Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LEONARDO SARAMENTO PSICOLOGIA HOSPITALAR PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO Blumenau, abril de 2020. Introdução Ainda muito recentemente, considerada uma área de especialização, a primeira implantação do serviço de psicologia em hospitais foi feito em 1952 no Hospital das Clinicas da Universidade de Medicina de São Paulo e teve como responsável Mathilde Neder. Mais tarde em 1974 a Bellkis Wilma Romano fez a implantação da psicologia hospitalar no Instituto do Coração, também em São Paulo. A formalização da Psicologia Hospitalar se instituiu formalmente perante o Conselho Federal de Psicologia através da resolução CFP N°013/2007. Com a formalização necessária tornou-se possível se especializar na área e assumir as funções de um psicólogo em um ambiente hospitalar. No decorrer do trabalho iremos buscar suporte teórico, fazer reflexões e discutir as seguintes questões: o Qual a atuação de um psicólogo hospitalar? o Existe diferença entre psicologia da saúde e psicologia hospitalar? o Quais as características do atendimento e dos pacientes? Psicologia Hospitalar Para que possamos entender a consolidação do termo Psicologia Hospitalar em nosso país, é importante destacar que as políticas de saúde no Brasil são focadas no hospital desde a década de 40, em um modelo que prioriza as ações de saúde via atenção secundária (modelo clínico/assistencialista), e deixa em segundo plano as ações ligadas à saúde coletiva (modelo sanitarista). Nessa época, o hospital começa a ser figura máximo de atendimento em saúde, idéia que, persiste até hoje. Provavelmente, razão pela qual, no Brasil, o trabalho da Psicologia no campo da saúde é denominado Psicologia Hospitalar, e, não, Psicologia da Saúde. De acordo com a definição do órgão regente da profissão, o CFP (2003a), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: o atendimento psicoterapêutico o grupos psicoterapêuticos o grupos de psicoprofilaxia o atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva o pronto atendimento o enfermarias em geral o psicomotricidade no contexto hospitalar o avaliação diagnóstica o psicodiagnóstico o consultoria o interconsultoria O psicólogo deve estar ciente de seu papel na instituição hospitalar, sua atuação não abrange somente a hospitalização em si, no que tange a patologia, mas as sequelas e consequências emocionais posteriores ao adoecimento. Psicologia da saude x Psicologia hospitalar A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003). Aqui no Brasil, a denominação Psicologia da Saúde já é um problema, ocasionando discussões de como denominar uma área que aplica os princípios de Psicologia a problemas de saúde e doença. A psicologia da saúde vem conquistando seu espaço e teve um bom desenvolvimento na American Psychological Association – APA que criou o primeiro grupo de trabalho na área da saúde em 1970. Na america latina a psicologia da saúde também ganhou força em alguns países, Cuba, México, Colômbia, Venezuela e Brasil fazendo parte da ALAPSA – Asociación Latinoamericana de Psicologia de la Salud A Psicologia Hospitalar brasileira estaria incluída na área mais abrangente da Psicologia da Saúde. Perfil do atendimento Quando se trabalha com o paciente enfermo, o psicólogo precisa lidar com o sofrimento físico e psíquico, tendo que entender o sujeito em sua integralidade, entendendo o conflito determinado pela situação da doença e da hospitalização, o sofrimento físico, a dor e o mal-estar, destacando que a necessidade do atendimento psicológico na maioria das vezes não é percebida pelo paciente, já que o mesmo tem todas as preocupações voltadas para o corpo doente, fazendo necessário então que a atuação preventiva no contexto hospitalar torna-se real, com o objetivo de oferecer ajuda para que os pacientes possam alcançar o reconhecimento das motivações que estão encobertas a seus problemas, dedicando-se precocemente ao diagnóstico de transtornos psicológicos do paciente e seus familiares, em trabalho diário com o objetivo de decifrar suas dificuldades. Com um perfil mais imediatista e com mais foco, a intervenção pode ser feita pela psicoterapia rápida ou pela psicoterapia de emergência, dando apoio e suporte ao paciente, considerando o momento de crise vivenciado pelo mesmo na situação crítica da doença e sua hospitalização, sendo assim, tanto a psicoterapia de emergência como a intervenção em crise são técnicas breves advindas da psicanálise com especificas adaptações no nível estratégico para situações de emergência ou crise (CHIATTONE, 2011). Considerações finais É um desafio para o profissional adentrar em um contexto onde quem predomina é a medicina, onde há limites institucionais mantido por regras, condutas e normas. Além do que o serviço de saúde comumente é muito deficiente e deve-se considerar que o atendimento psicológico se afasta do modelo clínico tradicional, e às vezes, leva o profissional a atender em macas, nos corredores, exigindo a formatação de uma nova postura profissional. A efetividade de uma equipe multidisciplinar nos hospitais tem sido cada vez mais evidente. O processo de hospitalização pode ser traumático, efetivo e algumas vezes letal. Deixando claro a necessidade de um psicólogo, auxiliando as pessoas enfermas, ajudando-as a entender e processar o seu estado físico. Possibilitando o surgimento da palavra naquele que sofre, diminuindo o sofrimento e auxiliando no campo preventivo para que o caso não evolua. Nesse sentido, é um trabalho que lida diretamente com a subjetividade do outro e que precisa de um compromisso ético com a condição humana. Referências Bibliográficas Kern De Castro, Elisa & Bornholdt, Ellen. (2004). Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Ciência e Agrotecnologia. 24. 48-57. CHIATTONE, Heloisa Benevides de Carvalpliada. Cengage Learning Edições, p. 145 – 233, 2011. ho. A Significação da Psicologia no Contexto Hospitalar. In:______. Psicologia da Saúde – um novo significado para a prática clínica. 2ª Edição revista e am SEBASTIANI, R. W. Psicologia da Saúde no Brasil: 50 Anos de História. 2003. http:www.nemeton.com.br/ (24/08/2003) APA – American Psychological Association . Página oficial da Associação, 2003. http://www.health-psych.org/ (28/08/2003). Psicologia hospitalar (05/04/2020) - https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia- hospitalar/a-psicologia-hospitalar CASO NÃO HAJA IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR, PODE SER DEIXADO SOMENTE O TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NA ATUALIDADE: UM ESTUDO INVESTIGATIVO Adriana Campos Meiado*, João Paulo Fadini – RECIFIJA revista cientifica - http://www.fundacaojau.edu.br/revista11/artigos/7.pdf (05/04/2020) Stenzel - A Psicologia No Cenário Hospitalar. Encontros Possíve - edição 2012 http://www.scielo.br/www.nemeton.com.br/ http://www.health-psych.org/ https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-hospitalar/a-psicologia-hospitalar https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-hospitalar/a-psicologia-hospitalar http://www.fundacaojau.edu.br/revista11/artigos/7.pdf Stenzel - A Psicologia No Cenário Hospitalar. Encontros Possíve - edição 2012
Compartilhar