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O PORTUGUÊS ARCAICO DO SÉCULO XV

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01/06/2020 O PORTUGUÊS ARCAICO DO SÉCULO XV
https://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00001.htm 1/9
O PORTUGUÊS ARCAICO DO SÉCULO XV
Análise de um texto: a Crônica de D. Fernando de Fernão Lopes
 
Fábio Della Paschoa Rodrigues
 
Pouco se sabe da vida da, talvez, maior personalidade da literatura
medieval portuguesa; somente sua profissão é, de fato, conhecida. Fernão
Lopes, guardador das escrituras da Torre do Tombo, escrivão de livros do rei
D. João I e escrivão da puridade do infante D. Fernando, deve ter nascido em
Lisboa, de uma família do povo, entre 1378 e 1383. É considerado o maior
historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela
busca da verdade histórica. Correu a província à procura de informações e
documentos que lhe serviram para escrever as várias crônicas “dos reis que
antigamente em Portugal foram”, conforme designação de D. Duarte, em
1434, nomeando-o como cronista oficial do reino. Escreveu, com certeza, as
crônicas de D. Pedro I, de D. Fernando e de D. João I. (Cf. Lapa, 1981 e
Saraiva, 1966).
Analisaremos alguns aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos de
uma crônica da Crônica de D. Fernando, sobre as “razões desvairadas” que o
povo de Lisboa falava sobre o casamento de D. Fernando com Dona Leonor
Teles, escrita na primeira metade do século XV e reproduzida logo mais
abaixo. Apoiaremo-nos nas considerações feitas por diversos estudiosos
(Teyssier, Mattos e Silva, Hauy, Paiva), adotando um esquema didático, que,
se simplifica a análise, torna o trabalho mais sistemático e adequado à
proposta de uma breve análise. Tal esquema é, de modo mais amplificado,
adotado nas obras desses estudiosos, utilizadas como referência[1]. A
intenção deste trabalho é fazer uma garimpagem dos aspectos do português
arcaico, já estudadas e verificadas pelos lingüistas citados, neste texto de
Fernão Lopes. Além disso, tal análise permitirá uma
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compreensão/comparação com nosso português moderno, de certa maneira
ajudando a responder à questão levantada por Rosa V. Mattos e Silva: por
que estudar o português arcaico?
 Os termos ou trechos citados da crônica, utilizados como exemplos na
análise e constatação dos fenômenos fonético-fonológicos, morfológicos e
sintáticos, são acompanhos de número(s) entre parênteses, indicando a(s)
linha(s) do texto em que há a(s) ocorrência(s).
 
1 Razoões desvairadas, que alguuns fallavam sobre o casamento
delRei Dom Fernamdo
2 Quamdo foi sabudo pello reino, como elRei reçebera de praça
3 Dona Lionor por sua molher, e lhe beijarom a maão todos por
Rainha, foi
4 o poboo de tal feito mui maravilhado, muito mais que da primeira;
por
5 que ante desto nom enbargando que o alguuns sospeitassem, por o
6 gramde e honrroso geito que viiam a elRei teer com ella, nom eram
7 porem çertos se era sua molher ou nom; e muitos duvidamdo,
cuidavom
8 que se emfa daria elRei della, e que depois casaria segundo
perteemçia
9 a seu real estado: e huuns e outros todos fallavam desvairadas
razõoes
10 sobresto, maravilhamdose muito delRei nom emtemder quamto
desfazia
11 em si, por se comtemtar de tal casamento. E delles diziam que
melhor
12 fezera elRei teella por tempo, e des i casar com outra molher; mas
que
13 esto era cousa que mui poucos ou ne nhuum, posto que
emtemdessem
14 que tal amor lhe era danoso, o leixavom depois e desemparavom,
15 moormente nos mançebos anos. E leixadas as fallas dalguuns
16 simprezes, que em favor delle razoavom, dizendo que nom era
17 maravilha o que elRei fezera, e que ja a outros acomteçera
semelhavel
18 erro, avemdo gramde amor a alguumas molheres; dos ditos dos
19 emtemdidos fundados em siso, alguuma cousa digamos em breve:
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os
20 quaaes fallamdo em esto o que pareçia, diziam que tal bem
queremça
21 era muito demgeitar, moormente nos Reis e senhores, que mais
que
22 nenhuuns dos outros desfaziam em si per liamça de taaes amores.
Ca
23 pois que os antiigos derom por doutrina, que ho Rei na molher que
24 ouvesse de tomar, principalmente devia desguar dar nobreza de
25 geeraçom, mais que outra alguuma cousa, que aquel que o
comtrario
26 desto fazia, nom lhe viinha de boom siso, mas de samdiçe, salvo se
27 husamça dos homeens em tal feito lhe emprestasse nome de
sesudo: e
28 pois que elRei Dom Fernamdo leixava filhas de tam altos Reis; com
que
29 lhe davom gramdes e homrrosos casamentos, e tomava Dona
Lionor,
30 que tantos com trairos tiinha pera o nom ser, que bem devia seer
posto
31 no conto de taaes. Outros diziam, que isto era assi como door da
qual
32 ao homem prazia e nom prazia, dizemdo que todollos sabedores
33 concordavom, que todo homem namorado tem huuma espeçia de
34 samdiçe; e esto por duas razoões, a primeira por que aquello que
em
35 alguuns he causa intrimseca das outras maneiras de sam diçe, he
em
36 estes causa de taaes amores: a segunda por que a virtude
extimativa,
37 que he emperatriz das outras potemçias da alma açerca das cousas
38 senssivees, he tam doemte em taaes homeens, que nom julga o
ogeito
39 da cousa que vee tal qual elle he, mas tal qual a elle parece; ca el
jullga
40 a fea por fremosa, e aquella que traz dampno seer a elle proveitosa;
e
41 por tanto todo juizo da razom he sovertido açerca de tal ogeito, em
tanto
42 que qual quer outra cousa que lhe consselhem, podera bem
reçeber;
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43 mas quamto açena de tal molher a elle prazivel, cousa que lhe
digam do
44 boom comsselho nom reçebe, se o consselho he que a leixe e nom
cure
45 delle, ante lhe faz huum acreçentamento de door, que he fora de
todo
46 boom juizo; de guisa que se he tal pessoa o que comsselhou, de
que
47 possa tomar vimgamça, tomaa assi como fez elRei Dom Fernamdo,
que
48 mandou fazer justiça em alguuns do seu poboo, que o bem
49 comsselhavom em semelhamte caso, segundo ja teendes ouvido.
[2]
 
1. Fonética e Fonologia
Os encontros vocálicos decorrentes da queda de diversas consoantes,
principalmente do -n-, do -l- e do -d- intervocálicos, formando hiatos, ainda
são muito presentes neste texto de Fernão Lopes, apesar da tendência da
sua eliminação no século XV, atestada nos poetas do final do século (Cf.
Teyssier, 1997: 48ss). São inúmeros os exemplos de hiatos: razõoes (1,8),
maão (3), poboo (4, 48), teella (12), moormente (15, 21), taaes (22, 31, 36),
boom (26, 44, 46), homeens (27, 38), door (31, 45), senssivees (38), vee (39),
teendes (49). Estes encontros vocálicos serão eliminados pela contração das
duas vogais: door > dor, boom > bom, pela formação de um ditongo:
senssivees > sensíveis ou pela colocação de uma consoante intervocálica:
como em vĩo > vinho, não atestadas aqui; quando uma das vogais é nasal, o
resultado da contração é também uma vogal nasal: maão > mão, razõoes >
razões.
Na passagem do latim para o português, as vogais orais simples
alternaram-se constantemente (Cf. Paiva, 1988: 34). Tal fenômeno é
verificado neste texto de Fernão Lopes em molher/molheres (3, 7, 12, 18, 23,
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etc.) que evoluirá para mulher/mulheres; em Lionor (2, 29) > Leonor, fezera
(12) > fizera, desemparavom (14) > desamparavm, espeçia (33) > espécie.
Os substantivos e formas verbais terminados em -am, -an, -om, -on
eram inúmeros, facilmente verificados no texto analisado: beijarom (3),
cuidavom (7), diziam (11, 31), leixavom (14), desemparavom (14), razoavom
(16), desfaziam (22), geeraçom (25), davom (28), concordavom (33),
consselhavom (49). Os substantivos evoluíram para -ão: geeraçom (25) >
geração; as formas verbais passaram para -am ou -ão: beijarom> beijaram,
cuidavom > cuidavam etc.
A forma atual não era quase sempre grafada nom no século XV. Nas
crônicas de Fernão Lopes é somente essa a grafia, verificada em diversas
passagens da crônica aqui analisada: nom (5, 6, 7, 10, 16, 26, 30, etc.).
No latim medieval aparece constantemente um p entre as duais nasais
com a finalidade de preservar a nasalidade das duas consoantes (m e n) (Cf.
Paiva, 1988:39 e Hauy, 1989: 113). Vemos esse fenômeno ainda em
português arcaico, como na ocorrência de dampno (40) > dano.
Há ainda acréscimos e perdas de fonemas ou deslocamento de
fonemas no interior de um vocábulo (Cf. Paiva, 1988:39): consesselhem (42)
> aconselhem, prazível (43) > aprazível, comsselhavom (49) > aconselhavam.
O galego-português medieval distinguia quatro fonemas sibilantes (/ts/,
/s/, /dz/ e /z/) que se conservam durante o século XV e, somente por volta de
1550 começam a aparecer confusões na grafia (Cf. Teyssier, 1997: 59-61).
Curiosamente, Fernão Lopes, nesta crônica, terá cometido, então, alguns
equívocos, grafando ç onde normalmente grafariam c: çertos (7), acomteçera
(17), pareçia (20), samdiçe (26), potemçias (37), açerca (37), reçeber (42),
acreçentamento (45). Segundo Paiva (1988: 38) “o s forte com o som de ss
podia aparecer no início ou no interior da palavra”. Em Fernão Lopes, ele é
duplicado apenas no interior de palavra: sospeitassem (5), emtemdessem
(13), simprezes (16), samdiçe (26), intrimseca (35), comsselho (44) etc.
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Apesar da autora apontar que o s intervocálico com som de z também podia
aparecer duplicado, encontramos apenas palavras grafadas com um único s
na crônica: casaria (8), desemparavom (14), cousa (19), casamentos (29) etc.
Com o r forte acontece também a duplicação somente no interior de palavra:
razoões (1), homrrosos (29).
Percebe-se no texto várias separações equivocadas de palavras ou
sílabas e aglutinações de clíticos aos verbos, devido, talvez, à não
uniformidade da escrita bem como a divergências na pronúncia: emfa daria
(8), maravilhamdose (10), ne nhuum (13), desguar dar (24). Há também
variação na grafia de algumas consoantes: b por v - poboo (4), g por j - geito
(6), m por n e vice-versa - enbargando (5), duvidamdo (7), comtemtar (11),
homrrosos (29) etc.
 
2. Morfologia e Sintaxe
2.1 Substantivos
Os substantivos em mento, provindos de temas verbais do infinitivo, e
aqueles terminados em -ança,-ença, evolução fonética dos latinos -antia, -
entia, destacam-se no vocabulário básico do português arcaico do século XV
(Cf. Paiva, 1988:23). Ainda hoje temos diversos exemplos de tais nomes, ora
conservados do português antigo, ora produzidos modernamente:
instrumento, falecimento, desavença, mudança, doença etc. Vejamos alguns
exemplos no texto de Fernão Lopes: [bem] queremça (20), liamça (22),
husamça (27), casamentos (29), acreçentamento (45), vimgamça (47).
Já vimos que os substantivos terminados em -om, -am convergiram
para -ão. O plural destes substantivos fixaram-se em -ãos, -ães e -ões, este
último predominante: : geeraçom (25) > geração (pl. gerações).
Quanto ao número dos nomes, o morfema de plural do português
arcaico é o mesmo do contemporâneo, o -s. Os exemplos são inúmeros no
texto, facilmente notados, sem necessidade de arrolarmos uma lista de
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exemplos. Mas cabe ressaltar o plural de simples, que antigamente também
recebia a marca de plural: simprezes (16). Além disso, o plural das palavras
terminadas em -l variava, conforme precedido de a, e, o, u ou i: taaes (22, 31,
36), senssivees (38).
O artigo definido já ocorre sob a forma o, a, os, as. As formas lo, la, los,
las aparece eventualmente. Aparece neste texto de Fernão Lopes o alomorfe
-los, cuja ocorrência se dava quando precediam o artigo termos terminados
em -s (Cf. Silva, 1993: 23): todollos sabedores (32).
Conforme anota Silva (1993: 31), hũũ, hũa e seus compostos eram
grafados sem a fusão ou transformações das vogais (> um, uma). Fernão
Lopes adota a grafia huum, humma, huuns (9, 33, 45).
 
2.2 Adjetivos
A formação de adjetivos em -vel mostrou-se muito produtiva desde o
século XV até os dias de hoje (durável, inflamável, vulnerável, suportável
etc.). Nesta crônica temos dois exemplos: semelhável (17) e prazivel (43). O
primeiro evolui para semelhante e ao segundo foi anteposto o sufixo –a,
aprazível.
 
2.3 Pronomes
A forma lhe era invariável e somente séculos mais tardes passou a ter
felxão de plural (Cf. Paiva, 1988: 44). Nesta crônica, porém, aparece sempre
na forma singular: tal amor lhe era danoso (14), outra cousa que lhe
consselhem (42). Os demonstrativos ainda apresentam a forma “reforçada”
com a partícula *accu, mas em Fernão Lopes já não são usados.
Encontramos: aquel (25), aquello (34). Os possessivos femininos átonos ma,
ta e sa já foram substituídos no texto: sua molher (3).
Segundo Silva (1993: 129) a ênclise era constante com o verbo em
posição inicial; encntramos, porém, um “desvio” nesta crônica: o leixavom (14)
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em início de oração (embora esta não seja a principal), que, futuramente,
distinguirá o português do Brasil.
Uma característica dos pronomes átonos do período arcaico é o fato de
os clíticos muitas vezes mão estarem adjacentes aos verbos.
 
2.3 Verbos[3]
Ocorriam no português arcaico as construções ser, haver/ter + particípio
passado, indicando um “ato consumado” (Cf. Silva, 1993:62). Os particípios
passados da segunda conjugação terminavam em -udo (que vão ceder
lugar a -ido. Logo no início da crônica essa forma verbal é usada: “Quando
foi sabudo pello reino...” (2) > sabido. Especificamente neste texto analisado
não ocorre ter/haver + pp., muito encontrados nos textos de português arcaico
O imperfeito já tinha a configuração atual: desfaziam (22), devia (24,
30), fazia (26), tomava (29), tiinha (30), diziam (31), prazia (32) etc., indicando
ações inconclusas (este tempo verbal provinha do infectum latino).
No século XV há uma construção comum como uso de distributivos –
delles, dellas ... outros, outras ou uns, umas, alguns, algumas ... outros,
outras: alguuns sospeitassem (...) e muitos duvidamdo (...) e huuns e outros
todos fallavam (5 a 7), e delles diziam (...). (10) Outros diziam (...) (31).
Ainda há a alternância entre leyxar e deyxar, aquele mais próximo da
etimologia latina. Fernão Lopes usa apenas a forma mais arcaica: leixavom
(14), leixadas (15), leixava (28).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
PROJETO VERCIAL – base de dados sobre Literatura Portuguesa. Endereço
na Internet: www.ipn.pt/literatura
HAUY, Amini Boainain (1989). História da língua portuguesa – I. Séculos XII,
XIII e XIV. São Paulo: Ática. (Série Fundamentos)
LAPA, R. (1981). “Fernão Lopes e os cronistas” In: Lições de literatura
portuguesa: época medieval. Coimbra: Universidade de Coimbra.
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PAIVA, Dulce de Faria. (1988) História da língua portuguesa – II. Século XV e
meados do século XVI. São Paulo: Ática. (Série Fundamentos)
SARAIVA, A. J. (1966) “Fernão Lopes” In: História da literatura portuguesa.
Porto: Porto Editora.
SILVA, Rosa Virgínia Mattos e. (1991) O português arcaico: fonologia. São
Paulo: Contexto. (Repensando a língua portuguesa)
___________________________. (1993) O português arcaico: morfologia e
sintaxe. São Paulo: Contexto. (Repensando a língua portuguesa)
TEYSSIER, Paul (1997). História da língua portuguesa. São Paulo: Martins
Fontes.
[1] Vide as indicações bibliográficas para as referências completas das obras utilizadas
na análise.
[2] Texto extraído do “Projeto Vercial”,no site da Internet:
http://www.ipn.pt/literatura/lopes.htm
[3] Não trataremos da regência verbal.
http://www.ipn.pt/literatura/lopes.htm

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