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CASOS PRATICA V

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA 
THAYNA BRAGA E SILVA 
201801019398 
PRATICA SIMULADA V 
NOITE (sexta-feira) 
CASO CONCRETO 2 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO Y, 
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número "...", com sede à 
Rua "...", número "...", Bairro "...", Município Y"...", São Paulo, CEP "...", representado 
neste ato por seu presidente Caio, nacionalidade, estado civil, endereço completo, 
endereço eletrônico "...", vem, por meio do seu advogado que regularmente 
constituído, conforme procuração anexa, com fulcro no art. 5º, inciso LXXI da 
Constituição Federal, perante vossa excelência para propor o presente 
 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
em face do PREFEITO DO MUNICÍPIO Y, nacionalidade, estado civil, profissão, 
portador da cédula de identidade nº "...", inscrito no CPF sob o nº "...", residente e 
domiciliado no (endereço completo), devendo este ser citado na pessoa do 
procurador-geral do Município Y, com sede na Prefeitura Municipal (endereço 
completo), pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
 
I - DOS FATOS 
 
A prefeitura municipal administra uma estação de tratamento de esgoto e nesta 
trabalham os afiliados do impetrante. 
Conforme se demonstra, o labor se dá em ambiente insalubre e com constante 
exposição a agentes nocivos à saúde, razão pela qual o município demandado 
despende pagamento de adicional de insalubridade. 
 
 
Conforme se observa na lei orgânica do Município Y, compete ao demandado a 
apresentação de proposta de lei para que seja regulado o exercício do direito a 
aposentadoria especial dos servidores municipais, conforme também apregoa a 
Constituição Estadual. 
Até o presente momento o responsável por apresentar tal projeto ainda não o fez, 
razão pela qual se demanda com este instrumento para que a inércia do Prefeito 
Municipal não incorre em prejuízo aos servidores municipais. 
 
II - DO DIREITO 
 
Conforme bem definido no art. 126, § 4º da Constituição Estadual, é direito do servidor 
que exerce atividade sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física a aposentadoria com critérios diferenciados, direito também 
garantido pela Constituição Federal. 
Dito isto, reservando-se ao caso comento, compete ao chefe do poder executivo 
municipal a iniciativa de projeto de lei que disponha sobre o assunto aposentadoria 
dos servidores e por consequência, da aposentadoria especial dos servidores 
municipais. 
 
 
Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que 
disponham sobre: (...) 
 
 
III - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos 
servidores. 
 
Assim, o prefeito deve tomar tal iniciativa, visto que há no quadro de servidores 
pessoas que preenchem requisitos, na forma da lei geral. 
Contudo, até o presente momento tal iniciativa não foi tomada e os servidores públicos 
municipais carecem de legislação acerca do tema, o que notadamente gera prejuízos. 
Desse modo, ante a inércia do prefeito municipal, não restou outra alternativa à 
demandante senão ingressar com a presente ação judicial para que não seja causado 
prejuízo aos seus filiados ante a falta de legislação, pugnando, ainda, a aplicação 
analógica do art. 57 da lei 8.213/1991. 
 
III - DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
 
a) a notificação da autoridade coatora para que preste informações pertinentes; 
b) intimação do Ministério Público para apresentação de parecer, no prazo de 10 dias; 
 
 
c) a procedência do pedido, para que seja declarada omissão normativa e aplicação 
analógica do art. 57, § 1º da lei 8.213/1191 para todos os filiados do impetrante até 
que seja editada norma pertinente pelo Prefeito. 
 
IV - VALOR DA CAUSA 
 
A causa tem o valor de R$ 1.000,00. 
 
 
 
 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
 
Local e data 
 
Advogado/Nº da OAB 
 
 
DOUTRINA 
 
Assim, para nós é no direito anglo-americano que repousam as origens remotas do 
nosso mandado de injunção, pois tudo indica que o Constituinte originário brasileiro 
transplantou para o direito interno um instituto baseado na eqüidade do direito. Uma 
análise da nova dicção constitucional comprova a tendência do constituinte de 1988 
em conferir maiores poderes ao Poder Judiciário, como ocorre no direito anglo- 
americano. Parece-nos equívoco aceitar a tese de alguns doutrinadores que 
pontificam ser o mandado de injunção instituto original (de criação brasileira), ou, 
ainda, um derivado da ação de inconstitucionalidade por omissão portuguesa, variante 
da ação de inconstitucionalidade por omissão germânica, como pretende o STF. 
QUARESMA. Regina. O mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por 
omissão: teoria e prática. Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 31. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5o, 
INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, 
ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA 
CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA 
JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS 
DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA 
INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) 
DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. 
MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS 
LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989. 1. SINAIS DE EVOLUÇÃO DA GARANTIA 
FUNDAMENTAL DO MANDADO DE INJUNÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 3 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIARIA DO 
ESTADO "..." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, professora, portadora da carteira 
de identidade n "...", inscrita no CPF sob o nº "...", residente e domiciliada na Rua "...", 
Bairro "..." Cidade "...", UF "...", CEP "...", e-mail "...", vem, perante vossa excelência, 
representada nesse ato por seu advogado regularmente constituído, inscrito na OAB 
sob o nº "...", com endereço profissional "..." (endereço completo), endereço eletrônico 
"...", com base no artigo 5º, LXIX da Constituição Federal e Lei 12.016/2009, para propor 
o presente 
 
 
 
 
 MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR 
 
 
 
 
 pelo rito especial, contra ato do Reitor da Universidade Federal do estado "...", com 
endereço na Rua "...", pelos fatos e fundamentos que se expõe a seguir. 
 
 I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
 Afirma a parte autora se pessoa hipossuficiente, não podendo custear as despesas 
advindas do presente processo sem por em risco a substência sua e de sua família, 
razão pela qual requer o deferimento da gratuidade de justiça, conforme arts. 98 e 
seguintes do Código de Processo Civil. 
 
II - DOS FATOS 
 
 Marcos Silva, aluno de uma Universidade Federal, autarquia federal, inconformado com 
a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de graduação, abordou a parte 
Autora e em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. Nesse instante, a 
professora, com o propósito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e 
derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, foi instaurado 
Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da 
professora. Ao mesmo tempo, a professora foi denunciada pelo crime de lesão corporal. 
Na esfera criminal, a professora foi absolvida, uma vez que restou provado ter agido em 
legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, 
entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu 
que a professora já tomara ciência da instauraçãodo procedimento por meio da 
imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando 
pela condenação da servidora à pena de demissão. O PAD foi encaminhado ao reitor da 
universidade para a decisão final, que, sob o fundamento de vinculação ao parecer 
emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão à servidora, afirmando, ainda, que a 
esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. Em 11/01/2017, a servidora foi 
cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que 
foi afastada de suas funções, e, em 22/02/2017. Em que pese toda a argumentação 
usada para tal decisão, a mesma não encontra guarida no ordenamento, razão pela 
qual a parte Autora requer a segurança para evitar, assim, uma injustiça ainda maior. 
 
III DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
 DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR 
 
 Como é de conhecimento, para concessão do que ora se requer faz-se necessário a 
presença de dois elementos, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
O fumus boni iuris se caracteriza pela ilegalidade pratica pela Autoridade coatora 
quando não notificou a autora acerca do PAD, descumprindo assim o preceito do artigo 
5º, LV da Constituição Federal e art. 22 da lei 8.112/1990. Ademais, não pode ser 
afastado do cerne da discussão o fato da autora já ter sido absolvida na esfera criminal 
por não existir ilicitude da sua conduta em razão da legitima defesa. Frise-se que tal fato 
AFASTA a demissão ora aplicada, por força de aplicação do art. 132, VII da lei 
8.112/1990. 
 De outro giro, o periculum in mora reside na precariedade financeira a qual a autora se 
submete atualmente e permanecerá assim caso não seja desfeito o ato de demissão, 
visto que o labor como professora na referida universidade consistia na sua única fonte 
de renda. Em sendo assim, estando presentes ambos os requisitos, é irrefutável a 
necessidade de concessão da liminar ora requerida. 
 
 IV - DO CABIMENTO DA PRESENTE AÇÃO 
 
 Conforme assinala o art. 5º, LXIX da Constituição Federal e o art. 1º da lei 12.016/2009, 
o mandado de segurança se presta a resguarda direito líquido e certo contra abuso de 
poder ou ato ilegal praticado por autoridade. Conforme já narrado, a situação fática se 
adéqua ao moldes da ação, devendo ser concedida a segurança. 
 
V - DO MÉRITO 
 
É inegável que o art. 5º, incisos LIV e LV da Constituição Federal garantem ao indivíduo 
o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. 
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes; 
 
Ademais, ainda corroborando o direito da autora, o artigo 143 c/c o artigo 161, § 1º da lei 
8.112/90 preceitua que o PAD ou sindicância que se preste a averiguar conduta ilícita 
de servidor público deve garantir ao mesmo o devido processo legal. 
 
No entanto, como resta muito claro e delineado na tratativa dada a parte autora, a 
mesma somente veio tomar ciência de que estava sendo submetida à uma PAD quando 
da publicação da decisão do mesmo em diário oficial, após o ato de sua demissão. 
 
Em adição ao argumento exposto acima, o art. 65 do Código de Processo Penal bem 
como os arts. 125 e 126 da lei 8.112/90 são claros em definir que decisão penal vincula 
o conteúdo da decisão em seara administrativa. 
Aplicando o texto ao caso concreto e sabendo que a decisão penal absolveu a parte 
autora do que lhe foi imputado, outra decisão não poderia se esperar, na luz da 
legalidade que não o arquivamento do PAD eis que, como já dito, a seara penal vincula 
a seara administrativa. 
Mas se viu que o PAD prosseguiu e aplicou sanção de demissão da parte autora ao 
arrepio da lei. 
Ante o exposto, presentes todas as ilegalidades acima expostas, não há outra 
alternativa senão a anulação do ato demissional bem como que se determine a 
reintegração da parte autora ao cargo público que ocupava bem como que se apure e 
pague o valor não pago quando da sua suspensão, na forma do artigo 28 da lei 
8.112/90 
 
VI - DOS PEDIDOS 
 
Requer-se: 
 
1. a concessão da gratuidade de justiça, na forma do art. 98 e seguintes do 
CPC; 
2. a concessão da medida liminar para garantir a reintegração da parte 
autora ao quadro de servidores ativos da autarquia federal até que se prolate 
decisão definitiva, na forma do art. 9º c/c art. 701 do CPC; 
3. A citação do Réu para apresentar defesa, no prazo legal; 
4. a confirmação da tutela de urgência, com a anulação do ato que demitiu a 
parte autora, condenando-se a parte Ré a reintegrar a parte autora ao quadro de 
servidores ativos da autarquia federal bem como ao pagamento dos valores e 
vantagens que faria jus caso estivesse no cargo; 
5. a produção de provas admitidas em direito e especialmente as que ora se 
anexa ao processo; 
6. a condenação do Réu ao ônus de sucumbência; 
 
VII - DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local e data 
 
Advogado 
 
OAB/UF 
 
DOUTRINA 
 
Direito líquido e certo (no dizer de Hely Lopes Meirelles, aceito pela doutrina e pela 
jurisprudência) é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua 
extensão e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o 
direito invocado para ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso 
em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao 
impetrante; se a sua existência for duvidosa; se a sua extensão ainda não estiver 
delimitada; se o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, 
não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios judiciais. 
Mas o próprio autor acha o conceito insatisfatório, observando que o direito, quando 
existente, é sempre líquido e certo; os fatos é que podem ser imprecisos e incertos, 
exigindo comprovação e esclarecimentos para propiciar a aplicação do direito 
invocado pelo postulante. 
(SILVA, 2006, p. 447) 
PIETO ALVAREZ, Anselmo; SILVA, Nelson Finotti. MANUAL DE PROCESSO CIVIL 
E PRÁTICA FORENSE. Vol. I. Teoria Geral, Processo de Conhecimento e Recursos. 
2 ed. atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
 
 
JURISPRUDENCIA 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. DIREITO À 
SAÚDE. (...) DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA. 
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SÚMULA N. 35 DO TJGO. 1.(..). 7. O mandado de 
segurança é instrumento adequado para coibir a ilegalidade do ato de autoridade 
coatora, não necessitando a impetrante ingressar e esgotar primeiramente a via 
administrativa para a solução do caso. 8. Consoante entendimento sufragado pelo 
Superior Tribunal de Justiça, é admissível a fixação de multa diária e/ou bloqueio de 
verbas públicas para o descumprimento de decisão judicial, especialmente nas 
hipóteses de fornecimento de medicamento ou tratamento de saúde. 9. Por se tratar 
de pedido para o fornecimento de medicamento de uso contínuo, o impetrante deverá 
renovar o receituário, a cada seis meses, para fins de demonstração da necessidade 
e eficácia do prosseguimento do tratamento (Enunciado nº 02 da I Jornada de Direito 
da Saúde promovida pelo CNJ). SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJ-GO - Mandado de 
Segurança (CF, Lei 12016/2009): 00411850720178090067, Relator: Sandra 
Regina Teodoro Reis, Data de Julgamento: 27/02/2019, 6ª Câmara Cível, Data de 
Publicação: DJ de 27/02/2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 4 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÍCIO, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. Nº XXXX, inscrito no CPF sob 
o nº XXXXXX, residente e domiciliado na Rua. XXX, no município de XXXX, Estado 
XXX, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 
5º, LXXII, da Constituição Federal de 1988 e Lei 9.507/1997, e art.282e ss do Código 
do Processo Civil, impetrar: 
 
HABEAS DATA 
 
em face do ato praticado pelo MINISTRO DE ESTADO DE DEFESA, pelos motivos 
de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
I - DO FORO COMPETENTE 
 
O art. 105, I, b, da Constituição Federal, bem como o art. 20, I, b, da Lei 9507/97, 
estabelece que: 
 
“Compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar, originariamente, os 
mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal”. 
 
Desse modo, verifica-se que a competência para processamento e julgamento da 
presente ação é originária do Superior Tribunal de Justiça. 
 
II- DO INTERESSE DE AGIR 
 
Nos termos do art. 8º, parágrafo, único da Lei 9507/1997, comprovado o interesse de 
agir di Impetrante, legitimador do presente Habeas Data, pois j unta-se cópia do 
anterior indeferimento do pedido à ficha de informações pessoais, no período em que, 
Tício, foi monitorado pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança 
do Estado. Como se verifica dos documentos juntados, a atitude da Autoridade 
Coatora viola flagrantemente, o direito do Impetrante em ter acesso, às suas 
informações pessoais e, portanto, de seu pessoal interesse, que estão nos arquivos 
públicos do período em que foi monitorado e preso para averiguações. 
 
III- DOS FATOS 
 
Ocorre que o impetrante na década de setenta integrou certos movimentos políticos 
que faziam oposição ao governo da época. Por isso foi vigiado por agentes estatais e 
diversas vezes foi preso para averiguações, sendo assim, seus movimentos foram 
monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de segurança do 
estado, organizados por agentes federais. Depois de um longo período de tempo, em 
2010, Tício Amoreira requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o 
seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato 
praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na 
necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os 
arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. 
Conforme o artigo 8º, parágrafo único, da lei 9507/1997, comprova-se o interesse do 
impetrante, pois junta-se cópia do anterior indeferimento do pedido à ficha de 
informações pessoais, no período em que, Tício Amoreira, foi monitorado pelos 
órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado. Observados 
os documentos juntados, a atitude da autoridade coatora viola o direito do Impetrante 
em ter acesso, às suas informações pessoais e, portanto, de seu pessoal interesse, 
que estão nos arquivos públicos do período em que foi monitorado e preso para 
averiguações. 
 
IV - DO DIREITO 
 
Ocorre que o artigo 5º, LXXII, da Constituição Federal dispõe que será concedido 
Habeas Data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais 
ou de caráter público bem como para retificação de dados, quando não se prefira fazê-
lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. O artigo 5º, XIV da Constituição diz 
que é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional. Assim, observa-se que ocorreu violação 
aos dispositivos constitucionais trazidos. 
 
art. 5º, LXXII, da CF/1988 assim dispõe: 
 
Conceder-se-á “habeas-data”: 
 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público; 
 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo. 
 
Resta visível que o ato que nega o fornecimento de informações do impetrante, 
inclusive com o esgotamento da via administrativa, se mostra ilegal e abusivo, já que 
é contrário aos dispositivos Constitucionais que garantem o direito de acesso à 
informação de dados do impetrante. 
 
V- DO PEDIDO 
 
Diante de todo o exposto, requer o impetrante que: 
 
A) seja citada a autoridade coatora sobre os fatos narrados a fim de prestar as 
informações que entender necessárias; 
 
B) seja determinada a intimação do representante do Ministério Público no prazo de 
cinco dias; 
 
C) seja julgado procedente o pedido, determinando ao impetrado o fornecimento das 
informações pleiteadas; 
 
Dá-se a causa o valor de Alçada (R$ XXXXX). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local..., data... 
 
Advogado... 
 
OAB/UF n.º... 
 
 
DOUTRINA 
 
Segundo Hely Lopes Meirelles, “o habeas data é uma ação constitucional, de caráter 
civil, conteúdo e rito sumário, que tem por objeto a proteção do direito líquido e certo 
do impetrante em conhecer todas as informações e registros relativos à sua pessoa e 
constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, para 
eventual retificação de seus dados pessoais”. 
“o legitimado para requerer habeas data é unicamente a pessoa física ou jurídica 
diretamente interessada nos registros mencionados no inc. LXXII, “a” e “b”, do art. 5º 
da CF.” 
Meirelles, Hely Lopes. “Mandado de Segurança”. 27ª ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 2004. 
 
JURISPRUDENCIA 
 
0068450-97.2017.8.19.0000 - HABEAS DATA - 1a Ementa 
Des(a). MARCIA FERREIRA ALVARENGA - Julgamento: 21/02/2018 - DÉCIMA 
SÉTIMA CÂMARA CÍVEL 
AGRAVO INTERNO NO HABEAS DATA. PRETENSÃO DE ACESSO A 
INFORMAÇÕES DE NATUREZA FISCAL, CONSTANTE EM BANCO DE DADOS DA 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, POR 
MEIO DE CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR. AUSÊNCIA DE PROVA DO PERIGO 
DA DEMORA. INTELIGÊNCIA DO ART. 300 DO CPC. INSURGÊNCIA DA PARTE 
AGRAVANTE QUE NÃO É CAPAZ DE AFASTAR A CONVICÇÃO DO JUÍZO 
ACERCA DA AUSÊNCIA DE PERIGO DE DANO OU RISCO AO RESULTADO ÚTIL 
DO PROCESSO. AGRAVO INTERNO A QUE SE CONHECE E SE NEGA 
PROVIMENTO.

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