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Relatório de pesquisa - AV1 Psicologia Hospitalar

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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Relatório 01/2020. Pesquisa em Psicologia:
Psicologia Hospitalar 
Natal, 2020
Relatório 01/2020. Pesquisa em Psicologia:
Psicologia Hospitalar 
Relatório de pesquisa para conceituação e descrição da atuação do profissional psicólogo em ambiente hospitalar, para a disciplina Introdução à Psicologia da Universidade Estácio de Sá.
Prof.ª: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Natal, 2020.
RESUMO
Este trabalho é um relatório de pesquisa sobre a atividade do psicólogo em ambiente hospitalar, de acordo com bibliografia pesquisada. Desde defender a necessidade dessa especialidade, passando pela conceituação, descreve as várias possiblidades de atuação e diferencia este ramo de outros na área da Psicologia.
Palavras-chave: Psicologia Hospitalar. Relatório. Psicologias.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO								4
2. DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA HOSPITALAR			5
2.1 PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA HOSPITALAR X PSICOLOGIA CLÍNICA							6
2.2 O QUE É PSICOLOGIA DA SAÚDE					6
2.3 O QUE É PSICOLOGIA CLÍNICA					6
2.4 COMPARANDO AS PSICOLOGIAS CLÍNCA, DA SAÚDE E HOSPITALAR								7
3. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DENTRO DO HOSPITAL		8
3.1 METODOLOGIAS								9
4. PANORAMA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO RN		10
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS						12
6. REFERÊNCIAS								13
1. INTRODUÇÃO
Após um trabalho de pesquisa diligente, em fontes disponíveis na grande rede de computadores, dada a incapacidade de visitação a instituições provocada pelo isolamento social imposto por causa da pandemia do COVID-19, este grupo de alunas relata aqui o que se apurou de sua lide.
Dentre as psicologias conhecidas, a hospitalar é das mais recentes (ROMANO, 1999). Dada a realidade que o paciente é também participante do processo de cura, não apenas objeto de conhecimento e da ação da equipe médica, o psicólogo é quem vai humanizar o atendimento ajudando o paciente a apropriar-se da doença e de si mesmo.
De acordo com Freitas e Moretto (2014):
“A prática psicológica no âmbito da Psicologia da Saúde vem se estabelecendo de acordo com as mudanças nos conceitos de saúde e doença. Segundo Baptista e Dias (2012), em 1948 houve uma mudança no conceito de saúde, passando de ausência de doença para um estado de completo bem-estar físico, mental e social (Organização Mundial da Saúde), ampliando a concepção de saúde. No entanto, ponderando-se que esse estado de completude seja utópico, concebe-se doente aquele que tem uma interrupção no alcance do seu bem estar. Além disso, a saúde não deve ser tomada como ausência de sintomas, posto que um indivíduo pode se encontrar enfermo sem demonstrá-los, ratificando-se que o ser humano deve ser avaliado de forma multideterminada. A nova compreensão de saúde surgiu também a partir do crescimento dos custos da assistência à saúde, da extensão dos serviços de saúde à comunidade e do aumento da capacidade crítica nas instituições de saúde (Baptista & Dias, 2012). Nesse sentido, Ismael (2006) sugere que a Psicologia tem muito a contribuir no cenário da promoção da saúde quando esclarece que a Psicologia precisa reconhecer seu potencial de contribuição no controle da doença e na promoção da saúde física. 
A Psicologia é a ciência cujo objeto de estudo inclui a análise, predição e a modificação dos fatores que afetam o comportamento. Dentre as diversas áreas de estudo a Psicologia da Saúde tem sido definida como um agregado de contribuições específicas das áreas, educacional, científica, profissional e, porque não dizer, institucional. Visa à promoção e à manutenção da saúde física e emocional, a prevenção e o tratamento das doenças e a identificação de correlatos etiológicos e diagnósticos de saúde. Em um sentido mais abrangente pode promover ainda, a análise, formação e melhoria do sistema de saúde. (p. 17-18).
Um dos maiores desafios dos profissionais de Psicologia, implicados socialmente com os fatores que cercam o adoecer humano, é a superação da prática clínica em favor da disseminação de um fazer psicológico contextualizado e com olhar global para o indivíduo. Nessa perspectiva, Ismael (2006) problematiza a precariedade da saúde de nossa população, considerando que ter saúde é um privilégio para poucos. Portanto, conceitua um dos objetivos do psicólogo que atua na área hospitalar é tentar minimizar o sofrimento do paciente e de sua família. O trabalho é focal, centrando-se no sofrimento e nas repercussões que o paciente sofre com a doença e a hospitalização, associado a outros fatores como história de vida, a forma como ele assimila a doença e seu perfil de personalidade. (p. 18).
No que diz respeito ao cuidado integral do indivíduo em um ambiente hospitalar, não se pode esquecer que o ser humano tem a sua compreensão sobre sua doença, a partir de sua vivência. Assim como destacam Bianchini e Dell'Aglio (2006), "este novo olhar humanizado permite que o paciente, ao chegar ao hospital, traz consigo, além da doença, sua história de vida" (p. 430)
2. DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA HOSPITALAR
Segundo a psicóloga Bellkiss W. Romano (1999) o psicólogo hospitalar deve exercer seu olhar como um clínico, stricto senso, isto é, “a beira do leito”, diretamente voltado ao doente. “Isto quer dizer que não é a sua linha teórica que o identificará, mas quem dela se beneficia.”
Dentro desse contexto, algumas definições de psicologia hospitalar se destacam, como o que afirma ser a psicologia hospitalar apenas uma estratégia de atuação em Psicologia da Saúde, e que, portanto, deveria ser denominada Psicologia no contexto hospitalar (Chiattone, 2000). Ainda segundo Rodríguez-Marín (2003):
“A Psicologia Hospitalar é, então, o conjunto de contribuições científicas, educativas e profissionais que as diferentes disciplinas psicológicas fornecem para dar melhor assistência aos pacientes no hospital. O psicólogo hospitalar seria aquele que reúne esses conhecimentos e técnicas para aplicá-los de maneira coordenada e sistemática, visando à melhora da assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, por isso, ao tempo específico da hospitalização. Portanto, seu trabalho é especializado no que se refere, fundamentalmente, ao restabelecimento do estado de saúde do doente ou, ao menos, ao controle dos sintomas que prejudicam seu bem-estar.”
De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do psicólogo no Brasil, o CFP, o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. (Res. 02/01, anexo 1, VII).
Também temos que:
“Psicologia hospitalar é campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento. O adoecimento se dá quando o sujeito humano, carregado de subjetividade, esbarra em um “real”, de natureza patológica, denominado “doença”, presente em seu próprio corpo, produzindo uma infinidade de aspectos psicológicos que se evidenciar no paciente, na família ou na equipe de profissionais.” (Simonetti, 2008)
E ainda que:
“A Psicologia Hospitalar é um campo de atuação onde a investigação e o tratamento giram em torno dos aspectos psíquicos do sujeito que adoece. Aspectos psicológicos tais como sentimentos, lembranças, comportamentos, pensamentos que podem ser considerados como fator de manutenção, causa, agravamento e/ou desencadeamento do processo de adoecimento. Neste contexto, é que o psicólogo atua através da palavra no registro do simbólico, onde busca junto com o sujeito compreender o sentido e o significado da doença.” (SANTOS, et al.2016).
2.1 PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA HOSPITALAR X PSICOLOGIA CLÍNICAA aproximação ao que seria no Brasil a Psicologia Hospitalar é denominada Psicologia da Saúde em outros países. Entretanto, esses dois conceitos não são equivalentes, em primeiro lugar, pelo próprio significado de tais termos – saúde e hospital (Castro e Bornholdt, 2004). Enquanto saúde se refere a um conceito complexo relativo às funções orgânicas, físicas e mentais (WHO, 2003), hospital diz respeito a uma instituição concreta onde se tratam doentes, internados ou não.
As definições abaixo foram extraídas do artigo “Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional” de Elisa K. Castro e Ellen Bornholdt, a primeira da Universidad Autónoma de Madrid e a seguinte da Universidad Del Salvador, ambas na Espanha. O trabalho foi publicado pela revista Psicologia: Ciência e Profissão e data de setembro de 2004.
2.1.1 O QUE É PSICOLOGIA DA SAÚDE
A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003). Na pesquisa contemporânea e no ambiente médico, os psicólogos da saúde trabalham com diferentes profissionais sanitários, realizando pesquisas e promovendo a intervenção clínica. Complementar a essa definição, o Colégio Oficial de Psicólogos da Espanha (COP, 2003) conceitua a Psicologia da Saúde como a disciplina ou o campo de especialização da Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para os processos de saúde e doença. Esse trabalho pode ser realizado em distintos e variados contextos, como: hospitais, centros de saúde comunitários, organizações não-governamentais e nas próprias casas dos indivíduos. A Psicologia da Saúde também poderia ser compreendida como a aplicação da Psicologia Clínica no âmbito médico.
No Brasil, a própria denominação Psicologia da Saúde já é problemática, suscitando discussões de como denominar uma área que aplica os princípios de Psicologia a problemas de saúde e doença. É recorrente a confusão de terminologias, como Medicina Psicossomática, com o tema em questão - Psicologia Hospitalar (Kerbauy, 2002) – e com Psicologia Clínica.
A confusão entre o que seria a área clínica, a área da saúde e também a Psicologia Hospitalar não é somente de ordem semântica, mas também de ordem estrutural, ou seja, estão em jogo os diferentes marcos teóricos ou concepções de base acerca do fazer psicológico e sua inserção social. Justamente dessas diferenças, e/ou antagonismos teórico-ideológicos, surge uma Psicologia da Saúde (Yanamoto & Cunha, 1998). Considerando essas possíveis confusões, é importante esclarecer, também, o conceito de Psicologia Clínica.”
2.1.2 O QUE É PSICOLOGIA CLÍNICA
“O especialista em Psicologia Clínica (CRP, 2003) também atua na área da saúde em diferentes contextos, além do consultório particular, inclusive em hospitais, unidades psiquiátricas, programas de atenção primária, postos de saúde etc., prevenindo doenças no âmbito primário, secundário e terciário. Como se pode observar, esse conceito, de fato, está intimamente associado ao que é Psicologia da Saúde. Furtado (1997), nesse sentido, argumenta que os limites da Psicologia Clínica também são tênues, e o próprio ensino universitário é diversificado em seu planejamento. A autora chegou a essa conclusão a partir de um estudo que analisou o plano das disciplinas em 10 universidades do Rio Grande do Sul. Apesar das imprecisões entre essas duas áreas, é importante diferenciá-las. A Psicologia Clínica centra sua atuação em diversos contextos e problemáticas em saúde mental, enquanto a Psicologia da Saúde dá ênfase, principalmente, aos aspectos físicos da saúde e da doença.” (Kerbauy, 2002)
2.1 COMPARANDO AS PSICOLOGIAS CLÍNICA, DA SAÚDE E HOSPITALAR
Com base nas três definições, cabe perguntar se a definição, demonstrada como exclusivamente brasileira, de Psicologia Hospitalar, é adequada? Como essa designação já está consolidada na linguagem dos psicólogos e de outros profissionais da saúde brasileiros, parece óbvio que permaneça. No entanto, Chiattone (2000), Yanamoto e Cunha (1998) e Yanamoto, Trindade e Oliveira (2002) declaram que seria mais adequado referir-nos à Psicologia no contexto hospitalar como um trabalho que faz parte da Psicologia da Saúde. Além disso, é importante ressaltar que essa denominação pode ser inadequada se tratarmos a Psicologia da Saúde como sinônimo de Psicologia Hospitalar, pois intervenções em saúde que necessitariam ser realizadas fora do hospital poderiam não ser supridas, principalmente aquelas relativas à prevenção primária. Todas essas questões estão diretamente associadas às reais necessidades e demandas da população brasileira, de acordo com Castro e Bornholdt (2004).
“A polêmica sobre a existência de uma área única abrangente ou de duas áreas distintas, Psicologia Clínica ou Psicologia da Saúde, é tema de debate internacional (Yanamoto, Trindade & Oliveira, 2002), e claro, deve ser prioritariamente nacional. Nossa inquietude frente às mencionadas contradições das áreas de especialização e ainda da existência de uma Psicologia Hospitalar brasileira foi a mola propulsora para a presente reflexão. Estando fora do Brasil, vimos �de longe�, e assim, de maneira distinta, nossa realidade, tanto de país quanto de profissão. Justamente por acreditarmos no desenvolvimento do Brasil e da Psicologia propomos este questionamento. Mais que respostas, temos perguntas. Mais que certezas, temos inquietações. Mais que conformismo, temos a esperança neste país, dito em desenvolvimento, em que existem realidades de primeiro e terceiro mundo que se chocam constantemente.” (Castro e Bornholdt, 2004)
3. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DENTRO DO HOSPITAL
Não cabe aqui tratar das diversas atuações possíveis do psicólogo dentro do hospital, dado que tanto poderia exercer suas atividades na Administração do hospital, no setor de RH, fazendo ainda o acompanhamento e minimizando das patologias psicológicas sofridas pelos diversos profissionais no ambiente hospital, mas não é esse o papel do psicólogo hospitalar, como já explicitado. 
De acordo com a professora e psicóloga Maria Angélica Oliveira Gabriel, mestre em psicologia social pela Universidade Gama Filho, RJ, em vídeo publicado em novembro de 2017, na plataforma Youtube, o psicólogo hospitalar pode atuar em diversos setores, e cita alguns, como a emergência, que é a porta de entrada do hospital. Aqui pode desempenhar um importante papel, por se tratar de ambiente muito tenso. O psicólogo poderá atuar junto ao paciente, logo após as intervenções clínicas iniciais. Também pode realizar procedimentos com a família, que naturalmente estará em aflição.
Outros setores relevantes, de acordo com a psicólogo citada, são os quartos e as enfermarias. Nesses, os pacientes aguardam diagnóstico e/ou tratamento, alguns aguardam cirurgia, outros estão convalescendo. Aqui há uma gama variada de possibilidades para o psicólogo hospitalar, inclusive para o uso de técnicas diversas, específicas para cada caso.
Existe ainda o CTI, setor normalmente associado a morte. Popularmente se entende que estar no CTI é estar em estado grave e/ou moribundo, no entanto sabe-se que, no mínimo, o paciente inspira maiores cuidados, argumenta a já referida professora. O contexto do paciente aqui é de solidão, tanto equipe hospitalar quanto familiares a amigos só podem vê-lo em horários programados e essa rotina exige acompanhamento especializado, neste caso, do psicólogo hospitalar.
Centro cirúrgico é também um espaço de grande necessidade da presença do profissional da psicologia hospitalar. Aqui o acompanhamento se divide entre paciente e família, desde os momentos que antecedem a cirurgia até a sua efetivação, afirma a psicóloga Maria Angélica.
Sendo assim, emergência, quartos, enfermarias, CTI, Centro cirúrgico, podendo citar inúmeros outros como, ambulatório, espaço de descanso etc., são os setores emque o psicólogo poderá desenvolver suas funções com maior frequência.
3.1 METODOLOGIAS
Segundo a professora de psicologia Mathilde Neder, pioneira em psicologia hospitalar, em entrevista ao canal do Youtube TVPUC, o psicólogo hospitalar teve que adaptar-se ao novo ambiente de trabalho e com isso desenvolveu o que hoje conhecemos como terapia breve (Neder, 2016), que consiste em aplicar as mesmas técnicas da psicologia clínica em tempo extremamente abreviado. 
Também aplica a técnica do Plantão Psicológico (Souza, 2016), uma modalidade de atendimento clínico-psicológico de tipo emergencial, aberto à comunidade (Cury, 1999), cuja função é proporcionar uma escuta e um acolhimento à pessoa no momento de crise. Lembrando que tal proposta não tem como finalidade a resolução ou o aprofundamento da “problemática” da pessoa, mas um momento de compreensão do seu sofrimento.
Essas abordagens se mostram mais eficientes que outras, no entanto não se descartam as demais metodologias como terapia de grupo etc. (Souza, 2016)
4. PANORAMA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO RN
Aqui deixaremos duas entrevistas realizadas com profissionais locais.
Primeiro texto enviado pela psicóloga Maria Mabel, mestranda em Psicologia (UFRN) e especialista em Psicologia Hospitalar e da Saúde (HUOL/UFRN), CRP - 17/3456.
“O Psicólogo Hospitalar trabalha com o paciente em torno do seu adoecimento no período de hospitalização. Diante desse contexto o paciente precisa lidar com muitas questões em sua vida que são novas para ele, como: diagnóstico de uma doença (aguda ou crônica); tratamento; mudança de rotina (tanto no período de hospitalização como no período pós-alta hospitalar); mudança na alimentação; e novo lugar de "moradia" (o hospital). A partir dessa demanda é necessário que o paciente encontre apoio para lidar com essas mudanças, sendo o psicólogo o profissional de saúde preparado para trabalhar com tais demandas. Dentro desse contexto, o psicólogo irá avaliar junto ao paciente quais são suas principais queixas emocionais e ajudá-lo na ressignificação desse período de mudanças. 
Foi comprovado em muitas pesquisas que o acompanhamento psicológico no período de hospitalização diminui as demandas das doenças físicas do paciente, assim como, seu período de internação hospitalar. É importante ressaltar que o trabalho do psicólogo com o paciente hospitalizado não se restringe apenas a pacientes com transtornos mentais, pois as demandas emocionais, envolvidas na hospitalização, podem surgir em todos os diagnósticos médicos. 
Além disso, o psicólogo tem o papel fundamental de mediador entre o paciente e seus familiares; o paciente e a equipe de saúde; e o paciente e a instituição. Nesse sentido, o psicólogo trabalha através da mediação com resolução de conflitos entre os principais envolvidos nesse processo, sendo a tríade: paciente, família e profissionais de saúde. 
Dessa forma, podemos perceber que a atuação do psicólogo no contexto hospitalar pode gerar muitos benefícios não só para o paciente, mas também para instituição. Visto que podemos ter pacientes adaptados à internação o que leva a diminuição de conflitos com a equipe, assim como, pacientes com maiores aderências terapêuticas, levando a diminuição no tempo na internação. Além disso, teremos profissionais de saúde com menos demandas emocionais, pois o psicólogo também tem o papel estar atenta às questões de saúde emocional dos profissionais. 
De modo geral, é importante frisar que a importância do psicólogo hospitalar na nossa região ainda não está bem difundida, tanto nas instituições públicas como nas privadas, visto que existem hospitais com apenas um psicólogo para muitos leitos e hospitais sem o profissional de psicologia. Nós, enquanto psicólogos e futuros psicólogos temos a obrigação de apresentar os nossos trabalhos nas instituições para mostrarmos a importância do investimento da nossa categoria dentro de cada contexto específico.”
Agora a transcrição de um áudio enviado pela psicóloga Ana Luzia Cardoso, CRP - 17/4883, que conta sua experiência de estágio no Hospital Regional Doutor Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim/RN, ao qual comparecia duas ou três vezes por semana, no setor de ortopedia.
“No ambiente hospitalar a intervenção do psicólogo é mínima, a psicoterapia que pode ser aplicada é a breve e são, no máximo, cinco encontros para acompanhamento. Você acolhe, orienta, explica os tipos de psicoterapia e abordagens e encaminha para a clínica, no caso CRAS, CAPS ou UBS.
Quando se trabalha em leitos, se recebe intercorrência ou encaminhamento da assistência social que já colheu dados da situação do paciente. A maior demanda é atender aos leitos e a evolução é anotada em fichas de controle, assim como fazem os assistentes sociais, no caso do Deoclécio. 
Atendi pacientes que alucinavam constantemente, alucinavam 34 horas por dia, digo isso porque as 24 horas do dia pareciam poucas. O aprendizado foi riquíssimo, não me arrependo. A experiência forneceu coragem para adotar a psicologia clínica. Sempre atuei com o SUS, nunca em hospital particular. Aconselho que quem tiver vontade vá, pois é uma área muito rica.”
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ambiente hospitalar e os procedimentos de internação geram nos indivíduos angústia em se deparar com a vulnerabilidade, fragilidade, dependência, limites, dor e, principalmente, com a finitude da vida. Há muito a ser instituído, como políticas públicas para que se efetive um atendimento humanizado para com a população.
As equipes da saúde padecem em consequência da sobrecarga de trabalho e não são cuidados, em decorrência da mesma indiferença com que são tratados os pacientes na rede pública de saúde. A defasagem se encontra na frieza com que é tratada à reabilitação do paciente, ao seu cuidado global e à falta de uma equipe multiprofissional. 
Por fim, demonstrou-se que a Psicologia Hospitalar institui uma prática e é importante que se abram novos postos de trabalho nessa área, haja vista que o cuidado oferecido à população atendida é necessário para amenizar o sofrimento desses. Além do mais, para que as frentes de trabalho se abram é imprescindível que a categoria cada vez mais tente se embrenhar nesse campo, a fim de se comprovar, por meio principalmente de pesquisa, a importância da inserção do profissional psicólogo na equipe multiprofissional das instituições de saúde.
6. REFERÊNCIAS:
· FREITAS, C. R. e MORETTO, C. C. Psicologia da saúde: o acolhimento humanizado na sala de observação de uma unidade pré-hospitalar. Revista da SPAGESP, vol.15 no.2 Ribeirão Preto dez. 2014.
· CASTRO, E. K. e BORNHOLDT, E. Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, vol. 24 no. 3. Brasília. Setembro 2004.
· CHIATTONE, H. B. C. A Significação da Psicologia no Contexto Hospitalar. In Angerami-Camon, V. A. (org.). Psicologia da Saúde – um Novo Significado Para a Prática Clínica. São Paulo: Pioneira Psicologia, 2000. 
· RODRÍGUEZ-MARÍN, J. En Busca de un Modelo de Integración del Psicólogo en el Hospital: Pasado, Presente y Futuro del Psicólogo Hospitalario. In Remor, E.; Arranz, P. & Ulla, S. (org.). El Psicólogo en el Ámbito Hospitalario. Bilbao: Desclée de Brouwer Biblioteca de Psicologia, 2003.
· SIMONETTI, A. Manual de Psicologia Hospitalar: O Mapa da Doença. São Paulo. Casa do Psicólogo, 4ª Ed. 2008.
· SANTOS, L. P.; RUBIO, A. V.; PEREIRA, O. B.; TEIXEIRA, A. L.; ZAPPAROLI, L. Psicologia hospitalar: uma história de atuação no hospital da mulher prof. Dr. José Aristodemo Pinotti – CAISM/UNICAMP. Sínteses: Revista Eletrônica do SimTec, n. 6, 27 out. 2016
· ROMANO, B. W. Princípios para a prática da psicologia clínica em hospitais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
· NEDER, Mathilde. Desafio Profissão: Psicologia Hospitalar. YouTube, 13 dez. 2016. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=rDL_7GrQso0>. Acesso em: 10 mai. 2020.
· SOUZA, Felipe de. Psicologia Hospitalar: definição, atuação e salário. Youtube, 10 jun. 2016. Disponívelem < https://www.youtube.com/watch?v=rDL_7GrQso0>. Acesso em: 10 mai. 2020.
· GABRIEL, M. A. O. O que faz o Psicólogo Hospitalar. YouTube, 29 nov. 2017. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=jmqZ2hsxzjg&t=2s>. Acesso em 9 mai. 2020.
· CURY, V. E. (1999). Plantão psicológico em Clínica Escola. Em M. Mahfoud (Org.), Plantão Psicológico: novos desafios. São Paulo: Companhia Ilimitada.
· WHO – World Health Organization. Página oficial da Instituição, 2003. www.who.int Acesso em: 10 mai. 2020.
· YANAMOTO, O. H. & CUNHA, I. M. O. O Psicólogo em Hospitais de Natal: uma Caracterização Preliminar. Psicologia Reflexão e Crítica, v. 11, n. 2, 1998.
· YANAMOTO, O. H.; TRINDADE, L. C. B. & OLIVEIRA, I. F. O Psicólogo em Hospitais no Rio Grande do Norte. Psicologia USP, v. 13, n. 1, 2002.

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