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Recurso inominad

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VSJE DO CONSUMIDOR– SALVADOR-BA.
 Processo nº0026275-07.2019.8.05.0001
Edna Medrado de Souza, já qualificada nos autos do processo acima epigrafado que move em face da Embasa, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, através de sua advogada legalmente habilitada, conforme instrumento de mandato em anexo, inconformada com a r. sentença proferida e com fundamento nos artigos 41 e seguintes, da Lei n° 9.099/95, interpor o presente RECURSO INOMINADO, tempestivamente, consubstanciado nas razões posteriormente suscitadas, requerendo desde já que Vossa Excelência RECONSIDERE A DECISÃO ora recorrida, uma vez que se trata, data máxima vênia, de equívoco do MM. Julgador, vez que indeferiu os pedidos feitos pela Autora. Caso Vossa Excelência não reconsidere a r. decisão, após o recebimento e processamento do presente recurso o mesmo deve ser remetido ao Egrégio Colégio Recursal, chamando atenção ainda para o fato de que a Autora pleiteia justiça gratuita, uma vez que está assistida por Núcleo de Prática Jurídica, em assistência gratuita e não tem condições de arcar com as custas do processo. Termos em que,
Pede juntada e deferimento.
Salvador-Ba, 22 de Maio de 2019.
 LUCIANA CRUZ Kátia Gerlin
 OAB/BA28104	OAB/12.679
	RAZÕES DE RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: Edna Medrado de Souza
RECORRIDA: Embasa
Origem: 1ª VSJE DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE SALVADOR/BA
Autos nº 0026275-07.2019.8.05.0001
Egrégia Turma Recursal,
Nobres Julgadores,
1.DA TEMPESTIVIDADE
Apesar da sentença já haver sido proferida há algum tempo a Autora somente teve ciência da mesma no dia 22/05/19, quando foi no juizado atendida pela secretaria da respectiva vara onde teve conhecimento da decisão, procurando imediatamente o NPJ. Dessa forma o prazo deve começar a correr a partir da ciência do ato, com fulcro na boa fé processual.
	2. DA JUSTIÇA GRATUITA
A Autora está sendo assistida por um NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA da FTC/SSA, justamente porque não possui renda para arcar com custos de advogado, é pobre na forma da lei.
Insta salientar que a recorrente é aposentada viúva e mora em bairro humilde, conforme conta de água e INSS em anexo.
Assim, verifica-se que a Autora não pode arcar com as custas judiciais, motivo pelo qual vem requerer que seja concedido o benefício da justiça gratuita. Frise-se que o art. 98 do CPC/2015, autoriza o magistrado a garantir a gratuidade de justiça.
A Recorrente se responsabiliza, neste ato, por todas as consequências de sua declaração.
3. DA SÍNTESE DA DEMANDA E SUA NECESSÁRIA REFORMA 
A ação não tem como objetivo por em dúvida a autenticidade do hidrômetro como alegado pela ré,mas sim evidenciar a disparidade entre o nível de consumo de água calculado pelo Hidrômetro, (que é demonstrado pela própria ré na contestação através de um gráfico), e a cobrança das prestações que se mostram abusivas e aleatórias tendo em vista do reajuste do valor da água nos últimos anos apresentados em site oficial da recorrida.
 
O primeiro gráfico supra indicado, refere-se ao nível de consumo da autora exposto pela ré na contestação,o segundo foi retirado de site oficial da Embasa e deomonstra a evolução dos reajustes(acréscimos)dos últimos cinco anos.
A análise do primeiro gráfico denota que em 4 de Dezembro de 2016 onde o consumo foi de 15m cúbicos,o valor cobrado foi de 48,44 reais,não obstante em 4 de Novembro de 2017 para o mesmo nível de consumo o valor cobrado foi de 72,74 reais ,sendo que de acordo com a taxa de reajuste de 2016 para 2017 (8,80%)o valor devido é de 52,79 reais ,pagando a autora 20 reais de acréscimo indevido o que configura enriquecimento sem causa.Para ratificar a arbitrariedade nas cobranças em 4 de Fevereiro de 2017 o valor cobrado para os mesmos 15m cúbicos de consumo foi de 124 reais! Ora se consumo foi o mesmo e a taxa de reajuste também é a mesma(2016-17, 8,80%), o valor cobrado também deveria ser de 52,79 reais,ou se a recorrida tivesse o mínimo de razoabilidade o mesmo que o cobrado em excesso descrito anteriormente( 72,74 reais),destarte cobrado indevidamente 71,21 reais.
Ainda da análise do gráfico em 4 de Julho de 2015 onde o consumo foi de 17 m cúbicos o valor cobrado foi de 23,24 reais e em 4 de Dezembro de 2017 diante dos mesmos 17m cúbicos o valor cobrado foi de 129,54 reais.Segundo dados do gráfico o reajuste de 2015-16 é de 9,95% e 2016-17 de 8,80%,diante do exposto o valor devido seria de 27,78 reais,cobrado em excesso 101,76 reais!.Ainda no ano de 2017 em 4 de Junho e 4 de Julho onde o consumo de ambos foi de 6m cúbicos há disparidade nas cobranças quando deveriam ser idênticas(já que o consumo foi o mesmo e ocorreu no mesmo anos).Ainda no tocante ao gráfico trazido na contestação em 4 de Março de 2017 onde o consumo foi de 11m cúbicos e valor cobrado foi de 112,44 reais e em 4 de Agosto de 2018 onde houve mesmo consumo de água valor cobrado de 73,67 reais ,se o reajuste de 2017-18 é de 4%,(ou seja deveria ser acrescido nessa porcentagem)como pôde reduzir quase a metade? Isso somente seria possível se os valores cobrados fossem de fato aleatórios.
Em 4 de Agosto de 2017 onde o consumo foi de 14 m cúbicos o valor cobrado foi de 58,30 reais e em 4 de Março de 2018 para o mesmo nível de consumo 112,64 reais, se o reajuste é de 2017-18 é de 4%,diante do mesmo nível de consumo o valor devido seria de 60,63 reais, dessa forma houve pagamento indevido de 54,34 reais, um aumento de quase 100% quando a taxa de reajuste é de 4%.Em 4 de Novembro de 2017 onde o consumo foi de 15 m cúbicos o valor cobrado foi 72,74 reais, em 4 de Agosto de 2018 para o mesmo nível de consumo ,valor de 131,52 reais, se o valor do reajuste é de 4% a quantia devida seria 75,62 reais, sendo pago indevidamente 55,90 reais. Nos dados acima expostos foi verificado que o pagamento devido em 4 de Dezembro de 2017 seria de 27,78 reais , destarte de acordo com a tabela de reajuste (4% do valor) para o mesmo consumo de água em 4 de janeiro de 2018 o valor devido seria de 28,89 reais, no entanto valor cobrado pela ré foi de 158,27 reais, sendo pago indevidamente 129,38 reais.
Os dados supra expostos demonstram que há arbitrariedade e cobranças aleatórias por parte da ré lesando destarte a autora,violando a função social do contrato e a boa fé contratual.
Não há que se falar em inovação pois as prestações analisadas são as mesmas impugnadas na petição inicial.Do mesmo modo também não se pode falar em tutela do direito adiquirido pela média pois o que está sendo tutelado é a irresignação diante dos valores cobrados em excesso.
É diante disso, devido à parte autora a idenização por danos materiais em dobro do valor pago indevidamente com fulcro no art. 42 CDC que consoante disposto acima tem montante de 561,97 reais
 4. DO DANO MORAL
É devido dano moral à autora em face do constrangimento causado pela ré com as cobranças abusivas,impossibilitando aquela (autora) de prover sua própria subsistência diante da hipossuficiência econômica.
 5. DOS REQUERIMENTOS
Por tudo quanto acima exposto, serve o presente Recurso para requerer a reconsideração do nobre magistrado quanto aos fundamentos da sentença e dispositivo e, caso não haja reconsideração, requer seja REFORMADA a r. decisão para julgar procedente a demanda determinando a idenização nos termos da inicial, se não for possível que obrigue a ré ao pagamento dos danos materiais acima expostos (561,97 reais) e danos morais arbitrados por esse juízo.
Conforme narrado na fundamentação supra, e verificando-se a hipossuficiência da Autora, requer seja concedido a gratuidade judiciária para isenção pagamentos de custas e honorários e pugna pela condenação da Recorrida em honorários de sucumbência.
Termos em que, Pede procedência do pedido.
Salvador-BA, 22 de Maio de 2019
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