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Regime Jurídico único

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Aula 07
Direito Administrativo p/ PC-PR
(Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital
Autor:
Wagner Damazio
Aula 07
3 de Maio de 2020
99441502669 - Jose Quiterio Alves
 
Sumário 
Introdução ......................................................................................................................................... 5 
Considerações Iniciais ......................................................................................................................... 6 
1. Disposições Preliminares.................................................................................................................. 8 
2. Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição .................................................... 14 
2.1 Do Provimento ........................................................................................................................................ 14 
2.1.1 Da nomeação ......................................................................................................................................................... 16 
2.1.2 Da Promoção ......................................................................................................................................................... 19 
2.1.3 Da Readaptação ..................................................................................................................................................... 19 
2.1.4 Da Reversão ........................................................................................................................................................... 20 
2.1.5 Da Reintegração..................................................................................................................................................... 21 
2.1.6 Da Recondução ...................................................................................................................................................... 23 
2.1.7 Da Disponibilidade e do Aproveitamento ............................................................................................................. 24 
Wagner Damazio
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2.1.8 Da Posse e do Exercício ......................................................................................................................................... 24 
2.1.9 Estágio Probatório ................................................................................................................................................. 29 
2.1.10 Estabilidade ......................................................................................................................................................... 31 
2.2 Da Vacância ............................................................................................................................................ 33 
2.2.1 Exoneração ............................................................................................................................................................ 34 
2.2.2 Demissão ............................................................................................................................................................... 34 
2.2.3 Posse em outro cargo inacumulável ...................................................................................................................... 35 
2.3 Da Remoção e da Redistribuição ........................................................................................................... 35 
2.4 Da Substituição....................................................................................................................................... 37 
3. Dos Direitos e Vantagens ............................................................................................................... 38 
3.1 Dos Vencimentos e da Remuneração ..................................................................................................... 38 
3.2 Das Vantagens ....................................................................................................................................... 41 
3.3 Das Indenizações .................................................................................................................................... 43 
3.4 Das Gratificações e Adicionais ............................................................................................................... 47 
3.4.1 Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento .................................................. 47 
3.4.2 Da Gratificação Natalina ........................................................................................................................................ 48 
3.4.3 Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas ............................................................. 48 
3.4.4 Do Adicional por Serviço Extraordinário ................................................................................................................ 50 
3.4.5 Do Adicional Noturno ............................................................................................................................................ 50 
3.4.6 Do Adicional de Férias ........................................................................................................................................... 50 
3.4.7 Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso .............................................................................................. 50 
3.5 Das Férias ............................................................................................................................................... 52 
3.6 Das Licenças ........................................................................................................................................... 54 
3.6.1 Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família ..................................................................................... 55 
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3.6.2 Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ............................................................................................. 56 
3.6.3 Da Licença para o Serviço Militar .......................................................................................................................... 57 
3.6.4 Da Licença para Atividade Política ......................................................................................................................... 57 
3.6.5 Da Licença para Capacitação ................................................................................................................................. 57 
3.6.6 Da Licença para Tratar de Interesses Particulares ................................................................................................. 57 
3.6.7 Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista ......................................................................................... 58 
3.7 Dos Afastamentos .................................................................................................................................. 58 
3.7.1 Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade ...................................................................................... 59 
3.7.2 Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo ............................................................................................. 60 
3.7.3 Do Afastamento para Missão ou Estudo no Exterior ............................................................................................ 61 
3.7.4 Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação StrictoSensu no País ................................. 62 
3.8 Das Concessões ...................................................................................................................................... 63 
3.9 Do Tempo de Serviço .............................................................................................................................. 65 
3.10 Do Direito de Petição ............................................................................................................................ 68 
4. Da Seguridade Social do Servidor .................................................................................................... 71 
4.1 Benefícios compreendidos do Plano de Seguridade Social do servidor ................................................. 73 
4.2 Da aposentadoria ................................................................................................................................... 74 
4.3 Do Auxílio-Natalidade ............................................................................................................................ 79 
4.4 Do Salário-Família .................................................................................................................................. 79 
4.5 Da Licença para Tratamento de Saúde .................................................................................................. 80 
4.6 Da Licença à Gestante, adotante e da Licença Paternidade .................................................................. 82 
4.7 Da Licença por Acidente em Serviço ....................................................................................................... 84 
4.8 Da Pensão ............................................................................................................................................... 85 
4.9 Do Auxílio-Funeral .................................................................................................................................. 90 
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4.10 Do Auxílio-Reclusão .............................................................................................................................. 90 
4.11 Da Assistência à Saúde ......................................................................................................................... 91 
5. Questões de Concursos Anteriores ................................................................................................. 96 
5.1. Lista de Questões sem Comentários ..................................................................................................... 96 
5.2 – Gabarito ............................................................................................................................................ 121 
5.3 – Questões Resolvidas e Comentadas .................................................................................................. 122 
6. Resumo ...................................................................................................................................... 193 
7. Considerações Finais ................................................................................................................... 228 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Caríssimo(a)! Vamos dar continuidade, aqui no Estratégia Concursos, ao Curso de Direito 
Administrativo com teoria e exercícios resolvidos e comentados para o concurso de ingresso à 
carreira de Delegado de Polícia Civil do Paraná. 
Hoje, nós estudaremos a Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores 
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. 
Há bastante jurisprudência no STF e no STJ acerca deste tema já que tão relacionado aos agentes 
públicos, em especial aos servidores estatutários e comissionados. 
É um tema que as bancas inevitavelmente exploram, porque faz parte do dia a dia do serviço 
público. 
 
Havendo dificuldade na compreensão da teoria ou na resolução dos exercícios expostos nesta 
aula ou em qualquer outra, não deixe de entrar em contato comigo pelo fórum de dúvidas! 
Repito que estou sempre atento ao fórum de dúvidas para, de forma célere, buscar uma 
maneira de reescrever o conteúdo ou aclarar a explicação anteriormente oferecida para 
que você alcance a sua meta de aprendizagem. 
Frise-se que o nosso objetivo precípuo é a sua aprovação e para isso me dedicarei ao máximo 
para atendê-lo e auxiliá-lo nessa caminhada. 
Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que 
você siga o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! 
Você também poderá seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir 
notícias de eventos do Estratégia e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também 
compartilhar questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação! 
 
 
 
 
 
Que Deus o ilumine nos estudos! 
 
Sem mais delongas, vamos ao trabalho! 
Wagner Damazio
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Iniciando o nosso estudo, introduzo a nossa aula com as seguintes provocações: 
 
PROVOCAÇÕES INTRODUTÓRIAS PARA A AULA DE HOJE: 
1) Quem está submetido aos ditames Lei nº 8.112, de 1990? 
2) As modificações no regime jurídico podem ser questionadas, em sede de direito adquirido? 
3) Quais os requisitos para investidura em cargo público? 
4) O que são cargos públicos? 
5) O que são cargos efetivos e cargos em comissão? 
6) Quais as formas de provimentos de cargos públicos? 
7) Quais as modalidades de provimento? 
8) Defina nomeação e posse. 
9) Quais os prazos para posse e exercício? 
10) O que é Readaptação? 
11) O que é Reversão? 
12) O que é Reintegração? 
13) O que é Recondução? 
14) Quais os prazos para aquisição de estabilidade e estágio probatório? 
15) O que significam a disponibilidade e o aproveitamento? 
16) Quais são as hipóteses de perda de cargo para servidores estáveis? 
17) Quais são as hipóteses de vacância? 
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18) Quais hipóteses de vacância acarretam simultâneo provimento em outro cargo? 
19) Em quais situações o servidor pode pedir remoção? 
20) Quais vantagens estão excluídas do teto remuneratório? 
21) Quais são as vantagens a que o servidor tem direito? 
22) O que é a ajuda de custo e quais as regras para sua concessão? 
23) O que é a diária e quais as regras para sua concessão? 
24) Quais situações ensejam o pagamento do auxílio moradia? 
25) Quais são as gratificações e os adicionais? 
26) Quais as regras para a licença por motivo de doença em pessoa da família? 
27) Quais as regras para a licença para tratar de interesses particulares? 
28) Quais são os tipos de afastamento? 
29) Quais as diferenças entre o requerimento e o pedido de reconsideração? 
30) O servidor que ocupa cargo em comissão terá direito ao benefício do plano de seguridade 
social? 
31) Quais as finalidades do Plano de Seguridade Social? 
32) Quais as regras para aposentadoria voluntária? 
33) Quem são os beneficiários da pensão? 
 
Se você não tem certeza de uma ou mais respostas a esses questionamentos, vamos juntos obtê-
las na aula cuja teoria agora se inicia!!! 
 
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1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
A Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe acerca do Regime Jurídico dos servidores púbicos da União, 
de suas Autarquias e Fundações, instituiu o regime jurídico único previsto no caput do art. 39 da 
Carta Magna de 1988, vejamos: 
 
 Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os 
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
(Vide ADIN nº 2.135-4) 
 
Assim, com a edição dessa lei, ela passou a ser o Estatuto dos Servidores Públicos Civis da 
União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. 
Isso porque os servidores que possuem seu vínculo com a União regrado por tal diploma legal são 
chamados de servidores públicos estatutários. Frise-se que tal vínculo não é disciplinado em um 
contrato de trabalho, como o dos funcionários celetistas e, dessa forma, não pode ser modificado, 
a não ser de forma unilateral pela União, mediante alterações na lei. 
Porém, é de suma importância ainda você saber que tais modificações poderão ampliar ou reduzir 
as obrigações e os diversos benefícios estabelecidos, pois não há direito adquirido a um regime 
jurídico. 
Observe que o artigo 39 da CF/88 trouxe uma controvérsia sobre a sua aplicação. Explico: 
Duas principais correntes de interpretação surgiram: 
1º) que a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios deveriam instituir para sua 
Administração Direta, bem como para suas autarquias e fundações, o Regime Estatutário para 
todos os servidores; 
2º) que a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios deveriam escolher entre o Regime 
Estatutário e o Regime Celetista aquele que exclusivamente ia ser adotado para toda sua 
Administração Direta, autarquias e fundações. 
Nessa senda, a doutrina noticia entes da Federação que adotam o regime jurídico estatutário para 
todos os servidores, enquanto outros adotaram exclusivamente o celetista. 
Veja o que escreve sobre o tema o professor José dos Santos Carvalho Filho1: 
 
 
 
1 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 649. 
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Muita polêmica se originou desse mandamento, porquanto, não tendo sido 
suficientemente claro, permitiu o entendimento, para uns, de que o único regime deveria 
ser o estatutário, e para outros de que a pessoa federativa poderia eleger o regime 
adequado, desde que fosse o único. Na verdade, nunca foi dirimida a dúvida. O certo é 
que havia entidades políticas em que se adotou o regime estatutário, ao lado de outras 
(sobretudo Municípios), nas quais adotado foi o regime trabalhista. 
 
Ademais disso, por meio da Emenda Constitucional nº 19, de 1998, o aludido artigo foi alterado e 
passou a ter a seguinte redação: 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de 
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores 
designados pelos respectivos Poderes. 
 
Com essa nova redação, houve e ainda há inúmeros debates acerca de sua correta interpretação. 
Uma das possibilidades interpretativas aponta para que o Poder Constituinte derivado buscou 
interromper a obrigação de um regime jurídico único, autorizando que os entes da Federação 
adotassem o regime que melhor lhe aprouvesse. 
Além disso, foi impetrada a ADI 2.135 no STF por alguns partidos políticos sob a alegação de que 
o processo legislativo da aludida emenda constitucional não seguira o rito previsto no §2º do art. 60 
da CRFB. 
 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
 
Fato é que, em 02 de agosto de 2007, o STF, em medida cautelar, deferiu parcialmente o pedido, 
suspendendo a eficácia da nova redação do “caput” do art. 39 da CRFB, com efeitos ex nunc. Ou 
seja, manteve-se a validade dos atos praticados com base nas legislações editadas durante a 
vigência do aludido dispositivo até o eventual julgamento definitivo da ADI (que até hoje não 
ocorreu). 
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Portanto, até que se ultime a decisão no mérito pelo STF na ADI 2.135, continua produzindo efeitos 
a redação originária do “caput” do art. 39 da Constituição. 
Importante ressaltar que no julgamento da Cautelar da aludida ADI, inclusive na ementa, consta 
que se mantém vigente a redação originária do art. 39 da CRFB que trata do regime jurídico único 
“incompatível com a figura do emprego público”. 
Ademais, no julgamento da ADI 2.310, o STF também se inclinou à posição de que a redação 
originária do “caput” do art. 39 da CRFB e que voltou a produzir efeitos, após a medida cautelar na 
ADI 2.135, obriga o regime jurídico único estatutário para a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, bem como suas autarquias e fundações. 
Isto é, para as pessoas jurídicas de direito público, o posicionamento indicado é no sentido de que 
se aplica o regime estatutário. 
A professora Maria Sylvia, inclusive, assim discorre sobre este tópico: 
 
Embora tenhamos entendido, em edições anteriores, que esse regime pode ser o 
estatutário ou celetista, reformulamos agora tal entendimento, para defender a tese de 
que o regime estatutário é o que deve ser adotado, tendo em vista que as carreiras típicas 
de Estado não podem submeter-se a regime celetista, conforme entendeu o Supremo 
Tribunal Federal ao julgar a ADI 2.310 (pertinente ao pessoal das agências reguladoras). 
Ainda que para atividades-meio o regime celetista fosse aceitável, o vínculo de natureza 
estatutária se impõe em decorrência da exigência de que o regime jurídico seja único. 
 
Mas, como não houve análise do mérito na integralidade da ADI 2.135, nada se definiu quanto 
àqueles entes que eventualmente adotaram a CLT. 
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De todo modo, em regra, nós temos as pessoas jurídicas com personalidade jurídica de direito 
público (Administração direta, autarquias e fundações) adotando o regime estatutário e as pessoas 
jurídicas com personalidade jurídica de direito privado adotando o regime celetista. 
 
Após esse introito, já possuímos condições de inserir uma esquematização sobre importantes 
aspectos iniciais da Lei: 
 
 
 
Prosseguindo, a Lei define servidor como toda pessoa legalmente investida em cargo público, o 
que se dará com a posse. Delinearemos mais à frente os conceitos de posse e exercício. 
Mas, para ser investido em um cargo público, o Estatuto elenca alguns requisitos básicos e é de 
suma importância que você os saiba. Vamos memorizá-los por meio de uma esquematização: 
Lei 8.112/90
é norma de caráter Federal
aplica-se a servidores públicos estatutários (efetivos ou 
comissionados) da administração direta, autárquica e 
fundacional
não se aplica a empregados públicos (CLT)
não é aplicável às empresas públicas e sociedades de 
economia mista
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Tal comando, esquematizado acima, deriva de norma Constitucional de eficácia contida (para o 
caso dos brasileiros) mas também limitada (para o caso dos estrangeiros). Vamos entender 
observando o inciso I do artigo 37 (CF/88): 
 
I - os cargos,empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham 
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”. 
 
Dessa forma, a Carta Magna trouxe a exigência de determinados requisitos para acesso aos cargos 
públicos, explicitados na esfera Federal pela Lei 8.112/90, conforme vimos. Para os brasileiros, a 
lei deveria estabelecer os requisitos (eficácia contida), podendo eles acessarem os cargos públicos, 
mas, com a edição da lei, terem esse acesso restringido. Para os estrangeiros, a sua 
implementação dependeria da edição de uma lei (eficácia limitada) e, dessa forma, para acesso 
aos cargos, far-se-ia necessário estabelecer essas regras. 
Ressalto que o rol de requisitos para a investidura pode ser ampliado, ou seja, não é uma relação 
taxativa. Isso porque o parágrafo 1º do artigo 5º do Estatuto afirma que outros requisitos podem 
ser estabelecidos em lei, a depender das atribuições do cargo. 
Entretanto, qual o conceito de cargo público? Podemos entendê-lo como o conjunto de atribuições 
e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
São criados por lei, acessíveis a todos os brasileiros e possuem denominação própria, além de 
vencimentos pagos pelos cofres públicos. Temos diversos exemplos, como Auditor da Receita 
Federal, Analista da Receita Federal, Analista do Banco Central do Brasil, etc. 
Requisitos para a 
investidura em cargo 
público
nacionalidade brasileira
gozo dos direitos políticos
quitação com as obrigações 
militares e eleitorais
nível de escolaridade exigido para 
o exercício do cargo
idade mínima de dezoito anos
aptidão física e mental
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Interessante notar que, no parágrafo único do art. 3º, a Lei destaca que os vencimentos serão pagos 
pelos cofres públicos e, logo adiante no artigo 4º salienta que é proibida a prestação de serviços 
gratuitos, com as ressalvas previstas em lei. 
Os cargos públicos podem ser providos em caráter efetivo ou em comissão. Os de caráter efetivo 
são aqueles que requerem prévia aprovação em concurso público compatível com a natureza 
e complexidade do cargo a ser provido. Já os cargos em comissão são aqueles de livre nomeação 
e exoneração pela autoridade competente, independente de motivação, e são destinados às 
atribuições de chefia, direção e assessoramento. Perceba que, da mesma forma que pode ser 
provido pela autoridade, também pode ser desprovido, revelando o caráter precário do vínculo. 
Saliento que há um comando constitucional trazido à baila pelo Estatuto, qual seja, reserva de 
percentual de cargos para pessoas portadoras de deficiência: 
 
a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras 
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão (CF/88, artigo 37, VIII) 
 
Destarte, seguindo o comando constitucional, o Estatuto prega em seu §2º que às pessoas 
portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; 
para tais pessoas, serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. 
 
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2. DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, 
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO 
 
2.1 DO PROVIMENTO 
De acordo com a Doutrina de Hely Lopes Meirelles (2008), o provimento é “o ato administrativo 
por meio do qual o cargo público é preenchido, com a designação do seu titular”. 
Voltando aos comandos da Lei 8.112/90, em seu artigo 6º, o provimento é feito mediante ato da 
autoridade competente de cada poder. Repare que se estamos tratando de um cargo a ser 
provido dentro da estrutura do Poder Executivo, o seu provimento será competência exclusiva do 
Chefe desse Poder. 
Existem sete formas de provimento do cargo público. Inicialmente, no texto original da lei, ainda 
havia mais duas formas, a ascensão e a transferência, ambas revogadas pela lei 9.527/97. Apenas 
a título de curiosidade, nada mais eram do que formas de provimento vertical, nas quais o servidor 
poderia passar a integrar carreira distinta daquela que ocupava anteriormente. 
Contudo, o STF, por meio da Súmula Vinculante nº 43, considerou que ambas violavam o instituto 
do concurso público previsto na Carta Magna de 88. Dessa forma, hoje em dia apenas a promoção 
é considerada uma forma de provimento vertical, pois significa uma evolução que ocorre dentro da 
mesma carreira. 
Prosseguindo, vamos ver as formas de provimento válidas atualmente: 
 
 
 
 
 
 
 
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Antes de adentrarmos nos conceitos de cada forma de provimento, introduzo as modalidades de 
provimento, que classificam como as formas de provimento estão segmentadas: 
a) Originário: nesse caso, conforme sugestivamente o nome nos leva a pensar, o indivíduo não 
possuía qualquer vínculo anterior com a carreira para a qual foi nomeado. Podemos exemplificar, 
para seu melhor entendimento: Paulo era servidor do Banco Central do Brasil e foi aprovado para 
o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal. Ao ser nomeado na Receita, estaremos diante de um 
exemplo de provimento originário. Quando Paulo foi nomeado para o BACEN, também tivemos um 
exemplo de provimento originário. 
b) Derivado: aqui, o indivíduo passa a ocupar um cargo público, mas em virtude de algum vínculo 
anterior com a administração. Assim, o provimento do cargo não se dá em virtude da aprovação no 
concurso (cargos efetivos) ou livre escolha de uma autoridade (cargos em comissão), mas sim do 
vínculo existente anteriormente. A doutrina de Celso Antônio Bandeira de Melo agrupa os 
provimentos derivados em três categorias: 
- Vertical: a exemplo da promoção, que ocorre quando o servidor passa a ocupar um cargo melhor 
do que o atual; 
Formas de 
Provimento de 
cargos públicos
nomeação
promoção
readaptação
reversão
aproveitamento
reintegração
recondução
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- Horizontal: no qual ocorre uma migração entre cargos que possuem atribuições, 
responsabilidades e remuneração semelhantes. Exemplo: readaptação. 
- Reingresso: o servidor estava desligado do serviço e retorna ao vínculo anterior. Exemplos: 
reversão, reintegração, recondução e aproveitamento. 
 
2.1.1 Da nomeação 
Como visualizado anteriormente, é a única forma de provimento originário compatível com a 
Constituição e pode se dar por meio do provimento em caráter efetivo ou em comissão. 
No primeiro caso, é relacionado aos cargos de carreira ou aos cargos isolados de provimento 
efetivo. Para ser nomeado em caráter efetivo, o servidor deve ter sido aprovado em concurso 
público de provas ou provas e títulos, obedecida a ordem de classificação e o prazo de validade do 
concurso. 
Já no caso dos cargos em comissão, a nomeação é realizada para cargos de confiança, a critério 
da autoridade competente, o que revela, como mencionado anteriormente, o caráter precário 
estabelecido por esse vínculo. Destaco que o parágrafo único do artigo 9º autoriza ao servidor que 
já ocupa um cargo em comissão o exercício de um cargo de confiança de forma interina, situação 
na qual deverá optar por uma das remunerações durante a interinidade. 
Em relação aos concursos públicos, o Estatuto dispõe que serão de provas ou de provas e títulos, 
podendo ocorrerem duas etapas, e terão validade de até dois anos, prorrogáveis uma única vez 
por igual período. Todas as condições de realização dos concursos devem estar contidas em edital, 
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. 
Modalidades de 
Provimento
Originário Nomeação
Derivado
Vertical: Promoção
Horizonal: Readaptação
Reingresso: Reversão, 
Reintegração, 
Recondução e 
Aproveitamento
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Salienta-se que, a despeito do §2º do artigo 12 afirmar que não se abrirá novo concurso enquanto 
houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado, a CF/88 
trouxe uma regra menos rígida, ao estabelecer que: 
 durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em 
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre 
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. 
 
Assim, a CF/88 não vetou a abertura de concurso público enquanto outro certame para o mesmo 
cargo estiver em andamento, apenas vetou a possibilidade de ocorrerem convocações dos novos 
aprovados em detrimento dos aprovados aguardando nomeação. Tudo isso, claro, se o concurso 
em aberto ainda não tiver seu prazo de validade expirado. 
Um tema bastante relevante situa-se sobre a seguinte seara: o candidato aprovado dentro do 
número de vagas tem obrigação de ser nomeado pela administração? O STF entende que sim! O 
tema foi levado à apreciação da corte por meio do RE 598.099, donde adveio o entendimento do 
ministro relator de que a administração poderá escolher, dentro do prazo de validade do concurso, 
o momento no qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, “a 
qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, 
um dever imposto ao poder público”. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONCURSO PÚBLICO. 
PREVISÃO DE VAGAS EM EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS 
APROVADOS. I. DIREITO À NOMEAÇÃO. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO 
NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. Dentro do prazo de validade do 
concurso, a Administração poderá escolher o momento no qual se realizará a 
nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, 
passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder 
público. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas, o ato da 
Administração que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para 
a própria Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado 
dentro desse número de vagas. 
 
O entendimento do STF em relação à discricionariedade da administração em realizar as 
nomeações se dá no sentido de que esta limita-se a quando fará a nomeação, dentro do prazo de 
validade do certame, e não “se” o fará. 
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O direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas 
no edital, na hipótese em que surgirem novas vagas no prazo de validade do concurso, conforme 
veremos no excerto abaixo: 
 
DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. NOMEAÇÃO DE APROVADOS 
EM CONCURSO PÚBLICO. EXISTÊNCIA DE VAGAS PARA CARGO PÚBLICO COM 
LISTA DE APROVADOS EM CONCURSO VIGENTE: DIREITO ADQUIRIDO E 
EXPECTATIVA DE DIREITO. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. RECUSA DA 
ADMINISTRAÇÃO EM PROVER CARGOS VAGOS: NECESSIDADE DE 
MOTIVAÇÃO. ARTIGOS 37, INCISOS II E IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Os candidatos aprovados em 
concurso público têm direito subjetivo à nomeação para a posse que vier a ser dada nos cargos 
vagos existentes ou nos que vierem a vagar no prazo de validade do concurso. 2. A recusa da 
Administração Pública em prover cargos vagos quando existentes candidatos aprovados em 
concurso público deve ser motivada, e esta motivação é suscetível de apreciação pelo Poder 
Judiciário. 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento” (RE 227.480/RJ, Rel. Min. 
Cármen Lúcia - grifos meus). 
 
Vamos ver mais algumas jurisprudências sobre concursos públicos: 
 
 Súmula Vinculante 44: "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação 
de candidato a cargo público." 
 
Súmula 683 do STF: "O limite de idade para a inscrição em concurso público só se 
legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela 
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido." 
 
#ficadica 
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Os cargos efetivos são aqueles que exigem prévia habilitação em concurso de provas 
ou de provas e títulos. 
Já os cargos em comissão, são de livre nomeação e exoneração pela autoridade 
competente, revelando a precariedade desse vínculo; 
2.1.2 Da Promoção 
Os servidores que ocupem cargos organizados em carreira poderão ser providos em cargos 
superiores, dentro do escalonamento próprio da carreira a que está afeto. Esse é o instituto da 
promoção: o servidor é nomeado para o cargo inicial da carreira e prossegue galgando cargos mais 
elevados por meio das promoções, alterando assim suas responsabilidades, mas também a sua 
remuneração. 
 
2.1.3 Da Readaptação 
O Estatuto cita a forma de provimento Readaptação como “a investidura do servidor em cargo de 
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua 
capacidade física ou mental verificada em inspeção médica”. 
Assim, determinado servidor sofre um acidente que o impossibilita de exercer suas funções no 
cargo em que se encontra. Caso haja na estrutura da administração algum cargo com atribuições 
afins, o servidor será readaptado para esse cargo. Observe que a readaptação será efetivada em 
cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência 
de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições 
como excedente, até a ocorrência de vaga. 
A readaptação é uma alternativa à aposentadoria por incapacidade. Porém, se o indivíduo for 
julgado incapaz para o serviço público, será aposentado (§1º art. 24). Frise-se que a Emenda 
Constitucional nº 103/19 inseriu o § 13 no art. 37 da CRFB para fazer constar a readaptação também 
no texto constitucional. 
Vale ressaltar ainda que o STJ possui entendimento no sentido de que a readaptação só pode se 
dar para servidores efetivos. 
 
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A readaptação é instituto que se destina apenas aos servidores efetivos, não se 
estendendo aos ocupantes de cargo comissionado que não possuam vínculo efetivo 
com a Administração Pública Federal. (...) AgRg no REsp 749.852/DF. 
 
2.1.4 Da Reversão 
Grosso modo, a reversão nada mais é do que o retorno do servidor aposentado à atividade. A 
doutrina de Direito Administrativo reconhece duas modalidades de reversão: 
• De Ofício: nos termos do artigo 25, I, para os casos de aposentadoria por invalidez, quando 
junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria. A título de exemplo, 
se um servidor fosse diagnosticado com uma doença que o deixasse inválido e, 
posteriormente, junta médica oficial percebesse erro no diagnóstico. 
Note que o ato de concessão da aposentadoria por invalidez seria considerado nulo, de 
formaa não restar outra alternativa à administração, senão a reversão de ofício. Frise-se 
que isso ocorre independente de ser o servidor estável ou não ao se aposentar por 
invalidez. 
O servidor retorna ao serviço no cargo anterior, exceto se o mesmo encontrar-se provido, 
fato que o levará a exercer suas atribuições na condição de excedente, até a ocorrência de 
vaga. Em havendo o retorno às suas funções, o tempo a ser trabalhado contará para a 
concessão da nova aposentadoria a que fizer jus posteriormente. 
 
• A Pedido: nesse caso, o próprio servidor solicita a reversão. Para isso, é necessário que ele 
seja estável e que a aposentadoria tenha sido voluntária. Observe que a concessão da 
reversão por parte da administração é um ato discricionário, dependendo ainda da existência 
de cargo vago e de não ter transcorrido mais de cinco anos desde a aposentadoria. 
Em relação à remuneração do servidor, ele perceberá, em substituição aos proventos da 
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de 
natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. A única observação aqui é 
que, caso ele não permaneça pelo menos cinco anos no cargo, não terá seus proventos 
calculados com base nas regras atuais. 
 
Finalizando, o aposentado que já tiver completado setenta anos de idade não poderá reverter. 
Como vimos muitos conceitos acima, vamos esquematizar para facilitar a sua memorização e 
assimilação: 
 
 
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2.1.5 Da Reintegração 
Ao tratarmos do instituto da reintegração, primeiramente devemos ter em mente que é relacionada 
à uma demissão do servidor. Nesse caso, o servidor estável teve sua demissão invalidada por 
sentença judicial ou administrativa, o que o obriga a retornar ao cargo anteriormente ocupado, ou 
ao resultante de sua transformação. Todas as vantagens a que o servidor teria direito a partir da 
data do afastamento do cargo devem ser ressarcidas (inclusive promoções). 
Reversão de Oficio
Junta médica declara 
insubsistentes os motivos 
da aposentadoria por 
invalidez
Retorna ao cargo anterior. 
Caso já provido, 
trabalhará como 
excedente
Tempo a ser trabalhado 
conta para a 
aposentadoria
Independe se era estável 
ou não
Reversão a Pedido
Somente se estável, 
aposentado de forma 
voluntária e tenha menos 
de 70 anos de idade
Depende da existência de 
cargo vago e decurso 
temporal menor que 5 
anos do pedido de 
aposentadoria
Remuneração do cargo 
que voltar a exercer 
substituirá os proventos 
que recebia
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Vejamos como a lei 8.112/90 trata esse tema: 
 
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente 
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua 
demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as 
vantagens. 
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, 
observado o disposto nos arts. 30 e 31. 
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao 
cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, 
posto em disponibilidade. 
 
Para o caso do servidor ser reintegrado e o seu cargo extinto, ele ficará em disponibilidade. Se o 
cargo anterior encontrar-se provido temos: 
 
A reintegração do servidor estável encontra respaldo constitucional, conforme o parágrafo 2º do 
artigo 41: 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, 
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito 
a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço 
Reintegração com cargo 
ocupado Servidor estável
reconduzido ao cargo de 
origem
aproveitado em outro 
cargo
posto em 
disponibilidade, até ser 
aproveitado
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Caso haja a anulação de uma demissão de servidor não estável, ele pode retornar ao cargo de 
origem, pois a decisão terá efeitos ex-tunc. Assim, na prática terá ocorrido uma reintegração, mas 
juridicamente falando, esse retorno não pode ser confundido com a reintegração. Assim, cuidado 
com as afirmações de que o servidor não estável não pode retornar ao cargo de origem, pois o 
pode nos casos de invalidação de sua demissão. 
 
2.1.6 Da Recondução 
A recondução, de acordo com o artigo 29 do Estatuto, é o retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado e poderá decorrer em virtude de inabilitação em estágio probatório relativo 
a outro cargo ou pela reintegração do anterior ocupante do cargo. 
Ressalto que a recondução só é aplicada ao servidor estável. 
Vamos analisar com a devida cautela as duas hipóteses elencadas pelo diploma legal: 
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo: Nessa situação, o servidor estável foi 
aprovado para outro cargo, tomou posse e encontrava-se em estágio probatório, porém, foi 
reprovado no mesmo. Ainda lecionaremos sobre o estágio probatório mais à frente, destarte, 
adianto que tal instituto determina se o servidor é ou não capaz de exercer as atribuições daquele 
cargo específico. Sendo o servidor estável, o que significa estabilidade no serviço público e não no 
cargo do estágio probatório, ele simplesmente é reconduzido ao cargo de origem nos casos de 
reprovação. 
Existe jurisprudência firmada no sentido de que o servidor estável pode pedir a recondução, 
independente da reprovação no estágio probatório relativo ao novo cargo, mas somente enquanto 
no estágio, sendo reconhecida como recondução a pedido.2 
 
b) reintegração do anterior ocupante do cargo: caso ocorra a reintegração de um servidor ao cargo 
que outro passou a ocupar, este, caso estável, será reconduzido ao cargo de origem (sem direito a 
indenização), posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, ou 
aproveitado em outro cargo. Se não for estável, será simplesmente exonerado, como vimos no 
nosso esquema. 
 
 
2 MS 24.543/DF 
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Para os casos de reintegração do anterior ocupante do cargo, o servidor que o ocupava poderá ser 
posto em disponibilidade. Observe que a remuneração será proporcional ao tempo de serviço e não 
ao tempo de contribuição! 
 
2.1.7 Da Disponibilidade e do Aproveitamento 
No decorrer da nossa aula, citamos por diversas vezes a palavra disponibilidade. É de suma 
importância você saber que se trata de um instituto que permite ao servidor estável, que teve seu 
cargo extinto ou declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, temporariamente, 
percebendo a remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento 
em outro cargo. 
Mas o que podemos entender por aproveitamento? No comando do artigo 30 do Estatuto, ele é 
definido como o “retorno à atividade de servidor em disponibilidade (...) em cargo de atribuições 
e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado”. 
Pode ocorrer de o órgão no qual determinado servidor trabalhava ser extinto, declarada a sua 
desnecessidade ou então reorganizado, bem como extinto somente o cargo que ele ocupava. 
Nesses casos, o servidor será colocado em disponibilidade, podendo ser mantido sob 
responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal- SIPEC
 
Para concluirmos o assunto em lide, a disponibilidade poderá ser cassada, bem como tornado sem 
efeito o aproveitamento do servidor, caso não entre em exercício no prazo legal. Esse prazo não é 
estabelecido pelo Estatuto para os casos de aproveitamento. A única hipótese em que não ocorre 
a cassação em caso de não cumprimento do prazo legal se dá por doença comprovada por junta 
médica oficial. 
 
2.1.8 Da Posse e do Exercício 
A posse é o ato que investe o servidor no cargo público e só ocorre nos casos de provimento 
originário (nomeação), pois no provimento derivado o ato que o formaliza já preenche o respectivo 
cargo. O termo de posse possui as atribuições, deveres, direitos e responsabilidades inerentes ao 
cargo ocupado. Observe que todas essas características não poderão ser alteradas 
unilateralmente pelas partes, excetuando-se os atos de ofício previstos em lei. 
Para tomar posse, o servidor terá o prazo de 30 dias improrrogáveis, a partir do ato de 
provimento (nomeação) e poderá fazê-lo por meio de uma procuração específica. Caso seja 
desrespeitado esse prazo, o ato de provimento será tornado sem efeito. 
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Além disso, ela depende de prévia inspeção por junta médica oficial, na qual será verificada a 
aptidão física e mental para o cargo. O servidor deverá ainda entregar, no ato da posse, a sua 
declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio, além de declaração quanto ao 
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. 
A despeito do prazo de 30 dias para a posse, caso o servidor esteja em uma das seguintes 
hipóteses abaixo, esse prazo somente será contado a partir do término do impedimento: 
 
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: 
I - por motivo de doença em pessoa da família; 
III - para o serviço militar; 
V - para capacitação; 
Art. 102. [...]: 
I - férias; 
IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa 
de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; 
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
VIII - licença: 
a) à gestante, à adotante e à paternidade; 
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao 
longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; 
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; 
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; 
f) por convocação para o serviço militar; 
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; 
X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar 
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei 
específica; 
 
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Caso não tome posse dentro do prazo legal, o ato de provimento é tornado sem efeito. Observe 
que é diferente de exonerar o servidor, pois, para ocorrer a exoneração deve haver vínculo, o que 
não foi estabelecido, em decorrência da não assinatura do termo de posse. 
 
De acordo com o artigo 15, o exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público 
ou da função de confiança. Para entrar em exercício, o servidor terá o prazo de 15 (quinze) dias 
contados a partir da posse. Caso não respeite o referido prazo, será exonerado do cargo ou será 
tornada sem efeito a sua designação para função de confiança. Agora sim podemos falar de 
exoneração, pois, a partir da posse, estabelece-se o vínculo entre a administração e o então 
servidor. 
Existe uma exceção para o prazo do artigo 15 e ela encontra-se no artigo 18 e seus parágrafos. 
 
Art. 18 O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no 
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para 
a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o 
tempo necessário para o deslocamento para a nova sede 
§1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo 
a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo 
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput. 
A título de exemplificação do comando acima, caso um servidor que ocupe o cargo de Analista do 
Banco Central esteja lotado em Brasília e seja removido para uma unidade em São Paulo, ele terá 
o prazo de 10 a 30 dias para apresentar-se em seu novo local de lotação e iniciar o exercício. 
Todavia, o servidor pode declinar desses prazos, ou seja, poderá “abrir mão”. 
Enquanto a posse pode ser realizada por meio de procuração específica, o exercício não, pois 
apenas o servidor empossado no cargo poderá dar início ao desempenho de suas atribuições. O 
responsável por dar exercício ao servidor empossado é a autoridade competente do órgão para o 
qual o servidor foi designado. 
Para os casos de designação para o exercício de função de confiança, a lei determina que o início 
do exercício coincidirá com a data da publicação do ato de designação, salvo quando o 
servidor estiver de licença ou afastado por qualquer outro motivo legal. Nesse caso, recairá no 
primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. 
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Nesse ponto, faço uma intervenção importante: observe que o servidor efetivo, designado para 
função de confiança é designado para a função (e não nomeado). Isso porque não se trata de um 
cargo, não sendo hipótese de provimento. A saída da função é denominada dispensa. 
A partir então do exercício, são contados os prazos para quaisquer direitos que tenham relação 
com o tempo de serviço, como, por exemplo, a aquisição da estabilidade. Todas as informações 
sobre o exercício do servidor, como o início, quaisquer interrupções e o reinício encontrar-se-ão em 
seus registros individuais (assentamentos). 
Antes de tratarmos sobre o estágio probatório, faz-se mister você saber que a jornada de trabalho 
dos servidores federais será de no mínimo 6 e no máximo 8 horas diárias e duração máxima 
semanal de 40 horas, exceto para os ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, os 
quais submetem-se a regime de integral dedicação ao serviço. 
Ainda em relação à jornada, é de suma importância você saber que o STF entende que a majoração 
da carga de trabalho sem o correspondente aumento nos vencimentos ou subsídios afronta a 
irredutibilidade de salários prevista na CF/88: 
 
1. Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Servidor Público. Aumento 
da carga horária sem a devida contraprestação remuneratória. Impossibilidade. 
Desrespeito à irredutibilidade de vencimentos. Fundamento não atacado. Auto-
organização administrativa. Autonomia. Discussão pretendida. Legislação local. 
Análise. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica a 
jurisprudência da Corte quanto à inadmissibilidade do recurso extraordinário que não impugna 
todos os fundamentos adotados pelo acórdão recorrido. Incidência da Súmula nº 283/STF. 2. 
O Tribunal, no julgamento do ARE nº 660.010/PR-RG, assentou que, conquanto o servidor 
público não possua direito adquirido a regime jurídico, a ampliação de jornada de trabalho sem 
a correspondente retribuição remuneratória consiste em violação da regra constitucional da 
irredutibilidade de vencimentos. 3. O entepúblico, no exercício de competência de auto-
organização constitucionalmente atribuída, deve deferência para com os direitos e garantias 
previstos no texto da Constituição. 4. As questões relativas à divergência de interpretação e à 
aplicação da legislação que regula a jornada dos servidores demandariam a análise da 
legislação local e o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 
279 e 280/STF. 5. Agravo regimental não provido. 
2. (STF - AgR ARE: 818050 BA - BAHIA 0000806-11.2009.8.05.0000, Relator: Min. DIAS 
TOFFOLI, Data de Julgamento: 17/11/2015, Segunda Turma) 
 
 
Vistos os conceitos acima, vamos a uma esquematização a fim de elucidar os pontos estudados: 
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NOMEAÇÃO 
(ATO DE 
PROVIMENTO 
ORIGINÁRIO) 
POSSE 
(SERVIDOR 
ACEITA O 
CARGO) 
EXERCÍCIO (DESEMPENHO 
DAS ATRIBUIÇÕES DO 
CARGO) 
30 DIAS 
15 DIAS (Se 
função de 
confiança, 
exercício 
imediato) 
CASO 
CONTRÁRIO 
SERÁ 
EXONERADO/TO
RNADA SEM 
EFEITO (SE 
FUNÇÃO DE 
CONFIANÇA)) 
CASO 
CONTRÁRIO 
SERÁ 
TORNADA 
SEM EFEITO 
Impedimentos que não contam o prazo para a posse: 
- Seguintes Licenças: por motivo de doença em pessoa 
da família; para o serviço militar; para capacitação; à 
gestante, à adotante e à paternidade; para tratamento 
da própria saúde; por motivo de acidente em serviço ou 
doença profissional; para capacitação, conforme 
dispuser o regulamento; por convocação para o serviço 
militar; deslocamento para a nova sede de que trata o 
art. 18; participação em competição desportiva 
nacional ou convocação para integrar representação 
desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme 
disposto em lei específica; 
- Seguintes afastamentos: férias; treinamento 
regularmente instituído ou em programa de pós-
graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o 
regulamento; júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
 
 
 
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2.1.9 Estágio Probatório 
Os servidores aprovados para os cargos de provimento efetivo estarão sujeitos a estágio probatório 
durante o período de 36 (trinta e seis) meses. Na lei 8.112/90 ainda consta a redação original, a 
qual tratava o estágio com prazo de 24 (vinte e quatro) meses. Porém, o entendimento atual do 
STF e do STJ se dá no sentido do tempo ser de 36 meses. A base para essa interpretação foi 
sedimentada após a EC 19/98, a qual alterou o tempo para aquisição de estabilidade no serviço 
público para 36 meses. Destarte, aqueles tribunais entenderam que, apesar de institutos diferentes, 
a estabilidade e o estágio probatório estão relacionados, de tal maneira que a EC 19/98 também 
alterou o prazo do estágio probatório. 
 
 “PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO INOMINADO – SERVIDOR PÚBLICO – ESTÁGIO 
PROBATÓRIO– 24 MESES. 
[...] legislações pertinentes regulamentaram o tempo do estágio probatório, período 
compreendido entre a nomeação e a aquisição da estabilidade, em que o servidor é 
avaliado quanto aos requisitos necessários para o desempenho do cargo, em vinte e quatro 
meses. No entanto, o art. 6º da Emenda Constitucional n.º 19, de 4 de junho de 1998, alterou a 
redação do art. 41 da Constituição Federal, elevando para três anos o prazo para a aquisição da 
estabilidade no serviço público. A Emenda Constitucional n.º 19 acrescentou o § 4º ao art. 41 da 
Constituição, o qual, ainda, estabelece como condição obrigatória para a aquisição da estabilidade 
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. A nova norma 
constitucional do art. 41 é imediatamente aplicável. Logo, as legislações estatutárias que 
previam prazo inferior a três anos para o estágio probatório restaram em desconformidade 
com o comando constitucional. Isso porque não há como se dissociar o prazo do estágio 
probatório do prazo da estabilidade”. 
 
Para a esfera FEDERAL, no âmbito do PODER EXECUTIVO, existe um Parecer do Advogado-
Geral da União que estatui o estágio probatório com duração de três anos3 
Durante o período do estágio probatório, o servidor será avaliado em diversos quesitos elencados 
nos incisos do artigo 20, como assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e 
responsabilidade. O servidor será avaliado ao longo dos 36 meses, porém, 4 (quatro) meses antes 
 
 
3 Parecer AGU/AV02/2008 
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de findar o estágio, será homologada pela autoridade competente a avaliação de desempenho do 
servidor, realizada por comissão constituída especialmente para esse fim. 
Em caso de reprovação no estágio, ocorrerá a exoneração do servidor, mas, caso este seja estável, 
será reconduzido ao cargo de origem. Conforme lecionado anteriormente, caso o cargo esteja 
provido, o servidor a ser reconduzido será aproveitado em outro de atribuições e vencimentos 
compatíveis com o anterior. 
A despeito de ainda encontrar-se em situação de não estabilidade, o servidor em estágio probatório 
poderá ser designado para cargos em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento, 
desde que em seu órgão de lotação original. A título de exceção, poderá ser cedido a outros órgãos, 
desde que para ocupar cargo de natureza especial ou os de Direção e Assessoramento Superiores 
– DAS, de níveis 6, 5 e 4. 
Além disso, alguns tipos de afastamentos e licenças, a serem estudados em seus pormenores em 
momento oportuno mais à frente, podem ser concedidos a esses servidores. Vamos delinear todos 
os conceitos na esquematização abaixo: 
 
 REGRAS ATINENTES AO ESTÁGIO PROBATÓRIO 
Somente para cargos de provimento efetivo 
Duração de 36 meses 
Avaliação por comissão especial, 4 meses antes do término do estágio 
Itens da Avaliação: assiduidade, disciplina, iniciativa, produtividade, responsabilidade 
Reprovação: Se estável, reconduzido ao cargo de origem; caso contrário, exonerado 
Pode assumir os cargos: em seu órgão: quaisquer cargos; em outro órgão (cedido): natureza 
especial e DAS 6,5, e 4 ou equivalentes 
Licenças que podem ser concedidas: por doença em pessoa da família; afastamento do 
cônjuge; serviço militar; para atividade política; tratamento de saúde; gestante e adotante; 
paternidade; para adoção ou guarda; por acidente em serviço 
Afastamentos que podem ser concedidos: para mandato eletivo; para estudo ou missão no 
exterior; para servir em organismo internacional que o Brasil coopere; para participar de curso 
de formação exigido para ingresso em outro cargo federal. 
Atenção: As licenças/afastamentos marcados em vermelho suspendem o estágio probatório, 
sendo retomado após os seus respectivos términos. 
 
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2.1.10 Estabilidade 
Os servidores adquirem a estabilidade, nos cargos de provimento efetivo apenas, após 3 anos 
de efetivo exercício. Observe que os cargos em comissão não dão direito à estabilidade, pois 
tratam-se de cargos de livre nomeação e exoneração. 
Igualmente aos comandos sobre estágio probatório, a EC 19/98 também alterou esse prazo, o qual 
era de 2 anos na lei 8.112/90. 
 
“Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação da EC 
19/1998)”. 
 
A estabilidade é adquirida em cada ente federado. Caso o servidor seja estável em um cargo 
federal, deverá tambémadquirir a estabilidade em um cargo estadual, caso esteja migrando para 
essa esfera. Ainda, conforme já explicitamos, a estabilidade se dá no cargo em que o servidor está 
ocupando. Dessa monta, caso um técnico do Banco Central assuma o cargo de Analista do Banco 
Central, será submetido a novo estágio probatório. Observe também (e não confunda!) que a 
estabilidade pode ser adquirida nesse interstício. 
 
Exemplo: Mévio é técnico do BACEN, tendo assumido o cargo em 12/01/10. Em 
2011 resolve estudar e prestar o concurso para Analista do BACEN. Aprovado, 
toma posse em 12/01/12. Dessa forma, em 12/01/13 terá adquirido estabilidade 
no serviço público FEDERAL, mas ainda estará completando 1 ano de estágio 
probatório no cargo de Analista do BACEN. Não satisfeito, Mévio assume o cargo 
de Auditor Fiscal da Receita Estadual do RJ, em 12/01/2015. Assim, Mévio adquiriu estabilidade 
no ente Federal, mas os prazos de estabilidade no ENTE ESTADUAL e do estágio probatório 
referente ao cargo de auditor estadual começarão a contar de 12/01/2015. 
 
 A doutrina de José dos Santos Carvalho Filho4 é no sentido de admitir a possibilidade de o servidor 
público federal estável, após se submeter a estágio probatório em cargo de outro regime, requerer 
 
 
4 2014 
 
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sua recondução ao cargo federal, antes do encerramento do período de provas, ou seja, antes de 
adquirida a estabilidade no novo regime.5 
 
 MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL ESTÁVEL. 
ESTÁGIO PROBATÓRIO EM OUTRO CARGO PÚBLICO DE REGIME JURÍDICO 
DISTINTO. RECONDUÇÃO AO CARGO ANTERIORMENTE OCUPADO. 
POSSIBILIDADE. [...] 5. Não se deve impor ao servidor público federal abrir 
mão do cargo no qual se encontra estável, quando empossado em outro 
cargo público inacumulável de outro regime jurídico, antes de alcançada a nova 
estabilidade, por se tratar de situação temerária, diante da possibilidade de não ser o agente 
público aprovado no estágio probatório referente ao novo cargo. 6. Para evitar essa situação - 
que em nada atende ao interesse público, mas que representa um prejuízo incomensurável ao 
cidadão que, ao optar por tomar posse em cargo de outro regime jurídico, não logra aprovação 
no estágio probatório ou desiste antes do encerramento do período de provas, ficando sem 
quaisquer dos cargos -, deve prevalecer a orientação de que o vínculo permanece até a nova 
estabilidade, permitindo a aplicação dos institutos da vacância e da recondução. 
(STJ - MS: 12576 DF 2007/0013726-6, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de 
Julgamento: 26/02/2014, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 03/04/2014) 
 
 
Atente-se para o fato de que a estabilidade não significa hipótese nula de perda do cargo. Por óbvio, 
ela é uma garantia ao servidor de autonomia e imparcialidade, para que não fique ao sabor de jugos 
políticos momentâneos. Porém, existem hipóteses tipificadas para a perda do cargo. Vejamos, de 
forma esquematizada: 
 
 
5 MS 12.576/DF 
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2.2 DA VACÂNCIA 
A vacância significa a desocupação de determinado cargo público, podendo decorrer de atos da 
administração, bem como de fatos administrativos. Nos termos do art. 33 do Estatuto, nos seguintes 
casos ocorrerá a vacância: 
 
As hipóteses destacadas em vermelho representam a vacância em um cargo com simultâneo 
provimento em outro. 
Hipóteses de perda do cargo para 
servidores estáveis
sentença judicial transitada em julgado
processo administrativo disciplinar, garantida a ampla 
defesa
insuficiência de desempenho, verificada em avaliação 
periódica, assegurada ampla defesa (a LC que regulará não 
foi editada)
excesso de despesa com pessoal (art. 169, § 4º) 
Hipóteses de Vacância
Exoneração
Demissão
Promoção
Readaptação
Aposentadoria
Posse em outro cargo inacumulável
Falecimento
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Já tendo estudado as hipóteses de promoção e readaptação, e sendo autoexplicativas as hipóteses 
de aposentadoria e falecimento, vamos nos ater a explicitar de forma mais clara a exoneração, a 
demissão e a posse em outro cargo inacumulável. 
 
2.2.1 Exoneração 
Nos termos dos art. 34 e 35, a exoneração pode se dar a pedido ou de ofício. Sendo servidor efetivo, 
a exoneração de ofício pode ocorrer em duas hipóteses. Vimos que, ao iniciar o exercício, o servidor 
estará iniciando o estágio probatório. Dessa maneira, caso não satisfeitas as condições do estágio, 
poderá ele ser exonerado de ofício. A outra hipótese seria a da não entrada em exercício no prazo 
estabelecido, após ter tomado posse. 
Marcelo alexandrino e Vicente Paulo6 argumentam ainda mais duas hipóteses para a exoneração 
do servidor efetivo, quais sejam a extinção de cargo ocupado por servidor não estável e a 
reintegração de outro servidor ao cargo que servidor não estável esteja ocupando. Assim, temos: 
 
 
 
Para os cargos em comissão e as funções de confiança, o próprio servidor pode pedir ou pode 
ocorrer a exoneração a juízo da autoridade competente. 
2.2.2 Demissão 
A demissão poderá ocorrer nos casos em que o servidor efetivo cometa algumas infrações. 
Estudaremos as questões disciplinares e seu respectivo processo administrativo em outra aula, 
mas tenha em mente que essa hipótese de vacância possui caráter punitivo, de sanção disciplinar. 
 
 
 
6 2014 
•I - EXTINTO O CARGO OCUPADO POR SERVIDOR NÃO ESTÁVEL;
•II - REINTEGRAÇÃO DE OUTRO SERVIDOR AO CARGO OCUPADO POR NÃO 
ESTÁVEL;
•III - EXCESSO DE DESPESA COM PESSOAL;
•IV - INSUFICIÊNCIA DE DESEMPENHO (LC AINDA NÃO EDITADA).
EXONERAÇÃO DE SERVIDOR EFETIVO
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2.2.3 Posse em outro cargo inacumulável 
Ocorre quando o servidor for aprovado e tomar posse em outro cargo inacumulável. As hipóteses 
de acumulação de cargos públicos estão descritas nas Carta Magna de 88 e são: 
 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso 
XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001) 
 
Caso tenha tomado posse de forma que não esteja enquadrado nessas hipóteses, caracterizar-se-
á inacumulabilidade de cargos, de forma a implicar a vacância do cargo anteriormente ocupado. 
 
2.3 DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO 
A remoção nada mais significa do que o deslocamento do servidor, no âmbito do mesmo quadro, 
com ou sem mudança de sede, a pedido ou de ofício. 
Trata-se de um instituto que permite aos servidores serem lotados em locais diferentes dos locais 
de origem, dentro do mesmo órgão e sem alterações quaisquer em seu cargo. Ressalto que, a 
depender da esfera, o servidor pode ser lotado em outros Estados (cargos federais), outros 
municípios (cargos estaduais) ou ainda dentro da mesma sede. A observação importante aqui se 
dá no fato de que não ocorre mudança de cargo ou de órgão, apenas de unidade. 
A remoção de ofício é realizada de acordo com o interesse administrativo, ou seja, declaradaa 
necessidade de alteração do servidor, ela será realizada, independente da vontade do servidor. Por 
óbvio, esse ato deve ser motivado, principalmente no intuito de verificarmos abuso de poder na 
modalidade desvio de finalidade, mormente uma possível “punição” ao servidor. 
Caso haja mudança de sede, fará jus a ajuda de custo, a ser estudada adiante, para custear 
despesas com a respectiva mudança. 
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Outro caso de remoção capitulado no Estatuto é o da remoção a pedido. Nesse caso, o servidor 
solicita a remoção por interesses pessoais, porém a administração não está vinculada ao pedido, 
podendo, a seu critério de conveniência e oportunidade denegar a solicitação. 
Por último, não menos importante, temos o caso da remoção a pedido, para outra localidade, 
independente do interesse da administração. Aqui, o desenrolar é vinculado, ou seja, ocorre uma 
situação prevista na lei e a administração é obrigada a efetuar a remoção, independentemente de 
seu interesse. Fato importante a ser observado é que obrigatoriamente haverá mudança de 
localidade, não ocorrendo para mudanças dentro da mesma localidade. São os seguintes casos 
elencados no inciso III do art. 36 do Estatuto: 
 
 
Ainda sobre a remoção, faço uma observação importante: O STF e o STJ consideram que, para a 
remoção dentro da hipótese prevista no inciso I do esquema acima, o servidor a ser removido 
deverá estar submetido aos ditames da lei 8.112/90, conquanto seu cônjuge ou companheiro 
deverá ser servidor público ou empregado público. 
 
A Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do 
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação 
do órgão central do SIPEC. 
Nesse caso, não estamos tratando de pessoas e sim do cargo. Caso esteja ocupado, ocorrerá, 
concomitantemente, a movimentação também do servidor. 
Deverão ser observados os seguintes preceitos para a ocorrência da redistribuição: 
I - interesse da administração; 
Remoção a pedido, 
independentemente do 
interesse da administração
I - para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor
público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado
no interesse da Administração;
II - por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou
dependente que viva às suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta
médica oficial;
III - em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
que o número de interessados for superior ao número de vagas,
de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade
em que aqueles estejam lotados.
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II - equivalência de vencimentos; 
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; 
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; 
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; 
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou 
entidade. 
 
Nos casos de reorganização ou extinção, caso o cargo seja extinto ou declarada a sua 
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado 
em disponibilidade, até o seu aproveitamento. Caso não seja redistribuído nem colocado em 
disponibilidade, poderá ter exercício provisório em outro órgão, sob responsabilidade do SIPEC, até 
ocorrer o seu aproveitamento. 
 
2.4 DA SUBSTITUIÇÃO 
Ocorre a substituição nos casos de afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares de 
servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de 
Natureza Especial7, bem como pode ocorrer na vacância. Os substitutos são indicados no 
regimento interno, podendo também ser designados pelo dirigente máximo do órgão, caso silente 
o regimento. 
Observe e internalize que a substituição só ocorre para os cargos citados acima e não temos esse 
instituto para cargos de provimento efetivo. 
A substituição ocorre sem prejuízo do cargo ocupado pelo substituto, devendo apenas optar pela 
remuneração de um deles durante o período da substituição. 
Vale ressaltar que, passados mais de 30 dias consecutivos do impedimento do titular, o substituto 
não mais acumulará os cargos, e sim passará a exercer exclusivamente a substituição e receberá 
a retribuição pecuniária a que faz jus o titular do cargo. 
 
 
 
7 Cargos de assessoria direta a dirigentes superiores do executivo. 
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3. DOS DIREITOS E VANTAGENS 
 
3.1 DOS VENCIMENTOS E DA REMUNERAÇÃO 
Podemos conceituar o vencimento como a retribuição pecuniária pelo exercício do cargo público, 
tendo o seu valor fixado em lei. Pode ser considerado como o valor base. 
Já a remuneração é descrita como a soma do vencimento com as vantagens pecuniárias 
permanentes, também estabelecidas em lei, a que o servidor faz jus, sendo entendidas essas 
vantagens como a serem recebidas em razão do exercício ordinário das atribuições do cargo. Não 
há de se confundir com vantagens de caráter indenizatório, como as diárias e alguns adicionais não 
permanentes, como o de serviço extraordinário. 
A remuneração é irredutível, bem como não poderá ser inferior ao salário mínimo vigente. Observe 
que essa regra não é absoluta, vide o caso das remunerações acima do teto constitucional, o qual 
está descrito no art. 37, XI, da Constituição: 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos 
da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de 
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra 
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens 
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos 
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal 
do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e 
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal 
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio 
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder 
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e 
aos Defensores Públicos; 
 
O artigo 42 da lei 8.112/90 traz ainda um teto adicional, qual seja, a soma dos valores percebidos 
como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos 
Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal 
Federal. 
Ressalto que as seguintes vantagens são excluídas desse teto: 
 
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VANTAGENS EXCLUÍDAS DO TETO REMUNERATÓRIO 
Gratificação Natalina 
Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas 
Adicional pela prestação de serviço extraordinário 
Adicionais noturno e de férias 
 
Ainda sobre o assunto remuneração, a lei deixa claro que os cargos com atribuições iguais ou 
assemelhadas

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