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PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS – LEISHMANIAS E FLEBOTOMÍNEOS PARASITOLOGIA – PROFA DRA ZUMIRA CARNEIRO Ribeirão Preto, 13 de março de 2019 PLANO DE AULA • Morfologia e formas morfológicas; • Biologia: Habitat, reprodução; • Fisiologia; • Mecanismo de transmissão; • Patogênese e Patologia • Sinais e sintomas • Diagnóstico: clínico e Laboratorial (parasitológico e imunológico) • Epidemiologia e Profilaxia • Tratamento. Leishmaniose Trópica Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA Leishmaniose Visceral - LV Complexo Leishmania donovani L.(Leishmania) donovani L.(L.) infantum L.(L.) chagasi * (novo mundo) Complexo Leishmania mexicana L.(Leishmania)mexicana * L.(L.) amazonensis * L.(L.) venezuelensis L.(L.) garnhami L.(L.) pifanoi Complexo Leishmania braziliensis L.(Viannia) braziliensis * L.(V.) guyanensis * L.(V.) panamensis* L.(V.) peruviana L.(V.) lainsoni L.(V.) shawi L.(V.) colombiensis L.(V.) equatoriense *Espécies encontradas parasitando o homem no Brasil, ** Nunca ou raramente parasitam o homem. Complexos Leishmânias Velho mundo L.(L.) tropica L.(L.) major L.(L.) aethiopica Hospedeiro vertebrado: grande variedade de mamíferos: roedores e edentados (Tatu, tamanduápreguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, incluído o Homem. Hospedeiro Vertebrado Hospedeiro Invertebrado/vetor Filos Ordens Famílias subfamília Gênero Arthropoda Diptera Psychodidae Phlebotominae Lutzomyia Existem 500 espécies de Plebotominae (Flebotomíneos); Especíes comprovadas como vetores da doença são 30. No Brasil as principais são: Lutzomyia whitmani, Lu wellcomei, Lu pessoai, Lu intermedia, Lu umbratilis e Lu flaviscutellata, Lu longipalpis. Conhecidos popularmente: birigui, mosquito palha, tatuquira, entre outros. Lutzomyia spp Medem de 2 a 3mm; apresentam-se coloração clara (cor de palha ou castanhos claros); Pousam com as asas eretas e entreabertas; São holometábolos, as fêmeas exercem hematofagia, necessitando de aminoácidos e proteínas, para a ovoposição. Lutzomyia spp CARACTERÍSTICAS: Os criadouros em ambientes extra domiciliares são: raízes de árvores, ocos, depressões e buracos de tronco e toca de animais: entre e sob as rochas. No ambiente domiciliar e peridomiciliar: chiqueiro de porcos, bananais, tendo, algumas espécies, grande capacidade de se adaptarem ao ambiente domiciliar humano, quando ocorre destruição do seu habitat natural. Lutzomyia spp O aparelho bucal é do tipo picador-sugador Saliva do vetor: •Induz vasodilatação, • Previne a coagulação, •Tem propriedades imunomoduladoras e anti- inflamatórias (inibe ativação de macrófagos). Probóscida curta – Telmatofagia. Lutzomyia sp Lu. Anduzei, Lu. Whitmani, Lu. Umbratilis: Pousa durante o dia em troncos de árvores e ataca o homem em grande quantidade, quando são atacada. Lu. Wellcomei, Lu. Pessoai, Lu. Migonei, Lu. Intermedia: Altamente antropofílica, tem como hábitos picar o homem mesmo durante o dia e apresenta grande atividade nas estações da chuva. Lu. Longipalpis, Lu. Flasvisculata, Lu. Reducta, Lu. Olmeca: Hábitos noturnos, Principais espécie da Lutzomyia Principais espécie da Lutzomyia Holometabolia ou metamorfose completa: Larva completamente diferente do adulto. Lutzomyia spp – Ciclo de vida Leishmania spp – Ciclo de vida Leishmania spp – Ciclo de vida Adesão do parasito aos macrófagos G P 3 G P 3 G P 3 G P 3 membrana plasmática Ativação do sistema complemento que favorecem a fagocitose; Complexo lítico final do complemento se liga na superfície dos parasitas – lise; Molécula de superfície das promastigotas: glicoproteína gp 63 -importante na adesão do parasito; Lipofosfoglicanos além de promover o escape do parasito ao sistema complemento, ainda esta envolvido inibição de enzimas hidrolíticas do MO. • Ativação do sistema complemento • Ação de glicoproteínas de membrana e receptores Adesão do parasito aos macrófagos Adesão do parasito aos macrófagos Penetração do parasito aos macrófagos • Durante a endocitose, a célula hospedeira aumenta a intensidade respiratória radicais livres • Macrófago promove a fusão dos lisossomos com o fagossomo e parasito. Penetração do parasito aos macrófagos H+ H2O2 O- OH- Sobrevivência do parasito nos macrófagos • Altamente tóxicos para o parasito Alterações Morfológicas e Bioquímicas do parasito: flagelo; número de microtúbulos e organelas; biossíntese de macromoléculas; consumo de O2; tamanho; Após sucessivas divisões...rompimento da célula do hospedeiro liberação das amastigotas...fagocitadas por outros macrófagos. Alterações Morfológicas e Bioquímicas do parasito: Th0 B A Macrófago INF-y TNF-α IL-2 IL-12 IL-4 IL-5 IL-6 IL-10 TGB-β Leishmania sp Aspecto imunológico LTA e LV– Epidemiologia 12 milhões de casos de leishmanioses (OMS), 350 milhões de pessoas sob risco: - 88 países / 72 em desenvolvimento. Leishmaniose Visceral– Epidemiologia Transmissão: Uso injetáveis de droga, Transfusão Sanguínea. Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA PELE E MUCOSAS HUMANAS Ulcerosa: únicas ou múltiplas (indolores) Nodulares: difusa Cutâneo mucosas: lesões metastáticas MECANISMOS DE TRANSMISSÃO Picada de insetos hematófagos do gênero Lutzomyia - mosquito palha; birigui; PATOGENIA Período de Incubação - 2 semanas a 3 meses; LEISHMANIOSE TEGUMANTAR AMERICANA Complexo Leishmania braziliensis: L. (V.) braziliensis, L.(V.) guyanensis, L. (V.) lainsoni. Leishmaniose Cutânea Leishmaniose Cutânea Lesões únicas ou múltiplas confinadas na derme; Podem evoluir para forma verrugosas; Grande densidade de parasitos no bordos da úlcera na fase inicial da infecção; Escasso na fase crônica; Em pacientes imunodeprimidos – a forma cutâneo-disseminada; Complexo Leishmania braziliensis: L. (V.) braziliensis, L.(V.) guyanensis, L. (V.) lainsoni. Leishmaniose Cutânea Complexo Leishmania braziliensis: L.(V.)braziliensis; L. (V.) guyanensis. Leishmaniose Cutâneo-Mucosa Complexo Leishmania braziliensis: L.(V.) braziliensis; L. (V.) guyanensis. Leishmaniose Cutâneo-Mucosa Conhecida por Espúndia e nariz de tapir ou anta; Meses ou anos após a lesão primária; Lesões secundárias envolvendo mucosa e cartilagens; Disseminação metastática (nariz, boca e a laringe); Dificuldade para alimentar, respirar, falar. Complexo Leishmania mexicana: L. (L.) amazonensis. Leishmaniose Cutânea Difusa Leishmaniose Cutânea Difusa Complexo Leishmania mexicana: L.(L.)amazonensis. Leishmaniose Cutânea Difusa Lesões – erupções nodulares difusas não ulceradas; 40% pacientes parasitados pela L. amazonensis desenvolvem LCD; Metástase - não picadas múltiplas; LCD estreitamente associada com deficiência imunológica do paciente; Não respondem ao tratamento. Complexo Leishmania donovani: L.(L.) chagasi. Leishmaniose Visceral Complexo Leishmania donovani: L.(L.) chagasi. Leishmaniose Visceral Porta de entrada também é a pele; Lu longipalpis. Ocorre migração dos parasitos para os linfonodos e vísceras; Nas vísceras, parasitos induzem infiltrados inflamatórios; Parasitos raramente encontrados no sangue periférico; No cão ou raposas, encontro parasito no sangue é comum – reservatórios. Baço: congesto, tecido friável, hiperplasia e hipertrofia das células do SMF; Fígado: Pode apresentar congestão passiva, Hiperplasia e hipertrofia das células de Kupffer, densamente parasitadas; Pode observar ainda fibrose septal e portal, grave disproteinemia, baixo nível de albumina – edema inferiores. Tecido hemocitopoético: Medula óssea – hiperplasia e densamente parasitada; ocorre desregulação da hematopoiese, diminuição de células: hiperplasia no setor histiocitario, hipoplasia no setor formador de sangue e aplasia. Leishmaniose Visceral Alterações renais: imunocomplexos circulantes, glomerulonefrite proliferativa e nefriteintersticial. Alterações linfonodos: geralmente aumentados, há ausência de células T e presença de MO e plasmócitos parasitados. Alterações pulmonares: pneumonite intersticial com espessamento dos septos pulmonares – devido presença de matéria antigênico da Leishmania. Alteração no Aparelho Digestivo: Presença de amastigotas e excessiva proliferação de células do SMF (jejuno e duodeno), edema, alongamento das velosidades. Alterações cutâneas: descamação, queda de cabelo (parasitos podem ser encontrados na pele normal). Leishmaniose Visceral Forma assintomática; Sintomatologia inespecífica: febre baixa recorrente; Tosse seca; Diarréia; sudorese Pode ser confundida com malária, febre tifoide, doença de Chagas, toxoplasmose. Fase aguda febre alta; Palidez de mucosa; Hepatoesplenomegalia discreta; sudorese Equilibrio parasito/hospedeiro pode ser rompido: imunossupressão, HIV, diabetes, tuberculose, desnutrição, fármacos pós-transplante. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Forma sintomática crônica do calazar clássico Emagrecimento progressivo, Caquexia acentuada, Hepatoesplenomegalia, associada à ascite, Edema generalizado, Diarréia e disenteria (amebíase e Shigelose), Tuberculose Dores musculares, Perturbações digestivas, Retardo da puberdade, Bactérias associadas são importantes na determinação do óbito Leishmanioses - Tratamento Antimoniato de N-metil glucamina (GLUCANTIME) Antimoniais pentavalentes 0,2mL/kg (10 dias) 10 dias repetição (intramuscular) max. 10mL/pessoa Antifúngicos Anfotericina B (FUNGISON) 0,2 mg/kg + 500mL soro glicosado (3 a 4 horas) 3 a 12 semanas max. 50 mg/pessoa Leishmanioses - Profilaxia não dormir em matas ou grutas; construção de casas a uma distância mínima de 500 m de matas derrubadas; tratamento dos indivíduos parasitados; uso de repelentes, telas e mosquiteiros; uso de inseticida; vacinação? Leishmaniose Tegumentar Americana as mesmas indicadas para Leishmaniose Tegumentar, e: descoberta e eliminação dos canídeos infectados; Leishmaniose Visceral Americana Bibliografia Básica: NEVES, D.P. Parasitologia Humana. 12a. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2011. NEVES, D.P. Parasitologia Dinâmica. 2ª. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2009. REY, L. Bases da Parasitologia Médica, 3ª. ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara- Koogan, 2009. REY, L. Parasitologia. 4a. ed., Rio de Janeiro, Editora Guanabara-Koogan, 2008. Bibliografia Complementar CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia Humana e seus Fundamentos Gerais. 2a. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2001. CIMERMAN, B.; FRANCO, M.A. Atlas de Parasitologia. Artrópodes, Protozoários e Helmintos. São Paulo, Editora Atheneu, 2001. DE CARLI, G.A. Parasitologia Clínica. Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo, Editora Atheneu, 2001. LEVENTATHAL, R.; CHEADLE, R. Parasitologia Médica. Texto & Atlas. Editora Premier LTDA, 1997. ZAMAN, V. Atlas Color de Parasitología Clínica. 2a. ed., Buenos Aires, Editorial Medica Panamericana, 1988. Obrigada!
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