1.525 e 1.526) 
2ª fase – publicidade (CC, art.1.527 a 1.532) 
3ª fase – celebração (CC, art.1.533 a 1.542) 
 
FORMALIDADES CONCOMITANTES – as que acompanham a cerimônia e previstas 
nos arts. 1.533 a 1.538. são essenciais à regularidade do casamento e sua inobservância determina-
lhe a nulidade 
DOCUMENTAÇÃO: 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
1.certidão de idade ou prova equivalente (CC, art.1.525, I); 
2.declaração do estado, do domicílio e da residência atual dos nubentes e de seus pais, se forem 
conhecidos (CC, arts. 1.527 e 1.525, IV); 
3.autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem ou suprimento judicial (CC, 
arts.1.525, II, 1.517, 1.519, 1.550, II, 1.537; 1.633, 1.728; 1.767) 
4.declaração de duas testemunhas (CC, art. 1.525, III e LRP, art. 42); 
5.certidão de óbito do cônjuge falecido, da anulação do casamento ou do registro de sentença de 
divórcio (CC, art.1.525, V) 
6.certidão da sentença do divórcio proferido no estrangeiro com a homologação pelo STF (CPC, arts, 
483 e 
7.certificado de exame pré-nupcial quando colaterais do 3º grau (Dec-lei nº3.200/4, art. 2º). 
 PUBLICIDADE 
a) proclamas – mediante edital, afixado durante 15 dias e publicação pela imprensa, serão lavrados 
os proclamas do casamento (CC, art.1.527 e LRP, art. 68) 
b) oposição de impedimento por escrito (CC, arts. 1.529 e 1.530) 
c) autorização – inexistência de fato obstativo, após 15 dias, certidão...90 dias (CC, arts.1.531 e 1.532) 
 
CELEBRAÇÃO – observância das formalidades essenciais da cerimônia nupcial 
•requerimento (CC, art.1.533). 
•publicidade do ato nupcial (CC, art.1.534) 
•presenças dos contraentes, testemunhas, oficial do registro e do juiz (CC, arts. 1.534, 1.535, 1.542 
e LRP, art.42) 
•declaração dos nubentes (CC, arts. 1.535 e 1.538). 
•co-participação do celebrante (CC, art.1.535). 
•lavratura do assento (CC, art. 1.537 e Lei nº6.015/73, art.70). 
 
→ IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS é “a ausência de requisitos ou existência de 
qualidade que a lei articulou entre as condições que invalidam ou apenas proíbem a união civil” 
(Pontes de Miranda) 
Incapacidade matrimonial Impedimento matrimonial 
Pressuposto material da realização do casamento 
Inaptidão para casar com quem quer que seja Inaptidão para casar com determinada pessoa 
geral Circunstancial, relativo 
 Ilegitimidade 
Impedimentos dirimentes absolutos (ou públicos) – os dos incisos I a VII do art. 1.521. Podem ser 
arguidos por qualquer pessoa interessada e pelo Ministério Público. Acarretam nulidade do 
casamento. Três categorias: 
 1. Impedimentos resultantes de parentesco: 
1.1. de consanguinidade (consaguinitatis) (CC, art. 1.521, I e IV, Dec.lei 3.200, art. 41). 
1.2. de afinidade (affinitatis) (CC, arts. 1.521, II e 1.595, LRP, art. 59). 
1.3. de adoção (cognatio legalis) (CC, art. 1.521, I, III e V). 
2. Impedimento resultante de vínculo: 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
2.1.casados (CC, arts. 1.521, VI; 1.548, II e 1.549; CP, art. 235; CF/88, art. 226, § 6º; 
Lei 6.515/77, art. 2º, § único). 
3. Impedimento resultante de crime 
de homicídio doloso ou tentativa (CC, art. 1521, VII). 
Causas suspensivas 
1. evitar confusão de patrimônio (CC, arts. 1.523, I, III; parágrafo, 1.641, I e 1.489, II). 
2. evitar turbatio sanguinis (CC, art. 1.523, II, parágrafo; 1.641, I). 
3.impedir casamento por coação (CC, art. 1.523, IV, parágrafo; 1.641, I). 
4.casamento sem autorização de superiores. 
 
Oposição dos impedimentos 
1. Os do art. 1.521, I a VII, ex officio (CC, art. 1.522): 
a) oficial do registro; 
b) juiz ou celebrante (CC, art.1.522, parágrafo); 
c) qualquer pessoa (CC, arts. 1.522, 1.529) 
2. Os do art. 1.523, I a IV: 
a) parentes em linha reta, consangüíneos ou afins 
b) colaterais, 2º grau, consangüíneos/afins (1.524) 
 
Limitações formais: 
a) os do art. 1.521, até a celebração; 
b) os do art. 1.523, 15 dias dos proclamas; 
c) não há anonimato; 
a) por escrito; 
b) oficial verifica, dar ciência aos nubentes (1.530); 
c) remessa dos autos a juízo (LRP, 67, § 5º). 
 
Efeitos da oposição: 
a) impossibilitar a obtenção do certificado; 
b) adiar o casamento. 
 
Sanções ao oponente de má-fé: 
a) civis ou criminais (CC, art. 1.530) movidas pelos nubentes; 
b) reparação de danos (CC, art.186) 
 
 Invalidade do casamento 
Causas de imperfeição dos atos jurídicos: 
1. por falta de elemento essencial = inexistente 
2. infração de preceito legal obrigatório = nulo 
3. imperfeição da vontade ou viciada = anulável. 
Casamento nulo Casa casamento anulável 
a nulidade é de ordem pública e a decretação exigida 
no interesse geral 
a anulabilidade é decretada no interesse 
 privado da pessoa prejudicada 
a nulidade não gera, ordinariamente, qualquer efeito 
(mas se contraído de boa-fé gera putatividade), 
CC, art.1.561 
gera numerosos efeitos 
 
a nulidade pode ser alegada por qualquer interessa 
do ou pelo MP, C, art.1.549 
é decretada a requerimento das partes, CC, 
 arts.1.522, 1.559. 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
a ação de nulidade é imprescritível 
 
Ação é prescritível – varia de 6 meses a 4 
 anos, CC, arts. 1.555, 1.560, IV. 
v.g.: nulo é o casamento de pessoas já casadas 
 CC, art. 1.521, VI. 
v.g.: anulável é o casamento de quem não 
tem capacidade matrimonial, CC, art. 1.553 
Casamento inexistente: 
●falta de habilitação; 
●Religioso sem efeitos civis. 
Não pode ser declarado putativo para beneficiar o cônjuge que teria agido de boa-fé, enquanto o 
casamento nulo e o anulável podem ter esse efeito. 
Casamento inválido: 
●impedimentos; 
●enfermo mental. 
Ação imprescritível. 
Casamento ineficaz: 
●impedimentos dirimente relativo (causas suspensivas); 
●erro quanto à pessoa do outro; 
●coação; 
●incompetência da autoridade. 
Ação prescritível: 
4 anos por coação; 
●3 anos por erro essencial; 
●2 anos por celebração sem autoridade competente; 
180 dias nos demais casos. 
Legitimidade para propor ação de nulidade: 
●legítimo interesse moral – cônjuges, ascendentes, descendentes, irmãos e cunhados 
●legítimo interesse econômico – filhos de leito anterior, colaterais sucessíveis, credores dos cônjuges 
e adquirentes de seus bens. 
●legítimo interesse social – o ministério público 
 ●a sentença tem caráter declaratório, produz efeitos ex tunc, 1.563. 
Casamento anulável (enumeração taxativa), CC, art. 1.550: 
1. quem não completou a idade mínima para casar, comporta exceções dos arts. 1.520 e 1.551. 
2. o menor em idade núbil, não autorizado pelo seu representante legal, mas, depois de atingi-la 
poderá confirmar seu casamento, com a autorização dos representantes legais ou suprimento 
judicial, art. 1.553. 
3.a ocorrência de vício de vontade, CC, arts. 1.556 a 1.558 
4.o incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco, seu consentimento 
5.pelo mandatário, sem que ele ou outro contraente soubesse da revogação do mandato, não 
sobrevindo coabitação entre os cônjuges 
6.por incompetência da autoridade celebrante, CC, art. 1.554. 
 Prazos, CC, art. 1.560 
Erro essencial, CC, arts. 1.556, 1.557.hipóteses: 
1. o que diz respeito à sua identidade, honra, boa fama 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
2. a ignorância de crime anterior ao casamento 
3. a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e 
transmissível, por contágio ou herança 
4. ignorância,anterior ao casamento, de doença mental grave. 
 
Pressupostos: 
1. anterioridade do defeito ao casamento 
2.desconhecimento do defeito pelo cônjuge enganado 
3. insuportabilidade da vida em comum. 
 
Hipóteses de erro essencial sobre a pessoa do cônjuge (CC, art. 1.557) identidade, 
honra e boa forma: 
1.prostituição de cônjuge anterior ao casamento; 
2.práticas homossexuais do cônjuge; 
3.vício em tóxicos e drogas; 
4.marido proxeneta; cáften; 
5.cônjuge de vida desregrada; 
6.cônjuge ladrão; 
7.cônjuge cleptomaníaco. 
 
Ignorância de crime – a mera ocorrência de crime independente de sentença 
condenatória, é suficiente à caracterização do erro. 
 
Defeito físico irremediável ou moléstia grave transmissível: 
a) hemafroditismo (ou, sexo dúbio); deformações genitais; 
b) infantilismo; vaginismo; 
c) coitofobia; lepra, sífilis, aids, blenorragia; 
d) tuberculose; hemofilia. 
 
Grave doença mental: 
a) esquizofrenia; psicopatia; 
b) sadismo; oligofrenia; 
c) paranóia; epilepsia; 
d) psicose maníaco-depressiva. 
 
ESPÉCIES DE CASAMENTO 
1. Civil (CF/88, art. 226, § 1º; CC, arts. 1.511-1.582, 1.639-1.693). 
2. Religioso com efeito civil (CF/88, art. 226, § 2º; CC, arts. 1.515 e 1.516). 
2.1. precedido de habilitação civil (CC, art. 1.516, § 1º); 
2.2. não precedido de habilitação civil (CC, art. 1.516, § 2º); 
2.3. efeitos jurídicos (CC, art. 1.515). 
3. Por procuração (CC, art.1.542, LIC, art. 7º, § 1º). 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
4. Nuncupativo (CC, arts. 1.540 e 1.541, LRP, arts. 73, 76). 
5. Em caso de moléstia grave (CC, art. 1.539). 
6. Perante autoridade diplomática ou consular (LICC, arts. 7º, § 2º e 18, LRP, art. 32, § 1°). 
 
PROVAS DO CASAMENTO 
1. Diretas 
1.1.Específicas: 
1.1. do casamento celebrado no Brasil – certidão de casamento (CC, art. 1.543); 
1.2. do casamento realizado no exterior (CC, art. 1.544, LRP, art. 32, § 1º).. 
2.Supletórias (CC, art. 1.543, § 1º): 
2.1. certidão dos proclamas; 
2.2. passaporte; 
2.3. testemunhas do ato; 
2.4. documentos. 
 
3. Indireta (posse do estado de casado) – a situação em que se encontram de sexo diverso, que vivem 
notória e publicamente como marido e mulher 
3.1. requisitos: nomen, tractus e fama 
aplicação: 
a) para provar casamento de pessoas falecidas, em benefício da prole (CC, art. 1.545), ante a 
impossibilidade de se obter prova direta; 
b) para eliminar dúvidas entre provas a favor ou contra o casamento (CC, arts. 1.546 e 1.547); 
c) para sanar eventuais defeitos de forma do casamento. 
 
Casamento putativo ou aparente –CC, art. 1.561 
 
é o casamento nulo, ou anulável que, contraído de boa-fé, por ambos ou pelo menos, um dos 
esposos,tem, em razão dessa boa-fé, efeitos civis reconhecidos pela lei (Yussef Cahali) 
Elementos da putatividade 
a) boa-fé b) impedimento 
 
Efeitos quanto aos cônjuges (ambos de boa-fé): 
 
a) validade dos pactos antenupciais até a data da anulação; 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
b) validade das doações antenupciais (não são devolvidas); 
a) direito à herança ; 
b) direito aos alimentos até a data sentença anulatória; 
c) uso do nome do outro até a data da sentença; 
d) não extinção da afinidade. 
 
Apenas um cônjuge de boa-fé 
 
a) tem direito aos alimentos até a sentença anulatória; 
b) exerce o poder parental sobre os filhos; 
c) tem direito à meação do outro cônjuge; 
a) sucede aos filhos. 
 
Cônjuge de má-fé: 
a) deve alimentos à família até a data da sentença anulatória; 
b) perde o poder parental sobre os filhos; 
c) não terá direito à meação do outro cônjuge; 
d) não sucede aos filhos, embora estes, naturalmente, o sucedam. 
 
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS 
IMPEDIMENTO É “A AUSÊNCIA DE REQUISITOS OU EXISTÊNCIA DE QUALIDADE QUE A LEI 
ARTICULOU ENTRE AS CONDIÇÕES QUE INVALIDAM OU APENAS PROÍBEM A UNIÃO CIVIL” (Pontes 
de Miranda) 
 
•INCAPACIDADE É GERAL; IMPEDIMENTO, É RELATIVO. 
 
 DE PARENTESCO: 
1. DE CONSANGUINIDADE (CC, ART. 1.521, I e IV, DEC-LEI 3.200, ART. 41). 
2. DE AFINIDADE (CC, ARTS. 1.521, II E 1.595, LRP, ART. 59). 
3. DE ADOÇÃO (CC, ART. 1.521, I, III E V). 
 
2.DE VÍNCULO: 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
1.CASADOS (CC, ARTS. 1.521, VI; 1.548, II e 1.549; CP, ART. 235; CF, ART. 226, § 6º; 
LEI 6.515/77, ART. 2º, § ÚNICO). 
2.DE HOMICÍDIO DOLOSO OU TENTATIVA (CC, ART. 1521, VII). 
 
 CAUSAS SUSPENSIVAS 
1. EVITAR CONFUSÃO DE PATRIMÔNIO (CC, ARTS. 1.523, I, III; PARÁGRAFO, 1.641, I E 1.489, II). 
2. EVITAR TURBATIO SANGUINIS (CC, ART. 1.523, II, PARÁGRAFO; 1.641, I). 
3.IMPEDIR CASAMENTO POR COAÇÃO (CC, ART. 1.523, IV, PARÁGRAFO; 1.641, I). 
4.CASAMENTO SEM AUTORIZAÇÃO DE SUPERIORES. 
 
OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS - 
OS DO ART. 1.521, I a VII, EX OFFICIO: 
A) OFICIAL DO REGISTRO; 
B) JUIZ OU CELEBRANTE (CC, ART.1.522, PARÁGRAFO); 
C) QUALQUER PESSOA (CC, ARTS. 1.522, 1.529) 
 
OS DO ART. 1.523, I a IV: 
A) PARENTES EM LINHA RETA, CONSANGUÍNEOS OU AFINS 
B) COLATERAIS, 2º GRAU, CONSANGUÍNEOS/AFINS (1.524) 
 
LIMITAÇÕES FORMAIS: 
 
A) OS DO ART. 1.521, ATÉ A CELEBRAÇÃO; 
B) OS DO ART. 1.523, 15 DIAS DOS PROCLAMAS 
C) NÃO HÁ ANONIMATO; 
D) POR ESCRITO 
E) OFICIAL VERIFICA, DAR CIÊNCIA AOS NUBENTES (1.530); 
F) REMESSA DOS AUTOS A JUÍZO (LRP, 67, § 5º) 
 
EFEITOS: 
A) IMPOSSIBILITAR A OBTENÇÃO DO CERTIFICADO; 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
B) ADIAR O CASAMENTO. 
 
SANÇÕES: 
 
A) CIVIS OU CRIMINAIS (CC, ART. 1.530) MOVIDAS PELOS NUBENTES; 
B) REPARAÇÃO DE DANOS (CC, ART.186) 
 
DIREITO DE FAMÍLIA – EFICÁCIA DO CASAMENTO 
REFERÊNCIAS LEGAIS: CF/88, 5º, XXVI, 191, 226, 229; CC, 1.565 a 1.570, 1.564; CP, 
235; LEIS nº4.121/62, nº 6.515/77, nº 8.009/90, nº 9.263/96; ENUNC. CEJ 99, 100, 114, 254, 
255. 
Sob a ótica do Direito, os efeitos jurídicos correspondem aos resultados de preceituação 
legal, bem como de fatos ou atos jurídicos, civis, comerciais, administrativos, criminais, e outros. 
Efeitos jurídicos do casamento (229 a 232, CC-1916) 
Eficácia do casamento (1.565 a 1.570, CC-2002). 
I – CONCEITUAÇÃO: são consequências que se projetam no ambiente social, nas relações 
pessoais e econômicas dos cônjuges, nas relações pessoais e patrimoniais entre pais e filhos, 
dando origem a direitos e deveres próprios e recíprocos, disciplinados por normas jurídicas. 
A comunhão de vida é a nota fulcral que marca o casamento. Sem esta, desaparecem seu 
sentido e sua finalidade (cf. 1.511). 
I – Observações iniciais: 
1. Eficácia do casamento = regula a lei alguns dos seus efeitos, além de desfrutar da especial 
proteção do Estado (CF, 226), eficácia erga omnes (vai além dos cônjuges e se impõem perante a 
sociedade) 
2. CC/ 1916: Direitos e deveres do marido (arts. 233 a 239) e direitos e deveres da mulher (240 
a 255) 
3. O homem – representação legal da família (chefe da sociedade conjugal, o cabeça do casal; 
administrador ds bens do casal; domicílio; manutenção da família; sobrenome do marido) 
4. Há vantagens e algumas restrições (autorização do 1.647.cf. 1.656 – Part, final no aquestos; 
“O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal...” Enunc. 114 CEJ); terceiros também atingidos. 
5. Gera presunção de filiação (1.597) e direitos a alimentos (1.694). 
6. Torna indissolúvel vínculo dafinidade (1.595); torna-se curador (1.775); participação de um 
no patrimônio do outro (1.639). 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
7. Garante direitos sucessórios: herdeiro necessário (1.829, III) real de habitação (1.831), 
concorrência com herdeiros de classes anteriores (1.829). 
8. Altera o estado civil dos cônjuges (5º,II; 1.535). 
9. O estado civil é um atributo da personalidade, que qualifica a pessoa perante a sociedade, 
criando restrições para a prática de determinados atos. 
10. O ‘SIM’ (1.535) significa a concordância dos nubentes com o que o Estado estabelece de forma 
rígida como deveres dos cônjuges. 
11. JUGUM (canga ou arreios que prendiam as bestas às carruagens) conjugare (cum+jugare) 
união de duas pessoas sob a mesma canga  conjugis + jungido ao mesmo jugo ou ao mesmo cativeiro. 
12. CC concede aos casados a condição de consortes e companheiros (1.565), repassando-lhes a 
responsabilidade pelos encargos da família. Tais direitos são assegurados aos filhos (CF, 227, 1.634). 
13. Permissão para acrescer o sobrenome do outro (CF, 226, § 5º, 1.565, § 1º). 
14. Planejamento familiar (CF, 227, § 6º, 1.565, § 2º cf. Enunc. 99, CEJ). 
15. O casal é o titular do direito reprodutivo, cabendo a ele, ante o princípio da liberdade de 
decisão, planejar sua família; cabendo ao Estado tão-somente propiciar meios educacionais, financeiros 
e científicos para o exercício desse direito, sem controle público ou privado (1.513). 
16. cf. Conferência Internacional de Beijing de 1995 sobre saúde reprodutiva, políticas e 
programas públicos. Lei 9.263/96, 9.029/95 e 9.799/99. 
17. Art. 1.566 – deveres de ambos os cônjuges. 
18. O eventual ou reiterado, dissimulado ou público inadimplemento dos deveres conjugais, por 
um ou por ambos, em nada afeta e existência, a validade ou eficácia do casamento. 
19. O descumprimento não gera a possibilidade de um (credor) buscar seu adimplemento em 
juízo. 
20. Outorga legitimidade para a busca da separação, imputando ao outro a culpa pelo fim do amor 
(cf. 1.572 e 1.573). 
21. Não é a imposição de normas de conduta que consolida a estrutural conjugal. É a consciência 
dos papéis desempenhados que garantem a sobrevivência do relacionamento como sede de realização 
pessoal. 
22. Das relações afetivas, o fundamental é a absoluta lealdade recíproca, viés que deve pautar 
todos os vínculos amorosos, principalmente quando existente um projeto de comunhão de vidas, uma 
identidade de propósitos. A cumplicidade é a razão mesma de seu surgimento e o motivo de sua 
permanência. 
23. Em lugar de direitos e deveres previstos inocuamente na lei, melhor se o casamento nada mais 
fosse do que um ninho, laços e nós de afeto, servindo de refúgio, proteção e abrigo. O que se gostaria de 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
conserva da família, no terceiro milênio, são seus aspectos positivos: a solidariedade, a fraternidade,a 
ajuda mútua, os laços de afeto e de amor. Belo sonho (Michelle Perrot. O nó e o ninho, 81). 
24. Fidelidade – origem e a causa estão na organização monogâmica da família. Envolve mais a 
dedicação exclusiva e sincera de um em relação ao outro, um tal compartilhamento de vida, tanto na 
dimensão material como na espiritual.(atitudes licenciosas e levianas, o simples namoro, a presença em 
ambientes impróprias, as relações de natureza homossexual, o agir inconveniente que possa levar o 
reconhecimento da ofensa ao inc. V do 1.566); forma de garantir a legitimidade da prole gera 
presunções de paternidade. 
25. Imposição de um interdito proibitório à infidelidade. 
26. O dever de fidelidade é uma norma social, estrutural e moral, mas também é uma norma 
jurídica porque sua transgressão admite punição na esfera civil e criminal. Bigamia (CP 235) anulação do 
casamento (1.548, II), impedimento (1.521, VI) anulável a doação feita pelo adúltero a seu cúmplice (550 
e 1.642 V). 
27. Infidelidade fundamenta ação de separação litigiosa (1.573, I), o culpado, além de ficar sujeito 
a perder o nome de casado (1.578), terá direito limitado de perceber alimentos (1.704, § único). 
28. Não emprestar efeitos jurídicos às relações não-eventuais. 
29. Infidelidade virtual. 
30. 1.565, II – a vida em comum vai muito mais além de um simples relacionamento sexual – ou 
débito conjugal; e não apenas viverem sob o mesmo teto. 
31. 1.566, III – mútua assistência – a violação constitui injúria grave, podendo originar ação de 
separação judicial (1.573, III) 
32. 1.566, V – “configuram violação a esse dever a tentativa de morte, a sevícia, a injúria grave, a 
conduta desonrosa, a ofensa à liberdade profissional, religiosa e social do cônjuge, dentre outros atos 
que importem em desrespeito aos direitos da personalidade do cônjuge” (Regina Beatriz da Silva, in: 
Código Civil anotado, Coord. Ricardo Fiúza, Saraiva, p.1.366). 
 
33. O cônjuge é representante legal da unidade familiar, mas não de seu consorte. 
34. Representam os filhos – poder familiar (1.634, I, 1.690). 
35. Cada consorte torna-se responsável pelas consequências dos atos praticados no exercício 
regular do poder doméstico, solidariamente (1.644, 1.643); contribuindo na proporção de seus bens e 
ou ganhos. 
36. A violação dos deveres e obrigações concernente aos filhos menores e não emancipados 
acarreta suspensão ou destituição do pode familiar (1.637, 1.638), gerando além de responsabilidade 
civil por dano moral, crime de abandono familiar (CP, 244 – 247). 
37. A separação do casal e nada alteram os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos 
(1.558, 1.636, 1.579, 1.703) 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
II – CLASSES: 
1. EFEITOS SOCIAIS 
2. EFEITOS PESSOAIS 
3. EFEITOS PATRIMONIAIS 
II – 1 Efeitos sociais – cria-se a família ‘matrimonial’; estabelece-se vínculo de afinidade; 
emancipa-se o cônjuge de menor idade (CC, 5º, § ún, II) 
1. Criação de família matrimonial (CF, art. 226, §§ 1º, 2º; CC, art.1.513, 1.565, § 2º, 1.597 e 
1.598). 
2. Estabelecimento do vínculo de afinidade entre cada cônjuge ou companheiro e os parentes 
do outro (CC, art. 1.595, §§ 1º, 2º). 
3. Constituição do estado de casado (CC, art. 1.565,caput.). 
4. Emancipação do consorte de menor idade (CC, art.5º, parágrafo único, I) 
 
II – 2 Efeitos pessoais – o rol de direitos e deveres entre os consortes e entre pais e 
filhos. 
2.1. Direitos e deveres de ambos cônjuges 
1.Fidelidade mútua – dever moral e jurídico (CC, arts. 1.566, I e 1.573, I;- delito civil com sanção; cf. 
1.597, 1.600). 
2.Coabitação (CC, arts. 1.566, II, 1.511, 1.573, III e IV, 1.797, I, 1.694; CPC, art.990, I). 
3.Mútua assistência (CC, art. 1.566, III e 1.573, III). 
4.Respeito e consideração mútuos (CC, art.1.566, V e 1.573, III). 
2.2. Igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges (CF, art. 226, § 5º, CC, art.1.511; 
proclamada na Declaração Universal dos Direitos do Homem, Paris –1948; na Declaração de Princípios 
Sociais da América – México, 1945; na Declaração Americana dos Direitos do Homem – Bogotá, 1948, 
promulgada pelo Dec. 31.643/52 e direitos políticos, VII Sessão da Assembleia Geral das Nações 
Unidas, sancionada pelo De 52.476/63). 
1. Adotar o sobrenome do outro (CC, art.1.565, § 1º, 1.578), se quiser. 
2. Representar legalmente a família (CC, arts. 1.643, V e 1.690). 
3. Fixar o domicílio da família (CC, arts. 1.569 e 1.567) 
4. Exercer a direção da sociedade conjugal (CC, arts. 1.567 e 1.570). 
5. Proteger o consorte na sua integridade física e moral. 
6. Colaborar nos encargos (CC, arts.1.565, 1.567, 1.568). 
7. Velar pela direção moral e material da família (CC, art.1.568). 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
8. Dirigir a comunidade doméstica (CC, arts.1.643, 1.565 e 1.568); 
agem solidariamente (1.644). 
9. Direito de exercer livremente qualquer profissão. 
10. Praticar qualquer ato não vedado por lei (CC, art.1.642, IV). 
11. Não perder sua nacionalidade, casando-se com estrangeiro. 
12. Aplica-se a lei brasileira na ordem da vocação hereditária, se estrangeiro 
 se casar com brasileiro (LICC, art.10, § 1º). 
13. Restrições ao viúvo, ao divorciado, ao separado judicialmente quanto a 
novo casamento (CC, arts. 1.521, VI, 1.523, I, II, III, § ún., 1.641, I; 1.489, II). 
14. Poder de decisão sobre o planejamento familiar (CF, art. 226, § 7 º, 
CC, arts. 1.565, § 2º 1.513). 
15. Litigar em qualquer juízo (CLT, 792; CC,1.647, II, 1.768, II, 22 E 27, 
1.607; CPC, 10, 94), salvo sobre direito reais imobiliários. 
2.3. Direitos e deveres dos pais em relação aos filhos (CF, arts. 227 e 229, ECA, arts. 19 e 22; CC, 
arts. 1.566, IV, 1.568, 1.583 a 1.590, 1.630 a 1.638; 
 CP, arts.244 a 247) 
1. Sustentar, guardar e educar os filhos (CC, arts.1.566, IV, 1.568, 1.634; 
CP, arts. 244 a 247). 
2. Poder familiar (CC, arts 1.631, 1.690, 1.637, 1.638 e 1.696) 
3. Não perder o genitor que contrai novas núpcias o direito ao poder 
 familiar quanto aos filhos menores de leitor anterior (CC, arts. 1.588 e 1.636, parágrafo único). 
4. Deliberarem sobre a guarda dos filhos, na separação e divórcio (CC, art.1.583; CPC, art. 1.121, II, III). 
5. Observar-se, sobre separação ou divórcio litigioso, o disposto no CC, arts. 1.584, 1.589, 1.579 e 
1.703. 
 
III – REFERÊNCIAS 
BEMBOM, Marta Vinagre. Infidelidade virtual e culpa. Revista Brasileira de Direito de Família 
- IBDFAM, n.5, p.29-35, abr/jun.2000. 
BARBOZA, Heloisa Helena. O direito de família brasileiro no final do século XX. In: Vicente Barreto (Org.). 
A nova família: problemas e perspectivas. Rio de Janeiro: Renovar, 1997. 
DIAS, Maria Berenice. Casamento: nem direitos nem deveres, só afeto. Conversando sobre o direito de 
família. Liv. do Advogado, 2004, p. 30-38. 
LOBO, Paulo Luiz Netto. As vicissitudes da igualdade e dos deveres conjugais no direito brasileiro. In: 
Rev. Brasileira de Direito e Família - IBDFAM, n. 26, p. 5-17, out-nov. 2004. 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
____ . Igualdade conjugal – direitos e deveres. In: direito de família contemporâneo Rodrigo da Cunha 
Pereira (Coord.). Belo Horizonte: Del Rey, 21997, 221-236 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Conteúdo jurídico do princípio da igualdade. São Paulo: Malheiros, 
1995. 
LAGRASTA NETO, Caetano. Direito de família: a família brasileira no final do século XX. São Paulo? 
Melhoramento, 2000. 
OLIVEIRA, José Sebastião. Fundamentos constitucionais do direito de família. São Paulo: RT, 2002. 
PEREIRA, Rodrigo as Cunha. Princípios norteadores e de direito de família. 
REIS, Carlos D Aarão. Família e igualdade: a chefia da sociedade conjugal em face na nova Constituição. 
RJ: Renovar, 1992. 
RIZZARDO, Arnaldo. Direito de Família, Forense, 2004, p.167-207. 
ROCHA, Marco Túlio de Carvalho. A igualdade dos cônjuges no direito brasileiro. BH: Del Rey, 2001. 
SANTOS, Regina B. T. S Papa dos. Dever de assistência imaterial entre os cônjuges. Forense, 1990. 
_______ . Dever imaterial entre cônjuges. Rio de Janeiro: Forense, 
_______. Débito conjugal. In: Afeto, ética, família e o novo Código Civil. Rodrigo da Cunha Pereira 
(Coord.). Belo Horizonte, 2004, p.531-542. 
SOUZA, Ivone Maria Cândido Coelho. Alterações nos paradigmas femininos, igualdade entre os 
Cônjuges: uma relação de causa e efeito. Revista Brasileira de Direito de Família-IBFAM, n.17, p.61-70, 
abr/mai. 2003. 
TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado e RODRIGUES, Renata de Lima. O direito das famílias entre a norma e 
a realidade. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
 
III- NOÇÕES GERAIS SOBRE O CASAMENTO 
EFEITOS PRINCIPAIS DO CASAMENTO pág. 
1. CONCEITOS DOS EFEITOS JURIDÍCOS DO CASAMENTO 
São consequências que se projetam no ambiente social, nas relações pessoais e econômicas 
dos cônjuges, nas relações pessoais e patrimoniais entre pais e filhos, dando origem a direito 
e deveres, disciplinados por normas jurídicas. 
 
2. CLASSES DOS EFEITOS JURÍDICOS DO MATRIMÔNIO 
- Efeitos sociais 
- Efeitos pessoais 
- Efeitos patrimoniais 
EFEITOS SOCIAIS DO CASAMENTO pág. 
 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
- Criação da família matrimonial (CRFB/88, art. 226, §§ 1º e 2º; CC, art. 1.513) 
- Estabelecimento do vínculo de afinidade entre cada cônjuge e os parentes do outro (CC, art. 
1.595, §§ 1º e 2º). 
- Emancipação do consorte de menor idade (CC, art. 5º, parágrafo único, II) 
- Constituição do estado de casado 
Com o casamento, dois fatos jurídicos surgem imediatamente: o vínculo matrimonial – o elo 
invisível que une os cônjuges, e a sociedade conjugal – envolvendo não só os cônjuges como também os 
filhos, os parentes de ambos e o patrimônio da família. 
A sociedade conjugal é suscetível de possuir um patrimônio resultante do esforço comum dos 
cônjuges, de eventos fortuitos ou daquilo que cada um levou para o casamento. 
1. Conceito 
“O regime de bens pode ser entendido como o complexo de normas que incide sobre o 
patrimônio familiar e que serve para regulamentar a sua composição, direito e deveres patrimoniais 
dos cônjuges, interesses dos filhos, de terceiros e o destino a lhe ser dado por ocasião do fim da 
sociedade conjugal” (Rui Ribeiro de Magalhães). Disciplinam as relações econômicas entre marido e 
mulher durante o casamento. “O estatuto de bens das pessoas casadas”. 
“É o conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do 
casamento” (Maria Helena Diniz). 
São normas de ordem pública e, portanto, inderrogáveis pelos cônjuges. 
As regras gerais aplicáveis a quaisquer regimes, previstas nos artigos 1.639 a 1.657 
do Código Civil brasileiro, não podem ser derrogadas pelos nubentes. 
Em nosso sistema, não há possibilidade da existência de casamento sem a adoção de qualquer 
regime de bens. 
 Tem início com o casamento (CC, art. 1.639, § 1º) e termina com a separação judicial (CC, art. 
1.576), com exceção para o que dispõe LINDB (art. 7º 4º). 
 Obrigatório o pacto antenupcial, mediante escritura pública (CC, art. 1.653), que será anexada 
aos documentos necessários para o processo de habilitação. 
 2. Princípios. O regime de bens está subordinado a alguns princípios básicos: 
1. A autonomia da vontade (CC, art. 1.639, caput; 1.640, par único). 
2. A variedade de regime de bens (CC, art. 1.639, caput). 
3. A mutabilidade do regime adotado (CC, art. 1.639, § 2º). 
4. A liberdade dos pactos antenupciais (CC, arts. 1.639, 1.640, parágrafo único e 1.655; exceção: 
CC, art. 1.641). 
5. A indivisibilidade – há de ser o mesmo para ambos. 
6. Imediata vigência na data da celebração do casamento 
 Os nubentes escolherão sponte sue, sem qualquer imposição legal, o regime de bens que 
adotarão no matrimônio (CC, art. 1.639). 
A escolha deverá ser feita antes do casamento. Não importa se algum dos tipos previstos, ou 
mesmo criar um regime misto. 
A única exceção legal, um limite à autonomia da vontade, está disposta no parágrafo único do 
artigo 1.640 do Código Civil brasileiro. 
Se não escolhido pelos os nubentes o regime de bens e se não estiver enquadrado na 
exceção do artigo 1.640, parágrafo único, prevalecerá o regime da comunhão parcial (CC, 
art.1.641). 
 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
3. Classificação 
1. Comunitários 
1.1. comunhão parcial ou comunhão dos aquestos (CC, art.1.658 a 1.666); 
1.2. comunhão universal (CC, art.1.667 a 1.671); 
1.3. participaçãofinal nos aquestos (CC, art.1.672 a 1686) 
2. Não-Comunitário: 
2.1.separação (CC, arts.1.687 e 1.688); 
3. Convencional derivado da escolha dos nubentes mediante contrato pré-nupcial (CC, art.1.639). 
4. Legal decorrente da lei: 
4.1.supletivo ou dispositivo, quando os nubentes não escolheram, não há pacto antenupcial ou sendo 
este inválido ou ineficaz – o da comunhão parcial de bens (CC, art.1.640); 
4.2. cogente, obrigatório, imperativo, compulsório (CC, art.1.641) 
 
4. Natureza jurídica do regime de bens – contrato ou instituição? 
O Código utiliza a expressão pacto (arts. 1.653, 1.654 e 1.656), ou convenção (arts. 
1.655 e 1.657). 
“A convenção compreenderia não só os negócios plurilaterais destinados a criar obrigações, 
mas também a modificar ou extinguir obrigações preexistentes, enquanto o contrato seria idôneo 
exclusivamente à criação de obrigações” (Orlando Gomes). Para o mesmo autor, pacto significa 
cláusula aposta a certos contratos para lhe emprestar feito especial. 
“Embora seja contratual a escolha do regime de bens, e se realize por convenção ou pacto, 
não se sujeita à disciplina do Direito das Obrigações. Pelas suas características, diz-se que um contrato 
de Direito de Família, enquanto lhe asseguram caráter institucional.” (Caio Mário). 
Sílvio Rodrigues afirmar se tratar de um contrato solene, realizado antes do casamento, e por 
meio do qual as partes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre elas durante o matrimônio. 
5. Alteração do regime de bens 
Para modificar o regime de bens, legal (desde que não seja obrigatório, art. 1.641) ou 
convencional, após o casamento. São necessários três requisitos cumulativos: 
a) autorização judicial; 
b) motivação relevante; 
c) ressalva dos direitos de terceiros; 
d) procedência das razões invocadas. 
 
 A autorização judicial de alteração do regime deve ser precedida de perquirição de inexistência de 
dívida de qualquer natureza, inclusive dos entes públicos, exigida ampla publicidade (Jornada de 
Direito Civil, no STJ), 11/6/02. 
6. PACTO ANTENUPCIAL - é o negócio jurídico bilateral de direito de família, solene, antes do 
casamento, mediante o qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre eles, 
desde data do matrimônio (CC, art. 1.639, § 1º). 
Os atos pelos quais os nubentes fixam, previamente, o regime de bens segundo o qual querem 
casar-se, recebem indistintamente as denominações de pactos antenupciais, convenções 
matrimoniais. 
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 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
Exige-se forma solene sem a qual será nulo e o casamento deve ser celebrado (CC, arts. 
1.640, parágrafo único, 1.653, 108 e 166, IV). 
Para valer contra terceiros deverá ser inscrito, após o casamento, no Regime de Imóveis do 
domicílio dos cônjuges (CC, art. 1.657 e LRP, art. 167, I, nº 12 e II, nº 1; CC, art, 979). 
É facultativo, porém, necessário quando escolherem regime diverso do legal supletivo. 
A falta de inscrição não o torna nulo, mas não tem validade erga omnes. 
 
A capacidade exigível para celebrar o contrato pré-matrimonial corresponde à para o 
casamento – habilis ad nuptiam, habilis ad pacta nuptialia; porém, menor deve ser assistido por quem 
cabe dar o consentimento para que se case (CC, art. 1.537). 
Versará somente sobre conteúdos patrimoniais, e nulas as cláusulas prejudicais aos direitos da 
família (CC, art. 1.655). 
6.2. Requisitos: 
a) capacidade nupcial (maior de 18 e não incapacidade do art. 3º), maior de 16 anos com 
aprovação do representante legal (art. 1.654); 
b) conteúdo lícito, ou não constitua fraude à lei ou violação à norma cogente; 
c) a manifestação de vontade esteja íntegra e sem vício de erro, dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra terceiros; 
d) observação da forma pública. 
Na Alemanha, Áustria e Suíça pode ser celebrado antes ou depois do casamento, 
acompanhando o Direito romano. Na Itália, Bélgica, Espanha, Holanda, França, Peru, Paraguai, 
o pacto pode ser alterado após o casamento. 
 
6.3. Eficácia subordina-se à ocorrência das núpcias (CC, art. 1.653). 
A eficácia do regime de bens escolhido ou imposto pela lei depende de dois fatores: 
a) a validade do pacto antenupcial e 
b) a celebração do casamento. 
OBSERVAÇÕES: 
01. Súmula 377 do STF “No regime de separação legal de bens comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento”. A Súmula converte o regime legal de separação em regime de comunhão 
de aquestos, sem excluir os bens adquiridos antes do casamento por doação ou testamento. A 
separação patrimonial fica adstrita aos bens adquiridos antes do casamento (CC, art. 1.641). 
02. Os instrumentos da profissão; alugar, conservar, ampliar, reformar, ter empregados para deles 
cuidar etc., e respectivos gastos (1.642). 
03. Alienação ou gravame de quaisquer bens, sejam comuns ou particulares, até mesmo quando o 
regime for o da separação, devem ter sempre o consentimento do outro cônjuge, ou suprimento 
judicial se for injustificada a recusa (1.642 e 1.687). 
04.Reivindicar bens comuns doados ou alienados para concubino (1.642, V), porém havendo separação 
de fato há cinco anos, mas, a doutrina e jurisprudência têm outro entendimento se existir união estável 
(1.723, § 1º). 
05.Às dívidas contraídas por um dos cônjuges responde o patrimônio comum (vide arts. 1.644, 1.659, 
IV e 1.664). 
06.A outorga conjugal ainda que os imóveis sejam particulares, comunhão parcial ou universal (1.647, 
I); podendo ser dispensada, em pacto antenupcial, na participação final nos aquestos (1.656). 
07.Os cônjuges, no regime da comunhão parcial ou universal, podem celebrar contrato de compra e 
venda, desde que excluídos da comunhão (art.499). 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
08.Empresário casado pode, sem outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar 
imóveis da empresa ou gravá-los de ônus real (art.978). 
09.Pode o cônjuge prestar fiança ou aval (1.647, III). 
10.Antes da celebração do casamento, o pacto antenupcial, ainda que válido, não produzirá efeitos. 
11.O regime obrigatório de separação de bens é norma cogente imposta pela lei a determinada 
categoria de pretendentes. 
12.Casal com mais de 70 anos, vivendo a mais de 10 em união estável ou que tenha filhos, poderá 
escolher o regime de bens (Lei 6.515/77, art. 45). 
13.A relação do artigo 1.647 é numerus clausus: alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; pleitear 
acerca desses bens ou direitos; prestar fiança ou aval e fazer doações de bens comuns, seja móveis ou 
imóveis. 
14.As doações unilaterais (apenas um dos pais em favor dos filhos) só têm valor se saírem da metade 
disponível do doador; se excederem serão consideradas como adiantamento da legítima. 
15.A nulidade do pacto pode atingir todo o pacto ou apenas parte dele, podendo ser alegada por 
qualquer interessado, parentes, terceiros ou pelo Ministério Público. 
16.Nada impede que um dos cônjuges contraia obrigações concernentes à indústria ou profissão que 
exercer (art. 1.642, I). 
17.As pessoas legitimadas a agir contra o cônjuge que praticou atos que podem comprometer o 
patrimônio do casal são o cônjuge prejudicado, seus herdeiros sem limite de grau e o terceiro 
prejudicado. 
18.O fato de os pais consentirem no casamento do menor, não autoriza, por si só, a celebração do 
pacto antenupcial sem intervenção do representante legal. (cf. art. 1.654). 
19.Imóvel adquirido a prestação, antes do casamento, e pago pelo cônjuge adquirente, após a 
celebração do casamento, continua a pertencer a ele, na qualidade de bem particular (Oliveira, 2013, 
p. 302). 
20.Os bens particulares não se comunicam, mas as benfeitorias sim, dada a presunção legal de 
concurso de recursos comuns dos cônjuges. 
21. Regime da comunhão parcial de bens ou da comunhão dos aquestos (CC, arts. 1.658 a 1.666) 
Princípios:a) só são comuns os bens adquiridos a título oneroso. 
b) Possibilidade de compensação nos bens sub-rogados. 
22.Regime da comunhão universal (CC, art. 1.667 a 1.671) 
23. Regime de participação final nos aquestos (CC, art.1.672 a 1686) 
“A eficácia desse regime de bens quanto à efetiva participação final nos aquestos só surge com 
o fato jurídico da dissolução da sociedade conjugal. Antes disso, o casal vive sob o regime de separação 
de bens” (Nery Jr....Novo Código Civil e legislação extravagante anotados, 2002, p. 562) 
É regime misto que procura dosar a combinação dos regimes comunitário e separatório. 
Há formação de massas de bens particulares incomunicáveis durante o casamento, mas que se 
tornam comuns no momento da dissolução do mesmo. 
Cada cônjuge administra os bens que possuía ao casar-se e os adquiridos, gratuita ou 
onerosamente, na constância do casamento (arts. 1.673, 1.674, 1.677 e 1.678). 
Apuração dos aquestos – o art. Estabelece os meios de apuração dos aquestos e o art. 1.676 
refere-se à incorporação ao monte do valor dos bens alienados. 
Titularidade dos bens adquiridos na constância do casamento – nos arts. 1.679, 1.680 e 1.681. 
o Código estabelece as presunções de titularidade de bens adquiridos na constância do casamento. 
Regime de separação de bens (CC, arts.1.687 e 1.688) 
24. Separação legal (art. 1.641) quando decorre da lei. 
25. Separação convencional é a que decorre de convenção em pacto antenupcial (1.687) 
Cada cônjuge conserva seu patrimônio original, melhoramentos e benfeitorias que se realizarem 
nos respectivos acervos. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na 
 DIREITO DAS FAMÍLIAS – PROF. JOSÉ MARIA SILVA, FEV 2020 
 CASAMENTO – ASPECTOS GERAIS: origem, evolução, teorias ... 
proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto 
antenupcial (art. 1.688) 
 
 ENUNCIADOS DO C.E.J. DA JUSTIÇA FEDERAL QUE DEVEM SER CONSULTADOS 
113 (ART. 1.639); 114 (1.647); 115 (1.725); 260 (1.639 E 2.039); 261 (1.641); 262 (1.641, 1.639), 
331 (1.639). 340

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