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2 1 INTRODUÇÃO O trabalho que a sociedade realiza em busca do seu sustento não tinha essa conotação que estamos acostumados a ver, essa atividade foi durante muito tempo inferiorizada e vista de forma negativa. Essa conotação foi ganhando descrédito a partir da Revolução Industrial, em que o trabalho passou a ser encarado como forma de lucro e produtividade. Hoje, traz status, liberdade, autoestima, estabilidade e reconhecimento, porém, há um paradoxo em tal afirmação. Na atual conjuntura organizacional em que o lucro é o objetivo final, temos pelo caminho alguns obstáculos e um deles é a falta de qualidade de vida. A busca incessante pela alta produtividade acaba por influenciar negativamente na saúde do trabalhador. A concorrência acirrada entre as organizações causa um ritmo frenético em que devemos dar o máximo de nosso desempenho para sermos bons naquilo que fazemos, ganhando assim oportunidades de crescimento e status. No lado contrário disso, temos que a saúde do colaborador está sendo prejudicada por esse lucro selvagem, em que o importante é produzir. As organizações que enxergam além e introduzem programas de Qualidade de Vida, ganham em concorrência, marketing e endomarketing, visão de futuro e consequentemente em motivação dos colaboradores e maior produtividade. A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) envolve a higiene, segurança e saúde no trabalho, traz inúmeros benefícios como melhorias no relacionamento entre os trabalhadores, redução do absenteísmo e presenteísmo, estimula a prática de atividades físicas dos trabalhadores. Todas as iniciativas de implantação e manutenção de programas de Qualidade de Vida são importantes. A curto, médio e longo prazos é possível observar ganhos peculiares com relação à saúde do trabalhador e como decorrência disso o aumento do seu desempenho laboral, trazendo motivação, produtividade e diminuição de faltas. Um dos programas que vem crescendo atualmente é o de aplicação da Ginástica Laboral, a qual é uma atividade antiga, porém está encaixando-se em nossa sociedade como forma de auxiliar na saúde dos trabalhadores e trazer benefícios para os mesmos e para a organização. 2 OS CONCEITOS E PROCESSOS DA GESTÃO COM PESSOAS As organizações estão modificando os seus olhares para as pessoas que fazem parte desse complexo sistema. No intuito de mobilizar e utilizar tudo o que as pessoas 3 podem oferecer em suas atividades, as empresas estão mudando os seus conceitos e alterando os seus modelos de gerenciamento, alterando práticas que hoje se tornaram obsoletas, como por exemplo, enxergar o colaborador como um recurso. As pessoas devem ser visualizadas como parceiras da organização, já que as mesmas possuem o mais alto grau de sucesso: a inteligência. Além de fornecer também conhecimentos, habilidades e competência. As empresas que tiveram já essa visão tratam seus colaboradores como parceiros do negócio e não mais como meros empregados contratados (CHIAVENATO, 2008). A Gestão com Pessoas significa um enfoque diferente dado à singularidade deste tempo de mudanças, em que as organizações estão se transformando e as pessoas se desenvolvendo (LIMA, 2008). Gestão de Pessoas é a forma pela qual se gere pessoas dentro de uma organização. As empresas, segundo Limongi - França (2007, p.1) “são feitas de pessoas para pessoas. A pedra fundamental está na contribuição conceitual e prática para uma vida humana mais saudável e com resultados legítimos de produtividade, qualidade, desenvolvimento e competitividade.”. Gil (2007) nos afirma que a Administração de Recursos Humanos é um termo restritivo, pois nos faz enxergar as pessoas da organização como meros recursos, iguais aos financeiros e materiais. Os autores de Gestão de Pessoas as veem como parceiros e cooperativos. Chiavenato (2008) afirma que Gestão de Pessoas se baseia em cinco aspectos fundamentais: as pessoas como seres humanos, as pessoas como ativadores de recursos 4 organizacionais, como parceiros, talentos fornecedores de competências e por fim o capital humano da organização. A eficácia organizacional está diretamente ligada às pessoas, elas podem ser o fator de sucesso ou de fracasso. Partindo para os objetivos da Gestão de Pessoas, Chiavenato (2008) elenca sete meios pelos quais a eficácia organizacional é alcançada, sendo eles: 1) A organização só pode alcançar seus objetivos e metas, assim como realizar sua missão através da GP; 2) Aumentar a produtividade, proporcionando maior competição às organizações; 3) GP também está ligada à motivação e ao treinamento, preparando e capacitando pessoas, reconhecendo-as e por fim recompensando por méritos; 4) Lida também com a satisfação e autorrealização das pessoas; 5) Qualidade de Vida no Trabalho; 6) Administrar e impulsionar a mudança; 7) Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável. Quando se fala em administração de recursos humanos, toma-se como referência a gestão de pessoas que participam das organizações e que nelas desempenham determinados papéis. Assim, Gil (2007) conceitua a Administração de Recursos Humanos como: “[...] o ramo especializado da ciência da administração que envolve todas as ações que tem como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e no aumento da produtividade”. (GIL, 2007, p.13) A tendência atual está muito mais além, falando-se em administração com as pessoas, que significa tocar a organização com os colaboradores e os parceiros internos. Uma nova visão das pessoas, não como recurso, e sim como objetivo (RIBEIRO, 2005). Gil (2007), ainda salienta que a gestão de pessoas é um ramo especializado da Ciência da Administração que contempla todas as ações empreendidas por uma organização, com objetivo de integrar o colaborador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. O autor destaca ainda que a importância do empregado torna-se mais evidente numa organização, à medida que sua força de trabalho esteja 5 envolvida principalmente com atividades especializadas. Gil (2007, p.25) classifica as atividades de gestão de pessoas da seguinte forma: suprimento ou agregação: identificação das necessidades de pessoal, pesquisa de mercado de recursos humanos, recrutamento e seleção; aplicação: análise e descrição de cargos e planejamento e alocação interna de recursos; compensação ou manutenção: salários, benefícios, carreiras, higiene, e segurança no trabalho e relações com sindicato; desenvolvimento ou capacitação: treinamento e desenvolvimento de pessoal e mudança organizacional, e; controle ou monitoração: avaliação de desempenho, banco de dados, sistemas de informações gerenciais e auditoria de recursos humanos. As organizações hoje mostram ambientes de trabalho mais dinâmicos, complexos e desafiadores. Dessa forma, vem provocando impactos grandes nos modelos de gestão, nas estratégias de carreira e em especial aos trabalhadores. Nesse contexto, Chiavenato (1999) expõe que a Gestão de Pessoas depende da cultura da organização, da estrutura, o contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma gama de outras variáveis. A administração de recursos humanos realiza os processos burocráticos de admissão e demissão de pessoas, elaboração da folha de pagamento, entrega de declarações, dentre outros. Porém, atualmente existe uma nova versão para a administração de recursos humanos (ARH), que por sua vez não somente efetua as funções citadas, como também recruta, seleciona e oferece treinamentos profissionais. A ARH atual deve visar à valorização das pessoas da organização. Porém, é notório que não acontece dessa forma, ainda adota-se uma forma ultrapassada para a realidade dos seres humanos. A função de Recursos Humanos (RH), ou Gestão de Pessoas, tem comoobjetivos, encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. Isso envolve atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada de uma organização e vão até depois que uma pessoa se desliga. (MAXIMIANO, 2004, p.31) De acordo com Gil (2007), assim surgiu o conceito de Administração de Recursos Humanos (ARH). Porém, ainda sofre com os velhos conceitos de visualizar as pessoas como recursos produtivos ou meros agentes passivos cujas atividades devem ser controladas a partir das necessidades da organização. Embora a ARH envolva todos os processos de Gestão de Pessoas que hoje conhecemos, ela parte do princípio de que as 6 pessoas devem ser planejadas e administradas pela organização ou por um órgão central de ARH. Chiavenato (2008) defende que hoje, com a globalização da economia e com a forte competitividade, a tendência que se nota nas organizações bem-sucedidas é de não mais administrar recursos humanos, nem mais administrar pessoas, mas, sobretudo, administrar com as pessoas. Tratando-as como agentes ativos e proativos, sobretudo dotados de inteligência e criatividade, de habilidades mentais e não apenas de habilidades e capacidades manuais, físicas ou artesanais. O contexto do ARH é, ao mesmo tempo, complexo e mutável. A primeira característica desse contexto é a complexidade. A maneira como as pessoas e organizações se relacionam para realizar a tarefa organizacional varia de uma organização para outra. Chiavenato (2008) acrescenta que algumas organizações caracterizam-se pela visão futurística, democrática e aberta na maneira de tratar as pessoas, enquanto outras ainda se mostram paradas no tempo e no espaço, adotando políticas ultrapassadas, humilhantes e retrógradas. A segunda característica é a mudança. O mundo está passando por grandes mudanças e transformações nos aspectos econômicos, sociais, tecnológicos, culturais, legais e demográficos. Essas novas nuances e transformações ocorrem de modo cada vez mais veloz e imprevisível. A velocidade com que esses fatores ocorrem, cada vez maior, muitas vezes não é acompanhada pelas organizações. As empresas tardam a incorporar o que ocorre ao seu redor em seu comportamento e em sua estrutura organizacional (CHIAVENATO, 2008). Cabe, assim, à Gestão de Pessoas promover através de técnicas o melhor funcionamento das organizações. Chiavenato (2008, p.15) descreve: “A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos.”, demonstrados na figura mais adiante: Figura 1 – Os processos da Gestão com Pessoas. Agreg ar Desenvolv er Gestão de Pessoa s Aplicar Manter Recompensar Monitorar 7 Esses seis processos são dependentes entre si. CHIAVENATO (2008, p.16): “todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpretam e se influenciam reciprocamente”. O Processo de Agregar Pessoas está ligado ao recrutamento e seleção, incluir novas pessoas; o de Aplicar está no âmbito do desenho organizacional e de cargos, analisar e descrever os cargos, orientar as pessoas e avalia-las; o Processo de Recompensar Pessoas é o de incentivo e satisfação de necessidades, incluem as remunerações e benefícios; o de Desenvolver Pessoas são os processos para capacitar, desenvolver profissionalmente e também o lado pessoal; Manter Pessoas está relacionado à higiene e segurança no trabalho, clima, organização, ambiente satisfatório, qualidade de vida; o processo de Monitorar Pessoas são utilizados para acompanhar e monitorar os resultados das atividades desenvolvidas, incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais (CHIAVENATO, 2008). Tachizawa (2004) afirma que cada vez mais as organizações percebem de que nada valerão os seus esforços voltados para o mercado e suas estratégias para ocupar espaços e obter bons resultados se não pensarem que tudo isso depende da boa execução dos processos que cercam o processo produtivo e que esses processos estão ligados diretamente à boa gestão de pessoas na organização. Ligando o processo de Manter as Pessoas e a afirmação de Tachizawa (2004), podemos concluir que as empresas precisam mudar e valorizar as pessoas para adaptar- se ao mercado seletivo, e um dos fatores essenciais nesta mudança para a valorização do pessoal é proporcionar a qualidade de vida aos seus funcionários. Figura 2 – O processo de Manter as Pessoas Fonte: Elaborado pela autora Manter Pessoas Higiene Segurança Qualidade de Vida 8 9 2.2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A busca por aumento de produtividade ininterrupto tem gerado problemas humanos e sociais que têm consequências amplas na vida dos indivíduos e das suas organizações. Situações como desgaste físico e emocional acabam por gerar sérios problemas motivacionais e de saúde, que revelam situações de estresse constante, causando perda de produtividade e problemas pessoais amplos. As organizações de um modo geral deveriam se preocupar muito com a saúde dos seus trabalhadores, pois parece paradoxal que queiram aumentar seus resultados e pouco fazem na prática para minimizar o sofrimento no trabalho (RONCHI, 2010). Nesse contexto, surge a necessidade de melhores condições de trabalho, visando primeiramente à satisfação do pessoal interno. Limongi – França e Zaima (2002) dizem que Qualidade de Vida significa boas condições laborais, remuneração e benefícios justos, tarefas desafiadoras e um estilo de gestão que garanta a necessidade de participação e desenvolvimento das pessoas. Davis e Cherns (1975, apud RONCHI, 2010) dizem que o surgimento do tema qualidade de vida no trabalho deve-se a uma significativa mudança na visão dos benefícios da industrialização e consequentes custos sociais. Limongi-França (2002) diz que a qualidade de vida trilhou na seguinte evolução: a) Ênfase na segurança do trabalho (1930 – 1940) b) Relações positivas entre moral e produtividade (1950) c) Iguais oportunidades de trabalho e enriquecimento de tarefas (1960) e d) Valores afetivos, necessidades e aspirações humanas, responsabilidade social. (1980) O quadro 1 que segue adiante mostra o processo evolutivo da QVT a partir da década de 50. 10 Quadro 1 - Definições evolutivas de QVT Período Definição 1959/1972 A QVT foi tratada como reação individual ao trabalho ou às consequências pessoais de experiência de trabalho. 1969/1975 A QVT dava ênfase ao indivíduo antes de dar ênfase aos resultados organizacionais, mas ao mesmo tempo era vista como elo dos projetos cooperativos. 1972/1975 A QVT foi o meio para o engrandecimento do ambiente de trabalho e a execução de maior produtividade e satisfação. 1975/1980 A QVT, como movimento, visa à utilização dos termos “gerenciamento participativo” e “democracia industrial” com bastante frequência. 1979/1983 A QVT é vista como um conceito global e como uma forma de enfrentar os problemas de qualidade e produtividade. Previsão Futura A globalização da definição trará como consequência inevitável a descrença de alguns setores sobre o termo QVT. E para estes QVT nada representará. Fonte: Nadler;Lawler, 1983 apud Rodrigues, 2009 A qualidade de vida no trabalho reúne fatores higiênicos, de segurança e saúde; compreende muitas variáveis como bem-estar, garantia de saúde e segurança física, mental e social, capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso da energia pessoal (LIMONGI-FRANÇA, 2002;RODRIGUES, 2009). Oferecer prioridade absoluta para o bem-estar das pessoas nas organizações, com capacidade para administrar o conjunto de ações alinhado com a cultura organizacional; ações estas que são: implantações de melhorias, inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente, são determinantes da qualidade de vida no trabalho (LIMONGI-FRANÇA, 2011).Sendo o ser humano dotado de diferenças sociais, culturais, comportamentais, afetivas, ideológicas, satisfazer as necessidades das pessoas que integram as organizações é um grande desafio. Segundo Chiavenato (2004) a QVT envolve fatores como satisfação no trabalho, possibilidade de crescimento na organização, reconhecimento, relacionamento interpessoal, salários e benefícios, ambiente de trabalho e liberdade para participar e decidir. 11 A QVT tem relação com a produtividade e principalmente com a satisfação do trabalhador no ambiente de trabalho, proporcionando uma boa condição de vida no mesmo, associando isso ao bem-estar e à saúde (MELLO, 2006). A adoção de um programa de qualidade de vida e promoção de saúde proporciona ao indivíduo maior resistência ao estresse, estabilidade emocional, motivação, maior eficiência, melhor autoimagem e relacionamento. Além disso, as empresas seriam beneficiadas com uma força de trabalho mais saudável, menor absenteísmo/rotatividade, menor custo de saúde assistencial, maior produtividade, melhor imagem e um melhor ambiente de trabalho (SILVA;DE MARCHI, 1997). 2.3 MODELOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A expressão Qualidade de Vida no Trabalho tem sido usada com frequência, mas acaba tendo situações, métodos e objetivos diversos (RODRIGUES, 2009). Maslow e Hezberg foram os pioneiros nos estudos dos fatores motivacionais e as necessidades humanas, porém no presente estudo, serão enfocados os modelos que estudiosos desenvolveram para identificarem os fatores presentes exatamente na Qualidade de Vida no Trabalho. De acordo com Rodrigues (2009) há vários modelos que explicam a QVT: de Richard Walton, William Westley, K. Davis & W. Werther, E. Huse & T. Cummings, D. Nadler & E. Lawler, Hackman e Oldham. Estudaremos três desses modelos, são eles: Walton (1973), Hackaman e Oldham (1975), Westley (1979). 2.5.1 O modelo de Walton Walton desenvolveu oito critérios para a Qualidade de Vida no Trabalho: compensação adequada e justa, condições de segurança e saúde no trabalho, oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da capacidade humana, oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança, integração social na organização de trabalho, o constitucionalismo do trabalho, o trabalho e o espaço total da vida e a relevância social da vida do trabalho (RODRIGUES, 2009). Fernandes (1996) define os modelos de Walton de acordo com a finalidade de cada uma das categorias: 12 a) Compensação Justa e Adequada - é a categoria relacionada à remuneração recebida pelo trabalho desenvolvido, são estendidos em três critérios sendo eles a remuneração adequada que é aquela necessária para o trabalhador viver de maneira digna dentro das necessidades pessoais e dos padrões culturais; equidade interna que está relacionada à equidade na remuneração entre os membros de uma mesma organização e a equidade externa que é a equidade na remuneração a outros profissionais do mercado de trabalho; b) Condições de Trabalho – estão relacionadas às condições existentes no ambiente de trabalho, ligada a fatores como a jornada de trabalho, carga de trabalho, ao ambiente físico, a materiais e equipamentos, ao ambiente saudável e ao estresse; c) Uso e Desenvolvimento de Capacidades – estão relacionados às oportunidades que o colaborador tem de aplicar seus conhecimentos e aptidões profissionais em seu dia a dia, os critérios que se destacam é a autonomia que é a independência e descrição na programação e execução do trabalho; o significado da tarefa está relacionado à importância da atividade na vida e no trabalho das pessoas dentro e fora da organização; a identidade da tarefa que é a medida da mesma para a sua integridade na avaliação de resultados; a variedade da habilidade que é a capacidade do indivíduo em grande proporção e a retro informação que é a resposta do colaborador após a avaliação de seu trabalho e de suas ações dentro da organização; d) Oportunidade de Crescimento e Segurança – categoria responsável pela medida da qualidade de vida no trabalho sobre as relações de oportunidades que a organização estabelece para o crescimento e desenvolvimento pessoal de seus colaboradores e a sua segurança nas relações de empregabilidade. Os critérios que envolvem esta categoria são a possibilidade de carreira que está atrelada aos avanços na empresa e na carreira profissional e o reconhecimento perante colegas, gestores e família; ao crescimento pessoal que é o desenvolvimento das potencialidades e aplicação delas pelas pessoas e a segurança no emprego que assegura aos colaboradores a manutenção do seu emprego; e) Integração Social na Organização – esta categoria visa medir a integração social existente dentro da empresa. Fernandes (1996) faz uma adaptação a partir dos conceitos de Walton e define os seguintes critérios, igualdade de oportunidades; o relacionamento entre os colaboradores e o senso comunitário. 13 f) Constitucionalismo – categoria responsável para analisar se os direitos dos empregados estão sendo cumpridos, estão relacionados aos direitos trabalhistas, a privacidade pessoa, a liberdade de expressão e as normas e rotinas dispostas ao ambiente de trabalho. g) Trabalho e Espaço Total de Vida – esta categoria tem como objetivo medir o equilíbrio entre a vida pessoal do trabalhador e a vida no trabalho. h) Relevância Social da Vida no Trabalho – esta categoria é responsável pela percepção do colaborador e relação à responsabilidade social da empresa na comunidade na qual está inserida, na qualidade dos serviços e ao atendimento de seus funcionários. Está envolvida nesta categoria a imagem da empresa, a responsabilidade social, a responsabilidade social pelos serviços e dos empregados. No quadro a seguir, temos um resumo das questões citadas acima: Quadro 2 - O Modelo de Walton 14 1 - Compensação justa e adequada • Salário adequado ao trabalhador. • Equidade ou compatibilidade interna. • Equidade e compatibilidade externa. 2 - Condições de segurança e saúde no trabalho • Jornada de trabalho. • Ambiente físico (seguro e saudável). 3 - Utilização e desenvolvimento de capacidades • Autonomia. • Significado da tarefa. • Identidade da tarefa. • Variedade de habilidades. • Retroação e retroinformação. 4- Oportunidades de crescimento contínuo e segurança • Possibilidade de carreira. • Crescimento profissional. • Segurança do emprego. 5 - Integração social na organização • Igualdade de oportunidades. • Relacionamentos interpessoais e grupais. • Senso comunitário. 6 – Garantias Constitucionais • Respeito às leis e direitos trabalhistas • Privacidade pessoal. • Liberdade de expressão. • Normas e rotinas claras da organização. 7 - Trabalho e espaço total de vida • Papel balanceado do trabalho na vida pessoal 8 – Relevância Social da Vida no Trabalho • Imagem da empresa e responsabilidade social Fonte: Elaborado pela autora. O modelo de Walton é o mais utilizado para pesquisas sobre a qualidade de vida no trabalho, pois a delimitação das categorias envolve os fatores sociais, psicológicas, organizacionais, educacionais, a cultura e a personalidade das pessoas que compõe as organizações, atendendo aos requisitos de motivação e satisfação pessoal e 15 profissional, obtendo desta forma, uma maior aproximação com a realidade atual do nosso mercado. 2.5.2 O modelo de Hackman e Oldham O modelo de Hackman e Oldham mostra a interação entre o indivíduo e as características do trabalho, sistematizando as dimensões do cargo e aferindo o grau de satisfação geral, específico, que levam ao diagnóstico da qualidade de vida no trabalho (RONCHI, 2010).Fernandes (1996) relata qualidade de vida no trabalho de acordo com os autores avaliando os termos da dimensão da tarefa que identifica seis atributos importantes para a satisfação no trabalho: variedade de habilidade, identidade da tarefa, significado da tarefa, autonomia, feedback, inter-relacionamento. Variedade de habilidade é a utilização de vários talentos do mesmo indivíduo; identidade da tarefa significa a realização de um trabalho do início ao fim; significado é o impacto causado pela atividade em relação a outras pessoas; autonomia é a liberdade que a tarefa proporciona ao indivíduo; feedback é a informação recebida pelos superiores, colegas ou clientes sobre o desempenho e inter-relacionamento é quando da realização de alguma tarefa, o indivíduo necessita contatar outras pessoas. Os estados psicológicos críticos segundo Fernandes (1996) envolve a significância percebida no trabalho, em que o indivíduo enxerga a tarefa de maneira significativa e valiosa; a responsabilidade que o indivíduo sente em relação aos resultados e o conhecimento relativo ao seu desempenho efetivo na realização da tarefa. Os resultados pessoais e do trabalho incluem a satisfação geral (bem-estar com o trabalho), a motivação de alta qualidade, bem como o absenteísmo e rotatividade baixos. As satisfações específicas envolvem a segurança, supervisão, remuneração e possibilidade de crescimento (VALLE e VIEIRA 2004 apud RONCHI 2010). 2.5.3 O modelo de Westley O modelo de Westley apresenta quatro dimensões que podem afetar a qualidade de vida das pessoas. São através dos indicadores econômicos, psicológicos, políticos e sociológico. Fernandes (1996) discorre sobre esses indicadores como sendo: 16 a) Indicador econômico – representado pela equidade salarial e equidade no tratamento recebido; b) Indicador político – representado pelo conceito de segurança no emprego, o direito a trabalhar e não ser discriminatoriamente dispensado; c) Indicador psicológico – representado pelo conceito de autorrealização; d) Indicador sociológico – representado pelo conceito de participação ativa em decisões diretamente relacionadas como processo de trabalho, com a forma de execução tarefas, Westley (1979 apud RONCHI 2010) explica que as dimensões políticas e econômicas estão ligadas entre si, referindo-se às questões de concentração de poder e dos lucros. Enquanto as dimensões psicológicas e sociológicas estão relacionadas às organizações e a seu tamanho, complexidade, especialização, consecução de tarefas e automação. 2.4 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO Com o significativo crescimento tecnológico e a introdução de novos produtos e técnicas de trabalho nos processos industriais, as pessoas e o meio ambiente foram vítimas de alguns percalços inerentes a tais mudanças. As estatísticas mundiais de acidentes de trabalho levaram as organizações perceberem que a competitividade e o lucro não são suficientes para a sobrevivência no mercado. São necessárias atitudes éticas e responsáveis quanto à higiene, segurança e saúde no trabalho (MATTOS E MÁSCULO, 2011). Fazendo parte da qualidade de vida no trabalho temos a higiene no trabalho. Trata-se das condições físicas do ambiente de trabalho, contribuindo para a saúde física e mental do trabalhador. Em relação à saúde física, o local de trabalho relaciona aspectos ligados a exposição do organismo humano a agentes externos como ar, temperatura, umidade, luminosidade. Quanto à questão da saúde mental, o ambiente de trabalho “deve envolver condições psicológicas e sociológicas saudáveis e que atuam positivamente sobre o comportamento das pessoas evitando impactos emocionais, como o estresse.” (CHIAVENATO, 2004, p. 430) A atividade de higiene no trabalho inclui uma série de normas e procedimentos visando à proteção da saúde física e mental dos empregados, resguardando 17 os riscos de saúde relacionados com o exercício das funções e com o ambiente físico do trabalho. Questões relacionadas à temperatura, iluminação, ruído e à limpeza estão dispostos nas condições de higiene no trabalho (CARVALHO E NASCIMENTO, 2002). Um ambiente saudável é aquele que proporciona satisfação e bem-estar, traduzido em motivação e produtividade. Este aspecto é tão importante que está presente na CLT, a qual cita questões como temperatura e iluminação. A Consolidação das Leis do Trabalho (BRASIL, 1943) em seu artigo 176 cita a temperatura deixando claro o seguinte aspecto: Art. 176 – Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado. Parágrafo único - a ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as condições de conforto térmico. (CLT, Art. 176) A iluminação do ambiente também deve ser adequada para que não gere problemas na visão dos colaboradores. A CLT (BRASIL, 1943) em seu artigo 175 relata sobre as condições de iluminação como sendo: Art. 175 – em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade. § 1º - a iluminação à natureza deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. (CLT, Art 175) Carvalho e Nascimento (2002) citam as finalidades da higiene no trabalho como eliminação das causas das doenças profissionais, manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade, prevenção do agravamento de doenças ou lesões e redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas com deficiência. No âmbito da segurança do trabalho, podemos dizer que a mesma envolve a administração de riscos ocupacionais, evitando acidentes ou minimizando casos. Araújo (2008) sugeriu para a prevenção de acidentes cinco etapas que podem ser absorvidas pelas organizações com facilidade. As etapas definidas pelo autor são a conscientização, classificação dos acidentes, as principais causas, medidas de prevenção e avaliação periódicas. A CLT em seu artigo 163 dispõe sobre a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), tornando-a obrigatória nos locais especificados pelo Ministério 18 do Trabalho e com instruções do mesmo órgão. Araújo (2008) esclarece que a CIPA oferece atividades de orientação no combate ao fogo, assim como a utilização de equipamentos para prevenir acidentes; responsável também pelos treinamentos de equipes no combate a acidentes de trabalho; controla as medidas de segurança; encaminha à diretoria da empresa sugestões e planos de trabalho que visem diminuir ou eliminar acidentes. 2.5 A SAÚDE DO TRABALHADOR Nesta interligação de fatores, o ponto crucial é a saúde ocupacional. Ronchi (2010, p.103) afirma que “boa parte das pesquisas aponta para a erosão da saúde do trabalhador devido ao culto à eficiência sem limites”. A eficiência tomou conta, produzir muito em pouco tempo tornou-se significativo no desenvolvimento de um profissional na visão do capitalismo selvagem, como declara Ronchi (2010, p.103-104): O ritmo e a carga de trabalho têm aumentado constantemente, transformando os indivíduos, visto que impõem assimilações em diversos aspectos, tais como fisiológicos, sociais, humanos e até morais. As pressões de produção, as novas tecnologias e a arquitetura psicossocial do ambiente de trabalho têm forçado a uma escassez de contatos positivos. Com um ambiente profissional cada vez mais desgastante física e emocionalmente, percebe-se a erosão da dignidade e do desejo, e como consequências podem afetar a saúde dos indivíduos. (RONCHI 2010, p.103-104): Para Pegado (1995) saúde é o estado de plena realização do potencial do ser humano que depende das condições de vida a que as pessoas estão expostas. Nahas (2001) classifica a saúde como dois pólos sendo um positivo e o outro negativo. A saúde positivase caracteriza com uma vida satisfatória e confirmada com a sensação do bem estar geral, a saúde negativa com a doença e, no seu extremo, com a morte prematura. Um dos problemas que mais tem afetado as empresas são os distúrbios na saúde dos trabalhadores. Na maioria das vezes, ocasionadas devido a uma organização do trabalho que envolve tarefas repetitivas, pressão constante por produtividade, jornada prolongada além de tarefas fragmentadas, monótonas que reprime o funcionamento mental do trabalhador. Esses distúrbios trazem como consequência dor e sofrimento para os trabalhadores e para os empresários traz onerosas despesas com assistência medica e pagamento de seguros (RODRIGUES, 2009). 19 2.7.1 Estresse O termo estresse no campo da física significa grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço (RODRIGUES, 2009). Na medicina esse termo foi utilizado pela primeira vez por Hans Selye em 1936, para determinar um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige um esforço para adaptação. Nahas (2001) ressalta que essa adaptação se dá devido ao efeito regulador do sistema hormonal e nervoso como resposta para o restabelecimento da harmonia no organismo. Situações de estresse provocam reações no sistema nervoso simpático, levando a secreção de hormônios, principalmente adrenalina (epinefrina) e a norepinefrina. Esses hormônios entram na corrente sanguínea alterando reações bioquímicas e funções orgânicas. Com isso, a pressão arterial e freqüência cardíaca aumentam, a energia é mobilizada para os músculos e o tempo de coagulação do sangue diminui. Se o estresse for muito frequente poderá haver, como consequência problemas à saúde (SHARKEY, 1998). O estresse é um aspecto natural da própria vida. As pessoas estão constantemente expostas a estímulos do ambiente tanto externos como internos. Vivenciando diferentes sentimentos relativos ao medo, dor, alegria, excitação e frustração. A reação do organismo diante destes estímulos gera um conjunto de modificações (Síndrome Geral de Adaptação) que se constituem em três fases: fase de alerta; fase de resistência e fase de exaustão (SELYE,1965). Conforme o autor acima citado, a fase de alerta é desencadeada cada vez que o cérebro entende alguma situação como ameaçadora, liberando hormônio na corrente sanguínea e caracteriza -se por aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, permitindo que o sangue circule mais rápido, levando mais oxigênio e mais nutrientes aos tecidos; o baço se contrai, levando mais glóbulos vermelhos para a corrente sanguínea, com isto o sangue fica mais oxigenado; o fígado libera o glicogênio armazenado na corrente sanguínea para dar mais energia aos músculos; diminui o fluxo sangüíneo da pele e das vísceras, aumentando para os músculos e cérebro. A fase de resistência se dá com o acúmulo da tensão que provoca mudanças no comportamento das pessoas. Para Masci (2000) existem alarmes que indicam a entrada nessa segunda fase, conforme quadros 1 e 2. 20 Quadro 3 – O alarme das reações emocionais Agitação Apatia Medo ou preocupação com algo não identificado Facilidade para se irritar com pequenas coisas Preocupação excessiva com coisas sem importância Insônia Desânimo Tristeza, vazio e cansaço Choro sem motivo Isolamento Sonolência Fonte: Elaborado pela autora Quadro 4 – O alarme das reações fisiológicas Vegetativos Musculares Suores frios Mãos geladas Transpiração abundante Má digestão Aumento dos batimentos cardíacos Tensão muscular Dores nas costas Dores de cabeça Sensação de peso nos braços e nas pernas Fonte: Elaborado pela autora. Caso o estresse continuar e entrar na fase de exaustão ocorrerá uma queda no mecanismo de defesa do organismo, havendo doenças tais como: úlceras digestivas; hipertensão arterial; derrames cerebrais; infartos agudos do miocárdio; câncer; depressão; distúrbios nervosos; artrite; alergias; dores de cabeça (NAHAS, 2001). Rodrigues (1992, p. 40) complementa, afirmando que a grande maioria das doenças ocupacionais, que hoje são estudadas, tem uma correlação com o estresse, pois “o desgaste que as pessoas são submetidas no ambiente e nas relações com o trabalho, é um dos fatores na determinação de doenças, dos mais significativos”. As mudanças no sistema produtivo, reestruturação industrial e inovações tecnológicas provocam mudanças e desafios no trabalho gerando um estado de estresse, 21 para a maioria dos trabalhadores que não estão preparados para se ajustar aos valores e estilo de vida atual (PEGADO, 1995). Nahas (2001) e Sharkey (1998) citam que, embora seja impossível viver sem o estresse, seu excesso é que pode causar os danos físicos e emocionais, podendo intervir na vida diária resultando na perda de produtividade e afetando o relacionamento interpessoal. . De acordo com Sharkey (1998), a atividade física moderada e regular minimiza os efeitos do estresse, pois esta é relaxante. Tem demonstrado através de pesquisas, que age contra a tendência de formar coágulos no sangue e protege o sistema imunológico. O mesmo autor relata o estudo feito em 1972 por Vries e Adans onde demonstraram que atividade física moderada foi tão eficaz na redução da tensão quanto um tranquilizante, sendo que o efeito do exercício foi mais duradouro. 2.7.2 Dores nas costas De acordo com o Caderno SESI Lazer Ativo (2010) uma das principais queixas dos trabalhadores é a dor nas costas. Pesquisas têm demonstrado que dor nas costas é a segunda causa de afastamento do trabalho perdendo somente para problemas cardiovasculares. É sabido que pessoas com dores nas costas tem menor rendimento profissional quando comparadas com pessoas assintomáticas, pois a dor limita os movimentos e, consequentemente, diminui a produtividade no trabalho. A ergonomia (interação entre os seres humanos e as máquinas) e os exercícios físicos são excelentes meios de prevenção. De acordo com Castro, Nunes e Silva (2000), a coluna vertebral tem curvaturas fisiológicas que absorvem os choques e diminuem a pressão exercida sobre o esqueleto. As más posturas aparecem quando as curvaturas aumentam ou diminuem em relação aos limites de normalidades fazendo com que haja uma sobrecarga na coluna. Achour Jr. (1995) complementa que a coluna vertebral suporta uma carga maior com a conservação da curvatura normal, onde as pressões dos discos vertebrais serão menores com a posição correta. Passar muito tempo sentado pode levar ao encurtamento dos músculos levando a uma hiperlordose, um dos fatores responsáveis pela dor nas costas. Wirhed (1989) coloca que músculo encurtado leva os músculos vizinhos a se contraírem evitando 22 movimentos que poderiam machucá-los, reduzindo com isto, o fornecimento nutricional dos tecidos. Manniche (1993) enfatiza a importância dos exercícios físicos moderados para nutrição dos discos vertebrais e prevenção da degeneração precoce. Pessoas com pouca flexibilidade têm dificuldade em manter uma postura correta. Podem estressar os discos vertebrais, reduzindo o fornecimento nutricional dos tecidos, ficando mais predispostas a lesões da coluna o que ocorre devido o encurtamento muscular (WIRHED,1989). Daí a importância dos exercícios de alongamento. Músculos fortes e flexíveis estressam menos os discos vertebrais comprometendo menos a postura. Exercícios de alongamento e força são importantes para prevenir problemas na coluna, músculos fracos fadigam rápido (LOCKE, 1983). A postura sentada causa uma pressão de aproximadamente 150kg no terceiro disco lombar, o que poderá trazer transtorno no trabalho, principalmente o surgimento de lombalgias (DUL e NEERDMESSTER, 1995). Músculos abdominais fortes possibilitam uma prensaintra-abdominal que alivia a carga dos discos vertebrais, a musculatura fraca pode provocar desajuste da posição do quadril aumentando a lordose (SALMINEN, 1992). Complementam Bennett e Murphy (1995) que a musculatura do abdômen precisa ser forte, pois tem a responsabilidade de estabilização do quadril para garantir uma boa postura. A musculatura do quadril, abdômen e costas funcionam como um colete de proteção da coluna. Esses músculos devem ser exercitados. Músculos fracos se contraem mais para cumprir sua função de sustentação, dificultando a circulação sangüínea e propiciando o surgimento da dor. Para Achour Jr (1995, p. 43) é importante compreender que, só fazer exercícios não é suficiente “é necessária a ciência do exercício físico, para estruturar o programa de desenvolvimento da aptidão física, a técnica correta do movimento”, assim como a prescrição dos exercícios físicos. Os exercícios se não forem feitos de forma correta, podem acarretar maior prejuízo do que benefícios à coluna. 2.7.3 LER/DORT LER/DORT constituem num conjunto de afecções do aparelho locomotor provocado pela sobrecarga de um grupo muscular. Tem maior incidência nos membros superiores e ocorre devido à utilização biomecânica incorreta destes, que resultam em 23 dor, queda do desempenho no trabalho, fadiga e incapacidade funcional temporária que podem levar a síndrome dolorosa crônica (COUTO, 1994). Uma das causas apontadas para o aumento dessas afecções é a modernização do trabalho com características de atividades fragmentadas, repetitivas, monótonas, realizadas em curto ciclo de tempo com ritmo de trabalho imposto pela máquina ou padrão de produtividade (PEREIRA, 1998). A nomenclatura LER - Lesão por Esforço Repetitivo, foi substituída por DORT - Distúrbios osteomusculares relacionado ao trabalho, em 5 de agosto de 1998, através da Ordem de Serviço 606 dada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. A mudança ocorreu por motivos previdenciários, para pagamento de benefícios e reconhecimento da doença. O diagnostico da LER pode ser dado independente do local onde foi adquirida, até em casa fazendo atividades domésticas. Entretanto, a DORT só pode ser diagnosticada, quando a lesão for adquirida por atividades relacionadas ao ambiente de trabalho (FERNANDES, 2000). No Brasil os trabalhadores que mais apresentam o diagnostico de DORT, são os digitadores por exercerem tarefas, sempre na mesma função e terem movimentos rápidos e repetitivos. A incidência no sexo feminino é maior devido a questões hormonais, dupla jornada de trabalho, falta de preparo muscular para algumas tarefas e aumentado do número de mulheres no mercado de trabalho (PRZYSIEZNY, 2000). O desenvolvimento da DORT é multicasual, sendo importante analisar os fatores de risco. Segundo Barreira (1994), estes podem ser classificados em três categorias: fatores biomecânicos (movimentos repetitivos, postura inadequada), fatores psicossociais (falta de interação com os colegas, trabalho monótono, grande pressão no trabalho) e fatores administrativos (jornada de trabalho excessiva, falta de intervalo para pausa, ambiente físico inadequado, falta de programas de prevenção). Coury (1994) menciona a importância das pausas como meio de prevenção. Kolling (1982) através de um estudo comparativo com operários de duas fábricas de acessórios para calçados, concluiu que a pausa diminuiu significativamente o índice de fadiga muscular. Faz-se necessário que os empresários tomem medidas preventivas para impedir a evolução do quadro clínico dos trabalhadores, que já manifestaram fatores biomecânicos, fatores psicossociais e fatores administrativos. Deve ser feito um programa de prevenção e análise dos fatores de risco, para que estes sejam controlados (BARREIRA, 1994). 24 2.7.4 Ergonomia Segundo Grandjean (1998) a palavra ergonomia vem do grego: ergon = trabalho e nomos = legislação, normas. Desse modo, a ergonomia é definida como a ciência da configuração de trabalho adaptada ao homem. De acordo com Dul e Weerdmeester (2004), pode-se dizer que a ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho. A definição formal da Ergonomia adotada pela IEA (International Ergonomics Association ) é: Ergonomia (ou fatores humanos) é uma disciplina científica que estuda as interações dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p.1) Nos projetos do trabalho e das situações cotidianas, a ergonomia focaliza o homem. As condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência são eliminadas adaptando-as às capacidades e limitações físicas e psicológicas do homem. A ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais (sentados, em pé, empurrando, puxando e levantando cargas), fatores ambientais (ruídos, vibrações, iluminação, clima, agentes químicos), informação (informações captadas pela visão, audição e outros sentidos), relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas (tarefas adequadas, interessantes). A conjugação adequada desses fatores permite projetar ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na vida cotidiana. A ergonomia baseia-se em conhecimentos de outras áreas científicas, como a antropometria, biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica, informática e gerência industrial. Ela reuniu, selecionou e integrou os conhecimentos relevantes dessas áreas, para desenvolver métodos e técnicas específicas para aplicação desses conhecimentos na melhoria do trabalho e das condições de vida, tanto dos trabalhadores, como da população em geral (DUL; WEERDMEESTER, 2004). 25 De acordo com Iida (2002), para atingir o seu objetivo, a ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e outros fatores importantes para o projeto como: • o homem - características físicas, fisiológicas, e sociais do trabalhador; influência do sexo, idade, treinamento e motivação. • máquina - entende-se por máquina todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações. • ambiente - estuda as características do ambiente físico que envolve o homem durante o trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e outros. • informação – refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões. • organização – é a conjugação dos elementos acima citados no sistema produtivo, estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes. • conseqüências do trabalho – aqui entram mais as informações de controles como tarefas de inspeções, estudos dos erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e “stress”. Em termos de seus objetivos, segundo Iida (2002), a ergonomia busca a segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. Sabendo-se que os sistemas produtivos evoluem com o desenvolvimento da tecnologia, à medida que as máquinas a cada dia assumem o trabalho pesado, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, ao homem é designado o esforço mental e dos sentidos. Assim, gradativamente, o homem foi migrando seu trabalho para tarefas que as máquinas ainda não são capazes de executar, como por exemplo, tarefas com computadores. Isto criou novas áreas de estudo e representam o mais novo campo de atuação para o ergonomista. 262.6 CONCEITOS DE GINÁSTICA LABORAL A Ginástica Laboral tem vários conceitos, porque eles são dados de acordo com os pesquisadores do assunto e as suas visões. Lima (2003) esclarece que a GL pode ser conceituada como um conjunto de práticas físicas elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente, que visa compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e ativar as que não são requeridas, relaxando-as e tonificando-as. A Ginástica Laboral consiste em exercícios específicos que são realizados no próprio local de trabalho, e atuam de forma preventiva e terapêutica, afirma ainda que essa ginástica não sobrecarrega e não leva o funcionário ao cansaço, porque é leve e de curta duração (DIAS, 1994). Para Kolling (1982), a Ginástica Laboral é um repouso ativo, que aproveita as pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho, evitando a fadiga. Dias (1994) classifica a Ginástica Laboral da seguinte forma como ginástica preparatória ou pré-aplicada, ginástica de compensação e ginástica corretiva. A preparatória consiste em exercícios realizados no início da jornada de trabalho, preparando o indivíduo para suas necessidades laborais, podendo ser de velocidade, força ou de resistência, ou então que aperfeiçoando as coordenações e sinergias; a ginástica de compensação é realizada durante as pausas, objetivando o impedimento da instalação de vários vícios de postura, desenvolve atividades que utilizam músculos pouco utilizados durante a jornada e relaxando aqueles muito solicitados; a corretiva também realizada durante as pausas visa encurtar os músculos que estão alongados. Polito e Bergamaschi (2006) afirmam que há ainda a ginástica de relaxamento que é realizada ao final do expediente com os objetivos de proporcionar o relaxamento muscular e mental dos trabalhadores. Ginástica Laboral consiste em exercícios diários que visam normalizar capacidades e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimento da integridade do corpo (REALCE, 2001). 27 Utilizando os aspectos físico, psicológico e social, a Ginástica Laboral constitui-se de exercícios diários realizados no trabalho que visam atuar na prevenção das lesões e proporcionar aos funcionários um momento de descontração e sociabilização durante a jornada (POLITO e BERGAMASCHI, 2006). Basso (1989), Schimitz (1981) e Sharcow (1991 apud CAÑETE, 1996) entendem essa atividade como a criação de um espaço onde as pessoas possam, por livre e espontânea vontade, exercer várias atividades e exercícios que estimulam o autoconhecimento e levam à ampliação da autoestima e, consequentemente, proporcionam um melhor relacionamento consigo, com os outros e com o meio. Guerra (1997) define que a GL surgiu devido à preocupação com o automatismo dos movimentos e a prevenção do estresse, obtendo como consequência uma boa resistência muscular localizada. É necessário promover um equilíbrio no ambiente de trabalho devido as pressões que a modernidade nos trouxe. Quando se implanta um programa de GL, além de benefícios físicos, há aqueles relacionados aos momentos de descontração e desligamento momentâneo dos problemas do trabalho; independente das funções, todos irão relacionar-se e interagir (FIGUEIREDO e MONT’ALVÃO, 2008). 2.8.1 Objetivos, benefícios e os problemas da Ginástica Laboral A Ginástica Laboral foi introduzida nas empresas para a obtenção de uma melhoria nas condições de saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade. Polito e Bergamaschi (2006) afirmam que várias empresas denominam os objetivos da GL como “Programa 5S” de qualidade de vida. Os cinco S significam: Superávit (aumento de produtividade), Saúde (melhoria do bem-estar físico e mental), Segurança (diminuição dos acidentes de trabalho), Sociabilização (melhoria do relacionamento interpessoal) e Satisfação (colaboradores mais motivados, dispostos e valorizados). O ser humano nasceu para estar em movimento, e o trabalho atual com sua monotonia o deixa vulnerável, para tentar amenizar este problema, empresas implantam a GL para desenvolver os indivíduos e as organizações, sendo que isto depende também dos profissionais que a conduzem, sendo primordial a competência, grau de conscientização e postura ética (SHARCOW, 1991 apud CAÑETE, 1996). Ainda Segundo Polito e Bergamaschi (2006) a GL praticada no início do turno de trabalho tem como objetivo que os colaboradores reajam mais facilmente a estímulos externos. 28 Dias (1994) esclarece que a GL visa diminuir o número de acidentes de trabalho, prevenir doenças originadas por traumas cumulativos, prevenir a fadiga 29 muscular, aumentar a disposição do funcionário ao iniciar o trabalho e retornar a ele, e promover maior integração no ambiente de trabalho; tem como objetivo suscitar, desenvolver e aprimorar as qualidades físicas do industriário, estimular o funcionamento de seus órgãos e, como principal objetivo, desenvolver certas qualidades que a natureza da profissão escolhida exige, para o melhor rendimento. Germignani (1996) cita “algumas empresas estão implantando programas de atividades físicas no local de trabalho com o objetivo de estimular os trabalhadores para uma vida mais ativa, diminuindo o absenteísmo por doenças e custos com assistência médica.”. Entrando no mérito dos benefícios, Polito e Bergamaschi (2006) afirmam que é difícil colocar no papel os benefícios da GL, principalmente no que diz respeito à produtividade, pelo fato de que vários fatores influenciam como as máquinas, velocidade de produção, número de funcionários. Deste fator, surge a dificuldade de implantar a Ginástica Laboral nas organizações em que o gestor quer resultados com números claros e objetivos. No entanto, os mesmos autores esclarecem que associada à ergonomia, contribui para a melhora da qualidade de vida do trabalhador, o que consequentemente gera ganho em produtividade, pois com condições ideais, os riscos de acidentes e lesões são reduzidos. A Ginástica Laboral promove muitos benefícios, tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Polito e Bergamaschi (2006) dizem que a GL além de prevenir a L.E.R (Lesão por Esforço Repetitivo), busca a eficiência e saúde musculo-esquelética, redução dos riscos ambientais, redução do estresse e interesse conjunto da empresa e dos funcionários em melhorias da qualidade de vida. A atividade física é um importante fator de prevenção no que diz respeito à saúde e bem-estar do ser humano; a GL está dando sua contribuição para a qualidade de vida dos funcionários criando um espaço de quebra no ritmo, na rigidez e monotonia do trabalho. Este programa também preenche a carência de valorização das pessoas, mostrando o caminho da humanização no ambiente de trabalho (POLITO;BERGAMASCHI, 2006). Conforme a literatura os principais benefícios que a ginástica laboral traz para as empresas aumento da produtividade, diminuição de incidência de doenças ocupacionais, menores gastos com despesas médicas, marketing social, redução do índice de absenteísmo e rotatividade dos funcionários, redução dos números de erros e falhas, pois os funcionários ficam mais espertos e motivados. 30 Para os funcionários os benefícios são: melhora da auto-imagem; redução das dores; redução do estresse e alívio das tensões; melhoria do relacionamento interpessoal; aumento a resistência da fadiga central e periférica; aumento da disposição e motivação para o trabalho; melhoria da saúde física, mental e espiritual. Cañete (1996) declara que a ginástica laboral pode fornecer todos esses benefícios, dependendo da competência, grau de conscientização e postura ética adotada pelos profissionais que a conduzem. Targa (1973) complementa, afirmandoque a atividade física pode ser uma “arma de dois gumes”, dependendo do profissional que a oriente, pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a saúde ou, se cair em mãos incompetentes, poderá produzir lesões e qualidades físicas e morais negativas. Analisando tais benefícios, a lógica seria afirmar que os investimentos são totalmente compensados, porém há empresas insatisfeitas com a GL e trabalhadores que não gostam e não querem participar das aulas. Martins (2001) diz que a motivação é o fator primordial para o êxito da GL e que é necessário adotar estratégias para alavancá- la. Oliveira (2003, p. 48) afirma que “ao perceber que o número de participantes está diminuindo gradativamente, é necessário elaborar estratégias para motivar o grupo, tais como: atividades esportivas e recreativas, dinâmicas de grupo e palestras de conscientização.” Figueiredo e Mont’alvão (2008) apontam seis obstáculos para o êxito da prática da Ginástica nas empresas, são eles: 1. Falta de conscientização e interesse no Programa – a existência de palestras de conscientização e dicas de saúde são elementos fundamentais para o comprometimento do trabalhador; 2. Interação e atualização profissional – muitas vezes, a baixa participação dos funcionários em aulas de GL pode estar sendo consequência da falta de conhecimento do professor sobre a atividade; 3. Apoio dos dirigentes – a importância do envolvimento e proximidade dos dirigentes com os colaboradores reflete no sucesso de todos os Programas de Qualidade de Vida dentro da empresa, em especial as aulas de GL; 4. Obrigatoriedade de participação – a GL acaba sendo encarada como uma tarefa a mais a ser cumprida na jornada de trabalho; 5. Dificuldades para mensurar resultados 6. Carência de pesquisas científicas sobre o tema 31 Um dos fatores a ser observados na GL é a frequência dos participantes, porque a presença dos trabalhadores nas aulas é uma boa ferramenta para avaliar como está a motivação. O autor diz que no primeiro mês, a frequência é de 90 a 100%; do quarto ao oitavo mês cai para 70 a 80%; o mesmo esclarece que com o passar dos dias, a ginástica torna-se repetitiva, o que diminui o interesse dos trabalhadores pela mesma (OLIVEIRA, 2003). A fim de evitar que tais dificuldades floresçam, o esforço para a manutenção do programa deve ser intenso e minucioso. Figueiredo e Mont’alvão (2008) esclarecem que a GL, quando praticada com seriedade e competência, cuidando para que seja realizado um acompanhamento constante e seguindo todos os requisitos que se fazem necessários, é uma boa ferramenta e atinge os resultados a que se propõe. 32 3 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A Liquigás Distribuidora S.A. é uma sociedade anônima de capital fechado que atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de Gás Liquefeito de Petróleo, também conhecido como GLP. Está presente em 23 estados brasileiros (exceto Amazonas, Acre e Roraima). 3.1 LIQUIGÁS DISTRIBUIDORA S/A Fundada em 1953, foi adquirida pela Petrobras Distribuidora S.A. (BR) em agosto de 2004 e, em novembro de 2012, após uma reorganização societária, passou a ser subsidiária direta da Petrobrás S.A. Desde julho de 2009, opera sob a bandeira única “Liquigás”. As marcas Tropigás e Novogás, anteriormente utilizadas no Norte e Nordeste foram substituídas. A Liquigás da troca do controle acionário, em que passou a ser subsidiária integral da Petrobras Distribuidora S.A, sociedade anônima submetida ao regime de direito privado que, por sua vez, é subsidiária integral da Petróleo Brasileiro S.A, sociedade de economia mista, passou a integrar a Administração Pública Descentralizada, não obstante esteja sujeita ao regime jurídico próprio das empresas privadas. Neste sentido, está sujeita ao artigo 37, inciso II da Constituição Federal quanto à obrigatoriedade de realização de processo seletivo público para a contratação de pessoal. Entretanto, embora a contratação ocorra por meio de processo seletivo público, as normas que regem a relação de trabalho com os concursados é a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas. Atualmente, a empresa conta com o Plano Estratégico Liquigás 2020 e o Plano de Negócios e Gestão 2013 – 2017 que foram desenvolvidos a partir dos Planos Estratégicos da Petrobrás e têm como base cenários macroeconômicos, premissas e índices econômicos orientados para o ambiente de distribuição e comercialização de GLP. Desta forma, apresenta a missão, visão e valores designados abaixo: 33 a) Missão – Engarrafar, comercializar e distribuir GLP e correlatos atendendo às expectativas dos clientes com competitividade, rentabilidade e responsabilidade social e ambiental; b) Visão – Ser a líder de mercado atuando de forma inovadora, visando à ampliação do mercado e à disseminação da imagem do Sistema Petrobrás; c) Valores – Pessoas, desenvolvimento sustentável, integração, resultado, prontidão para mudanças, empreendedorismo e inovação, ética e transparência, respeito à vida, diversidade humana e cultural, orgulho de ser Petrobrás. A estrutura administrativa da Liquigás é composta de diretorias, gerências, do Conselho de Administração, da Ouvidoria e Presidência, conforme o organograma a seguir: 34 Figura 3- Organograma da empresa Liquigás S.A. Fonte: Site da Liquigás O site da empresa afirma que a Liquigás oferece um grande enfoque à Responsabilidade Social, fornecendo programas para desenvolver tal requisito: a) Campanha Chama Segurança – esclarece à população sobre o uso do botijão de gás; b) Programa Siga Bem Criança – conscientiza os profissionais nas estradas sobre os problemas da exploração sexual de crianças e adolescentes no país; c) Programa Elevação de Escolaridade e Espaço Digital – em parceria com o SESI, visa à conclusão do Ensino Fundamental para os funcionários que ainda não têm essa graduação. O Espaço Digital são 35 salas para o acesso a computadores e material didático para inclusão digital dos trabalhadores; d) Programa de Direção Defensiva – ações educativas para prevenir acidentes de trânsito e) Fundo para Infância e Adolescência (FIA) - os recursos destinados ao FIA são aplicados preferencialmente em projetos de defesa dos direitos de crianças e adolescentes em situação de risco social ou pessoal, moradores de comunidades no entorno das unidades da empresa, em projetos de combate ao abuso e à exploração sexual infantil e de atendimento a adolescentes sob ação de medidas socioeducativas; f) Patrocínios Incentivados – patrocínios culturais, visando ao lazer e cultura, principalmente das comunidades próximas às suas instalações. g) Programa Parceiros da Saúde – como forma de otimizar a saúde pública no país h) Ginástica Laboral – foi implantada em 32 Centros Operativos e Depósitos da Liquigás. Essa atividade conta, atualmente, com a participação de mais de 2.300 pessoas, entre colaboradores com atividades operacionais e das áreas administrativas, temporários e terceiros. Os exercícios coletivos de alongamento e de desenvolvimento da flexibilidade são realizados durante a jornada de trabalho, com o objetivo de prevenir doenças ocupacionais e promover o bem-estar por meio da consciência corporal. Além disso, aumentam a autoestima e a motivação para o trabalho, contribuindo para a integração entre os colegas. Em São Luís, a Liquigás Distribuidora S.A está localizada na Avenida dos Portugueses, número 9, Itaqui. Contém um corpo de funcionários no total de 103, sendo 61 próprios e 42 terceirizados; faz parte da Gerência de Mercado Envasado Nordeste II. Nessa unidade, o programa que ocorre desde 01 de agosto de 2008 é a Ginástica Laboral em parceria com o SESI (Serviço Social da Indústria). 36 METODOLOGIA O presente trabalho foi aplicado na Liquigás DistribuidoraS/A subsidiária integral da Petrobras Distribuidora S.A, sociedade anônima submetida ao regime de direito privado que, por sua vez, é subsidiária integral da Petróleo Brasileiro S.A, sociedade de economia mista, passou a integrar a Administração Pública Descentralizada, não obstante esteja sujeita ao regime jurídico próprio das empresas privadas. Foi uma pesquisa quantitativa e qualitativa, pelo fato de que foi analisado percentuais e de acordo com os mesmos foram identificados alguns parâmetros. Sendo qualitativa, foi baseada em respostas dos funcionários da Liquigás. As perguntas abertas foram analisadas de forma a observar a frequência de alguma resposta em comum. Para auxiliar na tabulação dos dados e formulação dos gráficos foram utilizados dois softwares: Microsoft Office Excel 2013 e Microsoft Office Word 2013. 10.1 TIPO DE PESQUISA O método adotado para a realização desta pesquisa foi o estudo de caso com caráter exploratório e descritivo, que conforme Roesch (2007, p. 155) - o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. 37 Quanto aos seus objetivos, este estudo foi classificado como exploratório, pois, com base na pesquisa bibliográfica foram analisadas as informações coletadas na aplicação do questionário, tornando mais claro o entendimento sobre o problema estudado. Segundo Gil (2007, p.72-73), o estudo de caso, “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.”. 10.2 UNIVERSO E AMOSTRA A pesquisa foi realizada na Liquigás Distribuidora S/A em São Luís, localizada na Avenida dos Portugueses, nº 9, Itaqui. A coleta e análise dos dados contribuíram para verificar a efetividade dos objetivos do programa de Ginástica Laboral na empresa. A Liquigás possui 103 funcionários, sendo 61 próprios e 42 terceirizados; desse total, de acordo com a frequência aplicada no durante a realização das atividades, cerca de 58 funcionários participam da ginástica na empresa (56%), e este último grupo foi a população utilizada na pesquisa. Na aplicação dos questionários, obteve-se 42 respondentes (72%), considerando-se que não foi possível encontrar todos os 58 participantes do SESI Ginástica na Empresa, apesar do dia escolhido para a aplicação dos questionários terem sido na reunião da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) em que houve maior concentração de trabalhadores. A amostra torna-se suficiente para levantar uma análise sobre a efetividade do programa de ginástica laboral. 4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA Para esta pesquisa, utilizaram-se dois questionários semiestruturados, compostos de perguntas fechadas e uma aberta; um destinado aos colaboradores que participam do Programa SESI Ginástica na Empresa, possuindo 19 questões fechadas e 1 aberta e outro com foco nos gestores, composto de 5 perguntas fechadas e 1 aberta. Os questionários foram baseados nos objetivos do Programa SESI Ginástica na Empresa, para que se pudesse analisar a efetividade dos mesmos na Liquigás, assim como analisando o modelo de Walton e Hackman e Oldham, pode-se constatar as variáveis das condições de trabalho que evitam o estresse, promovem a integração entre os 38 colaboradores, a responsabilidade social do programa de qualidade de vida e preocupação com o bem-estar dos trabalhadores. 4.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados iniciou no dia 11 de novembro de 2013 e findou no dia 18 de novembro de 2013. Primeiramente, o dia 11 foi destinado a entrar em contato com o Supervisor de Administração da Liquigás, obtendo assim autorização para a realização da pesquisa e conhecimentos sobre a rotina dos trabalhadores, escolhendo a melhor forma de aplicação dos questionários. Devido a Ginástica Laboral ocorrer em quinze minutos, para não atrapalhar o andamento das atividades e a troca de turno, foi escolhido o dia 18 de novembro para aplicar os questionários, pois nessa data, ocorreria a reunião da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), havendo maior concentração de colaboradores. Antes do início da reunião, com o auxílio da profissional de Educação Física do SESI, foram entregues os questionários aos colaboradores que se declaravam participantes do programa, confirmando com a professora do Serviço Social da Indústria a veracidade da afirmação. Sendo assim, a amostra foi toda população, alcançados 72% devido a algumas faltas e impossibilidade de descer às outras áreas. Coletados os questionários, foram analisadas as frequências dos últimos meses, para constatar a média de participantes da Ginástica Laboral. A semana de 11 de novembro a 15 de novembro também foi destinada a pesquisar informações junto ao SESI a respeito dos horários da aplicação da ginástica na Liquigás, a data de início do contrato do SESI com a respectiva empresa e entrar em contato com os profissionais de Educação Física que ficam responsáveis pelo programa na Distribuidora. Desta forma, foi possível também recolher material a respeito do SESI Ginástica na Empresa através de material didático disponibilizado pela coordenadora do programa. O questionário aplicado com os colaboradores que participam da Ginástica Laboral estava estruturado em três partes: a primeira com perguntas a respeito da idade, escolaridade, estado civil, tempo de empresa e cargo, tempo que pratica a ginástica; a segunda parte foram questões relacionadas antes dos trabalhadores praticarem a GL e a terceira parte depois que começaram a frequentar o programa, com uma pergunta aberta a respeito dos benefícios que a atividade traz. 39 O questionário destinado aos gestores trouxe 6 perguntas, 5 questionamentos envolvendo a disposição, relacionamento entre os colaboradores, produtividade, faltas e a respeito da continuidade do programa, a pergunta aberta foi também com relação aos benefícios da GL. 4.5 TRATAMENTO DOS DADOS No primeiro momento foram analisados as fontes bibliográficas que embasaram os conhecimentos sobre os modelos de qualidade de vida de Walton e o de Hackman e Oldham, que seriam utilizados como base para a formulação das perguntas dos questionários. Os modelos destes autores relacionam a qualidade de vida no trabalho em fatores a saúde e bem estar dentro do ambiente de trabalho. No segundo momento foram observados os objetivos do SESI Ginástica na Empresa através do material didático disponibilizado pelo Serviço Social da Indústria, para também servirem de pilar aos questionários propostos. Os resultados obtidos foram tabulados e expressos em forma de gráficos em formato pizza para facilitar a análise dos dados em informação, os gráficos em formato pizza mostrarão de forma quantitativa cada questão. 40 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Para traçar o perfil da população foram levantados dados sobre faixa etária, escolaridade, tempo de serviço, cargo ocupado, carga horária de trabalho e tempo de prática da Ginástica Laboral. A partir dos dados coletados, observou-se o seguinte perfil dos respondentes: a) Faixa etária Gráfico 1 - Faixa etária Fonte: Dados da pesquisa Conforme demonstra o gráfico, a Liquigás possui colaboradores de todas as faixas etárias demonstradas no questionário, apresentando maior percentual (40%) de 31 a 40 anos, destaca-se também o baixo percentual de jovens com idade entre 18 e 19 anos, assim como poucas pessoas com mais de 40 anos. Dos respondentes, apenas quatro possuíam mais de 40 anos, e somente 1 dos respondentes tinha idade entre 18 e 19 anos, perfazendo 2% das respostas. b) Estado Civil De acordo com os dados coletados na pesquisa acerca do estado civil em que foram colocadas apenas as opções de solteiro ou casado, 55% declararam-se casados, 43% solteiros e 2%não opinaram. Dentre os solteiros, que foram 18, 73%, ou seja, 13 dos respondentes têm entre 20 e 30 anos, 1 tem entre 18 e 19 anos (5%), o restante que no total são 4 têm de 31 a 40 anos (22%). No grupo de casados, 18% têm mais de 40 anos, perfazendo 4 pessoas, 3 pessoas têm de 20 a 30 anos (13%), o restante 13 pessoas estão entre 31 e 40 anos (69%), 10 % 10% 2% 18 a 19 anos 38 % 40 % 20 a 30 anos 31 a 40 anos Mais de 40 anos Não 41 dando um total de 20 respondentes casados, como na pesquisa temos 23, provavelmente os 3 restantes não opinaram a idade, e 1 não opinou a idade e o estado civil. Gráfico 2 - Estado Civil Fonte: Dados da pesquisa c) Escolaridade: Gráfico 3 – Escolaridade dos empregados da Liquigás Fonte: Dados da pesquisa Traçando um perfil a respeito da escolaridade, verificou-se que 74% possuem Ensino Médio, 10% Nível Médio Incompleto, 14% Ensino Fundamental e 2% Superior Incompleto. 2 % 43 % 55 % Solteiro Casado Não opinaram 2 % 14 % 10 % 74 % Ensino Fundamental Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo 42 d) Tempo de empresa O gráfico a seguir demonstra que a maioria dos respondentes (31%) tem de 1 a 4 anos de empresa. Logo após, 29% têm menos de 1 ano de Liquigás. Mais de 10 anos ficou com um valor de 26% e 14% para 5 a 9 anos Percebe-se que no total, de 5 a 9 anos e mais de 10 anos, corresponde a 40%, o que podemos concluir que a empresa tem uma rotatividade mediana de funcionários que praticam a Ginástica, não sendo ainda uma porcentagem tão adequada com relação ao turnover de pessoal. Assim como se observa muitos funcionários com pouco tempo de Liquigás. Gráfico 4 – Tempo de empresa Fonte: Dados da pesquisa e) Cargo Gráfico 5 – Cargo Fonte: Dados da pesquisa 26 % 29 % 14 % Menos de 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 31 % mais de 10 17 % 38 % 22 % Oficial de Produção Auxiliar de Produção Assistente 21 % Operador de Gás Carregador 2 % 43 Os cargos que foram enunciados pelos respondentes ficaram assim demonstrados: 38% de Oficiais de Produção, 21% Auxiliares de Produção, 22% Operadores de Gás, 17% de Carregadores e 2% de Assistentes Administrativos. f) Tempo que pratica a ginástica laboral Gráfico 6 - Tempo que pratica a Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa Com relação ao tempo que os funcionários participam do programa SESI Ginástica na Empresa, o maior percentual ficou entre 1 e 2 anos (45%), menos de seis meses temos um valor de 28%, 17% entre 4 e 5 anos e 5% entre 3 e 4 anos. Podemos deduzir, que pelo fato de termos mais funcionários com pouco tempo de Liquigás (31% de 1 a 4 anos e 29% com menos de 1 ano), isso reflete nos adeptos da GL estarem também há pouco tempo. Dos que têm menos de 1 ano de empresa, que são 12 pessoas, todas declararam participarem há menos de 6 meses. Dentre os que têm de 1 a 4 anos de empresa (13), 2 estão entre seis meses e 1 ano de GL e 11 pessoas entre 1 e 2 anos de Ginástica na Empresa. Os colaboradores que têm entre 5 e 9 anos (6), 4 praticam a GL entre 3 e 4 anos, e 2 pessoas entre 1 e 2 anos. Aqueles que têm mais de 10 anos de empresa (11), 4 estão entre 1 e 2 anos e 7 pessoas praticam a Ginástica Laboral entre 4 e 5 anos. Concluímos com esses dados, que os colaboradores que trabalham na Liquigás há mais de 5 anos, 41% praticam a GL entre 4 e 5 anos, 35% entre 1 e 2 anos e 24% entre 3 e 4 anos. Esse alcance poderia ser maior, visto que o Programa SESI Ginástica na Empresa está presente há mais de cinco anos na organização. 17 % 5 % 28 % Menos de 6 meses Entre 6 meses e 1 ano 5 % 45 % Entre 1 e 2 anos Entre 3 e 4 anos 44 4.1 QUESTÕES COMPARATIVAS AO ANTES E DEPOIS DA PRÁTICA DA GINÁSTICA LABORAL Os dados obtidos nessa parte do questionário tiveram como objetivo traçar um parâmetro de como estavam as dores musculares, a produtividade, a concentração, a motivação e a satisfação dos funcionários antes de ingressarem no Programa de Ginástica Laboral; também foi questionado a respeito de acidentes de trabalho. De acordo com o Caderno SESI Lazer Ativo, esses são alguns dos objetivos propagados pelo programa. Os demais foram questionados na segunda etapa do questionário, assim como foi obtido também o grau de melhoria dos citados aqui neste momento da pesquisa. a) Dores musculares e nas costas Gráfico 7 – Dores musculares antes da Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 8 – Dores Musculares após a Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa 5 % 12 % Pouca Dor 19 % 64 % Dor Muita Dor Nenhuma Dor 5 % 14 % 11 % Melhorou pouco 32 % 38 % Melhorou Melhorou muito Nenhuma diferença 45 Do total de respondentes, apenas 5 pessoas (12%), afirmaram não apresentarem dores antes de praticar a Ginástica Laboral, 64% disseram que sentiam pouca dor, 19% dor e 5% muita dor, no total de 37 pessoas. Percebe-se que as dores musculares estavam presentes na quase totalidade da população. Como mencionado anteriormente, Pereira (1998) afirma que uma das causas apontadas para o aumento dessas dores musculares é a modernização do trabalho com características de atividades fragmentadas, repetitivas, monótonas, realizadas em curto ciclo de tempo com ritmo de trabalho imposto pela máquina ou padrão de produtividade. A seguir, foi questionado como as pessoas que tinham dores avaliavam esse desconforto após praticarem a Ginástica Laboral. Podemos ver que 38% (14) afirmaram que melhorou muito a dor muscular ou nas costas, 33% (12) declararam que melhorou, 10% (4) melhorou um pouco, 12% (5) não opinaram e 5% (2) não sentiram diferença, no total de 37 respondentes. Segundo Fernandes (2000) a definição de dor destaca que, mais do que uma sensação, ela é uma percepção que remete à subjetividade da experiência dolorosa, por envolver aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais. b) Produtividade Gráfico 9 – Produtividade antes da Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa 0% 2% 5 % 7 % Pouco produtivo 43 % Produtivo Muito produtivo 43 % Pouco improdutivo Improdutivo Muito improdutivo 46 Gráfico 10 - Produtividade após a Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa Quando questionados a respeito de sua produtividade antes de frequentarem a Ginástica Laboral, houve um empate com 43% de respondentes que se diziam produtivos e 43% pouco produtivos. Dos colaboradores entrevistados, 7% declararam-se um pouco improdutivo, 5% muito produtivo e 2% muito improdutivo. No segundo momento foi questionado como ficou a produtividade no trabalho após começarem a praticar a GL.Apenas 3% dos respondentes afirmaram que não houve diferença na questão da produtividade, 50% declararam que melhorou e 47% que melhorou muito. Como dito anteriormente, Polito e Bergamaschi (2006) afirmam que é difícil colocar no papel os benefícios da GL, principalmente no que diz respeito à produtividade, pelo fato de que vários fatores influenciam como as máquinas, velocidade de produção, número de funcionários. No entanto, que associada à ergonomia, contribui para a melhora da qualidade de vida do trabalhador, o que consequentemente gera ganho em produtividade, pois com condições ideais, os riscos de acidentes e lesões são reduzidos. 0 % 3% Melhorou pouco 50 % Melhoro u 47 % Melhorou muito diferença 47 c) Concentração Gráfico 11 – Concentração antes da Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 12 - Concentração após a Ginástica Laboral Fonte: Dados da pesquisa Com relação à concentração, os respondentes que praticam a Ginástica Laboral atualmente, 45% consideravam-se concentrados em suas atividades no trabalho antes de praticarem a GL,
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