Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Funções Biológicas I Bioquímica Professora: MSc. Flávia Alves Martins Faculdade Morgana Potrich - FAMP Departamento de Ciências Biofuncionais Aula 5: Estrutura tridimensional das proteínas e função proteica Estrutura tridimensional de proteínas Arranjo espacial dos átomos em uma proteína: conformação Estado natural que ela possa assumir sem quebra de ligações covalentes. ▪ Várias conformações teoricamente possíveis: poucas predominam em condições biológicas ▪ Proteínas dobradas em qualquer de suas conformações funcionais: proteínas nativas Estabilidade: tendência de manter a conformação nativa Molécula não dobrada: alto grau de entropia + interações de ligações de hidrogênio com água = manutenção do estado não dobrado Estabilização de conformação nativa: ligações dissulfeto + Interações fracas – de hidrogênio, hidrofóbicas e iônicas Estrutura tridimensional de proteínas Ligações dissulfeto: comum em proteínas secretadas - mais forte que uma interação fraca – várias interações fracas: numerosas e predominam como forças que estabilizam a proteína Conformação proteica mais estável: número máximo de interações fracas Interações hidrofóbicas predominam : ligações de H já ocorrem naturalmente entre a água e proteína primária Camada de solvatação: diminuição da entropia – agrupamento de grupos apolares – superfície de solvatação diminui- aumento da entropia Força que rege a associação de grupos hidrofóbicos em solução aquosa Leu, Ile, Val, Phe e Trp Núcleo hidrofóbico Estrutura tridimensional de proteínas ▪ Interações hidrofóbicas são importantes na estabilização da conformação ▪ Interior proteico: núcleo altamente empacotado de cadeias laterais de AA hidrofóbicos ▪ Interação entre grupos de cargas opostas: par iônico – ponte salina, estabilização significativa ▪ Interações de van der Waals Depende da função proteica: proteínas solúveis com AA contendo cadeias laterais carregadas – baixa formação de núcleo hidrofóbico estável Estrutura tridimensional de proteínas ▪ Estrutura secundária: segmento espacial de uma cadeia polipeptídica ▪ Arranjo espacial de seus átomos da cadeia principal sem considerar a posição de suas cadeias laterais Hélices α Conformação β Volta β ▪ Não é aleatória ▪ Especifico e inalterado na estrutura e função de uma proteína Proteínas que formam cabelos e espinhos de porco-espinho (α- queratina) Estrutura regular que se repete a cada 5,15 a 5,2 Å (ângstrom = 0,1 nm). Possuíam Hélice αESTRUTURA SECUNDÁRIA ▪ Esqueleto polipeptídico enrolado em torno de um eixo imaginário ▪ Grupos R dos resíduos de aminoácidos se projetam para fora do esqueleto helicoidal ▪ Cada volta: 3,6 resíduos de AA ▪ Voltadas para a direita: comuns ▪ ¼ de AA se encontram em α - hélices Se formam facilmente Ligações de H c/ 4º AA Hélice αESTRUTURA SECUNDÁRIA • Interações entre cadeias laterais de aminoácidos podem estabilizar ou desestabilizar estrutura α-helicoidal • Ex: longa sequencia de Glu – grupos carboxílicos (-) se repelem mutuamente; Lys e Arg grupos R +; Volume e forma de Asn, Ser, Thr e Cys; • Resíduos positivos costumam ser encontrados a três resíduos de distancia de AA - : pares iônicos • 2 AA aromáticos espaçados de forma semelhante: interação hidrofóbica • AA- costumam ser encontrados na extremidade aminoterminal e vice-versa Dipolo elétrico Folha βESTRUTURA SECUNDÁRIA ▪ Forma de zigue-zague ▪ Aparência pregueada da folha em geral Padrão de ligações de H diferentes Alinhadas Distorcidas Estruturas de voltas β ESTRUTURA SECUNDÁRIA ▪ Elementos conectores que ligam estruturas sucessivas de hélices e folhas ▪ Envolve 4 resíduos de AA – 1º ao 4º ▪ Volta de 180° ESTRUTURA TERCIÁRIA ▪ ASPECTOS DE ALCANCE MAIS LONGO DA SEQUENCIA DE AMINOÁCIDOS ▪ AMINOÁCIDOS DISTANTES INTERAGEM NA PROTEÍNA DOBRADA ▪ LOCALIZAÇÃO DE CURVATURAS DEPENDEM DA LOCALIZAÇÃO DE RESÍDUOS QUE TENDEM A FORMÁ-LAS ▪ INTERAÇÕES FRACAS MANTÉM POSIÇÕES TERCIÁRIAS CARACTERÍSTICAS ENTRE SEGMENTOS Proteínas fibrosas: longos filamentos ou folhas Proteínas globulares: cadeias dobradas em forma esférica ou globular ▪ Único tipo de estrutura secundária ▪ Diversos tipos de estruturas secundárias Suporte, proteção externa Enzimas e proteínas reguladoras Proteínas com duas ou mais cadeias polipeptídicas distintas ou subunidades idênticas ou diferentes: estrutura quaternária ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas Fibrosas α-queratina, o colágeno e a fibroína da seda ▪ Propriedades que dão força e/ou flexibilidade às estruturas nas quais ocorrem ▪ Unidade estrutural fundamental é elemento simples de estrutura secundária que se repete ▪ Insolúveis em água: muitos AA hidrofóbicos no interior e superfície proteica ▪ Cadeias polipeptídicas se reúnem formando complexos supramoleculares ▪ Força ▪ Somente em mamíferos ▪ Peso seco de cabelos, pelos, unhas, penas, chifres, cascos e camada externa da pele ▪ Filamentos intermediários α-queratina ▪ Interação de aa hidrofóbicos ▪ Super-hélice anti-horária ▪ Estrutura quaternária Ligações dissulfeto estabilizam a estrutura quaternária ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas Fibrosas Colágeno ▪ Garante resistência ▪ Tecidos conjuntivos: tendões, cartilagens, ossos ▪ Hélice é estrutura secundária única – gira para esquerda – 3 aa por volta ▪ 3 polipeptídeos separados são supertorcidos uns sobre os outros (cadeias α) 35% de Gly, 11% de Ala e 21% de Pro e 4-Hyp Gelatina: derivada do colágeno Gly-X-Y, onde X normalmente é uma Pro e Y em geral é uma 4-Hyp ▪ Ligações entre fibrilas de colágeno ▪ Ligação cria resíduo incomum ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas FibrosasColágeno ▪ Estrias transversais: ligação entre fibrilas ▪ Tecido conectivo envelhecido: mais ligações covalentes transversais nas fibrilas ▪ Mamíferos: 30 variantes de colágeno ▪ Defeitos genéticos do colágeno : osteogênese imperfeita (substituição de único resíduo de aa – efeito catastrófico) O escorbuto é causado pela falta de vitamina C, ou ácido ascórbico (ascorbato). A vitamina C é necessária para, entre outras coisas, a hidroxilação da prolina e da lisina no colágeno. Rota de obtenção de ascorbato (a partir de glicose) – humanos perderam ultima enzima da rota – obtenção de ascorbato via dieta Estágio avançado: inúmeras pequenas hemorragias causadas por vasos sanguíneos frágeis, perda dos dentes, difícil cicatrização de feridas e reabertura de feridas antigas, dor e degeneração dos ossos, falência cardíaca ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas Globulares ▪ Vários dobramentos: estruturas compactas ▪ Diversidade estrutural para realizar várias funções ▪ Enzimas, proteínas transportadoras, motoras, reguladoras, imunoglobulinas e etc Dimensões de albumina sérica humana se ocorresse em outras conformações MIOGLOBINA Estocagem de oxigênio quanto para facilitar a difusão do oxigênio nos tecidos musculares em contração ▪ 153 resíduos de aminoácidos ▪ Único grupo ferro-protoporfirina, ou heme ▪ Abundante em mamíferos mergulhadores: cor marrom- grande período em submersão Estrutura de fita Volume atômico ▪ Muito compacta: lugar para 4 moléculas de água ▪ Núcleo denso hidrofóbico ▪ Interações fracas fortalecidas ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas Globulares As proteínas globulares têm uma diversidade de estruturas terciárias ▪ A estrutura tridimensional de uma proteína globular típica pode ser considerada um conjunto de segmentos polipeptídicos em hélices α e conformações β, ligados por segmentos conectores. ▪ A estrutura pode ser, então, definida pela forma como os segmentos estão empilhados uns sobre os outros, e como estão arranjados os segmentos que os conectam. Motivo Domínio Descrevem padrões de estruturas de proteínas ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas Globulares Um motivo ou enovelamento é um padrão de enovelamento identificável, envolvendo dois ou mais elementos da estrutura secundária e a conexão (ou conexões) entre eles. Motivo SIMPLES COMPLEXO ESTRUTURA TERCIÁRIA Proteínas Globulares DomínioUm domínio é uma parte da cadeia polipeptídica que é independentemente estável ou pode se movimentar como uma entidade isolada em relação ao resto da proteína ▪ Polipeptídeos com mais de algumas centenas de resíduos se dobram em 2 ou mais domínios que podem ter diferentes funções ▪ Muitas vezes, um domínio de uma proteína grande irá conservar sua estrutura tridimensional nativa mesmo quando separado ▪ Pode aparecer como uma porção globular diferente ▪ Domínios diferentes em geral têm funções diferentes, como a ligação de pequenas moléculas ou interação com outras proteínas ▪ Proteínas pequenas normalmente têm somente um domínio (o domínio é a proteína). ESTRUTURA TERCIÁRIA Motivos complexos podem ser construídos a partir daqueles mais simples Cada segmento β paralelo é conectado ao seu vizinho por um segmento α-helicoidal: enzimas Motivos de proteínas são as bases da classificação estrutural O banco de dados Structural Classification of Proteins (SCOP, ou Classificação Estrutural de Proteínas) Conteúdo completo de banco de dados proteicos com hierarquia de níveis estruturais Alto nível de classificação: toda α, toda β, α / β (com segmentos α e β intercalados ou alternados) e α+β (com regiões α e b um pouco separadas) Menos de 1.000 motivos diferentes ESTRUTURA TERCIÁRIA Motivos de proteínas são as bases da classificação estrutural ESTRUTURA TERCIÁRIA Motivos de proteínas são as bases da classificação estrutural ESTRUTURA TERCIÁRIA Motivos de proteínas são as bases da classificação estrutural ▪ Estrutura terciária de proteínas é mais conservada que suas sequencias de aminoácidos ▪ Comparação de estruturas proteicas podem fornecer muita informação sobre sua evolução ▪ Família proteica: semelhança na estrutura primária e/ou terciária + funções semelhantes ▪ Superfamílias: pouca similaridade na sequencia de aminoácidos, utilizam mesmo motivo estrutural e funções semelhantes 1 família pode estar distribuída em todos 3 domínios de vida: Bacteria, Archaea e Eukarya ▪ Origem remota ▪ Proteínas envolvidas no metabolismo - nesta categoria Presença de proteína somente em pequeno grupo: origem recente Comparações estruturais podem ajudar no esclarecimento de todos os aspectos da bioquímica, da evolução de proteínas individuais até a história evolutiva de rotas metabólicas completas. ESTRUTURA TERCIÁRIA ESTRUTURA QUATERNÁRIA ▪ Muitas proteínas possuem várias cadeias polipeptídicas ▪ Servem à variadas funções: reguladora – ligação de pequenas moléculas afetam interação entre subunidades – mudança na atividade proteica ▪ Subunidades distintas: funções diferentes ▪ Proteína de múltiplas subunidades: multímero Oligômero: multímero contendo apenas algumas subunidades Subunidades não idênticas – estrutura total assimétrica e complicada Maioria: Subunidades idênticas ou não idênticas que se repetem Protômero ▪ Unidades de repetição em uma proteína multimérica ▪ Letras gregas para distinguir diferentes subunidades ESTRUTURA QUATERNÁRIA HEMOGLOBINA Mr 64,500 2 cadeias α 2 cadeias β 4 grupos prostéticos HEME Tetrâmero ou dímero de protômeros α e β Proteínas intrinsecamente desordenadas Algumas proteínas ou segmentos proteicos carecem de estruturas ordenadas em solução 1/3 de todas proteínas humanas podem ser desestruturadas ou possuir segmentos desestruturados Propriedades distintas : I. Não possuem núcleo hidrofóbico II. Alta densidade de aa carregados (Lys, Arg, Glu) III. Podem facilitar a atividade de algumas proteínas IV. Outras são ‘sequestradoras’: se ligam à íons e moléculas – depósitos de lixo V. Promiscuidade funcional VI. Podem ter dúzias de proteínas parceiras : regulam funções Proteínas intrinsecamente desordenadas p27 ▪ Controle da divisão celular ▪ Células cancerígenas carecem dessa proteína Desnaturação e enovelamento das proteínas ▪ Proteostase: manutenção contínua do grupo ativo de proteínas celulares ▪ Requer atividade coordenada de vias para a síntese e enovelamento ▪ Centenas de enzimas e proteínas especializadas ▪ Dobramento: naturalmente ou com assistência de chaperonas Desnaturação: perda da estrutura tridimensional que causa perda de função – estado parcialmente dobrado 1. CALOR: efeitos complexos nas interações fracas da proteína ▪ Perda da estrutura é abrupta – perda de estrutura em uma parte desestabiliza outras ▪ Efeitos de aquecimento não são preditos 2. pHs extremos 3. Solventes orgânicos – ligações hidrofóbicas 4. Solutos: ureia - ligações hidrofóbicas e de H Proteínas termorresistentes: evoluíram para funcionar em temperaturas altas – estruturas poucas diferente de proteínas homólogas de E. coli Resultado: Precipitação proteica – agregados – desordenados - precipitados Desnaturação e enovelamento das proteínas Desnaturação de algumas proteínas é reversível RENATURAÇÃO FIGURA 4-27 Renaturação da ribonuclease desnaturada e desdobrada. A ureia desnatura a ribonuclease, e o mercaptoetanol (HOCH2CH2SH) a reduz, rompendo as ligações Dissulfeto e liberando os oito resíduos de Cys. A renaturação envolve o restabelecimento correto das ligações dissulfeto transversais. SEQUENCIA DE AMINOÁCIDOS: contém todas informações necessárias para enovelamento de uma cadeia tridimensional nativa A. Enovelamento é rápido e gradual B. Estruturas secundárias se formem primeiro C. Estruturas locais se arranjam e interagem D. Interações hidrofóbicas agregam cadeias laterais – facilita resto de dobramento E. Formação de domínios completos – dobramento completo Enovelamento das proteínas Bioinformática: predizem dobramento de proteínas Enovelamento das proteínas assistido - CHAPERONAS FAMÍLIAS DE CHAPERONAS ▪ Chaperoninas ▪ Família: “proteínas de choque térmico”, do inglês heat shock proteins, de Mr 70.000, ou Hsp70 Defeitos no enovelamento proteico ¼ de todos polipeptídeos sintetizados são destruídos por não se dobrarem corretamente Diabetes do tipo 2, doença de Alzheimer, doença de Huntington e doença de Parkinson, estão associadas com um mecanismo de enovelamento errôneo: Uma proteína solúvel normalmente secretada pela célula é secretada em um estado de enovelamento errado, sendo convertida em uma fibra amiloide extracelular insolúvel. As doenças são coletivamente chamadas de amiloidoses. Encefalopatia espongiforme bovina (EEB, ou BSE, do inglês bovine spongiform encephalopathy; também conhecida como doença da vaca louca) Relacionada doença: Creutzfeldt-Jakob A deterioração progressiva do cérebro leva a um espectro de sintomas neurológicos, incluindo perda de peso, comportamento errático, problemas de postura, equilíbrio e coordenação, e perda da capacidade cognitiva. Essas doenças são fatais. Dúvidas: flaviaalvesmartins22@hotmail.com
Compartilhar