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AV1 - PRÁTICA SIMULADA II

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AO JUÍZO DA ___VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE ________.
DAS PARTES
FULANO DE TAL, brasileiro, estado civil (...), motorista (atualmente desempregado), portador do RG: (...)e inscrito no CPF: (...), residente e domiciliado na Rua (...), cidade (...), CEP: (...), neste ato representado pelo seu advogado, ao final assinado, com instrumento procuratório em anexo, com endereço para intimações, vem perante Vossa Excelência, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face da EMPRESA XXX LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ, sob número (...), com sede localizada na cidade (...), pelos fatos e fundamentos de direito que passa a expor.
PRELIMINARMENTE: DA JUSTIÇA GRATUITA:
O Reclamante conforme atesta na DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ANEXA, não possui condições de postular em juízo sem comprometer o sustendo próprio e de sua família, ainda mais porque se encontra desempregado, motivo pelo qual, nos termos do Art. 790 da CLT, em especial ao disposto no seu quarto parágrafo, requer que lhe sejam concedidos todos os benefícios da gratuidade judiciária em todos os atos processuais.
Art. 790, CLT - Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 4o - O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. 
DOS FATOS: 
	Exmo., narra o Reclamante que era empregado da Reclamada, na função de motorista, com jornada de trabalho em tempo total de 8h30min por dia (8h às 17h30, com intervalo intrajornada. No sábado o tempo de trabalho era de 4h, cumpria das 8h às 12h), conforme registro de sua CTPS, cujo admissão foi realizada no dia 02/07/2012, terminando o contrato de trabalho por meio de rescisão indireta realizada na data de 24/12/2019, totalizando o tempo trabalhado de 7 anos e 5 meses. 
	Informa o autor deste processo, que sempre executou seu trabalho com responsabilidade, pautado sempre na ética, probidade e boa-fé, característica exigentes nas relações de trabalho e de emprego. Nesse tempo, em que prestou os serviços laborais, nunca deu causa a uma falta que prejudicasse a relação entre empregador e empregado.
“O princípio da boa-fé abrange tanto o empregado como o empregador. No primeiro caso, baseia-se na suposição de que o trabalhador deve cumprir seu contrato de boa-fé, que tem, entre suas exigências, a de que coloque todo o seu empenho no cumprimento de suas tarefas. Em relação ao empregador, supõe que deva cumprir lealmente suas obrigações para com o trabalhador. Assim, a boa-fé é elemento que deve estar presente não só no momento da celebração do contrato de trabalho, mas, principalmente, na sua execução” – DIREITO DO TRABALHO ESQUEMATIZADO – CARLA TERESA MARTINS ROMAR – PRINCÍPIO DA BOA-FÉ – PG. 72 – 5º EDIÇÃO – ANO: 2018.
	Ocorre Excelência, por mais que existisse todo esse padrão comportamental necessário no contrato laboral, o Reclamante cometeu atos que são contra estes preceitos, assim como o que é narrado no dispositivo legal defensório trabalhista, conhecido por Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), tais ações e provas serão descritas no decorrer desta lide. 
	Alega o Reclamante, que realizou outras funções que não constavam de forma expressa no documento laboral. No pacto trabalhista, assinado entre as partes, é constatado que o autor foi contratado para exercer a função de motorista. Entretanto, de acordo com a parte requerente, laborou também no cargo ajudante de carga e descarga, sem que este recebesse nenhum tipo de adicional monetário pelo serviço executado, o que vai contra o direito do trabalho que reconhece o acúmulo de funções e que têm sim a prerrogativa de receber um plus salarial pela função.
	Além disso, o autor afirma que desempenhava as atribuições do cargo aditivo, sem nenhum tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI), o que é gravíssimo, pois estes materiais são essenciais para manter a segurança do profissional ao desempenhar função. Segundo o requerente, o objeto de proteção é a cinta lombar. Ao retratar a questão ao seu superior, este falou que se houvesse algum tipo de insatisfação poderia ir embora, este fato segundo seu entendimento gerou sua dispensa. 
	Cabe alegar que, a carga horária do Reclamante era cumprida entre os horários de 8h até às 17:30h, de segunda a sexta, somando total de 9h30 minutos, porém, descontando-se 1h do intervalo intrajornada, valor total, chega-se à soma de 8h30 min por dia. Além disso, no sábado, executava o serviço laboral nos horários de 8h às 12h. Constatados tais informações, nota-se que o Requerente assiste ao direito de Hora Extra, já que há o excedente de 30 minutos nos 5 dias da semana no exercício da prestação do serviço (Art. 58, CLT, caput).
	O término da relação de trabalho foi motivado por uma rescisão indireta, ou seja, rompimento do contrato de trabalho a pedido do empregado. O objeto principal que justifica de tal solicitação, foram as situações em que seu empregador o colocava que já estão sendo narradas neste processo, ações estas que não estavam previstas no instrumento contratual trabalhista, por isso desejou o encerramento da prestação de serviço. 
	Tais atitudes são condenáveis também por meio do dispositivo jurídico (Art. 483, CLT), no comando deste artigo, narra as situações em que o empregado poderá considerar rompido o contrato de trabalho. A causa da solicitação indireta, pode ser enquadrada no Art. 483, Alínea a), CLT quando forem exigidos serviços “alheios ao contrato”, como é retratado no caso, já que além de cumprir uma outra tarefa que não era sua atribuição, também não havia EPI´s para a segurança no momento da execução do trabalho. 
	Quando o contrato de trabalho for rompido pela rescisão indireta, assiste o empregado de receber suas verbas rescisórias na mesma modalidade de uma demissão sem justa causa. Por haver várias ações que conflitam com os artigos e comandos da Consolidação das Leis do Trabalho, faz-se necessária a presente demanda judicial. 
DO DIREITO: 
DO PAGAMENTO DO ADICIONAL RELACIONADO AO ACÚMULO DE FUNCÕES: em virtude de laborar em outra função diversa da que foi contratado (ajudante de carga e descraga), assiste o Reclamante o direito de receber os valores da prestação de serviço, pois em nenhum momento durante a execução da função foi devidamente remunerado pela empresa. O acúmulo de funções caracteriza-se pelo fato de o empregado estar formalmente enquadrado para o exercício de uma ou mais funções inerentes a seu cargo e de fato, com o passar do tempo, acumular outras funções que não apenas aquelas que devia efetivamente exercer. Tal reconhecimento de direito, possui aval de alguns Tribunais, entre eles o TRT. 
ACÚMULO DE FUNÇÕES. ADICIONAL. “De acordo com a literatura jurídica, caracteriza-se o acúmulo de funções quando um trabalhador tem de executar tarefas que não se relacionam com o cargo para o qual foi contratado, além das tarefas rotineiras de sua profissão, e, por esse motivo, o trabalhador tem direito a receber um adicional denominado plus salarial, cujo valor a ser arbitrado pelo magistrado que levará em conta o princípio da razoabilidade, de modo que haja equilíbrio entre os serviços prestados e a contraprestação alusivo ao exercício de tarefas alheias àquelas inerentes à função para a qual foi contratado o obreiro, sob pena de causar o enriquecimento ilícito do empregador.(...)”
(TRT-14 - RO: 670 RO 0000670, Relator: DESEMBARGADORA MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA, Data de Julgamento: 10/08/2011, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DETRT14 n.149, de 12/08/2011)
DO PAGAMENTO ADICIONAL DE HORA EXTRA: a jornada de trabalho do Reclamante ultrapassava as 8h diárias previstas no Art. 58, caput, CLT. Na análise do caso, é constatado que o tempo total da jornada de trabalho do Requerente ultrapassava em 30 minutos o tempo legal nos dias em que compõem a semana. A jornada de trabalhodo Reclamante era da seguinte forma: 8h às 17:30h (com intervalo intrajornada de 1h), tendo um adicional de 30 minutos por dia, além de cumprir mais 4h no sábado, trabalhando de 8h às 12h – Art. 58, caput.
Art. 58, CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
DO RECONHECIMENTO DA RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO E PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO: O término da relação de trabalho foi motivado por uma rescisão indireta, ou seja, rompimento do contrato de trabalho a pedido do empregado. O motivo principal que justifica de tal solicitação, foram as situações em que seu empregador o colocava que já estão sendo narradas neste processo, ações estas que não estavam previstas no instrumento contratual trabalhista, por isso desejou o encerramento da prestação de serviço. Tais atitudes são condenáveis pela CLT, mas precisamente em seu Art. 483. Neste caso, a causa da solicitação indireta, pode ser enquadrada no Art. 483, Alínea a), CLT quando forem exigidos serviços “alheios ao contrato”, como é retratado no caso, já que além de cumprir uma outra tarefa que não era sua atribuição
Art. 483, CLT - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
 DO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL EM VIRTUDE DA NÃO OFERTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIUDAL (EPI´S): o autor afirma que desempenhava as atribuições do cargo aditivo, sem nenhum tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI), o que é gravíssimo, pois estes materiais são essenciais para manter a segurança do profissional ao desempenhar função. Segundo o requerente, o objeto de proteção é a cinta lombar. Ao retratar a questão ao seu superior, este falou que se houvesse algum tipo de insatisfação poderia ir embora, este fato segundo seu entendimento gerou sua dispensa. A CLT, afirma em seu comando que cabe as empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho. A causa do dano moral, ocorre em virtude do não fornecimento de EPI´s o que pode ser configurado como ato ilícito por parte do empregador, consequentemente, incidindo no Art. 186, 187, 927 e seguintes do Código Civil. 
Art. 157, CLT - Cabe às empresas:  
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;          
Art. 186, CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187, CC -Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Além disso a indenização por dano moral, tendo em vista a não oferta de EPI´S é reconhecida também pelo Tribunal Superior do Trabalho: 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - TRABALHADOR RURAL - TRABALHO DEGRADANTE - NÃO FORNECIMENTO DE ABRIGOS, EPI' s E SANITÁRIOS - CONFIGURAÇÃO. Ante a razoabilidade da tese de violação aos artigos 5º, X, da Constituição Federal, 186 e 927 do Código Civil, 818 da Consolidação das Leis do Trabalho e 333, I, do Código de Processo Civil, recomendável o processamento do recurso de revista, para exame da matéria veiculada em suas razões. Agravo provido. RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - TRABALHADOR RURAL - TRABALHO DEGRADANTE - NÃO FORNECIMENTO DE ABRIGOS, EPI' s E SANITÁRIOS - CONFIGURAÇÃO (alegação de violação aos artigos 1º, I, III e IV, e 5º, X, da Constituição Federal, 186, 927 e 944 do Código Civil, 818 da Consolidação das Leis do Trabalho e 333, I, do Código de Processo Civil e divergência jurisprudencial). O quadro fático delineado pelo Tribunal Regional permite a conclusão de que restou comprovado o dano moral decorrente do trabalho em condições degradantes, uma vez que o reclamante, na condição de empregado rural, laborou sem o fornecimento obrigatório e adequado de EPI' s, abrigos e instalações sanitárias que atendessem à indispensável segurança do trabalhador, bem como às necessidades básicas e fisiológicas do empregado, como ser humano, deixando o empregador de viabilizar o trabalho em condições mínimas de segurança e higiene. Com isso, tem-se a conduta ilícita da reclamada, desprovida de qualquer noção de dignidade e respeito à integridade física e moral do empregado, afrontando direitos fundamentais do trabalhador, como indivíduo. Nesse passo, restaram incontroversos os três requisitos essenciais para a configuração da responsabilidade civil: 1) o dano, consistente na ofensa à honra e dignidade do trabalhador, em face da privação do obreiro das condições adequadas e mínimas de segurança e higiene, necessárias ao exercício de suas funções; 2) o ato ilícito da reclamada, que é o não fornecimento de EPI' s, abrigos e instalações sanitárias, deixando de viabilizar o trabalho em condições adequadas e mínimas de segurança e higiene, o que resultou na exposição do autor a um ambiente de trabalho violador de direitos fundamentais, como a dignidade humana; inclusive, em relação ao não fornecimento de EPI' s, tem-se que tal omissão configura descumprimento das normas de segurança do trabalho (art. 157, I, CLT). Com isso, caracterizou-se negligência dos deveres patronais para com a dignidade do empregado e um meio ambiente laboral seguro e sadio; e 3) o nexo causal entre a conduta patronal e o dano causado. Assim, o reclamante faz jus à indenização moral pleiteada. Recurso de revista conhecido e provido." (Ministro Renato de Lacerda Paiva)
(TST - RR: 24225220105080000, Data de Julgamento: 11/03/2015, Data de Publicação: DEJT 31/03/2015)
DOS PEDIDOS: 
Ante o exposto, pede-se a Vossa Excelência: 
1 – O recebimento da Reclamação Trabalhista com deferimento da Justiça Gratuita.
2 – Notificação da empresa Reclamada;
3 – O fundamento totalmente procedente de mérito;
4 – Condenação da Reclamada ao pagamento de Horas Extras; 
5 – Condenação da Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, tendo em vista o não fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´S)
6 – Reconhecimento da rescisão indireta do Contrato de Trabalho, em decorrência da incidência da conduta da Reclamada no Art. 483, alínea A), assim como o devido pagamento de indenização por dano moral. 
7 – Reconhecimento e pagamento de adicional de função, em virtude do acúmulo de cargos executados pelo Reclamante. 
8 – Condenação da Requerida ao pagamento de honorários advocatícios;
9 – Produção de todos os meios legais de provas
10 - Atribui-se o valor da causa em R$ 100.000,00. 
Fortaleza, 16 de MAIO de 2020
Advogado/OAB-UF

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