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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Prévia do material em texto

Carlos Augusto da Silva Oliveira
Promotor de Defesa do Consumidor
Prof. Esp. em Direito Processual Civil
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	Século XVIII:
	Trouxe à civilização importantes conquistas, tais como:
	No campo tecnológico: início da revolução industrial com o capitalismo tomando grande impulso.
	No campo político: as “Grandes Revoluções” assentaram os ideais do iluminismo como diretrizes de construção dos Estados Modernos.
	No campo do Direito Penal: surgia a Escola Clássica, afirmando que o ser humano é possuidor de livre arbítrio, devendo ser punido pelos atos que conscientemente praticou e na proporção do mal causado à sociedade, obedecidos os princípios da reserva legal e do devido processo legal.
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	Nessa época, crianças e adolescentes eram submetidas às mesmas regras dos adultos para o julgamento e punição dos delitos praticados.
	Havia somente uma idade mínima – em geral, por volta dos 9 anos – para a aplicação do castigo.
	Entretanto, o cumprimento da pena se dava no mesmo local destinado aos adultos.
	Século XIX:
	Triunfo do positivismo científico (os fatos sociais deveriam seguir uma natureza precisa e científica). 
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	No Direito Penal surge a visão do delinquente como “doente social” fruto de sua constituição biológica (fatores endógenos) e do meio em que vivia (fatores exógenos).
	O delito era apenas o efeito dessas causas (reflexo).
	Para tanto, bastava que apresentasse “características” de criminoso (CESARE LOMBROSO).
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	Entretanto, os princípios da legalidade penal, da anterioridade e da tipicidade refrearam o impulso positivista, sendo consenso de que a democracia não poderia existir sem que o direito estatal de punir tenha essas limitações.
	Mas se essa regra funcionou para os adultos, crianças e adolescentes teriam um tratamento diferente.
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	Fim do Século XIX e início do Século XX:
	No Brasil surgem os primeiros programas oficiais de assistência à criança e ao adolescente.
	Fundado na cidade do Rio de Janeiro – RJ, o Instituto de Proteção à Infância, considerado o primeiro estabelecimento público para atendimento a crianças e adolescentes.
	Tem início a distinção técnica entre criança e menor.
	Criança: população infanto-juvenil incorporada à sociedade convencional.
	Menor: população infanto-juvenil em situação de vulnerabilidade social.
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	No Brasil surgem os primeiros programas oficiais de assistência à criança e ao adolescente.
	Por muito tempo o enfoque dado à criança e ao adolescente foi no sentido de controlar e proteger aqueles em situação de risco ou vulnerabilidade social.
	Primeiros diplomas legais de proteção:
	Lei 4.242, de 05.01.1921 – autorizou o governo a organizar o Serviço de Assistência e Proteção à Infância Abandonada e Delinquente.
	Esse mesmo diploma legal abria as portas à criação dos juízos de menores.
	Toda legislação anterior foi compilada no chamado Código de Menores, de 12.10.1927 (Código Mello Mattos). 
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	O antigo Código de Menores de 1927 (Dec. 17.943-A, de 12.10.1927), de certo modo associava pobreza à delinquência. PORÉM:
	Proibiu as “Rodas” para descartes de recém-nascidos.
	Aboliu o critério do “discernimento” (Prova da Maçã de Lubecca) e determinava que o menor ficasse aos cuidados dos pais até os 14 anos. Na impossibilidade a internação seria aplicada.
	Para aquele entre 14 e 18 anos, havia previsão de “internamento” desde que se tratasse de menor abandonado.
	Como dado positivo, destaca-se a previsão de defesa técnica para o então menor. 
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	1941, é criado o Serviço de Assistência Social ao Menor – SAM, no governo Vargas, órgão ligado ao Ministério da Justiça. Função: equivalente a atribuída ao sistema penitenciário comum. Única diferença: era voltado à população juvenil.
	Vigia a ideia de que o adolescente infrator era um criminoso comum, com processo diferenciado.
	1959: Assembleia Geral da ONU aprova, por unanimidade, a Declaração dos Direitos da Criança.
	Primeira grande evolução de mentalidade sobre o tema.
	Transformou o problema da criança em um desafio que implicava uma solução universal (pais e países tinham obrigação de proteger e educar suas crianças). Era uma declaração de princípios.
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	1964 – é extinto o SAM, órgão tipicamente repressivo.
	É estabelecida a Política Nacional do Bem-Estar do Menor (Lei 4.513/64), de caráter assistencialista.
	Tinha como órgão nacional a FUNABEM.
	1979 – aprovado o novo Código de Menores (Lei 6.697).
	Objetivava a proteção e vigilância às crianças menores e aos adolescentes em situação irregular (art. 2º, I a VI).
	O conjunto de medidas destinava-se, indistintamente, às pessoas menores de 18 anos, autoras de ato infracional, carentes ou abandonadas. 
	1980 - nesta década, em plena abertura política, surge no Brasil grande movimento em favor de uma nova concepção da infância e juventude.
	 
*
Histórico da Legislação Brasileira Aplicada à Criança e ao Adolescente
	Principais convenções:
	Convenção sobre os Direitos da Criança (Resolução nº 45/112 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 14/12/1990).
	Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção de Jovens Privados de Liberdade:
	 1) prevê o reconhecimento da criança como sujeito de direitos e não apenas como objeto de proteção; 2) recomenda a criação de uma justiça especializada e de um sistema processual adequado.
	1990 – editada a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA)
	Deu efetividade aos artigos 226 a 230 da CF/1988.
	Revogou o Código de Menores de 1979.
*
Estrutura do Código da Criança e do Adolescente
	O ECA está dividido em 2 livros:
	Livro I (Parte Geral)
	Livro II (Parte Especial)
	A Parte Geral contém 3 títulos: Disposições Preliminares, Direitos Fundamentais e Prevenção.
	Esta parte contém: 
	As matérias de natureza civil.
	Os direitos da criança e do adolescente em geral.
	As formas de colocação em família substituta.
	A definição de família natural.
*
Conceito de Criança e Adolescente no Estatuto
	Criança e Adolescente no âmbito do ECA.
	O ECA estabelece em seu artigo 2º os conceitos de criança e adolescente nos seguintes termos: 
	Criança: a pessoa até doze anos de idade incompletos.
	Adolescente: a pessoa entre doze e dezoito anos de idade.
	Critério da distinção: é o cronológico absoluto.
	O legislador levou em consideração apenas a idade. 
	A lei não levou em conta aspectos psicológicos e sociais.
	A palavra menor (pejorativa) foi substituída por criança e adolescente (de caráter genérico).
	Segundo a ONU os conceitos de criança e adolescente, bem como os limites etários variam de país a país.
	Importância prática da distinção (no tocante às medidas socioeducativas e colocação em família substituta):
*
Conceito de Criança e Adolescente no Estatuto
	Importância prática da distinção:
	A criança infratora não pode sofrer medida socioeducativa, apenas medida de proteção (ECA, arts. 98 e 101).
	O adolescente infrator sujeita-se a medida socioeducativa (ECA, art. 112).
	A oitiva do adolescente é necessária em sede de adoção (ECA, art. 45, § 2º). 
	Aplicação do ECA para pessoas entre 18 e 21 anos de idade (art. 2º, § único):
	É possível se presentes os seguintes requisitos:
	Como medida excepcional.
	Nos casos expressos em lei.
*
Conceito de Criança e Adolescenteno Estatuto
	Exemplos dessa incidência:
	ECA, art. 121, 5º (a desinternação será compulsória aos 21 anos de idade).
	ECA, art. 40 (adoção de maior de 18 anos, nas hipóteses em que o adotando já esteja sob a guarda dos adotantes).
	Atenção: em sede de ato infracional considera-se a idade do adolescente infrator à data do fato (ECA, art. 104, § único).
	Atenção: é pacífica a posição do STJ no sentido de que o Código Civil, ao reduzir a maioridade civil para 18 anos, não interferiu no art. 2º do ECA (HC 111994/RJ, j. 21.10.2008, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima).
*
Conceito de Criança e Adolescente no Estatuto
	Convenção sobre os Direitos da Criança (Res. 45/112, de 1990 da Assembleia Geral das Nações Unidas):
	Criança é toda pessoa menor de 18 anos de idade (art. 1º), salvo se a maioridade for alcançada antes pela lei do país.
	Não faz distinção entre criança e adolescente.
	Emenda Constitucional 65:
	Incluiu o jovem entre as pessoas protegidas pelo artigo 227 da Constituição Federal.
	Nem a CF/88 nem o ECA definiam quem era o jovem.
*
Conceito de Criança e Adolescente no Estatuto
	Lei 11.692/2008 – Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM.
	Programa é destinado a jovens de 15 a 29 anos de idade.
	A lei diz quem é o beneficiário mas não o define.
	Até que seja editado o Estatuto do Jovem, considera-se jovem a pessoa incluída naquela faixa etária. 
	Lei nº 12.852 de 05/08/2013 – Estatuto da Juventude
	Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas da juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUV
	Beneficiários: jovens de 15 a 29 anos.
	Proteção se fará sem prejuízo às disposições do ECA (art. 1º, § 2º).
	De 15 a 18 anos (ECA) e excepcionalmente o Estatuto da Juventude, quando couber.
*
Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Fonte primária dos princípios:
	A Constituição Federal.
	Finalidade dos princípios:
	Os princípios permitem melhor aplicação da matéria ante as regras de interpretação do Estatuto. (ECA, art. 6º)
	Estão positivados no ECA, em tratados e convenções internacionais.
	Interpretação dos princípios:
	Devem ser interpretados de forma sistemática com as garantias constitucionais previstas em favor da criança e do adolescente. (ECA, artigos 3º e 5º)
*
Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Principais princípios do ECA:
	Princípio da Prioridade Absoluta e Proteção Integral.
	Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
	Princípio da Participação Popular.
	Princípio da Excepcionalidade.
	Princípio da Brevidade.
	Princípio da Condição Peculiar de Pessoa em Desenvolvimento.
*
Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Princípio da Prioridade Absoluta e Proteção Integral:
	A proteção da criança e do adolescente é dever da família, da sociedade e do Estado. (CF, art. 227 e ECA, art. 4º)
	A prioridade consiste no reconhecimento de que a criança e o adolescente são o futuro da sociedade.
	Devem ser tratados com absoluta preferência em 4 aspectos : (Positivados no ECA, art. 4º)
	Primazia no recebimento de socorro em quaisquer circunstâncias.
	Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública.
*
Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas.
	Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
	 STF: é incabível a tese da reserva possível (RE 410715/SP.)
	Governo não pode alegar falta de verbas para construir escolas, p. exemplo.
	A “garantia de prioridade” será fiscalizada pelo MP.
	A Proteção Integral (ECA, art. 1º):
	É o oposto da antiga doutrina da situação irregular do Código de Menores de 1979, que considerava crianças e adolescentes apenas como objeto de medidas judiciais.
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Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Tem fundamento no art. 3º, 2, da Convenção sobre os Direitos da Criança, como segue:
	Os Estados-partes se comprometem a assegurar à criança a proteção e os cuidados necessários ao seu bem-estar, tendo em conta os direitos e deveres dos pais, dos tutores ou de outras pessoas legalmente responsáveis por ela e, para este propósito, tomarão medidas legislativas e administrativas apropriadas.
	A nova teoria, baseada na proteção dos direitos infanto-juvenis, garante proteção especial ao segmento considerado pessoal e socialmente sensível.
	Constituição Federal, art. 6º: a proteção à infância é vista como direito social.
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Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:
	É fundamento do Estado Democrático de Direito.
	Tem previsão na CF/88, art. 1º, inciso III.
	Para INGO WOLFGANG SARLET: trata-se da “própria condição humana (e, portanto, do valor intrínseco reconhecido às pessoas no âmbito de suas relações intersubjetivas) do ser humano, e desta condição e de seu reconhecimento e proteção pela ordem jurídico-constitucional” (in, Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1998, p. 147).
	A partir deste reconhecimento, tem-se que o indivíduo é o centro de inúmeras potencialidades.
	Desse modo, não pode ser “coisificado”.
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Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Princípio da Participação Popular:
	CF, art. 227, §§ 3º e 7º, c/c art. 204, II.
	Objetiva assegurar a participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas públicas e no controle de ações em todos os níveis relacionadas à infância e à juventude.
	Princípio da Excepcionalidade:
	CF, art. 227, § 3º, V.
	A medida privativa de liberdade será aplicada em caráter excepcional, não havendo outra mais adequada.
	Privilegia a aplicação de medidas em meio aberto, mantendo o adolescente no meio familiar. 
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Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Princípio da Brevidade:
	CF, art. 227, § 3º, V.
	Aplicado por ocasião da imposição de qualquer medida privativa de liberdade.
	Aplicada a medida privativa de liberdade, sua manutenção deve ser o mais breve possível.
	A privação da liberdade do adolescente deve perdurar somente pelo tempo necessário à sua ressocialização.
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Princípios do Direito da Criança e do Adolescente
	Princípio da Condição Peculiar de Pessoa em Desenvolvimento:
	ECA, art. 6º c/c LICC, art. 5º.
	Destinatário do direito da infância e da juventude é a criança e o adolescente.
	É alguém vivenciando um processo de formação e de transformação física e psíquica.
	As condições ofertadas a essa pessoa pela família, pela sociedade e pelo Estado serão marcantes na sua formação.
	Qualquer medida aplicada a ele deverá considerar que se trata de um sujeito especial em processo de formação.
*
*
Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente
	Direitos Sociais:
	Os direitos e garantias de crianças e adolescentes estão afirmados no art. 6º da CF de 1988: 
	Educação.
	Saúde.
	Trabalho.
	Lazer.
	Segurança.
	Previdência Social.
	Proteção à maternidade.
	Assistência aos desamparados.
*
*
Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente
	Tais direitos estão positivados no ECA, a saber:
	Direito à vida e à saúde (art. 7º).
	Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade (art. 15).
	Direito à convivência familiar e comunitária (art. 19).
	Da família natural (art. 25).
	Da família substituta (art. 28).
	Da guarda (art. 33).
	Da tutela (art. 36).
	Da adoção (art. 39).
	Direito à educação, à cultura, esporte e ao lazer (art. 53).
	Direito à profissionalização e proteção no trabalho (art. 60).
*
*
Direito à Vida e à Saúde
	Positivado no ECA, art. 7º:
	A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação depolíticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
	A proteção se inicia com o atendimento pré e perinatal. (ECA, art. 8º)
	Assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós natal para prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal (ECA, art. 8º, § 4º).
	Mesma assistência será devida às gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção (ECA, art. 8º, § 5º).
*
*
Direito à Vida e à Saúde
	Política de Aleitamento Materno
	ECA, art. 9º.
	É direito fundamental.
	Fruto da Declaração de Innocenti, de 1990 (Spedale – hospital - de Innocenti, Florença, Itália).
	Elaborada por um grupo de alto nível de formuladores de políticas de saúde de governos, agências bilaterais e ONU.
	Tem natureza jurídica de soft law (direito flexível, não positivado, sem força vinculativa). 
*
*
Direito à Vida e à Saúde
	Obrigações impostas a hospitais públicos e privados (ECA, art. 10):
	Manter registro das atividades desenvolvidas, por meio de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos.
	Identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras forma normatizadas pela autoridade administrativa competente.
	Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais.
	Fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato.
	Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
*
*
Direito à Vida e à Saúde
	Atendimento integral à saúde da criança e do adolescente através do SUS (ECA, art. 11):
	Acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
	Crianças e adolescentes portadores de deficiência receberão atendimento especializado.
	O Poder público deve fornecer, gratuitamente àqueles que necessitarem, medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
	Em caso de internação de criança ou adolescente, será assegurada a permanência integral de um dos pais ou responsáveis.
	Em caso de suspeita ou confirmação de maus tratos a criança ou adolescente, é obrigatória a comunicação ao Conselho Tutelar da localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
*
*
Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
	Positivado no ECA, art. 15:
	A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
	A liberdade, o respeito e a dignidade são direitos fundamentais da criança e do adolescente, assegurados na Constituição Federal e no Estatuto.
	 São valores intrínsecos que asseguram as condições que determinam o desenvolvimento da personalidade infanto-juvenil e sem os quais, o ser “frágil” tem frustrada sua evolução (Wilson Donizeti Liberati, in Comentários ao ECA, 2010).
*
*
Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
	Constitui o direito à liberdade (ECA, art. 16):
	Ir, vir e estar em logradouros públicos e espaços comunitários, salvo as restrições legais.
	Opinião e expressão.
	Crença e culto religioso.
	Brincar, praticar esportes e divertir-se.
	Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação.
	Participar da vida política, na forma da lei.
	Buscar refúgio, auxílio e orientação.
*
*
Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
	Constitui o direito ao respeito (ECA, art. 17):
	O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
	Dever imposto a todos (ECA, art. 18):
	Velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
*
*
Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
	O Direito à Liberdade e o Toque de Recolher:
	 O toque de recolher é medida restritiva do direito de locomoção de crianças e adolescentes, a partir de certo horário no período noturno.
	É medida determinada por alguns juízes, através de portarias, com fundamento no art. 149, I, do ECA.
	Trata-se de medida violadora do direito à liberdade, cuja questão foi pacificada pelo STJ ao julgar o HC 207720, rel. Min. Antônio Herman Benjamim, julgado em 01.12.2011.
	Para o STJ, embora louváveis as preocupações dos magistrados sobre a questão, é ilegal a portaria de magistrado que estabelece toque de recolher a menores.
*
*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Positivado no ECA (art. 19):
	Toda criança e adolescente tem o direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.
	Importância da família: 
	A família é o primeiro agente socializador do ser humano. A falta de afeto e de amor da família agravará para sempre seu futuro (Liberati).
	Cabe aos pais a responsabilidade pela formação e proteção dos filhos.
	Essa responsabilidade advém não só pela detenção do poder familiar, mas pelo dever de garantir-lhes os direitos fundamentais assegurados pela CF/88, art. 227). 
*
*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Excepcionalmente a criança e o adolescente poderá ser colocado em família substituta, nas hipóteses de inexistência ou desconhecimento dos membros da família natural ou quando a permanência deles no seio de sua família nuclear seja altamente prejudicial a seus interesses.
	Assistência Familiar (CF/88, art. 226, § 8º):
	Visa garantir a manutenção do menor no seio de sua família natural, livre de qualquer ameaça ou lesão a sua saúde ou integridade física.
	Cabe ao Estado assegurar a assistência à família, na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
	A pobreza não é mais fundamento para suspensão ou extinção do poder familiar.
*
*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Ideias gerais traçadas pelo ECA a partir da CF/88:
	Em regra, toda criança ou adolescente tem direito de ser criado no seio de sua família biológica (ECA, art. 19).
	Só por exceção, poderá haver colocação da criança ou adolescente em família substituta (ECA, art. 19).
	A permanência ou colocação da criança ou adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 02 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária (ECA, art. 19, § 2º).
	Os filhos, pouco importa se havidos dentro ou fora do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos (ECA, art. 20).
	Família natural é conceito expresso no ECA e significa a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes (CF, art. 226, § 4º e ECA, art. 25).
*
*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Família substituta é forma de proteção da criança ou do adolescente e se dará sempre de maneira excepcional, por meio de três modalidade: tutela, guarda e adoção (ECA, art. 28).
	A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência (art. 19, § 3º) 
	Família extensa ou ampliada é aquela que se estende para além da unidade de pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescenteconvive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (ECA, art. 25, § único).
	Poder Familiar:
	É o poder-dever de criar e educar os filhos.
	Tem fundamento na CF/88, art. 226, § 5º, mas estende-se por outros diplomas legais infraconstitucionais, inclusive o ECA (art. 21) e o Código Civil (art. 1.630).
*
*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	A separação, o divórcio ou a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos (Código Civil, art. 1.632).
	Caso o filho não tenha sido reconhecido pelo pai, ficará sob o poder familiar exclusivo da mãe; caso ela não seja conhecida ou seja incapaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor (Código Civil, art. 1.633).
	Deveres dos pais:
	CF/88, art. 229: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
	ECA, art. 22: “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.
 
*
*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Código Civil, art. 1.634: 
	Ampliou os deveres e direitos dos pais sobre os filhos menores.
	Rol alcança, inclusive, terceiros que ilegalmente os detenham.
	Perda e suspensão do poder familiar:
	É medida aplicada aos pais ou responsável que permitem ou contribuem para a ocorrência de situação de risco pessoal de seus filhos ou pupilos.
	A falta ou carência de recursos materiais (a pobreza), não é motivo para a perda ou suspensão do poder familiar (ECA, art. 23).
	A suspensão do poder familiar é medida temporária, podendo os pais serem reabilitados se cessados os motivos que determinaram a medida.
	O procedimento será sempre judicial e contraditório (ECA, art. 24).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	A perda ou destituição do poder familiar tem eficácia duradoura, só podendo ser restabelecida através de procedimento judicial contencioso. 
	Hipóteses de suspensão:
	Código Civil, art. 1.637.
	Causas estão relacionadas com abuso do poder familiar ou a condenação por sentença penal irrecorrível a pena que exceda dois anos de prisão.
	Hipóteses de perda ou destituição:
	Código Civil, art. 1.638.
	Hipóteses de extinção :
	Código Civil, art. 1.635.
	A extinção é causa normal de encerramento do poder familiar.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Procedimentos para extinção e suspensão do poder familiar.
	Antes, deve se distinguir as causas de extinção “lato sensu” sem responsabilidades das causas com responsabilidades.
	Extinção sem responsabilidades:
	Ocorre por causas naturais (fatos jurídicos) ou por atos de vontade (atos jurídicos).
	Extinção do poder familiar (Código Civil, art. 1.635, I a IV):
	Pela morte dos pais ou do filho.
	Pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único.
	Pela maioridade.
	Pela adoção.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Extinção com responsabilidades:
	Suspensão do poder familiar (CC, art. 1.637):
	As causas estão relacionadas com abuso do poder familiar ou a condenação por sentença penal irrecorrível a pena que exceda dois anos de prisão.
	Destituição ou perda do poder familiar (CC, 1.635, V, e 1.638):
	Castigar imoderadamente o filho.
	Deixar o filho em abandono.
	Praticar atos contrários à moral e aos bons costumes.
	Incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente (autorizadoras da suspensão do poder familiar).
	Obs: o rol é meramente exemplificativo.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Procedimento nas hipóteses de extinção sem consequências:
	Tratando-se de fatos jurídicos (causas naturais), não há falar-se em procedimento para extinção do poder familiar.
	A extinção do poder familiar opera-se automaticamente com a morte dos pais ou do filho e pelo advento da maioridade.
	Se a extinção resulta de um ato jurídico (ato de vontade), deverá ser obedecido o rito específico.
	Emancipação (CC, art. 5º, § único).
	Adoção (ECA, art. 39) 
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Procedimento nas hipóteses de extinção com consequências:
	Nas hipóteses de suspensão ou perda do poder familiar o procedimento será idêntico para ambos os casos (ECA, arts. 155 a 163).
	Depende de manifestação judicial em procedimento contraditório (ECA, art. 24).
	Início do procedimento:
	Não pode ser iniciado de ofício (ECA, art. 155).
	Deve ser provocado pelo Ministério Público ou por quem tenha legítimo interesse.
	Conf. CPC, art. 3º e CC/1916, art. 76, entenda-se: “interesse de natureza jurídica, moral ou econômica”.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Legitimados:
	O Ministério Público.
	 Os parentes da criança e do adolescente [ascendentes, colaterais ou afins, até o quarto grau].
	O terceiro a quem houver sido confiada a guarda.
	O pretendente de tutela e adoção.
	O interessado na tutela inibitória sem capacidade postulatória deverá constituir advogado.
	Juízo Competente:
	Vara da Infância e da Juventude (ECA, art. 98, II).
	Competência exclusiva, quando o direito da criança ou adolescente for violado ou ameaçado por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Petição Inicial. Requisitos (ECA, art. 156 c/c CPC art. 282):
	Autoridade a que for dirigida (ECA, art. 146)
	O nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido.
	A qualificação é dispensada se o requerente for o MP.
	Exposição sumária do fato e do pedido.
	As provas que serão produzidas, inclusive com indicação do rol de testemunhas e documentos.
	A citação do requerido.
	Quanto às testemunhas vale o disposto no art. 407 do CPC, podendo as partes arrolarem até 10 (dez) testemunhas.
	O juiz poderá limitar o número a três testemunhas para cada fato, dispensando as demais (CPC, art. 407, § único).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	O pedido:
	O pedido do autor é o objeto da ação. 
	Deverá ser apreciado pelo órgão jurisdicional, que determinará a entrega ou não da prestação jurisdicional.
	O pedido deve ser certo e determinado (CPC, art. 286).
	Deve haver ambas as qualidades, fundamentais para a exata identificação do objeto da ação.
	O pedido deverá, também, reger-se pela disposição do art. 24 e inserir-se nas hipóteses do art. 22, ambos do ECA.
	Note:
	Em todos os procedimentos, deve-se ter sempre em vista sua finalidade: os interesses supremos da criança e do adolescente.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Concessão de tutela de urgência:
	É admissível, desde que haja motivo grave (ECA, art. 157).
	Trata-se de medida urgente e provisória.
	Objetivo: assegurar os efeitos os efeitos de uma providência principal, que está sob risco de eventual demora.
	Pode ser decretada a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa.
	A criança ou adolescente será confiada a pessoa idônea, mediante Termo de Responsabilidade (ECA, art. 157).
	Obrigatória a oitiva do Ministério Público [se este não houver proposto a ação].
	A medida acautelatória, liminar ou incidental, é deferida nos autos da ação principal.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Hipótese do art. 130 do ECA:
	Trata-se de situação extrema. 
	Define a gravidade dos atos praticados pelos pais ou responsável.
	Maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável.
	Qualquer outro motivo grave.
	Determina a regularização da situação atravésde medida cautelar.
	Objetivo: obrigar o agressor a abandonar o lar.
	 A medida será deferida em ação cautelar.
	Nos demais casos, observar-se-á o disposto no art. 157 do ECA.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Da citação (ECA, art. 158 c/c CPC, art. 213):
	É ato essencial para a validade do processo (CPC, art. 214).
	Far-se-á nas modalidades previstas no CPC.
	Mandado ou edital.
	Prazo para contestação: 10 dias.
	Para a citação editalícia devem ser esgotados todos os meios para a citação pessoal (por mandado) do requerido (ECA, art. 158).
	Se o réu não puder pagar advogado, deverá requerer em cartório que lhe seja designado um dativo (assistência judiciária).
	Neste caso, o prazo para resposta contará da intimação do advogado dativo (ECA, art. 159).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Roteiro após a citação válida.
	Não apresentação de resposta:
	Incide a regra do art. 161, caput, do ECA e seus parágrafos.
	Hipótese de julgamento antecipado da lide (CPC, art. 330, I).
	Não incidência dos efeitos da revelia [direitos indisponíveis).
	Os autos irão com vista ao MP para manifestação em 05 dias [exceto quanto o Parquet for o requerente].
	Juiz decidirá em igual prazo.
	Se necessário, o juiz determinará estudo social do caso ou perícia por equipe multiprofissional, além de oitiva de testemunhas.
	Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou do adolescente (ECA, art. 161, § 3º).
	A medida possibilita que opinem sobre seu futuro guardião.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Apresentada a resposta:
	Incide a regra do art. 162, caput, do ECA e seus parágrafos.
	Os autos irão com vista ao MP para manifestação em 05 dias [exceto quanto o Parquet for o requerente].
	Designação, desde logo, de audiência de instrução e julgamento.
	Juiz poderá, de ofício ou a requerimento da parte, determinar a realização de estudo social, ou se possível, de perícia por equipe interprofissional.
	Na audiência, presentes as partes, serão colhidas todas as provas (depoimentos, perícias, parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito).
	A sentença será proferida na própria audiência. 
	Excepcionalmente será designada data para leitura em 05 dias (ECA, art. 162, § 2º).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Prazo para conclusão do procedimento:
	O prazo máximo para conclusão é de 120 dias (ECA, art. 163, caput).
	Averbação da sentença (ECA, art. 163, § único):
	A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.
	A providência afigura-se nitidamente discriminatória, cabendo ao juiz que decretou a inibição do poder familiar impedir a expedição de certidões que contenham averbações com designações discriminatórias.
	CF/88, art. 227, § 6º.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Família Natural e Família Substituta
	Família natural (CF/88, art. 226, § 4º e ECA, art. 25):
	Compreende aquela comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
	É preferência orientada pelo ECA que crianças e adolescentes permaneçam com sua família natural.
	É medida de exceção a colocação de criança e adolescente em família substituta.
	Família extensa ou ampliada (ECA, art. 25, § único):
	É aquela que se estende para além dos filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
	Objetivo: preservar os laços que, efetivamente, unem os familiares e que não se limitam apenas aos ascendentes e descendentes.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Reconhecimento dos Filhos. Regulamentação:
	ECA, art. 26.
	Lei nº 8.560/92.
	Código Civil, arts. 1.607 a 1.617.
	Lei 8.560/92, art. 1º:
	Os filhos havidos foram do casamento poderão ser reconhecidos:
	No registro de nascimento.
	Por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório.
	Por testamento, ainda que incidentalmente manifestado.
	Por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Código Civil:
	O reconhecimento poderá ser feito pelos pais, de maneira conjunta ou separadamente (art. 1.607).
	O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes (art. 1.609).
	O reconhecimento é irrevogável e mesmo que feito em testamento revogado continua o testamento a produzir efeitos neste aspecto particular (art. 1.610).
	O reconhecimento é incondicional, sendo ineficazes a condição e o termo apostos no ato do reconhecimento (art. 1.613).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Tratando-se de filho havido fora do casamento, reconhecido este filho por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro (art. 1.611).
	Caso o filho a ser reconhecido seja maior de idade, somente poderá sê-lo com o seu consentimento (art. 1.614).
	O filho menor reconhecido poderá impugnar esse reconhecimento nos quatro anos que se seguirem à maioridade ou à emancipação (art. 1.614).
	ECA:
	Reconhecimento voluntário:
	Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação (art. 26, caput).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Reconhecimento judicial:
	O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercido os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça (art. 27). 
	A investigação de paternidade é direito:
	personalíssimo (só pode ser exercido pelo filho; se menor, será representado ou assistido, conf. ECA, art. 142).
	indisponível (não pode ser objeto de renúncia ou de transação).
	Imprescritível (a ação judicial poderá ser proposta a qualquer tempo).
	“Iniciada, porém, a ação pelo filho natural, e morto ele pendente lite, seus herdeiros podem com ela prosseguir, habilitando-se no respectivo processo, na forma prevista na lei processual” (Caio Mário).
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Investigação Administrativa e Judicial:
	Investigação Administrativa da Paternidade:
	Instituída pela lei nº 8.560/92.
	Lavrado o assento de nascimento apenas com o nome da mãe, forma-se expediente, com a indicação do suposto pai, que será encaminhado ao juiz.
	Se possível o juiz ouvirá a mãe sobre a paternidade alegada e mandará, em qualquer caso, notificar o suposto pai, independente de seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída.
	No caso do suposto pai confirmar expressamente a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e remetida certidão ao oficial do registro, para a devida averbação.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade.
	Legitimidade do Ministério Público:
	Art. 2º, §§ 5º e 6º, da Lei nº 8.560/92.
	Reafirmada após a edição da Lei nº 12.010/2009.
	Substituto processual.
	Nas hipóteses previstas no § 4o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se,após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.
	A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Investigação Judicial da Paternidade:
	Promovida perante a Vara da Família.
	A criança e o adolescente autores serão representados ou assistidos por sua genitora.
	Pode ser cumulada com pedido de alimentos provisórios.
	Reconhecimento de filho adulterino a matre:
	Mater semper certa est.
	Pater vero is est, quem nuptiae demonstrant.
	A origem materna da filiação sempre foi considerada óbvia.
	O pai biológico pode reconhecer o filho adulterino a matre, apesar da presunção de que o pai verdadeiro é aquele que as núpcias atestam.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Antes da CF/88 era proibida a investigação da maternidade da suposta mãe com a finalidade de atribuir-lhe prole ilegítima, quando ela era casada, ou prole incestuosa, quando ela era solteira (CC/1916, arts. 364 e 358).
	Com a CF/88, art. 227, § 6º, desapareceu a restrição imposta pelo Código Civil de 1916.
	O reconhecimento da filiação é direito personalíssimo do filho.
	Súmula 149 do STF: A ação que investiga a paternidade ou a maternidade é imprescritível e pode ser intentada em qualquer tempo.
 
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Da Família Substituta (ECA, art. 28):
	A família natural é a primeira comunidade da criança.
	Sua permanência nela deve ser mantida, sempre que possível, mesmo apresentando carências financeiras.
	Se a família natural, por algum motivo, desintegra-se, colocando em risco a situação da criança e do adolescente, surge, então, a família substituta.
	A família substituta, supletivamente, tornará possível a integração social da criança e do adolescente.
	Formas de colocação em família substituta:
	Guarda, Tutela e Adoção.
	É medida excepcional, pois, em regra, prefere-se a família natural.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	Regras gerais atinentes à família substituta (ECA, art. 28):
	Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.
	Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
	Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. 
	Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
*
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
	A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
	Criança ou adolescente indígena ou quilombola:
	Que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal.
	Que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia.
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*
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	A intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
	Família substituta internacional (ECA, art. 31):
	É medida excepcionalíssima.
	Somente admissível na modalidade de adoção.
	Prioriza-se o nacional na colocação em família substituta. 
	Vedação ou incompatibilidade (ECA, arts. 29 e 30):
	 Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária
	A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
	Juízo competente:
	 Vara da Infância e da Juventude.
	Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos (ECA, art. 32).
*
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Colocação em Família Substituta
	Da guarda (ECA, art. 33):
	É modalidade de colocação em família substituta.
	Obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente.
	Confere a seu detentor (guardião) o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
	Tem caráter transitório.
	Poderá ser deferida para instituição (ECA, art. 34, § 1º).
	Finalidade da guarda:
	Regularizar a posse de fato da criança ou adolescente.
	Pode ser deferida liminar ou incidentalmente nos procedimentos de tutela e adoção, exceto nos de adoção por estrangeiros (ECA, art. 33, § 1º).
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Colocação em Família Substituta
	Modalidades de guarda no Estatuto:
	Guarda de fato e guarda de direito. 
	A guarda de direito pode ser: provisória, permanente e especial.
	Guarda de fato:
	É posse de fato e não decorre de qualquer decisão judicial.
	Resulta de uma situação real.
	A criança ou adolescente é simplesmente acolhido por terceiros e passa a conviver com eles.
	Não é prevista especificamente pelo ECA.
	O ECA trata-a como uma das finalidades da guarda nele regulamentada (ECA, art.33, § 1º).
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Colocação em Família Substituta
	Guarda provisória (ECA, art. 33, § 1º):
	É a que ocorre nos processos de tutela e adoção (exceto na hipótese de adoção por estrangeiros).
	A guarda caracteriza-se pela sua transitoriedade.
	Pode ser deferida como medida preparatória na ação de tutela ou adoção.
	Nessa hipótese será deferida liminarmente ou no curso da ação. 
	Se deferida no curso da ação a medida será incidental.
	Poderá ser conferida fora dos casos de tutela e adoção para atender a casos urgentes, situações peculiares, ou para suprir eventual falta dos pais.
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Colocação em Família Substituta
	Guarda permanente (ECA, art. 33, § 2º):
	A guarda caracteriza-se por ser medida transitória.
	Entretanto, pode ser deferida de forma permanente para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável.
	É medida excepcional deferida fora dos casos da tutela ou adoção.
	Embora vigore por prazo indeterminado, poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público (ECA, art. 35).
	Os poderesde representação para a prática de certos atos outorgados aos detentores da guarda é novidade trazida pelo ECA, pois o art. 1.634 do CC a conferia apenas aos pais, tutores e curadores.
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Colocação em Família Substituta
	Guarda especial (ECA, art. 34):
	É a modalidade disciplinada no artigo 34 do Estatuto.
	Objetiva a colocação sob o regime de guarda de criança e adolescente que tenha sido afastado do convívio familiar.
	Tem como foco “crianças e adolescentes de difícil colocação, excluídos ordinariamente da tutela e adoção, pela falta de interessados” (Munir Cury).
	O ECA estabelece que o Poder Público deverá estimular essa forma de guarda.
	Uma das fórmulas desse incentivo vem prevista no art. 260 do ECA, que prevê abatimento do Imposto de Renda nas doações feitas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente (nacional, estaduais e municipais).
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Colocação em Família Substituta
	Guarda familiar (ou especial) :
	É aquela oriunda de programas de atendimento, que pode atender às necessidades peculiares de abrigamento, de caráter excepcional e não-jurisdicional, previstas no art. 33, 2º, do ECA (Liberati).
	É outorgada a casal ou família que recebe a criança ou adolescente em seu seio, provisoriamente, por ordem da autoridade judiciária, para dela cuidar, assistir e prestar todo tipo de assistência material, moral, espiritual e emocional, se, a finalidade de se tornar definitiva (Liberati).
	Vem sendo utilizada em apoio à guarda judicial.
	É também chamada de famílias de apoio, casais hospedeiros, casas-lares, lar vicinais, creche domiciliar etc.
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Colocação em Família Substituta
	Efeitos da guarda (ECA, art. 33, § 3º):
	A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
	Tempos atrás era comum o pedido de guarda apenas para inclusão de criança ou adolescente como destinatário de algum benefício previdenciário, sem que houvesse a guarda de fato.
	Essa prática era denominada de guarda para fins previdenciários.
	Lei nº 9.528/97, excluiu o menor sob guarda do rol de dependentes do segurado elencados no artigo 16 da Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91).
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Colocação em Família Substituta
	Procedimento para o pedido de guarda:
	Guarda Judicial:
	Tem seu procedimento estabelecido nos artigos 165 a 170 do ECA.
	É procedimento contraditório.
	Tem lugar não havendo concordância de um dos genitores ou de ambos.
	Hipótese de Consenso:
	Havendo consenso entre os genitores, ou na hipótese de haverem sido destituídos do poder familiar ou tenham falecido, o procedimento contraditório não é prescindível.
	O pedido pode ser feito diretamente em cartório.
	Havendo concordância dos pais, eles serão ouvidos pelo juiz e pelo Ministério Público (ECA, art. 166).
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Colocação em Família Substituta
	Guarda no Código Civil:
	O Código Civil não posicionou a guarda em capítulo próprio.
	Localizou-a entre as obrigações parentais (CC, arts. 1.630 e 1.631).
	O Código Civil não trata da guarda de criança e adolescentes em situação de risco pessoal e social (ECA, art. 98).
	 A CF, art. 226, § 5º, introduziu a igualdade dos deveres parentais, possibilitando o acolhimento da guarda compartilhada ou conjunta.
	Lei nº 13.058/2014: alterou os artigos 1.583, 1.584, 1.585 1.634 do Código Civil, para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação.
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Colocação em Família Substituta
	Atenção:
	A responsabilidade paterna não se extingue com o deferimento da guarda a um dos cônjuges ou companheiro por ocasião da separação ou divórcio.
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Colocação em Família Substituta
	Da Tutela (ECA, art. 36):
	A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
	“É o conjunto de poderes e encargos conferidos pela lei a um terceiro, para que zele pela pessoa de um menor que se encontra fora do pátrio poder [hoje poder familiar], e lhe administre os bens” (Sílvio Rodrigues).
	É forma de colocação em família substituta e tem caráter assistencial que visa substituir o poder familiar.
	É um encargo, um munus, imposto pelo Estado a alguém.
	Objetivo: suprir a incapacidade em face da idade do tutelado.
	Requisito: Pressupõe prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar (ECA, art. 36, § único).
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Colocação em Família Substituta
	“Constitui medida de proteção com intensidade maior que a guarda, pois pressupõe a perda ou suspensão do poder familiar, visando proteger os interesses do incapaz por meio da concessão de poderes ao tutor para reger e administrar os bens da criança e do adolescente” (Fuller, Paulo Henrique et al).
	O deferimento da tutela implica, também, o dever de guarda.
	É consequência da concessão dos poderes conferidos ao tutor em razão da perda ou suspensão do poder familiar dos pais.
	A tutela está regulamentada no art. 1.728 e segs. do CC.
	Os filhos menores serão postos em tutela: a) com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes: b) em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
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Colocação em Família Substituta
	Espécies de Tutela:
	Testamentária, Legítima e dativa.
	Tutela Testamentária (CC, art. 1.729):
	Dispõe que o direito de nomear tutor aos filhos menores compete aos pais, em conjunto. 
	A nova lei retirou os demais personagens citados no art. 407 do CC/1916: avô paterno e avô materno.
	A nomeação deve constar de testamento ou qualquer outro documento idôneo.
	Controle judicial do ato: ingresso do pedido pelo tutor após 30 dias da abertura da sucessão (ECA, art. 37).
	Será nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo da morte, não tinha o poder familiar (CC, art. 1.730).
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Colocação em Família Substituta
	Tutela Legítima (CC, art. 1.731):
	Dispõe que, na ausência de tutor nomeado pelos pais, o juiz poderá deferir a tutela aos parentes consanguíneos do menor, na seguinte ordem:
	Aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto.
	Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.
	Da leitura do inciso II do art. 1.731 do CC, colhe-se que a ordem ali estabelecida não é absoluta, cabendo ao juiz escolher, dentre os tutores em potencial, aquele que melhor se amolda ao exercício do munus, em benefício do menor.
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Colocação em Família Substituta
	Tutela Dativa (CC, art. 1.732):
	Dispõe que, na falta ou na impossibilidade de nomeação de tutor testamentário ou legítimo, ou quando estes forem excluídos ou escusados da tutela, ou, ainda, quando removidos da tutela por falta de idoneidade, o juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor. 
	Anote:
	Em se tratando de irmãos órfãos dar-se-á um só tutor. Se mais de um for nomeado por disposição testamentária sem indicação de precedência, entende-se que a tutela foi concedida ao primeiro, devendo os outros suceder-lhe pela ordem de nomeação, em caso de morte, incapacidade, escusa ou qualquer impedimento (CC, art. 1.733).
	Crianças e adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo juiz ou incluídos em programa de colocação familiar na forma prevista pelo ECA (CC, art. 1.734).
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Colocação em Família Substituta
	Quem não pode exercer a tutela (CC, art. 1.735):
	Aqueles quenão tiverem a livre administração de seus bens.
	Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor.
	Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela.
	Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou costumes, tenham ou não cumprido a pena.
	As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores.
	Aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela. 
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Colocação em Família Substituta
	Escusa da Tutela:
	O Código Civil estabeleceu duas modalidades de escusa, uma que diz respeito a quem não é parente do menor e outra que se refere a qualquer pessoa.
	Art. 1.737 (relativa a quem não é parente do menor)
	Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente idôneo, consanguíneo ou afim, em condições de exercê-la.
	Art. 1.736 (relativa a qualquer pessoa)
	As mulheres casadas.
	Maiores de 60 anos.
	Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos.
	Os impossibilitados por enfermidade.
	Aqueles que habitarem lugar longe onde se haja de exercer a tutela.
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Colocação em Família Substituta
	Aqueles que já exerceram tutela ou curatela.
	Militares em serviço.
	Prazo para apresentar a escusa:
	A escusa deve ser apresentada nos 10 (dez) dias subsequentes à intimação da designação (embora o art. 1.738 fale em 10 dias a contar da designação).
	A não apresentação da escusa no prazo importa em renúncia ao direito de alegá-la.
	Se o motivo da escusa ocorrer depois de aceita a tutela, o prazo de 10 (dez) dias contar-se-á da data em que ele ocorrer.
	Não aceita a escusa pelo juiz, o nomeado exercerá a tutela até que seja dado provimento ao recurso interposto, respondendo desde logo o tutor pelas perdas e danos que ocorrerem (CC, art. 1.739).
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Colocação em Família Substituta
	Funções e poderes resultantes da tutela (CC, art. 1.740):
	Dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condição.
	Reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correção.
	Adimplir os demais deveres que normalmente cabe aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar 12 anos de idade.
	Outras funções estabelecidas no Código Civil:
	 Art. 1.741
	Incumbe ao tutor, sob inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé .
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Colocação em Família Substituta
	Art. 1.747
	Representar o menor, até os 16 anos, e assisti-lo após essa idade, nos atos em que for parte.
	Receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas.
	Fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e melhoramento de seus bens.
	Alienar os bens do menor destinados a venda.
	Promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz. 
	Art. 1.748 
	(caso possua autorização judicial, poderá o tutor)
	Pagar as dívidas do menor.
	Aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos.
	Transigir.
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Colocação em Família Substituta
	Vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido.
	Propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.
	Anote:
	Se o tutor praticar um dos atos acima sem autorização judicial, a eficácia do ato dependerá de ulterior aprovação do juiz (CC, art. 1.748, § único).
	Mesmo com autorização judicial, não pode o tutor sob pena de nulidade (CC, art. 1.749):
	Adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor.
	Dispor dos bens do menor a título gratuito.
	Constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
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Colocação em Família Substituta
	Garantias sobre o patrimônio do tutelado:
	O Código Civil estabeleceu uma série de medidas objetivando proteger o patrimônio do tutelado. Dentre elas, podemos citar:
	Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.
	Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor.
	A figura do protutor existia no direito romano, correspondendo à figura do gestor dos negócios do menor ou pupilo.
	Os fiscais do exercício da tutela são o Ministério Público e o juiz.
	Entretanto, o Código Civil criou mais uma instância verificatória para a comprovação da prestação de contas do tutor. 
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Colocação em Família Substituta
	Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e de seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.
	Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor declarará tudo o que o menor lhe deva, sob pena de não poder lhe cobrar, enquanto exerça a tutoria, salvo provando que não conhecia o débito quando a assumiu.
	Art. 1.754. Os valores que existirem em estabelecimento bancário oficial, na forma acima, não se poderão retirar, senão mediante ordem do juiz, e somente: para as despesas com o sustento e educação do tutelado, ou a administração de seus bens, para se comprarem bens imóveis e títulos, obrigações ou letras, conforme acima, para se empregarem de acordo com o disposto por quem os houver doado ou deixado; para se entregarem aos órfãos, quando emancipados, ou maiores, ou, mortos eles, aos seus herdeiros.
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Colocação em Família Substituta
	Responsabilidade do Juiz e do Tutor:
	Ainda como forma de proteção dos bens do menor, o Código Civil, em dois artigos, fixa a responsabilidade do juiz e do tutor, da seguinte forma:
	Responsabilidade direta e pessoal do juiz: 
	Quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver feito oportunamente (CC, art. 1.744).
	Responsabilidade subsidiária do juiz:
	Quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, ao se tornar suspeito (CC, art. 1.744).
	Responsabilidade do tutor:
	O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exercício da tutela, salvo no caso do artigo 1.734 (criança e adolescente cujos pais sejam desconhecidos), e a perceber remuneração proporcional à importância dos bens administrados (CC, art. 1.752).
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Colocação em Família Substituta
	Responsabilidade quanto a terceiros:
	São solidariamente responsáveis pelos prejuízos aqueles a quem competia fiscalizar a atividade do tutor e aqueles que concorreram para o dano (CC, art. 1.752, § 2º).
	É a hipótese, por exemplo, do representante do MP.
	Cessação da Tutela e da Tutoria:
	A condição de tutelado cessará (CC, art. 1.763):
	Com a maioridade ou emancipação do menor.
	Ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção.
	A função do tutor cessará (CC, art. 1.764):
	Ao expirar o termo, em que era obrigado a servir.
	Ao sobrevir escusa legítima.
	Ao ser removido.
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Colocação em Família Substituta
	Remoção do tutor. Hipóteses:
	Caso descumpra injustificadamente determinação judicial ou os deveres de sustento, guarda e educação do tutelado (ECA, art. 38 c/cart. 24).
	Quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade (CC, art. 1.766).
	Quando condenado, em ação de prestação de contas, a pagar o saldo de sua administração e não o fizer no prazo legal (Novo CPC, art. 553).
	Anote: 
	O tutor é obrigado a servir pelo prazo de 2 anos, podendo continuar no exercício da tutela, além do prazo previsto neste artigo, se o quiser e o juiz julgar conveniente ao menor (CC, art. 1.765).
	Procedimento de destituição da tutela:
	Deve observar o contraditório, com oportunidade de ampla defesa ao tutor (ECA, art. 38).
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Colocação em Família Substituta
	O procedimento vem previsto nos artigos 761 a 763 do Novo CPC.
	Legitimidade: Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
	Em caso de extrema gravidade, poderá o juiz suspender o tutor de suas funções, nomeando substituto interino (Novo CPC, art. 762).
	Prestação de contas pelo tutor:
	É obrigatória, mesmo que a tutela tenha sido instituída pelos genitores e estes a tenham dispensado (CC, 1.755).
	Tem por objetivo garantir o patrimônio do tutelado.
	Ao fim de cada ano de administração, os tutores submeterão ao juiz o balanço respectivo, que, depois de aprovado, se anexará aos autos do inventário (CC, art. 1.756).
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Colocação em Família Substituta
	As contas deverão ser prestadas de dois em dois anos, e também quando, por qualquer motivo o tutor deixar o exercício da tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente (CC, art. 1.757)
	Cessada a tutela pela emancipação ou maioridade subsiste o dever de prestar contas até sua aprovação pelo juiz, não produzindo efeitos a quitação oferecida pelo menor enquanto não aprovadas as contas pelo magistrado (CC, art. 1.758).
	Seja qual for o caso, as despesas com a prestação de contas serão pagas pelo tutelado (CC, art. 1,761).
	Caso morra o tutor, seja declarado ausente ou interdito, o dever de prestar contas passará a seus herdeiros ou representantes (CC, art. 1.759).
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Colocação em Família Substituta
	Procedimento:
	Está previsto no artigo 1.757, § único, do Código Civil.
	Especialização de Hipoteca Legal:
	Não mais se exige como condição para o exercício da tutela.
	O tutor não será obrigado a onerar seu patrimônio para que possa exercer o encargo que lhe foi confiado.
	Todavia, se o patrimônio do tutelado for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício da tutela à prestação de caução suficiente, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade (CC, art. 1.745, § único).
	Anote: O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico (CC, art. 1.729, § único), deverá, no prazo de 30 dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato (ECA, arts. 37), observado o procedimento previsto nos artigos 165 a 170 do ECA.
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Colocação em Família Substituta
	Da Adoção (ECA, art. 39 a 52-D): 
	É uma ficção jurídica que cria o parentesco civil. É um ato jurídico bilateral que gera laços de paternidade e filiação entre pessoas para as quais tal relação inexiste naturalmente. (ARNOLDO WALD).
	A Lei nº 12.010/2009 trouxe enormes modificações ao instituto da adoção no ECA, tornando-o praticamente absoluto em relação a matéria.
	Essa lei deu nova redação aos artigos 1.618 e 1.619 do Código Civil, além de revogar os artigos 1.620 a 1.629.
	Hoje se tem o seguinte quadro:
	Adoção do menor, criança ou adolescente: regime do ECA.
	Adoção do maior de 18 anos: regime do CC, que nada prevê especificamente nos três artigos, incidindo o ECA, no que couber.
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Colocação em Família Substituta
	Manteve-se a ideia de que a adoção continua sendo medida de caráter excepcional e irrevogável (ECA, art. 39, § 1º).
	A adoção internacional somente será deferida quando não houver pessoas ou casais brasileiros habilitados à adoção (ECA, art. 50, § 10).
	Adoção por escritura pública:
	Abolida do nosso ordenamento jurídico a partir da Constituição Federal de 1988 e, especificamente, das alterações trazidas com os §§ 5º e 6º do art. 227, integralmente acolhidas pelo artigo 39 do ECA.
	Características e efeitos das adoções:
	São judiciais.
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Colocação em Família Substituta
	São definidas por sentença constitutiva.
	São assistidas pelo Poder Público.
	São protegidas pela irrevogabilidade do vínculo a partir da publicação da sentença constitutiva (exceto na hipótese do artigo 42, § 6º do ECA, que trata da adoção pos mortem).
	Mantêm-se os vínculos de parentesco entre o adotado e os adotantes, entre o adotante e os descendentes do adotado e entre o adotado e os parentes do adotante, com todas as obrigações resultantes dessa relação (ex: dever de alimentos, direitos sucessórios, direito de visita e etc).
	Manutenção do vínculo consanguíneo do adotado com os pais e parentes naturais (biológicos) em virtude dos impedimentos matrimoniais.
	Que seja realizada no interesse da criança ou adolescente.
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Colocação em Família Substituta
	Competência jurisdicional:
	Adoção de criança e adolescente:
	A Justiça da Infância e da Juventude é competente para processar o pedido de adoção de criança e adolescente (ECA, art. 148, III).
	Adoção de maiores de 18 anos:
	 Competência das Varas Cíveis e, onde houver, das Varas de Família.
	Atenção: Em qualquer hipótese o foro competente será o do domicílio do adotando.
	Idade máxima para o adotando:
	18 anos à data do pedido, salvo se ele já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes (ECA, art. 40).
	Neste caso, a competência será da Vara de Infância e Juventude se o processo for iniciado até os 21 anos do adotado (ECA, art. 2º, § único).
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Colocação em Família Substituta
	Idade mínima do adotante:
	18 anos, independente do estado civil (ECA, art. 42, caput).
	Mesmo na adoção por ambos os cônjuges ou companheiros – adoção conjunta - um deles deverá ter 18 anos completos e ainda manter a diferença de 16 anos entre o adotante e o adotando.
	Diferença de idade entre o adotante e o adotando:
	16 anos (ECA, art. 42, § 3º).
	Vedações para a adoção:
	Além das limitações etárias, o ECA estabelece que:
	Não pode haver adoção por procuração (ECA, art. 39, § 2º).
	Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando (ECA, art. 42, § 1º).
	A vedação não atinge os colaterais (tio pode adotar sobrinho).
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Colocação em Família Substituta
	O tutor, enquanto não prestar contas de sua administração e não saldar o débito, não poderá adotar o pupilo (ECA, art. 44).
	Adoção Unilateral:
	Criada pelo art. 41, § 1º do ECA, em que um dos “conviventes”, e não concubino, adota o filho do outro. 
	Hipóteses:
	Quando um dos pais for desconhecido ou foi destituído do poder familiar.
	Neste caso, basta o consentimento do outro genitor (ECA, art. 45, § 1º).
	Nos demais casos em que haja poder familiar de ambos os genitores biológicos, se houver a concordância de ambos ou, havendo apenas de um só, houver ação para destituição do poder familiar (ECA, art. 45, caput).
	 
 a
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Colocação em Família Substituta
	Consentimento do menor:
	Se o adotando for maior de 12 anos, é imprescindível o seu consentimento (ECA, art. 45, § 2º c/c art. 28, § 2º).
	Se o adotando for menor de 12 anos, será ouvido sempre que possível (ECA, art. 28, § 1º).
	Consentimento dos genitores ou representante legal:
	ECA, art. 45.
	O consentimento poderá ser dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar (ECA, art. 45, § 1º). 
	O dispositivo deve ser entendido em consonância com o art. 166 do ECA.
	 
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Colocação em Família Substituta
	O consentimento deverá ser externado na presença do juiz e do representante do Ministério Público, tomando-se por termoas declarações (ECA, art. 166, § único).
	O consentimento é revogável até a publicação da sentença constitutiva e não é válido se prestado antes do nascimento da criança (ECA, art. 166, §§ 5º e 6º).
	O vício no consentimento dos pais biológicos não invalidará a adoção, a depender do superior interesse da criança. (STJ, Resp 1199465/DF) 
	 
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Colocação em Família Substituta
	Adoção por casais separados:
	ECA, art. 42, § 4º.
	Requisitos:
	Que acordem sobre a guarda e o regime de visitas.
	Que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal.
	Adoção Post Mortem:
	ECA, art. 42, § 6º.
	Ocorre quando o adotante falece no curso do processo de adoção, antes de prolatada a sentença.
	É possível, desde que haja inequívoca demonstração da manifestação de vontade do adotante.
	 
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Colocação em Família Substituta
	Adoção por homossexuais:
	É polêmica a adoção decorrentes de uniões homoafetivas em face do ativismo extremado de ambos os lados.
	A lei não a autoriza de modo expresso, mas não a veda.
	Prevalece o princípio da legalidade e sua aplicação para o particular (o que não está proibido está permitido).
	A adoção deve ser analisada do ponto de vista das reais vantagens para o adotando, conforme estabelece o ECA, art. 43.
	O STJ já decidiu favoravelmente a adoção por casais que vivam em união homoafetiva (STJ, REsp 889852/RS, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, 4ª T., j. em 27.04.2010, Dje 10.08.2010).
	 
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Colocação em Família Substituta
	Adoção por estrangeiros:
	É forma de colocação em família substituta admitida em caráter excepcional (ECA, art. 31).
	Regulamentação:
	ECA, artigos 50, 51 e 52, bem como no artigo 46, § 3º, que altera o prazo do estágio de convivência.
	Conceito de adoção internacional (ECA, art. 51):
	Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no artigo 2º da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto 3.087, de 21 de junho de 1999.
	 
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Colocação em Família Substituta
	Requisitos básicos para o deferimento (ECA, art. 51, § 1º):
	Que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto.
	Que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art. 50 do ECA.
	Que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 do ECA.
	Atenção: 
	Tratando-se de adoção internacional por brasileiro residente no exterior, este terá preferência sobre os estrangeiros (ECA, art. 51, § 2º). 
	 
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Colocação em Família Substituta
	Procedimento da adoção internacional:
	ECA, artigos 165 a 170, com as modificações previstas no art. 52.
	Estágio de convivência (ECA, art. 46):
	É fundamental para que se verifique a adaptação familiar e a convivência da nova família.
	Terá tratamento diferenciado caso se trate de adoção nacional ou internacional (ECA, art. 46).
	Adoção nacional:
	Não há prazo mínimo, devendo a autoridade judiciária fixá-lo conforme as peculiaridades do caso.
	Poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo (ECA, art. 46, § 1º).
	 
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Colocação em Família Substituta
	Adoção internacional:
	O estágio de convivência deverá ser cumprido no território nacional pelo prazo mínimo de 30 dias (ECA, art. 46, § 3º).
	Efeitos da adoção:
	É irrevogável (ECA, art. 39, § 1º).
	A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais (ECA, art. 49). 
	A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com os pais e parentes naturais, salvo os impedimentos matrimoniais (ECA, art. 41).
	É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária (ECA, art. 41, § 2º).
 
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Colocação em Família Substituta
	A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante (ECA, art. 47, § 5º).
	Poderá haver alteração do prenome do adotado a pedido deste ou do adotante (ECA, art. 47, § 5º).
	Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, será necessária a oitiva do adotado (ECA, art. 47, § 6º).
	O vínculo será constituído por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado, sendo vedado o fornecimento deste ato (ECA, art. 47).
	Os efeitos da sentença começam a partir do trânsito em julgado, exceto se o adotante vier a falecer no curso do processo, quando retroagirá à data do óbito (ECA, art. 47, § 7º).
	O novo registro do adotado não trará qualquer observação sobre a origem do ato, podendo ser lavrado no Cartório de Registro Civil do município da residência do adotante (ECA, art. 47, §§ 3º e 4º).
	 
*
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Colocação em Família Substituta
	O adotado tem o direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos (ECA, art. 48).
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Quadro Comparativo
GUARDA	
Obriga a prestar assistência material, moral e educacional (ECA, art. 33).	
TUTELA
Engloba o dever de guarda (ECA, art. 36, § único, e CC, art. 1.740) e de administração de bens do tutelado (CC, art. 1.741). 
Forma o vínculo do poder familiar (ECA, art. 41).mmm
ADOÇÃO
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Quadro Comparativo
GUARDA	
Não implica perda ou suspensão do poder familiar, mas o guardião pode se opor aos pais (ECA, art. 33).
TUTELA
Demanda necessariamente a perda ou suspensão do poder familiar (ECA, art. 36, § único).
É necessária a perda do poder familiar dos pais biológicos, cujo pedido deve ser expresso na ação de adoção.mm
ADOÇÃO
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Quadro Comparativo
GUARDA	
Destinada a regularizar posse de fato de criança ou adolescente.
TUTELA
Destinada ao amparo e à administração dos bens da criança ou adolescente em caso de falecimento dos pais, ausência ou perda do poder familiar (CC, art. 1.728).
Objetiva a criação do vínculo de paternidade/maternidade entre pais-adotantes e filho-adotado.
ADOÇÃO
*
*
Quadro Comparativo
GUARDA	
Em regra, é deferida no curso de processos de tutela e adoção, exceto adoção estrangeira (ECA, art. 33, § 1º). Cabível também como pedido autônomo em caso de falta eventual dos pais ou responsável (ECA, art. 33, § 2º).
TUTELA
É possível a concessão de guarda no curso do processo de tutela (ECA, art. 33, § 1º).
É possível a concessão de guarda no curso do processo de adoção (ECA, art. 33, § 1º). Em processo de adoção estrangeira, não se defere o pedido de guarda (ECA, art. 33, § 1º).
ADOÇÃO
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Quadro Comparativo
GUARDA	
Posição mais recente do STJ: não inclui direitos previdenciários, por haver norma especial sobre a matéria (Lei n. 8.213/91, art. 16, § 2º).
TUTELA
Inclui direitos previdenciários, atendidos os requisitos legais (Lei n. 8.213/91, art. 16, § 2º).
Goza de plenos direitos previdenciários, pois é filho tal qual o biológico.
ADOÇÃO
*
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Quadro Comparativo
GUARDA	
É revogável (ECA, art. 35).
Não há mudança de nome da criança ou do adolescente.
TUTELA
É revogável (CC, art. 1764, III).
Não há mudança de nome da criança ou do adolescente.

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