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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ RAPHAELA CESÁRIO SALVATERRA 202001295194 AV1 Embasamentos fisiológicos para o surgimento da Psicologia Científica 1ª Avaliação. Apresentado em cumprimento as exigências da disciplina História da Psicologia, ministrada pela professora Drª Natália Ribeiro Rio de Janeiro- RJ 2020 Os aspectos fisiológicos que contribuíram para o florescimento da Psicologia Científica O marcador de início da Psicologia Científica se encontra com Wundt quando fundou seu laboratório de Psicologia em Leipzig na Alemanha. Todavia, diversos fatores histórico- culturais e científicos precisaram entrar em harmonia para permitir o florescimento dessa nova ciência, tais como, a mudança de mentalidade da sociedade europeia, aumento exponencial de novas tecnologias, surgimento de um modelo sistemático que buscou empiricamente delinear o que poderia ser definido como ciência e principalmente, o surgimento e evolução da Fisiologia humana. A Fisiologia humana busca entender todos os processos que compõem o homem através da usa própria forma de pesquisa e metodologia. Foi através das descobertas dos fisiólogos e seu mapeamento do corpo humano que o questionamento sobre as funções mentais tomou forma e impulso o que influenciou diretamente o surgimento da Psicologia científica e proporcionou uma vasta riqueza de pesquisas que foram aperfeiçoadas ou serviram de base para novos questionamentos que são entendidos como objeto de estudo da ciência psicológica. A ciência fisiológica se tornou mais influente após o período Renascentista porque nesse momento histórico foi possível a dissecação de cadáveres que permitiu pela primeira vez a análise de corpos humanos, isso é tão importante porque saiu-se da reflexão abstrata sobre o corpo e a mente (e a sua interação) e houveram as primeiras ideias concretas sobre como seria o funcionamento do corpo humano, e pode-se dizer que Descartes foi uma peça chave para que isso ocorresse já que procurou definir um local para a mente dentro do corpo humano e teorizou sobre como se dava a relação mente-corpo. Outro aspecto importante para a Fisiologia e posteriormente a Psicologia, foi a criação do método científico que permitiu delinear o que era ciência e uniformizar as pesquisas do campo científico. Logo após isso, os intelectuais europeus foram tomados pelo espírito cientificista, e enlaçado ao mecanicismo, que buscou explicar todas as causalidades do Universo através da visão mecânica tecnológica, ocorreu um aumento gigantesco no número de inovações acadêmicas, é importante considerar este marcador pois foi nesse momento em que o centro das pesquisas era a natureza humana, o que permitiu que a Fisiologia se separasse da Filosofia e seguisse com uma forma de pesquisa sistemática, pragmática e experimental, possibilitando haver novas formas de explicar o funcionamento do corpo humano. Durante a tentativa de explicar processos biológicos e mentais dos fisiologistas, uma questão antiga veio à tona, sobre como se davam os processos mentais [cognitivos], ou seja, “assim que os primeiros fisiologistas começaram a estudar a sensação, a psicologia estava a um passo curto e inevitável de seu surgimento” (SHULTZ e SHULTZ 2014). Em pouco tempo o cérebro e seu funcionamento se tornaram um objetivo comum entre os fisiologistas, o que serviu de base para a Psicologia e para a neurociência. Paul Broca realizou autópsias em um homem que por anos não conseguiu falar de maneira correta e concluiu que houvera uma lesão cerebral numa determinada área que seria responsável pela fala. “O espírito mecanicista dominava tanto a fisiologia quanto a filosofia do século XIX” (SHULTZ e SHULTZ 2014) e através disso as maiores contribuições para a Psicologia são criadas. Ernst Weber, fisiologista alemão, pode ser considerado um marcador pois é com ele que houve pela primeira vez a tentativa de medição de estímulos sensoriais com a preocupação de fatores psicológicos utilizando os métodos experimentais da Fisiologia. Com isso, Weber remodela o objeto de estudo da Psicologia e conseguiu romper as questões psicológicas da Filosofia. Contemporâneo de Weber, Gustav Theodor Fechner, fisiologista alemão, é quem mais influencia a Psicologia científica já que buscou matematizar a intercessão entre o mundo material e imaterial, estudando como a mente reagiria aos estímulos externos – e assim acaba criando a Psicofísica – utilizando dois métodos diferentes para a medição de sensações e conseguiu dar todo o suporte de metodológico de cálculos e precisão que era necessário à psicologia, entretanto Fechner nunca esteve interessado em fundar uma nova ciência e por isso a ele atribui-se o papel de originador, pois (quase) todas as bases acadêmicas para a Psicologia científica foram trazidas por ele. Tendo em vista os aspectos observados, conclui-se que para o surgimento da Psicologia Científica muitos fatores precisaram estar alinhados, historicamente e cientificamente. Na fisiologia, sua própria fundação enquanto ciência que buscou estudar a forma humana, e misturado ao mecanicismo, foi possível fomentar o questionamento sobre as funcionalidades cerebrais e a relação da sensação com estímulos exteriores; todos esses fatores fertilizaram o solo para o surgimento da ciência psicológica.
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