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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS-FMU MÁRCIA CAMILA MESQUITA LOPES RA 5276662 A3: PIOMETRA DISCIPLINA DE CLÍNICA COMPLEMENTAR AO DIAGNOSTICO São Paulo – SP 2020 INTRODUÇÃO A piometra é uma doença inflamatória uterina, que acomete principalmente animais de meia idade. Caracterizada pelo acúmulo de secreção purulenta no útero. O diagnóstico e baseado no histórico, sinais clínicos obtidos através do exame físico e dos exames laboratoriais. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, sendo o cirúrgico o tratamento de escolha, por ser potencialmente curativa. O método de prevenção mais seguro e por meio de castração eletiva. ETIOPATOLOGIA A piometra e uma patologia comum na clínica médica e cirúrgica, ela e caracterizada pela produção e acúmulo de secreção purulenta de natureza infecciosa no interior do útero de gatos e cadelas, porém sendo mais comum em cadelas do que gatas. Normalmente a doença acomete animais de meia idade ou idosas, podendo também ocorrer em fêmeas jovens que utilizarem tratamentos hormonais. A puberdade das cadelas começa em média de 6 e 12 meses de idade. Os primeiros ciclos podem ser irregulares. O ciclo estral e dividido em 4 fases: proestro, estro, diestro e anestro.É na fase do diestro que normalmente ocorre o desenvolvimento do quadro de piometra. O diestro não gestacional dura aproximadamente 75 dias, onde o corpo lúteo do ovário produz progesterona e ela estimula a atividade secretora das glândulas do endométrio. E com isso diminuindo a atividade miometral. Com os níveis elevados de progesterona as condições ficam propicias para a multiplicação bacteriana que entram no útero durante o estro quando a cérvix está aberta. Também está relacionada ao desenvolvimento da piometra o uso de aplicação de estrogênio na fase de diestro, o que eleva a quantidade de receptores uterinos de progesterona facilitando o desenvolvimento da enfermidade, tratamentos hormonais com progestagenos e irregularidades no ciclo estral em cães. A piometra também pode se desenvolver em fêmeas castradas, isso ocorre quando foi realizada uma Ovário-Histerectomia (OHE) e não foi retirado totalmente o tecido ovariano,este tecido estimula a produção hormonal e com isso pode desenvolver a chamada Piometra de coto ou também conhecida como síndrome do ovário remanescente. De acordo com estudos a bactéria mais encontrada no conteúdo uterino e a Escherichia Coli, porem outras bactérias também são vistas. Segundo pesquisadores a piometra pode-se desenvolver de duas formas: • A piometra aberta: e quando a cérvix se encontra aberta, e assim ocorre a presença de corrimento purulento, mucopurulento ou sanguinolento, e conhecida como descarga vaginal. • A piometra fechada: a cérvix está fechada, não apresenta a descarga vaginal. Os estudos realizados apontam que a piometra fechada e mais grave devido o potencial de vazamento de líquido purulento através das tubas uterinas ou ruptura uterina, podendo ocorrer septicemia que pode levar a choque, hipotermia e colapso. São observados nos casos de piometra também sinais clínicos como anorexia, poliúria, polidipsia, letargia, depressão, diarreia, perda de peso, presença de corrimento vulvar no caso da piometra aberta, êmese, a desidratação e a distensão abdominal vão depender do estágio endotoxêmico. DIAGNOSTICO O diagnostico e baseado no histórico clínico. Realizado através da anamnese e do exame físico do animal. Durante a realização dos exames deve -se suspeitar de fêmeas com sinais clínicos após período de diestro ou aplicação de progesterona exógena e fêmeas castradas que apresentarem sinais clínicos. Durante o exame físico as fêmeas com piometra aberta podem apresentar secreção vaginal mucopurulenta ou serosanguinolenta, aumento de volume abdominal, sensibilidade álgica no abdômen. A vaginoscópia durante o exame clínico para constatar se tem sinais inflamatórios, infecções, anormalidades congênitas, corpos estranhos, e auxiliar na ajuda da descoberta da origem da descarga vulvar. Fazer Hemograma que normalmente nos casos de piometra vai ter uma evidência de leucocitose com neutrofilia com desvio a esquerda, monocitose e uma anemia não regenerativa. Nos Bioquímicos podem apresentar hiperproteinemia com hipoalbuminemia, aumento de fosfatase alcalina, e azotemia em graus variáveis. Exames radiográfico e ultrassonográficos devem ser solicitados, porem os exames ultrassonográfico possuem melhores vantagens comparando ao radiográfico. O ultrassom e o diagnostico conclusivo para esta enfermidade, pois e através dele que conseguimos observar o espessamento da parede uterina, com presença de conteúdo fluido heterogêneo que varia de hipoecóico a anacóico, descartando os diagnósticos diferenciais como gestação. Caso de Piometra em cadela da raça yorkshire com 7 anos de idade (Foto de acervo pessoal cedida pela Mv. Marina Silva Bueno) TRATAMENTO O tratamento deve ser rápido para evitar que ocorra endotoxemia e septicemia. E indicado a fluidoterapia e a antibioticoterapia de amplo espectro, antes do procedimento cirúrgico caso seja a escolha do proprietário, para evitar o choque e desidratação. O tratamento para cadelas sem fim para reprodução e a Ovario-Histerectomia (OHE), sendo bem sucedida na maioria dos casos e por ser potencialmente curativa. Porem existem casos onde somente e feito o tratamento clínico ao invés de cirúrgico, mais isso depende da escolha do proprietário em obter crias da fêmea afetada. Neste caso a fluidoterapia e o tratamento com eletrólitos são feitos. CONSIDERAÇOES FINAIS Não se deve utilizar medicações hormonais (anticoncepcionais) para cadelas não castradas. O método mais seguro de prevenir a piometra e através da castração eletiva, principalmente em animais jovens, pois o seu útero ainda não foi exposto a ação hormonal. O prognostico da doença e bom quando diagnosticada precocemente, e após a cirurgia. Sendo assim uma boa anamnese e um exame físico, juntamente com exames de imagens e laboratoriais são de extrema importância para o sucesso do prognostico. Quanto ao tratamento vai depender de qual tipo de piometra que o animal tem, e o objetivo do proprietário em relação ao animal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MURAKAMI, Vanessa Yurika; FREITAS, Elaine Bernardino; BRITO, Amanda Aparecida; CABRINI, Marina Chaves; VIEIRA, Ariani Molina; COSTA, Jorge Luís; FILADELPHO, André Luís; RAINERI NETO, Roque. PIOMETRA – RELATO DE CASO. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353 Ano IX – Número 17 – Julho de 2011 – Periódicos Semestral NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1468p. GARCIA FILHO, Sergio Pinter; MARTINS ,Leandro Luis; MACHADO, Alessandra Silva; MACHADO Márcia Rita Fernandes. PIOMETRA EM CADELAS: REVISÃO DE LITERATURA. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353 Ano IX – Número 18 – Janeiro de 2012 – Periódicos Semestral GARCIA, Claudia Zeferino; NOGUEIRA, Adriana Rocha; PINHEIRO JÚNIOR, Osni Álamo. PIOMETRA ABERTA EM CADELA – RELATO DE CASO. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353 Ano VII – Número 13 – Julho de 2009 – Periódicos Semestral SILVA, Lúcia Daniel Machado; LIMA, David Baruc Cruvinel. ASPECTOS DA FISIOLOGIA REPRODUTIVA DA CADELA. Anais do IX Congresso Norte e Nordeste de Reprodução Animal (CONERA 2018); Belém, PA, 10 a 12 de setembro de 2018. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.42, n.3-4, p.135- 140, jul./dez. 2018. Disponível em www.cbra.org.brhttp://www.cbra.org.br/
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