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ZOOLOGIA DE ANAMNIOTAS Professora Maíra Moraes Email: maira.pereira@uva.br Classe Chondrichtyes Subclasse Elasmobranchii (Tubarões e raias) Subclasse Holocephali (Quimeras) Características gerais • Classe Chondrichthyes (gr. Chondros=cartilagem; ichthys=peixe) • Existem aproximadamente 970 espécies atuais • Esqueleto cartilaginoso • Quase todos marinhos, somente 28 espécies de água doce • Grupo com primeiro registro fóssil no final do siluriano. • Ossos ausentes = característica derivada, já que descendem de ancestrais que tinham ossos desenvolvidos. • Ossos perdidos, mas tecidos mineralizados de fosfato são retidos (dentes, escamas e espinhos). • Com exceção das baleias, os tubarões incluem os maiores vertebrados atuais. • O maior deles o tubarão-baleia, comedor de plâncton, pode atingir 15m de comprimento. Subclasse Holocephali • Aproximadamente 34 spp. (Quimeras) • holo = todo; cephalo = cabeça • Maxila superior unida ao crânio Quimeras • O nome “quimera” vem do monstro mítico, uma mistura de leão, cabra e dragão. • Peixe-rato, peixe-coelho ou peixe-fantasma – remanescentes de uma linhagem que divergiu da mais antiga linhagem de tubarões (Era Paleozóica). • habitam mares hemisfério Norte Hydrolagus sp. Ordem Chimaeriformes Subclasse Holocephali Placas dentígeras permanentes Opérculo membranoso Nadadeira dorsal com espinho Nadadeira caudal em chicote • Marinhas, águas profundas • Um par de aberturas branquiais • Opérculo membranoso • Pele sem escamas - lisa e escorregadia • Peitorais grandes • Caudal fina e longa • Dentes pavimentosos Hydrolagus colliei; Ordem Chimaeriformes • Habita profundidades chegando até 913 m em média. • Mede até 97 cm • Linha lateral composta por canais proeminentes. •Tem um grande espinho na parte frontal da primeira nadadeira dorsal. http://www.skaphandrus.com/uploads/fotografias/ad01da6d14faf699efa920133d853f1f7c2a3516.jpg Hydrolagus colliei; Ordem Chimaeriformes • Olhos verdes. • Nadadeira peitoral grande, triangular com uma base carnuda. •Prateado ou acastanhado, geralmente com sombras iridescentes douradas, verdes e azuis; possui pontos brancos no dorso. http://www.skaphandrus.com/uploads/fotografias/ad01da6d14faf699efa920133d853f1f7c2a3516.jpg • Maxila com grandes placas achatadas. • Maxila superior é completamente fundida ao crânio, característica incomum em peixes. • Alimentação: - moluscos, equinodermos, crustáceos e peixes (dieta variada) • Ovíparas Clasper cefálico para prender na nadadeira peitoral da fêmea durante o acasalamento Chimaera monstrosa (peixe-rato) • Cabeça comprimida. • Um espinho à frente da primeira nadadeira dorsal, cuja base é maior que o espaço que a separa da segunda dorsal. • Nadadeira anal separada da caudal. • Habitat: 200 a 2000m profundidade • Cor acastanhada ou acinzentada com manchas escuras longitudinais. • Dimensões: 1 m • Distribuição Geográfica: Oceano Atlântico Subclasse Elasmobranchii • Aproximadamente 810 spp. (Tubarões, cações, raias) elasmo = placa; branch = brânquia Brânquias em forma de placa Tubarões 360 spp. Maioria marinha Raias 450 spp. Maioria marinha Características 1 - Tamanho grande • Aumenta a chance de captura de presas menores e reduz a vulnerabilidade a predadores • Escape rápido e Defesa ativa • Tamanhos - 56% > 30 cm - 32% = 1 metro - 12% > 2 metros • 2. Grande mobilidade • Apesar de muitos terem mantido o hábito bentônico das formas primitivas, os nadadores livres se especializaram para conseguir maior mobilidade com menor gasto energético. • Nadadeira caudal heterocerca – impulso • Nadadeiras peitorais amplas – ascensão • Espiráculo – injetar água na câmara branquial (formas bentônicas) • 2. Grande mobilidade • A mobilidade também é melhorada com aumento na flutuabilidade e redução da resistência • Escamas placóides pequenas– reduz peso e Escamas placóides elevadas – reduz resistência • Reserva de óleo no fígado – aumenta flutuabilidade • Esqueleto cartilaginoso – redução do peso • Escamas placóides (Dispostas de forma a reduzir a turbulência da água que flui ao longo do corpo durante natação) • Origem dérmica Escama semelhante a dente com esmalte e dentina • 3. Especializações predatórias • Dentes originados das escamas placóides, continuamente repostos (substituição rápida – cada dente a cada 8 dias) • Dentes embebidos em tecido conectivo das maxilas formando fileiras presas a uma faixa de ligamentos • 3. Especializações predatórias Morfologia dentária relacionada ao tipo de presa • Dentes em navalha – agarrar a presa (tubarões predadores ativos) • Dentes achatados, pavimentosos – quebrar invertebrados de concha dura (raias e alguns cações bentônicos) • 3. Especializações predatórias • Cinese craniana = mordida poderosa e grande mobilidade do crânio, permitindo o consumo de itens grandes A= posição de descanso B= abertura máxima C= mordida D= descanso Capacidade de mover os ossos do crânio. Esta cinese craniana permite que itens alimentares grandes sejam ingeridos. As ligações da mandíbula ao crânio são feitas por ligamentos elásticos, assim, quando as mandíbulas se abrem existe a possibilidade de que a mandíbula projete-se anteriormente aumentando o ângulo de abertura das mesmas. • 3. Especializações predatórias • Órgãos produtores de eletricidade = musculatura hióide e branquial modificada para captura de presas (descargas de até 50 volts com potencia de 1kW) Torpedinidae Narcinidae Células discoides chamadas eletrócitos • 4. Uso dos sentidos visuais e não-visuais • Utilizam várias modalidades sensoriais em sequência = olfato, receptores mecânicos, receptores elétricos, visão Estímulos químicos Órgãos olfatórios (narinas) e receptores químicos na boca e cabeça(“Narizes nadadores” = respondem a concentrações muito baixas, como 1 parte em 10 bilhões (1km ou +) • Estímulos mecânicos • Ouvido interno e mecanorreceptores do sistema da linha lateral (neuromastos). • Grande sensibilidade acústica, localizando sons de baixa frequência e movimentos da água • Campos elétricos – eletro-recepção. Poros na cabeça, focinho e boca conectados a células sensoriais (Ampolas de Lorenzini). • Eletro-recepção utilizada para localizar presas (até as enterradas) e para navegação. Visão bem desenvolvida para intensidades luminosas baixas • retina rica em bastonetes • células com numerosos cristais de guanina atrás da retina (tapetum lucidum) que refletem a luz de volta para a retina Importante devido ao hábito crepuscular-noturno da maioria • Membrana nictitante – Proteção • 5. Morfologia • Nadadeira caudal heterocerca Chondrichthyes Osteichthyes • 6. SISTEMA MUSCULAR • Peixes cartilaginosos e ósseos a musculatura axial dividida por septo lateral ou horizontal em músculos epaxiais dorsais e músculos hipoxiais ventrais • 7. SISTEMA CIRCULATÓRIO • Sistema simples – o sangue não-oxigenado passa pelo coração e é bombeado para brânquias - oxigenado e distribuído para corpo • Lamelas branquiais – constituídas por pregas finas – recobertas por epitélio respiratório – com redes vasculares → de modo que o dióxido de carbono do sangue pode ser trocado por oxigênio dissolvido na água; • Tubarões e raias – possuem 5 a 7 pares de fendas branquiais funcionais. • 8. Sistema digestivo • Cavidade bucal abre-se na faringe (fendas branquiais) - Esôfago curto quase não se diferencia do estômago forma J (ausente nas quimeras); • Nos elasmobrânquios – INTESTINO (reto e curto) • Presença válvula espiral – aumenta superfície de absorção • Fígado - auxilia flutuação tubarões – glândula grande contendo hidrocarboneto gorduroso • Glândula retal – única nos cartilaginosos – secreta fluído incolor contendo alta concentração de cloreto de sódio, que auxilia o rim na regulação da concentração salina no sangue. • 9. Sistema nervoso • Extremidade anterior origina encéfalo primitivo constituído3 vesículas: • Encéfalo anterior ou prosencéfalo. • Mesencéfalo. • Encéfalo posterior ou rombencéfalo - continuo origina medula espinhal e restante sistema nervoso. • Telencéfalo - função olfativa – origem hemisférios cerebrais; • Diencéfalo - centros impulsos olfativos e visuais associado estruturas glandulares – controle hormonal; • Mesencéfalo - centro coordenação nervosa; • Metencéfalo (cerebelo) - coordenação muscular, mais desenvolvido peixes grandes; • Mielencéfalo (bulbo) - centro da linha lateral , respiração, ação cardíaca e metabolismo; • 10. Reprodução • Fertilização interna com cópula. Machos com clásper (nadadeiras pélvicas) Fêmea Macho Clásper Fêmea Macho Clásper • Aparelho reprodutor Masculino - Testículo (produção esperma) - Ducto espermático - Saco espermático (armazenamento) - Clásper • Aparelho reprodutor Feminino • Cada oviduto possui uma glândula da casca, visto que os ovos são fertilizados internamente e depois encerrados numa casca córnea (nas formas ovíparas). • Alguns elasmobrânquios são vivíparos e incubam os ovos ou guardam os filhotes internamente no útero. • Pode ocorrer o armazenamento de esperma por meses ou até anos. A fêmea espera até chegar em um local onde tenha muito alimento e poucos predadores para então ocorrer a fertilização dos ovos. Reprodução • Durante a copula o clásper é inserido na cloaca da fêmea e preso por um conjunto de membranas, ganchos e espinhos próximos à sua extremidade. • O esperma é ejaculado no canal do clásper (reentrância dorsal). • Cópula variada • Espécies pequenas = macho se enrola na fêmea • Espécies grandes = nadam lado a lado ou mantêm os corpos pareados. • Macho morde as nadadeiras ou o dorso da fêmea, a qual apresenta cicatrizes. Nas espécies em que os machos mordem as fêmeas na cópula estas apresentam a pele das costas ou dos flancos duplamente mais espessas do que a de um macho do mesmo tamanho. Oviparidade • Modo de reprodução mais primitivo (ancestral) • Ao menos 400 espécies são ovíparas • Juvenil nasce de um ovo • Embrião lecitotrófico – nutrido pelo vitelo • Glândulas nidimentais (produção da casca) • Ovos em cápsulas córneas chamadas de bolsas de sereia • Jovens são miniaturas dos adultos • Ordem Rajiformes Raja binoculata • Os ovos são protegidos por uma cápsula resistente, com prolongamentos que se enrolam ao redor do primeiro objeto firme com o qual entram em contato. • Existem formas bastante variadas. • A forma do ovo varia de acordo com o local onde os ovos são depositados. • Podem ser presos em plantas aquáticas ou soltos no substrato. • Desenvolvimento do embrião. • Vitelo diminuindo com o passar do tempo. • Período de desenvolvimento de 6 a 9 meses. Ovoviviparidade • Ovovivíparos (Viviparos lecitotróficos) • Retenção dos ovos fertilizados em desenvolvimento no útero (nutrição = vitelo) • Ovos eclodem dentro dos ovidutos e os jovens passam o mesmo tempo dentro da mãe nutridos pelo saco vitelíneo. Cação-bagre Treme-treme Viviparidade Plena ou Matrotrofia • Quantidade pequena de vitelo Tubarão-branco Tubarão-mako Viviparidade Plena ou Matrotrofia • Adelfofagia ou Canibalismo Intrauterino • O embrião consome, óvulos, ovos e outros embriões. Diferentes estágios de desenvolvimento dos embriões. Dentição bem desenvolvida em um embrião de tubarão mangona. Tubarão-mangona Tubarão-martelo A placenta fornece recursos e elimina os excretas. Viviparidade Plena ou Matrotrofia • Viviparidade Placentotrófica • embrião obtém alimento da circulação sanguínea da mãe • Por muito tempo, os Elasmobrânquios foram considerados solitários e não sociais, mas esta visão está mudando. Muitas espécies se agregam periodicamente, em grandes números. • Mais de 60 tubarões-peregrinos deslocando-se em formação circular (cabeça-cauda) Mais de 200 tubarões- martelo observados na costa leste da Virgínia em verões sucessivos Comportamento Social dos Elasmobrânquios Comportamento Social dos Elasmobrânquios • Mais de 1000 tubarões- azuis observados próximos à superfície em Ocean City, Maryland • Grandes grupos de cação-bagre observados em regiões costeiras • Atualmente o maior predador dos tubarões é o homem. • Centenas de nadadeiras de tubarão a secar. Esta prática causa imensos prejuízos à população de tubarões, principalmente no leste asiático. • A sopa de barbatanas de tubarão é uma especialidade da culinária da China fundamentalmente um caldo preparado com o esqueleto das barbatanas de tubarões e alguns vegetais e condimentos. • As barbatanas de tubarão são um dos produtos da fauna marinha mais caros do mundo, ultrapassando USD $80/kg, usados quase exclusivamente para sopa na China. Esta atividade está documentada em escritos da dinastia Ming (1368-1644) e era considerada um dos oito tesouros da culinária de produtos marinhos. • A parte comestível das barbatanas de tubarão são as “espinhas” de cartilagem que mantêm a sua estrutura, uma vez que não possuem músculo e a pele é coberta por dentículos ósseos. juventude apetite Energia vital 5% Tubarões Cação-anjo Não ocorre no Brasil 23% 4% Cação-bruxa 50% 16% 2% Tubarão-baleia Não ocorre no Brasil Carcharhiniformes Família Sphyrnidae Tubarão-martelo Família Carcharhinidae Carcharhinus leucas Cabeça-chata Squaliformes • Cação-bagre Lamniformes Família Lamnidae Carcharodon carcharias tubarão-branco • Raias 3% 7% 12% 36% 42% 3% Peixe-serra Raia-viola Myliobatiformes Jamanta Raia marinha com ferrão Raia de água-doce com ferrão • Famílias exclusivamente de água doce - Potamotrygonidae – América do Sul - Dasyatidae – África, Ásia e Nova Guiné Rajiformes • peixes-viola e as raias-de-espinho Torpediniformes • Raias-elétricas Família Torpedinidae Família Narcinidae FIM
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