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Centro Universitário UNIFTC- Feira de Santana Centro de Ciências Humanas Departamento de Psicologia Maria Eduarda Santana Martins Teoria Estrutural da Personalidade – Sigmund Freud Feira de Santana 2020 A Estrutura da Personalidade Sigmund Freud foi o pioneiro da Psicanalise. Sua contribuição é comparável à de Karl Marx na compreensão dos processos históricos e sociais. A investigação sistemática de termos “região obscuras” e “processos misteriosos” do psiquismos levou a Freud a criação da Psicanalise. De acordo com Freud, a personalidade é constituída por três sistemas: id, o ego e superego. O comportamento é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas; e raramente um sistema opera com a exclusão dos outros dois. O Id é a matriz no qual se originam o ego e superego, ele consiste em tudo que é herdado desde o nascimento, incluindo os instintos, é um reservatório de energia psíquica e fornece toda a energia para a operação dos outros dois sistemas. Freud chama o id de “verdadeira realidade psíquica”, porque representa o mundo interno da experiência subjetiva e não tem nenhum conhecimento da realidade subjetiva. O id não tolera aumentos de energias, que são experiências como estados de tensão desconfortáveis, pois o id funciona de maneira a descarregar a tensão imediatamente e a fazer o organismo voltar a um nível de energia confortavelmente constante e baixo. Esse princípio da redução de tensão pelo qual o id opera é chamado de princípio do prazer. Para atingir o seu objetivo de reduzir dor e obter prazer, o id tem sob seu comando dois processos: as ações reflexas e o processos primário. As ações reflexas são reações inatas e automáticas como espirrar e piscar, geralmente, reduzem a tensão imediatamente, e o processo primário envolve uma reação psicológica um pouco mais complicadas, ele tenta descarregar a tensão, formando a imagem de um objeto que vai remover a tensão. O melhor exemplo de processos primários nas pessoas normais é o sonho noturno, que Freud acreditava representar sempre a realização ou a tentativa de realizações de um desejos. Obviamente, o processo primário sozinho não é capaz de reduzir a tensão, pois a pessoa faminta não pode comer a imagem mental de um alimento, então, consequentemente, desenvolve-se um processo novo e secundário: o ego. Ou seja, a pessoa precisa aprender a diferenciar entre uma imagem mnemônica do alimento e uma percepção real do alimento conforme ele existe no mundo externo. A distinção básica entre o id e o ego é que o id só conhece a realidade subjetiva da mente, ao passo que o ego distingue as coisas na mente das coisas no mundo externo. Dizemos que o ego obedece ao princípio da realidade e opera por meio do processo secundário. O objetivo do princípio da realidade é evitar a descarga de tensão até ser descoberto um objeto apropriado para a satisfação da necessidade. O princípio da realidade pergunta se uma experiência é verdadeira ou falsa, isto é, se tem existência externa ou não, enquanto o princípio do prazer só quer saber se a experiência é dolorosa ou prazerosa. O processo secundário é o pensamento realista, o ego formula um plano para a satisfação da necessidade e depois testa-o, normalmente com algum tipo de ação, para ver se ele vai funcionar ou não. Para desempenhar seu papel eficientemente, o ego tem controle sobre todas as funções cognitivas e intelectuais; esses processos mentais superiores são colocados a serviços do processo secundário. O ego é executivo da personalidade porque ele controla o acesso a ação, seleciona as características do ambiente as quais irá responder e decide que instintos serão satisfeitos e de que maneira. Mas devemos lembrar que o ego é a porção organizada do id, que passa a existir para atingir os objetivos do id e não frustrá-los, e que todo o seu poder se deriva do id. Seu principal papel é o de mediador entre as exigências instintuais do organismo e as condições de ambiente circundado; seus objetivos supra ordenados são manter a vida do indivíduo e assegurar que a espécie se reproduza. Freud resumiu o quinhão do ego dizendo que ele tinha “três duros senhores”: o id, a realidade externa e o super ego. O super ego é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados para a criança pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições. Ele representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer. Sua principal preocupação é decidir se alguma atitude é certa ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade. Para obter as recompensas e evitar os castigos, as crianças aprende a orientar seu comportamento de acordo com os pais. Tudo o que eles dizem ser impróprios e, por isso, castigam a criança fazer, tende a ser incorporados à sua consciência, que é um dos dois subsistemas do superego. Quando eles aprovam e recompensam a criança por fazer, tende a ser incorporados ao seu ideal do ego, o outro subsistema do superego. O mecanismo pelo qual ocorre essa incorporação é chamado de introjeção. A consciência pune a pessoa, fazendo-a sentir-se culpada; o ideal do ego recompensa a pessoa, fazendo-a sentir-se orgulhosas. Com a formação do superego, o auto controle substitui o controle parental. As principais funções do super ego são inibir os impulsos do id, especialmente aqueles da natureza sexual ou agressiva, uma vez que estes são os impulsos cuja expressão é mais condenadas pela sociedade; persuadir o ego a substituir objetivos realistas por objetivos moralistas; e buscar perfeição. De maneira geral, o id pode ser pensado como o componente biológico da personalidade, o ego como o componente psicológico e o super ego como o componente social.
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