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Consulta nutricional em pediatria 2 a 5 anos Dados A industrialização promoveu diversas alterações, e uma delas foi a urbanização e a transição da alimentação. A população passou a consumir alimentos processados, e reduziu o consumo de raízes, cereais e tubérculos. Com esse comportamento alimentar ocorreu a transição nutricional, levando a mudanças econômicas significativas na saúde como consequência do surgimento da obesidade e do sedentarismo. O Brasil vem enfrentando um aumento expressivo do sobrepeso e da obesidade em todas as faixas etárias. A obesidade já atinge mais de 30% da população. E as doenças crônicas são a principal causa de morte entre adultos. As crianças passaram a se alimentar de industrializados, tornaram-se sedentárias pelo excesso de televisão e vídeo game, contribuindo para o desenvolvimento da obesidade infantil. Uma criança obesa tem grandes chances de se tornar um adulto obeso, 50 a 65% dos adultos obesos eram crianças ou adolescentes obesos. COSTA, M. R. A influência da mídia televisiva nas escolhas alimentares das crianças e na obesidade infantil: uma revisão da literatura. Trabalho de conclusão de curso. Brasília, 2016. O excesso de peso acomete um em cada dois adultos e uma em cada três crianças brasileiras. Guia alimentar para a População Brasileira – 2014 Ministério da Saúde. BORJESON, M. The aetiology of obesity in children. A study of 101 twin pairs. Acta Paediatr Scand,1976; 65: 279-87. STUNKARD, A. J.;, SORENSEN, T. I.; HANIS, C.; TEASDALE, T. W.; CHAKRABORTY, R..; SCHULL, W. J.; SCHULSINGER, F. An Pais obesos, filhos obesos? 80% de chances se ambos pais são obesos; 50% de chances se um dos pais é obeso; 9% de chances se nenhum dos pais é obeso. Educação alimentar deve estender-se à família! adoption study of human obesity. N Engl J Med, 1986; 314:193- 8. Padrões de alimentação Substituição de alimentos in natura ou minimamente processados de origem vegetal (arroz, feijão, mandioca, batata, legume e verdura). Essas transformações de grande intensidade no Brasil, determinam, entre outras consequências, desequilíbrio na oferta de nutrientes e ingestão excessiva de calorias. Guia alimentar para a População Brasileira – 2014 Ministério da Saúde. Tendências do consumo alimentar: Segundo a POF (2008 – 2009), o consumo alimentar combina a dieta tradicional brasileira à base de arroz e feijão - itens mais referidos na pesquisa e combinação de boa qualidade nutricional - com alimentos de teor reduzido de nutrientes e de alto teor calórico. Por exemplo, observa-se consumo muito aquém do recomendado para frutas, verduras e legumes e consumo elevado de bebidas com adição de açúcar, como sucos, refrigerantes e refrescos, os • Redução do consumo de alimentos básicos • Maior participação de industrializados POF : 2002 – 2003 2008 – 2009 quais são particularmente referidos pelos adolescentes. A mediana de consumo de sucos e refrigerantes é de 122 ml diários, sendo o consumo médio dessas bebidas entre adolescentes maior que o dobro da média dos adultos e idosos. Menos de 10% da população atinge as recomendações de consumo de frutas, verduras e legumes; o consumo de leite também é muito aquém do recomendado, o que se traduz em elevadas prevalências de inadequação de consumo de vitaminas e cálcio. Excessivo consumo de açúcar foi referido por 61% da população, a prevalência de consumo excessivo de gordura saturada (maior do que 7% do consumo de energia) foi de 82% na população, o percentual da população com consumo abaixo do recomendado de fibras foi de 68% e mais que 70% da população consome quantidades superiores ao valor máximo de ingestão tolerável para o sódio, confirmando os grandes percentuais de inadequação da alimentação da população brasileira. Um marcador positivo da dieta é a quantidade de proteínas consumidas. As médias de consumo em todas as faixas etárias foram maiores de 15% do consumo calórico total. Itens alimentares considerados saudáveis como feijão, preparações à base de feijão, milho e preparações a base de milho são mais consumidos nas faixas de menor renda. O consumo médio de batata-doce per capita também é mais do que o dobro nas menores renda quando comparada às maiores rendas, enquanto que batata frita é mais consumida na maior classe de renda. Por outro lado, alguns marcadores negativos da qualidade da dieta, como consumo de doces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assados, são reduzidos na menor categoria de renda. Nas áreas rurais, as médias de consumo per capita diário foram muito maiores para arroz, feijão, batata-doce, mandioca, farinha de mandioca, manga, tangerina e peixes. Em contraste, nas áreas urbanas, destacaram-se os produtos processados e prontos para consumo como: pão, biscoitos recheados, sanduíches, salgados, pizzas, e refrigerantes, sucos e cerveja, caracterizando uma dieta com alto teor energético. Entre os adolescentes destaca-se a alta frequência de consumo de biscoitos, linguiça, salsicha, mortadela, sanduíches e salgados e os valores per capita indicam um menor consumo de feijão, saladas e verduras quando comparados aos adultos e idosos. O consumo médio de energia fora do domicílio correspondeu a aproximadamente 16% da ingestão calórica total e foi maior nas áreas urbanas, na Região Sudeste, no sexo masculino e para indivíduos na faixa de renda familiar per capita mais elevada. A alimentação fora de casa se caracteriza por participação importante dos refrigerantes, cerveja, sanduíches, salgados e salgadinhos industrializados. Os grupos de alimentos associados às maiores médias de consumo de energia são também os itens associados ao consumo mais elevado de gordura saturada, açúcar, sal e com as menores quantidades de fibras. Por outro lado, aqueles que referiram o consumo de arroz integral e feijão apresentaram consumo médio de calorias abaixo da média da população. Entre os grupos de alimentos estudados, o biscoito recheado destacou-se como um dos mais importantes marcadores de consumo não saudável, seguido pelos refrigerantes, doces, pizza e salgadinhos industrializados. As prevalências de inadequação de ingestão de micronutrientes foram altas em todas as Grandes Regiões do País e refletem a baixa qualidade da dieta do brasileiro. Correções na dieta permitiriam atingir as recomendações para a maioria dos micronutrientes. Essas modificações incluem trocar alimentos muito calóricos e com baixo teor de nutrientes por frutas, verduras, leguminosas, leite, grãos integrais, oleaginosas, vísceras, peixes, todos eles produzidos no País. Em síntese, o consumo alimentar no Brasil é principalmente constituído de alimentos de alto teor energético e apresenta baixo teor de nutrientes, configurando uma dieta de risco para déficits em importantes nutrientes, obesidade e para muitas doenças crônicas não transmissíveis. POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Rio de Janeiro, 2011. O (doce) lanche da criança brasileira Como deveria ser: Como realmente é: Dados importantes: WHO – 2014 • Mais de 50% população brasileira com sobrepeso; • 20% obesidade; • A obesidade infantil é um dos problemas mais sérios de saúde pública do século XXI. As informações estão confusas Afinal, prescrever jejuns, proibir alimentos modismos, por “verdades indiscutíveis” ou por “notícias falsas” (fake news) que se espalham como dogmas pelas redes sociais. Youtube®, Netflix®, Googleplay® entre outras fontes de sabedorias proliferam não só coisas boas, mas algumas vezes ideiase conceitos errados. Cenário atual: (IBGE, 2009; JOURNAL OF MEDICINE, 2011). Quase 50% dos pais procuram serviços de nutrição infantil, devido à problemas com a alimentação dos filhos. Diferenciais do consultório de nutrição pediátrica Consultas: 15 – 20 dias. Estabelecer metas de evolução. Jalecos: personalizados (desenhos animados, super heróis, princesas) ou não utilizar. Consultório organizado e acolhedor. O que é preciso para iniciar a Avaliação Nutricional? Avaliação nutricional Empatia Compreender Ouvir Vínculo Anamnese clínica Sociedade Brasileira de Pediatria. Avaliação nutricional da criança e do adolescente: Manual de orientação. Departamento de Nutrologia. 2009. Questionar sobre o estilo de vida da criança é muito importante. • Atividade física curricular e extracurricular (tipo, duração, frequência e continuidade no tempo); • Hábitos de sono (Que horas dorme? Que horas costuma acordar?); • Creche/escola (Período integral ou não?); • Exposição regular ao sol (Tempo e área exposta); • Perguntar sobre aversões alimentares e as prováveis causas. Sociedade Brasileira de Pediatria. Avaliação nutricional da criança e do adolescente: Manual de orientação. Departamento de Nutrologia. 2009. Esta etapa se caracteriza por ser um período de diminuição do ritmo de crescimento sendo inferior aos dois primeiros anos de vida (cerca de 2 a 3 Kg/ano e 5 a 7 cm/ano), portanto com decréscimo das necessidades nutricionais e do apetite. A anamnese deve abranger: A alimentação habitual; O tipo e a frequência das refeições diárias; Doenças no momento da entrevista; Oferecer de 15 – 20 vezes! Como nós, profissionais, devemos agir nas condutas de avaliação? Avaliar as crianças comendo Inventário alimentar: O que a criança come? O que nunca foi oferecido? O que ela nunca comeu? Texturas, cores e temperaturas? Onde as refeições são realizadas? A maioria das mães desiste de oferecer o alimento após 2ª ofertada em que houve negação → Universidade de Londres. Neofobia: É caracterizada pela dificuldade em aceitar alimentos novos ou desconhecidos, isto é, a criança nega-se a experimentar qualquer tipo de alimento desconhecido e que não faça parte de suas preferências alimentares. Antropometria Peso; Altura. Curvas de crescimento e ganho de peso: Picky/fussy eating: Refere-se à criança que rejeita uma grande variedade de alimentos, com uma dieta caracterizada por uma variedade muito pequena. A criança “picky/fussy” ingere baixas quantidades de alimentos com vitamina E, vitamina C, folato e fibras, provavelmente em decorrência do baixo consumo de vegetais. Antropometria; Composição corporal; Exame físico; Inquéritos dietéticos; Exames laboratoriais; Anamnese nutricional. Confira no material de apoio Exames laboratoriais Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 2009. Nascimento aos 5 anos. • Medida de um nutriente ou metabólito no sangue, fezes ou urina. • Sofrem a influência de fatores não nutricionais. • Ajudam a determinar o diagnóstico. • Medem a eficácia das terapias fornecidas. • Direcionam para o plano de cuidado. • A avaliação bioquímica isolada não deve ser conclusiva para avaliar estado nutricional. Considerações importantes: • Sou o primeiro profissional a avaliar este paciente? • Sei interpretar o resultado? • Tem exames prévios realizados? • Determinado exame é fundamental para o meu diagnóstico nutricional e estabelecimento de conduta? Exames Parâmetros Hemoglobina 2 a 9 anos: 11,5 – 14,5g/dl – Acima de 12,5 – 13g/dl • Proteínas séricas – se necessário (normalmente pediatra avalia); • Albumina, pré-albumina, transferrina e proteína carreadora de retinol; • Glicemia de jejum; • Hemoglobina glicosilada; • Hemograma completo; • Colesterol total e frações; • Triglicerídeos; • Vitamina D; • Vitamina B12. Tempo de jejum: • Colesterol total - fósforo sérico - 4h • HDL - LDL - TG - 12 h • Glicose sérica - 8h Não necessitam de jejum: Hemograma; Plaquetas; Creatinina; Cálcio; Ferritina; Bilirrubinas; Fosfatase alcalina; Anti HIV; Anti HCV; Potássio; Sódio; T3 - T4 – TSH; Ureia; TGO – TGP. Hematócrito 2 a 9 anos: 33 – 43%. Ideal: 37 – 38% no mínimo. Glicemia - Crianças 60 – 100mg/dl Hemoglobina glicosilada A1c 1 a 5 anos: 2,1 – 7,7% do total de hemoglobina. Ideal: não passar de 5 – 5,5% Ferritina 1 a 9 anos: 10 – 60μg/l. Ideal 40 – 50 μg/l Ferro 22 – 184μg/dl. Vítolo MR. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2015. Exame laboratorial Valores Descrição Hemoglobina (mg/dL) <11,0 Indicativo de anemia Hematócrito (%) <33 Indicativo de anemia Volume corpuscular médio (fL) <75 Indicativo de anemia microcítica Índice de saturação de transferrina (%) <12 Depleção de ferro funcional Capacidade de ligação do ferro total (mcg/dL) <200 Indicativo da presença de doença infecciosa e/ou inflamatória Ferritina (ng/mL) <12 Depleção dos estoques de ferro Receptor de transferrina (nmol/L) >28 Depleção de ferro funcional Valores de referência lipídica propostos para faixa etária de 2 a 19 anos: Lipídios Desejável (mg/dl) Limítrofe (mg/dl) Aumentado (mg/dl) Colesterol total <150 150 – 169 ≥170 LDL <100 100 – 129 ≥130 HDL >45 - - TG <100 100 - 129 ≥130 Fonte: I Diretriz de prevenção da aterosclerose na infância e adolescência, 2005. Avaliação bioquímica nutricional: A avaliação bioquímica do estado vitamínico baseia-se em 2 tipos de investigação: • Avaliação dos níveis plasmáticos e séricos de vitaminas circulantes: B1, B2, B6, D, C, A, E, B12 e Folato. • Avaliação vitamínica com base em diferentes sistemas enzimáticos: B1, B2 e B6. Vitamina A: • Alteração no crescimento; • Maior suscetibilidade a infecções. Deficiência Subclínica: 20 a 40μg/dL Deficiência Clínica: <20μg/dL SBPT, 2009. O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi instituído por meio da Portarianº729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6 a 59meses de idade e puérperas no pós-parto imediato (antes da alta hospitalar). Referência: http://dab.saude.gov.br. Acessado em 20/09/2018. Fontes alimentares de vitamina A: Alimento Conteúdo de vitamina A (mcg/100g) Óleo de fígado de bacalhau 30000 Fígado de vitela grelhado 11717 Fígado de boi orgânico 5069 Manteiga 750 Leite de vaca integral em pó 275 Goiaba 187 Ovo de galinha inteiro cru 146 Sardinha em óleo 32 Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. Vitamina D: • Dieta e Endogenamente (Luz Solar) • Exerce papel fundamental na homeostase do cálcio e fósforo. • Crescimento ósseo, fator imunológico e reprodução humana Barbosa et al, 2013. Deficiência de vitamina D: • Fraqueza Muscular. • Hipotonia Generalizada. Valores de Referência: 30 a 100 ng/dL. Ideal: 50 – 60ng/dL. Carência: ↓ 20 ng/dL. Doses de manutenção de vitamina D: Faixas etárias População geral (UI) População de risco (UI) 0 – 12 meses 400 400 – 1.000 1 – 8 anos 400 600 – 1.000 9 – 18 anos 600 600 – 1.000 19 – 70 anos 600 1.500 – 2.000 SAIBA MAIS Sinergia entre os nutrientes A deficiência de zinco pode prejudicar a metabolização da vitamina A, podendo levar à deficiência. Quando ocorre a deficiência devitamina A ocorre consequentemente a deficiência de ferro, por prejuízo na mobilização dos estoques do mesmo. Em casos de anemia, por exemplo, não se deve suplementar apenas ferro, deve-se levar em consideração a sinergia entre esses outros nutrientes envolvidos. Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. >70 anos 800 1.500 – 2.000 Gestantes 14 – 18 anos 600 600 – 1.000 Gestantes >18 anos 600 1.500 – 2.000 Lactantes 14 – 18 anos 600 600 – 1.000 Lactantes >18 anos 600 1.500 – 2.000 Maeda, S. S. et al. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014. Fontes alimentares de vitamina D: Alimento Porção Conteúdo de vitamina D por porção Salmão selvagem 100g ~ 600 – 1.000 UI de vitamina D3 Salmão de criação 100g ~100 – 250 UI de vitamina D3 Sardinha em conserva 100g ~300 UI de vitamina D3 Cavala em conserva 100g ~250 UI de vitamina D3 Atum em conserva 100g ~230 UI de vitamina D3 Óleo de fígado de bacalhau 5ml ~400 – 1.000 UI de vitamina D3 Gema de ovo 1 unidade ~20 UI de vitamina D3 Cogumelos frescos 100g ~100UI de vitamina D3 Cogumelos secos ao sol 100g ~1.600 UI de vitamina D3 Maeda, S. S. et al. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014. Doses de tratamento de vitamina D: Tratamento com dose diária Menores de 1 mês: 1.000 UI/dia por 2 – 3 meses. Entre 1 – 12 meses: 1.000 a 5.000 UI/dia por 2 – 3 meses. Maiores de 12 meses: 5.000 UI/dia por 2 – 3 meses. Manutenção: 400 – 1.000 UI/dia. Tratamento com dose semanal 0 – 1 ano: Tratamento 50.000 UI uma vez por semana por 6 meses até atingir concentrações séricas de 25-OH-D superiores a 30ng/ml Manutenção: 400 – 1.000 UI/dia 1 – 18 anos: Tratamento: 50.000 UI uma vez por semana por 6 semanas até atingir concentração sérica de 25-OH-D superiores a 30ng/ml Manutenção: 600 – 1.000 UI/dia. Tratamento com altas doses Tratamento: 100.000 – 600.000 UI por 1 – 5 dias, podendo ser repetida a cada 3 meses. Manutenção 400 – 1.000 UI/dia ou 50.000 UI oral semanalmente por 8 semanas (adolescentes e adultos). Vitamina B12: Níveis reduzidos são observados: • Anemia Megaloblástica • Anemia Perniciosa • Dietas vegetarianas restritas Deficiência de vitamina B12: anemia megaloblástica, irritabilidade, glossite, diarreia, transtornos psiquiátricos e neuropatia desmineralizante central e periférica. Barbosa et al., 2013. Fontes alimentares de vitamina B12: Alimento Conteúdo de cobalamina (mcg/100g) Fígado de boi refogado orgânico 70,6 Fígado de galinha refogado orgânico 16,9 Atum fresco 10,9 Sardinha em óleo 8,9 Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. SAIBA MAIS Importância da vitamina D Atua no metabolismo do cálcio (transcrição gênica dos receptores de ligação do cálcio e da osteocalcina, estimula a absorção, ↓ secreção do hormônio da paratireoide (PTH), reabsorção óssea e a atividade dos osteoblastos); ↓ a produção de colágeno tipo 1; Tem influência na função muscular; Estimula a diferenciação celular e o sistema imune; Tem influência na secreção de insulina. Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. Zinco: • Compõe inúmeras enzimas que atuam na síntese proteica; • Sistema imunológico, pele e TGI são os locais onde ocorre maior síntese; • Não apresenta grandes estoques corporais; • Participa do crescimento e imunidade; Valores de Referência: 0,7 a 1,5 mg/L. Fontes alimentares de zinco: Alimento Conteúdo de zinco (mg/100g) Ostra 45,2 Levedura 11,0 Semente de abóbora 10,3 Carne vermelha 8,1 Caranguejo cozido 5,7 Castanha de caju torrada 4,7 Amendoim cru 3,2 Amêndoa 2,6 Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. SAIBA MAIS Importância da vitamina B12 Atua como cofator enzimático em diversos processos do metabolismo. As enzimas dependentes de B12 são as isomerases, metiltransferases e as de-halogenases reduzidas. Atua no ciclo da homocisteína – cofator da metionina sintase; Atua na desmetilação da metil-tetra-hidrofolato para gerar tetra- hidrofolato, necessário para a síntese de DNA – atua na replicação do código genético e é um fato de crescimento em todas as células do organismo. Atua no metabolismo dos ácidos graxos – sua deficiência compromete o metabolismo do ácido propiônico (com o acúmulo de ácido metilmalônico), que pode ser responsável por alterações neurológicas associadas com a deficiência dessa vitamina. Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. Cálcio: • O cálcio é um dos minerais encontrados em maior quantidade no organismo. • Cerca de 99% do cálcio corporal estão presentes no tecido ósseo. Valores de referência para crianças: 8,8 a 10,8 mg/dL. Ideal: 9,5 mg/d. Fontes de cálcio: Quantidade de alimentos necessários para atingir a necessidade de cálcio de crianças de 1 a 3 anos (verificar tolerância/digestão de lácteos): Alimentos Total de Cálcio (mg) • 1 xícara de leite integral (250mL) - 290mg; • 1 fatia de queijo branco (30g) - 205mg; • 1 laranja – 96mg; Total = 591. Sementes – 120 g de sementes de linhaça contem 428mg de cálcio, além de outros compostos benéficos para o nosso organismo. Sardinha: Cada 100 g de sardinha oferece 500 mg do mineral. SAIBA MAIS Sinais e sintomas da deficiência de zinco. Pele com coloração amarelada; Acne; Eczema e psoríase; Retardo na cicatrização de feridas e úlcera de decúbito; Unhas fracas e quebradiças, com manchas. Cabelos secos e quebradiços, aumento da queda de cabelos ou até mesmo calvície; Hiperplasia prostática benigna; Gripe comum; Estrias durante a gestação; Sensação prejudicada de cheiro e paladar; Fotofobia, cegueira noturna, movimentos involuntários/cíclicos do globo ocular (nistagmo); Hipogonadismo. Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. Legislação A prescrição de suplementos nutricionais: Poderá ser realizada em casos de: estados fisiológicos específicos, estados patológicos e alterações metabólicas; Deve ser precedida da avaliação nutricional; SAIBA MAIS Importância do cálcio Ossos e dentes: desenvolvimento e manutenção dos ossos e dentes. Maiores necessidades durante o período de rápido crescimento e desenvolvimento como infância, gestação e lactação; Contração muscular; Coagulação sanguínea; Permeabilidade vascular: regula a passagem de fluidos entre membranas celulares; Função enzimática: ativa enzimas responsáveis pela contração muscular, digestão de gorduras e metabolismo proteico; Transmissão nervosa: atua na regulação e transmissão de impulsos nervosos; Sinal de mensageiro: ↓ nas taxas de cálcio extracelular sinalizam a liberação de hormônio da paratireoide (PTH) aumentando a absorção do mineral. Fonte: PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol I e II. São Paulo: VP Editora, 2015. Deve fazer parte da correção do padrão alimentar, sendo definido período de uso e de reavaliação. O nutricionista, ao realizar a prescrição dietética de suplementos nutricionais, deverá: Considerar o indivíduo globalmente, respeitando suas condições clínicas, socioeconômicas, culturais e religiosas; Considerar diagnósticos, laudos, pareceres dos demais membros da equipe multidisciplinar, definindo, em conjunto a conduta; FÓRMULA 1 - Vitamina A - 100 µg - Magnésio - 80 mg - Zinco – 10 mg Aviar X doses sachê, glicerina vegetal ou cápsula Posologia: oferecer 1 dose junto com almoço. FORMULA2 - complexo B concentrado • Vitamina B1 – 500 µg • Vitamina B2 – 1 mg • Vitamina B3 – 5 mg • Vitamina B5 – 5 mg • Vitamina B6 – 2 mg • Vitamina B12 – 50 µg • Taurina – 40 mg. Aviar X doses sachê, glicerina vegetal ou cápsula Posologia: oferecer 1 dose junto com o jantar. Suplementos – exemplos de prescrição: Probióticos: Questionar se houve uso de antibióticos; Como estão as fezes; Crianças de 2 – 5 anos: até 5 bilhões; 3 – 5 cepas de lactobacillus e bifidumbacterium. Oferecer pela manhã (em algum suco, leite ou água) OU a noite antes de dormir; Quando há disbiose: não colocar a noite pois pode atrapalhar o sono – questionar os pais sobre a qualidade do sono da criança e verificar a possibilidade de troca de horário da prescrição. Recomposição da flora pediatria: • Lactobacillus acidophilus – 1 bilhão • Lactobacillus bifidum – 1 bilhão • Lactobacillus bulgaricus – 1 bilhão • Bifidumbacterium infantis – 2 bilhões • Glutamina – 2 g Aviar X doses em sachê. Posologia: tomar 1 dose pela manhã. Patologia Cepa específica Diarreia por rotavírus Lactobacillus rhamnosus GG Diarreia por antibióticos Lactobacillus rhamnosus GG Saccharomyces boulardii Cólicas Lactobacilos reuteri Nutr Hosp. 2015 Feb 7;31 Suppl 1:72-7. doi: 10.3305/nh.2015.31.sup1.8711 L. Inquéritos alimentares: Inquérito qualitativo: • Presença e duração da amamentação; • Introdução da alimentação complementar; • Qualidade, quantidade e frequência da alimentação; • Dentição e mastigação; • Alergias, intolerâncias e aversões; • Hábito intestinal; • Alterações de peso. Estratégias para aumentar a precisão: • Uso de fotografias, réplicas de alimentos e kits de medidas caseiras. • A partir de que idade podemos fazer uma avaliação de consumo alimentar com a própria criança? • Quais estratégias para avaliar o consumo alimentar de crianças? • Com o que devemos nos preocupar em relação ao consumo alimentar de crianças? SAIBA MAIS Educação Alimentar e nutricional! O que é o ideias na mesa? O Ideias na Mesa é uma rede virtual de experiências em Educação Alimentar e Nutricional (EAN) que visa ao estabelecimento de referenciais técnicos, conceituais e metodológicos e ao fortalecimento e valorização da EAN. O intuito é construir um espaço democrático para troca, diálogo e construção de novos conhecimentos no âmbito da EAN, por meio da colaboração de diferentes setores da sociedade brasileira que atuam nessa área. No Ideias na Mesa você poderá adicionar experiências em EAN, compartilhar arquivos publicados por outros usuários das mais diversas regiões do país, personalizar seu perfil, criar biblioteca pessoal de arquivos e ficar por dentro das últimas novidades e eventos relacionados ao tema. Fonte: https://www.ideiasnamesa.unb.br/index.php Questionário de Frequência Alimentar para Crianças: Considerações na elaboração cardápio: 65% 80% 73% Não comem com os pais Pais forçam a alimentação Usam distrações como tablets, celulares e TV na hora das refeições. INSTITUTO PENSI - BRASIL (2016) Recomendações nutricionais Montar o cardápio para a família! O cardápio deve respeitar os hábitos da família e as características regionais. O esquema alimentar deve ser composto por 5 a 6 refeições diárias, incluindo: Café da manhã; Lanche da manhã; Almoço; Lanche vespertino; Jantar; Ceia (????) – Ideal é que a criança durma entre 20:30 – 21h. Princípios fundamentais: • Envolvimento de todos os membros da família; • Adoção de hábitos alimentares saudáveis; • Aperfeiçoamento das técnicas dietéticas usadas no preparo dos alimentos; • Reunir os membros da família no processo; • Estabelecer metas de acordo com as prioridades da família; • Introduzir cardápios com novos alimentos conforme estilo de vida das pessoas. Como intervir? Pré-escolar: • Falta de interesse pela alimentação; • Chantagens, distrações com brincadeiras e TV, disfarce de alimentos, uso da mamadeira; • Tamanho das refeições; • Respeitar poder de saciedade, intervalos (2h - 2h30); • Horários rígidos; • Inapetência - Reverter ciclo vicioso comportamental. Vítolo, MR. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2015. Caráter educacional: Utilizar receitas práticas e funcionais e orientar quanto à lista e aquisição de alimentos. Para a montagem do cardápio, considerar: • Variedade e combinação dos ingredientes e pratos; • Disponibilidade dos alimentos (safras); • Praticidade das receitas (técnica de preparo e mão de obra disponível); • Custo; • Valor nutricional; • Rendimento especificado. Modelo de cardápio familiar SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA Café Da Manhã Vitamina - Abacate com cacau e banana Pão integral ou pão abóbora Com manteiga com ovos mexidos (claras) Iogurte natural 2 colheres cereal de milho ou mingau aveia (receita) 1 fruta (banana) Leite de hábito Cacau em pó ou frutas Panqueca de banana (receita) ou wafles com geleia Bolo de banana (receitas) (formato pequeno muffin) Frutas variadas Chá Vitamina de frutas vermelhas Ovos mexidos ou cozidos 1 fruta Durante manhã Água Fruta Água Fruta Água Fruta Água Fruta Água Fruta Almoço Dicas e receitas Folhas verdes + Tomate cereja, pepino; Frango assado com alecrim Arroz 7 grãos ou integral ou risoto Lentilha Cenoura no vapor Couve flor assada Bife tirinhas ou carne moída patinho com molho Feijão azuki com biomassa de banana verde Macarrão Salada de broto de feijão, alface e Manga Peixe assado Purê de batata ou batatas assadas palitos feijão Brócolis e couve flor no vapor e cenoura. Carne ao molho com grão de bico Mandioca cozida ou arroz Salada colorida Frango com leite de coco Ou moqueca de peixe Polenta cremosa FEIJÃO com biomassa de banana verde Lanche Receitas fim de semana Muffin de frango com brócolis receita + 1 fruta Bolinho rápido (receita) – 1 unidade + 1 fruta Bolo de banana e cacau express ou 1 fruta + mix castanhas Bolinho de aipim (receita) 1 fruta Muffin de banana (receita) 1 fruta Jantar Sopa de legumes com frango e arroz receitas (canja) Hambúrguer de carne (receita) Sopa de feijão com macarrão Escondidinho de batata com frango pode fazer fim de semana e congelar Coxinha asa (assada) + Couve refogada Purê de inhame com molho de tomate Quibe assado (receita) com arroz Saladas: pepino + cenoura palitos Sites para pesquisar receitas: • http://www.panelaterapia.com/ • http://www.asdeliciasdodudu.com.br/ • http://cozinhatravessa.com.br/ • http://www.maternidadecolorida.com.br/ • Instagram: @comidinhasdadiana • Instagram: @lanchinhos • Instagram: @mamaecriativa Aprendizagem por exposição repetira e mera exposição Plinner e Loewen (1994); Beauchamp e Mennella (1994). • Comparação de 2 abordagens para aumentar a aceitação de vegetais em crianças de 3-6 anos: exposição repetida x associativa condicionada • A adição de molhos não aumentou o consumo de vegetais, embora possa ser usada para encorajar a degustação inicial. • A oferta de pequenas porções pode ter um impacto duradouro na aceitação e ingestão dos vegetais. Familiaridade com o alimento, desde os primeiros anos; Condicionamento; Apresentação de 8 à 15 vezes no mínimo; Aprendizagem sabor-sabor; Associação de sabores menos preferidos + sabores mais preferidos; Preferência inata pelo doce – substâncias do líquido amniótico. OBSERVE • Quanto que você (que alimenta essa criança) está contribuindo para a seletividade FOME • Queremos arroz, feijão, carne, batatas AMBIENTE FAMILIAR • Brigas, discussões hora da refeição, não sentam a mesa Crianças comem mais quando estão em pico de crescimento. Variações de apetite são normais. Portanto nada de ficar dando recompensas não saudáveis, para a criança que comer toda a comida do prato, isso está ensinando ela “suportar uma comida saudável”. Mas meu filho já é seletivo! Açúcar Nada de oferecer açúcar para menores de 2 anos, conforme recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Prática Precisamos ensinar o comportamento alimentar: TODOS OS DIAS! Assim como orientamos a tomar banho, escovar os dentes – precisamos fazer com a alimentação. Fazer as refeições à mesa! Gaveta de guloseimas Estudos mostram que um mínimo de 4 refeições por semana já tem benefício para o comportamento alimentar. Educação nutricional • Pratos coloridos; • Cortadores; • Recipientes para lanche da escola. • Prato Food Face Livros: https://www.bbdu.com.br/incentivo-alimentacao-infantil- s54/ Jogos desafios: Desafios Prêmio diário 1- Escolher jogo com família a noite ou outra coisa que goste muito – FIM DE SEMANA cinema ou ir na casa de uma amiga (NEGOCIAR) 1 - Começar refeições Saladas: 2 - Experimentar o que é oferecido de novo. 3 - Provar 1 fruta diferente por semana: 4 - Provar uma salada diferente por semana: Cumpriu? Segunda ( ) sim ( ) não Terça ( ) sim ( ) não Quarta ( ) sim ( ) não Quinta ( ) sim ( ) não Sexta ( ) sim ( ) não Se cumprir desafio de segunda a sexta ganha prêmio do final de semana 1 – Chamar a amiga fim de semana 2- Cinema ou piquenique 3- Parque/ shopping Tabela para provar alimentos: Se ele aceitar apenas tocar em um novo alimento, cheirá-lo, colocá-lo na boca, mesmo que não coma (ainda), aproxime-se dele, olhe profundamente em seus olhos e diga: FILHO VOCÊ É MARAVILHOSO, INTELIGENTE E MUITO CAPAZ! Ensinar os pais a valorizarem as pequenas conquistas da criança! Tenho muito orgulho de você e sei que uma hora você vai conseguir! O papel da família na formação da preferência alimentar: Blanchette & Brug, 2005;. Busick et al, 2008; Cullen, Baranowski, & Olvera, de 2000; Cullen et al., 2001; Vento et al., 2006; Fisher et al, 2002; Skinner, Carruth, limites, et al., 2002; Wardle et al., 2005. Influência dos pais: A atitude dos pais afeta as crianças indiretamente, através dos alimentos comprados e servidos em casa, influenciando a exposição à criança, seus hábitos e preferências. Disponibilidade e acessibilidade de frutas e verduras em casa; Ingestão parental; Evidências sugerem que encontros regulares com hortaliças podem gerar na criança vontade de consumi-las. Envolva a criança: Levar a criança à feira; Mostre os alimentos – texturas, cores, cheiros e sabores; Escolha alguma receita para prepararem juntos; Compre os ingredientes – para preparar e degustar juntos. Programe um piquenique com amigos e familiares: O que levar: Palitos de legumes; Muffin de legumes; Cenoura ou milho; Suco de frutas, água de coco; Salada de frutas ou palito com frutas. Dicas aos pais: Assuma a responsabilidade; Aposte na autoestima do seu filho; Comece com pequenos ajustes; Aprecie a comida; Fale sobre o que ele vai comer a mais; Proponha atividades físicas divertidas; Não proíba os doces e salgadinhos; Nunca fale que ele está gordinho ou magrinho. Fundamental: ACOLHER! Aos que me perguntam sobre qual "linha" eu sigo, a resposta é: trabalho com nutrição personalizada, individualizada e acredito que cada família deve ser tratada como única, inclusive, que cada família que quer e pode ter uma alimentação mais saudável e viver em equilíbrio!
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