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Implantação da obra Prof.ª Dayanne Severiano Meneguete Descrição Os procedimentos e as etapas para o licenciamento de uma obra, o canteiro de obras e os elementos que devem compor o seu layout, bem como o processo de locação de obra e como se dá a sua execução. Propósito Conhecer o processo para implantação de uma obra, compreendendo a concepção dos projetos arquitetônico e complementares e sua aprovação nos órgãos responsáveis para liberação do alvará de obras. Após essa etapa, se faz necessária a execução de serviços preliminares à execução da obra e construção do canteiro. Apenas após essas etapas, se dará o início da obra efetivamente. Objetivos Módulo 1 Licenças Módulo 2 Implantação do canteiro Identificar quais são os procedimentos e as etapas para o licenciamento de uma obra. Definir o que é um canteiro de obras e quais elementos devem compor seu layout. Módulo 3 Locação da obra Compreender o processo de locação de obra e como se dá sua execução. Introdução Assista ao vídeo para conhecer alguns aspectos gerais sobre como ocorre a implantação de uma obra. 1 - Licenças Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car quais são os procedimentos e as etapas para o licenciamento de uma obra. Vamos começar! Como licenciar obras na construção civil Assista ao vídeo a seguir para conhecer como é feito o licenciamento de obras. Normas regulamentadoras A licença para execução de uma obra, seja ela de construção, reforma, desmontagem, ou demolição, é denominada de alvará. Atenção! O alvará é um documento é emitido mediante apresentação dos documentos determinados pelo Plano Diretor Municipal e Código de Obras de cada cidade. Após a aprovação do projeto, a apresentação do profissional habilitado, que será o responsável pela execução da obra, e o pagamento das taxas tributárias estabelecidas pela legislação, é liberado o devido alvará. Assim, precisamos conhecer qual é a documentação necessária para protocolar a solicitação da licença na Secretaria de Obra de cada município. Esse processo pode ser presencial ou digital, o que dependerá da prefeitura a qual o alvará está sendo solicitado. Os documentos fornecidos pelas prefeituras têm como objetivo contribuir com profissionais da área na padronização da apresentação dos projetos de edificações a serem apresentados em meio físico ou digital. Dessa forma, busca-se facilitar sua tramitação junto aos técnicos da Secretaria do Município, assim como agilizar os prazos e os procedimentos de análise. Segundo publicação do Ministério do Trabalho e Previdência feita em 22 de outubro de 2020, as Normas Regulamentadoras (NR) são regulamentos que orientam sobre as obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores, com o objetivo de garantir um trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho. As NRs seguem em sua formulação os princípios essenciais para uma boa prática regulatória, de forma a seguir princípios. Veja-os na imagem a seguir: Legalidade No total, existem 37 NRs divididas para atender diversas áreas, como a Construção Civil, Mineração, Indústria, Meio Ambiente etc. A tabela a seguir apresenta a denominação de todas as NRs: NR-1 - Disposições gerais NR-2 - Inspeção prévia (revogada) NR-3 - Embargo ou interdição Impessoalidade Moralidade Responsabilidade Publicidade (transparência) Subsidiaridade E�ciência NR-10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade NR-11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais NR-12 - Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos NR-19 - Explosivos NR-20 - Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis NR-21 - Trabalhos a céu aberto NR-28 - Fiscalização e penalidades NR-29 - Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário NR-30 - Segurança e saúde no trabalho aquaviário Tabela: Normas Regulamentadoras Dayanne Severiano Meneguete Dentro da Construção Civil, algumas dessas 37 normas se destacam e vamos abordá-la em seguida. NR 1 Esta norma trata das disposições gerais e o gerenciamento de riscos ocupacionais. Seu objetivo é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns às normas regulamentadoras relativas à segurança e às saúde no trabalho, e as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais associados às medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho. NR 3 A NR 3 trata do embargo ou a interdição. Segundo esta norma, o embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. Para efeitos de obra, o termo adotado seria o de embargo, que implica a paralisação total ou parcial da obra. NR 4 É uma norma geral, mas de suma importância para a Construção Civil. Ela trata dos serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho, tendo, dessa forma, a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverá ser vinculado à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento. Esse dimensionamento é feito com base nas constantes dos Quadros I e II, anexos da NR 4. Observe o esquema na imagem a seguir: Esquema geral de dimensionamento do SESMT. NR 5 Ainda em relação à segurança dos empregados, temos a NR 5, que apresenta as informações necessárias para a formação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, denominada como CIPA, cujo objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA deve ser composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. NR 6 A fim de garantir a segurança individual de que trabalhador, foi estabelecida a NR 6, que se refere ao equipamento de proteção individual popularmente denominado como EPI. EPI Todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, que se destina à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. No geral, o equipamento de proteção individual pode ser de fabricação nacional ou importado. Porém, sua venda ou utilização só é permitida a partir da indicação do Certificado de Aprovação (CA), que deve ser expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência. A NR 6 estabelece que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas devidas circunstâncias, e, em contrapartida, o empregado deve usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação dos equipamentos, comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. NR 7 A NR 7 é a norma que orienta e traz as definições sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), e, estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados deste programa, com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. A NR 7 estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PCMSO, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. Além disso, é determinado como deve ser feito o reconhecimento das atividades e, consequentemente, a classificaçãodos riscos relacionados. A partir dessa classificação, é possível determinar a quais exames o trabalhador deverá se submeter e sua frequência, conforme a imgem a seguir: Exames Médicos – PCMSO. NR 9 Uma das mais importantes normas regulamentadoras relacionada à Construção Civil é a NR 9. Esta norma estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), previsto na NR 1, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais. A NR 9 visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Além disso, deve promover a sinalização dos ambientes com a utilização de cartazes e avisos. NR 35 Por fim, temos a NR 35, considerada a última norma que merece maior destaque dentro as atividades da Construção Civil. Esta norma se destina à gestão de Segurança e Saúde no trabalho em altura, e estabelece os requisitos para a proteção dos trabalhadores aos riscos em trabalhos com diferenças de níveis, nos aspectos da prevenção dos riscos de queda. Dessa forma, conforme a complexidade e riscos dessas tarefas, o empregador deverá adotar medidas complementares inerentes a essas atividades. Licenciamento de obra e código de obras O processo para aprovação e licenciamento de um projeto/obra deve ser feito conforme determinações definidas pelas leis municipais, seja para toda construção ou reforma. Esse processo de análise e aprovação chama-se licenciamento. No geral, o licenciamento pode ser entendido como o procedimento necessário para se obter a autorização, denominada como alvará, que regulariza o imóvel para a execução de atividades. Dentro das prefeituras, existem as secretarias de obras ou habitação, que tem por objetivo avaliar e analisar os processos, para aprovação, e, em determinadas situações, encaminhar o projeto a outros órgãos. Exemplo Quando um terreno possui árvores que deverão ser removidas ou transplantadas, é necessário a permissão e orientação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Todo município deve ter seu código de obras. Esse código é o instrumento que permitirá a Administração Municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço edificado e seu entorno, garantindo a segurança e a salubridade das edificações. Importante ressaltar que os imóveis são fiscalizados e podem ser multados se houver alguma irregularidade. Além disso, obras não licenciadas podem ser embargadas e as atividades desenvolvidas em imóveis irregulares podem ser interditadas. A legislação é rigorosa e tem o objetivo de garantir que todos os imóveis sejam confortáveis e seguros para ser habitados ou utilizados comercialmente. O Código de Obras pode ser entendido como documento isolado, que tem por objetivo o controle das atividades da edilícia do Município, de forma a considerar cada obra ou edificação de forma isolada, e sua abrangência sobre o território não urbano. O Código de Obras é definido dentro do Plano Diretor Urbano de um município, e junto com ele, é possível encontrar outras leis e normas, como a lei de parcelamento do solo, lei de uso e ocupação e demais interações. Observe a imagem a seguir: Hierarquia da legislação urbana. De forma geral, o objetivo principal do Código de Obras é orientar os métodos construtivos, regulamentando o espaço a ser edificado por meio de normas técnicas para a prática da construção, da mesma forma que apresenta como a edificação deverá ser inserida no lote (afastamentos). Isso garante às edificações e obras: No Código de Obras, também é definido que são os profissionais legalmente habilitados para projetar, orientar e executar obras. Em geral, os municípios consideram como habilitados os registrados no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) ou no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Cabe ressaltar que, em qualquer caso, somente os profissionais registrados podem assinar como responsáveis por qualquer projeto, especificação ou cálculo a ser submetido à prefeitura, ou assumir a responsabilidade pela execução da obra. No âmbito dos projetos apresentados para aprovação na prefeitura, os códigos de obras normalmente definem que a responsabilidade pela elaboração dos Solidez Segurança Salubridade Habitabilidade Acessibilidade E�ciência energética Sustentabilidade projetos, cálculos e especificações apresentados cabe, exclusivamente, aos profissionais que os assinarem como autores, e a execução das obras, aos que tiverem assinado como seus responsáveis, não assumindo a prefeitura, em consequência da aprovação, qualquer responsabilidade. Ou seja, existirá o profissional responsável pelo projeto, e um responsável pela execução, podendo ser a mesma pessoa ou não. Atenção! O autor do projeto e o responsável técnico pela execução da obra deve atender a toda e qualquer legislação vigente, em especial o Plano Diretor Municipal, o Código de Obras, leis de acessibilidade e de prevenção e combate a incêndio e legislações ambientais de acordo com o local em que a obra vai ser executada. Cabe ressaltar que pode acontecer de serem realizadas obras em construções integrantes do patrimônio histórico municipal, estadual ou federal. Neste caso, é importante atender às normas próprias estabelecidas pelo órgão de proteção competente, e não apenas ao Código de Obras do município em questão. Da mesma forma, para obras a serem realizadas, e, que estejam inseridas ou possuam influência em áreas ambientais, bem como as que possuam atividades passíveis a licenciamento ambiental, devem atender, também, às normas próprias estabelecidas pelo órgão ambiental competente. Seguindo essa linha, toda e qualquer atividade que necessite da aprovação de outro órgão para atividades como as já citadas ou licenciamento sanitário, mobilidade urbana, prevenção e combate a incêndios devem atender também aos demais órgãos de competência para sua aprovação. Procedimentos para licenciamento Cada prefeitura determina, em seu Código de Obras, quais documentos são necessários e devem ser apresentados à secretaria de obras para aprovação, bem como seu formato, e, consequentemente assim, após sua análise, ocorrerá a liberação do alvará. Tomando como exemplo uma prefeitura qualquer, os documentos necessários para a apresentação dos projetos ao órgão competente da Prefeitura Municipal são: planta de situação; planta esquemática do perímetro; quadro estatístico; selo padrão. Além disso, deve ser apresentado o texto contendo a Declaração de Responsabilidade, conforme estabelecido em artigo definido pelo Código de Obras. Estes documentos devem ser apresentados em duas vias do projeto em escala adequada para perfeita leitura e compreensão e em prancha única. A seguir, conheça melhor as características de cada um deles: Planta de situação A planta de situação deve ter escala mínima 1:100, com projeção da edificação demonstrando os seguintes itens conforme projeto e determinações do código de obras. 1. Dimensões do lote, conforme registro do imóvel ou documento de propriedade; 2. Representação da projeção do perímetro da edificação; 3. Recuo frontal e afastamentos laterais e de fundo; 4. Projeção das edificações existentes, indicadas com legenda; 5. Indicação de áreas não edificáveis; 6. Indicação, quando presente, dos seguintes itens construtivos como marquises, pérgulas, beirais e sacadas; piscinas e elementos construtivos projetados sobre o recuo frontal; 7. Indicação das vagas de estacionamento computáveis e pátios de carga e descarga, especificando as vagas de idoso e PNE; 8. Indicação do bicicletário com a representação da área, em se tratando de edificação comercial, de serviços,multifamiliar ou industrial; 9. Guaritas, lixeiras, central de gás liquefeito de petróleo (GLP) e subestação de energia elétrica, quando existente; 10. Indicação de rampa de acesso de veículos para pavimento superior, quando existente. Veja, a seguir, um exemplo de planta de situação: Planta de situação. Planta esquemática do perímetro A planta esquemática do perímetro deve ter escala mínima 1:200 de todos os pavimentos, devidamente cotados externamente, que detalhe com hachuras a tipologia da edificação, com a localização das vagas de estacionamento. O esquema vertical deve ser composto por um corte esquemático que demonstre a volumetria da edificação contendo número de pavimentos, representação dos níveis, altura e pé-direito de cada pavimento, perfil natural do terreno, indicação, quando presente, dos seguintes itens construtivos como sótão, subsolo e mezanino elementos que sejam computáveis na altura total da edificação. Veja, a seguir, um exemplo de planta esquemática do perímetro: Planta esquemática do perímetro. No caso de edificação comercial, de serviços, multifamiliar ou industrial, a planta esquemática do perímetro, descrita no Item II, deve incluir perímetro das unidades com a devida descrição de suas áreas, áreas de circulação, tipologia da edificação representada com hachuras (casa, apartamento, escritório, loja, galpão, telheiro, indústria, especial, box/garagem, piscina, outros), indicação do perímetro das áreas de lazer, indicação das vagas de estacionamento computáveis e indicação das soluções que atendam às legislações federais de acessibilidade e respectiva norma técnica da ABNT, especialmente no que tange a banheiros acessíveis, circulação horizontal e vertical, além das vagas. Quadro estatístico O quadro estatístico deve conter a inscrição imobiliária, área testada do lote, categoria de uso, zoneamento, áreas existentes, quando houver, por pavimento e total, áreas a construir e área computável por pavimento e total, número de unidades residenciais com a devida descrição de suas áreas, quantidade de quartos e área por apartamento, para os casos de edificação multifamiliar, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento do lote, gabarito de alturas, quantidade de banheiros PNE por pavimento e total, em se tratando de edificação comercial. Veja, a seguir, um exemplo de quadro estatístico: Quadro estatístico. Selo padrão O selo padrão deve apresentar endereço da obra com numeração, nome do proprietário, nome, título e registro do autor do projeto e do responsável técnico no CREA ou CAU, conteúdo da prancha, descrição do tipo de projeto/obra (conteúdo), quadro para carimbo da Prefeitura Municipal e quadro com assinaturas do proprietário, responsável técnico e autor do projeto. Veja, a seguir, um exemplo de selo padrão: Selo padrão. Documentos para licenciamento Toda prefeitura solicita diversos documentos para realizar o processo de aprovação e licenciamento de um projeto/obra. Em geral, para a construção de um imóvel, é preciso solicitar alguns documentos para permissão do protocolo do projeto arquitetônico, para assim, gerar o alvará de obra na prefeitura. A responsabilidade para emissão de documentos legais para início de obras de construção civil cabe a: Proprietário do imóvel Dono da obra Incorporador O responsável pela obra de construção civil pessoa jurídica está obrigado a efetuar escrituração contábil relativa à obra. A pessoa física, dona da obra ou executora da obra de construção civil, é responsável pelo pagamento de contribuições em relação à remuneração paga, devida ou creditada aos segurados que lhes prestam serviços na obra, na mesma forma e prazos aplicados às empresas em geral. Sendo assim, para que o alvará seja aprovado, o tamanho da construção e do terreno devem seguir as regras impostas pelo município, como o envio dos documentos pelo responsável, que no geral seguem os listados a seguir: 1. Propriedade do imóvel (escritura, certidão de ônus) 2. Documento de Identidade 3. RRT/ART de autoria do projeto 4. Certidão negativa de débitos do imóvel 5. Termos da prefeitura 6. Termo de compromisso assinado 7. Consulta ao PDM 8. Certidão de inexigibilidade ou anuência do COMAER 9. Comprovante do ISS do responsável técnico 10. Projeto no modelo simplificado Termo de compromisso assinado Condômino da unidade imobiliária não incorporada na forma da Lei n° 4.591/1964 Empresa construtora Cabe ressaltar que algumas prefeituras exigem a Licença Municipal de Instalação e aprovação do projeto hidrossanitário para atividade residencial. O alvará, após emitido, tem prazo de validade. No caso de ser necessário pedir a renovação do alvará de obras, devem ser apresentados os documentos listados a seguir: 1. LMI - Licença Municipal de Instalação 2. Escritura do imóvel 3. Procuração/ autorização do proprietário do Lote (caso o requerente não seja o proprietário) 4. Planta de situação localização 5. PCA (Plano de Controle Ambiental) 6. ART – responsável pelo estudo (PCA) 7. ART – engenheiro responsável pela execução da obra 8. Cópia do projeto aprovado pela prefeitura e planta de localização 9. Espelho do cadastro imobiliário do terreno 10. Memorial descritivo da obra Memorial Descritivo da Obra Deve conter as seguintes informações: especificação da obra – ou seja, números de quartos sala, copa, áreas de serviço, deck, casa de máquinas, piscina etc.; tipologia – residencial, comercial, misto; número de pavimentos; descrição das áreas – garagem (número de vagas) e lazer (piscina, ginástica etc.), a área a ser construída, a área do terreno; empresa responsável pelo serviço, junto com a licença ambiental e cópia do contrato de prestação de serviços (para a coleta e destinação de resíduos e bota fora). Licenças ambientais Ao se tratar de licenças ambientais, cada município terá determinado em seu Plano Diretor e Código de Obras os tipos de licenças ambientais necessárias para autorização do empreendimento. Em geral, as três licenças ambientais solicitadas são: É requisitada no caso de obras que provoquem grande intervenção no território da capital. Essa licença exige estudos técnicos aprofundados. No geral a Licença Prévia (LP) é a primeira etapa do licenciamento, dessa forma, ela é concedida na etapa de planejamento do empreendimento. A licença só é concedida depois de cumpridos todos os requisitos estabelecidos. Por exemplo, um dos primeiros passos do órgão licenciador é definir se a localização do empreendimento é adequada de acordo com o Zoneamento Municipal. Alguns estudos ambientais podem ser requeridos nesta etapa tal como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e o Relatório de Controle Ambiental (RCA). Permite a realização de obras de cunho comercial, industrial ou residencial. Essa licença é concedida após a aprovação do projeto inicial. Licença Prévia (LP) Licença de Instalação (LI) Sendo assim, é necessário que todas as medidas de proteção ambiental já tenham sido definidas. A concessão da LI funciona como uma autorização do início da construção do empreendimento e de instalação dos equipamentos do ponto de vista ambiental. É importante ressaltar que a execução do projeto deve ser feita conforme aprovação, ou seja, qualquer modificação no projeto deve ser formalmente enviada ao órgão licenciador para avaliação. A LI possui prazo máximo de seis anos. Por fim, a Licença de Operação (LO) que é a licença necessária para o funcionamento do empreendimento. Esta licença deve ser solicitada quando a empresa estiver edificada e após a verificação da eficácia das medidas de controle ambiental, estabelecidas nas licenças anteriores. A LO é cedida após verificação do cumprimento dos requisitos pelo órgão responsável. Nesta licença são determinados os métodos de controle e as condições de operação e tem prazo máximo de dez anos. Cabe ressaltar que os empreendimentos licenciados podem receberauditorias periódicas para verificação dos requisitos pelo órgão competente. Além dessas, algumas prefeituras também solicitam: É solicitada quando o empreendedor deseja ampliar seu empreendimento, devendo haver o redimensionamento de todos os controles ambientais que a atividade necessita, se for o caso. Ato administrativo expedido quando a atividade, por sua natureza, constituir-se tão somente na fase de operação e possuir limite temporal, além de não se enquadrar na hipótese de Licença Simplificada ou Licença de Operação (LO) Licença de Ampliação (LA) Licença Ambiental Única (LAU) Autorização Ambiental. Seu prazo de validade é de, no mínimo, 4 (quatro) anos, não podendo ultrapassar 6 (seis) anos. Organização do espaço territorial do município É muito importante entender como se dá a organização do espaço dentro do território de um município. Em geral, todo município possui documentos que contêm informações sobre as características locais e nos objetivos da política de ordenamento do seu território, como demonstrado na imagem a seguir. Políticas municipais. As políticas de ordenamento de cada bairro estão atreladas às determinações sobre o uso e a ocupação do solo definidas pelo município, ou seja, todos os usos do solo, atividades e índices urbanísticos devem obedecer às características e finalidades das macrozonas e das zonas em que vierem a se instalar no município. Sendo assim, deve-se conhecer o zoneamento, a classificação das vias e a atividade pretendida no projeto a ser avaliado. Deve-se apresentar o quadro de áreas informando os coeficientes, as taxas e as áreas, conforme descrito a seguir: Coe�ciente de aproveitamento Taxa de ocupação Gabarito É a altura máxima permitida para a edificação. É o quanto pode ser construído em relação ao tamanho do terreno. É a projeção máxima permitida da edificação no lote. Recuo É a distância mínima que deve existir entre a edificação e o limite do lote. Área computável Área considerada nos cálculos dos índices. Área não computável Área não considerada nos cálculos dos índices. Os tipos de usos do solo e atividades desenvolvidas no território municipal devem ser analisados em função de seu potencial como geradores de impacto urbano e ambiental. Veja a classificação a seguir. Uso residencial unifamiliar Compreende as edificações destinadas à habitação com uma unidade residencial autônoma. Uso residencial multifamiliar Compreende as edificações destinadas à habitação com duas ou mais unidades residenciais autônomas. Uso não residencial Compreende as atividades de comércio, prestação de serviços, institucionais e industriais enquadradas no grupo um, dois e três, constantes do anexo 5. Uso misto É aquele que apresenta a combinação do uso residencial unifamiliar ou multifamiliar, com o uso não residencial, dentro de um mesmo lote, devendo ser observado as tabelas de índices urbanísticos, constante do anexo 6. Uso rural Aquele que envolve atividades características do meio rural, tais como agricultura, criação de animais, atividades extrativistas e aquelas compatíveis com esses usos, abrangendo a agroindústria. No caso das atividades não residenciais, devem ser avaliados o grau de impacto urbano e ambiental e o porte das edificações. Assim, é comum classificá-los em diferentes grupos que irão variar em função do Plano Diretor e Código de Obras de cada município. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O quadro estatístico deve conter a inscrição imobiliária, área testada do lote, categoria de uso, ____________, áreas existentes, quando houver, por pavimento e total, áreas a ____________ e área ____________ por pavimento e total, número de unidades residenciais com a devida descrição de suas áreas, quantidade de quartos e área por apartamento, para os casos de edificação multifamiliar, taxa de ____________, coeficiente de aproveitamento do lote, gabarito de alturas, quantidade de banheiros PNE por pavimento e total, em se tratando de edificação ____________. As lacunas podem ser preenchidas respectivamente por A parcelamento, construir, computável, ocupação, comercial. Parabéns! A alternativa E está correta. Os dados necessários para compor um quadro estatístico englobam o zoneamento, as áreas a construir, a área computável, a taxa de ocupação e para edificação comercial o número de banheiros PNE. Logo, a única alternativa que possui todos os termos corretos é a E. Questão 2 O código de obras é definido dentro do Plano Diretor Urbano de um município, e junto a ele, é possível encontrar outras leis e normas, como a lei de parcelamento do solo, lei de uso e ocupação e demais interações. Dessa forma, considerando a hierarquia da legislação urbana, assinale a alternativa que apresenta a ordem correta. B zoneamento, computável, construir, ocupação, industrial. C zoneamento, construir, permeável, ocupação, residencial. D parcelamento, construir, computável, apropriação, comercial. E zoneamento, construir, computável, ocupação, comercial. A Plano diretor → lei de uso e ocupação do solo urbano → lei de parcelamento do solo urbano → código de obras e edificações → demais interações B Plano diretor → código de obras e edificações → lei de parcelamento do solo urbano → lei de uso e ocupação do solo urbano → demais interações Parabéns! A alternativa C está correta. Segundo Bahia (2012), a hierarquia da legislação urbana é Plano diretor → lei de parcelamento do solo urbano → lei de uso e ocupação do solo urbano → código de obras e edificações → demais interações. 2 - Implantação do canteiro Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir o que é um canteiro de obras e quais elementos devem compor seu layout. C Plano diretor → lei de parcelamento do solo urbano → lei de uso e ocupação do solo urbano → código de obras e edificações → demais interações D Plano diretor → código de obras e edificações → lei de parcelamento do solo urbano → lei de uso e ocupação do solo urbano → demais interações E Plano diretor → código de obras e edificações → plano de arborização → lei de parcelamento do solo urbano → lei de uso e ocupação do solo urbano Vamos começar! O que é um canteiro de obras? Assista o vídeo a seguir para compreender o que é um canteiro de obras e saber quais são os elementos que devem compor o canteiro e como deve ser feita sua organização. Canteiro de obras Você pode estar se perguntando: o que é canteiro de obras? De acordo com a NR 18, canteiro de obra é a área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de construção, demolição, montagem, instalação, manutenção ou reforma. A NR 18 trata sobre a segurança e saúde no trabalho na indústria da construção, e tem como objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que visam à implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Sendo assim, todos os aspectos fundamentais para estruturação de um canteiro de obras estão descritos neste documento. O canteiro de obras irá compreender as áreas em torno da edificação (contidas dentro limites do terreno), as áreas dentro da própria edificação e os demais locais destinados ao apoio e à realização dos serviços ligados à execução da obra. Dessa forma, dentro de um projeto de canteiro de obras, é necessário observar como se dará sua organização e as fases pelas quais irá passar. O planejamento de um canteiro de obras pode ser definido como o planejamento do layout e da logística das suas instalações provisórias, instalações de segurança e sistema de movimentação e armazenamento de materiais, ou seja, a idealização do layout envolve a definição do arranjo físico de trabalhadores, materiais, equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem. Em geral, a organizaçãodo canteiro deve ser feita como um processo gerencial, de forma a incluir etapas de coleta de dados e avaliação do planejamento. Assim, podem ser consideradas quatro etapas para o planejamento de canteiros. São elas: Diagnóstico de canteiros de obra existentes Planejamento do canteiro de obras propriamente dito 5S É uma metodologia japonesa que considera: Seiton (arrumação); Seiri (organização); Shitsuke (disciplina); Seiketsu (padronização); Seiso (limpeza). Área de vivência Padronização das instalações e dos procedimentos de planejamento Manutenção da organização dos canteiros, com a aplicação dos princípios dos programas 5S O canteiro de obras é composto de vários elementos. Estes elementos podem estar atrelados à denominada área de vivência. De acordo com NR 18, as áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores, condições mínimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações: Instalações sanitárias Vestiário Alojamento Local de refeições Cozinha, quando houver preparo de refeições Lavanderia Instalações sanitárias Devem ser constituídas de lavatório, bacia sanitária sifonada, dotada de assento com tampo, e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração. Vestiário Devem estar localizados próximo à entrada da obra e ter requisitos mínimos quanto aos materiais de acabamentos, para que permitam a manutenção de higiene e limpeza, e devem ter armários individuais com fechadura ou cadeado. Alojamento Em situações que for necessária a instalação de alojamento, este deverá obrigatoriamente conter como instalações básicas cozinha, quando houver preparo de refeições, local para refeição, instalação sanitária, lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das roupas e área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeição para este fim. Outros fatores são fundamentais para o conforto do trabalhador e são assegurados pela NR 18. Por exemplo, o deslocamento do trabalhador do seu posto de trabalho até a instalação sanitária mais próxima deve ser de, no máximo, 150 metros. Atenção! Área de lazer Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores. É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores, no canteiro de obras, nas frentes de trabalho e nos alojamentos, por meio de bebedouro ou outro dispositivo equivalente, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração, sendo vedado o uso de copos coletivos. Cabe ressaltar que o fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto de trabalho ao bebedouro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento superior a 100 metros no plano horizontal e 15 metros no plano vertical. Elementos de um canteiro de obras Um canteiro de obras é composto por diversos elementos que estão presentes de acordo com o andamento construção, ou seja, existem elementos que só estarão presentes na fase inicial da obra, outros apenas na fase final, porém, existem aqueles que deverão se manter no canteiro de obras durante toda a execução da obra. Logo, planejar um canteiro, usando como referência outras obras para montar a listagem dos elementos que o compõe, é uma boa estratégia para um canteiro de obras funcional e eficiente. São vários os elementos de um canteiro, mas nem todos aparecerão durante a obra. Isso dependerá do tipo e porte da obra que será edificada. Em geral, esses elementos podem ser divididos em oito grandes grupos: Ligados à produção De apoio à produção Sistema de transporte com d i ã d Os elementos de apoio técnico e administrativo podem ser entendidos como o almoxarifado e o escritório. No caso do almoxarifado, deve haver o almoxarife, que será o responsável por controlar a quantidade, a entrada e a saída de material, e guardar os equipamentos (ferramentas). Além disso, é importante garantir a divisão das seções para correto armazenamento de materiais, como cal, cimento, ferramentas, material elétrico, hidráulico, esquadrias, pintura etc. Por fim, é fundamental que a localização do almoxarifado seja em local estratégico junto à obra e permitir fácil acesso do caminhão de entrega. Com relação aos elementos ligados a produção existem algumas centrais, sendo as mais importantes: Central de argamassa Central de armação (corte/dobra/pré- montagem) Central de formas decomposição de movimento De apoio técnico e administrativo Área de vivência Outros elementos De complementação externa à obra Central de pré- montagem de instalações Central de esquadrias Central de pré- moldado O posicionamento dessas centrais deve ser feito de forma estratégica para se evitar interferências com outros fluxos de material. Além disso, o correto dimensionamento de cada uma das centrais é de fundamental importância para garantir a produtividade contínua da obra. Exemplo Deve haver um número de betoneiras suficiente para atender à demanda da obra por argamassas (mesmo que a obra só demande uma, é conveniente ter uma menor, para caso de emergências). Já os materiais que sofrem processo de deterioração na presença de intempéries, a exemplo do cimento, devem ser guardados em depósitos cobertos, protegidos da umidade. Dimensionamento dos elementos produção e layout do canteiro de obras No processo de dimensionamento de um canteiro de obras, se faz necessário definir as áreas necessárias para cada um dos elementos do canteiro. Sua área dependerá de fatores como sua função, tamanho e velocidade da obra em execução. Logo, a execução destes elementos de canteiro deve ser estimada em função do cronograma de utilização de materiais. Dessa forma, tem-se algumas recomendações para as áreas de alguns elementos, elencadas a seguir. Almoxarife de ferramentas D á ili d d f d Deverá ser utilizado para guardar ferramentas de propriedade da construtora, EPI, estoques pequenos de alto valor unitário. Pode possuir uma área da ordem de 25m² e sua localização deverá ser próxima das entradas e em local de fácil acesso pelos operários. Almoxarife do empreiteiro Deverá ser utilizado para guardar ferramentas de propriedade do empreiteiro. Pode possuir uma área da ordem de 30m² e sua localização deverá ser próxima das entradas e em local de fácil acesso pelos empreiteiros. Estoque de agregados Deve ser localizado próximo ao portão de materiais para ser possível acesso diretamente pelo basculamento do caminhão. Recomenda-se evitar contato direto com terreno. Além disso, deve haver delimitação quanto às laterais, para evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e outros materiais. Por norma a altura máxima do estoque sobre o terreno da ordem de 1,5 metros. E em hipótese alguma pode ser estocado sobre laje (sobrecarga). Estoque sacos de cal, cimento, argamassa Esses materiais devem ser estocados em local fechado, próximo ao acesso de materiais para viabilizar o descarregamento sob responsabilidade do fornecedor. Fique atento a alguns detalhes: Para os sacos de cal recomenda-se pilhas com no máximo 15 sacos de altura. O canteiro de obras, por ser o ambiente para a transformação em realidade de todo o trabalho de concepção de uma obra, acaba recebendo influências de todas as atividades que dizem respeito a um empreendimento. Para os sacos de cimento e argamassa recomenda-se pilhas com no máximo 10 sacos de altura. A recomendação geral é deixar áreas na ordem de grandeza de 20m² para estoque de cada material, claro, que essa área será em função das necessidades da obra. Estoque de tubos Os tubos devem ser armazenados em local coberto, não necessariamentefechado. É recomendado criar prateleiras para organização do estoque. Estoque de conexões As conexões devem ser armazenadas em local fechado, de preferência no almoxarifado de ferramentas. Estoque das barras de aço As barras de aço podem ser estocadas ao ar livre. Neste caso a principal recomendação é evitar contato com solo (britas + caibros transversais). Além disso, recomendação a instalação de baias para delimitar e separar as barras em função dos diferentes diâmetros. Também é recomendado evitar estocagem sobre lajes. Dessa forma, sua própria concepção acaba se dando por meio de um processo interativo, em que cada modificação quanto à concepção da obra acaba gerando uma melhor solução para sua estruturação. Apesar de, no entanto, reconhecer tal complexidade, é necessário adotar um roteiro de abordagem para o planejamento do canteiro, a fim de simplificar e organizar as tomadas de decisão quanto ao canteiro de obras. Sendo assim, cabe a elaboração de um fluxo das atividades para o planejamento do canteiro que pode ser seguido em diferentes fases do empreendimento, isto é, com diferentes níveis de informação disponíveis. Assim, para cada definição a ser tomada ao longo do planejamento, que deverão ser adaptadas à realidade de cada empresa/empreendimento, poderão ser feitas adaptações no fluxo de atividades, o que garantirá a continuamente dos processos no canteiro de obras e sua melhoria contínua. Para elaboração de fluxograma das atividades que irão compor o planejamento de obras, são necessárias informações como: Prazo da obra Projetos a serem seguidos Cronograma físico Prazo da obra Trata-se de uma decisão a ser feita em função da demanda construtiva. Esse prazo impactará diretamente na definição do cronograma de obra. Além do tempo total disponível para a obra, a verificação da época do ano em que certos serviços serão realizados pode induzir a concepção do canteiro. Por exemplo, ter de iniciar a obra em época de chuva, pode servir de alerta quanto à localização de um portão e das condições de pavimentação do acesso à obra. Projetos a serem seguidos Quanto melhores as informações relativas ao produto que se pretende executar, ou seja, quanto mais detalhados forem os projetos, melhor a chance de estruturar um canteiro de obras. Neste sentido, a disponibilidade dos projetos executivos e mesmo dos projetos para a produção é condição fundamental para montagem do canteiro. No entanto, é comum que tais projetos demorem muito a ficar prontos, havendo a necessidade de se iniciar a obra sem a conclusão de alguns deles. Nestes casos, é muito comum ocorrerem desperdícios e retrabalhos. Cronograma físico É feito a partir do projeto a ser executado. Seu grau de detalhamento será em função do tipo de atividade a ser executada, ou seja, para alguns serviços (armadura, concretagem, alvenaria, revestimentos de argamassa) o detalhamento semanal é recomendado, para outros (instalações hidráulicas, instalações elétricas, instalação do elevador definitivo do edifício, azulejos, pisos cerâmicos), apenas a indicação do início e do final do serviço são importantes em termos da definição do canteiro. Método construtivo Equipamentos disponíveis e necessários para locação Demandas vinculadas à mão de obra Método construtivo Este fator influencia todos os já mencionados. Neste caso, saber se a edificação será em concreto armado, protendido, aço ou qualquer outra metodologia construtiva irá influência nos elementos necessários para compor o canteiro, no tempo de obra e no tipo de mão de obra e equipamentos necessários para sua execução. Fases pelas quais o canteiro de obras irá passar Disponibilidade de área para implantação dos elementos que contemplam um canteiro de obras Fases pelas quais o canteiro de obras irá passar É possível estruturar o canteiro em função das fases que a obra irá seguir. Em geral, as fases podem ser divididas em 4 macro etapas: 1. Envolve a movimentação de terra, locação e execução dos elementos de infraestrutura. 2. Está relacionada à construção dos elementos de superestrutura, como pilares, vigas e lajes. 3. Inclui os serviços de alvenaria, instalações elétricas e hidráulicas. 4. Envolve as atividades de acabamento, ou seja, instalação de revestimentos, louças, metais, pintura. Por fim, cabe frisar que, de acordo com a mudança das fases da obra, o layout do canteiro será modificado, a fim de atender às novas demandas, e, consequentemente melhorar o fluxo de materiais e pessoas. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A Norma Regulamentadora n° 18 dispõe que as instalações da ____________ devem atender, no que for cabível, ao disposto na Norma Regulamentadora n° 24, que trata sobre as Condições ____________ e de Conforto nos Locais de ____________. Além disso, segundo a própria NR 18, a instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, bacia sanitária sifonada, dotada de assento com tampo, e mictório, na proporção de ____________ conjunto para cada grupo de ____________ trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de ____________ trabalhadores ou fração. As lacunas podem ser preenchidas respectivamente por A área de descanso, n° 24, hidráulicas, trabalho, 2 (dois), 20 (vinte), 15 (quinze) B área de almoço, n° 22, sanitárias, trabalho, 1 (um), 15 (quinze), 10 (dez) Parabéns! A alternativa E está correta. De acordo com especificações da NR 18 sobre instalações, devem ser atendido ao disposto na NR 24, dessa forma, as alternativas B e C estão erradas. Além disso, as condições a serem atendidas são as condições sanitárias em locais de trabalho, logo, as alternativas A, C e D também estão incorretas. Portanto, a única alternativa que possui todos os termos corretos é a E. Questão 2 Analise a sequência correta de procedimentos necessários para dar início a uma obra e marque a opção correta. 1. Tapumar todo o lote nos padrões de loteamento. 2. Ter em mãos cópia da Planta Aprovada pela Prefeitura, cópia do Alvará de execução, para liberação de obra e cópia da ART recolhida do responsável técnico da obra. 3. Cadastrar todas as empresas e funcionários da obra, enviando listagem com nome e número de RG. 4. Apresentar autorização assinada pelo proprietário para entrada no loteamento da empresa responsável pela terraplanagem. 5. Construção de abrigo de entrada de água e energia nos padrões do loteamento. 6. Solicitação de ligação de água e esgoto junto à concessionária. A sequência corretas de procedimentos é: C área de vivência, n° 22, hidráulicas, trabalho, 2 (dois), 10 (dez), 20 (vinte) D área de recreação, n° 24, sanitárias, operação, 1 (um), 20 (vinte), 10 (dez) E área de vivência, n° 24, sanitárias, trabalho, 1 (um), 20 (vinte), 10 (dez) Parabéns! A alternativa B está correta. A sequência de atividades corretas é 2→4→3→6→5→1. 3 - Locação da obra A 1→2→3→4→5→6 B 2→4→3→6→5→1 C 2→3→4→6→5→1 D 3→4→2→5→6→1 E 2→3→4→1→5→6 Ao �nal deste módulo, você será capaz de compreender o processo de locação de obra e como se dá sua execução. Vamos começar! Como realizar a locação de uma edi�cação Assista ao vídeo a seguir para compreender os métodos para locação de obra, e quais as etapas antecedem esse processo. Serviços preliminares e instalações provisórias O início de uma obra dentro da construção civil, principalmente no âmbito das obras do tipo residenciais, tem seu começo, propriamente dito, com a implantação do denominado canteiro de obras. Para que ocorra essa implantação, deve-se ter em mãos o projeto específico da obra a ser edificada. Esse projeto deve ser cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local de implantação. Contudo, antes mesmo do início da implantação do canteiro, algumas atividades prévias são necessárias. Essas atividades são usualmente denominadas "Serviços Preliminares" e ficam a cargo do engenheiroresponsável pela execução. Em geral, as atividades preliminares mais comum são: Visita ao terreno Sondagens Limpeza do terreno Movimentação de terra Contenções Implantação de canteiro Levantamento topográ�co do terreno Veri�cação da disponibilidade de i l õ Na visita ao terreno são feitas várias das verificações para listagem de quais serviços preliminares são necessários. Uma das verificações mais importantes para efeito de mobilização é a verificação da disponibilidade de instalações provisórias, que irão compor os elementos necessários para a instalação do canteiro de obras propriamente dito. Atenção! Para o início e desenvolvimento das atividades de obra, é necessário que o canteiro seja provido das instalações elétricas de força e de luz e instalações hidrossanitárias. Essas instalações são de fundamental importância para garantir condições de trabalho e salubridade para os operários que estarão ali atuando. Para compor as instalações elétricas temporárias no canteiro de obras, deve ser feito o projeto contendo as plantas baixas, com a indicação de: quadros de alimentação e distribuição padrão de entrada de energia e medição, com detalhe das conexões diagramas unifilares aterramento acompanhado do dimensionamento memorial descritivo das instalações especificações técnicas de materiais e componentes relação dos materiais necessários para execução detalhes das caixas de passagem e postes Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do responsável pelo projeto instalações provisórias Demolições e retirada dos entulhos Veja, a seguir, um exemplo: Padrão de entrada provisório. Em todo caso, as instalações elétricas temporárias de uma obra devem ser projetadas e implementadas de tal forma que reduzam os riscos de acidente de choque elétrico ou qualquer risco de acidente entre o trabalhador e a energia elétrica. Logo, elas devem ser sinalizadas com placas, como as ilustradas a seguir: Sinalização de advertência. São muitos os equipamentos necessários para o desenvolvimento das atividades de obra. Diante disso, ainda durante a etapa de planejamento do canteiro, deve ser identificada a potência dos equipamentos que serão utilizados, para que se possa projetar a potência a ser requisitada à concessionária. Após conhecida a necessidade de energia, deve ser verificado como será possível obtê-la, visto que pode não existir rede no local. Então, seria necessário solicitar ligação e trabalhar com geradores provisórios, por exemplo. Para as instalações hidros sanitárias, o procedimento básico inicial é verificar a disponibilidade de abastecimento de água pela concessionária, e, da mesma forma, se o local possui sistema para coleta de esgoto. Equipamentos Betoneiras, serras elétricas, guincho para funcionamento do elevador da obra, gruas, além de outros elementos mais simples. Comentário A água, além de ser necessária para a higiene pessoal dos operários, é a matéria-prima para alguns materiais, como concretos e argamassas. Consequentemente, é necessário que se tenha quantidade suficiente de água e que esta apresente qualidade tanto para a higiene pessoal quanto para o uso no preparo dos materiais básicos no canteiro. Em geral, a recomendação é o uso de água da rede pública, a qual apresenta qualidade garantida. Para situações em que não exista a rede de abastecimento nem mesmo plano para a expansão da rede existente, existem algumas alternativas, como a perfuração de poços no local da obra ou ainda a compra da água, que comumente é entregue por caminhões. Cabe ressaltar que, mesmo com garantia do abastecimento de água, é preciso armazená-la, visto que nem sempre a pressão é suficiente para o atendimento de todas as necessidades da obra. Logo, deve ser definido em qual local será estocada a água, qual o tipo de reservatório será utilizado, e, qual será o mecanismo de distribuição pela obra (bombeamento, transporte dos tambores etc.). Quanto à rede de coleta de esgoto, sua inexistência não é crítica na fase de obra, pois a quantidade de esgoto gerado é considerada pequena. Ainda durante a visita ao terreno, é importante buscar informações da vizinhança e logradouros, ou seja, verificar itens como a localização de postes, árvores, bocas de lobo, fiação e mobiliários urbanos em frente ao imóvel. Identificar quais são as ruas adjacentes e, definir a fixação do referencial de nível (RN). Uma importante etapa preliminar ao início da obra é o “registro das condições das edificações vizinhas”. Esta etapa, antigamente relegada ao segundo plano, vem ganhando cada vez mais importância, uma vez que permite maior segurança à empresa construtora. A verificação prévia das condições da vizinhança permite que a empresa não tenha nenhuma surpresa desagradável durante a produção do empreendimento, seja com a ocorrência de patologias diversas, como trincas excessivas, ou mesmo chegando-se a situações de desabamentos de residências vizinhas. Por outro lado, permite, ainda, que se previna quanto às reclamações infundadas de vizinhos. Uma importante etapa preliminar ao início da obra é o “registro das condições das edificações vizinhas”. Esta etapa, antigamente relegada ao segundo plano, vem ganhando cada vez mais importância, uma vez que permite maior segurança à empresa construtora. Serviços de demolição É comum que o local em que será executada a obra possua edificações antigas e que possam vir a ser aproveitadas em parte ou como todo, sendo utilizadas como instalações provisórias para escritório, almoxarifado ou mesmo alojamento dos operários. No entanto, nem sempre esse reaproveitamento é o método economicamente mais viável, sendo necessária a completa remoção das edificações antigas, o que é denominado como a etapa de serviços de demolição. Atenção! O serviço de demolição é um serviço perigoso na obra, pois é comum trabalhar com edifícios bastante deteriorados e com perigo de desmoronamento. Sendo assim, é recomendado que esse serviço seja feito por empresas especializadas em tal atividade, e, para a execução, é preciso obter o alvará de demolição junto à prefeitura e a Anotação de Responsabilidade Técnica junto ao conselho regulador. Além disso, a NR 18 orienta a elaboração e implementação do plano de demolição, sob responsabilidade de um profissional legalmente habilitado, contemplando os riscos ocupacionais potencialmente existentes em todas as etapas da demolição e as medidas de prevenção a serem adotadas para preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores, como indicado a seguir: As linhas de fornecimento de energia elétrica, água, in�amáveis líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento de água e outros As construções vizinhas à obra A remoção de materiais e entulhos As aberturas existentes no piso As áreas para a circulação de emergência A disposição dos materiais retirados A propagação e o controle de poeira e o trânsito de veículos e pessoas Por fim, devem ser tomados cuidados no respeito à equipe de demolição em si, sendo indispensáveis para o bom andamento do trabalho que a equipe trabalhe em um único pavimento. Além disso, deve ser garantida iluminação adequada de todo o local de trabalho e o uso de roupas adequadas para a realização das atividades. É fundamental minimizar os riscos durante o processo de demolição, e evitar o acúmulo de carga em pontos localizados, principalmente em lajes de forros e telhados. Além disso, algumas ações devem ser tomadas como padrão para prevenção de acidentes, como escorregar o material demolido em vez de arremessar, não demolir a peça em que está trabalhando, usar equipamentos de segurança, tais como botas, luvas e máscara, e, por fim, no local de trabalho, deve haver periodicamente a aspersão de água para reduzir a quantidade de poeira. Sondagem Uma outra etapa, de fundamental importância para a execução da obra e elaboração dos projetos, enquadrada dentro dos serviçospreliminares é o processo de reconhecimento do solo, feito a partir da sondagem. Segundo Budhu (2017), esta interação evitará o colapso da estrutura que pode ocorrer de forma catastrófica ou por deformações excessivas que impeçam a estrutura de cumprir com a finalidade para a qual foi projetada. Observe a imagem a seguir: Cargas estáticas de uma edificação. Sendo assim, para a escolha correta do tipo de fundação para evitar problemas durante e após a obra, é necessário o procedimento de sondagem do solo. Esse fator se dá em função da grande quantidade de dados, metodologias e análises que podem ser feitas no processo de investigação do subsolo. Velloso e Lopes (2010) destacam que o processo de previsão para qualquer problema geotécnico segue a dinâmica descrita a seguir: Determinar a situação em campo Coleta de dados de campo: topográfica, prospecção do subsolo, ensaios de campo e de laboratório, condições de vizinhos etc. Simpli�car Pela heterogeneidade e variação dos dados coletados, elabora-se um modelo considerando as condições mais desfavoráveis. Determinar mecanismos Determinação do mecanismo ou mecanismos envolvidos no caso. Selecionar métodos e parâmetros E lh d é d d áli d Sendo assim, a sondagem proporcionará valiosos subsídios sobre a natureza do terreno que irá receber a edificação, como características do solo, espessuras das camadas e a posição do nível da água (lençol freático). Além de prover informações sobre os tipos de equipamentos a serem utilizados para a escavação e para retirada do solo, ajuda a definir qual o tipo de fundação que melhor se adaptará ao terreno, de acordo com as características da estrutura. As sondagens comumente utilizadas na construção de edifícios são as de reconhecimento, que podem ser feitas utilizando-se o Método de Percussão com Circulação de Água ou Standard Penetration Test (SPT), sendo este o mais amplamente usado, pois é um método rápido, econômico e aplicável à maioria dos solos (exceto pedregulho). Após a execução dos serviços de sondagem, é elaborado o relatório com os resultados que contém informações como a planta de situação dos furos, o perfil de cada sondagem com as cotas em que foram retiradas as amostras, a Escolha do método de análise do mecanismo e dos parâmetros do solo que serão utilizados. Manipular método e parâmetros para obter a previsão Análise paramétrica facilitada pelo uso de softwares que gerará resultados a serem analisados e interpretados pelo engenheiro. Representar a previsão Demonstra uma perspectiva ou um entendimento do processo de estudo. classificação das diversas camadas e os ensaios que as permitiram classificar, os níveis do terreno e dos diversos lençóis de água, indicando as respectivas pressões, e, por fim, o mais importante para efeito de cálculo de fundações, a resistência à penetração do barrilete amostrado. Movimentação de terra Os serviços de movimento de terra tem o objetivo de transformar o terreno em estado natural para uma nova conformação a fim de atender a topográfica desejada. Ele é composto pelas seguintes atividades: Escavação do solo Carregamento desse material Transporte Descarregamento em local apropriado Compactação do material �nal Execução de acabamentos A etapa de movimentação de terra pode se estender desde a retirada do resíduo de demolição, envolvendo ainda o desmatamento, até a limpeza do terreno, retirando-se a camada superficial, dando condições para o prosseguimento das atividades de movimento de terra propriamente dito. Conheça essas etapas na imagem a seguir: Atividades de movimento de terra de obra de edifícios. O momento da obra em que ocorre o movimento de terra pode ser variável. Isso irá depender das características de execução das fundações e do próprio cronograma de desenvolvimento do empreendimento. Atenção! Independentemente da etapa em que a movimentação de terra ocorra na obra, é fundamental que, durante sua execução, ocorra o controle tecnológico da execução de aterros, que é obrigatório. Esse controle deve ocorrer sempre que forem feitos aterros com altura superior a 1,00m, aterros com volume superior a 1000m³ ou em aterros com responsabilidade de suporte de fundações, pavimentos ou estrutura de contenções. Importante que, em qualquer uma das situações, seja elaborado o projeto geotécnico para verificação de estabilidade, ensaios de laboratório ou in situ. Sendo assim, o controle tecnológico deve levar em consideração as características e qualidade do material utilizado, o controle de umidade durante o processo de compactação do aterro, a espessura e homogeneidade das camadas, os equipamentos adequados para compactação, e, o mais importante, a garantia do grau de compactação mínimo a ser atingido. O processo de movimento de terra pode ser dividido em dois grandes grupos: Corte do solo Aterro do solo Este processo pode ser também o conjunto dos dois. Diante da definição do tipo de movimento de terra, é feita a contratação dos serviços, que podem ser desenvolvidos de três formas diferentes: Empreitada global A empresa de terraplenagem é contratada pelo serviço como um todo. Aluguel de equipamentos As máquinas e operadores são pagos por hora e os caminhões pagos por viagem. Empreitada por viagem Feita pela remuneração do serviço por caminhão retirado (volume retirado), estando o aluguel da máquina incluso no preço da viagem. Volumes inferiores a 100m³ Em pequeno volume de solo a ser movimentado, normalmente são utilizados os equipamentos manuais, constituídos, sobretudo pelas pás, enxadas e picaretas. Volumes superiores a 100m³ Em grandes volumes, são utilizados equipamentos mecânicos que permitem maior produtividade. Destacam-se a pá- carregadeira, a escavo- carregadeira (imagem acima), a retroescavadeira, a clam-shell e, eventualmente, a bob-cat. Pá-carregadeira Retroescavadeira Clam-shell Bob Cat Para retirada e transporte do solo do local da obra, são utilizadas unidades de caminhões basculantes, cuja capacidade da caçamba é bastante variável, sendo as mais comuns as de 5,0 a 7,0m³. O dimensionamento dos serviços de movimentação de terra variará em função de fatores como a natureza do solo, a fator de empolamento do solo, a produtividade de operação em função, principalmente, dos equipamentos utilizados e os tipos de equipamentos empregados na operação. O volume de um solo varia segundo seu grau de compactação e características dos seus grãos. O solo no terreno tem um grau de compactação próprio devido às forças atuantes nele ao longo dos anos (cargas, chuvas, processos geológicos). E, durante o processo de escavação, torna esse solo “solto” novamente, e, consequentemente, perde sua consistência e aumenta seu volume. Essa variação de volume em função da escavação ou compactação é denominada de fator de empolamento. Aplicação do empolamento nos cálculos de volumes visa verificar qual será a compensação de materiais nas atividades de corte e aterro, ou seja, o volume cortado será igual, maior ou menor que o volume usado no aterro. Sendo assim, o volume de aterro será igual ao volume medido vezes o fator de empolamento. Dessa forma, será possível saber quanto de volume deve ser cortado para usar em um aterro. Os solos naturais apresentam expansões volumétricas diferentes, gerando diversos valores para o fator de empolamento. De modo geral, quanto maior a porcentagem de finos (argila e silte), maior será a expansão do material, ao contrário dos materiais arenosos, com pequena porcentagem de finos, que sofrem menor empolamento. Veja a tabela a seguir. Tipo de solo (%) Porcentagem de empolamento Fator de empolamento Solos Argilosos 40 0,71 Terra comum seca (solos argilo- siltosos com areia) 25 0,80 Terra comum úmida 25 0,80 Solo arenoso seco 12 0,89 Tabela: Fator de Empolamento do Solo. RICARDO; CATELANI, 2008, p. 34. Para entender melhor o procedimento de cálculo, imagine a escavação de umterreno natural, em que a terra se encontra num certo estado de compactação proveniente do seu próprio processo de formação. Sendo assim, após sua escavação, será obtido um volume solto de material, maior do que aquele se encontrava em seu estado natural . O fator de empolamento será uma relação entre o volume natural e o volume solto, conforme a Equação 1. Eq. 1 Como em terraplanagem, em geral, o cálculo para contratação dos serviços é feito pelo volume medido no corte e, portanto, com a massa específica, convém, sempre, referir-se ao volume em seu estado natural como volume de corte . f φ1 (Vs) (Vn) φ1 = Vn Vs (Vc) Sendo assim, para efeito de cálculos, o volume de corte será dada pela Equação 2. Eq. 2 Por fim, a partir do valor do fator de empolamento, é possível obter a porcentagem de empolamento, dada pela relação da Equação 3. Eq. 3 Cabe ressaltar que, durante o processo de movimentação de terra, pode haver a necessidade de contenções para garantir a segurança das edificações vizinhas. Nesses casos, os principais tipos de contenções utilizadas em edifícios são taludes, misto (taludes associados a perfis metálicos + pranchões), perfis metálicos + pranchões de madeira e a técnica mais onerosa, que são as paredes diafragma. Para se dar início ao canteiro de obras, deve ser avaliado se existe a necessidade de drenagem, ou seja, rebaixamento do lençol freático. Neste tipo de situação, deve ser utilizada uma técnica de drenagem ou esgotamento adequada à intensidade e tipo de interferência. Locação de obras Após a execução de todos os serviços preliminares e instalação do canteiro de obras, é dado o início efetivo da construção a ser edificada. Essa etapa é definida como locação de obra e pode ser considerada com um dos marcos mais importantes na construção. Qualquer erro nesta etapa poderá impactar a obra como um todo. O processo de locação da obra se dá a partir da posse do projeto de locação de obras, exemplificado na imagem a seguir, no qual estarão inseridas todas as medidas, níveis e cotas necessárias, para poder realizar a implantação da edificação sobre o terreno ao qual esta será construída. Vc = φ1 × Vs f(%) = ( 1 φ1 − 1) × 100 Planta de locação de obra. Existem diferentes métodos de locação, que usualmente variam em função do tipo de edificação, ou seja, a forma com que será feita a locação de uma obra residência unifamiliar será diferente de uma edificação de múltiplos pavimentos. Importante ressaltar que, pelo fato de a locação ser o processo que irá transladar (ou transferir) para o terreno, os principais elementos do projeto de uma edificação devem estar de acordo com os fatores como os recuos a serem obedecidos, afastamentos, posição das paredes, elementos de fachada, piscina, entre outros. Processo de locação Como dito, a locação tem como parâmetro o projeto de localização ou de implantação do edifício, ou seja, irá consistir no uso de pontos de referência e instrumentos de medição para posicionar precisamente a obra. Dessa forma, o projeto de implantação da edificação deverá sempre está referenciado a partir de um ponto, conforme a imagem a seguir. Planta de situação – ponto de referência. É comum no projeto de locação ter como referência o alinhamento da rua, a posição de um poste no alinhamento do passeio, um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de terra ou uma lateral do terreno. Observe a imagem a seguir. Levantamento topográfico. Importante ressaltar a necessidade de se conhecer o local de execução da construção, e sua descrição exata é fundamental para a locação da obra, visto que erros naturais, instrumentais e pessoais no processo topográfico geram falhas no dimensionamento do projeto e fomenta um aumento e desperdício de materiais e de tempo para a resolução e correção dos erros. Logo, a partir de um projeto de locação de qualidade e sua execução de precisão, será possível garantir a qualidade do produto, principalmente na fase de montagem de estruturas, visto que erros de posicionamento são danosos a elementos estruturais, podendo causar patologias e até colapso. Além disso, a qualidade da locação irá influenciar na marcação de alvenarias e passagem de instalações. O processo de locação deve ser iniciado pela locação dos elementos da fundação, tais como as estacas, os tubulões, as sapatas isoladas ou corridas, entre outros. Apenas em casos em que o movimento de terra não tenha sido feito a locação deverá ser iniciada pelo próprio movimento de terra. A marcação de locação (evidenciada na próxima imagem) pode ou não ser mantida até outras etapas, como execução de estruturas intermediárias, tais como blocos e baldrames, ou até mesmo a alvenaria. Em geral, os elementos são demarcados pelo eixo, definindo-se posteriormente as faces, nos casos em que seja necessário, como ocorre, por exemplo, com as sapatas corridas, baldrames e alvenarias. Locação de pilares. A medidas das distâncias podem ser realizadas com uma trena, que deve ser de aço, para evitar erros durante o processo de medição. Para obras de maior porte, a locação é feita a partir da utilização de uma estação total. Método do gabarito Um dos processos utilizados para locação de obras é o método do gabarito, o qual é executado a partir da cravação no solo, cerca de 50cm, pontaletes de pinho de (7,5 x 7,5cm ou 7,5 x 10,0cm) ou varas de eucalipto a uma distância entre si de 1,50m a 2,0m e a 1,20m das paredes da futura construção, que posteriormente poderão ser utilizadas para andaimes. Nesses pontaletes, deveram ser inseridas (pregadas) tábuas em volta de toda a construção (geralmente de 15 ou 20cm), em nível e aproximadamente 1,00m do piso. Nessa tábua, serão fincados pregos com distâncias entre si iguais às interdistâncias entre os eixos da construção, todos identificados com letras e algarismos respectivos, pintados na face vertical interna das tábuas, determinando os alinhamentos, conforme a imagem a seguir. Método do gabarito. Nesses pregos, deverão ser amarradas e esticadas linhas ou arames, cada qual de um nome interligado ao de mesmo nome da tábua oposta. Nesse caso, cada linha ou arame representará a materialização de um eixo da construção. Após a execução do respaldo da fundação e pilares, o gabarito pode ser desmontado. O nivelamento do gabarito é feito com a mangueira de nível e deve ter uma altura do solo que facilite a passagem de carrinhos de mão. Atenção! Em obras de grande porte, é indicada a implantação de equipamentos topográficos, além da locação por tábua corrida, também denominada tabeira (que consiste em delimitar a futura edificação em esquadro e com um cavalete contínuo, constituído de estacas e tábuas niveladas). Método do cavalete Em obras de pequeno porte, utiliza-se o processo por cavaletes, o qual consiste no alinhamento por pregos cravados em armações propriamente denominadas de cavaletes. Derivado do método do gabarito, o método do cavalete é recomendado quando é inviável montar a estrutura da tabeira, ou quando se trata de uma construção de menor porte. Em vez dela, se usam vários cavaletes menores e desconectados para demarcar o perímetro. Veja na imagem a seguir: Cavalete. Dessa forma, esse método permite a movimentação desimpedida dos trabalhadores e máquinas. Geralmente, devido às proporções do projeto, não são traçados todos os eixos da construção, como se faria com a tabeira, mas, de qualquer forma, os procedimentos básicos de locação equivalem aos do método do gabarito. Observe a imagem a seguir que exemplifica o método do cavalete. Método do cavalete. Tanto o método gabarito, quanto o cavalete são muito eficientes. Logo, para definir qual o método mais indicado, é necessário avaliar em função do tamanho da obra a ser edificada. Dessa forma, cabe avaliar as vantagens e desvantagens de cada método. Veja a seguir a comparação entre eles. Gabarito Barato Referencial planimétrico e altimétricoFirme e preciso Aplicável em grandes obras Interfere na logística da obra Maior quantidade de madeira Cavalete Barato Referencial planimétrico e altimétrico Vulnerável e menos preciso Não aplicável em grandes obras Interfere pouco na logística da obra Menor quantidade de madeira Requer funcionários experientes Não requer funcionários experientes Importante ressaltar que, no caso de locação de fundações profundas, é recomendável evitar o uso do método convencional do gabarito, pois a movimentação da maquinaria (como bate-estacas) pode provocar seu deslocamento. Além disso, para esse tipo de fundação, é comum a utilização de instrumentos topográficos de alta precisão. Para locação de fundações superficiais, recomenda-se o uso do método convencional do gabarito, pois há menor movimentação de máquinas. Para o caso da locação de elementos estruturais, também deve ser usado o método convencional do gabarito. Cabe ressaltar que a previsão de instalações (elétrica, esgoto) deve ser levada em conta desde o início, para evitar retrabalho. Já para a locação de vedações verticais, recomenda-se usar o método convencional do gabarito, visto que esse método delimita o espaço habitável da obra. Por fim, para o processo de locação, é importante conhecer alguns termos, como: Cota da face superior das estacas ou sapatas. Gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 e 50cm, ou 60, 80 e 100cm, ou ainda, 90, 120 e 150cm. Para esquadros maiores, pode-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5m ou mais. Pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um elemento estrutural. Cota de arrasamento ou de respaldo Esquadros Piquetes Pontos de referência iniciais, como por exemplo: alinhamento de parede de edificação vizinha, alinhamento predial, marco topográfico, árvore, poste etc. Referência de nível, ou seja, a cota 0,0. Marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para realizar conferências no gabarito. Erro admitido nas marcações (até 3mm no lado maior do esquadro de 5m). Verificação do esquadro com os triângulos retângulos. Pontos notáveis RN Testemunhos Tolerância Triangulação Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre locação de obras. Parabéns! A alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois é necessário ter em mãos todos os projetos complementares. A alternativa C está incorreta, já que as fundações só podem ser feitas depois da locação. A alternativa D também está incorreta, pois o gabarito deve ser nivelado independentemente do desnível. E por fim, a letra E está incorreta, pois o gabarito pode ser desmontado após a execução das sapatas e pilares. Dessa forma, apenas a alternativa A tem sua afirmação totalmente correta. Questão 2 A A demarcação dos pontos que irão definir o edifício no terreno é feita a partir de um referencial previamente definido, considerando-se três coordenadas, sendo duas planimétricas e uma altimétrica. B Para a locação da obra, são necessários somente os projetos de estrutura e de arquitetura. C A locação da obra deve ser realizada somente após a movimentação de terra e execução das fundações. D As tábuas que compõem os quadros de madeira (gabaritos) só precisam ser niveladas nos casos em que o terreno possui desnível superior a um metro. E O gabarito somente poderá ser desmontado após a execução da totalidade da estrutura de concreto. Um caminhão basculante transporta material solto e tem capacidade de 5m³. A que volume corresponderá no corte, esse volume solto, sabendo que o fator de empolamento do solo é de 0,80? Parabéns! A alternativa D está correta. Considerações �nais Com este conteúdo, foi possível conhecer os componentes necessários para iniciar uma construção de uma edificação residencial ou comercial. Foram apresentadas as principais Normas Regulamentadoras que garantem a segurança do trabalhador perante as empresas contratantes. Foi dado maior enfoque às normas que estão diretamente ligadas à construção civil, A 1m³ no corte B 2m³ no corte C 3m³ no corte D 4m³ no corte E 5m³ no corte Vc = φ1 × Vs Vc = 0, 80 × 5 Vc = 4m 3 no corte principalmente a NR 8, que trata das características fundamentais que um canteiro de obras deve respeitar. Além disso, foram tratados assuntos relacionados às atividades preliminares, que antecedem o processo de construção da obra propriamente dito, como a execução da sondagem, movimentação de terra, execução dos elementos de canteiro como área de vivência, almoxarife e demais elementos que estarão vinculados à produção da obra. Podcast Ouça o podcast para saber mais sobre as possíveis licenças que podem ser solicitadas para início de uma obra, compreender o que é a área de vivência de um canteiro de obras e quais elementos básicos deve ter em sua infraestrutura. Além disso, você também saberá como é feita a locação de uma obra. Explore + Pesquise o artigo Layout do canteiro de obras: otimizando a logística da obra e veja quais ações podem ser feitas para otimização e organização do espaço de um canteiro de obras. Referências BAHIA, S. R. Elaboração e atualização do código de obras e edificação. 2. ed. Rio de Janeiro: IBAM/DUMA, ELETROBRAS/PROCEL, 2012. BORGES, A. de C. Prática das Pequenas Construções. 8. ed. v. 1. São Paulo: Edgar Blucher, 1996. BRASIL. NR-1: Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2020. BRASIL. NR-3: Embargo e Interdição. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2019. BRASIL. NR-4: Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2016. BRASIL. NR-5: Comissão interna de prevenção de acidentes. Brasília, 2022. BRASIL. NR-6: Equipamento de proteção individual – EPI. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2018. BRASIL. NR-7: Programa de controle médico de saúde ocupacional. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2020. BRASIL. NR-8: Edificações. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2011. BRASIL. NR-18: Segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2020. BRASIL. NR-35. Trabalho em altura. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência, 2019. BUDHU, M. Fundações e estruturas de contenção. Rio de Janeiro: LTC, 2017. CARDÃO, C. Técnica da Construção. 2. ed. Belo Horizonte: Arquitetura e Engenharia, 1969. RICARDO, H. de S.; CATALANI, G. 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