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NBR 11682 - 2005 - Estabilidade de taludes (DISCUSSAO)

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NORMA ABNT NBR11682 (2004): Estabilidade de Taludes 
TEXTO PRELIMINAR Novembro 2003 (para discussão) 
 
 
PARTE 1 – PROCEDIMENTOS GERAIS 
 
 
1. Objetivo 
Esta Norma prescreve as condições exigíveis no estudo e controle da estabilidade de 
taludes em solo, rocha ou mistos, componentes de encostas naturais ou resultantes de 
cortes ou aterros. Abrange, também, as condições para projeto, execução, controle e 
conservação de obras de estabilização de taludes e de obras de contenção de cortes e 
escavações. Não são incluídas nesta Norma, condições específicas aplicáveis a taludes 
de cavas de mineração, barragens de rejeito e barragens convencionais de terra ou 
enrocamento. 
Reconhecendo que a Engenharia de Fundações não é uma ciência exata e que riscos 
são inerentes a toda e qualquer atividade que envolva fenômenos ou materiais da 
Natureza, os critérios e procedimentos constantes desta Norma procuram traduzir o 
equilíbrio entre condicionantes técnicos, econômicos e de segurança usualmente aceitos 
pela sociedade na data da sua publicação. 
 
2. Referências Normativas 
Na aplicação desta Norma é necessário consultar: 
NBR 5629 – Estruturas ancoradas no terreno – Ancoragens injetadas no terreno – 
Procedimento. 
NBR 6122 – Fundações – Projeto e Execução 
NBR 6484 – Sondagens de Simples Reconhecimento - Procedimento 
NBR 8044 – Projeto geotécnico – Procedimento 
NBR 6118 – Estruturas de Concreto Armado ....... 
NBR 9653 – Guia para avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas 
minerações em áreas urbanas – Procedimento 
 
3. Definições 
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.43. 
3.1 Altura do Talude 
Distância, medida na vertical, entre o topo e o pé do talude. 
3.2 Ângulo médio do talude 
Ângulo, com a horizontal, da reta que passa pelo pé e topo do talude. 
3.3 Ângulo parcial do talude 
Ângulo, com a horizontal, da reta que passa pelo pé e topo de um trecho do talude. 
3.4 Ancoragem injetada 
Aquela em que se realiza uma perfuração no terreno e, através de injeção de calda 
ou argamassa de cimento, se solidariza ao terreno um elemento, em geral de 
aço, o tirante, em um trecho de seu comprimento total, formando o bulbo de 
ancoragem. O tirante, que trabalha a tração, liga o bulbo de ancoragem à 
estrutura a ser ancorada, na qual se fixa pela cabeça da ancoragem (ver NBR 
5629). 
3.5 Ancoragem passiva 
Qualquer tipo de ancoragem que não é protendida. Só entra em carga 
quando atuarem as cargas da estrutura, por deslocamento desta ou do 
terreno ao qual esteja vinculada. 
3.6 Ancoragem protendida 
Aquela que antes de se expor às cargas de serviço, é submetida, por macaco 
hidráulico ou outro equipamento, a forças de tração que por meio de dispositivos 
especiais (porcas, cunha ou calços), é mantida atuante ou ativa mesmo após a 
retirada do equipamento de carga. As forças de protensão, assim introduzidas, 
são ditas incorporadas à ancoragem; a ancoragem protendida é também 
conhecida como ancoragem ativa. 
3.7 Anteprojeto 
Aquele que é elaborado com os elementos obtidos das investigações preliminares. 
3.8 Área de risco 
Área instável ou passível de ser atingida por efeito da instabilidade de encostas e 
taludes. 
3.9 Área de segurança 
Região situada no interior da área de risco, delimitada como tal, com a finalidade de 
proteger pessoas e bens. 
3.10 Bueiro de descida ou descida d’água 
Elemento de drenagem superficial de um talude destinado a conduzir as águas 
pluviais, coletadas das canaletas longitudinais (de patamares ou bermas e de 
crista), para destino final. 
3.11 Chumbador 
Elemento estrutural, em geral, barra de aço, com trecho colocado em furo aberto no 
maciço rochoso, ao qual se chumba com calda ou argamassa de cimento e/ou 
por dispositivo mecânico. O outro trecho da barra é fixado à estrutura (por 
exemplo: muro de concreto, lasca de rocha, etc.) que se pretende chumbar à 
rocha. O chumbador não é protentido. 
3.12 Depósito de “pé de monte” 
Material acumulado no trecho mais baixo de uma encosta, constituído por deposição 
do solo e/ou de blocos de rocha oriundos da superfície da encosta. 
3.13 Encosta 
Trecho inclinado de uma elevação natural. 
3.14 Extensão do talude 
Medida, em planta, do seu contorno ou desenvolvimento, ao nível do pé. 
3.15 Fator de segurança 
Relação entre esforços estabilizantes (resistentes) e esforços instabilizantes 
(atuantes) para determinado método de cálculo adotado. Essa determinação, 
derivada de cálculo, não é o fator de segurança realmente existente, devido à 
imprecisão das hipóteses, incerteza dos parâmetros do solo adotados, etc. 
 
3.16 Fator de Segurança FSm 
Fator de Segurança calculado para as condições mais prováveis (estatisticamente) 
tanto das ações (esforços atuantes, calculados considerando as condições mais 
prováveis de sua ocorrência) quanto dos esforços resistentes (calculados 
considerando as condições geométricas e os parâmetros de resistência mais 
prováveis). 
3.17 Fator de Segurança FSc 
Fator de Segurança calculado para as condições críticas (estatisticamente) tanto das 
ações (esforços atuantes, calculados considerando valores característicos não 
superáveis em mais do que 5% dos casos) quanto dos esforços resistentes 
(calculados considerando os parâmetros de resistência característicos, ou seja, 
não ultrapassados para menos em mais do que 5% dos casos). 
3.18 Geometria de uma instabilidade 
 Limites físicos do terreno envolvido pela instabilidade. 
3.19 Geometria de um talude 
Conformação geométrica do talude, obtida por levantamento topográfico, fotografias 
aéreas ou inspeção local. 
3.20 Geossintéticos 
Mantas têxteis ou grelhas usadas em Geotecnia como filtro, dreno ou reforço do 
maciço. As mantas (geotexteis) podem ser tecidas (orientação bidimensional ou 
filamentos-telas) e não-tecidas (orientação multidimensional dos filamentos). 
3.21 Grau de risco de uma instabilidade 
Probabilidade da concorrência ou do agravamento de uma instabilidade, avaliada 
com base nos fatores intervenientes e/ou em sua evolução. 
3.22 Grau de segurança necessário ou local 
Nível de segurança compatível com a utilização do local, principalmente em relação 
aos riscos envolvendo seres humanos, edificações, etc. 
3.23 Liqüefação 
Perda total, ou parcial, da resistência ao cisalhamento do solo em virtude da 
diminuição da pressão efetiva originada por fluxo d’água ascendente ou pressão 
neutra induzida por vibrações (terremotos, choques, etc.). 
3.24 Mecanismos de uma instabilidade 
Compreendem o tipo de movimento do terreno, a velocidade e a direção dos 
deslocamentos, a freqüência da movimentação e seu estágio evolutivo. 
3.25 Modelo geotécnico-geomorfológico 
Representação por meio de seções, vistas e/ou blocos-diagramas das 
características básicas geológicas-geotécnicas do subsolo, assim como da 
superfície do trecho que interessa ao estudo da estabilidade do talude ou 
encosta. 
3.26 Observação 
Qualquer ação visando o esclarecimento de aspectos do comportamento de um 
talude ou de obra de estabilização. Pode ser realizada por inspeção ou por 
acompanhamento com uso de instrumentação. 
3.27 Parâmetro 
Valor de qualquer característica geométrica, física, geomecânica, etc. relacionada 
com as características do material constituinte do talude. 
3.28 Parâmetro ou Índice de Segurança 
Parâmetro considerado na avaliação, por comparação ao padrão, da segurança de 
um talude ou obra de estabilização. 
3.29 Pé de Talude 
Parte mais baixa de um talude ou de um trecho dele. 
3.30 Projeto Básico 
Aquele que é elaborado com elementos obtidos nas investigações geológicas, 
geotécnicas e outras. 
3.31 Projeto Executivo 
Aquele que é detalhado ou revisado a partir do projeto básico para fins de execução 
da obra. O projeto executivo pode ser específico ou tipo. 
3.32 Projeto “Tipo” 
Projeto executivo elaborado com o objetivo de aplica-lo a situações assemelhadas, 
desde que devidamente justificado e adaptadoem seus detalhes. 
3.33 Retaludamento 
Obra de mudança da inclinação, altura ou ambos de um talude, objetivando melhorar 
suas condições de estabilidade. 
3.34 Ruptura de Talude 
Situação em que um talude perde suas características originais, seja pela falta de 
estabilidade, seja pela ocorrência de deslocamentos exagerados. 
3.35 Sub-horizontal 
Plano ou reta pouco inclinados em relação à horizontal. 
3.36 Subsidência 
Afundamento de uma área da superfície do terreno em relação à sua situação 
original. 
3.37 Sub-vertical 
Plano ou reta pouco inclinados em relação à vertical. 
3.38 Talude Artificial 
Talude formado por aterro ou modificado por obras executadas. 
3.39 Talude Estável 
Talude que não apresenta nenhum sintoma de instabilidade após devida análise e 
avaliação. 
3.40 Talude Natural 
Talude formado pela Natureza sem interferência humana. 
3.41 Topo do Talude 
Parte mais elevada de um talude ou de um trecho dele. 
3.42 Trecho ou Lance de um Talude 
Parte do talude delimitada por plataforma, berma ou mudança de direção. 
3.43 Velocidade Residual 
Velocidade dos deslocamentos do talude ou de partes do mesmo após a 
implantação de obras de estabilização. 
 
4. Condições Gerais 
As atividades relacionadas com os estudos de estabilidade de taludes, a estabilização de 
taludes e com a minoração dos efeitos de sua instabilidade podem ser subdivididas em 
duas grandes categorias: 
- Estudos de grandes áreas, com contexto regional, cujo objetivo engloba o 
mapeamento de riscos geotécnicos, a caracterização de sub-áreas com necessidades 
diversas de intervenção ou onde as intervenções são desnecessárias e a 
determinação de sub-áreas a serem estudadas especificamente para determinar os 
tipos das intervenções a serem ali realizadas; 
- Estudos e trabalhos em áreas específicas, pré-definidas ou resultantes de 
mapeamentos em áreas maiores como citado no parágrafo anterior, objetivando 
definir as intervenções a serem realizadas, a elaboração de projetos de obras ou 
serviços e a implantação, operação e manutenção de tais obras e serviços. 
Nos itens 4.1 a 4.3, a seguir serão definidas as condições gerais para o primeiro grupo de 
atividades acima descritas (caráter regional) e nos itens 4.4 a 4.10 serão definidas as 
condições para as atividades do segundo grupo (caráter específico). 
4.1 Mapeamentos básicos de caráter regional 
 
4.1.1 Objetivos 
 
Esta etapa abrange atividades relacionadas ao levantamento de informações, à análise e 
à sistematização dos resultados, utilizando produtos cartográficos (mapas) com os 
condicionantes predisponentes dos processos de instabilização de taludes. 
O objeto principal deve ser voltado à formação de um quadro geral das diferentes 
tipologias e níveis de suscetibilidade dos processos de instabilização mais prováveis na 
área inventariada, que servirão de base para a sua posterior setorização em diferentes 
níveis de risco geotécnico. 
A região a ser estudada pode envolver vários taludes contíguos, em áreas urbanas ou 
adjacentes a obras lineares (rodovias, dutos, linhas de alta tensão, etc.) ou não 
(empreendimentos hidrelétricos, por exemplo). Os taludes e suas respectivas bacias de 
drenagem pluvial deverão ser utilizados como unidades básicas de análise. 
As escalas usuais de trabalho variam de 1:10.000 a 1:50.000, dependendo das 
características de uso da área estudada (área urbana, rodovias, etc.). Os produtos 
cartográficos deverão ser desenvolvidos preferencialmente em formato digital, e utilizar o 
ambiente de Sistema de Informação Geográfica – SIG como ferramenta de 
armazenamento e gerenciamento destas informações. 
 
 
4.1.2 Principais Instrumentos a serem utilizados 
 
Os principais tipos de produtos cartográficos (mapas) utilizados são: 
a) Topográfico com curvas de nível, pontos cotados, linhas de drenagem, taludes de 
corte e artificiais, acessos, outras interferências antrópicas, etc., apresentando escala 
e sistema de coordenadas definidas; 
b) Clinométrico com três ou quatro intervalos de declividade correlacionáveis aos 
diferentes níveis potenciais de instabilização (< 30%, 30 a 50% e > 50%, por 
exemplo); 
c) Feições de instabilização com cicatrizes de escorregamentos, feições erosivas e 
ocorrências de instabilização verificadas anteriormente na área estudada; 
d) Geológico-geotécnico com as principais unidades litológicas e estruturas geológicas 
de interesse na dinâmica dos processos de instabilização. Deverão ser destacadas as 
características geológico-geotécnicas dos perfis de alteração típicos para cada grupo 
litológico identificado (textura, índices físicos, permeabilidade, resistência, estruturas 
planares desfavoráveis à estabilidade, etc.); 
e) Uso e ocupação, tendo preferencialmente como base fotos aéreas ou imagens de 
satélite de boa resolução, recentes, no formato digital e geo-referenciadas na base 
topográfica utilizada; e 
f) Complementares: dispondo-se dos instrumentos de Sistemas de Informação 
Geográfica - SIG, poderão ser elaborados outros mapas úteis para o entendimento do 
quadro regional da dinâmica os processos de instabilização, tais como, Modelo Digital 
de Elevação – MDE ou Modelo Digital de Terreno – MDT, Mapa de Curvatura dos 
Taludes (côncava, convexa, retilínea), Mapa de Sentido de Mergulho dos Taludes (N, 
NE, E, SE, etc.). 
 
Além da pesquisa e produção de mapas, esta etapa também deverá considerar dados de 
interesse de outras origens para entendimento da dinâmica dos processos de 
instabilização de taludes na área estudada, apresentados em relatórios técnicos ou outras 
fontes de informação disponíveis. 
Também deverão ser previstas vistorias de campo extensivas e de curta duração, 
utilizando fichas cadastrais para a caracterização e sistematização das informações 
coletadas, incluindo as coordenadas do local no sistema de referência adotado na base 
cartográfica. 
 
 
4.2 Cadastramento de características geológico-geotécnicas e análises de risco 
 
4.2.1 Metodologia 
 
Com base nos dados inventariados na etapa anterior (descrita no item 4.1), deverá ser 
realizada uma compartimentação preliminar da área investigada, selecionando setores 
prioritários para serem alvo de detalhamento de suas características geológico-
geotécnicas e níveis de risco. 
A investigação envolverá principalmente vistorias sistemáticas dos alvos selecionados, 
com o cadastramento das suas principais características geológico-geotécnicas e de uso, 
traduzidos na forma de indicadores do nível de risco geotécnico. 
Deverão ser elaboradas fichas de cadastramento com a sistematização das informações 
a serem coletadas, buscando-se homogeneizar a qualidade e os critérios adotados nas 
vistorias sistemáticas. 
As unidades de análise adotadas deverão envolver setores de encosta individualizados 
pelo seu nível de suscetibilidade e tipologia do processo de instabilização. As escalas 
usuais de trabalho são entre 1:5.000 a 1:1.000. 
Na falta de bases topográficas atualizadas em escalas adequadas, os resultados 
cartográficos deverão ser apresentados em fotos aéreas de baixa altitude, incluindo as 
oblíquas obtidas de sobrevôo de helicóptero, ou imagens de satélite de alta resolução, de 
preferência geo-referenciadas em um sistema de coordenadas conhecido. 
Os níveis de risco deverão considerar os indicadores geológico-geotécnicos, incluindo as 
interferências antrópicas, traduzidos em níveis de probabilidade, subjetiva ou não, do 
processo de instabilização identificado no setor que possa ocorrer no período de um ano 
(uma estação chuvosa). A análise e o mapeamento dos setores deverão utilizar três a 
quatro níveis de risco, buscando-se reduzir o nível de subjetividade e a homogeneização 
dos resultados. 
A avaliação das conseqüências potenciais deverá considerar as características dos 
elementos sob risco, com destaque para sua vulnerabilidade, danos potenciais para a 
vida humana e outros condicionantes socioeconômicos pertinentes. Nocaso de áreas 
urbanas é comum adotar-se como quantificador o número de moradias que poderão ser 
afetadas pela deflagração da instabilização no setor considerado. 
Nesta etapa, nas áreas caracterizadas como de maior risco, também deverá ser apontada 
a demanda por investigações complementares, a serem realizadas nas fases 
subseqüentes do estudo (topografia de detalhe, sondagens, ensaios, instrumentação). 
 
4.2.2 Indicadores de risco 
Os principais indicadores utilizados nas análises de risco geotécnico dos setores são: 
a) Presença de feições de instabilização como trincas, abatimentos, feições erosivas, 
cicatrizes de escorregamentos, etc.; 
b) Geometria dos taludes do setor, incluindo inclinações e amplitudes; 
c) Características dos perfis de alteração, com a identificação das unidades geológico-
geotécnicas (solo superficial, solos com baixa capacidade de suporte, solos residuais, 
blocos de rocha, rocha, depósitos de encosta, depósitos artificiais, etc.) e estruturas 
geológicas (foliação, xistosidade, fraturas, juntas, etc.) predominantes nos setores 
analisados; 
d) Condições de drenagem superficial e subsuperficial (linhas de concentração de fluxo 
superficial, profundidade do nível d’água, zonas de saturação, surgências, etc.); e 
e) Características das intervenções antrópicas, abrangendo as modificações indutoras 
dos processos de instabilização (como cortes e aterros, modificações da drenagem 
pluvial, presença de fossas, remoção da cobertura vegetal, etc.) e suas condições de 
vulnerabilidade potencial (distância do início da instabilização, resistência potencial ao 
impacto etc.). 
 
4.3 Priorização de áreas para intervenção e categorização dos tipos de intervenção 
 
 
Nesta etapa os setores analisados deverão ser agrupados em duas categorias quanto aos 
tipos de intervenção que demandam: 
a) Sem intervenção ou com intervenções simples, sem a necessidade de elaboração de 
investigações e projetos específicos para sua implementação (serviços de limpeza e 
recuperação da drenagem ou proteção superficial, remoção de lixo ou entulho e outros 
serviços de manutenção); e 
b) Com intervenções que demandam investigações complementares e a elaboração de 
projetos específicos (abordado nos itens 4.4 a 4.10). 
A classificação dos setores analisados nestas duas categorias deverá considerar os 
níveis de risco e a tipologia dos processos identificados. A priorização das áreas 
pertencentes ao grupo que demandam a implantação das obras de estabilização deverá 
considerar os níveis de risco geotécnico mais elevados e o ganho de segurança potencial 
ocasionado pelas intervenções. Os métodos de análise baseados em árvore de decisão e 
no critério de custo esperado poderão facilitar esta priorização, obtendo-se relações 
custo/benefício otimizadas com a implementação destas obras. 
 
4.4 Investigações preliminares em áreas específicas 
 
São de caráter obrigatório e visam determinar: 
a) as características do local (topografia, geologia, geotecnia, ocupação ou destino, etc.) 
e o grau de segurança necessário; 
b) a necessidade ou não da implantação de obras de estabilização, de serviços 
complementares ou de medidas não estruturais para a segurança de ocupantes ou 
usuários; 
c) as restrições à execução de obras no local, as interferências com obras ou instalações 
presentes e as condicionantes do meio-ambiente; 
d) a programação de investigações geológicas e geotécnicas complementares e a 
eventual instalação de instrumentação geotécnica para monitoração da área; 
e) a necessidade de implantação imediata de medidas emergenciais. 
Obs.: Nesta etapa é obrigatória a vistoria da área por engenheiro geotécnico, 
preferencialmente acompanhado por geólogo de engenharia. 
 
4.5 Investigações Geotécnicas, Geológicas, Hidrológicas e Outras 
São de caráter obrigatório, abrangendo levantamentos locais, coleta de dados e obtenção 
de dados através de investigações de campo. Sempre que isto for justificado, deverão 
envolver ensaios “in situ” ou de laboratório e uso de instrumentação geotécnica, 
objetivando estabelecer um modelo geotécnico-geomorfológico, padrão hidrológico e, 
quando for o caso, geohidrológico. 
Estão detalhadas no capítulo 5. 
 
4.6 Diagnóstico Definitivo e Concepção do Projeto Básico 
 
4.6.1 Obras em local com instabilidade já ocorrida 
No caso de obras de estabilização em local com instabilidade já ocorrida, devem ser 
seguidas as seguintes etapas de estudos: 
a) a definição do tipo, geometria e mecanismo da instabilidade, a saber: 
− processos indutores de instabilidade, erosionais ou devidos à liquefação de 
solos superficiais, suas combinações e assemelhados; 
− processos de instabilidade propriamente ditos superficiais, internos, de 
grandes massas, devidos a particularidades geológicas, a colapso ou a 
deficiência de obras de estabilização e suas combinações. 
b) a retroanálise da instabilidade; 
c) a definição de alternativas de solução, seja de estabilização propriamente dita, de 
proteção contra os processos indutores de instabilidade, seja de procedimentos e de 
obras de proteção contra os efeitos de instabilidade, assim como suas combinações; 
d) a avaliação dos parâmetros e índices auxiliares de segurança, de acordo com o grau 
de segurança necessário ao local, segundo métodos com base em modelos: 
− matemático com avaliação, “a priori”, dos parâmetros de segurança; 
− observacional com avaliação, “pari passu”, da eficiência do processo de 
estabilização empregado; o tipo de controle deve ser compatível com o 
grau de risco da instabilidade; 
− semiprobabilístico com base em dados estatísticos de levantamentos locais 
ou de casos semelhantes e nas características dos procedimentos 
adotados; este modelo é adequado a obras que objetivam a eliminação ou 
redução dos efeitos da instabilidade, visando à proteção do local contra 
suas conseqüências. 
e) o estudo comparativo das condições técnico-econômicas das soluções possíveis, 
especialmente quanto aos sistemas executivos, à relação custo-benefício, ao custo 
orçamentário e à compatibilidade do tempo de realização da obra com o prazo exigido 
para a estabilização do local; 
f) a escolha da solução mais adequada, tanto técnica quanto economicamente, e sua 
quantificação segundo a condição prioritária entre as relacionadas na alínea e); 
g) o plano geral de execução da obra, em todas as suas etapas executivas. 
 
4.6.2 Obras em terrenos originariamente estáveis 
No caso de obras de taludes em terreno originariamente estável, as seguintes etapas de 
estudo devem ser desenvolvidas: 
a) análise interpretativa dos resultados das investigações com a determinação das 
características do terreno, dos parâmetros geotécnicos intervenientes no problema e o 
traçado de perfis geológico-geotécnicos básicos para a análise da estabilidade; 
b) definição das seções geotécnicas representativas para os estudos, baseada na 
interpretação das características geológico-geotécnicas observadas e nas condições 
existentes e passíveis de virem a ocorrer; 
c) definição da necessidade ou não de intervenções no talude através de obras ou outros 
serviços, pautada nos estudos e análises efetuados; 
d) anteprojeto das intervenções no talude, caso necessárias, e definição de soluções 
alternativas; 
e) análise de estabilidade, compreendendo: 
− a de conjunto, avaliando-se os parâmetros de segurança em relação a 
padrões necessários ao projeto; 
− a de cada obra de contenção (com a consideração de interferências 
mútuas, quando projetadas várias contenções); 
− a superficial dos taludes. 
Nota: O comportamento futuro do talude, quanto à erosão superficial, deve ser também 
considerado. 
 
4.7 Projeto Executivo; Elaboração das Especificações e Detalhamento 
4.7.1 Condições Gerais 
Além de obedecer ao que dispõe a Norma NBR-8044 “Projeto Geotécnico”, o projeto 
executivo deve conter todos os elementos necessários para a adequada execução da 
obra, incluindo desenhos, memorial descritivo,justificativo e dos cálculos, e 
especificações técnicas. O projeto executivo se destina à solução do problema que se 
apresenta, sendo que, as orientações gerais para sua elaboração estão apresentadas no 
capítulo 7 e as definições e exigências específicas a cada tipo de obra nas Partes 2, 3 e 4 
desta Norma. 
O projeto executivo deverá sempre apresentar os seguintes elementos: 
- Todos os elementos geométricos necessários para a marcação dos “off sets” 
de cortes e aterros, assim como as demais indicações para a execução das 
obras de terraplenagem (inclinação dos taludes e das bermas ou banquetas, 
cotas e larguras das mesmas, posição e características dos dispositivos de 
proteção e drenagem, etc.). 
- Todos os elementos geométricos necessários para a colocação de formas 
dos elementos de concreto ou materiais assemelhados, posicionamento e 
direcionamento de inserções de reforço ou outras, bitolas e posições das 
armaduras, telas ou outros dispositivos metálicos. 
- Todos os elementos necessários para a perfeita caracterização das obras e 
serviços complementares (como sistema de drenagem superficial e proteção 
superficial de taludes), incluindo locação em planta e cortes, detalhes 
explicativos em escala adequada e seqüência executiva. No caso da 
drenagem superficial, o detalhamento deve abranger todo o sistema, 
incluindo obrigatoriamente os dispositivos necessários para garantir a 
segurança do lançamento final dos efluentes. No caso de movimentos de 
terra, o projeto deve abranger a disposição final dos materiais excedentes 
(bota-foras) que deve também deve ser detalhada com precisão exigida para 
sua execução. 
- Nos casos em que alguns elementos geométricos não possam ser definidos a 
priori, especialmente devido às incertezas geológico-geotécnicas, devem ser 
claramente definidas no projeto as condições e os critérios a serem 
observados durante a obra pela Fiscalização para complementar tais 
definições. 
- As especificações técnicas devem ser claras e objetivas, não deixando 
margem para dúvidas relativas às características dos materiais a serem 
empregados ou rejeitados e aos procedimentos a serem obedecidos durante 
a execução da obra. Devem também definir quais ensaios serão utilizados no 
controle tecnológico, respectivas freqüências de execução e limites de 
aceitação. 
- Devem ser apresentadas a seqüência executiva das obras e as medidas e 
providências a serem adotadas durante o período de execução para garantir 
a segurança das obras nas fases intermediárias e evitar danos ao meio 
ambiente. 
- O memorial deve apresentar as justificativas para a adoção dos critérios e 
das soluções, de modo que estes sejam do pleno conhecimento das partes 
intervenientes no processo, inclusive para subsidiar eventuais alterações ou 
adequações que venham a se fazer necessárias no transcorrer dos trabalhos. 
- Os critérios e as condições para o controle da execução devem ser definidos 
já no projeto executivo, assim como as diretrizes para a avaliação de 
desempenho e a futura manutenção das obras e instalações. 
 
4.7.2 Projeto de Obras de Estabilização 
4.7.2.1 Sem Estruturas de Contenção ou de Reforço. 
São definidas na Parte 2 desta Norma e englobam, basicamente: 
a) modificação da geometria do talude por retaludamento total ou parcial de solo ou 
rocha, desmonte de partes instáveis, aterro estabilizante de pé de talude, etc; 
b) modificação do regime hidrogeológico com drenos subhorizontais profundos, poços ou 
drenos verticais de rebaixamento de lençol freático, galerias de drenagem, trincheiras 
drenantes, etc; 
c) melhoria das condições de drenagem e proteção superficial dos taludes e adequado 
encaminhamento das águas. 
4.7.2.2 Com Estruturas de Contenção ou Reforço do Terreno. 
São definidas na Parte 3 desta Norma e englobam basicamente: 
a) estruturas de contenção como muros de arrimo de peso e estruturas assemelhadas, 
tais como muros de gabiões, “crib-wall”, “solo-cimento”, muros a flexão de concreto 
armado ou protendido que utilizam em parte o peso do solo retido, etc; 
b) estruturas atirantadas, constituídas por cortinas, placas isoladas ou blocos ancorados 
ao terreno através de tirantes protendidos; 
c) estruturas chumbadas ou ancoradas, que não utilizam ancoragens protendidas: “solo 
grampeado” (“soil nailing”), estruturas chumbadas ou ancoradas na fundação, 
estruturas ou blocos com ancoragens passivas, etc; 
d) estruturas diversas e dispositivos de contenção do terreno: telas de aço galvanizadas 
fixadas com chumbadores, concreto projetado com ou sem malha fixada, contenções 
e consolidações usando estacas-raíz, aterros reforçados com geossintéticos, terra-
armada, etc. 
e) reforço do solo ou da rocha do maciço através da injeção de caldas ou argamassas de 
cimento, solo-cimento ou outros aglomerantes químicos e técnicas de reforço como 
“CCP” e “Jet Grouting” e assemelhadas. 
4.7.3 Projeto de Obras de Proteção contra os Processos Indutores de Instabilidade 
Compreende as obras contra: 
a) erosão; 
b) avalanches e corridas (“debris flows”). 
4.7.4 Projeto de Obras e de Outras Medidas para Proteção contra os Efeitos de 
Instabilidade 
Neste caso, devem-se considerar: 
a) adoção de áreas de segurança; 
b) muralha de impacto para circunscrição de áreas de segurança; 
c) anteparos e cortinas sucessivas em taludes rochosos; 
d) medidas não estruturais tais como sistemas de alerta e alarme, esquemas de 
interdição e evacuação, esquemas de prontidão e de apoio, etc. 
4.8 Execução da Obra 
Compreende: 
a) a execução propriamente dita; 
b) a fiscalização técnica; 
c) o controle tecnológico dos materiais de construção; 
d) o acompanhamento do desenvolvimento da obra, mediante inspeção e 
instrumentação; 
e) o cadastro final da obra “como executada”. 
Obs.: No capítulo 8 desta Parte são apresentadas as orientações gerais para a execução 
das obras e nas Partes 2, 3 e 4 as definições e exigências específicas para cada tipo de 
obra. 
4.9 Avaliação do Desempenho da Obra em Período-Teste 
Deve ser efetuada no período de observação e correção dos sistemas implantados. Nesta 
avaliação, devem ser considerados as condições especiais para cada tipo de solução, o 
grau de segurança necessário ao local, e o tipo da instabilidade. A avaliação do 
desempenho ou comportamento é realizada através de observação (por inspeção e, 
quando conveniente, também com instrumentação) e da interpretação dos dados obtidos. 
No caso de desempenho insatisfatório, deverá ser feita a correção ou a recomposição da 
obra. 
Obs.: No capítulo 9 desta Parte são apresentadas as orientações gerais para a avaliação 
de desempenho das obras e nas Partes 2, 3 e 4 as definições e exigências específicas 
para cada tipo de obra. 
4.10 Conservação e Manutenção da Obra 
Com base na avaliação do desempenho e em conformidade com o tipo de instabilidade, 
deverá ser planejado o programa básico de manutenção da obra, incluindo a definição da 
periodicidade das observações e dos trabalhos de manutenção. Esse programa poderá 
ser modificado no caso de ocorrência de eventos não previstos. 
Obs.: No capítulo 10 desta Parte são apresentadas as orientações gerais para a 
manutenção e conservação das obras e nas Partes 2, 3 e 4 as definições e exigências 
específicas para cada tipo de obra. 
 
5. Investigações do Terreno 
 
5.1 Investigações Preliminares 
Objetivam oferecer os subsídios necessários e suficientes para a elaboração do 
Diagnóstico da área objeto de estudo e a análise das possíveis soluções. Devem ser 
apresentadas em Relatório Técnico, inclusive nos casos em se venha isentar a área da 
necessidade de intervenções. 
Além do previsto na NBR 8044, deverão determinar: 
a) As características básicas do local em estudo, nas condições a seguir descritas: 
a.1) Topografia: devem ser realizados os levantamentos topográficos ou obtidos aqueles 
já existentes de modo a permitir que seja elaborada uma planta com curvas de nível 
do terreno, com cadastro das construçõese interferências ali existentes, em escala 
apropriada para o estudo do local. O levantamento deve ter precisão suficiente para 
que sejam traçadas seções transversais e/ou longitudinais que permitam a posterior 
introdução das características geológicas e geotécnicas pertinentes; 
a.2) Nos casos de estudos preliminares envolvendo grandes áreas poder-se-á lançar mão 
de fotos aéreas para identificar os locais com maior potencial de instabilidade, locais 
estes que então estarão sujeitos às exigências do item (a.1) anterior; 
a.3) Geologia e Geomorfologia: devem ser disponibilizadas as informações geológicas e 
geomorfológicas relativas à área de interesse, as quais podem ser obtidas a priori com 
base em mapeamentos e trabalhos de amplitude regional, devendo ser 
complementadas por investigações geológico-geotécnicas de superfície. Devem ser 
determinadas as principais características litológicas, estratigráficas, estruturais, 
hidrogeológicas e de relevo, relevantes para o estudo da área; 
a.4) Geotecnia: devem ser disponibilizadas as informações das investigações geotécnicas 
previamente realizadas e programada a campanha de investigações geotécnicas de 
campo e de laboratório que forneça os dados geotécnicos necessários para a 
elaboração do diagnóstico definitivo e a realização dos estudos de alternativas de 
solução; 
a.5) Hidrologia: quando for cabível devem ser obtidos os dados hidrológicos referentes à 
região em que a área de estudos está inserida; 
a.6) Ocupação ou Destinação da área: devem ser requeridos para a análise todas as 
informações sobre a ocupação presente e futura da área e/ou sua destinação para 
outras finalidades. O não atendimento a tal solicitação poderá ser considerado 
impedimento para a continuidade dos trabalhos; 
b) a observação cuidadosa das condições locais, visando aquilatar a necessidade de 
medidas de emergência. Estas têm por finalidade minorar as conseqüências de 
instabilidades que apresentem gravidade, envolvendo áreas habitadas, instalações 
industriais, obras viárias, sistemas ecológicos, cursos d’água, bacias, reservatórios, 
etc; 
c) a fixação do grau de segurança adequado à estabilidade do talude, tendo em vista a 
sua localização e as conseqüências de uma eventual ruptura ou de sua progressão, 
no caso de instabilidade já instalada, assim como a verificação da necessidade de 
obras de emergência para impedir tal progressão do fenômeno; 
d) o diagnóstico preliminar ou a elaboração das hipóteses mais prováveis da(s) causa(s) 
da instabilidade, já deflagrada ou em potencial, assim como o mecanismo de 
desenvolvimento desta, sua forma, área e profundidade atingidas ou passíveis de 
serem envolvidas; 
e) o planejamento de outras investigações específicas a critério do geotécnico 
responsável. 
 
5.2 Investigações para o Projeto Básico 
Objetivam oferecer os subsídios necessários e suficientes para a elaboração do Projeto 
Básico de Estabilização da Área, devendo ser apresentadas em Relatório Técnico 
específico. 
Devem ser atendidas as prescrições da NBR 8044, especialmente as referentes: 
a) aos levantamentos topográficos. Nesta etapa devem ser complementados os 
levantamentos topográficos existentes ou realizados na etapa anterior, sempre que for 
necessário, seja para obter melhor precisão das informações, seja para ampliar a área 
a ser levantada por razões resultantes dos estudos preliminares; 
b) às investigações geológicas, geomorfológicas, litológicas e estruturais. Caso não 
tenha sido feito levantamento de campo nem visita ao local por geólogo de engenharia 
na etapa anterior, isto deverá ser realizado nesta etapa, sempre que a área apresentar 
complexidade geológica ou condicionantes de ordem geológica que assim o 
justifiquem; 
c) às investigações geotécnicas, incluindo a localização de camadas, estratos e 
depósitos, correlacionados à geologia local. Nesta etapa deverão ser realizadas no 
mínimo sondagens do terreno, a percussão (conforme NBR-6484) no caso de maciços 
terrosos, mistas percussão-rotativa no caso de maciços com presença de porções 
terrosas e rochosas e rotativas no caso de maciços exclusivamente rochosos. O 
número de sondagens deve ser tal que permita uma adequada interpretação do 
maciço, especialmente de suas porções potencialmente instáveis ou afetadas pelas 
obras a serem realizadas.Em casos particulares nos quais o grau de risco não seja 
elevado e nos quais existirem faces escavadas que permitam visualização suficiente 
do maciço ou quando a altura do talude for muito pequena (inferior a 3,0m) a 
execução de sondagens a percussão poderá ser substituída por sondagens a trado. 
Investigações complementares de campo (poços de inspeção, ensaios “in situ”, 
amostragem indeformada e ensaios geofísicos), assim como ensaios laboratoriais, 
poderão ser solicitados pelo geotécnico responsável, sempre que isto for justificado; 
d) às investigações hidrológicas referentes ao regime pluviométrico da região (e do local 
específico quando isto for possível), regime hidráulico de cursos d’água e 
reservatórios que margeiem ou atravessem a área de estudos, assim como a 
realização de ensaios “in situ” ou de laboratório para determinar características do 
terreno que influenciam o fluxo através do maciço (permeabilidade, condutividade 
hidráulica, tensões de sucção, etc.); 
e) à instrumentação geotécnica. Para a determinação de características dos movimentos 
de massas ou do fluxo nos maciços devem ser consideradas: 
e.1) a abrangência da área em estudo e as prováveis profundidades envolvidas; 
e.2) a determinação da(s) direção(ões) de movimento, assim como de sua velocidade 
e estudo da influência do regime pluviométrico local; 
e.3) a verificação de ocorrência de movimentação pretérita; 
e.4) a avaliação da potencialidade dos deslocamentos e da alteração das suas 
velocidades. 
Obs. Nesta etapa a instalação de instrumentação de profundidade (inclinômetros, 
extensômetros, medidores de movimentação em profundidade, tassômetros, 
piezômetros, medidores de nível d’água, etc.) deverá ser programada em conjunto 
com a realização das investigações geotécnicas, de modo a otimizar as perfurações 
no terreno; 
f) a outras investigações. No caso de taludes rochosos ou encostas com blocos de 
rochas serão feitos o levantamento e registro minucioso dos elementos instáveis, com 
mapas e documentação fotográfica, incluindo: 
− aerofotografias gerais em escala conveniente ou fotografias de conjunto 
tomadas de pontos que permitam visualização total da área ou, ainda, 
composições que abranjam toda a sua superfície; 
− indicação em planta do local de cada foto; 
− utilização de dispositivos que permitam avaliar dimensões de elementos 
ou identificar detalhes nas fotos (réguas graduadas, balizas, bandeirolas, 
etc). 
 
5.3 Investigações para o Projeto Executivo 
O Projeto Executivo poderá ser elaborado “a priori”, ou seja, antes do início das obras ou 
poderá ser desenvolvido à medida do andamento destas obras, incorporando os dados e 
as informações sobre geologia, geotecnia e comportamento do maciço que forem sendo 
observados durante os trabalhos, especialmente no caso de escavações do terreno. 
No caso de obras de estabilização em maciços com elevada complexidade geológica ou 
com ocorrências muito erráticas dos diferentes materiais (como costuma ocorrer em 
certos maciços saprolíticos) o segundo “modus operandi” acima descrito é recomendado, 
pois permitirá que a elaboração do Projeto Executivo vá incorporando as adequações que 
vão se fazendo necessárias, às vezes continuamente durante a obra, sempre dispondo 
das informações provenientes da obra na medida em que são detectadas no próprio local. 
Caso o Projeto Executivo seja elaborado antes do início da execução das obras é usual 
que, para sua elaboração, seja necessário complementar as informações disponíveis por 
ocasião da etapa anterior. 
Em ambas as situações caberá ao geotécnico responsável determinar quais as 
investigações complementaresque deverão ser realizadas, quando, onde e como. Tais 
investigações objetivam suprir lacunas nas informações até então disponíveis, aprofundar 
o conhecimento do maciço e dos comportamentos dos diversos materiais, melhorar o 
entendimento dos mecanismos de instabilização envolvidos ou ainda permitir uma melhor 
quantificação dos elementos constituintes do Projeto. 
 
 
6. Diagnóstico Definitivo, Escolha da Solução e Concepção do Projeto 
Básico 
 
6.1 Diagnóstico Definitivo 
O diagnóstico definitivo do local em estudo terá, como objetivo inicial, o de enquadrar este 
local em uma das categorias a seguir: 
a) Local com processo de instabilização já instalado; 
b) Local aparentemente estável, mas com potencial de sofrer instabilização, 
independentemente de novas ações antrópicas; 
c) Local aparentemente estável, mas sujeito a sofrer instabilizações em razão da 
implantação de obras ou de outras ações de origem antrópica; 
d) Local estável, sem maiores riscos de sofrer instabilizações nas condições 
atuais ou futuras já previsíveis atualmente. 
O resultado dos estudos e trabalhos desta etapa deverá ser consubstanciado em 
um Relatório Técnico, necessariamente assinado pelo Geotécnico Responsável. 
6.1.1 Local com processo de instabilização já instalado 
Deve ser estudado o processo de instabilização, objetivando-se determinar: 
a) o tipo de instabilização, conforme orientação tipológica apresentada no Anexo 
A desta Parte 1 da Norma; 
b) o mecanismo de instabilização associado ao processo em curso, 
especialmente no que se refere às suas causas e aos agentes envolvidos 
(agentes predisponentes, preparatórios e deflagratórios); 
c) a amplitude da instabilização (área, extensão, profundidade) e das áreas 
passíveis de serem envolvidas no caso de evolução da instabilização; 
d) o grau de risco da instabilização, conforme Tabela 1 inserida neste texto; 
Sempre que o processo de instabilização observado assim o permitir, deve ser 
utilizada a metodologia de elaboração de retroanálises da(s) instabilidade(s). Nos 
casos em que isto for exeqüível, técnica e economicamente, tais estudos deverão 
lançar mão também de instrumentação geotécnica, amostragem e ensaios 
laboratoriais. 
6.1.1.1 Definição do tipo de instabilização 
No Anexo A desta Parte 1 da Norma é apresentada uma descrição de muitos dos 
principais tipos de instabilizações ocorrentes em encostas naturais, taludes de cortes e 
aterros e em escavações. A descrição das diferentes tipologias neste Anexo não é 
exaustiva, o que significa que tipos diferentes de instabilizações podem ocorrer, assim 
como processos complexos, que envolvem dois ou mais tipos conjugados. 
Os processos de instabilização podem ser ainda classificados como: 
a) processos indutores de instabilidade; e 
b) processos de instabilidade propriamente ditos. 
 
6.1.1.2 Estudo do mecanismo de instabilização 
Para estabelecer o mecanismo de instabilização (ou os mecanismos, pois há casos de 
ocorrência de mecanismos múltiplos) o geotécnico responsável (ou a equipe de 
geotecnia) deve lançar mão das informações amealhadas durante a fase de 
investigações, envolvendo os estudos geológicos e geomorfológicos, as investigações 
geotécnicas de campo e laboratório, os dados de instrumentação (quando disponíveis), os 
dados topográficos, hidrológicos e as informações sobre a atuação antrópica pretérita e 
presente. 
Dispondo das informações citadas, deverão ser procedidos estudos, lastreados em 
análise indutiva-dedutiva, para estabelecer as causas da instabilização, os agentes 
atuantes – agentes predisponentes (geralmente geológicos, pré-existentes no maciço; 
geométricos de origem geomorfológica ou antrópica e climáticos); agentes preparatórios 
(geológicos, geoquímicos, geofísicos, climáticos e relativos à vegetação) e agentes 
deflagratórios (chuvas intensas e/ou prolongadas, execução de cortes ou aterros, 
lançamento de águas, produção de choques ou vibrações, degelo, etc.) – e a forma de 
atuação dos agentes mais significativos no caso em estudo. 
Para se realizar o diagnóstico dos mecanismos de instabilização costuma ser de grande 
utilidade a aplicação de modelos matemáticos, em especial aqueles que estudam o 
equilíbrio limite das porções potencialmente instáveis do maciço (casos de 
escorregamentos/deslizamentos, quedas, tombamentos, rolamentos). Para muitos tipos 
de processos de instabilização, no entanto, os modelos matemáticos aplicáveis são outros 
(por exemplo, modelos hidrodinâmicos nos casos das corridas de detritos) ou até não 
foram ainda desenvolvidos (caso dos processos de erosão, por exemplo). 
Na aplicação de modelos matemáticos deverão ser utilizados preferencialmente métodos 
já consagrados no meio técnico e, quando isto não for o caso, devem ser apresentadas, 
junto com os resultados do estudo, a justificativa da adoção do método e as referências 
bibliográficas que remetam à concepção ou utilização deste método. 
 
6.1.1.3 Previsão da amplitude da instabilização 
Para circunscrever a área afetada pela instabilização e a área passível de vir a ser 
afetada caso ocorra progressão desta instabilização, deverão ser realizados estudos 
visando delimitar as amplitudes destas áreas e as profundidades envolvidas. 
Tal delimitação de amplitudes é essencial para permitir o posterior estudo de alternativas 
de solução e embasar a concepção do projeto de estabilização, proteção às áreas ou 
manejo das mesmas. 
A avaliação das profundidades atingidas por uma instabilidade será muito mais eficaz 
quando puder utilizar informações oriundas de instrumentação geotécnica (vide item 5.2.e 
desta Parte 1 da Norma). 
Para se avaliar as áreas passíveis de serem atingidas por massas instabilizadas 
admitir-se-á, além dos estudos já mencionados, a comparação com situações 
assemelhadas ocorridas anteriormente (avaliação observacional). 
 
6.1.1.4 Estabelecimento do grau de risco das instabilizações 
A Tabela 1 a seguir apresenta uma classificação de risco das instabilizações. Cada caso 
analisado deverá ser enquadrado em uma das classes descritas, objetivando orientar a 
tomada de medidas emergenciais e subsidiar o estabelecimento dos critérios de projeto. 
 
Tabela 1. Grau de risco das instabilizações. 
 
Grau de 
risco 
Caracterização do processo de 
instabilização 
Conseqüências da instabilidade 
Muito alto Movimentos de massas, em especial 
rupturas de taludes, quedas ou 
rolamentos de blocos, avalanches e 
corridas de detritos com deflagração 
brusca ou rápida, com elevada 
probabilidade de ocorrerem sem aviso 
prévio 
Risco de atingimento de pessoas, 
edificações ou instalações 
importantes ou de solapamento de 
fundações que possam levar a 
colapsos estruturais de edificações 
ou outras estruturas importantes 
Alto Idem acima, mas com presença de 
sinais de aviso que indiquem pequena 
probabilidade de deflagração a curto 
prazo (poucos dias) e que permitam 
tomada de providências pelo menos 
de emergência 
Idem acima 
Médio Idem aos casos acima (de grau muito 
alto ou alto) 
Sem risco de atingimento de 
pessoas, edificações ou 
instalações, mas com risco de 
produzir danos significativos em 
obras ou instalações de pouca 
importância ou a locais de 
importância ecológica ou 
paisagística 
Médio Movimentos de massas que não 
envolvem destacamentos mas 
produzem deformações lentas, como 
rastejos, “toppling”, rupturas com a 
base confinada, subsidências, erosão, 
etc. 
Ocorrências em áreas ocupadas, 
com presença ou circulação de 
pessoas, e com edificações ou 
instalações que podem sofrer danos 
significativos. 
Baixo Idem acima (grau médio) Ocorrências em áreas nas quais 
raramente circulam pessoas e nas 
quais não existem edificações ou 
instalações importantes. 
 
Para os casos de risco muito alto e alto sempre devem ser determinadas medidas 
emergenciais a serem implementadas de imediato. Estas medidas devem, entre outras, 
considerar as seguintes ações possíveis: 
- desvio de águas pluviais da área instável ea montante desta; 
- impermeabilização provisória de superfície (uso de lonas plásticas) e 
tamponamento de trincas; 
- remoção de sobrecargas; 
- colocação de bermas de equilíbrio provisórias; 
- instalação de escoramentos provisórios; 
- remoção de moradores e interdição do local ao tráfego de pessoas e 
veículos 
- monitoramento da área com objetivo de acompanhar a evolução dos 
processos de instabilização. 
 
6.1.2 Local aparentemente estável, mas com potencial de sofrer instabilização, 
independentemente de novas ações antrópicas 
Quando o local em estudo apresentar-se aparentemente estável, mas houver suspeita de 
que possa sofrer instabilização, mesmo sem que ocorra qualquer nova ação antrópica, o 
objetivo será determinar as condições de estabilidade do local. Para este estudo deve ser 
seguida a mesma metodologia descrita no sub-item 6.1.1 
Caso seja constatada uma condição potencial de instabilização, devem ser consideradas 
as recomendações estabelecidas no item 6.1.1, inclusive no que tange à classificação do 
risco da instabilização, neste caso potencial e ainda não instalada. Caso seja constatada 
uma condição adequada de estabilidade, recai-se nas condições descritas no item 6.1.4. 
Para estabelecer a separação entre as condições “adequadas” e “inadequadas” de 
estabilidade é indicado o critério apresentado na Tabela 2 a seguir, válida para os casos 
de processos de instabilização analisáveis através de modelos tipo equilíbrio limite: 
 
Tabela 2. Fatores de Segurança recomendados: 
Condição “adequada” (deverá 
ser tratada da forma definida no 
item 6.1.4) 
Condição “inadequada” (deverá 
ser tratada da forma definida no 
item 6.1.1) 
Grau de Risco 
da 
Instabilidade 
FSm >= e Fsc >= FSm <= ou Fsc <= 
Muito alto 1,6 1,2 1,3 1,15 
Alto 1,5 1,15 1,2 1,1 
Médio 1,4 1,1 1,15 1,05 
Baixo 1,3 1,05 1,1 1,0 
 
Nos intervalos entre os valores de uma e da outra condição não fica definida a condição 
de estabilidade do local, de modo que o mesmo deve ser estudado com maior 
detalhamento, porém sempre com prioridade inferior aos casos classificados na categoria 
6.1.1. 
Define-se FSm como o Fator de Segurança para as condições mais prováveis, seja 
de carregamentos, inclusive os efeitos de fluxo d’água e saturação do solo, seja para os 
parâmetros de resistência dos materiais. 
Define-se FSc como o Fator de Segurança para as condições críticas, seja de 
carregamentos, inclusive os efeitos de fluxo d’água e saturação do solo, seja para os 
parâmetros de resistência dos materiais. 
Entendem-se por “condições críticas” aquelas nas quais em apenas 5% dos casos 
possam ocorrer valores além dos adotados, isto é, carregamentos e empuxos d’água 
superiores, assim como parâmetros de resistência do solo inferiores. O estabelecimento 
dos valores característicos deverá ser realizado através de análise estatística dos dados 
disponíveis e, quando isto não for possível devido à exigüidade de amostragem dos 
dados, poderá ser realizado através de estudo comparativo com dados amostrais 
disponíveis em outros locais ou terrenos ou até em publicações técnico-científicas, desde 
que devidamente justificado. 
Obs.: Os valores numéricos apresentados na Tabela 2 são preliminares e estarão sujeitos 
a análises e aferições durante o período que anteceder a publicação da versão definitiva 
desta Norma. 
6.1.3 Local aparentemente estável, mas sujeito a sofrer instabilizações em razão 
da implantação de obras ou de outras ações de origem antrópica 
 
Quando o local estiver aparentemente estável, mas já houver previsão de alteração de 
sua configuração geométrica pela futura execução de cortes ou aterros, alteração nas 
suas condições hidrogeológicas pela adução de fluxos d’água adicionais ao maciço, 
alteração no estado de tensões internas pela instalação de fundações de estruturas ou 
aplicação de outros carregamentos, alteração na cobertura superficial, por exemplo, pela 
supressão ou alteração da vegetação, ou ainda quando o local passar a estar sujeito a 
impactos ou vibrações produzidas em suas cercanias, devem ser estudadas as alterações 
nas suas condições de estabilidade. 
Caso o estudo resulte na conclusão de que o local permanecerá estável após a execução 
das obras ou ação antrópica prevista, recai-se nas condições descritas no item 6.1.4. 
Caso no estudo se conclua que as condições passarão a ser insatisfatórias, recai-se nas 
condições descritas no item 6.1.2, acrescidas todas as considerações relativas às obras 
que serão implantadas ou ações que serão empreendidas. Neste caso, o diagnóstico 
deverá considerar o local em estudo antes, durante e após a implantação das obras ou 
ocorrência das ações previstas. Em alguns casos dever-se-á inclusive considerar as 
condições de longo prazo (casos de obras que possam a sofrer degradação ou 
deficiências de manutenção no longo prazo, desmatamento que resulta em redução da 
ação benéfica das raízes a longo prazo, etc.). As exigências e recomendações 
específicas para os diversos tipos de obras de estabilização ou contenção estão 
apresentadas nas Partes 2 e 3 desta Norma. 
 
6.1.4 Local estável, sem maiores riscos de sofrer instabilizações nas condições 
atuais ou futuras previstas 
Para locais diagnosticados como estáveis após a realização dos estudos e análises 
também deve ser apresentado Relatório Técnico, no qual tal condição é definida e 
também justificada. Neste relatório devem ser relatadas as características presentes do 
local que lhe conferem tal condição de estabilidade e as alterações previstas de serem 
nele introduzidas no futuro que não devem acarretar riscos de instabilidade. Deve sempre 
ser ressalvado que a introdução de alterações outras, que não aquelas já previstas, pode 
produzir alterações nas condições de estabilidade do local, de modo a tornar necessária a 
realização de um novo diagnóstico. 
 
6.2 Estudo de Soluções Alternativas 
Uma vez realizado o diagnóstico de um local, e antes de partir para a elaboração de um 
projeto, o geotécnico responsável (ou a equipe, se for o caso) deverá realizar um estudo 
de alternativas de solução, para só então proceder à escolha da solução a ser utilizada no 
projeto básico. 
Apenas em poucos casos de extrema simplicidade, ou porte muito reduzido da obra a ser 
implantada, poder-se-á prescindir do estudo de alternativas. Nos casos em que exista 
muita urgência em se iniciar os trabalhos de estabilização ou proteção, para reduzir riscos 
a pessoas ou bens, apenas no início das obras se poderá prescindir do estudo de 
alternativas, o qual deverá ser retomado tão logo as condições mais críticas sejam 
superadas. Sempre que uma das hipóteses citadas ocorrer deverá constar na 
documentação do projeto um Memorial Justificativo que explique as razões pelas quais 
não foi realizado um estudo de alternativas e que justifique a solução adotada. 
Para permitir a comparação das alternativas estudadas estas devem ser minimamente 
detalhadas, de modo que seja possível estabelecer seus prazos de execução, custos 
aproximados (recomenda-se que os quantitativos sejam estimados com imprecisões não 
superiores a 20%), etapas executivas e que permitam que se possa avaliar as 
dificuldades construtivas, condições de risco durante as etapas construtivas, problemas 
com interferências e eventuais danos ambientais. 
 
6.3 Escolha da Solução 
 
A escolha da solução a ser adotada no projeto, para estabilizar o local ou implantar obras 
de proteção ou serviços voltados à redução de riscos, deverá levar em conta não só os 
custos e prazos de implantação das obras e serviços, mas também as dificuldades 
construtivas, de acesso e operação de equipamentos, de obtenção, transporte e aplicação 
dos materiais, de lida com as interferências presentes no local ou em suas adjacências, 
os eventuais danos ambientais provocados pelas obras ou pela disposição de rejeitos ou 
resíduos e os custos e as dificuldades de manutenção das obras e serviços na condição 
de longo prazo.No processo de escolha, para casos de taludes e/ou obras de maior porte, recomenda-se 
a adoção de critérios baseados na Teoria da Decisão, com explicitação de fatores de 
ponderação para cada atributo a ser considerado neste processo, tanto os acima referidos 
quanto eventuais outros complementares que sejam julgados importantes no caso em 
questão. Os fatores de ponderação a serem atribuídos devem representar a prioridade e a 
importância de cada quesito para esta escolha, de modo a tornar o processo mais 
racional e visualizável para os interessados e eventuais terceiros envolvidos. 
O resultado deste processo de análise e decisão deve ser consubstanciado em Relatório 
Técnico e Econômico que passará a ser parte integrante do projeto. 
 
6.4 Concepção do Projeto Básico 
Entende-se por Projeto Básico o conjunto de desenhos, memoriais, especificações 
técnicas e relatórios que define as obras e serviços a serem implantados em determinado 
local, com grau de detalhamento compatível com sua orçamentação, contratação e, 
eventualmente, início de execução, mas com detalhamento e definições insuficientes para 
sua execução completa. Para esta última condição deverá, posteriormente, ser elaborado 
o Projeto Executivo. 
 
6.4.1 Grau de Segurança Necessário ao Local 
Para a elaboração do projeto básico deverá ser, inicialmente, definido o grau de 
segurança necessário para o local que será objeto da intervenção. Para definir este grau 
de segurança recomenda-se o enquadramento de cada caso nas categorias listadas na 
Tabela 3 a seguir. Ressalta-se que esta tabela não é exaustiva, além de poderem ocorrer 
casos que, em virtude de peculiaridades locais ou regionais, ou de especificidades de uso 
e ocupação dos terrenos, merecem um enquadramento diferente do que o estabelecido 
na tabela. Nestes casos caberá ao Geotécnico Responsável justificar o(s) caso(s) 
díspar(es) e seu enquadramento diferenciado. 
 
Tabela 3. Grau de segurança necessário ao local 
 
Grau de Segurança 
Necessário 
Caracterização do Local 
Muito Alto Áreas urbanas densamente povoadas, vias de tráfego intenso, 
proximidade de edificações ou instalações em que possam estar 
muitas pessoas, proximidade de locais com armazenamento ou 
presença de produtos potencialmente perigosos (explosivos, 
inflamáveis, tóxicos) 
Alto Demais áreas urbanas, vias e locais em que estejam ou circulem 
pessoas com alguma freqüência, proximidade de instalações 
fabris, estações de tratamento de água ou esgoto, linhas de 
transmissão, oleodutos e adutoras, edifícios ou instalações de 
valor histórico ou social 
Médio Áreas em que pessoas possam estar ou circular eventualmente, 
outros tipos de edificações e instalações não referidos acima, 
locais ermos mas de elevado valor ecológico ou paisagístico 
Baixo Locais raramente sujeitos à presença humana e que não 
apresentam elevado valor ecológico ou paisagístico. 
 
 
6.4.2 Determinação dos Parâmetros Geotécnicos para o Projeto 
A determinação dos parâmetros geotécnicos para o projeto de estabilização de uma 
encosta, talude de corte ou aterro, ou ainda para o projeto de uma obra de contenção de 
um talude deve ser precedida sempre pelas investigações indicadas no capítulo anterior, 
em especial aquelas constantes no item 5.2. 
A obtenção dos parâmetros geotécnicos, em especial dos parâmetros de resistência dos 
materiais envolvidos, deverá ser realizada segundo a seguinte ordem de prioridade, a 
menos de justificativa explicita em contrário: 
1o) obtenção de parâmetros de cada camada, horizonte ou descontinuidade envolvidos no 
problema, através de ensaios laboratoriais adequados (triaxiais, cisalhamento direto, etc.) 
e adequadamente conduzidos (preparo, confinamento/adensamento, ruptura) sobre 
amostras indeformadas muito bem representativas de cada camada, horizonte ou 
descontinuidade relevantes para a estabilidade em questão; 
2o) obtenção de parâmetros equivalentes a partir de retroanálise(s) de ruptura(s) já 
ocorrida(s) no local ou em suas proximidades, envolvendo os mesmos materiais; 
3o) obtenção de parâmetros estimados por correlações com ensaios “in situ” realizados 
no próprio local, desde que tais correlações já tenham sido aferidas para os tipos de solos 
em questão, nas mesmas formações geológicas; 
4o) estimativa de parâmetros a partir de poucos ensaios, referências bibliográficas ou 
experiência anterior da equipe. 
O Geotécnico Responsável ou a equipe encarregada dos estudos deverá sempre dar 
preferência à determinação dos parâmetros pelos modos (1o) e/ou (2o) acima citados. 
Nos casos em que os parâmetros apenas puderem ser determinados pelos modos (3o) e 
(4o), deverá ser comunicado ao proprietário e/ou gerenciador do empreendimento que tais 
procedimentos são muito menos confiáveis e que implicarão em custos maiores das 
obras, em função do desconhecimento maior das propriedades dos materiais e a 
conseqüente exigência de maiores margens de segurança no projeto. 
Quando os parâmetros forem estabelecidos apenas com base em bibliografia ou 
experiência anterior é obrigatória a apresentação, por parte do Geotécnico Responsável 
(ou equipe) de justificativa para tal procedimento e das referências bibliográficas utilizadas 
ou dos memoriais das obras anteriormente estudadas, de onde estes parâmetros foram 
originados. 
Finalmente, em qualquer caso, deve ser sempre esclarecido se os parâmetros são 
médios ou característicos e, neste último caso, qual a porcentagem de probabilidade de 
serem desfavoravelmente ultrapassados, devendo-se dar preferência ao estabelecimento 
de valores característicos correspondentes a 5% (conforme apresentado no item 6.1.2). 
 
6.4.3 A Segurança nos Projetos de Estabilização de Taludes 
 
Cada projeto de estabilização de talude deve ter como objetivo dotar o local de condições 
de segurança adequadas. O melhor modo de se aquilatar a segurança de um talude, 
assim como de qualquer obra, é a análise probabilística utilizando o Método Probabilístico 
de Avaliação da Segurança. 
Nos casos em que isto for possível de ser realizado, é recomendada a adoção dos 
valores de probabilidade de ruína de projeto constantes na Tabela 4 a seguir, 
estabelecidos em função do grau de segurança necessário para o local. 
Tabela 4. Probabilidades de Ruína Recomendadas para os projetos: 
 
Grau de Segurança necessário 
para o local 
Probabilidade de ruína, para um período de 10 anos (*), 
considerada adequada para determinar os fatores de 
segurança de projeto em obras de estabilização de 
taludes 
Muito Alto 10E-4 
Alto 10E-3 
Médio 10E-2 
Baixo 10E-1 
 
(*) Probabilidade de que ocorra a ruína num período de 10 (dez) anos. 
Os valores de probabilidades de ruína constantes da Tabela 4 são provisórios e deverão 
ser reavaliados num prazo não superior a 10 (dez) anos da entrada em vigor desta 
Norma. Esta condição decorre do fato de que, na atualidade, não existem ainda estudos 
quantitativos suficientes para permitir que tais valores sejam estabelecidos com suficiente 
confiabilidade para serem considerados permanentes. Por este motivo também, serão 
indicados valores recomendados de Fatores de Segurança a serem adotados nos 
projetos, com a mesma restrição de uso provisório, até que estudos quantitativos mais 
aprofundados permitam o estabelecimento de valores mais definitivos. 
 
 
6.4.4 Projetos de Estabilização em Locais com Processo de Instabilização já 
Instalado 
 
Nos locais em que já há processo de instabilização instalado a obtenção dos parâmetros 
para o projeto básico só poderá ser realizada pelos modos (1o) e (2o) referidos no sub-
item (6.4.2), nos casos em que forem aplicáveis modelos do tipo equilíbrio limite. Nestes 
casos os demais modos de obtenção de parâmetros devem ser utilizados apenas como 
balizamentos orientativos. Isto decorre do fato de que, uma vez havendo processo de 
instabilização já instalado, a retroanálise desta instabilização é sempre possível. 
A complementação da determinação dos parâmetrosatravés de ensaios laboratoriais 
sobre amostras representativas é, neste caso, fortemente recomendada. 
Para estudar a(s) solução(ões) e elaborar o projeto de estabilização deve ser almejado 
obter uma recondução do local a condições adequadas de segurança, variáveis em 
função do grau de segurança necessário para cada local. 
Recomenda-se que, nestes casos, os projetos atendam a um critério de acréscimo de 
segurança proporcionado pelas obras e serviços, em valores não inferiores aos 
constantes da Tabela 5 a seguir, válida para os casos em que for possível a aplicação de 
modelo do tipo equilíbrio limite. 
 
 
 
 
Tabela 5. Acréscimos de Segurança recomendados para os projetos 
 
 
Grau de Segurança necessário 
para o local 
Acréscimo no Fator de Segurança recomendado 
(parâmetros de resistência obtidos por retroanálise do 
próprio local) 
 Ações com valores de 
expectativa mais provável 
Ações com valores não 
superáveis em mais de 5% 
(excepcionais) 
Muito Alto 50% 25% 
Alto 40% 20% 
Médio 30% 15% 
Baixo 20% 10% 
 
Obs.: Os valores numéricos apresentados na Tabela 5 são preliminares e estarão sujeitos 
a análises e aferições durante o período que anteceder a publicação da versão definitiva 
desta Norma. 
 
6.4.5 Projetos de Estabilização em Locais com Terreno Aparentemente Estável 
Em locais onde o terreno se encontra estável ou está aparentemente estável, mas serão 
executadas obras e serviços que possam alterar estas condições, tais como cortes e 
escavações, aterros de qualquer espécie, outros acréscimos de cargas estáticas ou 
dinâmicas em terrenos com declive, assim como alterações nas condições de fluxo 
d’água em tais terrenos, devem ser estudadas soluções e, quando necessário, 
executadas obras de estabilização. 
Tais obras poderão envolver ou não elementos estruturais de contenção ou reforço. Para 
a avaliação global da segurança do local e para a avaliação parcializada de trechos da 
obra em que predominam taludes sem tais elementos estruturais, devem ser obedecidos 
os Fatores de Segurança constantes da Tabela 6 a seguir, nos casos em que for possível 
a aplicação de modelo do tipo equilíbrio limite. Para a avaliação da segurança específica 
de obras de contenção devem ser obedecidos os valores de Fatores de Segurança 
indicados na Parte 3 desta Norma. 
 
Tabela 6. Fatores de Segurança recomendados para os projetos de obras de 
estabilização em locais sem processos de instabilização instalados (*) 
 
Grau de Segurança 
necessário para o 
Fatores de Segurança recomendados para os projetos de 
estabilização 
Parâmetros obtidos 
por retroanálise no 
próprio local e 
complementados por 
ensaios laboratoriais 
sobre amostras 
representativas 
Parâmetros obtidos 
por retroanálise em 
local assemelhado 
ou apenas através 
de campanha de 
ensaios laboratoriais 
Parâmetros obtidos 
por correlações com 
ensaios “in situ”, 
experiência anterior 
da equipe, 
bibliografia, etc. 
local 
FSm FSc FSm FSc FSm FSc 
Muito Alto 1,5 1,2 1,6 1,3 1,8 1,4 
Alto 1,4 1,15 1,5 1,25 1,7 1,35 
Médio 1,3 1,1 1,4 1,2 1,6 1,3 
Baixo 1,2 1,05 1,3 1,15 1,5 1,25 
 
(*) Os Fatores de Segurança constantes desta tabela, seguem a mesma nomenclatura 
(FSm e FSc) já descrita no sub-item 6.1.2, ou seja, calculados considerando os valores 
mais prováveis dos parâmetros geotécnicos utilizados nas análises (FSm) e os valores 
característicos correspondentes ao quartil de 5% (FSc). 
Obs.: Os valores numéricos apresentados na Tabela 6 são preliminares e estarão sujeitos 
a análises e aferições durante o período que anteceder a publicação da versão definitiva 
desta Norma. 
Para situações temporárias de curta duração, que possam ocorrer durante o período de 
execução das obras, poder-se-á aceitar Fatores de Segurança menores do que os 
constantes na Tabela 6, desde que nunca inferiores a 1,3 nos casos de risco alto e muito 
alto e 1,15 nos de risco médio e baixo. 
 
6.4.6 Projetos de Obras e Medidas de Proteção a Áreas Sujeitas aos Efeitos de 
Instabilizações de Taludes 
Para obras e medidas não estruturais que objetivam proteger áreas de serem atingidas ou 
afetadas por efeitos resultantes de instabilizações em encostas naturais e taludes 
diversos deverão ser seguidos critérios que considerem: 
a) risco de atingimento da área de interesse por massas provenientes de 
instabilizações em taludes ou encostas; 
b) tipo de ocupação e uso das áreas de interesse; 
c) tipo de material, suas condições, volumes e velocidades caso venham a atingir as 
áreas de interesse; 
d) risco de ocorrerem (1o) mortes, (2o) vítimas não fatais, (3o) danos materiais a 
instalações importantes e (4o) outros danos materiais a obras ou instalações, em 
caso de atingimento. 
 
Obs.: As “probabilidades de ruína” de projeto constantes na Tabela 4 deste capítulo 
poderão ser adotadas como critério de estabelecimento das condições de segurança das 
obras e demais medidas consideradas neste item, sempre que não estiverem disponíveis 
critérios específicos mais detalhados e adequados. 
Na Parte 4 desta Norma serão apresentadas as demais condições e exigências relativas 
às obras e medidas de proteção consideradas neste item. 
 
 
7. Projeto Executivo de Obras de Estabilização de Taludes e Correlatas 
7.1 Condições Gerais 
7.1.1 O Projeto Executivo deve: 
a) atender às definições e critérios estabelecidos no Projeto Básico quanto ao(s) 
tipo(s) de obra(s) e serviços ali especificados e às condições de segurança ali 
estipuladas; 
b) apresentar um nível de detalhamento das obras e serviços adequado para 
permitir a correta execução destas obras e serviços, inclusive seu 
acompanhamento técnico e fiscalização; 
c) estabelecer os critérios e as condições para que possam ser realizadas as 
adequações e adaptações que vierem a se tornar necessárias durante a 
execução das obras e serviços, principalmente aquelas decorrentes de 
peculiaridades geológico-geotécnicas observadas no transcorrer dos trabalhos 
no campo. 
7.1.2 Quanto ao nível de detalhamento, o Projeto Executivo deve: 
a) apresentar todos os elementos geométricos necessários para a marcação 
dos “off sets” de cortes e aterros, assim como as demais indicações para a 
execução das obras de terraplenagem (inclinação dos taludes e das bermas 
ou banquetas, cotas e larguras das mesmas, posição e características dos 
dispositivos de proteção e drenagem, etc.); 
b) apresentar todos os elementos geométricos necessários para a colocação de 
formas dos elementos de concreto ou materiais assemelhados, 
posicionamento e direcionamento de inserções de reforço ou outras, bitolas e 
posições das armaduras, telas ou outros dispositivos metálicos. 
c) nos casos em que alguns elementos geométricos não possam ser definidos a 
priori, especialmente devido às incertezas geológico-geotécnicas, devem ser 
claramente definidas no projeto as condições e os critérios a serem 
observados durante a obra pela equipe de Acompanhamento Técnico para 
complementar tais definições; 
d) as especificações técnicas devem ser claras e objetivas, não deixando 
margem para dúvidas relativas às características dos materiais a serem 
empregados ou rejeitados e aos procedimentos a serem obedecidos durante 
a execução da obra; 
e) o memorial deve apresentar as justificativas para a adoção dos critérios e das 
soluções, de modo que estes sejam do pleno conhecimento das partes 
intervenientes no processo, inclusive para subsidiar eventuais alterações ou 
adequações que venham a se fazer necessárias no transcorrer dos trabalhos; 
f) os critérios e as condições para o controle da execução devem ser definidos 
já no projeto executivo, assim como as diretrizes para a avaliação de 
desempenho e a futura manutenção das obras e instalações. 
 
7.2 Projeto Executivo de Obras de Estabilização e Similares 
7.2.1 Obras sem utilização de estruturas de contenção ou reforço 
As obras de estabilização de taludes, ou de construção de desníveis de terreno estáveis, 
sem uso de elementos estruturaisde contenção ou de reforço, são objeto da Parte 2 
desta Norma, estando ali definidas as condições a que tais obras devem se ater. 
 
7.2.2 Obras com utilização de estruturas de contenção ou reforço 
As obras de estabilização de taludes, ou de construção de desníveis de terreno estáveis, 
com uso de elementos estruturais de contenção ou reforço do maciço, são objeto da Parte 
3 desta Norma, estando ali definidas as condições a que tais obras devem se ater. 
 
7.3 Projetos Executivos de Obras de Proteção contra Processos de 
Instabilização 
São, em geral, complementares aos projetos de obras citadas em 7.2 e, neste caso, 
devem ser estudados em conjunto com estes. 
Englobam obras e serviços de proteção contra erosão, obras e serviços de proteção a 
áreas passíveis de serem atingidas por massas escorregadas, escoadas, blocos rochosos 
ou outros materiais oriundos de processos de instabilização ocorrentes em outros locais, 
obras e serviços de sinalização, aviso e alerta contra riscos advindos de processos de 
instabilização e outras medidas assemelhadas e complementares. 
Estas obras e serviços são objeto da Parte 4 desta Norma estando ali definidas as 
condições às quais estas obras e serviços devem se ater. 
 
8. Execução de Obras de Estabilização de Taludes 
 
8.1 Condições Gerais 
Obras de estabilização de taludes e de encostas naturais apresentam, na maioria das 
vezes, peculiaridades de ordem geológica e geotécnica que tornam necessário 
proceder a alterações e adequações no projeto, durante as etapas construtivas das 
obras. Mesmo nos casos em que o Projeto Executivo está adequadamente elaborado 
e suficientemente detalhado, durante a execução das obras poder-se-á deparar com 
características do terreno, tanto em solos quanto em rochas, que exijam tais 
alterações e adequações. 
Devido a estas condições, obras de estabilização de taludes e de encostas naturais 
sempre deverão ser conduzidas com apoio de profissional de Geotecnia, na qualidade 
de ATO (Acompanhamento Técnico da Obra), com adequado entrosamento com o 
Projetista ou equipe de projeto. 
 
8.1.1 Atendimento a Normas e Especificações 
Durante a execução das obras de estabilização de taludes, construção de desníveis 
de terreno estáveis e implantação de obras e medidas de proteção a áreas sujeitas a 
riscos decorrentes de instabilizações de taludes, devem ser atendidas: 
a) As normas de fiscalização técnico-administrativas. 
b) As especificações dos materiais a serem empregados e dos processos 
construtivos definidos no projeto. 
c) A metodologia de controle das soluções adotadas e dos seus sistemas 
executivos próprios, assim como da seqüência das etapas de execução. 
d) As normas e especificações de segurança do trabalho. 
 
8.1.2 Serviços Preliminares 
Com relação à instalação e manutenção do(s) canteiro(s) de obras deverão ser 
obedecidas as seguintes condições: 
a) O local de instalação do canteiro de obras deverá ser previamente definido em 
comum acordo entre a contratante e a contratada. 
b) O canteiro deverá ser implantado em local tal que não esteja sujeito a riscos 
oriundos das instabilizações dos taludes, de atingimento por massas 
escorregadas ou escoadas ou por lançamentos de pedras oriundas de 
detonações, enchentes ou outros fenômenos deletérios. 
c) A localização do canteiro deverá ser tal que não produza danos ambientais ou, 
em caso de impossibilidade de se atender tal exigência, quaisquer danos 
ambientais produzidos deverão ser reparados convenientemente após a retirada 
do canteiro, restabelecendo-se as condições originais do local em termos de 
solos e vegetação. 
d) O canteiro de obras deverá sofrer manutenção durante todo o transcorrer da 
obra objetivando a segurança dos operários, a limpeza da área e a retirada e 
adequada destinação de resíduos e refugos de qualquer espécie. 
Com relação à implantação de acessos provisórios ao local das obras e no interior das 
áreas submetidas às atividades de obra, deverão ser obedecidas as condições 
expressas nas alíneas (a), (b) e (c) acima. Além disto, deverá ser dada adequada 
manutenção a estes acessos e tomados cuidados especiais quanto à drenagem das 
águas do escoamento superficial, de modo a se evitar o aparecimento de erosões. 
Também deverão ser definidos, previamente à execução das obras, os locais 
destinados a receber solos e blocos oriundos das escavações (bota-foras), assim como 
as áreas de empréstimo de solos para a execução de aterros. Estes locais deverão 
receber os tratamentos prévios necessários e ter implantado e mantido um adequado 
sistema de coleta, escoamento e destinação das águas pluviais. 
8.1.3 Segurança do Trabalho 
a) Nas obras deverá ser rigorosamente obedecida toda a legislação referente à 
segurança no trabalho dos operários, demais intervenientes na obra e transeuntes 
de locais próximos. 
b) Nas obras e serviços em taludes ou encostas íngremes deverão ser adotadas 
medidas especiais de segurança, inclusive utilização de cordas de segurança para 
trabalhadores e visitantes. 
c) Os equipamentos de proteção individual (EPI) deverão atender às exigências 
específicas pertinentes, ser adequados às condições de trabalho locais, ser 
vistoriados sistematicamente e receber a manutenção devida. 
d) A execução de desmontes a fogo e outros tipos de detonação deverão ser 
precedidas de vistoria e evacuação de pessoas na área passível de ser atingida 
por eventuais lançamentos, além da sinalização e avisos sonoros adequados. 
 
8.2 Acompanhamento Técnico da Obra (ATO) 
Todas as obras de estabilização de taludes e de encostas naturais deverão contar com 
um adequado acompanhamento técnico (ATO), de acordo com as seguintes condições: 
a) O acompanhamento do desenvolvimento da obra, com observação e controle do 
comportamento do maciço e dos elementos implantados, deve sempre ser 
realizado por um profissional de Geotecnia, com apoio de equipe dimensionada 
de acordo com o vulto da obra. 
b) Em obras de grande porte e em locais de risco alto e muito alto deverá ser exigida 
a presença permanente do Geotécnico Responsável na obra e de membros 
suficientes da equipe de ATO para realizar as tarefas de acompanhamento 
técnico e encaminhamento das solicitações de alteração/adequação/adaptação 
dos projetos ao Projetista. 
c) Em obras de porte menor, nas quais não se justifique a presença permanente de 
Profissional de Geotecnia na obra, deve estar permanentemente presente um 
técnico experiente para prestar o apoio necessário e se reportar ao Geotécnico 
Responsável sempre que isto for necessário. 
d) Apenas em obras de porte muito reduzido, cujo projeto não se classifique nas 
categorias de risco alto ou muito alto, poderá ser aceito que não esteja 
permanentemente na obra nem o profissional nem um membro da equipe de 
ATO, sendo o acompanhamento técnico realizado apenas por inspeções 
periódicas. Tais inspeções nunca poderão ter freqüência menor do que duas 
vezes por semana. 
e) Caberá também à equipe de ATO a execução de todos os ensaios de controle de 
qualidade dos materiais e produtos empregados na obra, inclusive os materiais de 
aterros, ou a sua supervisão quando tal atividade for atribuída a terceiros. 
 
8.3 Fiscalização da Obra 
O contratante definirá um profissional responsável pela Fiscalização da obra, que, 
dependendo do porte da obra deverá contar com uma equipe de fiscalização. O 
profissional responsável pela Fiscalização deverá, preferencialmente, ser Engenheiro Civil 
de formação. Outros profissionais de Engenharia, Geologia ou Arquitetura poderão, 
eventualmente, exercer tal atividade, desde que tenham sólidos conhecimentos de 
execução de obras geotécnicas. 
Apenas em obras de pequeno e médio porte um mesmo profissional de Geotecnia poderá 
acumular as funções de ATO e Fiscalização da obra, caso isto seja de interesse do 
Contratante. 
Caberá à Fiscalização: 
a) Conferir a execução das atividades dos contratados atuantes na obra. 
b) Receber os resultados das atividades

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