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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CURSO DE DIREITO LÚCIO MARCELO VARELA MEDIAÇÃO: instrumento efetivo para a resolução dos conflitos no âmbito das ações de alimentos LAGES 2019 LÚCIO MARCELO VARELA MEDIAÇÃO: instrumento efetivo para a resolução dos conflitos no âmbito das ações de alimentos Projeto de Trabalho de Curso apresentado à Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC, como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Orientadora: Professora Msc. Fernanda Xavier de Souza. LAGES 2019 UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CURSO DE DIREITO O Projeto de Trabalho de Curso intitulado “Mediação: instrumento efetivo para a resolução dos conflitos no âmbito das ações de alimentos” elaborado por Lúcio Marcelo Varela foi avaliado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, tendo sido ______________________. Orientadora: __________________________________________________ Professora Msc. Fernanda Xavier de Souza Coordenadora de Projeto de Trabalho de Curso: _____________________ Prof. Msc. Aline Lampert Rocha Pagliosa Lages, _______ / __________ / 2019 SUMÁRIO 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO .......................................................................... 04 1.1 Área ................................................................................................................... 04 1.2 Área de Concentração ..................................................................................... 04 1.3 Linha de Pesquisa ............................................................................................ 04 1.4 Título .................................................................................................................. 04 1.5 Autor .................................................................................................................. 04 1.6 Orientadora ....................................................................................................... 04 1.7 Instituição Envolvida ........................................................................................ 04 1.8 Duração ............................................................................................................. 04 2 OBJETO ................................................................................................................ 05 2.1 Tema .................................................................................................................. 05 2.2 Delimitação do Tema ........................................................................................ 05 2.3 Problema ........................................................................................................... 05 2.4 Hipótese ............................................................................................................ 05 3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 06 4 OBJETIVOS .......................................................................................................... 08 4.1 Objetivo Institucional ....................................................................................... 08 4.2 Objetivo Geral ................................................................................................... 08 4.3 Objetivos Específicos ...................................................................................... 08 5 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 09 6 METODOLOGIA ................................................................................................... 23 6.1 Método de Abordagem ..................................................................................... 23 6.2 Técnica de Pesquisa ........................................................................................ 23 6.3 Estrutura Básica do Trabalho de Curso ......................................................... 23 7 CRONOGRAMA ................................................................................................... 25 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 26 4 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO 1.1 Área: Direito 1.2 Área de Concentração: Direito Processual Civil e Direito de Família 1.3 Linha de Pesquisa: Direito, Estado e Sistema Jurídico. 1.4 Título: Mediação: instrumento efetivo para a resolução dos conflitos no âmbito das ações de alimentos 1.5 Autor: Lúcio Marcelo Varela 1.6 Orientadora: Professora Msc. Fernanda Xavier de Souza 1.7 Instituição Envolvida: Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC 1.8 Duração: 11 meses (agosto/2019-julho/2020) 5 2 OBJETO 2.1 Tema: Mediação familiar 2.2 Delimitação do Tema: A mediação como forma de resolução de conflitos decorrentes de obrigação alimentar. 2.3 Problema: De que maneira o instituto da mediação como forma alternativa de solução de lides, poderá ser instrumento efetivo na resolução dos conflitos das ações que envolvem alimentos? 2.4 Hipótese: A mediação, instituto amparado pelo Novo Código de Processo Civil de 2015 e regulado pela Lei 13.140/15, é um instituto efetivo à resolução dos conflitos decorrentes das ações de alimentos, garantindo a proteção e a preservação do relacionamento entre as partes envolvidas, principalmente da criança e do adolescente, podendo contribuir também para desafogar o Poder Judiciário diante do elevado número de processos que padecem de resolução, dificultando ainda mais a comunicação entre as partes envolvidas. 6 3 JUSTIFICATIVA A escolha do tema pelo autor foi definida através de uma demanda judicial, de caráter pessoal, para resolução de um conflito relacionado a prestação alimentar. Hoje, se busca no Poder Judiciário um amparo, ainda que moroso para se resolver as demandas judiciais, demandas estas decorrentes de conflitos dos mais diversos ramos do direto, e que, por muitas vezes se estendem por vários anos até a solução final. Na maioria dos casos, a questão a ser debatida é principalmente a de cunho patrimonial, ou seja, um direito que foi violado, e que se quer a reparação deste de forma pecuniária. Não diferente disso, estão as demandas do direito de família, em especial, para este trabalho, as ações e execuções de alimentos, onde se pretende comprovar em grande parte dessas ações, o binômio necessidade x possibilidade de receber e prestar alimentos. Além de se provar a necessidade e possibilidade, alguns juristas defendem que para tal comprovação deve ser levada em consideração a razoabilidade, para que se tenha uma melhor efetividade na prestação alimentar, observando assim a necessidade do infante ou alimentando em receber os alimentos, a possibilidade do genitor ou genitora para proporcionar a verba alimentar, sem prejuízo a sua subsistência e a razoabilidade do caso concreto para que seja analisado de forma objetiva tais comprovações. Geralmente, a pretensão é puramente financeira, visando à fixação dos alimentos e posteriormente a majoração ou diminuição da verba alimentar ou ainda a execução, com o objetivo de se ter prestada tal obrigação. Nesse aspecto, tem-se, principalmente nas revisionais de alimentos, de um lado, aquele que presta os alimentos buscando no Judiciárioa redução a qualquer custo, para que se adeque a sua possibilidade, e de outro lado, aquele que recebe os alimentos se presume necessitar cada vez mais para seu crescimento pessoal e intelectual, gerando assim um conflito entre as partes, que nada mais é do que uma pretensão exclusivamente financeira. Não, raras vezes, essa pretensão vem cheia de dores e mágoas devido a separação do casal, não se percebendo que o fator principal dessa demanda é a real necessidade do alimentado, que vai além das diferenças pessoais dos genitores 7 e do valor recebido a título de alimentos. Entretanto, ao contrário do que realmente deveria ser tratado, que é a manutenção e o desenvolvimento pessoal e intelectual da criança ou adolescente, se trava uma disputa entre os genitores, que não raras vezes se perdura por muitos anos, aumentando ainda mais o sentimento de raiva e angústia das partes envolvidas. Por outro lado, é inevitável que aconteça um afastamento da convivência e uma quebra na relação entre pais e filhos devido a disputa judicial de interesses pessoais, principalmente com aquele que não detém a guarda. Consubstanciado a isso e com o intuito de diminuir as demandas judicias e as sequelas geradas com esses embates jurídicos, está o instituto da mediação como alternativa para resolução de conflitos. A mediação baseia-se em princípios pedagógicos e psicológicos, capaz de estabelecer uma comunicação entre as partes, visando assim proteger a dignidade da pessoa humana, colocando-se como meio de comunicação entre as partes para que se possa atingir a solução das demandas almejadas. Dessa forma, o instituto da mediação vem desenvolver de uma maneira clara e organizada entre os mediandos a troca de informações, afinal a comunicação está deteriorada e inconscientemente comunicam-se pela linguagem do conflito, pois estão tão frágeis que não conseguem despertar outros recursos pessoais adequados. Sendo assim, tem-se através da mediação a possibilidade de resgate da convivência salutar e harmônica entre as pessoas vinculadas por relações jurídicas oriundas do Direito de Família. Neste contexto, pretende-se trazer o instituto da mediação, analisando se é possível ter tal instituto como meio alternativo para resolução de conflitos que envolvam a obrigação alimentar e de uma forma menos agressiva possibilitar resolver as questões e relacionamentos familiares. 8 4 OBJETIVOS 4.1 Objetivo Institucional: Produzir um Trabalho de Curso para a obtenção do título de Bacharel em Direito. 4.2 Objetivo Geral: Estudar a mediação como instrumento efetivo para a resolução de conflitos nas ações de alimentos. 4.3 Objetivos Específicos: 4.3.1 Verificar a proteção legal da família no direito brasileiro, conceitos, princípios e espécies; 4.3.2 Analisar os meios de resolução de conflitos em conformidade com o ordenamento jurídico brasileiro; 4.3.3 Investigar a efetividade da mediação como alternativa para resolução de conflitos no âmbito das ações de alimentos. 9 5 REFERENCIAL TEÓRICO Antes de dar início a pesquisa sobre a viabilidade ou não da mediação como alternativa para resolução de conflitos no âmbito familiar, é imprescindível uma análise dos conceitos e princípios acerca da proteção legal da família no direito brasileiro, e dos meios de resolução de conflitos em conformidade com o ordenamento jurídico, para ao final referenciar sobre a mediação como instrumento efetivo para resolução de conflitos no âmbito das ações de alimentos. De acordo com o artigo 226 da Constituição Federal de 1988, “a família é a base da sociedade e por isto tem especial proteção do Estado” (MADALENO, 2015, p. 35). Pela importância da família em “qualquer sociedade civilizada ou não, tem a proteção do Estado, podendo considerar-se integrado ao direito público no sentido amplo” (RIZZARDO, 2005, p. 1). No conceito de família pelo viés jurídico, entende-se que: A expressão família contém vasta variedade de acepções, significando, por exemplo, tanto a relação de descendência como a relação de ascendência, bem como o conjunto de pessoas relacionadas, a um casal ou alguém, por laços de parentesco civil, de afetividade, ou consanguinidade (NERY JUNIOR, 2017, p. 1982). Sobre a entidade familiar e da proteção do Estado, tem-se que: De acordo com a Constituição Federal, a entidade familiar protegida pelo Estado é a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, podendo originar do casamento civil, da união estável e da monoparentalidade (MADALENO, 2015, p. 36). No mesmo sentido Rizzardo (2005, p. 1) “ao falarmos de família, entramos num vastíssimo campo de incidência de situações anormalizadas, que progressivamente vão aumentando na medida em que se tornam mais complexas as relações interindividuais”. A partir da família, o ser humano torna-se um agente socializador. “Somente com a passagem do estado da natureza para o estado da cultura foi possível a estruturação da família” (DIAS, 2005, p. 25). No mesmo sentido, Madaleno (2015, p. 35) discorre que: 10 A convivência humana está estruturada a partir de cada uma das diversas células familiares que compõem a comunidade social e política do Estado, que assim se encarrega de amparar e aprimorar a família, como forma de fortalecer a sua própria instituição política. Ainda sobre o tema, tem-se o entendimento que: É cantada e decantada como a base da sociedade e, por essa razão, recebe especial proteção do Estado (CF 226). Sempre se considerou que a maior missão do Estado é preservar o organismo familiar sobre o qual repousam suas bases. A própria Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece (3º XVI): A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. A família é tanto uma estrutura pública como uma relação privada, pois identifica o indivíduo enquanto integrante de um vínculo familiar e também como partícipe de um contexto social. O direito de família, por dizer respeito a todos os cidadãos, revela-se como recorte da vida privada que mais se presta às expectativas e mais está sujeito a crítica de toda a sorte (DIAS, 2005, p. 25, grifos no original). O conceito defendido por Evangelista, Madeira e Guerra (2010, p. 1) sobre o Direito de Família “é o de ser o ramo do direito privado responsável pelo estudo das relações existentes entre parentes, advindas do patrimônio ou do parentesco”. A autora Levy (2008, p. 9) ao falar das transformações ocorridas na família, destaca que: [...] foi no século XX o grande palco das transformações ocorridas na seara familiar, tendo por tônica a redefinição dos papéis de sus protagonistas: o pai, outrora autoritário e distante, hoje presente e participativo; a mãe, antes submissa ao pai, hoje tem seus direitos reconhecidos em igualdade de condições com o homem; o filho, antes objeto de posse podendo até ser morto ou abandonado pelos pais, hoje ocupa o lugar central da família, é ser humano em processo de desenvolvimento merecedor de proteção integral dos pais, da sociedade e do Estado. Ontem, o pátrio poder, hoje, o dever paternal. Gagliano e Pamplona Filho (2012, p. 61) também lecionam sobre elementos que auxiliaram para o novo conceito de família na contemporaneidade, com o seguinte destaque: A formação dos grandes centros urbano, a revolução sexual, o movimento feminista, a disseminação do divórcio como uma alternativa moralmente válida, a valorização da tutela da infância, juventude e terceira idade, a mudança de papéis nos lares, a supremacia da dignidade sobre valores pecuniários, o reconhecimento do amor como elo mais importante da formação em um “LAR, Lugar de Afeto e Respeito” (grifos no original). 11 Lisboa (2013, p. 29) preleciona que “a família brasileira, porém, passou a ser considerada como um organismosocial e jurídico de importância, a partir da constituição de 1934”. O autor ainda discorre sobre um avanço significativo no reconhecimento da mulher como titular de direitos na relação familiar, através da Declaração Universal das Nações Unidas, de 1948. A Declaração Universal da Organização das Nações Unidas, de 1948, proclamou a paridade plena de direitos entre o homem e a mulher, assim como a proibição de distinção entre os filhos havidos ou não do casamento. Nas relações entre o homem e a mulher, as legislações europeias vêm firmando o princípio da igualdade por cogestão das relações familiares. No Brasil, a mulher era considerada, na versão original do Código Bevilágua, pessoa relativamente incapaz para a prática de atos e negócios jurídicos, incumbindo a chefia da sociedade conjugal ao varão, que era auxiliado por sua esposa (LISBOA, 2013, p. 29). Na pós-modernidade, “a célula básica da família, formada por pais e filhos, não se alterou muito com a sociedade urbana. A família atual, contudo, difere das formas antigas no que concerne a suas finalidades, composição e papel de pais e mães” (VENOSA, 2017, p. 21). Com o passar do tempo, através das grandes transformações ocorridas na família, esta continua, sem qualquer contestação, a representar a base mais firme em que toda a organização social se ampara (MONTEIRO; SILVA, 2016). Ainda os doutrinadores Monteiro e Silva (2016, p. 9) ressaltam que “na evolução do direito de família verifica-se que, além de ser havida como célula básica da sociedade, a família passou a ser tratada como o centro da preservação do ser humano, com a devida tutela à dignidade nas relações familiares”. Buscando proteger a família e sua evolução a Constituição Federal de 1988, trouxe inúmeros princípios que norteiam o ramo do Direito de Família, e para melhor compreensão deste trabalho, se faz necessário abordar alguns princípios, os quais serão expostos a seguir. O princípio da dignidade da pessoa humana está calcado na Constituição Federal de 1988, artigo 1º, inciso III, manifestando igualdade para todas as entidades familiares no âmbito do Direito de Família, tal como segue: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e o Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 12 [...] III – a dignidade da pessoa humana; Nesse sentido Dias (2016, p. 47) sustenta que “o princípio da dignidade humana é o mais universal de todos os princípios. É um macroprincípio do qual se irradiam todos os demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade, uma coleção de princípios éticos”. No mesmo contexto, a respeito do princípio da dignidade humana no direito de família, Madaleno (2013, p. 46), manifesta-se da seguinte maneira: O Direito de Família tem a sua estrutura de base no princípio absoluto da dignidade humana e deste modo promove a sua ligação com todas as outras normas ainda vigorosa conexão com o direito familista, pois configurando um único sistema e um único propósito, que está em assegurar a comunhão plena de vida, e não só dos cônjuges, dos unidos estavelmente, mas de cada integrante da sociedade familiar. Ainda, sobre o princípio da dignidade humana tem-se que: Na medida em que a ordem constitucional elevou a dignidade da pessoa humana a fundamento da ordem jurídica, houve uma opção expressa pela pessoa, ligando todos os institutos a realização de sua personalidade. Tal fenômeno provocou a despatrimonialização e a personalização dos institutos jurídicos, de modo a colocar a pessoa humana no centro protetor do direito (DIAS, 2016, p. 48). O princípio da solidariedade, outro princípio que rege o direito da família está sob a égide da Constituição Federal de 1988 nos artigos 3º, 226, 227, 229 e 230, implicando direitos e deveres entre os membros da família (DIAS, 2016). Tem-se que a solidariedade no Direito de Família, se apresenta da seguinte forma: A solidariedade do núcleo familiar deve entender-se como solidariedade recíproca dos cônjuges e companheiros, principalmente quanto á assistência moral e material. A solidariedade em relação aos filhos responde a exigência da pessoa de ser cuidada até atingir a idade adulta, isto é, de ser mantida, instruída e educada para sua plena formação social. A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança inclui a solidariedade entre os princípios a serem observados, o que reproduz no ECA (art. 4º) (LÔBO, 2011, p. 64). No mesmo sentido, a respeito do princípio da solidariedade, assevera Dias (2016, p. 53), que: 13 A lei se aproveita da solidariedade no âmbito das relações familiares. Ao gerar deveres recíprocos entre os integrantes dos grupos familiares, safa-se o Estado do encargo de prover toda a gama de direitos que são assegurados constitucionalmente ao cidadão. Basta atentar que, em se tratando de crianças e adolescentes, é atribuído primeiro a família, depois à sociedade e finalmente o Estado o dever de garantir com absoluta prioridade os direitos inerentes aos cidadãos em formação. Ainda sobre o princípio da solidariedade, Gagliano e Pamplona Filho (2012, p. 119-120) destacam que: A solidariedade, portanto, culmina por determinar o amparo, a assistência material e moral recíproca, entre todos os familiares, em respeito ao princípio maior da dignidade da pessoa humana. É ela, por exemplo, que justifica a obrigação alimentar entre parentes, cônjuges ou companheiros, ou, na mesma linha, que serve de base ao poder familiar exercido em face dos filhos menores. Outro princípio fundamental para o Direito de Família é o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, que está previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227, caput, da seguinte forma: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Além da Constituição federal de 1988, também se reconhece tal princípio no artigo 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Conforme os autores Gagliano e Pamplona Filho (2012, p. 126) no que tange o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, dizem que: Os filhos menores – crianças e adolescentes – gozam, no seio da família, por determinação constitucional (art. 227, CF), de plena proteção e prioridade absoluta em seu tratamento. Isso significa que, em respeito à própria função social desempenhada pela família, todos os integrantes do núcleo familiar, especialmente os pais e mães, devem propiciar o acesso 14 aos adequados meios de promoção moral, material e espiritual das crianças e dos adolescentes viventes em seu meio. Educação, saúde, lazer, alimentação, vestuário, enfim, todas as diretrizes constantes na Política Nacional da Infância e Juventude devem ser observadas rigorosamente (grifos no original). No mesmo sentido Gama (2008, p. 82), leciona que: O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente é um reflexo do caráter de proteção integral da doutrina dos direitos da criança, bem como decorre também da doutrina dos direitos humanos em geral. Manifesta-se 0 referido princípioem diversos momentos no que diz respeito a situações jurídicas envolvendo o menor, como nas hipóteses de determinação de guarda ou do direito de visitação, além de orientações respeitantes à sua educação e formação de sai personalidade em geral. Um dos princípios mais importantes do ordenamento jurídico é o princípio da igualdade, subdividido no princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros e o princípio da igualdade jurídica de todos os filhos. Sobre o referido princípio, Lôbo (2011, p. 65) leciona que: Nenhum princípio da Constituição provocou tão profunda transformação do direito de família quanto o da igualdade entre homem e mulher, entre filhos e entre entidades familiares. Todos os fundamentos jurídicos da família tradicional restaram destroçados, principalmente os da legitimidade, verdadeira summa divisio entre sujeitos e subsujeitos de direito, segundo os interesses patrimoniais subjacentes que protegiam, ainda que razões éticas e religiosas fossem as justificativas ostensivas. O princípio geral da igualdade de gêneros foi igualmente elevado ao status de direito fundamental oponível aos poderes políticos e privados (art. 5º, I, da Constituição) (grifos no original). A primeira subdivisão do referido princípio tem como fundamento o artigo 226, parágrafo 5º, da Constituição Federal de 1988, que prevê: Art. 226. A família, base da sociedade, tem proteção do Estrado. [...] § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Com relação ao princípio da igualdade no tocante aos cônjuges e companheiros, tem-se que: A organização e a própria direção da família repousam no princípio da igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (1.511), tanto que compete a ambos a direção da sociedade conjugal em mútua colaboração (1.567). 15 São estabelecidos deveres recíprocos e atribuídos igualitariamente tanto ao marido, quanto à mulher (1.566). Também em nome da igualdade é permitido a qualquer dos nubentes acrescer ao seu o sobrenome do outro (1.565 § 1º). Acentuada a paridade de direitos e deveres do pai e da mãe no respeitante à pessoa (1.631) e bens dos filhos (1.690). Assim, não havendo acordo, não prevalece a vontade de nenhum deles. Devem à guarda dos filhos, também ninguém tem preferência (1.584), sendo conferida de forma indistinta a quem revelar melhores condições para exercer, ou ao pai ou à mãe (DIAS, 2005, p. 61, grifos no original). A segunda subdivisão do princípio da igualdade, refere-se a igualdade jurídica de todos os filhos, elencado no parágrafo 6º do artigo 227 Constituição Federal de 1988, com a seguinte redação: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. [...] § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. A esse respeito, Madaleno (2015, p. 105), declara que: Durante longo tempo os filhos brasileiros eram discriminados por sua origem, entre filhos legítimos, quando oriundos do casamento, única entidade familiar então reconhecida, e filhos ilegítimos, subdivididos entre os naturais, nascidos sem que os pais fossem casados, adulterinos, quando havidos em relação paralela ao casamento, ou incestuosos, quando concebidos entre parentes impedidos de se casarem. Embora ao longo dos anos tenham surgido leis mitigando a discriminação da prole, foi somente com a promulgação da Constituição Federal de 1988 que terminou definitivamente sepultada qualquer designação discriminatória relativa à filiação, deixando finalmente de “punir” os filhos que não tinham tido a “felicidade” de terem sido fruto amoroso das justas núpcias (grifos no original). Assim como os princípios acima referidos sobre o instituto familiar, há que considerar também a família como organização social, com lações sanguíneos e afetivos, vivenciados em suas diferentes formas e aspectos. E por assim ser, é que a família atualmente pode se apresentar de diversas formas e não apenas formada por pais e filhos, é o que será abordado a seguir sobre as espécies de família. A partir da Constituição Federal de 1988, inúmeras foram as inovações trazidas no ramo do Direito de Família, dentre elas a proteção da família matrimonial. 16 Sendo assim, a família matrimonial passa a ter o status de negócio jurídico formal. Neste sentido, entende-se que: O casamento é o centro do direito de família. Dele irradiam duas normas fundamentais. Sua importância, como negócio jurídico formal, vai desde as formalidades que ascendem sua celebração, passando pelo ato material de conclusão até os efeitos do negócio que deságuam nas relações entre os cônjuges, os deveres recíprocos, a criação e assistência material e espiritual reciproca e da prole (VENOSA, 2013, p. 25). De acordo com Nader (2016, p. 91) a família matrimonial é aquela instituída pelo “negócio jurídico bilateral que oficializa, solenemente, a união exclusiva e por tempo indeterminado de duas pessoas de sexo distinto, para uma plena comunhão de interesses e de vida” conhecida como casamento. Outra espécie de família a ser tratada é a família homoafetiva, Lisboa (2013, p. 223) diz que as “uniões homoafetiva são relações íntimas entre pessoas do mesmo sexo, que possuem afeição semelhante, ainda com orientação diversa”. Sobre o mesmo tema, tem-se que: Ainda que não haja expressa referência às uniões homoafetivas, não há como deixa-las fora do atual conceito de família. Passando duas pessoas ligadas por um vínculo afetivo a manter relação duradoura, pública e independentemente do sexo a que pertencem (DIAS, 2016, p. 436, grifo no original). Outra modalidade de família é a família reconstituída, formada através de casais que possuem filhos distintos, ou seja, filhos de relacionamentos anteriores, convivendo no mesmo seio familiar. O autor Madaleno (2013, p. 11) diz que “a família reconstituída é a estrutura familiar originada de divórcios com a participação de um dos genitores e seus descendentes e mais uma pessoa constituída naquele núcleo familiar”. Ainda se tratando de espécies de entidade familiar, tem-se a família monoparental, a qual está amparada no artigo 226, §4º, da Constituição Federal de 1988, descrito da seguinte forma: Art. 226. [...] § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 17 A doutrinadora Dias (2016, p. 215), discorre que: O enlaçamento dos vínculos familiares constituídos por um dos genitores com seus filhos, no âmbito de especial proteção do Estado, subtrai a conotação de natureza sexual do conceito família. Tais entidades familiares receberam em sede doutrinário o nome de família monoparental, como forma de ressaltar a presença de somente um dos pais na titularidade do vínculo familiar. Essas tantas transformações das espécies de família, fica claro a sua constante evolução, e no mesmo sentido tem-se a evolução da sociedade, surgindo assim a figura do Estado, encarregado de exercer as funções essenciais referente aos três poderes, administrar, legislar e julgar. Diante disso, coube ao Judiciário o poder-dever de prestar com exclusividade a jurisdição, promovendo, por meio do processo judicial, a intervenção de um terceiro imparcial para a resolução de um conflito entre duas ou mais partes, impondo-lhes umasolução conforme a lei (DIDIER JR, 2017). Posicionando-se no mesmo sentido acerca do conceito de jurisdição, Alvim (2015, p. 66) destaca que “a jurisdição é uma função do Estado, pela qual este atua o direito objetivo na composição dos conflitos de interesses, com o fim de resguardar a paz social e o império do direito”. Ainda sobre o tema tem-se que: No rol das atividades realizadas pelo Estado há também a jurisdição, através da qual se busca eliminar os conflitos que surgiram no seio da sociedade em virtude do descumprimento das normas jurídicas que integram o direito material e o direito processual, além disso, pode ocorres que as partes simplesmente divirjam a respeito da correta interpretação dos comandos jurídicos existentes ou que um direito esteja sendo apenas ameaçado. Neste caso quem dará a palavra final, em caso de utilização do processo, é o poder judiciário, cuja atuação também é disciplinada por normas jurídicas (COELHO, 2018, p. 73). Corroborando com tais conceitos, Bueno (2017, p. 72), diz que “a jurisdição, primeiro instituto fundamental do direito processual civil, deve ser compreendida como parcela de poder exercitada pelo Estado-juiz, o poder judiciário a sua função típica” (grifo no original). Além da jurisdição ser uma função prestada pelo Estado, possui dentre outras a característica de poder, pois implica no poder do Estado de decidir o caso 18 concreto sujeitado a seu julgamento, impondo a solução do conflito demandado pelas partes (MARTINS, 2019). Ao abordar a jurisdição estatal, não se pode deixar de discorrer sobre o direito de ação e o processo, pois é através do exercício do direito de ação, que o Poder Judiciário é acionado para conceder a tutela jurisdicional, protegendo um direito aparentemente violado ou ameaçado (COELHO, 2018). Pode-se afirmar que: Direito de ação é o direito fundamental (situação jurídica, portanto) composto por um conjunto de situações jurídicas, que garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e efetiva. É direito fundamental que resulta da incidência de diversas normas constitucionais, como os princípios da inafastabilidade da jurisdição e do devido processo legal (DIDIER JR, 2017, p. 319, grifo no original). Em se tratando da ação como direito processual das partes, tem-se que: A intuição de que às partes compete um direito subjetivo de caráter estritamente processual respondeu o nome da ação (actio), com o qual se denota um agir em juízo, ou seja desenvolver atividade para a tutela do interesse da parte, mediante o processo, como conteúdo do direito mesmo (ALVIM, 2015, p. 115 grifos no original). A ação nada mais é do que um exercício de direito utilizado em face do Estado para repelir a aplicação da autotutela, ou seja, fazer justiça com as próprias mãos (BUENO, 2017). O autor Coelho (2018, p. 434) em sua obra, traz a ideia da razão de ser do processo, da seguinte forma: O processo existe para que seja afastada a utilização da força ou astúcia na solução dos conflitos. Por isso é organizado de maneira racional, permitindo que os conflitantes recebam o mesmo tratamento, prevaleça o dialogo na solução do conflito e, ao final, seja dada uma solução justa para a demanda que foi submetida ao Poder Judiciário. Leciona Martins (2019, p. 193) que “o processo é o complexo de atos e termos coordenados por meio dos quais a ação é exercitada, sendo concretizada a prestação jurisdicional por intermédio dos órgãos jurisdicionais”. Do processo como relação jurídica, tem-se que: 19 Em vez de considerar o processo como uma relação de direito público, que se desenvolve de modo progressivo entre o tribunal e as partes, a doutrina tem destacado unicamente aquele aspecto de noção de processo que salta à vista da maioria, a sua marcha ou avanço gradual, ou seja, o procedimento; unilateralidade esta que, além de ter sua origem na jurisprudência romana da Idade Média, foi favorecida por uma concepção germânica do direito (ALVIM, 2015, p. 143, grifos no original). Diante do abordado anteriormente, a relação jurídica processual não é a forma mais efetiva para resolução de conflitos, em razão da morosidade do sistema judiciário brasileiro, entretanto vem se incentivando no Brasil a autocomposição, estimulando a solução de conflitos com a edição de diversas leis, o Código de processo Civil reforça e ratifica essa tendência (DIDIER JR, 2017). Existem vários meios alternativos de solução de conflitos, e o Estado não é o único caminho para a resolução das demandas, como o processo também não é o único mecanismo que pode ser aplicado para se obter a aquietação social (COELHO, 2018). Sobre tal tema, compreende-se que: [...] a solução negocial não é apenas um meio eficaz e econômico de resolução dos litígios: trata-se de importante instrumento de desenvolvimento da cidadania, em que os interessados passam a ser protagonistas da construção da decisão jurídica que regula as suas relações. Neste sentido, o estimulo à autocomposição pode ser entendido como um reforço da participação popular no exercício do poder – no caso, o poder de solução dos litígios (DIDIER JR, 2017, p. 306). Bueno (2017, p. 202) assim também discorre acerca dos meios de resolução de conflitos no âmbito judicial: Desde seu art. 3º, o CPC de 2015 enaltece a importância das soluções alternativas de conflito dando especial destaque, como se lê dos §§ 2º e 3º daquele dispositivo, a conciliação e à mediação. Não é por outra razão que um dos deveres-poderes contidos no art. 139 é o de “promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com o auxílio de conciliadores e mediadores judiciais” (inciso V). Outro meio importante para resolução de conflitos extra judiciais é a arbitragem, podendo ser constituída por meio de um negócio jurídico intitulado de convenção de arbitragem, compreendendo tanto a cláusula compromissória, quanto o compromisso arbitral, instituto este regulado pela Lei nº 9.307/1996, em que as 20 partes buscam em uma terceira pessoa imparcial, de confiança e amigável, uma solução do litígio (DIDIE JR, 2016). No mesmo sentido, Martins (2019, p. 80), diz que: A arbitragem é uma forma de solução de conflitos, feita por um terceiro estranho à relação das partes ou por um órgão, que é escolhido por elas, impondo a solução do litigio. É lima forma voluntária de terminar o conflito, o que importa em dizer que não é obrigatória. A pessoa designada chama-se arbitro. Sua decisão denomina-se sentença arbitral. As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida pela clausula compromissória e o compromisso arbitral (art. 3º da Lei n. 9.307/96). Dentre os meios de resolução de conflitos em conformidade com o ordenamento jurídico brasileiro tem-se também a conciliação, método pelo qual, um terceiro imparcial tem o papel de facilitar a composição entre as partes interessadas, possibilitado encontrar a melhor ao conflito (CAHALI, 2011). O Código de Processo Civil destinou à mediação e à conciliação um capítulo inteiro, em verdadeira tomada de atitude concreta no sentido de otimizar essas formas de solução de conflitos (NEVES, 2019). A respeito da solução do conflito, através da autocomposição, em especial a conciliação, tem-se que: A conciliação tem, historicamente, intimidade com o Judiciário, verificada sua incidência no curso do processo, por iniciativa do próprio magistrado, diante da determinação legal para se tentar conciliar as partes, com previsão, inclusive, de audiência para esta finalidade. Porém, ganha cada vez mais espaço a utilização deste meio alternativo de solução de conflito extrajudicialmente, através de profissionais independentes e instituições próprias (CAHALI, 2011,p. 37). Como se verifica, do exposto anteriormente, a conciliação apresenta aspectos muito semelhantes com a mediação, diferenciando apenas no que se refere a aplicação de técnicas distintas para a obtenção da autocomposição (DIDIER, 2017). Interpretando diferenças da conciliação e da mediação, Cahali (2011, p.38), expõe que: O foco na mediação é o conflito, e não a solução. Na conciliação percebe- se o contrário: o foco é a solução, e não o conflito. E com tratamento às partes, pretende-se na mediação o restabelecimento de uma convivência 21 com equilíbrio de posições, independentemente de se chegar a uma composição, embora esta seja naturalmente desejada. Assim, a mediação surge como o instrumento que mais se enquadra como alternativa para resolução de conflitos nas ações de alimentos decorrentes. Para melhor esclarecer a importância da mediação, tem-se a definição de acordo com o Manual de Mediação Judicial do Conselho Nacional de Justiça - CNJ: A mediação pode ser definida como uma negociação facilitada ou catalisada por um terceiro. Alguns autores preferem definições mais completas sugerindo que a mediação um processo auto compositivo segundo o qual as partes em disputa são auxiliadas por uma terceira parte neutra ao conflito ou por um painel de pessoas sem interesse na causa, para se chegar a uma composição. Trata-se de um método de resolução de disputas no qual se desenvolve um processo composto por vários atos procedimentais pelos quais o(s) terceiro(s) imparcial(is) facilita(m) a negociação entre as pessoas em conflito, habilitando-as a melhor compreender suas posições e a encontrar soluções que se compatibilizam aos seus interesses e necessidades (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2015, p. 20). Inicialmente, obriga-se afastar a noção de que a mediação é um instrumento instituído para a resolução ou solução de conflitos, assim como canal para desobstruir o Judiciário. Contudo, é certo dizer que a mediação é um instituto capaz de fomentar a mudança do conflito, assim como facilitar o acesso à justiça, por meio de linguagem própria, em função comunicabilidade entre as partes envolvidas (BARBOSA, 2015). Alguns doutrinadores entendem que: A mediação de conflitos solicita de cada pessoa envolvida a explicitação de seu posicionamento diante de suas necessidades, crenças e expectativas. Em seguida convida a pessoa a adaptar sua necessidade as possibilidades reais de um acordo a ser cumprido (OLIVEIRA et al., 2008, p. 21). Por fim, cabe salientar, que a mediação possui vários ramos de atuação, dentre eles o da mediação familiar interdisciplinar, porém não se trata de uma divisão jurídica, utilizada apenas para desafogar o Judiciário ou uma assistência para as partes. Entretanto, trata-se de um método, tecnicamente fundamentado, pelo qual uma terceira pessoa imparcial e acima de tudo conhecedora dos métodos acerca da mediação, desperta nas partes seus próprios recursos para que atinjam, por eles mesmos, com evidente mudança de comportamento, para a transformação do conflito (BARBOSA, 2015). 22 Registre-se ainda, que o tema em apreço, será devidamente aprofundado no Trabalho de Conclusão de Curso. 23 6 METODOLOGIA 6.1 Método de Abordagem: No presente Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso será utilizado o método dedutivo, partindo de uma ideia geral, para uma particularizada, como método de abordagem desta pesquisa. O estudo iniciará pela análise da família em seu conceito, princípios e espécies, passando-se para os meios alternativos de resolução dos conflitos, para verificar se a mediação é um instrumento efetivo para a resolução dos conflitos no âmbito das ações de alimentos. 6.2 Técnica de Pesquisa: A técnica de pesquisa a ser utilizada será bibliográfica e documental, por meio de consulta à legislação, doutrinas e jurisprudências. 6.3 Estrutura Básica do Trabalho de Curso: A pesquisa a ser efetuada conforme o projeto ora apresentado constituir-se- á em um Trabalho de Curso, que possuirá a seguinte estrutura básica: INTRODUÇÃO 1 PROTEÇÃO LEGAL DA FAMÍLIA NO DIREITO BRASILEIRO 1.1 Conceito de Família e sua evolução 1.2 Princípios fundamentais do Direito de Família 1.3 Das espécies familiares na contemporaneidade. 2 MEIOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS EM CONFORMIDADE COM O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 2.1 Da jurisdição estatal e sua trilogia: Jurisdição, ação e processo 2.2 Da negociação 2.3 Da conciliação 2.4 Da arbitragem 3 MEDIAÇÃO COMO INSTRUMENTO EFETIVO PARA A RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS NO ÂMBITO DAS AÇÕES DE ALIMENTOS 24 3.1 Conceito de mediação 3.2 Princípios da mediação 3.3 Objetivos e técnicas da mediação 3.4 A pessoa do mediador 3.5 Mediação no Direito de Família 3.6 Mediação como instrumento efetivo para a resolução dos conflitos CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS 25 7 CRONOGRAMA Fases da Pesquisa (Atividades) Ago. Set. Out. Nov. Dez. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Aulas teóricas X X X X X X X X Entrega termo orientação X Contato com o orientador X X X X X X X X Levantamento bibliográfico X X X X X X X X X X Referencial teórico X X X Elaboração do projeto X X X Coleta do material X X X Entrega do Projeto de TC X Banca de qualificação Projeto de TC X Entrega versão final do Projeto de TC X Entrega do termo de ratificação de orientação X Redação provisória do TC X X X X X X Revisão do texto do TC X X X X Redação definitiva do TC X X X Revisão e impressão final X X Entrega do TC X Apresentação em banca X 26 REFERÊNCIAS ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. BARBOSA, Águida Arruda. Mediação familiar interdisciplinar. São Paulo: Atlas, 2015. BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. AZEVEDO, André Gomma de (Org.). Manual de Mediação Judicial. 5. ed. Brasília, DF: CNJ, 2015 ______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 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