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TCC - ARTES VISUAIS - UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS - UNIMES

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS 
(NOMES)
A IMPORTÂNCIA DOS MUSEUS PARA A CONSERVAÇÃO 
DA CULTURA DE UMA SOCIEDADE
SANTOS - SP
2018
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS 
(NOMES)
A IMPORTÂNCIA DOS MUSEUS PARA A CONSERVAÇÃO 
DA CULTURA DE UMA SOCIEDADE
	Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Ciências Humanas – UNIMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em Artes Visuais, sob a orientação da Profa. Doutora Margarete Barbosa Nicolosi Soares. 
 
SANTOS - SP
2018
RESUMO
O presente trabalho procura oferecer reflexões acerca do tema sobre Patrimônio, Cultura e Tempo Presente, trazendo como título: A Importância dos Museus para a conservação da Cultura de uma Sociedade. O trabalho em questão justifica-se pelo fato de que, apesar da globalização cultural estar se expandindo cada vez mais, também pode haver a possibilidade dos museus ficarem esquecidos e se perderem ao longo do tempo, sem investimentos para as suas conservações e podendo perder suas identidades e memórias, sendo os mesmos patrimônios históricos, elementos da memória, da história e da cultura de determinado lugar, onde traz consigo as marcas do tempo oferecendo uma identidade social. Tendo em vista a temática proposta, a questão problema que se coloca é: Quais as contribuições dos museus para a conservação do patrimônio histórico e cultural em uma sociedade atualmente? Para responder tal questão, o trabalho terá abordagem qualitativa, cuja metodologia será a pesquisa bibliográfica, tendo sua fundamentação teórica baseada nas leituras de Santos (1996), Choay (2001), entre outros. Tem como objetivo geral apontar e analisar as relações dos museus como patrimônio histórico e cultural, com a memória e a formação da identidade de uma sociedade, e como objetivos específicos: pesquisar sobre a história dos museus na sociedade brasileira; investigar as principais contribuições dos museus na sociedade atual; analisar as propostas dos documentos oficiais acerca da conservação dos museus como patrimônios históricos e culturais da sociedade brasileira. Dessa forma, a pesquisa sobre a temática poderá somar para a compreensão dos limites e possibilidades da importância dos museus para a sociedade. 
Palavras-chave: Patrimônio histórico; Museus; Cultura; Sociedade; Artes.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
1. PANORAMA HISTÓRICO DOS MUSEUS NA SOCIEDADE BRASILEIRA	7
2. CONTRIBUIÇÃO DOS MUSEUS NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE	13
3. PROJETO DE CURSO	17
CONSIDERAÇÕES FINAIS	22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	24
INTRODUÇÃO 
Este artigo tem como tema: Patrimônio, Cultura e tempo Presente e, neste sentido, buscar-se-á trabalhar o conceito de museu, museologia e sua contribuição na sociedade.
Tendo em vista que os museus, como patrimônios históricos são elementos da memória, da história e da cultura de determinado lugar, o qual traz consigo as marcas do tempo oferecendo uma identidade social, este trabalho justifica-se pelo crescente interesse na pesquisa sobre os patrimônios históricos e culturais especialmente no estudo da disciplina de Artes. Além disso, apesar da globalização cultural estar se expandindo cada vez mais, também pode haver a possibilidade de os museus ficarem esquecidos e se perderem ao longo do tempo, sem investimentos para as suas conservações e podendo perder suas identidades e memórias.
Neste sentido, a pesquisa sobre a temática poderá somar para a compreensão dos limites e possibilidades da importância dos museus para a sociedade, razão pela qual a metodologia utilizada para desenvolver este trabalho é a pesquisa bibliográfica de autores que tratam este tema, como Santos (1996), Choay (2001) e outros, cujos estudos auxiliarão na busca de resposta para o questionamento: Quais as contribuições dos museus para a conservação do patrimônio histórico e cultural em uma sociedade atualmente?
Este trabalho propõe analisar e apontar as relações dos museus como patrimônio histórico e cultural, com a memória e a formação da identidade de uma sociedade. E tem como objetivos específicos pesquisar sobre a história dos museus na sociedade brasileira e investigar as principais contribuições destes na sociedade atual.
O primeiro capítulo traz breves esclarecimentos acerca do panorama histórico dos museus brasileiros, e das diversas instituições museíticas, destacando suas características e função social. O capítulo seguinte refere-se à contribuição dos museus na sociedade por meio da valorização da memória cultural de um povo, conservação das tradições e costumes de uma determinada sociedade.
O capítulo três é o Projeto do Curso que foi elaborado baseado nas pesquisas realizadas ao longo deste estudo. Trata-se de uma atividade na qual o professor se valerá de aulas expositivas e uma visitação ao museu previamente escolhido.
E, por fim, as considerações finais que comprovam a importância da museologia atual que busca preservar a identidade nacional, a origem de um povo, as formas de expressar seus sentimentos, sentidos e impressões do mundo.
1. PANORAMA HISTÓRICO DOS MUSEUS NA SOCIEDADE BRASILEIRA 
O Museu – termo de origem grega (mouseion) que representava, na antiguidade, templo ou morada das musas, portanto lugar de inspiração divina e de onde provinham aquelas que estimulavam a criatividade dos artistas e intelectuais, era considerado também um lugar sagrado que servia para contemplação e para estudos científicos.
O dicionário Houaiss define museu como: 
s.m. (s. XXVI) 1 templo das musas 2 instituições dedicada a buscar, conservar, estudar e expor objetos de interesse duradouro ou de valor artístico, histórico etc.<o Museu Histórico Nacional> 3 p.met. local onde tais objetos são expostos <são peças dignas de figurar em um m.> 4 coleção, reunião de objetos raros; miscelânea, variedade. ETIM gr. Mouseîon. (HOUAISS, 2009, p.1335).
	
Para o Conselho Internacional de Museus (ICOM), museu é “toda instituição permanente, sem fins lucrativos, aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa e expõe coleções de objetos de caráter cultural ou científico para fins de estudo, educação e entretenimento.”.
Neste contexto, destaca-se a Biblioteca de Alexandria, considerada o primeiro museu, constituído de bibliotecas, jardins, observatórios, salas de leitura, entre outros.
A primeira concepção de museu era voltada à arte, mas não tinha a ideia do colecionismo, que veio aparecer por volta do século XV, na Europa. Influenciados pelo Renascimento, o homem passou a ter um olhar voltado para as conquistas do século XIV e XV valorizando os objetos e obras de arte da antiguidade, tesouros e curiosidades vindos da América e da Ásia, com o financiamento das famílias da nobreza.
Obter tais objetos sugeriam um poderio e riqueza grandes e muitos estudiosos ocuparam-se em colecionar esses objetos, reunindo grande quantidade de espécies variadas, objetos exóticos oriundos de regiões longínquas. 
Contrariando a concepção dos dias atuais, abertos ao público em geral, livres, que acolhem grupos sem distinções e de caráter educativo, antigamente, os museus eram restritos somente àqueles que possuíam alto poder aquisitivo, logo quem era convidado para exposições e visitas eram pessoas que se julgavam ter prestígio na sociedade.
Atualmente, o museu é uma instituição social sem fins lucrativos, aberta ao público, que deve prestar serviços à sociedade e contribuir para o seu desenvolvimento, bem como são responsáveis pelo patrimônio natural e cultural, material ou imaterial. Cabe a esta instituição adquirir, investigar, conservar, difundir e expor o produto realizado pelo homem a favor da educação e deleite da sociedade, favorecendo conhecimento de toda a sua formação.
Neste contexto, com passar do tempo, notaram a necessidade de organizar os objetos em categorias,atualizando-os de acordo com as características pertinentes aos séculos XV ao XVIII – quando eram restritos aos nobres – e, no inicio do século XIX, passou a ser aberto ao público, marcando o surgimento dos museus nacionais. 
Neste contexto, Françoise Choay observa que a concepção de museu, ao longo da história, passa por dois períodos: 
O primeiro, cronologicamente, é a transferência dos bens do clero, da coroa e dos emigrados para a nação. O segundo é a destruição ideológica de que foi objeto uma parte desses bens, a partir de 1792, particularmente, sob o Terror e o Governo Comitê da Salvação Pública. Esse processo destruidor suscita uma reação de defesa imediata. (CHOY, 1996, p. 97)
Os novos usuários dos museus passaram a ser o povo e com isso aos museus foram atribuídas novas funções os bens móveis, por exemplo, deveriam ser distribuídos em depósitos abertos ao público e, ai sim, deste período em diante receberam o nome de museus. A intenção dos museus era então instruir a nação difundindo o civismo e a história. 
A partir de então os museus se consolidaram em toda Europa: em 1793, é aberto o Louvre, na França, que reunia importante acervo artístico, em 1808, surgia o Museu Real dos países países, em Amsterdam, em 1819, o museu do Prado, em Madri, em 1810, o Altes Museum, em Berlim, e em 1852 o Museu Hermitage, em São Petersburgo, antecedido pelo Museu Britânico, em Londres, em 1753, e o Museu Belvedere, em 1783 , em Viena.
No Brasil, os primeiros museus surgiram no século XIX, no governo de D. Joao VI, que como iniciativa cultural criou, em 1818, o Museu Real, que hoje é o Museu Nacional. Este inicialmente era composto por uma pequena coleção de história natural, porém anos mais tarde, no final o século XIX, o museu obteve um caráter mais cientifico.
No século XIX, foram criados, ainda, os museus do Exército, em 1864, o Museu da Marinha, em 1868, o Museu Paranaense, em 1876, e em 1871, o Museu Paulista conhecido atualmente como Museu Ipiranga.
É possível afirmar que até o final do século XIX os museus eram caracterizados por duas vertentes distintas: havia aqueles pautados na história e cultura nacional, tinham caráter celebrativo, como o Louvre e aqueles que surgiram como resultado de um movimento científico voltado para a História, Arqueologia e Etnologia, característica do Museu Britânico, por exemplo. Todavia, no Brasil, os museus eram caracterizados pelo desejo de mostrar aspectos do saber e do país, e, em 1922, foi criado o Museu Histórico Nacional (MHN), cuja principal caraterística era mostrar a história, a pátria e, ansiava formular, através da cultura nacional, um conceito de nacionalidade.
Nota-se, portanto, que o surgimento dos mais importantes museus à época no Brasil culminou com o período do Modernismo, responsável pela expansão cultural em virtude da Semana de Arte Moderna.
Parafraseando Mariza Mota Santos (1996), os museus de então privilegiavam aspectos morais e patrióticos numa visão ufanista do passado e da nação, agitados por um grupo de artistas modernistas que buscavam não apenas restaurar testemunhos do passado, mas fazer uma releitura da história associando a preservação do patrimônio à construção de uma nacionalidade brasileira.
A autora destaca a importância da fundação do ICOM - Conselho Internacional de Museus, em 09 de janeiro de 1948, no Brasil, com o objetivo de promover a cooperação, a assistência mútua e o intercâmbio de informação entre seus membros, profissionais de museus e instituições culturais, cuja diretoria é composta pelo Conselho de Administração, Conselho Consultivo e Conselho Fiscal.
Grosso modo, os museus têm papel social para a divulgação da cultura da sociedade, preservando sua história e atendendo as necessidades informacionais da população. Para Caldeira (2005, p.141) “os museus realizam mostras nas quais exibem todo tipo de objeto que apresente interesse histórico, arquitetônico, etnológico, antropológico, tecnológico, artístico e cultural”.
Neste sentido os museus adquirem o produto, pesquisam sua história, seu valor histórico social e incumbem-se de preservá-lo por meio da documentação e da conservação e inseri-lo em suas coleções e/ou referências culturais e, posteriormente, a comunicação que envolve a exposição, educação informal e ações socioculturais. 
Vale ressaltar que a concepção de museus abrange outros tipos de instituições que tem como característica a coleção e preservação de objetos, monumentos, seres vivos e não vivos, etc., como por exemplo, jardins zoológicos, botânicos, aquários e vivários, sítios e monumentos naturais, arqueológicos, etnográficos e históricos, de caráter museológico, que adquirem, conservam e difundem a prova material dos povos e de seu entorno, além de parques naturais, os centros culturais e demais entidades que facilitem a conservação, a continuação e gestão de bens patrimoniais, materiais ou imateriais.
Também se encaixam neste contexto, os centros de ciência e planetários, as galerias de exposição não comerciais, os institutos de conservação e galerias de exposição, que dependam de bibliotecas e centros arquivísticos.
De acordo com o Código de Ética a atuação e responsabilidades da instituição museu são norteadas por princípios adotados pela comunidade internacional dos profissionais de museus, que foram estabelecidos no 1º Encontro Nacional do Programa Nacional de Educação Museal-PNEM, realizado no Hangar Centro de Convenções, em Belém (2014), durante o 6º Fórum Nacional de Museus e revisado em seu 2º Encontro Nacional no 7º Fórum Nacional de Museus em 2017 em Porto Alegre. São eles:
PRINCÍPIO 1: Estabelecer a educação museal como função dos museus reconhecida nas leis e explicitada nos documentos norteadores, juntamente com a preservação, comunicação e pesquisa. PRINCÍPIO 2: A educação museal compreende um processo de múltiplas dimensões de ordem teórica, prática e de planejamento, em permanente diálogo com o museu e a sociedade. PRINCÍPIO 3: Garantir que cada instituição possua setor de educação museal, composto por uma equipe qualificada e multidisciplinar, com a mesma equivalência apontada no organograma para os demais setores técnicos do museu, prevendo dotação orçamentária e participação nas esferas decisórias do museu. PRINCÍPIO 4: Cada museu deverá construir e atualizar sistematicamente o Programa Educativo e Cultural, entendido como uma Política Educacional, em consonância ao Plano Museológico, levando em consideração as características institucionais e dos seus diferentes públicos, explicitando os conceitos e referenciais teóricos e metodológicos que embasam o desenvolvimento das ações educativas.PRINCÍPIO 5: Assegurar, a partir do conceito de Patrimônio Integral, que os museus sejam espaços de educação, de promoção da cidadania e colaborem para o desenvolvimento regional e local, de forma integrada com seus diversos setores. (PNEM, 2014)
Enfim, os museus são responsáveis pela coleção e preservação de objetos com grande valor histórico cultural, em suas diversas manifestações, e que retratam a memória coletiva de uma determinada comunidade. Além disso, responsabilizam-se pelo acervo e exposições colocados a serviço da sociedade, levando à produção de conhecimentos e oportunidades de lazer e como recurso educacional, turístico e de inclusão social destinado para a comunicação.
2. CONTRIBUIÇÃO DOS MUSEUS NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
Manter a memória cultural de um povo é, portanto, conservar as tradições, identidades e costumes de uma determinada sociedade, através de lembranças captadas por uma imagem, objeto, monumento e outros materiais que transmitam a trajetória histórico-sociocultural de um povo.
Grosso modo, o museu tem a função de resgatar e conservar a cultura e memória de um povo. Neste contexto, entenda-se cultura como:
Conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma comunidade ou grupo especifico, e que se manifesta em praticamente em todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento,crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais etc.(FERREIRA (1999) apud CALDEIRA, p. 141)
A sociedade acaba sendo beneficiada pelo esforço dos museus em preservar e conservar objetos que recontam e mantém viva a história do povo, pois os objetos trazem consigo informações que revelam o passado, reforçando princípios do presente e formando novos conceitos no futuro. 
Contudo, ressalte-se que para manter um museu é necessário que o poder público invista em profissionais qualificados como bibliotecários, museólogos, arquivistas e restauradores; espaço físico adequado para a preservação dos materiais, para a exposição dos objetos, e para sua conservação.
Os museus, enfim, tem como objetivo ensinar a população a conhecer fatos e personagens que compuseram o passado, de modo a incentivar a tradição e a formação social do indivíduo, além do aspecto principal de produzir conhecimento.
Além disso, os museus contribuem para a formação sociocultural do indivíduo que passa conhecer os acervos e coleções difundidos, até então inacessíveis à grande parte da população. E permitem constatar evidências da existência do Homem, da sua história, de sua comunidade e esses aspectos têm um impacto positivo no interesse, no engajamento e no conhecimento à sociedade.
Há quem assevere que “Quando o tema é aprendizagem de assuntos relacionados à ciência e tecnologia, os museus desempenham um papel tão importante quanto as escolas”. A este respeito, John H. Falk, diretor do “Institute for Learning Innovation”, dos Estados Unidos, afirma:
A visão predominante é a de que museus de ciência são legais, mas que não são necessários. Eu argumento que são necessários. As evidências que eu e outras pessoas estamos começando a coletar sugerem que os museus são tão importantes quanto as escolas no que se refere à sua contribuição para o entendimento da ciência pelo público. (CASADEOSVALDOCRUZ, 2016)
Em termos de enriquecimento escolar, professores acreditam que a visitação a museus são fontes inesgotáveis de aprendizagem porque se trata de uma atividade memorável e inspiradora. Além disso, a visitação a museus pode ser integrada no currículo, promovendo aos alunos a oportunidade de aproveitar as suas experiências com as coleções do museu, muitas vezes desconhecidas, para os seus trabalhos escolares, proporcionando ambientes de verdadeira matéria-prima para a imaginação e produção de conhecimento.
A experiência museológica torna os alunos mais conscientes da importância do desenvolvimento do indivíduo na sociedade e induz o cidadão reconhecer a Arte como componente indispensável na construção social e cultural do indivíduo, como facilitadora na descoberta da personalidade do ser humano, transformando – em um ser seguro e crítico nas mais diversas áreas de atuação de um indivíduo na sociedade.
Os Parâmetros Curriculares de Arte (1997, p.20) asseveram que “a arte sempre esteve presente em praticamente todas as formações culturais, desde o início da história da humanidade.”. Nos documentos da SMESP, dos diálogos interdisciplinares de arte, encontram-se referências ao conceito de arte:
A obra de arte (objeto artístico ou evento) é, antes de tudo, um objeto cultural, sendo expressão, fruto do meio e das condições em que foi produzido. Na manifestação da arte na obra, bem como dos objetos culturais, mediante leituras críticas das imagens, pode-se “reconhecer o caráter artístico da própria sociedade (Pareyson, 2005, p. 99)”, da vida sociocultural dos indivíduos implicados no seu desenvolvimento estrutural. Porém, a questão é que não se deve também reduzir a Arte ao seu caráter de historicidade e de cultura – esse é um cuidado importante – pois, além de tudo isso, ela possui “a vida do universo inteiro.” (SMESP, 2016, p. 84)
Sublinhe-se que, grosso modo, a arte não representa a realidade concreta. Outrossim, ela retrata a realidade a partir da percepção de quem a criou. E pode, todavia, fundir-se à percepção de quem a observa. O que revela ser a arte um instrumento subjetivo de expressão, como é esclarecido nos PCNs (1997):
As formas artísticas apresentam uma síntese subjetiva de significações construídas por meio de imagens poéticas (visuais, sonoras, corporais, ou de conjuntos de palavras, como no texto literário ou teatral). Não é um discurso linear sobre objetos, fatos, questões, ideias e sentimentos. A forma artística é antes uma combinação de imagens que são objetos, fatos, questões, ideias e sentimentos, ordenados não pelas leis da lógica objetiva, mas por uma lógica intrínseca ao domínio do imaginário. O artista faz com que dois e dois possam ser cinco, uma árvore possa ser azul, uma tartaruga possa voar. A arte não representa ou reflete a realidade, ela é realidade percebida de um outro ponto de vista. (BRASIL, 1997, p. 28)
Enfim, o ser humano expressa suas emoções, sua história e sua cultura através da arte, valendo-se de alguns valores estéticos como beleza, harmonia. Assim, o homem expressa o pensamento de sua época nas obras de arte e assim, através dessas interpretações, é que se conhece a cultura de uma sociedade, seus costumes, raízes, pensamentos e expectativas de acordo com o momento em que vive.
3. PROJETO DE CURSO
Atualmente, faz-se necessário que professor e a sociedade em geral, reconheçam a Arte como instrumento de inserção na sociedade proporcionando cultura e conhecimento.
Neste panorama, cabe ao educador propor conteúdos e estratégias de ensino com os quais os alunos percebam a importância da Arte para suas vidas contextualizando o conteúdo à sua vivência e neste contexto, a visitação a museus pode ser considerada uma estratégia muito eficaz na produção de conhecimento, especialmente para alunos do Ensino Fundamental.
3.1. Projeto de Curso
CURSO: Artes Visuais
NÍVEL DE ENSINO: Ensino Fundamental II 
CARGA HORÁRIA: Aproximadamente 4/5 horas aulas.
TÍTULO: Visitação ao Museu
JUSTIFICATIVA:
A visitação ao museu não é apenas um “passeio” como muitos alunos imaginam. Visitar uma instituição como esta é conhecer a história de uma civilização, de uma região. Assim, este projeto justifica-se pela necessidade de construir uma consciência voltada para o conhecimento histórico-sócio-cultural e inferir conhecimentos à sociedade.
OBJETIVOS GERAIS:
· Explorar o material educativo de museu e exposições para a disciplina de Artes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Ao final do semestre o aluno deverá ser capaz de:
· Reconhecer o patrimônio sociocultural de sua cidade.
· Realizar um estudo de meio (conhecendo museus e suas funções) que vai além de um simples passeio.
· Inferir novos conhecimentos.
· Compreender que a arte está presente na vida do ser humano desde os seus primórdios e seus sentimentos, pensamentos e estilo de vida que variam de acordo com o contexto social em que se encontram e dessa forma conhece-se a história da humanidade.
METODOLOGIA:
· Escolher um museu que esteja com alguma exposição aberta ao público. 
· Anteriormente à visita, o professor deverá conhecer o acervo (seja por meio de uma visita antecipada ou por meio de estudo e pesquisa a respeito das obras que os alunos verão).
· Nas aulas que antecedem a visita: Selecionar textos que retratem a época das obras expostas, expor em sala de aula e buscar instigar a curiosidade do aluno a fim de que ele queira saber mais respeito e assim desejar ver de perto as obras e aprofundar-se na sua história. 
· A visitação: o professor deve solicitar à direção que realize os trâmites necessários para a saída (ônibus, lanche, data disponível, etc.)
· Nas aulas posteriores à visita: conversar com os alunos acerca dos melhores momentos da visitação, obras que, mas chamaram sua atenção e ouvir o porquê, falarem a respeito dos artistas que mais se destacaram na visão dos alunos. Enfim, permitir que os alunos falem a respeito do que viram e sentiram inclusive do espaço físico do museu, que geralmente, oferece uma atmosfera de mistério e descoberta.
Materiais necessários:
Serão utilizados textos e imagens de livros e/ou internet a respeito da exposiçãoque será visitada.
Desenvolvimento: 
1ª etapa: Escolher o museu e a exposição que se quer conhecer e trabalhar em sala de aula. Agendar a visita e buscar informações a seu respeito: obras, artistas, etc. (visitando anteriormente ou pela internet)
2ª etapa: Conversar com os alunos a respeito da visitação. Explicar o que é um museu, quais são as principais regras de um museu e porque os museus necessitam dessas instruções, como: não tocar nas obras, não fotografar, etc.
3ª etapa: O professor levará textos e imagens a respeito do artista e das obras que estarão em exposição com as quais os alunos terão contato. Neste momento é importante que o professor instigue a curiosidade do aluno a fim de que ele deseje ir ao museu conhecer as obras e relacionar a teoria à pratica e assim, produzir seu conhecimento.
4ª etapa: É a visitação em si. O momento em que os alunos vão conhecer e observar o trajeto, o espaço físico do museu, as obras, os artistas, a postura dos funcionários de uma instituição como o museu. 
5ª etapa: Registro das atividades. O professor alunos devem fotografar os momentos cm alunos, não das obras – que na maioria das vezes não podem ser fotografadas – mas do envolvimento dos alunos entre si, entre professores e funcionários, em relação ao prédio, ao trajeto, ao comportamento dos alunos no espaço. 
6ª etapa: Momento de reflexão e avaliação que será raizada por meio da analise dos registros obtidos na etapa anterior. Pode-se pedir relatórios acerca das impressões dos alunos mediante o conhecimento que adquiriram com a visitação. O professor pode criar um portfólio, no qual se encostam as fotos, registros escritos do professor e dos alunos. E este pode ficar à disposição dos alunos para que eles apreciem quando quiserem.
AVALIAÇÃO:
A avaliação faz parte do processo de ensino-aprendizagem e para que ela seja eficaz deve-se partir da observação feita pelo professor sobre o desenvolvimento progressivo do aluno, aprofundando conhecimentos já adquiridos e adquirindo outros. Desta forma, entende-se que não se trata apenas de atribuir uma nota ao aluno. 
Avaliar é o reflexo de uma postura cotidiana no ambiente escolar através das práticas educativas e socioculturais, é um processo contínuo, que envolve muito mais que alunos dentro de uma sala de aula e, neste sentido, cabe ao professor perceber se o aluno é capaz de se auto- avaliar e saber identificar e argumentar sobre os assuntos ensinados e discutidos em sala de aula, neste caso, visitação ao museu.
BIBLIOGRAFIA:
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Volume 6 - Brasília: MEC/SEF, 1997.
FERRAZ, M. H. C. T. FUSARI, M. F. R.. Metodologia do Ensino de Arte. 2. ed. - São Paulo: Cortez, 1999. 
UOLEDUCACAO. https://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/fundamental/artes-visita-a-um-museu.htm. Acesso em 25outubro2018.
Considerações Finais
Ao final do estudo realizado, considerou-se que relacionar museu, patrimônio e sociedade é desempenhar uma função estratégica no conhecimento do território, da história e da cultura das pessoas em determinada sociedade.
Ao preservar um patrimônio histórico cultural, o indivíduo se sente como um ser pertencente àquele lugar, afinal, esse bem cultural atua na memória tanto do indivíduo quanto no coletivo, ou seja, na sociedade a qual pertence. Neste sentido, os museus exercem um significado extremamente relevante. 
É mister afirmar que nem sempre os museus são valorizados pois, muitos pensam que eles são apenas um caminho em direção ao passado, entretanto, na verdade, sua importância vai muito além disso. É através dos museus que o sujeito tem uma conexão entre passado, presente e futuro, pois olhar o passado é conhecer o que foi feito para aprimorar mecanismos que podem influenciar o presente, para que novos conhecimentos e técnicas sejam disponibilizadas para a sustentabilidade das futuras gerações.
Entre os vários papéis importantes que os museus oferecem, um deles é o de informar e educar por meio de exposições permanentes, atividades recreativas, multimídias, teatros, vídeos e laboratórios, sendo o espaço ideal para despertar a curiosidade, estimular a reflexão e o debate, promover a socialização e os princípios da cidadania, juntamente com colaborar para a sustentabilidade das transformações culturais.
Apoiar a cultura e a valorização dos museus é algo que deve ser revisto pelos governantes, juntamente na promoção do desenvolvimento cultural, inclusive do patrimônio histórico, geográfico, arqueológico, artístico e científico do Brasil, bem como a produção intelectual do povo brasileiro, o qual é o principal patrimônio desse país. Afinal, pode-se considerar os museus como sendo as verdadeiras radiografias da história da população brasileira e promover suas visitações deveria ser uma prática recorrente.
Sendo assim, ao compreender o patrimônio cultural como uma herança importante para o futuro, conclui-se que é dever de todo cidadão buscar a melhor forma de preservá-lo. Nesse sentido, as abordagens trazidas neste estudo apresentado em torno do patrimônio, cultura e tempo presente, trazem questões pertinentes ao campo da preservação do patrimônio histórico e cultural, precisamente na disciplina de Artes, onde deve sempre abordar a importância da definição dos valores que devem orientar a seleção dos bens a serem preservados, a ampliação da participação dos atores envolvidos neste processo e, consequentemente, o aumento da representatividade destes bens na lista do que deve ser transmitido às próximas gerações.
Dessa forma, o estudo ora apresentado não está pronto e acabado, mas procurará despertar o interesse de seus leitores para servir de base para futuros estudos que abordem a importância e relevância desse tema fundamental para a sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL, Educação patrimonial: histórico, conceitos e processos. Brasília, 2014. Disponível em: file:///C:/Users/CHRYST~1/AppData/Local/Temp/Rar$DIa5348.46528/Educacao%20patrimnial.pdf. Acesso em: 24/09/2018.
Brodowski (S.P): ACAM Portinari (org). Museus: o que são, para que servem? Sistema Estadual de Museus – SISEM SP (Organizador); Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. São Paulo, 2011. (Coleção Museu Aberto). Disponível em: file:///C:/Users/CHRYST~1/AppData/Local/Temp/Rar$DIa5348.31349/Museus_o_que_sao_para_que_servem.pdf. Acesso em: 24/09/2018.
CALDEIRA, Paulo da Terra. Museus. In: CAMPELO, Bernadete Santos; Caldeira, Paulo da Terra. (Org.). Introdução as fonte gerais de informação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2005.
CASADEOSVALDOCRUZ. http://www.coc.fiocruz.br/index.php/todas-as-noticias/1101-contribuicao-dos-museus-para-o-entendimento-da-ciencia-e-tao-importante-quanto-o-das-escolas-defende-pesquisador#!museu_sociedade_evento. Acesso em 25outubro2018.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo. Estação Liberdade. Editora UNESP. 2001.
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